SlideShare uma empresa Scribd logo
1
Teoria de Estruturas II
- Estruturas hiperestáticas –
Prof. Marcelo Lopes Martins Borges
26/janeiro/2015
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais
UNILESTE
2
Objetivo
Fornecer os fundamentos da análise estrutural através do
cálculo de esforços e deslocamentos em estruturas
hiperestáticas utilizando-se o Método das Forças e o Método
dos Deslocamentos.
3
Referências bibliográficas
• SORIANO, Humberto Lima, LIMA, Silvio de Souza. Análise de Estruturas –
Método das Forças e Método dos Deslocamentos.
• SUSSEKIND, José Carlos. Curso de Análise Estrutural – Deformações em
Estruturas – Método das Forças. Volume 2.
• SUSSEKIND, José Carlos. Curso de Análise Estrutural – Método das
Deformações – Processo de Cross. Volume 3.
• MARTHA, Luiz Fernando. Métodos Básicos da Análise de Estruturas.
4
Avaliações
• Primeira avaliação: 20 pontos.
• Segunda avaliação: 25 pontos.
• Terceira avaliação: 25 pontos.
• Trabalhos: 20 pontos.
• PI: 10 pontos.
• Total: 100 pontos.
5
Programa
1 – Introdução
2 – Métodos para análise de estruturas hiperestáticas
3 – Método das forças
4 – Método dos deslocamentos
5 – Processo de Cross
6 – Equação dos três momentos
7 – Introdução ao estudo dos cabos (complemento da Teoria de
Estruturas I)
6
1 – Introdução
Quando uma estrutura possuir muitas reações externas e/ou forças internas a
serem determinadas usando apenas as equações de equilíbrio estático, ela
será estaticamente indeterminada.
Até o início do século XX, as estruturas estaticamente indeterminadas eram
evitadas o máximo possível pela maioria dos engenheiros.
O que fez mudar esta situação foi o avanço nos métodos de análise.
7
1 – Introdução
A partir de uma breve revisão, as estruturas são classificadas quanto à
estaticidade e estabilidade.
1 – Os apoios são em número estritamento necessário para impedir todos os
movimentos possíveis da estrutura
O número de reações de apoio (número de
incógnitas) é igual ao número de
equações de equilíbrio.
Estrutura isostática - equilíbrio estável.
8
1 – Introdução
2 – Os apoios são em número inferior ao necessário para impedir todos os
movimentos possíveis da estrutura
O número de reações de apoio (número de incógnitas) é inferior ao número
de equações.
O número de reações de apoio não impedi os deslocamentos de corpos
rígidos.
Estrutura hipostática - equilíbrio instável.
São estruturas inadmissíveis para as
construções.
9
1 – Introdução
3 – Os apoios são em número superior ao necessário para impedir todos os
movimentos possíveis da estrutura
O número de reações de apoio (número de incógnitas) é superior ao número
de equações de equilíbrio, não sendo possível a sua determinação.
Sistema indeterminado, sendo necessário o uso das equações de
compatibilidade de deformações.
Estrutura hiperestática - equilíbrio estável.
10
1 – Introdução
11
1 – Introdução
Na Teoria de Estruturas II, a análise se restringe ao estudo das estruturas em
barras, desenvolvendo métodos e processos de determinação de esforços
seccionais (tensões), deslocamentos e reações de apoio, com ênfase nas
denominadas estruturas hiperestáticas ou estaticamente indeterminadas.
Apesar da resolução da estrutura hiperestática ser complexa, a maioria das
estruturas é estaticamente indeterminada.
A seguir tem-se a comparação entre as estruturas isostáticas e hiperestáticas.
12
1 – Introdução
1 - Os esforços internos em uma estrutura hiperestática têm, em geral, uma
distribuição mais otimizada ao longo da estrutura.
Isto pode levar a menores
valores para os esforços
máximos.
13
1 – Introdução
2 – Na estrutura hiperestática há um controle maior dos esforços internos por
parte do analista estrutural.
Na Figura (a), as colunas são muito mais rígidas do que a viga, fazendo com
que as rotações das extremidades da viga sejam muito pequenas, se
aproximando do caso de uma viga com extremidades engastadas.
14
1 – Introdução
Na Figura (c), a viga é
muito mais rígida que as
colunas, a ponto destas
não oferecerem
impedimento às rotações
das extremidades das vigas,
que se aproxima do comportamento
de uma viga simplesmente apoiada.
A Figura (b) representa
um caso intermediário.
15
1 – Introdução
Na estrutura isostática, as reações de apoio e o diagrama de momentos
fletores independem dos parâmetros de rígidez relativos entre vigas e
colunas.
O diagrama de momentos fletores só depende dos valores da carga e reações,
e da geometria da estrutura, sendo considerado uma vantagem para este
tipo de estrutura.
Outra vantagem é acomodar
pequenas deformações.
16
1 – Introdução
Vantagens das estruturas hiperestáticas
1 – Economia de materiais
Um elemento estrutural de um determinado tamanho pode suportar mais
cargas sendo parte de uma estrutura continua do que se for simplesmente
apoiado.
Estruturas continuas de concreto ou aço são de menor custo sem as juntas, os
pinos e tudo o mais necessário para torná-las estaticamente determinadas,
como era frequentemente a prática no passado.
17
1 – Introdução
Vantagens das estruturas hiperestáticas
2 – Coeficientes de segurança maiores
Quando partes de estruturas estaticamente indeterminadas são submetidas a
tensões acima de seus limites, frequentemente elas possuem a capacidade
de redistribuir partes daquelas tensões para áreas menos solicitadas.
Há uma redistribuição dos momentos na estrutura.
Esse comportamento é semelhante ao caso no qual três homens estão
caminhando com um tronco em seus ombros e um dos homens fica cansado
e abaixa um pouco seu ombro. O resultado é a redistribuição da carga para os
outros homens com modificações adequadas das reações, esforços cortantes
e momentos fletores ao longo do tronco.
18
1 – Introdução
Vantagens das estruturas hiperestáticas
3 – Maior rigidez e menores deslocamentos transversais
Estruturas estaticamente indeterminadas são mais rígidas e apresentam
menores deflexões do que estruturas estaticamente determinadas. Devido a
sua continuidade, elas são mais espessas e possuem maior estabilidade em
relação a todos os tipos de cargas (horizontais, verticais, móveis).
4 – Estruturas mais atraentes
19
1 – Introdução
Desvantagens das estruturas hiperestáticas
1 – Recalque dos apoios
Podem causar variações nos momentos fletores, esforços cortantes, forças de
reação e forças nos elementos estruturais.
2 – Desenvolvimento de outras tensões
A modificação das posições relativas dos elementos estruturais causada por
variações de temperatura, má fabricação ou deformações internas dos
elementos estruturais sob a ação de cargas pode ocasionar variações
significativas das forças ao longo da estrutura.
20
1 – Introdução
Desvantagens das estruturas hiperestáticas
3 – Dificuldade de análise e projeto
As forças em estruturas estaticamente indeterminadas não dependem
apenas de suas dimensões, mas também das propriedades elásticas e
geométricas de sua seção transversal (módulo de elasticidade, momentos de
inércia e áreas).
Essa situação representa uma dificuldade de projeto: as forças não podem ser
determinadas até que as dimensões dos elementos estruturais sejam
conhecidos, e as dimensões dos elementos estruturais não podem ser
determinados até que suas forças sejam conhecidas.
21
1 – Introdução
Desvantagens das estruturas hiperestáticas
O problema é tratado admitindo-se dimensões dos elementos estruturais e
calculando-se as forças, projetando-se os elementos para essas forças e
calculando-se as forças para as novas dimensões e assim por diante, até que o
projeto final seja obtido.
O projeto por esse método – o método das aproximações sucessivas – toma
mais tempo do que o projeto de uma estrutura estaticamente determinada
correspondente.
22
1 – Introdução
Desvantagens das estruturas hiperestáticas
4 – Tensões reversas
Geralmente, ocorrem mais forças reversas em estrutura estaticamente
indeterminadas do que em estrutura estaticamente determinada. Pode ser
necessário material adicional em determinadas seções para que sejam
resistidas condições de carregamento diferentes e para evitar falhas por
fadiga.
23
2 – Métodos
Estruturas estaticamente indeterminadas possuem mais forças desconhecidas
do que equações de equilíbrio estático, sendo necessário equações
adicionais. As forças além das necessárias para manter a estrutura estável são
denominadas forças redundantes, e podem ser forças de reação ou forças nos
elementos que fazem parte da estrutura.
Para a análise de estruturas hiperestáticas, têm-se dois métodos principais:
• Método das forças ou da flexibilidade ou da compatibilidade (MF)
As redundantes estáticas são selecionadas e removidas da estrutura de forma
que reste uma estrutura estável e estaticamente determinada.
24
2 – Métodos
É escrita uma equação de compatibilidade para cada local de onde foi
removida uma redundante estática, e as equações resultantes são resolvidas
a fim de fornecerem os valores numéricos das redundantes. A seguir podem
ser usadas as equações da estática para calcular os esforços.
25
2 – Métodos
• Método das deformações ou rigidez ou equilíbrio
Os deslocamentos dos nós necessários para descrever completamente a
configuração deformada da estrutura são usados em um conjunto de
equações simultâneas. Quando estas equações são resolvidas e os valores
desses deslocamentos encontrados, estes são substituídos nas relações força-
deformação de cada elemento estrutural para que sejam determinados vários
esforços internos.
26
2 – Métodos
27
2 – Métodos
Para estruturas muito indeterminadas estaticamente, como edifícios com
vários andares, o MF não é apropriado e útil para ser utilizado, sendo
indicado o MD. Contudo, o MF fornecerá um entendimento do
comportamento das estruturas indeterminadas.
O MD pode ser desenvolvido através do processo matricial, o qual é utilizado
na análise computacional.
Atualmente, a análise matricial através dos computadores substitui quase
completamente os métodos clássicos de análise nos escritórios de
engenharia, porém o estudo dos métodos clássicos oferece um melhor
entendimento do comportamento estrutural.
28
2 – Métodos
“... Eficientes sistemas computacionais para a análise automática de
estruturas são atualmente disponíveis e indispensáveis nos escritórios de
projetos. Contudo, não é recomendável a sua utilização por usuário que não
tenha capacidade de avaliação crítica dos resultados obtidos. Para isso, é
necessário o conhecimento das potencialidades e limitações dos métodos
implementados, e que se tenha “sentimento de comportamento
das estruturas”. ...”
(Professor Humberto Lima Soriano, livro “Análise de Estruturas”, 2006)
29
4 – Método das Forças
Sistemática
1. Grau de hiperestaticidade.
2. Escolha de um sistema isostático.
3. Cálculo dos deslocamentos (coeficientes de flexibilidade).
4. Resolução do sistema de equações de compatibilidade de
deslocamentos.
5. Obtenção dos esforços finais.
30
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
• Número de esforços desconhecidos (reações de apoio e esforços internos)
que supera o número de equações de equilíbrio disponível.
• Exemplo de cálculo do grau de hiperestaticidade
Pórtico plano com articulação (SORIANO, pgs. 75 e 76)
• A rótula em D expressa que não se tem
transmissão de momento fletor da barra CD
para a extremidade D das barras BD e DF.
31
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
• Na extremidade D da barra CD pode-se ter apenas esforço cortante e
esforço normal, quando se “abre” a parte fechada CDEF, representada na
figura b: gint = 2
32
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
• OU quando se “abre” a seção extrema esquerda da barra CD, têm-se,
nessa seção, momento fletor, esforço cortante e esforço normal. Isso é um
esforço seccional a mais que o caso precedente, mas tem-se também a
equação de equilíbrio adicional
• Logo gint = 3  1 = 2
0 CD
DM
33
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
• Na figura estão representados quatro reações de apoio. Como no presente
plano têm-se apenas 3 equações de equilíbrio da estática (Fx = 0 ,
Fy = 0, Mz = 0):
gext = 4 – 3 = 1
• Logo, o grau de indeterminação estática total é:
gtotal = gint + gext
gtotal = 1 + 2 = 3
34
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
Treliça plana
O grau de hiperestaticidade total pode ser determinado pela expressão:
b  r = 2  n  g
OU
g = b + r – 2 x n
onde: b = número de barras;
r = número de reações de apoio;
n = número de nós.
35
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
Exemplo:
36
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
Outra forma de se determinar o grau de hiperestaticidade para pórticos
planos é através do procedimento geral do prof. Luiz Fernando Martha:
g = (nº de incógnitas do problema estático) – (nº de equações de equilíbrio)
As incógnitas do problema estático dependem dos vínculos de apoio da
estrutura e da existência de ciclos fechados (anéis).
37
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
(nº de incógnitas do problema estático) =
(nº de componentes de reação de apoio) + 3 x (nº de anéis)
(nº de equações de equilíbrio) = (3 equações do equilíbrio global) + (nº de
equações vindas de articulações externas)
articulações externas = n – 1 se a articulação é completa na qual convergem n
barras
articulações externas = 1 se a articulação não for completa
Logo:
g = [(nº de componentes de reação de apoio) + 3 x (nº de anéis)] – [3 + (nº de
equações vindas de articulações externas)]
38
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
39
4 – Método das Forças
1º passo: grau de hiperestaticidade
Determinação do grau de hiperestaticidade para grelhas é análoga ao
procedimento adotado para pórticos planos
• Uma barra de grelha tem três esforços internos: esforço cortante,
momento fletor e momento torçor.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Glauco exercicios resolvidos (1)
Glauco exercicios resolvidos (1)Glauco exercicios resolvidos (1)
Glauco exercicios resolvidos (1)Amália Ribeiro
 
Apoios: Móvel, Fixo e Engaste
Apoios: Móvel, Fixo e EngasteApoios: Móvel, Fixo e Engaste
Apoios: Móvel, Fixo e EngasteAna Anicio
 
1 resistencia materiais-estaticas_estruturas - importantíssimo - usar este
1   resistencia materiais-estaticas_estruturas - importantíssimo - usar este1   resistencia materiais-estaticas_estruturas - importantíssimo - usar este
1 resistencia materiais-estaticas_estruturas - importantíssimo - usar esteturmacivil51
 
Apostila Teoria das Estruturas
Apostila Teoria das EstruturasApostila Teoria das Estruturas
Apostila Teoria das EstruturasEngenheiro Civil
 
Exercicios resolvidos de resmat mecsol
Exercicios resolvidos de resmat mecsolExercicios resolvidos de resmat mecsol
Exercicios resolvidos de resmat mecsolDanieli Franco Mota
 
Aula diagramas
Aula diagramasAula diagramas
Aula diagramasRoseno11
 
Solução listaexercicios 1º bimestre_2-2016_concretoii
Solução listaexercicios 1º bimestre_2-2016_concretoiiSolução listaexercicios 1º bimestre_2-2016_concretoii
Solução listaexercicios 1º bimestre_2-2016_concretoiiroger forte
 
Linhas de-influencia-de-estruturas-isostaticas (1)
Linhas de-influencia-de-estruturas-isostaticas (1)Linhas de-influencia-de-estruturas-isostaticas (1)
Linhas de-influencia-de-estruturas-isostaticas (1)UFRJ
 
3. cálculo dos esforços em vigas
3. cálculo dos esforços em vigas3. cálculo dos esforços em vigas
3. cálculo dos esforços em vigasWillian De Sá
 
Pilares - REPRESENTAÇÃO GRAFICA
Pilares - REPRESENTAÇÃO GRAFICAPilares - REPRESENTAÇÃO GRAFICA
Pilares - REPRESENTAÇÃO GRAFICAguidify
 
Süssekind curso de análise estrutural 2
Süssekind   curso de análise estrutural 2Süssekind   curso de análise estrutural 2
Süssekind curso de análise estrutural 2Uniceuma
 
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7
Resolução da lista de exercícios 1  complementos de rm-7Resolução da lista de exercícios 1  complementos de rm-7
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7Eduardo Spech
 
Resistência dos materiais
Resistência dos materiaisResistência dos materiais
Resistência dos materiaisAndrew Cass
 

Mais procurados (20)

Glauco exercicios resolvidos (1)
Glauco exercicios resolvidos (1)Glauco exercicios resolvidos (1)
Glauco exercicios resolvidos (1)
 
Apoios: Móvel, Fixo e Engaste
Apoios: Móvel, Fixo e EngasteApoios: Móvel, Fixo e Engaste
Apoios: Móvel, Fixo e Engaste
 
1 resistencia materiais-estaticas_estruturas - importantíssimo - usar este
1   resistencia materiais-estaticas_estruturas - importantíssimo - usar este1   resistencia materiais-estaticas_estruturas - importantíssimo - usar este
1 resistencia materiais-estaticas_estruturas - importantíssimo - usar este
 
Apostila Teoria das Estruturas
Apostila Teoria das EstruturasApostila Teoria das Estruturas
Apostila Teoria das Estruturas
 
Exercicios resolvidos de resmat mecsol
Exercicios resolvidos de resmat mecsolExercicios resolvidos de resmat mecsol
Exercicios resolvidos de resmat mecsol
 
Aula diagramas
Aula diagramasAula diagramas
Aula diagramas
 
Solução listaexercicios 1º bimestre_2-2016_concretoii
Solução listaexercicios 1º bimestre_2-2016_concretoiiSolução listaexercicios 1º bimestre_2-2016_concretoii
Solução listaexercicios 1º bimestre_2-2016_concretoii
 
Linhas de-influencia-de-estruturas-isostaticas (1)
Linhas de-influencia-de-estruturas-isostaticas (1)Linhas de-influencia-de-estruturas-isostaticas (1)
Linhas de-influencia-de-estruturas-isostaticas (1)
 
Apostila de isostática
Apostila de isostáticaApostila de isostática
Apostila de isostática
 
3. cálculo dos esforços em vigas
3. cálculo dos esforços em vigas3. cálculo dos esforços em vigas
3. cálculo dos esforços em vigas
 
Aula 1 concreto armado
Aula 1 concreto armado Aula 1 concreto armado
Aula 1 concreto armado
 
Lajes
LajesLajes
Lajes
 
Pilares - REPRESENTAÇÃO GRAFICA
Pilares - REPRESENTAÇÃO GRAFICAPilares - REPRESENTAÇÃO GRAFICA
Pilares - REPRESENTAÇÃO GRAFICA
 
Süssekind curso de análise estrutural 2
Süssekind   curso de análise estrutural 2Süssekind   curso de análise estrutural 2
Süssekind curso de análise estrutural 2
 
4.pilares de concreto armado
4.pilares de concreto armado4.pilares de concreto armado
4.pilares de concreto armado
 
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7
Resolução da lista de exercícios 1  complementos de rm-7Resolução da lista de exercícios 1  complementos de rm-7
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7
 
Concreto armado 1
Concreto armado 1Concreto armado 1
Concreto armado 1
 
Resistência dos materiais
Resistência dos materiaisResistência dos materiais
Resistência dos materiais
 
flambagem
flambagemflambagem
flambagem
 
Vigas
VigasVigas
Vigas
 

Destaque (16)

Getaran gelombang dan bunyi
Getaran gelombang dan bunyiGetaran gelombang dan bunyi
Getaran gelombang dan bunyi
 
119372
119372119372
119372
 
Promociòn 2011
Promociòn 2011Promociòn 2011
Promociòn 2011
 
Skagen
SkagenSkagen
Skagen
 
Dunda online 003
Dunda online 003Dunda online 003
Dunda online 003
 
Ficha (3)
Ficha (3)Ficha (3)
Ficha (3)
 
Dunda online 004
Dunda online 004Dunda online 004
Dunda online 004
 
Dunda online 005
Dunda online 005Dunda online 005
Dunda online 005
 
TEST UPLOAD
TEST UPLOADTEST UPLOAD
TEST UPLOAD
 
Seguidor de linha
Seguidor de linhaSeguidor de linha
Seguidor de linha
 
Ifsp dinâmica dos fluidos
Ifsp dinâmica dos fluidosIfsp dinâmica dos fluidos
Ifsp dinâmica dos fluidos
 
Types of films
Types of filmsTypes of films
Types of films
 
Aula 06 esforços simples e cargas
Aula 06   esforços simples e cargasAula 06   esforços simples e cargas
Aula 06 esforços simples e cargas
 
Primeros Auxilios Cursos Basico
Primeros Auxilios Cursos BasicoPrimeros Auxilios Cursos Basico
Primeros Auxilios Cursos Basico
 
Apostila de pontes usp sao carlos 2009
Apostila de pontes usp sao carlos   2009Apostila de pontes usp sao carlos   2009
Apostila de pontes usp sao carlos 2009
 
Implementación SG-SST
Implementación SG-SSTImplementación SG-SST
Implementación SG-SST
 

Último

Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdfManual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdfLeandroTelesRocha2
 
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médiorafaeloliveirafelici
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisValéria Shoujofan
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfAndriaNascimento27
 
Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40vitoriaalyce2011
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Centro Jacques Delors
 
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/AcumuladorRecurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/AcumuladorCasa Ciências
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persafelipescherner
 
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdfCurso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdfLeandroTelesRocha2
 
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio VicentinoHistória do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio VicentinoThayaneLopes10
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPereira801
 
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]ESCRIBA DE CRISTO
 
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadessDesastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadessRodrigoGonzlez461291
 
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoApresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoPedroFerreira53928
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ILetras Mágicas
 
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdfTesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdfEditora
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarckluanakranz
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxcleanelima11
 
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfcurso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfLeandroTelesRocha2
 
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosFotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosbiancaborges0906
 

Último (20)

Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdfManual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
Manual de Direito Comercial - Fabio Ulhoa Coelho.pdf
 
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino MédioCaderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
Caderno de Estudo Orientado para Ensino Médio
 
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados NacionaisAmérica Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
América Latina: Da Independência à Consolidação dos Estados Nacionais
 
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdfOFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
OFICINA - CAFETERIA DAS HABILIDADES.pdf_20240516_002101_0000.pdf
 
Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40Atividade português 7 ano página 38 a 40
Atividade português 7 ano página 38 a 40
 
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
Eurodeputados Portugueses 2019-2024 (nova atualização)
 
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/AcumuladorRecurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
Recurso da Casa das Ciências: Bateria/Acumulador
 
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persaConteúdo sobre a formação e expansão persa
Conteúdo sobre a formação e expansão persa
 
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdfCurso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
 
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio VicentinoHistória do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
História do Brasil e Geral - Cláudio Vicentino
 
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básicoPowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
PowerPoint Folha de cálculo Excel 5 e 6 anos do ensino básico
 
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
INTRODUÇÃO A ARQUEOLOGIA BÍBLICA [BIBLIOLOGIA]]
 
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadessDesastres ambientais e vulnerabilidadess
Desastres ambientais e vulnerabilidadess
 
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimentoApresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
Apresentação de vocabulário fundamental em contexto de atendimento
 
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ISequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental I
 
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdfTesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
 
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e LamarckEvolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
Evolução - Teorias evolucionistas - Darwin e Lamarck
 
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptxDIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
DIFERENÇA DO INGLES BRITANICO E AMERICANO.pptx
 
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdfcurso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
curso-de-direito-administrativo-celso-antonio-bandeira-de-mello_compress.pdf
 
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anosFotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
Fotossíntese para o Ensino médio primeiros anos
 

Teoria estruturas ii_aula1

  • 1. 1 Teoria de Estruturas II - Estruturas hiperestáticas – Prof. Marcelo Lopes Martins Borges 26/janeiro/2015 Centro Universitário do Leste de Minas Gerais UNILESTE
  • 2. 2 Objetivo Fornecer os fundamentos da análise estrutural através do cálculo de esforços e deslocamentos em estruturas hiperestáticas utilizando-se o Método das Forças e o Método dos Deslocamentos.
  • 3. 3 Referências bibliográficas • SORIANO, Humberto Lima, LIMA, Silvio de Souza. Análise de Estruturas – Método das Forças e Método dos Deslocamentos. • SUSSEKIND, José Carlos. Curso de Análise Estrutural – Deformações em Estruturas – Método das Forças. Volume 2. • SUSSEKIND, José Carlos. Curso de Análise Estrutural – Método das Deformações – Processo de Cross. Volume 3. • MARTHA, Luiz Fernando. Métodos Básicos da Análise de Estruturas.
  • 4. 4 Avaliações • Primeira avaliação: 20 pontos. • Segunda avaliação: 25 pontos. • Terceira avaliação: 25 pontos. • Trabalhos: 20 pontos. • PI: 10 pontos. • Total: 100 pontos.
  • 5. 5 Programa 1 – Introdução 2 – Métodos para análise de estruturas hiperestáticas 3 – Método das forças 4 – Método dos deslocamentos 5 – Processo de Cross 6 – Equação dos três momentos 7 – Introdução ao estudo dos cabos (complemento da Teoria de Estruturas I)
  • 6. 6 1 – Introdução Quando uma estrutura possuir muitas reações externas e/ou forças internas a serem determinadas usando apenas as equações de equilíbrio estático, ela será estaticamente indeterminada. Até o início do século XX, as estruturas estaticamente indeterminadas eram evitadas o máximo possível pela maioria dos engenheiros. O que fez mudar esta situação foi o avanço nos métodos de análise.
  • 7. 7 1 – Introdução A partir de uma breve revisão, as estruturas são classificadas quanto à estaticidade e estabilidade. 1 – Os apoios são em número estritamento necessário para impedir todos os movimentos possíveis da estrutura O número de reações de apoio (número de incógnitas) é igual ao número de equações de equilíbrio. Estrutura isostática - equilíbrio estável.
  • 8. 8 1 – Introdução 2 – Os apoios são em número inferior ao necessário para impedir todos os movimentos possíveis da estrutura O número de reações de apoio (número de incógnitas) é inferior ao número de equações. O número de reações de apoio não impedi os deslocamentos de corpos rígidos. Estrutura hipostática - equilíbrio instável. São estruturas inadmissíveis para as construções.
  • 9. 9 1 – Introdução 3 – Os apoios são em número superior ao necessário para impedir todos os movimentos possíveis da estrutura O número de reações de apoio (número de incógnitas) é superior ao número de equações de equilíbrio, não sendo possível a sua determinação. Sistema indeterminado, sendo necessário o uso das equações de compatibilidade de deformações. Estrutura hiperestática - equilíbrio estável.
  • 11. 11 1 – Introdução Na Teoria de Estruturas II, a análise se restringe ao estudo das estruturas em barras, desenvolvendo métodos e processos de determinação de esforços seccionais (tensões), deslocamentos e reações de apoio, com ênfase nas denominadas estruturas hiperestáticas ou estaticamente indeterminadas. Apesar da resolução da estrutura hiperestática ser complexa, a maioria das estruturas é estaticamente indeterminada. A seguir tem-se a comparação entre as estruturas isostáticas e hiperestáticas.
  • 12. 12 1 – Introdução 1 - Os esforços internos em uma estrutura hiperestática têm, em geral, uma distribuição mais otimizada ao longo da estrutura. Isto pode levar a menores valores para os esforços máximos.
  • 13. 13 1 – Introdução 2 – Na estrutura hiperestática há um controle maior dos esforços internos por parte do analista estrutural. Na Figura (a), as colunas são muito mais rígidas do que a viga, fazendo com que as rotações das extremidades da viga sejam muito pequenas, se aproximando do caso de uma viga com extremidades engastadas.
  • 14. 14 1 – Introdução Na Figura (c), a viga é muito mais rígida que as colunas, a ponto destas não oferecerem impedimento às rotações das extremidades das vigas, que se aproxima do comportamento de uma viga simplesmente apoiada. A Figura (b) representa um caso intermediário.
  • 15. 15 1 – Introdução Na estrutura isostática, as reações de apoio e o diagrama de momentos fletores independem dos parâmetros de rígidez relativos entre vigas e colunas. O diagrama de momentos fletores só depende dos valores da carga e reações, e da geometria da estrutura, sendo considerado uma vantagem para este tipo de estrutura. Outra vantagem é acomodar pequenas deformações.
  • 16. 16 1 – Introdução Vantagens das estruturas hiperestáticas 1 – Economia de materiais Um elemento estrutural de um determinado tamanho pode suportar mais cargas sendo parte de uma estrutura continua do que se for simplesmente apoiado. Estruturas continuas de concreto ou aço são de menor custo sem as juntas, os pinos e tudo o mais necessário para torná-las estaticamente determinadas, como era frequentemente a prática no passado.
  • 17. 17 1 – Introdução Vantagens das estruturas hiperestáticas 2 – Coeficientes de segurança maiores Quando partes de estruturas estaticamente indeterminadas são submetidas a tensões acima de seus limites, frequentemente elas possuem a capacidade de redistribuir partes daquelas tensões para áreas menos solicitadas. Há uma redistribuição dos momentos na estrutura. Esse comportamento é semelhante ao caso no qual três homens estão caminhando com um tronco em seus ombros e um dos homens fica cansado e abaixa um pouco seu ombro. O resultado é a redistribuição da carga para os outros homens com modificações adequadas das reações, esforços cortantes e momentos fletores ao longo do tronco.
  • 18. 18 1 – Introdução Vantagens das estruturas hiperestáticas 3 – Maior rigidez e menores deslocamentos transversais Estruturas estaticamente indeterminadas são mais rígidas e apresentam menores deflexões do que estruturas estaticamente determinadas. Devido a sua continuidade, elas são mais espessas e possuem maior estabilidade em relação a todos os tipos de cargas (horizontais, verticais, móveis). 4 – Estruturas mais atraentes
  • 19. 19 1 – Introdução Desvantagens das estruturas hiperestáticas 1 – Recalque dos apoios Podem causar variações nos momentos fletores, esforços cortantes, forças de reação e forças nos elementos estruturais. 2 – Desenvolvimento de outras tensões A modificação das posições relativas dos elementos estruturais causada por variações de temperatura, má fabricação ou deformações internas dos elementos estruturais sob a ação de cargas pode ocasionar variações significativas das forças ao longo da estrutura.
  • 20. 20 1 – Introdução Desvantagens das estruturas hiperestáticas 3 – Dificuldade de análise e projeto As forças em estruturas estaticamente indeterminadas não dependem apenas de suas dimensões, mas também das propriedades elásticas e geométricas de sua seção transversal (módulo de elasticidade, momentos de inércia e áreas). Essa situação representa uma dificuldade de projeto: as forças não podem ser determinadas até que as dimensões dos elementos estruturais sejam conhecidos, e as dimensões dos elementos estruturais não podem ser determinados até que suas forças sejam conhecidas.
  • 21. 21 1 – Introdução Desvantagens das estruturas hiperestáticas O problema é tratado admitindo-se dimensões dos elementos estruturais e calculando-se as forças, projetando-se os elementos para essas forças e calculando-se as forças para as novas dimensões e assim por diante, até que o projeto final seja obtido. O projeto por esse método – o método das aproximações sucessivas – toma mais tempo do que o projeto de uma estrutura estaticamente determinada correspondente.
  • 22. 22 1 – Introdução Desvantagens das estruturas hiperestáticas 4 – Tensões reversas Geralmente, ocorrem mais forças reversas em estrutura estaticamente indeterminadas do que em estrutura estaticamente determinada. Pode ser necessário material adicional em determinadas seções para que sejam resistidas condições de carregamento diferentes e para evitar falhas por fadiga.
  • 23. 23 2 – Métodos Estruturas estaticamente indeterminadas possuem mais forças desconhecidas do que equações de equilíbrio estático, sendo necessário equações adicionais. As forças além das necessárias para manter a estrutura estável são denominadas forças redundantes, e podem ser forças de reação ou forças nos elementos que fazem parte da estrutura. Para a análise de estruturas hiperestáticas, têm-se dois métodos principais: • Método das forças ou da flexibilidade ou da compatibilidade (MF) As redundantes estáticas são selecionadas e removidas da estrutura de forma que reste uma estrutura estável e estaticamente determinada.
  • 24. 24 2 – Métodos É escrita uma equação de compatibilidade para cada local de onde foi removida uma redundante estática, e as equações resultantes são resolvidas a fim de fornecerem os valores numéricos das redundantes. A seguir podem ser usadas as equações da estática para calcular os esforços.
  • 25. 25 2 – Métodos • Método das deformações ou rigidez ou equilíbrio Os deslocamentos dos nós necessários para descrever completamente a configuração deformada da estrutura são usados em um conjunto de equações simultâneas. Quando estas equações são resolvidas e os valores desses deslocamentos encontrados, estes são substituídos nas relações força- deformação de cada elemento estrutural para que sejam determinados vários esforços internos.
  • 27. 27 2 – Métodos Para estruturas muito indeterminadas estaticamente, como edifícios com vários andares, o MF não é apropriado e útil para ser utilizado, sendo indicado o MD. Contudo, o MF fornecerá um entendimento do comportamento das estruturas indeterminadas. O MD pode ser desenvolvido através do processo matricial, o qual é utilizado na análise computacional. Atualmente, a análise matricial através dos computadores substitui quase completamente os métodos clássicos de análise nos escritórios de engenharia, porém o estudo dos métodos clássicos oferece um melhor entendimento do comportamento estrutural.
  • 28. 28 2 – Métodos “... Eficientes sistemas computacionais para a análise automática de estruturas são atualmente disponíveis e indispensáveis nos escritórios de projetos. Contudo, não é recomendável a sua utilização por usuário que não tenha capacidade de avaliação crítica dos resultados obtidos. Para isso, é necessário o conhecimento das potencialidades e limitações dos métodos implementados, e que se tenha “sentimento de comportamento das estruturas”. ...” (Professor Humberto Lima Soriano, livro “Análise de Estruturas”, 2006)
  • 29. 29 4 – Método das Forças Sistemática 1. Grau de hiperestaticidade. 2. Escolha de um sistema isostático. 3. Cálculo dos deslocamentos (coeficientes de flexibilidade). 4. Resolução do sistema de equações de compatibilidade de deslocamentos. 5. Obtenção dos esforços finais.
  • 30. 30 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade • Número de esforços desconhecidos (reações de apoio e esforços internos) que supera o número de equações de equilíbrio disponível. • Exemplo de cálculo do grau de hiperestaticidade Pórtico plano com articulação (SORIANO, pgs. 75 e 76) • A rótula em D expressa que não se tem transmissão de momento fletor da barra CD para a extremidade D das barras BD e DF.
  • 31. 31 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade • Na extremidade D da barra CD pode-se ter apenas esforço cortante e esforço normal, quando se “abre” a parte fechada CDEF, representada na figura b: gint = 2
  • 32. 32 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade • OU quando se “abre” a seção extrema esquerda da barra CD, têm-se, nessa seção, momento fletor, esforço cortante e esforço normal. Isso é um esforço seccional a mais que o caso precedente, mas tem-se também a equação de equilíbrio adicional • Logo gint = 3  1 = 2 0 CD DM
  • 33. 33 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade • Na figura estão representados quatro reações de apoio. Como no presente plano têm-se apenas 3 equações de equilíbrio da estática (Fx = 0 , Fy = 0, Mz = 0): gext = 4 – 3 = 1 • Logo, o grau de indeterminação estática total é: gtotal = gint + gext gtotal = 1 + 2 = 3
  • 34. 34 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade Treliça plana O grau de hiperestaticidade total pode ser determinado pela expressão: b  r = 2  n  g OU g = b + r – 2 x n onde: b = número de barras; r = número de reações de apoio; n = número de nós.
  • 35. 35 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade Exemplo:
  • 36. 36 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade Outra forma de se determinar o grau de hiperestaticidade para pórticos planos é através do procedimento geral do prof. Luiz Fernando Martha: g = (nº de incógnitas do problema estático) – (nº de equações de equilíbrio) As incógnitas do problema estático dependem dos vínculos de apoio da estrutura e da existência de ciclos fechados (anéis).
  • 37. 37 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade (nº de incógnitas do problema estático) = (nº de componentes de reação de apoio) + 3 x (nº de anéis) (nº de equações de equilíbrio) = (3 equações do equilíbrio global) + (nº de equações vindas de articulações externas) articulações externas = n – 1 se a articulação é completa na qual convergem n barras articulações externas = 1 se a articulação não for completa Logo: g = [(nº de componentes de reação de apoio) + 3 x (nº de anéis)] – [3 + (nº de equações vindas de articulações externas)]
  • 38. 38 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade
  • 39. 39 4 – Método das Forças 1º passo: grau de hiperestaticidade Determinação do grau de hiperestaticidade para grelhas é análoga ao procedimento adotado para pórticos planos • Uma barra de grelha tem três esforços internos: esforço cortante, momento fletor e momento torçor.