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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
FACULDADE DE LETRAS E SECRETARIADO 
GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS/ PORTUGUÊS 
SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA 
O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA 
E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA 
GOIÂNIA 
2014
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SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA 
O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA 
E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA 
Monografia apresentada ao curso de Letras da Pontifícia 
Universidade Católica de Goiás, como requisito para a obtenção 
de grau de licenciatura em letras, sob a orientação da Professora 
Mestra Maria das Graças de Castro Mesquita. 
GOIÂNIA 
2014
SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA 
O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA 
E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA 
Apresentação de TCC, na Modalidade de Monografia, do Curso de Letras da Pontifícia 
Universidade Católica de Goiás. 
BANCA EXAMINADORA 
_____________________________________________ 
Ms Maria das Graças de C. Mesquita 
Professora Orientadora 
PUC – Goiás 
_____________________________________________ 
Ms Rosane Maria Isaac 
Professora Convidada 
PUC – Goiás 
Goiânia, ____/____/2014.
3 
 
 
Dedico este trabalho à minha família, amigos e 
professores da PUC-GO.
4 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço à minha família, em que cada um, à sua maneira, contribuiu para que eu 
pudesse prosseguir com meus estudos. 
Aos amigos que fiz na universidade, os quais tornaram os momentos difíceis mais 
agradáveis. 
À minha orientadora, Maria das Graças Mesquitas, que me motivou e apoiou a todo o 
momento desde meu estágio em língua inglesa até este momento final. 
À professora Rosane Isaac, que me introduziu à fonética e fonologia, fazendo com que 
eu me apaixonasse pela disciplina.
5 
 
 
“Paremos de indagar o que o futuro nos reserva e 
recebamos como um presente o que quer que nos 
traga o dia de hoje”. 
Heráclito
6 
 
 
RESUMO 
O ensino de pronúncia nem sempre tem recebido a devida importância por parte dos professores 
de língua inglesa no ensino regular público e privado, e mesmo em centros de línguas. As 
possíveis razões para que isso ocorra são a falta de conhecimento de fonética e fonologia, que 
pode ser resultado da má formação acadêmica; a crença de que ensinar pronúncia não é algo 
tão relevante quanto os aspectos gramaticais durante a aquisição da segunda língua; e as 
dificuldades de pronúncia dos próprios professores, o que gera insegurança e receio de 
transmitir informações errôneas aos alunos. Esta pesquisa apresenta os principais motivos que 
levam a pronúncia a ser uma prática essencial durante o aprendizado de língua inglesa, ao 
mesmo tempo em que se propõe a investigar as principais dificuldades desse processo, 
disponibilizando informações básicas das quais professores e estudantes de letras devem se 
apropriar, com a finalidade de inserirem adequadamente a prática de pronúncia em suas aulas. 
O presente trabalho foi desenvolvido com base em pesquisas bibliográficas, tendo como 
principais referências Steinberg (1995), Crystal (2006), Roach (1998), entre outros autores de 
destaque na área de fonética e fonologia e ensino de pronúncia. 
Palavras-chave: Fonética; Fonologia; Pronúncia
7 
 
 
ABSTRACT 
The teaching of pronunciation has not always been given the attention it deserves by teachers 
of English in the public and private education, and even in language centers. Possible reasons 
for this might be the lack of knowledge of phonetics and phonology, which can be a result of 
poor academic training; the belief that teaching pronunciation is not as relevant as the 
grammatical aspects during second language acquisition; and pronunciation difficulties of 
teachers themselves, which creates uncertainty and fear of transmitting erroneous information 
to the students. This research presents the main reasons why pronunciation is an essential 
practice for learning the English language, at the same time that it is proposed. To investigate 
the main difficulties of this process, providing basic information from which teachers and 
undergraduate students should assimilate in order to properly insert the pronunciation practices 
in their classes. This work was developed based in literature researches, having as the main 
references Steinberg (1995), Crystal (2006), Roach (1998), among other prominent authors in 
the field of phonetics and phonology and pronunciation teaching. 
Key words: Phonetics; Phonology; Pronunciation
8 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Aparelho fonador
9 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10 
 
1 A IMPORTÂNCIA DA PRONÚNCIA.................................................................... 12 
1.1 POR QUE ENSINAR PRONÚNCIA? ..................................................................... 12 
 
2 FONÉTICA E FONOLOGIA – DEFINIÇÕES ...................................................... 15 
2.1 FONÉTICA .............................................................................................................. 15 
2.1.1 O APARELHO FONADOR .................................................................................. 16 
2.1.2 SEGMENTOS VOCÁLICOS ............................................................................... 18 
2.1.3 TRANSCRIÇÃO FONÉTICA .............................................................................. 19 
2.2 FONOLOGIA ........................................................................................................... 19 
2.2.1 FONEMA .............................................................................................................. 21 
 
3 INTERFERÊNCIAS ................................................................................................. 22 
3.1 SUGESTÃO DE METODOLOGIA PARA CORREÇÃO DE PRONÚNCIA ....... 25 
3.1.2 FOSSILIZAÇÃO ................................................................................................... 29 
 
4 RELATO E ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO ...................................................... 31 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 34 
 
6 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 35 
 
7 ANEXOS .................................................................................................................... 38 
7.1 QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS DE LETRAS ................................................. 38
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho objetiva apresentar a necessidade do conhecimento fonético-fonológico 
para futuros professores de língua inglesa, assim como para os que já atuam na educação básica, 
de forma que possam compreender melhor a natureza da pronúncia da língua que ensinam. 
Muitos professores não tiveram formação fonético-fonológica adequada durante a graduação 
por razões como falta de motivação, insegurança ou mesmo por não conhecerem a importância 
dessa disciplina para a sua formação. Dessa forma, propomos aqui um trabalho de 
conscientização sobre a importância da fonética e fonologia no ensino de pronúncia para esses 
professores que estão pouco familiarizados com o tema, com o intuito de incentivá-los a 
trabalhar a pronúncia com seus alunos de forma mais efetiva. 
Passei a me interessar por pronúncia desde que comecei a estudar inglês na escola 
pública. Chamava-me a atenção a forma que minha professora falava e procurava imitá-la. 
Algumas palavras aprendi a pronunciar incorretamente, mas não percebia isso até então. 
Quando tinha alguma dúvida, procurava no dicionário e me deparava com os símbolos 
fonéticos. De alguma forma eu sabia que tais símbolos poderiam me ajudar, porém não tinha o 
conhecimento necessário para decifrá-los. O mínimo de orientação sobre pronúncia teria sido 
útil durante essa fase do meu aprendizado. 
A maioria dos meus colegas de classe não possuía interesse algum em aprender uma 
segunda língua, lembrando que aqui não tenho a intenção de culpar alunos ou professor por 
essa situação. Mas esse fator colaborava, sem sombra de dúvidas, para o fracasso do ensino e 
aprendizagem da língua inglesa naquela escola. O que acaba se tornando um ciclo vicioso, no 
qual tanto alunos quanto professores saem da sala de aula da mesma forma que entraram, não 
há aprendizado. 
Percebemos que o fracasso do ensino de língua inglesa nas escolas regulares tem como 
uma das causas a dificuldade na pronúncia. Durante meus estágios e passagens por escolas tanto 
públicas como particulares, pude observar alunos extremamente desconfortáveis ao ler um texto 
ou responder uma questão formulada em inglês. Existe o medo do aluno ser julgado pelos 
colegas ou pelo próprio professor, por acreditar ter a pronúncia ruim e não poder fazer melhor. 
Nesse momento, o professor precisa aplicar adequadamente seus conhecimentos em 
fonética e fonologia, mostrando que é natural não conseguir produzir determinados sons mas 
que com a prática é possível adquirir essa habilidade gradualmente.
11 
 
 
O que notamos com frequência é que os próprios professores, desde sua formação, já 
apresentam problemas com a pronúncia e acabam encontrando uma série de dificuldades em 
ensiná-la. 
Aprender fonética e fonologia não vai resolver todos os problemas do futuro professor 
em relação à pronúncia, mas vai auxiliá-lo a compreender melhor a língua que ensina e criar 
metodologias de ensino mais eficazes. Já para o aluno, ter conhecimento desse assunto é 
importante para que ele se torne mais autônomo, sem ocorrer a necessidade de alguém o 
corrigindo a todo o momento. 
Para a elaboração deste trabalho foram feitas leituras a respeito do tema, tendo como 
base teórica autores renomados na área como Steinberg (1995), Crystal (2006) e Roach (1998). 
Realizaremos uma pesquisa qualitativa e quantitativa com alunos do 5º período do curso de 
Letras de uma universidade de Goiânia, a fim de verificar a relação desses alunos com a 
disciplina de fonética e fonologia da língua inglesa. O trabalho foi dividido em quatro capítulos: 
no primeiro buscamos apresentar por que a pronúncia é importante no ensino de língua inglesa 
e quais objetivos o professor deve ter ao ensiná-la; em seguida, no segundo capítulo, 
apresentamos algumas noções básicas de fonética e fonologia, e suas respectivas definições a 
partir de diferentes autores; no terceiro capítulo apontamos problemas ocasionados pela 
interferência da língua materna no aprendizado da língua-alvo, e algumas sugestões de 
metodologia de correção de pronúncia; no quarto e último capítulo, faremos um relato de nossa 
pesquisa com os alunos de Letras e uma análise dos dados coletados.
12 
 
1 A IMPORTÂNCIA DA PRONÚNCIA 
 
Quatro habilidades devem ser desenvolvidas durante o ensino de língua inglesa: 
speaking, listening, reading e writing, que correspondem a produção oral, compreensão 
auditiva, leitura e escrita. Essas habilidades se relacionam diretamente à pronúncia e devem 
fazer parte das atividades em sala de aula. 
A língua é uma manifestação essencialmente oral. A escrita é apenas uma decorrência 
daquilo que já existia. Esse fato não impede que todos os aprendizes possuam suas próprias 
limitações quanto à oralidade. A pronúncia, portanto, mesmo não sendo palpável, é um estudo 
importante, é a essência da língua. 
Para dominar a linguagem oral, principalmente quando nos referimos ao aprendizado de 
uma segunda língua, no nosso caso a língua inglesa, é preciso ter domínio da pronúncia. E para 
dominar a pronúncia, um bom professor de língua inglesa deve ter um amplo conhecimento de 
fonética e fonologia, ser capaz de reconhecer os fonemas tanto de sua língua materna quanto os 
da língua que ensina, principalmente os que não fazem parte de seu inventário sonoro natural. 
Nosso aparelho fonador é limitado quanto à infinidade de projeções que a mente é capaz 
de fazer. Por essa razão, é necessário que utilizemos ao máximo a audição, pois é assim que 
reconhecemos os sons para, em seguida, os reproduzirmos o mais fielmente possível. 
Uma pessoa que nunca estudou outra língua, sem conhecimento linguístico além do seu 
próprio intuitivo, não compreende a existência de inventários sonoros além do de sua língua 
materna. Sem instrução, um aluno leigo em questão de pronúncia não estará apto a reconhecer 
sons de outras línguas como são na realidade, o que pode causar uma série de interferências, as 
quais abordaremos mais adiante. 
1.1 POR QUE ENSINAR PRONÚNCIA? 
 
Esse é um questionamento que todo professor de língua inglesa deve fazer. Antes de 
pensar no problema do ensino de pronúncia em si e imaginar formas de solucioná-lo, é 
necessário compreender por que essa prática é imprescindível e quais benefícios esse 
conhecimento trará para os alunos e para o próprio professor. 
Para Poedjosoedarmo (2004), há duas razões principais para o ensino de pronúncia ser 
relevante. A primeira é a inteligibilidade, pois por mais que a maior parte dos alunos 
comunique-se com estrangeiros, se cada um seguir seus próprios padrões de pronúncia, não
13 
 
haverá comunicação. Aspectos que são considerados problemas para a inteligibilidade são: uso 
do som errado, exclusão de um som, acréscimo de um som, erro na sílaba tônica da palavra, 
acento na palavra errada na frase, uso do padrão de entonação errado na frase e a combinação 
de todos esses problemas. A segunda razão para o ensino da pronúncia é de produzir uma boa 
impressão numa situação de entrevista para emprego, ou mesmo uma seleção para intercâmbio 
em alguma universidade estrangeira. Temos como exemplo a pronúncia do // e /t/. Estudos 
sugeriram que o contexto geral esclareceria qualquer ambiguidade existente nos casos em que 
// fosse pronunciado como /t/, como three /ri/ sendo pronunciado como tree /tri/. Porém, 
pessoas mais instruídas poderiam associar essa pronúncia com a de indivíduos marginalizados 
da cidade de Nova York. Lembrando que esse exemplo se tornaria um problema principalmente 
em situações formais. 
 
Ao questionar-se a respeito do objetivo do ensino da pronúncia, muitos professores 
poderão pensar que essa prática é antiquada e metódica, relacionando-a com o ensino 
sistemático de meados do século XX. Também podem pensá-la como uma forma de adoração 
da cultura estrangeira, em detrimento da de seus alunos: 
A exigência de uma pronúncia tão perfeita quanto à do nativo e a incorporação de 
hábitos culturais, ou seja, a cópia, xérox do falante nativo, não podem ter outro 
objetivo senão o de domínio cultural. Tal atitude de imitação perfeita é o primeiro 
sintoma de alienação a se detectar (MOITA LOPES, 1996, p.42-43). 
Não podemos negar a existência de concepções como essa, pois a realidade é que muitos 
professores exageram em suas expectativas, esperam que seus alunos tornem-se tão fluentes 
quanto nativos, punindo-os, de certa forma, se não conseguem pronunciar determinados sons 
perfeitamente. Devemos levar alguns pontos em consideração antes de exigir determinados 
resultados dos alunos. Como nos estudos que apresentam que a maioria das crianças que são 
expostas a uma segunda língua tem maior probabilidade de aprender o novo idioma sem 
sotaque. Porém, quando o indivíduo não sofre exposição a outras línguas até a idade adulta, a 
produção desses sons se torna menos fiel, o que causa os sotaques. Segundo Celce-Murcia, 
Brinton e Goodwin (1996), o fator linguístico não deve ser o único levado em consideração ao 
ensinar pronúncia, já que fatores como idade, período de exposição à língua alvo, instrução 
prévia, e talvez o mais importante, a motivação do aluno em alcançar um padrão inteligível de 
pronúncia da língua em que está aprendendo, são tão relevantes quanto os aspectos linguísticos. 
Voltamos, desse modo, ao ponto da inteligibilidade, que é o objetivo principal do ensino 
da pronúncia, deixando de lado esses padrões perfeccionistas.Não se pode exigir demais dos
14 
 
alunos se não dermos a eles estruturas adequadas para que possam se basear. É nesse momento 
em que os conhecimentos fonético-fonológicos fazem-se necessários. 
 
Professores de língua inglesa que se preocupam em obter uma pronúncia inteligível, ou 
mesmo aqueles que ainda não compreendem a importância do desenvolvimento dessa 
habilidade por parte de seus alunos, precisam dominar os conteúdos de fonética e fonologia, 
pois a partir desses conhecimentos é que tabus, mitos ou qualquer equívoco relacionado ao 
ensino de pronúncia irão dissipar-se. 
Abordando, portanto, questões linguísticas, sabemos que os falantes de uma língua 
podem naturalmente refletir sobre a linguagem, seja um sotaque diferente pertencente a outra 
região, ou mesmo a outro país. Esse reconhecimento pode ser feito mesmo por indivíduos sem 
instruções linguísticas mais aprofundadas, pois faz parte do conhecimento compartilhado por 
todos os falantes. 
A linguística se preocupa com os assuntos relacionados à linguagem e seus fenômenos.
15 
 
2 FONÉTICA E FONOLOGIA – DEFINIÇÕES 
 
Neste capítulo apresentaremos o que um bom professor de língua inglesa deve saber 
para adquirir proficiência em pronúncia e em seu ensino. Devemos frisar que este conteúdo é 
para o professor e, por conseguinte, cabe a ele selecionar o que é pertinente transmitir ao aluno 
ou não. 
É evidente que o professor deve ter um conhecimento linguístico muito maior do que 
pode ser processado pelos alunos. Assim, o professor deve determinar na fase de 
planejamento a quantidade de informações a serem transmitidas aos alunos... (CELCE 
MURCIA, BRINTON e GOODWIN, 1996, p. 36)1 
A primeira coisa que se deve saber ao estudar fonética e fonologia é que existe uma 
considerável diferença de conceitos entre as duas abordagens. Ambas estão envolvidas com a 
sonoridade das línguas, mas cada qual com sua especificidade. 
De acordo com Callou e Leite (1990, p. 11), “Enquanto a fonética estuda os sons como 
entidades físico-articulatórias isoladas, a fonologia irá estudar os sons do ponto de vista 
funcional como elementos que integram um sistema linguístico determinado”. 
2.1 FONÉTICA 
Para David Crystal (2008), fonética é 
A ciência que estuda as características da produção sonora humana, principalmente 
os sons utilizados na fala, e fornece métodos para sua descrição, classificação e 
transcrição. [...] As categorias fonéticas são geralmente definidas através de termos 
que têm suas origens em outros assuntos, tais como anatomia, fisiologia e acústica. 
[...] O trabalho em fonética pode, consequentemente, ser classificado em dois tipos 
gerais: (a) estudos gerais da articulação, a acústica ou a percepção de fala e (b) estudos 
sobre as propriedades fonéticas de idiomas específicos. (CRYSTAL, David, 2008, p. 
363-364)2 
 
1 Tradução feita pela autora. “It is clear that there is a far more linguistic knowledge that the teacher should possess 
that can be processed by learners. Thus, the teacher must determine in the planning stage how much information 
to impart to learners …” 
2 Tradução feita pela autora. The science which studies the characteristics of human soundmaking, especially 
those sounds used in speech, and provides methods for their description, classification and transcription. [...] 
Phonetic categories are generally defined using terms which have their origins in other subjects, such as anatomy, 
physiology and acoustics. [...] Work in phonetics can, accordingly, be classified into two broad types: (a) general 
studies of the articulation, acoustics or perception of speech, and (b) studies of the phonetic properties of specific 
languages.
16 
 
 
A fonética, portanto, é o estudo da produção e articulação dos sons da fala humana em 
um aspecto geral. Todo ser humano possui a faculdade da linguagem e da fala. Nosso aparelho 
fonador está preparado para produzir uma infinidade de sons, porém, a princípio desenvolvemos 
apenas aqueles com que tivemos contato durante a aquisição da linguagem. Itens como o 
aparelho fonador, mecanismos de produção da fala, segmentos consonantais e vocálicos e 
transcrições dos sons da fala são objetos de estudo da fonética. 
Para McMahon (2002), 
Há duas subdisciplinas em linguística que lidam com os sons: fonética e fonologia. A 
fonética fornece maneiras objetivas de descrever e analisar a gama de sons que os 
seres humanos usam em suas línguas. Mais especificamente, fonética articulatória 
identifica com precisão quais órgãos e músculos estão envolvidos na produção dos 
diferentes sons das línguas do mundo. Esses sons são então transmitidos a partir do 
falante para o ouvinte e, dessa forma, a fonética articulatória foca na parte física da 
fala, uma vez que ela se desloca através do ar sob a forma de ondas sonoras, e no 
efeito que essas ondas causam nos ouvidos e no cérebro do ouvinte. Logo, a fonética 
tem fortes associações com a anatomia, fisiologia, física e neurologia.(MCMAHON, 
April, 2002, p. 1)3 
O professor de língua inglesa que está disposto a trabalhar pronúncia com seus alunos 
precisa ter domínio dessas informações para que seu trabalho torne-se efetivo. A partir do 
momento em que se compreende a fisiologia da fala, passa-se a compreender as causas das 
principais dificuldades dos alunos, propiciando formas de trabalhar o problema adequadamente. 
2.1.1 O APARELHO FONADOR 
Não há nenhum órgão que seja específico para produzir os sons da fala, pois utilizamos 
os que têm como função comer, mastigar, engolir, respirar, cheirar. Porém qualquer um desses 
órgãos que contribuam para a produção e articulação da fala, fazem parte do aparelho fonador. 
Podem ser divididos em três grupos: sistema articulatório, sistema fonatório e sistema 
respiratório. 
 
Tradução feita pela autora. “There are two subdisciplines in linguistics which deal with sound, namely phonetics 
and phonology, and to fulfil the aim of this book, which is to provide an outline of the sounds of various English 
accents and how those sounds combine and pattern together, we will need aspects of both. Phonetics provides 
objective ways of describing and analysing the range of sounds humans use in their languages. More specifically, 
articulatory phonetics identifies precisely which speech organs and muscles are involved in producing the different 
sounds of the world’s languages. Those sounds are then transmitted from the speaker to the hearer, and acoustic 
and auditory phonetics focus on the physics of speech as it travels through the air in the form of sound waves, and 
the effect those waves have on a hearer’s ears and brain. It follows that phonetics has strong associations with 
anatomy, physiology, physics and neurology.”
17 
 
 
 
Figura 1: Aparelho fonador 
Fonte: Internet - http://www.barcode.ro/tutorials/biometrics/voice.html 
O sistema respiratório, como o nome já diz, é responsável pela respiração e nele 
encontram-se os pulmões, músculos pulmonares, tubos brônquios e traqueia. O sistema 
fonatório é constituído pela laringe, na qual se encontram as pregas vocais. Esse sistema é 
responsável por não deixar corpos estranhos entrarem no sistema respiratório. O sistema 
articulatório é formado por faringe, língua, dentes, nariz e lábios e têm como função morder, 
mastigar, engolir, cheirar. 
Esses sistemas, portanto, formam o aparelho fonador e possuem a função fisiológica de 
produzir sons. Levando em conta as características fisiológicas do aparelho fonador, afirmamos 
que há um número limitado de possibilidades sonoras nas línguas. Isso se deve ao fato de que 
certas articulações não são possíveis, como tocar o nariz com os lábios. Algumas articulações 
são mais ou menos recorrentes em cada língua. 
Os articuladores podem ser divididos em dois grupos: ativos e passivos. Como 
articuladores ativos (AA) temos lábio inferior, língua, dentes inferiores e véu palatino; como 
articuladores passivos (AP) encontramos o lábio superior, dentes superiores, alvéolo, palato 
duro e palato mole. 
Dessa forma, o ponto de articulação é definido como: 
• Bilabial: lábio inferior (AA) + lábio superior (AP)
18 
 
 
• Labiodental: lábio inferior (AA) + dentes superiores (AP) 
• Dental: lâmina da língua (AA) + dentes superiores (AP) 
• Alveolar: lâmina da língua (AA) + alvéolos (AP) 
• Alveopalatal: parte anterior da língua (AA) + parte média do palato duro (AP) 
• Palatal: parte média da língua (AA) + final do palato duro (AP) 
• Velar: parte posterior da língua (AA) + véu palatino ou palato mole (AP) 
• Glotal: Glote (AA/AP) 
O modo de articulação tem relação ao tipo de obstrução de ar que ocorre ao se produzir 
um som. Os articuladores têm a função de obstruir a corrente de ar. Ao analisarmos, podemos 
identificar as seguintes categorias: 
• Oclusiva: Há uma obstrução completa da corrente de ar que passa pela boca. O 
ar sai dos pulmões em direção à boca, o que as caracteriza como consoantes 
orais; 
• Nasal: Há uma obstrução completa da corrente de ar que passa pela boca. O ar 
sai dos pulmões em direção à boca e a cavidade nasal, porém o véu palatino 
encaminha o ar diretamente para a cavidade nasal, caracterizando essas 
consoantes como nasais; 
• Fricativa: A obstrução da corrente de ar, neste caso, é parcial. Isso ocorre por 
causa da fricção produzida pelos articuladores; 
• Africada: Inicialmente ocorre a obstrução completa da corrente de ar e, em 
seguida, uma fricção como no caso das fricativas. São consoantes orais; 
• Laterais: Há um encontro entre articulador passivo e ativo, a corrente de ar é 
obstruída no centro do aparelho vocal, e o ar sai pelas laterais dessa obstrução. 
2.1.2 SEGMENTOS VOCÁLICOS 
Já observamos alguns pontos sobre a produção dos sons da fala. Esses sons são descritos 
como vogais e consoantes, presentes em todas as línguas. Podemos compreendê-los como 
segmentos consonantais quando há obstrução de ar completa ou parcial; e como segmentos 
vocálicos, quando não há obstrução ou fricção da corrente de ar. O que é levado em 
consideração nesse caso é a posição da língua, ou para alguns autores, da boca, que pode ser
19 
 
referente à altura (alta, média-alta, média-baixa, baixa); a anterioridade da língua (anterior, 
central e posterior); e o arredondamento, ou não, dos lábios. 
2.1.3 TRANSCRIÇÃO FONÉTICA 
 
Crystal (2008) descreve o termo transcrição como um método de transcrever os sons da 
fala de forma sistemática e consistente, havendo dois tipos principais de transcrição: a fonética 
e a fonêmica. A transcrição fonética é representada entre colchetes, e a fonêmica, entre barras. 
O IPA (International Phonetic Alphabet) contém todas as possibilidades sonoras em 
forma de símbolos fonéticos, chamados fones. É relevante ressaltar que, mesmo estando ali 
presentes sons existentes em todas as línguas, não existe uma língua em que estejam presentes 
todos esses sons. A transcrição fonética difere-se da fonêmica por ser mais ampla e conter mais 
detalhes. Temos como exemplo a palavra ‘about’, que pode ser representada pelas formas 
[bout] (Fonética) e /bt/ (Fonêmica): 
A transcrição fonêmica parece a mais simples das duas. Como neste exemplo, 
somente as unidades em que há diferenças de significado serão representadas, /pin/, 
/pen/, /pæn/. Em uma transcrição fonética, por outro lado, o objetivo não é o de avaliar 
o significado funcional dos sons no contexto da linguagem, mas identificar os sons 
como tais. (CRYSTAL, David, 2008, p. 490) 
A partir dessas informações, podemos afirmar que todo ser humano que não possua 
nenhuma deficiência em seu aparelho fonador possui a faculdade da produção de todos os sons 
em qualquer língua. Entretanto, durante sua formação, seu aparelho vocal será adaptado para 
produzir os sons de sua língua materna, e por essa razão muitos aprendizes têm grande 
dificuldade de identificar e produzir sons que não façam parte do inventário sonoro a que está 
habituado. A percepção de novos sons, consonantais e vocálicos, exige do aluno habilidades 
que podem ser facilitadas pelo professor. Sem essa instrução, as dificuldades do aprendiz se 
tornam maiores, o que causa falta de motivação e até mesmo a desistência de aprimorar seus 
conhecimentos. 
2.2 FONOLOGIA 
Diferentemente da fonética, que é voltada para os aspectos físicos da fala, a fonologia 
tem como objetivo estudar os sons quanto a sua funcionalidade dentro da língua. Cada língua 
possui um padrão sonoro, com seus próprios fonemas e alofones, de modo que é impossível
20 
 
encontrarmos duas línguas com um mesmo inventário sonoro. É o que acontece quando 
comparamos a língua portuguesa com a língua inglesa, determinados sons que estão presentes 
no inventário sonoro de uma, não estão no da outra. Segundo MCMAHON (2002, p.1), é do 
domínio da fonologia quando nos voltamos para as características do sistema sonoro de uma 
língua específica. Esse sistema é responsável por dar identidade a essa língua, o que a faz 
diferente das outras. É de seu interesse o que um indivíduo precisa saber para tornar-se falante 
de sua língua materna. Roach (1998, p. 43) observa que estamos tratando de fonologia quando 
falamos de como os fonemas funcionam dentro da linguagem e como se relacionam com os 
outros fonemas da língua, podemos dizer que estamos voltados para a parte abstrata da língua, 
e somente estudando fonética e fonologia é possível compreender de forma mais completa, o 
uso dos sons na língua inglesa. 
 
De acordo com Steinberg (1995) 
A fonêmica tem por escopo, usando um corpus fonético, chegar às unidades 
distintivas, aos menores segmentos marcadores de significado. Essas menores 
unidades marcadoras de significado são os fonemas. Daí uma das definições de 
fonema: menor unidade distintiva do sistema sonora de uma língua. Por outro lado, o 
fonema é uma abstração, pois na realidade ele se constitui de várias realidades, isto é, 
nós pronunciamos um fonema de diversas maneiras, dependendo de seu contexto 
fonológico. Donde uma outra definição mais elaborada: um fonema é um grupo de 
fones ou sons foneticamente semelhantes e em distribuição complementar. 
(STEINBERG, 1995, p. 8) 
A fonologia compreende que a língua é formada por segmentos consonantais e vocálicos 
organizados de acordo com suas possibilidades silábicas. Um falante nativo de língua 
portuguesa identifica uma palavra como “mocapo” como sendo de possível existência no seu 
idioma, pois a estrutura silábica dessa palavra combina com a da sua língua materna. Porém se 
apresentarmos uma palavra como “fith”, essa identificação não ocorrerá, pois não faz parte da 
língua portuguesa uma palavra com terminação em “th”. 
Os estudos fonológicos têm como um de seus objetivos a transcrição da linguagem oral 
em escrita, levando em conta aspectos como ambientes modificadores de determinados 
segmentos. Há casos em que um som vizinho, tanto precedente quanto seguinte, influencia na 
pronúncia de um segmento, denominamos esse fenômeno como assimilação. No caso do 
português, muitas vezes nem percebemos que isso acontece, como a diferença de pronúncia do 
s em “escola” e “esgoto”, quando o que influencia na alteração de pronúncia é o fato de o som 
precedente ser desvozeado ou vozeado. Para um aprendiz de língua inglesa, não será tão simples 
identificar esse tipo de alteração na língua alvo.
21 
 
2.2.1 FONEMA 
 
Fonema é a unidade mínima dos estudos em fonologia, são unidades distintivas 
presentes nas línguas. Se no Alfabeto Fonético Internacional encontramos os sons de todas as 
línguas, os fones; no alfabeto fonético de cada língua encontramos os sons presentes apenas 
nessa língua, ou seja, seus fonemas. De uma forma simples, se temos o fonema /d/ em die 
(morrer), e o substituímos por /t/, logo temos a palavra tie (gravata), assim percebemos a 
distinção, nesse caso /d/ e /t/ são encontram-se em oposição e constituem um par mínimo por 
possuírem uma cadeia sonora idêntica com significados diferentes.
22 
 
3 INTERFERÊNCIAS 
 
Ao sugerirmos uma metodologia de ensino de pronúncia, precisamos antes levar em 
consideração o problema das interferências da língua materna, no nosso caso língua portuguesa, 
no aprendizado na língua inglesa. Crystal (2008, p.249) compreende interferência como um 
termo usado em sociolinguística e aprendizagem de línguas estrangeiras para se referir aos erros 
que um falante introduz em uma língua como um resultado de contato com outra língua. 
Sabemos que cada língua possui suas particularidades e nunca encontraremos os 
mesmos padrões em duas línguas, pois o que determina essa separação entre uma língua e outra 
é exatamente a distinção existente entre elas. Ao aprender uma língua estrangeira, um falante 
de qualquer língua sempre irá utilizar como base a estrutura de sua língua, ou seja, sua 
morfologia, sintaxe, fonologia e entonação. Aqui estamos voltados para as interferências a nível 
fonológico, que são inclusive as mais comuns. Cometer erros é um processo natural, e significa 
que o aluno está se desenvolvendo no aprendizado da língua-alvo. O professor está presente 
durante o aprendizado para orientá-lo e fazê-lo reconhecer seus erros, e deve ter um bom 
domínio da língua que ensina, para que o aluno possa se espelhar nessa referência, assim como 
uma criança ao aprender a falar tem como referência os seus pais. 
Durante a aquisição da linguagem, a audição desempenha um papel importante, pois 
para produzir um novo som, é necessário percebê-lo primeiro. Porém há diferenças entre a 
aquisição da primeira e da segunda língua. Uma criança aprende a primeira língua rapidamente, 
enquanto um adulto, por ter seu sistema fonológico já formado, possui mais dificuldades nesse 
processo. 
Não existe fórmula mágica para ensinar os alunos a ouvir sons e reconhecer contrastes 
com os quais ainda não tenham se deparado mas, em geral, mostrar-lhes repetidas 
vezes os sons problemáticos dentro de contextos em que o significado esteja claro a 
partir de indicações não auditivas tem grandes chances de êxito, embora haja os que 
jamais distinguirão precisamente a diferença entre certos pares de sons, especialmente 
se forem de mais idade e que, até então, tenham sido monolíngues. 
(POEDJOSOEDARMO, Glória, 2004, p. 43-44) 
Como já foi mencionado, os aprendizes brasileiros de língua inglesa têm noção apenas 
do inventário de fonemas da língua portuguesa, e por não terem intimidade com a língua-alvo, 
normalmente utilizam os sons da primeira, na segunda língua. Sabemos que isso não ocorre 
propositalmente, mas porque o aprendiz não possui o conhecimento adequado e necessita da 
instrução do professor. Portanto, se o aluno pronuncia determinados sons incorretamente por
23 
 
causa da proximidade sonora, ou não consegue pronunciar porque os sons não existem em sua 
língua, somente o professor poderá identificar e guiar o aluno a superar tais dificuldades. 
 
Uma das teorias mais duradouras na área da fonética foi a Análise Contrastiva, que ao 
comparar duas línguas, considera que a língua materna do aluno tem influência direta na 
aquisição da segunda língua gerando uma interferência, que pode ser considerada negativa. Na 
análise contrastiva, pode-se identificar os sons que causam mais problemas de pronúncia, e até 
mesmo prever os erros mais comuns, para que se possa encontrar meios de solucioná-los através 
de metodologias específicas. 
A seguir, apontaremos alguns dos principais problemas que os alunos encontram 
durante a aprendizagem e que, se não forem trabalhados corretamente, podem persistir por toda 
a vida sem que o próprio aluno tenha consciência de que há algo errado. Começaremos pelos 
traços que são particulares à língua: 
• Os fonemas /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/, /f/, /v/ e // quando ocorrem no final de uma 
palavra da língua inglesa, quase sempre são pronunciados com uma vogal de 
apoio pelos falantes de língua portuguesa, já que no nosso idioma esses fonemas 
não são encontrados no final de palavras. Por exemplo: map /mæp/, crib /krb/, 
fat /fæt/, mad /mæd/, laugh /læf/, drive /draiv/ e wash /w/ são frequentemente 
pronunciadas como /mæpi/, /krbi/, /fæti/, /mædi/, /læfi/, /draivi/ e /wi/. Nesses 
casos pode haver um problema de comunicação, mas não alteração de 
significado; 
• Também encontramos problemas quanto à pronúncia do /s/ em plurais, verbos 
conjugados na 3ª pessoa do singular e no possessive case, pois diferentemente 
do português em que o s no final de palavras é pronunciado sempre com som de 
/s/, no inglês a pronúncia varia entre /s/, /z/ e /z/. Para palavras com final em /p/, 
/t/, /k/, /f/ e // antes do acréscimo do s, a pronúncia do s após o acréscimo será 
de /s/; nos casos em que a terminação é em /b/, /d/, /g/, /ð/, /m/, /n/, //, /l/, /r/ ou 
em qualquer segmento vocálico, a pronúncia do s será /z/; e quando as palavras 
terminam em /s/, /z/, //, //, /t/, e /d/, a pronúncia do s será de /z/. Vejamos 
alguns exemplos: 
clocks /klks/, lets /lets/, Jake’s /eks/ 
bags /bægz/, drives /dravz/, Meg’s /megz/
24 
 
 
churches /	
r	z/, watches /w	z/, George’s /rz/; 
• No passado dos verbos regulares da língua inglesa, em que acrescentamos -ed à 
forma infinitiva do verbo, a pronúncia desse acréscimo varia entre /d/, /t/ e /d/. 
A regra é a seguinte: em verbos terminados em fonemas desvozeados /p/, /k/, /f/, 
// e /s/, após o acréscimo do -ed sua pronúncia será /t/, como em walked /w:kt/; 
em verbos no infinitivo terminados em fonemas vozeados /b/, /g/, /v/, // e /z/ ou 
segmentos vocálicos, a pronúncia do -ed será /d/, como em lived /lvd/; e por 
fim, quando -ed for acrescentado a verbos terminados nos fonemas /t/ e /d/, sua 
pronúncia será /d/, como em want /wntd/ e need /ni:dd/. 
Outra causa de interferências na pronúncia é a alofonia, ou seja, variações fonéticas de 
um mesmo fonema: 
• Na língua portuguesa, exemplos de alofonia são [t] e [t] para o /t/ e [d] e [d] 
para o /d/. Também existem alofonias no inglês. Um exemplo que causa bastante 
confusão é a pronúncia do l. Como no português a única pronúncia que temos 
para o l é /l/, normalmente não sabemos diferenciar as três formas existentes na 
língua inglesa, que são [l] como em late /let/, [
] em feel /fi:
/ e [l] seguido de 
consoante, como em cold /k
ld/. 
O que também pode ser um fator de interferência é a proximidade fonética: 
• Sons como // e /ð/ não são encontrados na língua portuguesa, o que leva os 
aprendizes da língua inglesa a utilizarem os fonemas de sua língua mais 
próximos a esses. No caso /t/, /f/ e /s/ para o // e /d/, /v/ e /z/ para o /ð/. Essa 
troca pode ser problemática pois causa alterações de significado, como 
pronunciar think /nk/ (pensar) como sink /snk/ (afundar); 
Essas interferências não são as únicas que podem ocorrer, mas são as mais comuns 
durante o aprendizado da língua inglesa. Por isso é importante que, ainda durante a graduação, 
os estudantes que pretendem seguir carreira como professores de inglês se apropriem dos 
conhecimentos fonético-fonológicos, de modo que possam adaptar metodologias para as
25 
 
dificuldades específicas de seus alunos, pois mesmo que haja esse tipo de problema, os alunos 
estão aptos a adquirir a habilidade de produzir novos sons, ou mesmo sons similares aos que já 
conhecem. Como observa Pennington (2007) 
 
Seja qual for a fonte, o fato de que a variação faz parte da experiência de linguagem 
dos aprendizes significa que eles podem lidar com novas formas quando são expostos 
a elas, e vão tentar conectá-las a algo que eles já conhecem. Como a aquisição de 
novas variantes (alofones de fonemas já existentes ou novos fonemas) na sua língua 
materna, a aquisição dos novos fones e categorias sonoras de uma segunda língua 
prossegue de forma gradual com base nas que já adquiriu. (PENNINGTON, Martha, 
2007, p. 15)4 
O professor precisa ter consciência das possibilidades de interferências para que não 
pensem que o problema está no comprometimento do aluno, pois muitas vezes, mesmo tentando 
pronunciar corretamente determinados sons, esse aluno não terá sucesso imediato por seu 
aparelho fonador não estar habituado a produzir determinados sons. Poderão, inclusive, surgir 
outros tipos de interferência além dos que foram apresentados nos exemplos anteriores, e o 
próprio professor pode analisar os fatores que causam o problema. Mesmo uma turma em que 
todos os alunos sejam brasileiros, pode haver diferentes problemas de pronúncia, pois a 
variação de sotaques de cada região do país é bastante ampla. Haverá pronúncias diferentes 
durante o aprendizado de língua inglesa entre alunos do centro-oeste, nordeste e sul, por 
exemplo. Alunos do centro-oeste, ou interior de São Paulo e Minas Gerais já estão 
familiarizados com o r retroflexo /r/, portanto nas outras regiões é mais provável que haja 
dificuldades ao produzir esse som; já em outras regiões, principalmente no nordeste, como o /t/ 
e o /d/ assumem apenas as formas [t] e [d], poderá haver dificuldades com as africadas /t/ e 
/d/, entre outras possibilidades. 
3.1 SUGESTÃO DE METODOLOGIA PARA CORREÇÃO DE PRONÚNCIA 
Após observamos os problemas de pronúncia mais comuns, já podemos pensar maneiras 
de corrigi-los adequadamente. Não podemos simplesmente dizer ao aluno que ele está errado 
sem dar a ele uma base em que possa se fundamentar. Steinberg (1995) apresenta um método 
 
 Tradução feita pela autora. “Whatever the source, the fact that variation is part of learners’ experience of 
language means that they can handle new forms when they are exposed to them, and will try to connect them to 
something they already know. Like acquisition of new variants (allophones of existing phonemes or new 
phonemes) in one’s mother tongue, the acquisition of the new phones and sound categories of an L2 proceeds 
gradually on the basis of those already acquired.”
26 
 
para solucionar problemas causados por pontos de articulação muito próximos. É um método 
interessante para que professores possam deixar mais claras as situações em que uma pronúncia 
incorreta pode mudar o significado de uma palavra, gerando até mesmo constrangimentos em 
algumas situações. Utilizaremos aqui alguns exemplos5 que podem ser úteis para corrigir os 
problemas que foram expostos anteriormente. 
• Em fonemas consonantais em final de palavras, ao acrescentar-se uma vogal de apoio às 
 
palavras da primeira coluna, ocorrerá uma alteração de significado, representada na segunda 
coluna: 
brand /brænd/ (marca) brandy /brændi/ (conhaque) 
cook /k
k/ (cozinheiro) cookie /k
ki/ (bolacha) 
dirt /d
rt/ (terra) dirty /d
rti/ (sujo) 
monk /mk/ (monge) monkey /mki/ (macaco) 
red /red/ (vermelho) ready /redi/ (pronto) 
stud /std/ (tacha, prego) study /stdi/ (estúdio, estudo) 
tide /tad/ (maré) tidy /tadi/ (arrumado) 
fort /frt/ (forte) forty /frti/ (quarenta) 
 
 
• É difícil para os alunos reconhecerem a alofonia em outra língua. Vejamos os exemplos 
das diferentes formas de produção da consoante l e as alterações de significado quando 
pronunciadas incorretamente:
27 
 
 
/
/ /o
/ 
role /ro
/ (papel, referente ao 
teatro) 
row /ro
/ (fileira) 
foal /fo
/ (potrinho) foe /fo
/ (inimigo) 
hole /ho
/ (buraco) hoe /ho
/ (enxada) 
nill /n
/ (zero) new /nju/ (novo) 
chill / t
/ (esfriar) chew / tju/ (mastigar) 
kill /k
/ (matança) cue /kju/ (deixa) 
/l/ seguido de consoante /o
/ 
bolt /bo
lt/ (ferrolho) boat /bo
t/ (barco) 
hold /ho
ld/ (ato de aprisionar) hole /ho
/ (buraco) 
gold /go
ld/ (ouro) goad /go
d/ (sofrimento) 
• Já apontamos a proximidade fonética como outro ponto de difícil reconhecimento dos 
sons, o que também causa confusão durante o aprendizado da pronúncia. Ao trocarmos o 
fonema // por /s/, /t/ ou /f/, podemos encontrar as seguintes alterações de significado: 
// /s/ 
thick /k/ (gordo, grosso) sick /sk/ (doente) 
theme /im/ (tema) seam /sim/ (costura) 
thong // (correia) song /s/ (canção)
28 
 
 
// /t/ 
thighs /az/ (coxas) ties /taz/ (gravatas) 
thicket /kt/ (moita) ticket /tkt/ (bilhete) 
faith /fe/ (fé) fate /fet/ (destino) 
// /f/ 
three /ri/ (três) free /fri/ (livre) 
threat /ret/ (ameaça) fret /fret/ (irritação) 
thought /t/ (lutar) fought /ft/ (pensar) 
• Da mesma forma, ao substituirmos /ð/ por /z/, /d/ ou /v/, temos as seguintes alterações: 
/ð/ /z/ 
lithe /laið/ (ágil) lies /laiz/ (mentiras) 
clothe /klo
ð/ (vestir) close /klo
z/ (fechar) 
then /ðe/ (então) zen /ze/ (zen) 
/ð/ /d/ 
worthy/w
rði/ (digno de) wordy /w
rdi/ (prolixo) 
though/ðo
/ (contudo) dough /do
/ (massa culinária) 
/ð/ /v/
29 
 
 
loathe /lo
ð/ (odiar) load /lo
d/ (por carga em) 
lithe /laið/ (ágil) live /laiv/ (ao vivo) 
Esses exemplos, portanto, podem ser apresentados aos alunos dessa mesma maneira, em 
colunas, dando ênfase nas distinções de pronúncia e significado entre as palavras e, lembrando 
que em alguns casos o contexto pode esclarecer qualquer confusão, mas em outros isso pode 
não ocorrer. O professor deve pronunciar as palavras alta e claramente, para que os alunos 
possam utilizar a audição como forma de reconhecimento dos fonemas e, em seguida, pedi-los 
para repetir os pares em voz alta. Se houver a possibilidade de realizar o exercício 
individualmente, será ainda mais produtivo pois, desse modo, o professor pode fazer as devidas 
correções e dar as instruções mais pertinentes para cada aluno. 
3.1.2 FOSSILIZAÇÃO 
Abordamos anteriormente alguns problemas presentes no aprendizado de língua inglesa 
por falantes de língua portuguesa. Essas dificuldades, como já mencionamos, são mais comuns 
nos primeiros anos em contato com a segunda língua e podem persistir se não forem corrigidos. 
Em um dado momento, mesmo falantes fluentes na língua inglesa podem adquirir erros na 
produção que se tornam irreversíveis. Quando o problema se torna recorrente, e mesmo com 
diversas práticas de correção não é solucionado, o chamamos de fossilização. 
Essa condição é particular ao aprendizado de uma segunda língua, pois não existem 
registros de sua existência na aquisição da língua materna, e é mais comum em adultos, até 
porque para se considerar de fato fossilização, o erro deve ser recorrente há mais de cinco anos. 
Dessa forma, observamos que o que está em questão não é apenas o fato de falante cometer 
erros, mas sim por esses erros tornarem-se arraigados, não havendo melhora mesmo em contato 
frequente com falantes nativos e proficiência na língua. David Crystal define fossilização como 
...a estabilização de um nível de realização no uso de uma forma linguística que fica 
aquém das normas da língua-alvo. Nenhuma outra aprendizagem ocorre, e a forma se 
torna um erro fossilizado no uso do aluno, parte da interlíngua do aprendiz. 
(CRYSTAL, David, 2006 p. 197) 6 
 
6 Tradução feita pela autora. “…the stabilization of a level of achievement in the use of a linguistic form which 
falls short of the norms of the target language. No further learning takes place, and the form becomes a fossilized 
error in the usage of the learner, part of the learner’s interlanguage.”

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O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA

  • 1. 0 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS FACULDADE DE LETRAS E SECRETARIADO GRADUAÇÃO EM LETRAS INGLÊS/ PORTUGUÊS SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA GOIÂNIA 2014
  • 2. 1 SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA Monografia apresentada ao curso de Letras da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, como requisito para a obtenção de grau de licenciatura em letras, sob a orientação da Professora Mestra Maria das Graças de Castro Mesquita. GOIÂNIA 2014
  • 3. SARAH CRISTINA FERNANDES FEITOSA O ENSINO DE PRONÚNCIA NA AULA DE LE: A IMPORTÂNCIA DA FONÉTICA E FONOLOGIA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA Apresentação de TCC, na Modalidade de Monografia, do Curso de Letras da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Ms Maria das Graças de C. Mesquita Professora Orientadora PUC – Goiás _____________________________________________ Ms Rosane Maria Isaac Professora Convidada PUC – Goiás Goiânia, ____/____/2014.
  • 4. 3 Dedico este trabalho à minha família, amigos e professores da PUC-GO.
  • 5. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço à minha família, em que cada um, à sua maneira, contribuiu para que eu pudesse prosseguir com meus estudos. Aos amigos que fiz na universidade, os quais tornaram os momentos difíceis mais agradáveis. À minha orientadora, Maria das Graças Mesquitas, que me motivou e apoiou a todo o momento desde meu estágio em língua inglesa até este momento final. À professora Rosane Isaac, que me introduziu à fonética e fonologia, fazendo com que eu me apaixonasse pela disciplina.
  • 6. 5 “Paremos de indagar o que o futuro nos reserva e recebamos como um presente o que quer que nos traga o dia de hoje”. Heráclito
  • 7. 6 RESUMO O ensino de pronúncia nem sempre tem recebido a devida importância por parte dos professores de língua inglesa no ensino regular público e privado, e mesmo em centros de línguas. As possíveis razões para que isso ocorra são a falta de conhecimento de fonética e fonologia, que pode ser resultado da má formação acadêmica; a crença de que ensinar pronúncia não é algo tão relevante quanto os aspectos gramaticais durante a aquisição da segunda língua; e as dificuldades de pronúncia dos próprios professores, o que gera insegurança e receio de transmitir informações errôneas aos alunos. Esta pesquisa apresenta os principais motivos que levam a pronúncia a ser uma prática essencial durante o aprendizado de língua inglesa, ao mesmo tempo em que se propõe a investigar as principais dificuldades desse processo, disponibilizando informações básicas das quais professores e estudantes de letras devem se apropriar, com a finalidade de inserirem adequadamente a prática de pronúncia em suas aulas. O presente trabalho foi desenvolvido com base em pesquisas bibliográficas, tendo como principais referências Steinberg (1995), Crystal (2006), Roach (1998), entre outros autores de destaque na área de fonética e fonologia e ensino de pronúncia. Palavras-chave: Fonética; Fonologia; Pronúncia
  • 8. 7 ABSTRACT The teaching of pronunciation has not always been given the attention it deserves by teachers of English in the public and private education, and even in language centers. Possible reasons for this might be the lack of knowledge of phonetics and phonology, which can be a result of poor academic training; the belief that teaching pronunciation is not as relevant as the grammatical aspects during second language acquisition; and pronunciation difficulties of teachers themselves, which creates uncertainty and fear of transmitting erroneous information to the students. This research presents the main reasons why pronunciation is an essential practice for learning the English language, at the same time that it is proposed. To investigate the main difficulties of this process, providing basic information from which teachers and undergraduate students should assimilate in order to properly insert the pronunciation practices in their classes. This work was developed based in literature researches, having as the main references Steinberg (1995), Crystal (2006), Roach (1998), among other prominent authors in the field of phonetics and phonology and pronunciation teaching. Key words: Phonetics; Phonology; Pronunciation
  • 9. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Aparelho fonador
  • 10. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 10 1 A IMPORTÂNCIA DA PRONÚNCIA.................................................................... 12 1.1 POR QUE ENSINAR PRONÚNCIA? ..................................................................... 12 2 FONÉTICA E FONOLOGIA – DEFINIÇÕES ...................................................... 15 2.1 FONÉTICA .............................................................................................................. 15 2.1.1 O APARELHO FONADOR .................................................................................. 16 2.1.2 SEGMENTOS VOCÁLICOS ............................................................................... 18 2.1.3 TRANSCRIÇÃO FONÉTICA .............................................................................. 19 2.2 FONOLOGIA ........................................................................................................... 19 2.2.1 FONEMA .............................................................................................................. 21 3 INTERFERÊNCIAS ................................................................................................. 22 3.1 SUGESTÃO DE METODOLOGIA PARA CORREÇÃO DE PRONÚNCIA ....... 25 3.1.2 FOSSILIZAÇÃO ................................................................................................... 29 4 RELATO E ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO ...................................................... 31 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 34 6 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 35 7 ANEXOS .................................................................................................................... 38 7.1 QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS DE LETRAS ................................................. 38
  • 11. 10 INTRODUÇÃO Este trabalho objetiva apresentar a necessidade do conhecimento fonético-fonológico para futuros professores de língua inglesa, assim como para os que já atuam na educação básica, de forma que possam compreender melhor a natureza da pronúncia da língua que ensinam. Muitos professores não tiveram formação fonético-fonológica adequada durante a graduação por razões como falta de motivação, insegurança ou mesmo por não conhecerem a importância dessa disciplina para a sua formação. Dessa forma, propomos aqui um trabalho de conscientização sobre a importância da fonética e fonologia no ensino de pronúncia para esses professores que estão pouco familiarizados com o tema, com o intuito de incentivá-los a trabalhar a pronúncia com seus alunos de forma mais efetiva. Passei a me interessar por pronúncia desde que comecei a estudar inglês na escola pública. Chamava-me a atenção a forma que minha professora falava e procurava imitá-la. Algumas palavras aprendi a pronunciar incorretamente, mas não percebia isso até então. Quando tinha alguma dúvida, procurava no dicionário e me deparava com os símbolos fonéticos. De alguma forma eu sabia que tais símbolos poderiam me ajudar, porém não tinha o conhecimento necessário para decifrá-los. O mínimo de orientação sobre pronúncia teria sido útil durante essa fase do meu aprendizado. A maioria dos meus colegas de classe não possuía interesse algum em aprender uma segunda língua, lembrando que aqui não tenho a intenção de culpar alunos ou professor por essa situação. Mas esse fator colaborava, sem sombra de dúvidas, para o fracasso do ensino e aprendizagem da língua inglesa naquela escola. O que acaba se tornando um ciclo vicioso, no qual tanto alunos quanto professores saem da sala de aula da mesma forma que entraram, não há aprendizado. Percebemos que o fracasso do ensino de língua inglesa nas escolas regulares tem como uma das causas a dificuldade na pronúncia. Durante meus estágios e passagens por escolas tanto públicas como particulares, pude observar alunos extremamente desconfortáveis ao ler um texto ou responder uma questão formulada em inglês. Existe o medo do aluno ser julgado pelos colegas ou pelo próprio professor, por acreditar ter a pronúncia ruim e não poder fazer melhor. Nesse momento, o professor precisa aplicar adequadamente seus conhecimentos em fonética e fonologia, mostrando que é natural não conseguir produzir determinados sons mas que com a prática é possível adquirir essa habilidade gradualmente.
  • 12. 11 O que notamos com frequência é que os próprios professores, desde sua formação, já apresentam problemas com a pronúncia e acabam encontrando uma série de dificuldades em ensiná-la. Aprender fonética e fonologia não vai resolver todos os problemas do futuro professor em relação à pronúncia, mas vai auxiliá-lo a compreender melhor a língua que ensina e criar metodologias de ensino mais eficazes. Já para o aluno, ter conhecimento desse assunto é importante para que ele se torne mais autônomo, sem ocorrer a necessidade de alguém o corrigindo a todo o momento. Para a elaboração deste trabalho foram feitas leituras a respeito do tema, tendo como base teórica autores renomados na área como Steinberg (1995), Crystal (2006) e Roach (1998). Realizaremos uma pesquisa qualitativa e quantitativa com alunos do 5º período do curso de Letras de uma universidade de Goiânia, a fim de verificar a relação desses alunos com a disciplina de fonética e fonologia da língua inglesa. O trabalho foi dividido em quatro capítulos: no primeiro buscamos apresentar por que a pronúncia é importante no ensino de língua inglesa e quais objetivos o professor deve ter ao ensiná-la; em seguida, no segundo capítulo, apresentamos algumas noções básicas de fonética e fonologia, e suas respectivas definições a partir de diferentes autores; no terceiro capítulo apontamos problemas ocasionados pela interferência da língua materna no aprendizado da língua-alvo, e algumas sugestões de metodologia de correção de pronúncia; no quarto e último capítulo, faremos um relato de nossa pesquisa com os alunos de Letras e uma análise dos dados coletados.
  • 13. 12 1 A IMPORTÂNCIA DA PRONÚNCIA Quatro habilidades devem ser desenvolvidas durante o ensino de língua inglesa: speaking, listening, reading e writing, que correspondem a produção oral, compreensão auditiva, leitura e escrita. Essas habilidades se relacionam diretamente à pronúncia e devem fazer parte das atividades em sala de aula. A língua é uma manifestação essencialmente oral. A escrita é apenas uma decorrência daquilo que já existia. Esse fato não impede que todos os aprendizes possuam suas próprias limitações quanto à oralidade. A pronúncia, portanto, mesmo não sendo palpável, é um estudo importante, é a essência da língua. Para dominar a linguagem oral, principalmente quando nos referimos ao aprendizado de uma segunda língua, no nosso caso a língua inglesa, é preciso ter domínio da pronúncia. E para dominar a pronúncia, um bom professor de língua inglesa deve ter um amplo conhecimento de fonética e fonologia, ser capaz de reconhecer os fonemas tanto de sua língua materna quanto os da língua que ensina, principalmente os que não fazem parte de seu inventário sonoro natural. Nosso aparelho fonador é limitado quanto à infinidade de projeções que a mente é capaz de fazer. Por essa razão, é necessário que utilizemos ao máximo a audição, pois é assim que reconhecemos os sons para, em seguida, os reproduzirmos o mais fielmente possível. Uma pessoa que nunca estudou outra língua, sem conhecimento linguístico além do seu próprio intuitivo, não compreende a existência de inventários sonoros além do de sua língua materna. Sem instrução, um aluno leigo em questão de pronúncia não estará apto a reconhecer sons de outras línguas como são na realidade, o que pode causar uma série de interferências, as quais abordaremos mais adiante. 1.1 POR QUE ENSINAR PRONÚNCIA? Esse é um questionamento que todo professor de língua inglesa deve fazer. Antes de pensar no problema do ensino de pronúncia em si e imaginar formas de solucioná-lo, é necessário compreender por que essa prática é imprescindível e quais benefícios esse conhecimento trará para os alunos e para o próprio professor. Para Poedjosoedarmo (2004), há duas razões principais para o ensino de pronúncia ser relevante. A primeira é a inteligibilidade, pois por mais que a maior parte dos alunos comunique-se com estrangeiros, se cada um seguir seus próprios padrões de pronúncia, não
  • 14. 13 haverá comunicação. Aspectos que são considerados problemas para a inteligibilidade são: uso do som errado, exclusão de um som, acréscimo de um som, erro na sílaba tônica da palavra, acento na palavra errada na frase, uso do padrão de entonação errado na frase e a combinação de todos esses problemas. A segunda razão para o ensino da pronúncia é de produzir uma boa impressão numa situação de entrevista para emprego, ou mesmo uma seleção para intercâmbio em alguma universidade estrangeira. Temos como exemplo a pronúncia do // e /t/. Estudos sugeriram que o contexto geral esclareceria qualquer ambiguidade existente nos casos em que // fosse pronunciado como /t/, como three /ri/ sendo pronunciado como tree /tri/. Porém, pessoas mais instruídas poderiam associar essa pronúncia com a de indivíduos marginalizados da cidade de Nova York. Lembrando que esse exemplo se tornaria um problema principalmente em situações formais. Ao questionar-se a respeito do objetivo do ensino da pronúncia, muitos professores poderão pensar que essa prática é antiquada e metódica, relacionando-a com o ensino sistemático de meados do século XX. Também podem pensá-la como uma forma de adoração da cultura estrangeira, em detrimento da de seus alunos: A exigência de uma pronúncia tão perfeita quanto à do nativo e a incorporação de hábitos culturais, ou seja, a cópia, xérox do falante nativo, não podem ter outro objetivo senão o de domínio cultural. Tal atitude de imitação perfeita é o primeiro sintoma de alienação a se detectar (MOITA LOPES, 1996, p.42-43). Não podemos negar a existência de concepções como essa, pois a realidade é que muitos professores exageram em suas expectativas, esperam que seus alunos tornem-se tão fluentes quanto nativos, punindo-os, de certa forma, se não conseguem pronunciar determinados sons perfeitamente. Devemos levar alguns pontos em consideração antes de exigir determinados resultados dos alunos. Como nos estudos que apresentam que a maioria das crianças que são expostas a uma segunda língua tem maior probabilidade de aprender o novo idioma sem sotaque. Porém, quando o indivíduo não sofre exposição a outras línguas até a idade adulta, a produção desses sons se torna menos fiel, o que causa os sotaques. Segundo Celce-Murcia, Brinton e Goodwin (1996), o fator linguístico não deve ser o único levado em consideração ao ensinar pronúncia, já que fatores como idade, período de exposição à língua alvo, instrução prévia, e talvez o mais importante, a motivação do aluno em alcançar um padrão inteligível de pronúncia da língua em que está aprendendo, são tão relevantes quanto os aspectos linguísticos. Voltamos, desse modo, ao ponto da inteligibilidade, que é o objetivo principal do ensino da pronúncia, deixando de lado esses padrões perfeccionistas.Não se pode exigir demais dos
  • 15. 14 alunos se não dermos a eles estruturas adequadas para que possam se basear. É nesse momento em que os conhecimentos fonético-fonológicos fazem-se necessários. Professores de língua inglesa que se preocupam em obter uma pronúncia inteligível, ou mesmo aqueles que ainda não compreendem a importância do desenvolvimento dessa habilidade por parte de seus alunos, precisam dominar os conteúdos de fonética e fonologia, pois a partir desses conhecimentos é que tabus, mitos ou qualquer equívoco relacionado ao ensino de pronúncia irão dissipar-se. Abordando, portanto, questões linguísticas, sabemos que os falantes de uma língua podem naturalmente refletir sobre a linguagem, seja um sotaque diferente pertencente a outra região, ou mesmo a outro país. Esse reconhecimento pode ser feito mesmo por indivíduos sem instruções linguísticas mais aprofundadas, pois faz parte do conhecimento compartilhado por todos os falantes. A linguística se preocupa com os assuntos relacionados à linguagem e seus fenômenos.
  • 16. 15 2 FONÉTICA E FONOLOGIA – DEFINIÇÕES Neste capítulo apresentaremos o que um bom professor de língua inglesa deve saber para adquirir proficiência em pronúncia e em seu ensino. Devemos frisar que este conteúdo é para o professor e, por conseguinte, cabe a ele selecionar o que é pertinente transmitir ao aluno ou não. É evidente que o professor deve ter um conhecimento linguístico muito maior do que pode ser processado pelos alunos. Assim, o professor deve determinar na fase de planejamento a quantidade de informações a serem transmitidas aos alunos... (CELCE MURCIA, BRINTON e GOODWIN, 1996, p. 36)1 A primeira coisa que se deve saber ao estudar fonética e fonologia é que existe uma considerável diferença de conceitos entre as duas abordagens. Ambas estão envolvidas com a sonoridade das línguas, mas cada qual com sua especificidade. De acordo com Callou e Leite (1990, p. 11), “Enquanto a fonética estuda os sons como entidades físico-articulatórias isoladas, a fonologia irá estudar os sons do ponto de vista funcional como elementos que integram um sistema linguístico determinado”. 2.1 FONÉTICA Para David Crystal (2008), fonética é A ciência que estuda as características da produção sonora humana, principalmente os sons utilizados na fala, e fornece métodos para sua descrição, classificação e transcrição. [...] As categorias fonéticas são geralmente definidas através de termos que têm suas origens em outros assuntos, tais como anatomia, fisiologia e acústica. [...] O trabalho em fonética pode, consequentemente, ser classificado em dois tipos gerais: (a) estudos gerais da articulação, a acústica ou a percepção de fala e (b) estudos sobre as propriedades fonéticas de idiomas específicos. (CRYSTAL, David, 2008, p. 363-364)2 1 Tradução feita pela autora. “It is clear that there is a far more linguistic knowledge that the teacher should possess that can be processed by learners. Thus, the teacher must determine in the planning stage how much information to impart to learners …” 2 Tradução feita pela autora. The science which studies the characteristics of human soundmaking, especially those sounds used in speech, and provides methods for their description, classification and transcription. [...] Phonetic categories are generally defined using terms which have their origins in other subjects, such as anatomy, physiology and acoustics. [...] Work in phonetics can, accordingly, be classified into two broad types: (a) general studies of the articulation, acoustics or perception of speech, and (b) studies of the phonetic properties of specific languages.
  • 17. 16 A fonética, portanto, é o estudo da produção e articulação dos sons da fala humana em um aspecto geral. Todo ser humano possui a faculdade da linguagem e da fala. Nosso aparelho fonador está preparado para produzir uma infinidade de sons, porém, a princípio desenvolvemos apenas aqueles com que tivemos contato durante a aquisição da linguagem. Itens como o aparelho fonador, mecanismos de produção da fala, segmentos consonantais e vocálicos e transcrições dos sons da fala são objetos de estudo da fonética. Para McMahon (2002), Há duas subdisciplinas em linguística que lidam com os sons: fonética e fonologia. A fonética fornece maneiras objetivas de descrever e analisar a gama de sons que os seres humanos usam em suas línguas. Mais especificamente, fonética articulatória identifica com precisão quais órgãos e músculos estão envolvidos na produção dos diferentes sons das línguas do mundo. Esses sons são então transmitidos a partir do falante para o ouvinte e, dessa forma, a fonética articulatória foca na parte física da fala, uma vez que ela se desloca através do ar sob a forma de ondas sonoras, e no efeito que essas ondas causam nos ouvidos e no cérebro do ouvinte. Logo, a fonética tem fortes associações com a anatomia, fisiologia, física e neurologia.(MCMAHON, April, 2002, p. 1)3 O professor de língua inglesa que está disposto a trabalhar pronúncia com seus alunos precisa ter domínio dessas informações para que seu trabalho torne-se efetivo. A partir do momento em que se compreende a fisiologia da fala, passa-se a compreender as causas das principais dificuldades dos alunos, propiciando formas de trabalhar o problema adequadamente. 2.1.1 O APARELHO FONADOR Não há nenhum órgão que seja específico para produzir os sons da fala, pois utilizamos os que têm como função comer, mastigar, engolir, respirar, cheirar. Porém qualquer um desses órgãos que contribuam para a produção e articulação da fala, fazem parte do aparelho fonador. Podem ser divididos em três grupos: sistema articulatório, sistema fonatório e sistema respiratório. Tradução feita pela autora. “There are two subdisciplines in linguistics which deal with sound, namely phonetics and phonology, and to fulfil the aim of this book, which is to provide an outline of the sounds of various English accents and how those sounds combine and pattern together, we will need aspects of both. Phonetics provides objective ways of describing and analysing the range of sounds humans use in their languages. More specifically, articulatory phonetics identifies precisely which speech organs and muscles are involved in producing the different sounds of the world’s languages. Those sounds are then transmitted from the speaker to the hearer, and acoustic and auditory phonetics focus on the physics of speech as it travels through the air in the form of sound waves, and the effect those waves have on a hearer’s ears and brain. It follows that phonetics has strong associations with anatomy, physiology, physics and neurology.”
  • 18. 17 Figura 1: Aparelho fonador Fonte: Internet - http://www.barcode.ro/tutorials/biometrics/voice.html O sistema respiratório, como o nome já diz, é responsável pela respiração e nele encontram-se os pulmões, músculos pulmonares, tubos brônquios e traqueia. O sistema fonatório é constituído pela laringe, na qual se encontram as pregas vocais. Esse sistema é responsável por não deixar corpos estranhos entrarem no sistema respiratório. O sistema articulatório é formado por faringe, língua, dentes, nariz e lábios e têm como função morder, mastigar, engolir, cheirar. Esses sistemas, portanto, formam o aparelho fonador e possuem a função fisiológica de produzir sons. Levando em conta as características fisiológicas do aparelho fonador, afirmamos que há um número limitado de possibilidades sonoras nas línguas. Isso se deve ao fato de que certas articulações não são possíveis, como tocar o nariz com os lábios. Algumas articulações são mais ou menos recorrentes em cada língua. Os articuladores podem ser divididos em dois grupos: ativos e passivos. Como articuladores ativos (AA) temos lábio inferior, língua, dentes inferiores e véu palatino; como articuladores passivos (AP) encontramos o lábio superior, dentes superiores, alvéolo, palato duro e palato mole. Dessa forma, o ponto de articulação é definido como: • Bilabial: lábio inferior (AA) + lábio superior (AP)
  • 19. 18 • Labiodental: lábio inferior (AA) + dentes superiores (AP) • Dental: lâmina da língua (AA) + dentes superiores (AP) • Alveolar: lâmina da língua (AA) + alvéolos (AP) • Alveopalatal: parte anterior da língua (AA) + parte média do palato duro (AP) • Palatal: parte média da língua (AA) + final do palato duro (AP) • Velar: parte posterior da língua (AA) + véu palatino ou palato mole (AP) • Glotal: Glote (AA/AP) O modo de articulação tem relação ao tipo de obstrução de ar que ocorre ao se produzir um som. Os articuladores têm a função de obstruir a corrente de ar. Ao analisarmos, podemos identificar as seguintes categorias: • Oclusiva: Há uma obstrução completa da corrente de ar que passa pela boca. O ar sai dos pulmões em direção à boca, o que as caracteriza como consoantes orais; • Nasal: Há uma obstrução completa da corrente de ar que passa pela boca. O ar sai dos pulmões em direção à boca e a cavidade nasal, porém o véu palatino encaminha o ar diretamente para a cavidade nasal, caracterizando essas consoantes como nasais; • Fricativa: A obstrução da corrente de ar, neste caso, é parcial. Isso ocorre por causa da fricção produzida pelos articuladores; • Africada: Inicialmente ocorre a obstrução completa da corrente de ar e, em seguida, uma fricção como no caso das fricativas. São consoantes orais; • Laterais: Há um encontro entre articulador passivo e ativo, a corrente de ar é obstruída no centro do aparelho vocal, e o ar sai pelas laterais dessa obstrução. 2.1.2 SEGMENTOS VOCÁLICOS Já observamos alguns pontos sobre a produção dos sons da fala. Esses sons são descritos como vogais e consoantes, presentes em todas as línguas. Podemos compreendê-los como segmentos consonantais quando há obstrução de ar completa ou parcial; e como segmentos vocálicos, quando não há obstrução ou fricção da corrente de ar. O que é levado em consideração nesse caso é a posição da língua, ou para alguns autores, da boca, que pode ser
  • 20. 19 referente à altura (alta, média-alta, média-baixa, baixa); a anterioridade da língua (anterior, central e posterior); e o arredondamento, ou não, dos lábios. 2.1.3 TRANSCRIÇÃO FONÉTICA Crystal (2008) descreve o termo transcrição como um método de transcrever os sons da fala de forma sistemática e consistente, havendo dois tipos principais de transcrição: a fonética e a fonêmica. A transcrição fonética é representada entre colchetes, e a fonêmica, entre barras. O IPA (International Phonetic Alphabet) contém todas as possibilidades sonoras em forma de símbolos fonéticos, chamados fones. É relevante ressaltar que, mesmo estando ali presentes sons existentes em todas as línguas, não existe uma língua em que estejam presentes todos esses sons. A transcrição fonética difere-se da fonêmica por ser mais ampla e conter mais detalhes. Temos como exemplo a palavra ‘about’, que pode ser representada pelas formas [bout] (Fonética) e /bt/ (Fonêmica): A transcrição fonêmica parece a mais simples das duas. Como neste exemplo, somente as unidades em que há diferenças de significado serão representadas, /pin/, /pen/, /pæn/. Em uma transcrição fonética, por outro lado, o objetivo não é o de avaliar o significado funcional dos sons no contexto da linguagem, mas identificar os sons como tais. (CRYSTAL, David, 2008, p. 490) A partir dessas informações, podemos afirmar que todo ser humano que não possua nenhuma deficiência em seu aparelho fonador possui a faculdade da produção de todos os sons em qualquer língua. Entretanto, durante sua formação, seu aparelho vocal será adaptado para produzir os sons de sua língua materna, e por essa razão muitos aprendizes têm grande dificuldade de identificar e produzir sons que não façam parte do inventário sonoro a que está habituado. A percepção de novos sons, consonantais e vocálicos, exige do aluno habilidades que podem ser facilitadas pelo professor. Sem essa instrução, as dificuldades do aprendiz se tornam maiores, o que causa falta de motivação e até mesmo a desistência de aprimorar seus conhecimentos. 2.2 FONOLOGIA Diferentemente da fonética, que é voltada para os aspectos físicos da fala, a fonologia tem como objetivo estudar os sons quanto a sua funcionalidade dentro da língua. Cada língua possui um padrão sonoro, com seus próprios fonemas e alofones, de modo que é impossível
  • 21. 20 encontrarmos duas línguas com um mesmo inventário sonoro. É o que acontece quando comparamos a língua portuguesa com a língua inglesa, determinados sons que estão presentes no inventário sonoro de uma, não estão no da outra. Segundo MCMAHON (2002, p.1), é do domínio da fonologia quando nos voltamos para as características do sistema sonoro de uma língua específica. Esse sistema é responsável por dar identidade a essa língua, o que a faz diferente das outras. É de seu interesse o que um indivíduo precisa saber para tornar-se falante de sua língua materna. Roach (1998, p. 43) observa que estamos tratando de fonologia quando falamos de como os fonemas funcionam dentro da linguagem e como se relacionam com os outros fonemas da língua, podemos dizer que estamos voltados para a parte abstrata da língua, e somente estudando fonética e fonologia é possível compreender de forma mais completa, o uso dos sons na língua inglesa. De acordo com Steinberg (1995) A fonêmica tem por escopo, usando um corpus fonético, chegar às unidades distintivas, aos menores segmentos marcadores de significado. Essas menores unidades marcadoras de significado são os fonemas. Daí uma das definições de fonema: menor unidade distintiva do sistema sonora de uma língua. Por outro lado, o fonema é uma abstração, pois na realidade ele se constitui de várias realidades, isto é, nós pronunciamos um fonema de diversas maneiras, dependendo de seu contexto fonológico. Donde uma outra definição mais elaborada: um fonema é um grupo de fones ou sons foneticamente semelhantes e em distribuição complementar. (STEINBERG, 1995, p. 8) A fonologia compreende que a língua é formada por segmentos consonantais e vocálicos organizados de acordo com suas possibilidades silábicas. Um falante nativo de língua portuguesa identifica uma palavra como “mocapo” como sendo de possível existência no seu idioma, pois a estrutura silábica dessa palavra combina com a da sua língua materna. Porém se apresentarmos uma palavra como “fith”, essa identificação não ocorrerá, pois não faz parte da língua portuguesa uma palavra com terminação em “th”. Os estudos fonológicos têm como um de seus objetivos a transcrição da linguagem oral em escrita, levando em conta aspectos como ambientes modificadores de determinados segmentos. Há casos em que um som vizinho, tanto precedente quanto seguinte, influencia na pronúncia de um segmento, denominamos esse fenômeno como assimilação. No caso do português, muitas vezes nem percebemos que isso acontece, como a diferença de pronúncia do s em “escola” e “esgoto”, quando o que influencia na alteração de pronúncia é o fato de o som precedente ser desvozeado ou vozeado. Para um aprendiz de língua inglesa, não será tão simples identificar esse tipo de alteração na língua alvo.
  • 22. 21 2.2.1 FONEMA Fonema é a unidade mínima dos estudos em fonologia, são unidades distintivas presentes nas línguas. Se no Alfabeto Fonético Internacional encontramos os sons de todas as línguas, os fones; no alfabeto fonético de cada língua encontramos os sons presentes apenas nessa língua, ou seja, seus fonemas. De uma forma simples, se temos o fonema /d/ em die (morrer), e o substituímos por /t/, logo temos a palavra tie (gravata), assim percebemos a distinção, nesse caso /d/ e /t/ são encontram-se em oposição e constituem um par mínimo por possuírem uma cadeia sonora idêntica com significados diferentes.
  • 23. 22 3 INTERFERÊNCIAS Ao sugerirmos uma metodologia de ensino de pronúncia, precisamos antes levar em consideração o problema das interferências da língua materna, no nosso caso língua portuguesa, no aprendizado na língua inglesa. Crystal (2008, p.249) compreende interferência como um termo usado em sociolinguística e aprendizagem de línguas estrangeiras para se referir aos erros que um falante introduz em uma língua como um resultado de contato com outra língua. Sabemos que cada língua possui suas particularidades e nunca encontraremos os mesmos padrões em duas línguas, pois o que determina essa separação entre uma língua e outra é exatamente a distinção existente entre elas. Ao aprender uma língua estrangeira, um falante de qualquer língua sempre irá utilizar como base a estrutura de sua língua, ou seja, sua morfologia, sintaxe, fonologia e entonação. Aqui estamos voltados para as interferências a nível fonológico, que são inclusive as mais comuns. Cometer erros é um processo natural, e significa que o aluno está se desenvolvendo no aprendizado da língua-alvo. O professor está presente durante o aprendizado para orientá-lo e fazê-lo reconhecer seus erros, e deve ter um bom domínio da língua que ensina, para que o aluno possa se espelhar nessa referência, assim como uma criança ao aprender a falar tem como referência os seus pais. Durante a aquisição da linguagem, a audição desempenha um papel importante, pois para produzir um novo som, é necessário percebê-lo primeiro. Porém há diferenças entre a aquisição da primeira e da segunda língua. Uma criança aprende a primeira língua rapidamente, enquanto um adulto, por ter seu sistema fonológico já formado, possui mais dificuldades nesse processo. Não existe fórmula mágica para ensinar os alunos a ouvir sons e reconhecer contrastes com os quais ainda não tenham se deparado mas, em geral, mostrar-lhes repetidas vezes os sons problemáticos dentro de contextos em que o significado esteja claro a partir de indicações não auditivas tem grandes chances de êxito, embora haja os que jamais distinguirão precisamente a diferença entre certos pares de sons, especialmente se forem de mais idade e que, até então, tenham sido monolíngues. (POEDJOSOEDARMO, Glória, 2004, p. 43-44) Como já foi mencionado, os aprendizes brasileiros de língua inglesa têm noção apenas do inventário de fonemas da língua portuguesa, e por não terem intimidade com a língua-alvo, normalmente utilizam os sons da primeira, na segunda língua. Sabemos que isso não ocorre propositalmente, mas porque o aprendiz não possui o conhecimento adequado e necessita da instrução do professor. Portanto, se o aluno pronuncia determinados sons incorretamente por
  • 24. 23 causa da proximidade sonora, ou não consegue pronunciar porque os sons não existem em sua língua, somente o professor poderá identificar e guiar o aluno a superar tais dificuldades. Uma das teorias mais duradouras na área da fonética foi a Análise Contrastiva, que ao comparar duas línguas, considera que a língua materna do aluno tem influência direta na aquisição da segunda língua gerando uma interferência, que pode ser considerada negativa. Na análise contrastiva, pode-se identificar os sons que causam mais problemas de pronúncia, e até mesmo prever os erros mais comuns, para que se possa encontrar meios de solucioná-los através de metodologias específicas. A seguir, apontaremos alguns dos principais problemas que os alunos encontram durante a aprendizagem e que, se não forem trabalhados corretamente, podem persistir por toda a vida sem que o próprio aluno tenha consciência de que há algo errado. Começaremos pelos traços que são particulares à língua: • Os fonemas /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/, /f/, /v/ e // quando ocorrem no final de uma palavra da língua inglesa, quase sempre são pronunciados com uma vogal de apoio pelos falantes de língua portuguesa, já que no nosso idioma esses fonemas não são encontrados no final de palavras. Por exemplo: map /mæp/, crib /krb/, fat /fæt/, mad /mæd/, laugh /læf/, drive /draiv/ e wash /w/ são frequentemente pronunciadas como /mæpi/, /krbi/, /fæti/, /mædi/, /læfi/, /draivi/ e /wi/. Nesses casos pode haver um problema de comunicação, mas não alteração de significado; • Também encontramos problemas quanto à pronúncia do /s/ em plurais, verbos conjugados na 3ª pessoa do singular e no possessive case, pois diferentemente do português em que o s no final de palavras é pronunciado sempre com som de /s/, no inglês a pronúncia varia entre /s/, /z/ e /z/. Para palavras com final em /p/, /t/, /k/, /f/ e // antes do acréscimo do s, a pronúncia do s após o acréscimo será de /s/; nos casos em que a terminação é em /b/, /d/, /g/, /ð/, /m/, /n/, //, /l/, /r/ ou em qualquer segmento vocálico, a pronúncia do s será /z/; e quando as palavras terminam em /s/, /z/, //, //, /t/, e /d/, a pronúncia do s será de /z/. Vejamos alguns exemplos: clocks /klks/, lets /lets/, Jake’s /eks/ bags /bægz/, drives /dravz/, Meg’s /megz/
  • 25. 24 churches / r z/, watches /w z/, George’s /rz/; • No passado dos verbos regulares da língua inglesa, em que acrescentamos -ed à forma infinitiva do verbo, a pronúncia desse acréscimo varia entre /d/, /t/ e /d/. A regra é a seguinte: em verbos terminados em fonemas desvozeados /p/, /k/, /f/, // e /s/, após o acréscimo do -ed sua pronúncia será /t/, como em walked /w:kt/; em verbos no infinitivo terminados em fonemas vozeados /b/, /g/, /v/, // e /z/ ou segmentos vocálicos, a pronúncia do -ed será /d/, como em lived /lvd/; e por fim, quando -ed for acrescentado a verbos terminados nos fonemas /t/ e /d/, sua pronúncia será /d/, como em want /wntd/ e need /ni:dd/. Outra causa de interferências na pronúncia é a alofonia, ou seja, variações fonéticas de um mesmo fonema: • Na língua portuguesa, exemplos de alofonia são [t] e [t] para o /t/ e [d] e [d] para o /d/. Também existem alofonias no inglês. Um exemplo que causa bastante confusão é a pronúncia do l. Como no português a única pronúncia que temos para o l é /l/, normalmente não sabemos diferenciar as três formas existentes na língua inglesa, que são [l] como em late /let/, [
  • 26. ] em feel /fi:
  • 27. / e [l] seguido de consoante, como em cold /k ld/. O que também pode ser um fator de interferência é a proximidade fonética: • Sons como // e /ð/ não são encontrados na língua portuguesa, o que leva os aprendizes da língua inglesa a utilizarem os fonemas de sua língua mais próximos a esses. No caso /t/, /f/ e /s/ para o // e /d/, /v/ e /z/ para o /ð/. Essa troca pode ser problemática pois causa alterações de significado, como pronunciar think /nk/ (pensar) como sink /snk/ (afundar); Essas interferências não são as únicas que podem ocorrer, mas são as mais comuns durante o aprendizado da língua inglesa. Por isso é importante que, ainda durante a graduação, os estudantes que pretendem seguir carreira como professores de inglês se apropriem dos conhecimentos fonético-fonológicos, de modo que possam adaptar metodologias para as
  • 28. 25 dificuldades específicas de seus alunos, pois mesmo que haja esse tipo de problema, os alunos estão aptos a adquirir a habilidade de produzir novos sons, ou mesmo sons similares aos que já conhecem. Como observa Pennington (2007) Seja qual for a fonte, o fato de que a variação faz parte da experiência de linguagem dos aprendizes significa que eles podem lidar com novas formas quando são expostos a elas, e vão tentar conectá-las a algo que eles já conhecem. Como a aquisição de novas variantes (alofones de fonemas já existentes ou novos fonemas) na sua língua materna, a aquisição dos novos fones e categorias sonoras de uma segunda língua prossegue de forma gradual com base nas que já adquiriu. (PENNINGTON, Martha, 2007, p. 15)4 O professor precisa ter consciência das possibilidades de interferências para que não pensem que o problema está no comprometimento do aluno, pois muitas vezes, mesmo tentando pronunciar corretamente determinados sons, esse aluno não terá sucesso imediato por seu aparelho fonador não estar habituado a produzir determinados sons. Poderão, inclusive, surgir outros tipos de interferência além dos que foram apresentados nos exemplos anteriores, e o próprio professor pode analisar os fatores que causam o problema. Mesmo uma turma em que todos os alunos sejam brasileiros, pode haver diferentes problemas de pronúncia, pois a variação de sotaques de cada região do país é bastante ampla. Haverá pronúncias diferentes durante o aprendizado de língua inglesa entre alunos do centro-oeste, nordeste e sul, por exemplo. Alunos do centro-oeste, ou interior de São Paulo e Minas Gerais já estão familiarizados com o r retroflexo /r/, portanto nas outras regiões é mais provável que haja dificuldades ao produzir esse som; já em outras regiões, principalmente no nordeste, como o /t/ e o /d/ assumem apenas as formas [t] e [d], poderá haver dificuldades com as africadas /t/ e /d/, entre outras possibilidades. 3.1 SUGESTÃO DE METODOLOGIA PARA CORREÇÃO DE PRONÚNCIA Após observamos os problemas de pronúncia mais comuns, já podemos pensar maneiras de corrigi-los adequadamente. Não podemos simplesmente dizer ao aluno que ele está errado sem dar a ele uma base em que possa se fundamentar. Steinberg (1995) apresenta um método Tradução feita pela autora. “Whatever the source, the fact that variation is part of learners’ experience of language means that they can handle new forms when they are exposed to them, and will try to connect them to something they already know. Like acquisition of new variants (allophones of existing phonemes or new phonemes) in one’s mother tongue, the acquisition of the new phones and sound categories of an L2 proceeds gradually on the basis of those already acquired.”
  • 29. 26 para solucionar problemas causados por pontos de articulação muito próximos. É um método interessante para que professores possam deixar mais claras as situações em que uma pronúncia incorreta pode mudar o significado de uma palavra, gerando até mesmo constrangimentos em algumas situações. Utilizaremos aqui alguns exemplos5 que podem ser úteis para corrigir os problemas que foram expostos anteriormente. • Em fonemas consonantais em final de palavras, ao acrescentar-se uma vogal de apoio às palavras da primeira coluna, ocorrerá uma alteração de significado, representada na segunda coluna: brand /brænd/ (marca) brandy /brændi/ (conhaque) cook /k k/ (cozinheiro) cookie /k ki/ (bolacha) dirt /d rt/ (terra) dirty /d rti/ (sujo) monk /mk/ (monge) monkey /mki/ (macaco) red /red/ (vermelho) ready /redi/ (pronto) stud /std/ (tacha, prego) study /stdi/ (estúdio, estudo) tide /tad/ (maré) tidy /tadi/ (arrumado) fort /frt/ (forte) forty /frti/ (quarenta) • É difícil para os alunos reconhecerem a alofonia em outra língua. Vejamos os exemplos das diferentes formas de produção da consoante l e as alterações de significado quando pronunciadas incorretamente:
  • 30. 27 /
  • 31. / /o / role /ro
  • 32. / (papel, referente ao teatro) row /ro / (fileira) foal /fo
  • 33. / (potrinho) foe /fo / (inimigo) hole /ho
  • 34. / (buraco) hoe /ho / (enxada) nill /n
  • 35. / (zero) new /nju/ (novo) chill / t
  • 36. / (esfriar) chew / tju/ (mastigar) kill /k
  • 37. / (matança) cue /kju/ (deixa) /l/ seguido de consoante /o / bolt /bo lt/ (ferrolho) boat /bo t/ (barco) hold /ho ld/ (ato de aprisionar) hole /ho
  • 38. / (buraco) gold /go ld/ (ouro) goad /go d/ (sofrimento) • Já apontamos a proximidade fonética como outro ponto de difícil reconhecimento dos sons, o que também causa confusão durante o aprendizado da pronúncia. Ao trocarmos o fonema // por /s/, /t/ ou /f/, podemos encontrar as seguintes alterações de significado: // /s/ thick /k/ (gordo, grosso) sick /sk/ (doente) theme /im/ (tema) seam /sim/ (costura) thong // (correia) song /s/ (canção)
  • 39. 28 // /t/ thighs /az/ (coxas) ties /taz/ (gravatas) thicket /kt/ (moita) ticket /tkt/ (bilhete) faith /fe/ (fé) fate /fet/ (destino) // /f/ three /ri/ (três) free /fri/ (livre) threat /ret/ (ameaça) fret /fret/ (irritação) thought /t/ (lutar) fought /ft/ (pensar) • Da mesma forma, ao substituirmos /ð/ por /z/, /d/ ou /v/, temos as seguintes alterações: /ð/ /z/ lithe /laið/ (ágil) lies /laiz/ (mentiras) clothe /klo ð/ (vestir) close /klo z/ (fechar) then /ðe/ (então) zen /ze/ (zen) /ð/ /d/ worthy/w rði/ (digno de) wordy /w rdi/ (prolixo) though/ðo / (contudo) dough /do / (massa culinária) /ð/ /v/
  • 40. 29 loathe /lo ð/ (odiar) load /lo d/ (por carga em) lithe /laið/ (ágil) live /laiv/ (ao vivo) Esses exemplos, portanto, podem ser apresentados aos alunos dessa mesma maneira, em colunas, dando ênfase nas distinções de pronúncia e significado entre as palavras e, lembrando que em alguns casos o contexto pode esclarecer qualquer confusão, mas em outros isso pode não ocorrer. O professor deve pronunciar as palavras alta e claramente, para que os alunos possam utilizar a audição como forma de reconhecimento dos fonemas e, em seguida, pedi-los para repetir os pares em voz alta. Se houver a possibilidade de realizar o exercício individualmente, será ainda mais produtivo pois, desse modo, o professor pode fazer as devidas correções e dar as instruções mais pertinentes para cada aluno. 3.1.2 FOSSILIZAÇÃO Abordamos anteriormente alguns problemas presentes no aprendizado de língua inglesa por falantes de língua portuguesa. Essas dificuldades, como já mencionamos, são mais comuns nos primeiros anos em contato com a segunda língua e podem persistir se não forem corrigidos. Em um dado momento, mesmo falantes fluentes na língua inglesa podem adquirir erros na produção que se tornam irreversíveis. Quando o problema se torna recorrente, e mesmo com diversas práticas de correção não é solucionado, o chamamos de fossilização. Essa condição é particular ao aprendizado de uma segunda língua, pois não existem registros de sua existência na aquisição da língua materna, e é mais comum em adultos, até porque para se considerar de fato fossilização, o erro deve ser recorrente há mais de cinco anos. Dessa forma, observamos que o que está em questão não é apenas o fato de falante cometer erros, mas sim por esses erros tornarem-se arraigados, não havendo melhora mesmo em contato frequente com falantes nativos e proficiência na língua. David Crystal define fossilização como ...a estabilização de um nível de realização no uso de uma forma linguística que fica aquém das normas da língua-alvo. Nenhuma outra aprendizagem ocorre, e a forma se torna um erro fossilizado no uso do aluno, parte da interlíngua do aprendiz. (CRYSTAL, David, 2006 p. 197) 6 6 Tradução feita pela autora. “…the stabilization of a level of achievement in the use of a linguistic form which falls short of the norms of the target language. No further learning takes place, and the form becomes a fossilized error in the usage of the learner, part of the learner’s interlanguage.”
  • 41. 30 O termo interlíngua se refere a uma condição intermediária entre a língua materna e a segunda língua do aprendiz, em que o mesmo utiliza regras de ambas as línguas para construir uma espécie de transição entre elas. Os estudos relacionados a esse tema ainda são muito fragmentados. Como afirma Han ...para determinado pesquisador, a fossilização está associada com a aprendizagem lenta, enquanto para outro, está ligada a erros habituais. Logo, em um caso, a fossilização é um fenômeno empírico, mas em outro, serve como explicação para outros fenômenos de aprendizagem. (HAN, ZhaoHong, 2004, p. 4)7 Ainda não podemos afirmar que exista uma causa específica para a manifestação da fossilização, mas podemos pensar fatores como a influência da idade como uma dessas causas, pois como já sabemos existe uma diferença na forma como adultos e crianças adquirem uma segunda língua. Entretanto, aspectos como personalidade e motivação também podem ser levados em conta, apesar de serem tópicos subjetivos e exigirem mais estudos na área. 7 Tradução feita pela autora. “…by one researcher fossilization is associated with slow learning, but by another, it is connected to habitual errors. Then, in one case, fossilization is an empirical phenomenon, but in another, it serves as explanation for other learning phenomena.”
  • 42. 31 4 RELATO E ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO Neste capítulo apresentaremos uma análise a respeito dos dados coletados no questionário aplicado à turma do 5º período de Letras realizado no período letivo 2014/1. Com este questionário buscamos avaliar a compreensão dos alunos quanto a noção do ensino de pronúncia e sua importância, bem como a da disciplina de fonética e fonologia da língua inglesa. No total, 30 alunos participaram da pesquisa. Através desta análise, também pudemos observar quais aspectos os estudantes consideram mais relevantes ao aprender um novo idioma e suas principais dificuldades, o que pode nos indicar possíveis razões de muitos saírem da universidade despreparados para assumir uma turma de língua inglesa. O questionário foi aplicado em 12 de maio de 2014, às 20h30 horas. Os alunos estavam em horário de aula, portanto foi cedido o início da aula para a realização da pesquisa. Aguardei alguns minutos até os alunos se acomodarem, e em seguida a professora explicou o motivo de minha presença. Primeiramente me apresentei e falei sobre o meu trabalho e a importância daquela pesquisa para a conclusão do mesmo. Entreguei a cada aluno um questionário e, em seguida, expliquei detalhadamente as questões a que deveriam responder, procurando sanar eventuais dúvidas. Alguns alunos chegaram após as explicações, mas da mesma forma entreguei o questionário e expliquei individualmente de forma sucinta o que deveria ser feito. À medida que os estudantes finalizavam, eu recolhia o questionário, e assim procedeu até todos finalizarem. Às 21h10 agradeci à professora e aos alunos pela contribuição e me retirei para que pudessem dar continuidade à aula. O questionário a que os alunos responderam contém duas páginas constituídas por dez questões e é referente ao grau de importância das habilidades na aprendizagem de língua inglesa; considerações sobre pronúncia e como sua deficiência pode prejudicar a comunicação; principais dificuldades de aprendizagem e como seu conhecimento pode influenciar seus futuros alunos. A princípio os estudantes foram convidados a enumerar de mais para menos importante algumas habilidades necessárias ao estudarmos língua inglesa, de forma bem objetiva. Vale salientar que muitos alunos tiveram problemas de compreensão quanto a essa questão. Quando pedimos que enumerassem de mais para menos importante (1 a 6), alguns repetiram números, selecionando várias habilidades com o mesmo grau de importância. Porém explicamos uma segunda vez para que corrigissem, assim coletamos os seguintes dados: dos 30 alunos, 37%
  • 43. 32 classificam a pronúncia como uma habilidade muito importante, 33% consideram essa habilidade como sendo de média importância, e os outros 30% acreditam que a pronúncia esteja entre as habilidades menos importantes no aprendizado. Nas questões relacionadas à pronúncia, a maioria dos alunos acredita que problemas na pronúncia podem afetar a boa comunicação, inclusive causando desentendimentos. Muitos, apesar de na primeira questão classificarem a pronúncia como menos importante, quando questionados subjetivamente, descreveram a pronúncia como tão importante quanto as outras habilidades no ensino de língua inglesa, novamente destacando que sem ela a comunicação pode ser prejudicada. Percebe-se que os alunos que já tiveram contato com a língua inglesa anteriormente, não receberam a orientação adequada em relação à pronúncia, esses alunos classificam o ensino de pronúncia na universidade como muito bom, enfatizando o preparo de seus professores de língua inglesa. Já os alunos que iniciaram seus estudos em língua inglesa na universidade, não consideram o ensino de pronúncia que tiveram, até o momento, suficiente. Muitos consideram a disciplina de fonética e fonologia da língua inglesa de difícil compreensão e demonstram o desejo de que houvesse mais tempo para estudá-la. As principais dificuldades citadas pelos estudantes são as seguintes: pronúncia das vogais; sons que não existem na língua portuguesa como e ð e palavras com grafias diferentes e mesmo som como em laugh e leaf. Em relação aos sons não existentes em língua portuguesa, os estudantes citaram apenas e ð, mesmo que estes não sejam os únicos sons da língua inglesa aos quais não estejam habituados, o que leva a crer que sons como o [
  • 44. ] final ou os sons /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/, /f/, /v/ e // finais não sejam considerados, de certa forma, tão relevantes quanto os sons consonantais mencionados por eles. Alguns alunos admitem que parte de suas dificuldades com pronúncia é devida a falta de empenho e motivação e não somente ao ensino recebido até então. Percebemos que quando os alunos estão nos primeiros anos de aprendizado da língua inglesa, naturalmente sentem mais dificuldade em aspectos gramaticais da língua, e que a pronúncia em vários casos é considerada uma das principais dificuldades desses estudantes. Os que já estudavam inglês antes de entrarem na universidade possuem, em geral, menos dificuldades, e afirmam que o ensino de pronúncia que recebem agora é superior ao de anteriormente. Esses alunos são minoria, pois a maior parte só teve contato com a língua inglesa no ensino regular, que geralmente é mais fraco e não tem o objetivo de ensinar o aluno a se comunicar. Já os alunos que tiveram o primeiro contato com a língua inglesa na universidade sentem mais dificuldades, e a maioria não considera que o ensino de pronúncia recebido até o
  • 45. 33 momento tenha sido suficiente. Após o contato com a disciplina de fonética e fonologia da língua inglesa os alunos passaram a dar um reconhecimento maior a habilidade da pronúncia e sua importância. Também houve um pequeno número de respostas em que percebemos alunos que não têm a intenção de seguir carreira como professores de inglês e não se identificam com a língua. Esses estudantes afirmam que possuem dificuldades com o inglês não somente em relação à pronúncia como também a outros aspectos linguísticos. Um estudo mais aprofundado poderia verificar se a falta de interesse em se tornarem professores de inglês é o que causa as dificuldades, ou se as dificuldades é que são a razão da desmotivação.
  • 46. 34 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Um número considerável de estudantes de cursos de Letras sai da universidade sem o conhecimento necessário para ensinar pronúncia nas aulas de língua inglesa. Após formados, e já atuando como profissionais, o problema persiste, pois não procuram aprimorar-se na área, geralmente por não pensarem essa prática como essencial para o aprendizado ou por mera insegurança. Professores que não estejam preparados para trabalhar pronúncia com seus alunos podem cometer erros como transmitir suas dificuldades para os aprendizes, que podem persistir nas formas inadequadas de pronuncia para a vida toda, se não forem corrigidos apropriadamente; ou esperar de seus alunos uma pronúncia livre de sotaques, quase que como um nativo de língua inglesa. Quanto a isso, verificamos que o mais importante é que a pronúncia do aprendiz seja inteligível, pois sotaques fazem parte da identidade dos falantes de determinadas regiões, mesmo entre falantes nativos. Assim, podemos afirmar que o domínio de fonética e fonologia possibilita ao professor entender a importância da boa comunicação; identificar que fatores como a inexistência de determinados sons na língua materna do aluno irá causar dificuldades de pronúncia de sons que encontramos apenas na língua-alvo; criar metodologias adequadas de correção, levando em consideração formas de facilitar a compreensão dos estudantes; e como trabalhar as próprias dificuldades enquanto professores ou futuros professores de língua inglesa. Através do questionário aplicado, pudemos notar que os alunos do curso de Letras, mesmo recebendo as devidas instruções sobre pronúncia ao cursarem a disciplina de fonética e fonologia, ainda possuem dificuldades que não podem ser superadas em um semestre, o que exige do aluno a busca pela formação na área além do que a Universidade oferece. Esperamos que este trabalho sirva de apoio, incentivo e, ao mesmo tempo, forneça subsídios a professores que desejarem aprimorar sua pronúncia na língua-alvo e adotar metodologias de ensino mais eficazes e adequadas ao ensino desse aspecto da língua inglesa, e que seus alunos possam se beneficiar desses conhecimentos, de modo que se tornem falantes bem sucedidos dessa língua. Reafirmamos, aqui, nossa crença de que a solução do problema suscitado pelo presente estudo passa, necessariamente, pela formação de professores de LE e que mudanças nesse processo levarão à ampliação da oferta de um ensino de qualidade.
  • 47. 35 6 REFERÊNCIAS ASSIS, Alessandra. O papel da fonologia na formação do professor de Inglês como língua estrangeira. Disponível em: http://www.eseba.ufu.br/arquivos/anais/trabalhos_Completos/Eixo_1/Alessandra_Mara_de_A ssis_O_papel_da_fonologia_na_formacao_do_professor_de_Ingles_como_lingua_estrangeira. pdf. Acesso em: 7 mar. 2014. BARREIRA, Sílvia. O desenvolvimento da compreensão oral por meio de instrução explícita sobre a fonologia do inglês em estágios iniciais da aprendizagem. 2008. 133f. Tese (Mestrado em Linguística aplicada) – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza. 2008. Disponível em: http://www.uece.br/posla/dmdocuments/silviareginachavesbarreira.pdf. Acesso em: 26 mai. 2014. BRAWERMAN-ALBINI, Andressa; KLUGE, Denise. Professores de inglês da rede pública paranaense e o ensino da pronúncia. Disponível em: http://www.dacex.ct.utfpr.edu.br/14%20Professores%20de%20ingl%C3%AAs%20da%20red e%20p%C3%BAblica%20paranaense.pdf. Acesso em: 7 mar. 2014. BRAWERMAN-ALBINI, Andressa; KLUGE, Denise. O desafio da pronúncia na formação de professores de inglês. In: ENCONTRO DO CELSUL- CIRCULO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS DO SUL, 9, 2010, Palhoça, SC. Anais... Palhoça: Universidade do Sul de Santa Catarina, 2010. Disponível em: http://www.celsul.org.br/Encontros/09/artigos/Andressa%20Brawerman.pdf. Acesso em: 7 mar. 2014. CALLOU, Dinah; LEITE Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990. CASTILHO, Fabíola. Questões de pronúncia em língua inglesa: fatores desencadeantes na percepção do sotaque do falante brasileiro de língua inglesa em relação à produção dos sons fricativos alveolares. Tese (Mestrado em Linguística aplicada) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2004. Disponível em: http://www.pucsp.br/liaac/teses/fabiola.pdf. Acesso em 16 mai. 2014. CELCE-MURCIA, M.; BRINTON, D. M.; GOODWIN, J. M. Teaching pronunciation: a reference for teachers of English to speakers of other languages. Cambridge: Cambridge University Press, 1996. COSTA, Charles Rodrigues. Vogal intrusiva: Um estudo Fonológico. 2009. 46 páginas. Monografia de Especialização em Língua Inglesa – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2009. Disponível em:
  • 48. 36 http://repositorio.ucb.br/jspui/bitstream/10869/740/2/Rodrigues%20_da_Costa.pdf. Acesso em 16 mai. 2014. CRISTÓFARO, THAIS . Fonética e Fonologia do Português: roteiro de estudos e guia de exercícios. São Paulo: Editora Contexto, 1999. CRYSTAL, David. A Dictionary of Linguistics and Phonetics. 6. ed. DAVIS, Alan; ELDER, Catherine. The Handbook of Applied Linguistics. Oxford: Blackwell Publishing, 2004. GUSSENHOVEN, Carlos; JACOBS, Haike. Understanding Phonology. 3. ed. London: Hodder Education, 2011. HAN, ZhaoHong. Fossilization in Adult Second Language Acquisition. Clevedon: Multilingual Matters Ltd, 2004. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=GeC2yKrKMIACprintsec=frontcoverdq=fossilizati onhl=pt-BRsa=Xei=i-qJU-PEBsXMsQSNpIHgCg ved=0CDAQ6AEwAA#v=onepageq=fossilizationf=false. Acesso em: 31 mai. 2014 HAYES, Bruce; KIRCHNER, Robert; STERIADE, Donca. Phonetically Based Phonology. New York: Cambridge University Press, 2004. HOLDEN, S.; ROGERS, M. O Ensino da Língua Inglesa. São Paulo: SBS, 2002. MCMAHON, April. An introduction to English phonology. Edinburgh: MPG Books, 2002. MACMILLAN Essencial Dictionary. Oxford: Macmillan Publishers Limited, 2003. MOITA LOPES, Luiz Paulo. Oficina de Linguistica Aplicada: a natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas: Mercados das Letras, 1996. PENNINGTON, Martha C. (Ed.) Phonology in context. New York: Palgrave Macmillan, 2007. PERCEGONA, Marcélia. A fossalização no processo de aquisição de segunda língua. 2005. 100 f. Tese (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 2005. Disponível em:
  • 49. 37 http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/Ingles/percegona.p df. Acesso em: 23 mai. 2014 POEDJOSOEDARMO, Gloria. O ensino da pronúncia: por quê, o quê, quando e como. São Paulo: SBS, 2004. ROACH, Peter. English Phonetics and Phonology: A Pratical Course. 2.ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1998. SANT’ANNA, Magali Rosa de. As interferências fonológicas no inglês como língua estrangeira para os falantes do português do Brasil. Disponível em: http://www.uninove.br/PDFs/Publicacoes/dialogia/dialogia_v2/dialogv2_magalirosa.pdf. Acesso em: 10 mar. 2014. SCHUTZ, Ricardo. A Importância da Pronúncia. Disponível em: http://www.sk.com.br/sk-pron. html. Acesso em: 20 mar. 2014. SOUZA, Maria. A fonética como importante componente comunicativo para o ensino de língua estrangeira. Revista Pro Língua, v.2, n.1, jan./jun. 2009, p. 33-43. Disponível em: http://www.biblionline.ufpb.br/ojs/index.php/prolingua/article/viewFile/13414/7614. Acesso em: 20 mar. 2014 STEINBERG, Martha. Pronúncia do inglês norte-americano. São Paulo: Ática, 1995. ZIMMER, Márcia; ALVES, Ubiratã. A produção de aspectos fonético-fonológicos da segunda língua: instrução explícita e conexionismo. Disponível em: http://tchenafon.ucpel.tche.br/artigos/producao.pdf. Acesso em 20 mar. 2014.
  • 50. 38 7 ANEXOS 7.1 QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS DE LETRAS PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE LETRAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ALUNA: SARAH FERNANDES PROFESSORA ORIENTADORA: Ms. MARIA DAS GRAÇAS MESQUITA QUESTIONÁRIO PARA ALUNOS DE LETRAS8 1. Identificação:___________________________________________________________ E-mail:________________________________________________________________ Que ano você está cursando?_______________________________________________ Qual língua você cursa?___________________________________________________ 2. Numere as habilidades abaixo de mais importante (1) para menos importante (6) na aprendizagem da língua inglesa, na sua opinião: ( ) leitura ( ) fala ( ) pronúncia ( ) escrita ( ) compreensão oral ( ) conhecimento de gramática 3. Você acredita que uma pronúncia deficiente possa prejudicar a comunicação? Como? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ 4. Você já cursou alguma matéria específica de pronúncia ou fonologia da língua inglesa no seu curso de graduação? Caso a resposta seja afirmativa, o que achou da experiência? Se negativa, esse tipo de matéria costuma ser ofertada? Caso tenha sido ofertada, por que não cursou? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _______________________________________________________ 5. Como você classifica o ensino de pronúncia que teve até os dias de hoje? Foi suficiente ou seus professores focaram pouco nesse assunto? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _______________________________________________________ Fonte: BRAWERMAN-ALBINI, Andressa; KLUGE, Denise. O desafio da pronúncia na formação de professores de inglês. In: Anais do IX Encontro do CELSUL, 2010, Palhoça.
  • 51. 39 6. Você tem dificuldades com a pronúncia da língua inglesa? Quais suas maiores dificuldades? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ __________________________________________________ 7. Você acredita que o ensino de pronúncia seja importante? Por quê? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _______________________________________________________ 8. Como futuro professor de inglês, como você destacaria a importância da SUA pronúncia na aprendizagem de seus futuros alunos? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _______________________________________________________ 9. Você acredita que o conhecimento de noções teóricas da fonologia da língua inglesa seja importante na sua formação de professor? Por quê? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ _______________________________________________________ 10. Você pretende ensinar pronúncia aos seus futuros alunos? ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ____________________________________________________________