2. •não é somente o dado revelado presente na Bíblia e,
especialmente, no Novo Testamento, “memória cristã”, a saber,
a Tradição objetiva. O texto contém a Escritura, a Tradição e o
Magistério da Igreja (Dei Verbum 10).
TEXTO
•Sua constituição varia conforme os diferentes lugares e
períodos da história. Precisa ser analisado em cada caso, em sua
complexa realidade, formada pelas condições sociais, políticas,
culturais e religiosas. O contexto abrange toda a realidade
cultural circunstante.
CONTEXTO
•O teólogo, a comunidade eclesial a que o teólogo pertence e a
serviço da qual é chamado. O interprete é a comunidade de fé
local, como povo de Deus que vive sua experiência de fé em
comunhão diacrônica com a Igreja Apostólica e em comunhão
sincrônica com todas as Igrejas locais na unidade da fé e do
amor. O diacrônico é a ligação com a realidade histórica do
passado, o oposto é o sincrônico que é a história presente que
analisa o fenômeno do passado.
INTERPRETE
3. O triângulo hermenêutico
• Consiste na interação mútua de texto, contexto e
interprete, tal como acabamos de descrever, isto é, na
interação da memória cristã, realidade cultural
circunstante e Igreja Local. O contexto age no interprete
por meio da apresentação de problemas específicos e
influi na pré-compreensão da fé, com a qual o interprete
lê o texto. Este por seu turno age no interprete cuja
leitura do texto oferecerá uma diretriz à prática cristã e
assim por diante. Como se pode bem ver, a interação de
texto e contexto, ou seja, da memória e da cultura,
acontece, exatamente, no interprete, isto é, na Igreja
local.
4. Texto Mt 13, 31-33
31. Em seguida, propôs-lhes outra parábola: O Reino dos
céus é comparado a um grão de mostarda que um
homem toma e semeia em seu campo.
32. É esta a menor de todas as sementes, mas, quando
cresce, torna-se um arbusto maior que todas as
hortaliças, de sorte que os pássaros vêm aninhar-se em
seus ramos.
33. Disse-lhes, por fim, esta outra parábola. O Reino dos
céus é comparado ao fermento que uma mulher toma e
mistura em três medidas de farinha e que faz fermentar
toda a massa.
5. 1. Qual o contexto da parábola?
2. Elabore uma rápida interpretação do texto.
Atualização qual seu significado para nós
hoje?
6. Contaram-me de um homem que, cansado com a cidade, resolveu mudar-se para a
região montanhosa onde vivera quando menino. Tinha saudade das matas! Mas qual
não foi a sua tristeza ao ver que os homens, com seus machados e serras haviam
cortado as árvores. As encostas das montanhas estavam agora peladas e tristes,
sem pássaros, sem borboletas, e os antigos riachinhos, sem as matas que os
protegessem, haviam secado. Pois ele disse para si mesmo: “Essa será a minha
missão, pelo resto da minha vida: sairei todos os dias com um saco de sementes das
árvores que aqui havia e irei pelas encostas nuas plantando de novo. Se, de cada dez
sementes que eu plantar uma vingar, estarei recompensado. E assim ele fez. Viveu
mais dez anos. Morreu feliz! Da janela de sua casinha ele olhava para as montanhas –
e ele parecia vê-las sorrir, quem sabe cantar de felicidade! As árvores que ele
semeara estavam crescendo, os pássaros haviam voltado, os bichos estavam de
volta. Existirá maneira mais linda de morrer? Contei essa estória para as crianças de
Caldas, município de Minas, onde está Pocinhos do Rio Verde. Em tempos idos aquela
região foi coberta de araucárias, os pinheiros do Paraná. Onde estão os milhões de
pinheiros do Paraná que formavam florestas? A ganância e a falta de amor pela terra
os transformaram em dinheiro e tristes pastos sem árvores. Contei e sugeri que elas,
crianças, como parte de suas atividades escolares, deveriam plantar um pinhão num
saquinho, regá-lo, e cuidar da mudinha, até que ela estivesse no tamanho certo.
Chegaria então o dia em que todas elas, com suas professoras, seus pais e todo
mundo que quisesse, iriam plantá-las nos campos nus. Sugiro que as pessoas
religiosas, ao invés de prometerem sacrifícios e repetições de rezas a Deus – Deus
não gosta de sacrifícios e quanto às rezas, sempre as mesmas, ele já as sabe de cor;
não precisando de nossas repetições – bem que poderiam prometer plantar árvores…
Acho que Deus, Jardineiro Supremo, haveria de aprovar. Acho que isso teria de ser
atividade obrigatória em toda escola…
Rubem Alves
7. O saber e a condição humana
A humanidade se constrói e se identifica com uma
realidade local, com um contexto e uma cultura
condição humana - se compreende primeiramente
situando-o no universo, na terra, na criação e não na
separação
saber quem somos é inseparável de saber onde estamos, de onde
viemos e para onde vamos.
O grande desafio é harmonizar, remembrar, integrar nossa
humanidade. Compreendendo que o ser humano é
multidimensional e complexo.
8. CONTEXTO E CRIAÇÃO
fazer teologia a partir da terra
Compreender a
natureza como
“criação
Compreender a
natureza mediante
um conhecimento
comunicativo
a simpatia e a
sabedoria
Renunciar - relação
de sujeito-objeto,
dominadora e
predatória
fé cristã - engajada
não só social, mas
também
ecologicamente.
Refazer a
interpretação
bíblica da criação
9. CONTEXTO E CULTURA
fazer teologia a partir da cultura
O que é cultura?
Qual sua função
principal?
Dar as resposta ao
ser humano sobre si
mesmo, sobre a
natureza e sobre o
outro.
Cultura - símbolos,
rituais, mitos –
sentidos e
significados para a
existência.
A revelação de Deus
ocorre através da
cultura (linguagem
humana)
Jesus Cristo é
encarnação humana
de Deus,
culturalmente
localizado. Ele é
judeu.
10. CONTEXTO E HISTÓRIA
fazer teologia a partir dos processos históricos
(sociedade, economia e política)
Fazer teologia a partir dos
processos históricos
(sociedade, economia e
política)
A história é um
ato criativo de
Deus, através do
qual Deus se
manifesta e
continua se
manifestando
para nós. O
ponto culminante
da história será
sempre esse do
evento de Jesus
Cristo.
Como cristãos não
refletimos somente
sobre as ações
grandiosas de Deus no
Primeiro Testamento,
mas também refletindo
sobre o supremo ato
criador de Deus em
Jesus Cristo e outros
sinais dos tempos que
continuam a
caracterizar o mundo e
a experiência humana.
11. • A (re)construção da memória e
da identidade passa a ser o
objetivo central dos projetos de
história oral contemporâneos,
como forma de se ater à
“história do tempo presente”
(MEIHY) e de identificar o
processo histórico em sua
dinamicidade: “Ela é sempre
uma história do presente,
reconhecida como uma história
12. Contexto História - Texto
Lembrar um acontecimento,
fato marcante de minha vida
e, ou da comunidade
Quando aconteceu?
Qual era a situação política,
econômica?
Lugar, situação familiar?
Aspectos
culturais/linguísticos
Elementos teológicos
Texto bíblico, tradição
13. Lucas, 2
1. Naqueles tempos apareceu um decreto de César Augusto,
ordenando o recenseamento de toda a terra. 2. Este
recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na
Síria. 3. Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade. 4.
Também José subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, à
Judéia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da
casa e família de Davi, 5. para se alistar com a sua esposa
Maria, que estava grávida. 6. Estando eles ali,
completaram-se os dias dela. 7. E deu à luz seu filho
primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num
presépio; porque não havia lugar para eles na hospedaria.
8. Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e
guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da
noite. 9. Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do
Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor. 10.
O anjo disse-lhes: Não temais, eis que vos anuncio uma boa
nova que será alegria para todo o povo: 11. hoje vos nasceu
na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. 12.
Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido
envolto em faixas e posto numa manjedoura. 13. E
subitamente ao anjo se juntou uma multidão do exército
celeste, que louvava a Deus e dizia: 14. Glória a Deus no
mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da
14. O método contextual da
teologia – o que é?
Os eventos da cultura,
mundo, fontes de
reflexão teológica
Experiência humana e a
tradição cristã precisam ser
lidas juntas e dialeticamente.
Sagrada
Escritura e a
tradição
15. Experiência humana – cultura –
mudanças culturais
• A teologia tem sempre que ser feita
formalmente ou discursivamente?
• Qual é a forma que deve tomar a teologia que
nasce a partir do contexto?
• Quem é qualificado a fazer esta teologia?
• E que legitimidade tem essas pessoas para
fazer teologia?
16. Quem faz teologia?
o teólogo - a pessoa comum
que está em contato com a
vida. A reflexão tem que ser
feita a partir dos sujeitos e
agentes da cultura e da
mudança cultural – o povo é o
melhor contextualizador
Teologizar em contexto é
dar a luz a uma teologia
enraizada na cultura e na
história.
O papel do teólogo (a) é aquele
da parteira, da facilitadora. Sua
tarefa é articular mais
claramente o que o povo
expressa, aprofundando esses
elementos, enriquecendo com a
tradição cristã, ampliando o
horizonte teológico.
Contextualização
teologia é um diálogo
constante entre o povo que é
sujeito da cultura e a
transformação cultural. É o
povo que possui um lugar
proeminente na reflexão e
compreensão da fé cristã
desde um contexto particular.
18. A teologia contextual centrada na criação as
experiências humanas são, de modo geral, boas. Sua
perspectiva é da graça que se constrói sobre a natureza. Esta é
capaz de ser usada na construção e aperfeiçoada na relação
sobrenatural com Deus
Na teologia, centrada na criação, o mundo criado é
sacramental. É o lugar onde Deus revela sua divindade. A
revelação não é um evento separado da vida (superação
do dualismo: sagrado e profano)
A revelação se dá na vida diária
19. Lucas 13,6-9
• Ler, reler – traduzir na linguagem atual a partir
do contexto
20. Identidade cultural/religiosidade
popular e mudança social
• A identidade cultural é o primeiro lugar (lócus) para a construção de
verdadeiras teologias contextuais; Esta consciência apreciativa
básica da importância da cultura como fonte teológica é uma
iminente e valida para fazer teologias contextuais particular.
• Cuidado com o romantismo cultural (cultura fóssil). Um fato
primário sobre as culturas é que estas não são estáticas. Como vias
de percepção, organização e tratamento da realidade, as culturas
são realidades que estão sempre mudando, se adaptando, sempre
caminhando.
• Se a teologia tem que ser contextual, está não pode centrar-se
numa cultura que não existe mais. A cultura é um fator, mas não
deve ser o único levado em conta. Uma forte, mas realista
identidade cultural é necessária para a teologia que realmente fala
ao contexto e sua particularidade.
21. Identidade cultural – base para a
formação da identidade cristã.
- Quem sou culturalmente?
- Quem sou como cristão?
Consciência apreciativa básica
- É bom ser o que sou