Material construído para aula em pós-graduação de Psicanálise Clínica/ 2015.
Neste módulo é abordado a neurofisiologia do comportamento, o sistema motivacional e límbico, com o enfoque no estudo do estresse.
4. A mente sente, o corpo expressa: efeitos da
mente sobre o corpo
5. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
• Expressão das emoções através dos marcadores somáticos• Expressão das emoções através dos marcadores somáticos
• Relação com o Sistema de Motivação
• Controle da fisiologia básica do corpo, através da homeostase e da
resposta ao estresse. Ocorre interferência nos processos de adaptação,
cicatrização, imunidade, na presença de marcadores inflamatórios no corpo,
na modulação dos estímulos dolorosos e nas síndromes funcionais.
7. ASPECTO NEUROBIOLÓCO DAS
EMOÇÕES
O Sistema Límbico tem a função psíquica de avaliar
afetivamente as circunstâncias da vida, realizar a integração
do sistemas nervoso, endócrino e imunológico e organizar uma
reação adequada.
A descoberta das base biológicas das emoções não
ultrapassa os limites da racionalização em definir o que é a
emoção.
Circuito de Papez – 1º modelo sobre o circuito neural das
emoções, que inclui a inter-relação complexa das áreas
corticais e subcorticais.
15. AS EMOÇÕES E O BEM ESTAR
Emoções podem mudar a expressão de genes (metilação).
Estudo da universidade da Califórnia, publicado na PNAS, em
fevereiro de 2014, mostrou que pessoas felizes apresentam
menos mediadores inflamatórios (interleucina, prostaglandinamenos mediadores inflamatórios (interleucina, prostaglandina
e aminas) no corpo, em comparação aos depressivos, o que as
protege de doenças. Também relacionado a percepção da
dor.
Alterações no cortisol e em seus receptores, quando
prolongadas por muito tempo, são responsáveis por doenças
como diabetes e transtornos mentais.
16. INSULINA CEREBRAL
Anos 80 vários grupos de pesquisa localizaram o
hormônio e seu receptor no cérebro.
A insulina não só cruza a barreira hematoencefálica comoA insulina não só cruza a barreira hematoencefálica como
também é produzida, em níveis baixos, no próprio
cérebro.
Desempenha papel importante no aprendizado e na
memória. O aprendizado também aumenta os níveis de
insulina no cérebro e de seus receptores.
17. NOVAS PESQUISAS
Neurodegeneração
- O Alzheimer passa a ser conhecido como o “diabetes
tipo 3”. A insulina do cérebro está conectada à insulina
do resto do organismo pela barreira hematoencefálica.do resto do organismo pela barreira hematoencefálica.
- Alguns estudos apontam que a insulina controla a
produção e degradação da beta-amilóide.
19. SISTEMA NEURO-
HORMONAL
Mediador da resposta ao
estresse
Controle do cicloControle do ciclo
sono –vigília
Relacionado a doenças
psiquiátricas
20.
21.
22. COMPORTAMENTOS MOTIVADOS
Hipotálamo
Emoções primárias relacionadas às necessidades
imediatas e ancestrais, como:
alimentação (fome/saciedade), obtenção de águaalimentação (fome/saciedade), obtenção de água
(sede), sexo (através de associações com sistema
límbico e olfatório), fuga de um predador ou outra
ameaça (medo), defender os filhotes
(raiva/agressividade),etc. Comportamentos
motivados relacionado a sobrevivência
Campo da Psicofisiologia/ Relacionado a homeostase
23. HIPOTÁLAMO
COMPORTAMENTOS E EMOÇÕES QUE SE MANIFESTÃO POR
DOENÇAS FUNCIONAIS
Depressão atípica - Cortisol – Hiperfagia (carboidratos) e
hipersoniahipersonia
Depressão melancolica - Cortisol – Insônia e perda do
apetite
Hipotálamo e a Epigenética
- Síntese de proteína relacionada a herança genética e a
fatores ambientais. Fatores ambientais exercem o dobro de
influência nos quadros depressivos.
24. Conexões Hipotalâmicas
Centro de Recompensa e Prazer (Núcleo
Accumbens, Globo Pálido, Área septal)/Influências
dopaminérgicas
Circuito Neural da Raiva (Núcleos hipotalâmicos,
Área Tegmentar e Substância Cinzenta
Periaquedutal)
Circuito Neural do Medo (Amígdala, Tálamo, Lobo
Temporal)
29. SISTEMA MOTIVACIONAL
MANIFESTAÇÕES FISIOLÓGICAS (Respostas Viscerais):
- Especifico para cada tipo de emoção
- Condicionamento pessoal
Respostas Somáticas (comportamentais)
SNA E TRONCO
ENCEFÁLICO
Respostas Somáticas (comportamentais)
- Involuntárias
*reflexos incondicionados
*reflexos condicionados
- Voluntárias
SISTEMA
LIMBICO
CÓRTEX PRÉ-FRONTAL
E ÁREAS ASSOCIATIVAS
30. ANSIEDADE – PARADIGMA EVOLUCIONÁRIO
Quando a ansiedade vira um transtorno?
- Intensidade
- Duração
Comprometimento funcional- Comprometimento funcional
Estado x Traço
Sistema pró-inflamatório e de resposta inata surge
antes dos sinais somáticos da ansiedade.
31.
32. MARCADORES DA ANSIEDADEEstadoMental
• Tontura
• Desrealização
Abdome
• Dispnéia
• Sufocamento
Sist.Nervoso/Endócrino
• Diminui
feedback
para o eixo
EstadoMental
• Desrealização
• Desperso-
nalização
• Medo de
Enlouquecer
Tórax-Abdome
• Sufocamento
• Precordialgia
• Náusea
• Disfasia
Sist.Nervoso/Endócrino
para o eixo
HPA
• Aumenta
cortisol
plasmático e
urinário
• Redução
Hipocampal
33. ESTRESSE CRÔNICO NÃO CONTROLADO:
CORTISOLEMIA
Alterações funcionais e degenerações teciduais
Ação catabolica em predominância
Defasagem do ritmo vigília -sono (com predominância do
sono REM)sono REM)
Perda de massa muscular e supressão do crescimento
Degeneração ou atrofia do Timo
Supressão da reprodução
Imunossupressão e da reação inflamatória
Analgesia
Alteração da cognição
34. Diagnóstico Diferencial
Importância do trabalho multidisciplinar e
encaminhamento criterioso
Sintomas de ansiedade como sinais de doenças clinicas:
- CA produzindo catecolaminas
- Sintomas do Hipertireoidismo, sendo interpretados de uma
maneira mais dramática
- Outro exemplo é a esquizofrenia e as crises parciais
complexas com desrealização, já que esta afeta emoções
e pensamentos
38. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
(Visceral)
Fornece inervação para glândulas, vísceras, músculo
cardíaco e as fibras musculares lisas de todos os
órgãos.
É importante na mediação dos estados emocionais e
monitorização do meio interno, controlando a atividade
do sistema digestivo, endócrino, excretor e
cardiorrespiratório.
As emoções tem vias autônomas, sendo interpretadas
depois pelo córtex pré- frontal.
39. CENTROS INTEGRATIVOS DO SISTEMA
NERVOSO AUTÔNOMO
O centro superior de controle do SNA é o Hipotálamo,
que produz uma descarga maciça do sistema simpático-
adrenal e também da ação do parassimpático
O córtex cerebral é outro nível de controle supra-
segmentar de integração da função simpática e
parassimpática, bem como entre funções somáticas e
vegetativas.
40. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
(Visceral)
Sistema Nervoso Parassimpático
Sistema Nervoso Simpático
Sistema Nervoso Entérico
- gânglio celíaco e mesentérico
- neurônios dopaminérgicos são encontrados no
mesentério intestinal, assim como a substância P
41. SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO
Emerge de alguns pares de nervos
cranianos e da região sacral (S2 a
S4).
Restaurador da homeostase, agindo
na digestão, crescimento ena digestão, crescimento e
imunidade.
Reparo e conservação de energia,
preparando o organismo para o
repouso.
Poupador: bem estar a longo prazo,
quando em equilíbrio com o
simpático.
42. SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO (SNS)
Emerge a nível medular T1 a L2.
Atuação generalizada.
Relacionado as respostas do organismo
ao estresse, preparando o organismo
para ação e mobilizando os estoques
de energia para
emergências.Dispêndio de energia.
Libera substância antiinflamatórias e
opióides endógenos
43. SNS: SISTEMA DE HIPERVIGILÂNCIA
Estímulos ansiogênicos adaptados : 5% de
evolução do sistema com a cultura
Luta /Fuga
- Ataque de Pânico: Luta/Fuga sem estressor- Ataque de Pânico: Luta/Fuga sem estressor
- Congelamento (Imobilidade Tônica)
Centro Vasomotor – contração das arteríolas
da pele
Comportamento motivado (Exercício físico)
(Mithen, 2002)
49. SISTEMA ENDÓCRINO: REAÇÃO
SUSTENTADA AO ESTRESSE
Sistema Límbico Hipotálamo
Hipófise Córtex da Adrenal
Cortisol Tecidos Periféricos
Aumenta o metabolismo e disponibiliza
energia
Glicocorticóides
- Mobilização de energia;
- Inibe a liberação de citocinas (IL-1);
- Inibe certos elementos do sistema
complemento;
- Inibe a maturação de linfócitos
51. ADOECER: UM ESTADO ADAPTATIVO
Analgesia induzida pelo estresse: Encefalinas e
endorfinas
Proteínas produzidas pelo sistema imune:
catecolaminas proinflamatórias, relacionadas acatecolaminas proinflamatórias, relacionadas a
experiência de dor e a uma variedade de reações de
doença.
- Cansaço,
- diminuição da modulação inibitória da dor pelas vias
descendentes e pela medula e tronco encefálico (teoria
da comporta)
- Relacionada ao efeito placebo
53. SINDROME DE ADAPTÇÃO GERAL (H.
Seyle)
Síndrome da Fadiga Crônica;
Doenças auto-imunes, inclusive alérgicas, devido diminuição ou
esgotamento do Cortisol;
Maior risco a doenças infecciosas;
Síndromes Funcionais;
Dificuldade de cicatrização e presença de biomarcadores
inflamatórios, bem como mediadores algogênicos, que
participam da modulação periférica da dor.
54.
55. RELAÇÃO DO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO COM
PROCESSOS PATOLÓGICOS
Diminui resposta
adrenérgica
Diminuição resposta
adrenérgica e cortisol
56.
57. FRAGILIDADE
Síndrome Clínica caracterizada por diminuição de
reserva e pela resistência reduzida aos estressores,
resultando em declínio acumulativo nos sistemas
fisiológicos (principalmente neuroendócrino,
imunológico e musculoesquelético), causandoimunológico e musculoesquelético), causando
vulnerabilidade as condições adversas.
58. DESREGULAÇÃO NEUROENDÓCRINA
Redução de testosterona, estrogênio, hormônio
luteinizante DHEA.
Ativação do SNS, com aumento de glicocorticóides.Ativação do SNS, com aumento de glicocorticóides.
Redução de GHRH, GH e IGF-1
60. OS TRANSTORNOS MENTAIS
• Falta de marcadores biológicos.
• A doença, na contemporaneidade, passou a ser
vista como específica de uma determinada área
do corpo.do corpo.
• O papel dos psicotrópicos na “comercialização”
do sofrimento humano.
• A ordem social é transferida para a
responsabilidade individual.
61. No séc. XIX e XX a biologia passa a se ocupar de temas
que antes era restrito ao campo da filosofia.
As emoções e a relação da mente com o corpo (inclusive o
cérebro) passa a orientar o interesse da ciência peloscérebro) passa a orientar o interesse da ciência pelos
aspectos cognitivos e volitivos do comportamento.
O estudo dos circuitos cerebrais passam a validar o
discurso cientifico.
•
62. As áreas cerebrais relacionadas à memória, cognição
e as emoções irão gerar repostas fisiológicas
somáticas e viscerais, para que o organismo interaja
com o meio, mantendo sua homeostasia, através de
circuitos neurais e neurotransmissores.circuitos neurais e neurotransmissores.
A emoção e a cognição passam a serem estudadas
como um dos sistemas mentais, junto ao sistema
perceptivo, sistema motor entre outros.
Assim, o circuito cerebral que sustenta e produz os
estados emotivos são pesquisados e mapeados.
63. Neurociência Forense
Em um experimento (Aspinwall at col, 2012) juízes se
mostraram propensos a sentenciar ao acusado uma
pena reduzida, quando um transtorno mental foi
explicado em linguagem cientifica.
A IMPLICAÇÃO DO SUJEITO
Quando menos se acredita ser capaz de fazer
escolhas, menos força se tem para se abster de mentir,
trapacear e atender impulsos que não respeite o
outro.
Contribuição da Psicanálise: Capacidade de se fazer
as próprias escolhas e se haver com os resultados da
mesma.