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Introdução
Historicamente, a imunidade significa proteção contra doenças infecciosas. As células e moléculas
responsáveis pela imunidade constituem o sistema imune, e sua resposta coletiva e coordenada à introdução de
substâncias estranhas no organismo é chamada resposta imune.
A defesa contra os micróbios é mediada pelas reações iniciais da imunidade inata pelas respostas mais
tardias da imunidade adquirida.
Imunidade Inata (Linhas iniciais de defesa contra os micróbios)
Consiste de mecanismos que existem antes da infecção, que são capazes de rápidas respostas aos
micróbios e que reagem essencialmente do mesmo modo às infecções repetidas.
Componentes principais:Barreiras físicas e químicas, tais como os epitélios e as substâncias
antimicrobianas produzidas nas superfícies epiteliais; células fagocíticas e células matadoras naturais (natural
killer); proteínas do sangue incluindo os membros do sistema complemento e outros mediadores da inflamação; e
proteínas chamadas citocinas, que regulam e coordenam muitas das atividades das células da imunidade inata.
Imunidade Adquirida
Os mecanismos de defesa mais altamente evoluídos são estimulados pela exposição aos agentes
infecciosos e aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição sucessiva a um micróbio
particular. Pelo fato de que esta forma de imunidade desenvolve-se como uma resposta a infecção e se adapta a
ela, é designada imunidade adquirida.
As características que definem a imunidade adquirida são a grande especificidade para as distintas
macromoléculas e a capacidade de "lembrar" e responder mais vigorosamente as repetidas exposições ao mesmo
micróbio.
Os componentes da imunidade adquirida são os linfócitos e seus produtos. As substâncias estranhas que
induzem respostas específicas ou são alvos dessas respostas, são chamados antígenos.
Existem dois tipos de respostas imunes adquiridas, designadas imunidade humoral e imunidade mediada
por células,
Imunidade humoral é mediada por moléculas do sangue, chamadas anticorpos, que são produzidos
pelos linfócitos B.
Os anticorpos reconhecem especificamente os antígenos microbianos, neutralizam a infecciosidade dos
micróbios e marcam os micróbios para a eliminação pelos vários mecanismos efetores. É o principal mecanismo
de defesa contra os micróbios extracelulares e suas toxinas.
Imunidade mediada por célula é mediada por células chamadas linfócitos T; os microorganismos
intracelulares, tais como vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro dos fagócitos e de outras
células do hospedeiro, onde ficam inacessíveis aos anticorpos circulantes. A defesa contra essas infecções é uma
função da imunidade celular, que promove a destruição dos micróbios que residem nos fagócitos ou a lise das
células infectadas.
Células do sistema imune
A hematopoeiese é o processo de geração de células do sangue, incluindo eritrócitos, leucócitos e
plaquetas. Após o nascimento, essa função hematopoietica é exercida pela medula óssea, que contém as células
progenitoras comprometidas com todas as linhagens sanguineas. Células hematopoiéticas primordiais são
definidas como células que possuem a capacidade de se auto-renovar e também são pluripotentes, ou seja,
capazes de se diferenciar em várias linhagens ou tipos celulares. Na medula óssea, esta célula primordial, na
presença de células do estroma, matriz extracelular e sob a ação de diversos fatores de crescimento e citocinas,
irá originar dois grandes progenitores, que são o mielóide e o linfóide, os quais geram todas as células dos
sistema imune.
O progenitor mielóide dá origem aos eritrócitos, plaquetas, granulócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos),
mastócitos e os monócitos. O progenitor linfóide da origem a linfócitos T e B e células NK (natural killer).
Abaixo um esquema de como interagem citocinas e fatores de crescimento para a formaçao das células
sanguíneas:
Agora uma breve descrição sobre cada célula:
NEUTRÓFILOS
Os neutrófilos ou polimorfonucleares têm núcleos formados por dois a cinco
lóbulos (mais freqüentemente, três lobulos) ligados entre si por finas pontes de
cromatina. Constituem importante defesa celular contra a invasão de microorganismos.
Os neutrófilos no sangue circulante são esféricos e não fagocitam, mas se tornam
amebóides e fagocitários tão logo toquem um substrato sólido sobre o qual possam
emitir seus pseudópodos.
A bactéria invasora é rodeada por pseudópodos, que se fundem em torno dela. Assim, a bactéria
finalmente ocupa um vacúolo (fagossomo) delimitado por uma membrana derivada da superfície do neutrófilo.
Logo a seguir, os grânulos específicos situados nas proximidades fundem suas membranas com a dos
fagossomos e esvaziam seu conteúdo no interior destes. Em seguida os grânulos azurófilos (lisossomos)
descarregam suas enzimas no fagossomo, onde tem lugar a morte e digestão dos microorganismos. Bombas de
prótons localizadas na membrana do fagossomo acidificam o interior deste vacúolo. O pH ácido pode matar
bactérias e constitui ambiente adequado à atividade das hidrolases dos lissomos.
Durante a fagocitose há um aumento brusco e acentuado no consumo de oxigênio, devido a produção de
peróxido de hidrogênio (H2O2) e ânion (O2-), que é um radical livre, muito reativo, formado pela adição de um
elétron ao oxigênio. Os anions superóxido e o peróxido de hidrogênio, ambos oxidantes enérgicos, são
provavelmente os principais responsáveis pela morte das bactérias fagocitadas. Morto o microorganismo, as
enzimas lisossômicas promovem sua hidrólise em moléculas pquenas que se difundem para fora do vacúolo.
Como nem todas as bactérias são digeridas e nem todos os neutrófilos sobrevivem à ação bacteriana, pode
aparecer um líquido viscoso, geralmente amarelado, contendo bactérias, neutrófilos mortos, material semidigerido
e líquido extracelular, chamado pus.
EOSINÓFILOS
Os eosinófilos são muito menos numerosos do que os neutrófilos, constituindo
apenas 2-3% do total de leucócitos. Seu núcleo, em geral, é bilobulado. O citoplasma
do eosinófilos é quase inteiramente ocupado por grânulos específicos. O retículo
endoplasmático, as mitocôndrias e o aparelho de Golgi são pouco desenvolvidos.
Essas células fagocitam e eliminam complexos de antígenos com anticorpo que
aparecem em casos de alergia, como a asma brônquica. Observou-se
experimentalmente que o eosinófilo não fagocita antígeno (soroalbumina bovina) nem seu anticorpo
(gamaglobulina específica) isoladamente. Todavia, o eosinófilo fagocita o complexo desse antígeno com seu
anticorpo. Esses granulócitos são atraídos para as áreas de inflamação alérgica pela histamina, produzida
principalmente por basófilos e mastócitos. Há evidências de que os eosinófilos produzam moléculas que inativem
leucotrienos e histamina, assim modulando a inflamação.
Através de proteína básica e outras, os eosinófilos participam da defesa contra os parasitas, como, por
exemplo, o Schistosoma mansoni e oTrypanosoma cruzi. Tanto nas parasitoses como nos casos de alergia,
aumentam o número de eosinófilos no sangue (eosinofilia).
Os eosinófilos não são células especializadas para a fagocitose de microorganismos. Sua atividade
defensiva é realizada pela liberação do conteúdo de seus grânulos para o meio extracelular e pela fagocitose de
complexo antígeno-anticorpo.
Os corticoesteróides (hormônio da camada cortical da adrenal) induzem uma queda imediata na
concentração dos eosinófilos do sangue e nos locais de inflamação. Esses hormonios interferem na passagem
dos eosinófilos da medula óssea, onde são produzidos, para a corrente circulatória.
BASÓFILOS
Os basófilos têm núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular. A membrana
plasmática dos basófilos, como a dos mastócitos, possui receptores para a
imunoglobulina E (IgE). Eles liberam seus grânulos para o meio extracelular, sob a ação
dos mesmos estímulos que promovem a expulsão dos grânulos dos mastócitos. No
entanto, apesar das semelhanças, basófilos e mastócitos não são aspectos diferentes do mesmo tipo celular, pois
se originam de precursores diferentes.
LINFÓCITO T
Os linfócitos T são células que tem diversas funções no organismo, e todas são de
extrema importância para o sistema imune. O nome linfócito T derivada das células
serem dependentes do timo para o seu desenvolvimento, sendo então o T de Timo-
dependentes.
Funcionalmente os linfócitos são separados em linfócito T-helper, linfócito T-
citotóxico, linfócito T-supressor e linfócito T de memória. Cada um deles possui
receptores característicos (além do TCR que é padrão para as células T), que são identificáveis por técnicas
imunológicas e que tem funções específicas. Entretanto, todas as células T possuem os receptores TCR e o CD3.
O linfócito T-helper possui receptor CD4 na superfície, que tem a função de reconhecer macrófagos
ativados. É o principal alvo do vírus HIV. Esta célula é o mensageiro mais importante do sistema imune. Ele envia
mensagens de ataque para diversos leucócitos para realizar a guerra imunológica contra o agente agressor. O
linfócito T-helper é a célula que interage com os macrófagos, reconhecendo o epítopo que lhe é apresentado.A IL-
1 estimula a expansão clonal de linfócito T-helper monoclonais que vão secretar diversas interleucinas, sendo
portanto, dividido em LT helper 1 e LT helper 2. Esses subtipos de LT helper secretam interleucinas distintas, cada
uma com uma função específica.
Algumas funções principais dos linfócitos T-helper:
- estimulação do crescimento e proliferação de linfócito T-citotóxicos e supressoras contra o antígeno;
- estimulação do crescimento e diferenciação dos Linfócitos B em plasmócitos para produzir anticorpos contra o
antígeno;
- ativação dos macrófagos;
- auto estimulação (um linfócito T-helper pode estimular o crescimento da população de linfócito T- helpers.).
Linfócitos T supressores são linfócitos que tem a função de modular a resposta imune através da inibição
da mesma. Ainda não se conhece muito a respeito desta célula, mas sabe-se que ele age através da inativação
dos linfócitos T citotóxicos e helpers, limitando a ação deles no organismo numa reação imune. Sabe-se que o
linfócito T-helper ativa o linfócito T-supressor que vai controlar a atividade destes linfócito T- helpers, impedindo
que eles exerçam sua atividades excessivamente. Os linfócitos T-supressores também participam da chamada
tolerância imunológica, que é o mecanismo por qual o sistema imune usa para impedir que os leucócitos ataquem
as próprias células do organismo. Portanto se houver deficiência na produção ou ativação dos linfócitos T
supressores, poderá haver um ataque auto-imune ao organismo.
O linfócito T-citotóxico apresenta receptores TCR. Especializado para o reconhecimento de antígenos
associados ao complexo MHC-I na superfície de outras células. Produz perforinas e outras proteínas que matam
células estranhas, células infectadas por vírus e algumas células cancerosas.
O linfócito T de memória apresenta receptores TCR, e é uma célula preparada para responder mais
rapidamente e com maior intensidade, diante de nova exposição ao mesmo antígeno.
LINFÓCITOS B
Os linfócitos B são células que fazem parte de 5 a 15% dos linfócitos circulantes,
se originam na medula óssea e se desenvolvem nos órgãos linfóides. O nome linfócito
B é devido a sua origem na cloaca das aves na Bursa de Fabricius.
São células de núcleo grande e que possuem o retículo endoplasmático rugoso e
o complexo de Golgi extremamente desenvolvidos em seu citoplasma, e especialistas
em síntese de gamaglobulinas quando ativadas. Porém em repouso, estas organelas
não estão desenvolvidas.
Os linfócitos B têm como função própria, a produção de anticorpos contra um determinado agressor.
Anticorpos são proteínas denominadas de imunoglobulinas ou imunoglobulinas que exercem várias atividades de
acordo com o seu isotipo (IgG, IgM, IgA) Estes anticorpos realizam diversas funções como : opsoninas, ativadores
de complemento, neutralizadores de substâncias tóxicas, aglutinação, neutralização de bactérias, etc...
Os linfócitos B possuem como principal marcador de superfície a IgM monomérica, que participa do
complexo receptor de antígenos. Esta imunoglobulina entra em contato com o antígeno quando lhe é apresentado
diretamente ou indiretamente pelos macrófagos. A IgM se ligando ao epítopo, internaliza o complexo IgM-epítopo.
Este complexo realiza diversas modificações na célula, que tem a finalidade de induzi-la a produção de
imunoglobulinas.
Os linfócitos B em repouso não produzem imunoglobulinas, mas quando estimulados por interleucinas
(como a IL-4 e a IL-1) vão sofrer expansão clonal e se transformar numa célula ativa denominada de plasmócito.
Os plasmócitos possuem na sua ultra-estrutura, o REG e o complexo de Golgi desenvolvido, e o núcleo com
aspecto de roda de carroça. Secretam ativamente anticorpos específicos na resposta imune humoral (RIH).
CÉLULAS NK
Os linfócitos NK (Natural Killer) são células matadoras naturais, ou células
assassinas e fazem parte de 10-15% dos linfócitos do sangue. Elas lisam (destroem) a
células tumorais (estranhas) ou infectadas por vírus sem que estas expressem algum
antígeno ativador da resposta imune específica. Este tipo de resposta é chamada de
resposta imune inespecífica, pois não há reconhecimento de epítopos e nem formação
de células monoclonais específicas ou qualquer memória imunológica (que é sempre
específica).
Estas células costumam expressar receptores CD de superfície, não existindo nenhum marcador
específico para os NK. O marcador mais encontrado e usado atualmente para detectá-los é o CD16 ou o CD56.
As células NK também lisam células cobertas por IgG. Essa função é denominada de citotoxidade celular
dependente de anticorpo.
MACRÓFAGOS
Os macrófagos são células de altíssimo poder fagocitário.O interferon gama
produzido por linfócitos T helper estimula a fusão dos lisossomas com o fagossoma para que haja a digestão
intracelular. Estes fagócitos possuem diversas enzimas hidrolíticas em seus lisossomas. Não possuem a
mieloperoxidase, mas mata bactérias por liberação de radicais derivados do oxigênio, como o superóxido, radical
hidroxila e o peróxido de hidrogênio (H2O2). Estes vão oxidar a membrana da célula da bactéria e formar pontes
dissulfeto entre os aminoácidos cisteína de diversas proteínas estruturais da bactéria, o que leva a morte da
mesma.
Possui funções de extrema importância para o sistema imune:
Apresentador de antígenos: Os macrófagos são células que vão fagocitar a antígeno e digerí-lo no
fagolisossoma. Porém os seus epítopos são levados até a superfície da célula e apresentado ao linfócito T ou ao
linfócito B. Ao mesmo tempo ele sintetiza o MHC-classe II (MHC é um antígeno produzido pela célula, originado
em genes chamados de HLA-D) que se combinará com o linfócito T. Este irá estimular todo o sistema imune do
organismo e "convocar" as células para o ataque.
Limpador: Os macrófagos são células que chegam para fazer a limpeza de um tecido que necrosou, ou
que inflamou. Eles fagocitam restos celulares, células mortas, proteínas estranhas, calo ósseo que se formou
numa fratura, tecido de cicatrização exuberante etc. Após esta limpeza, os fibroblastos ativos (no caso de uma
necrose) vão ao local e preenchem o espaço com colágeno.
Produtor de interleucinas: O macrófago é o principal produtor da interleucina I (IL-1). Ele produz a IL-1
quando fagocita organismos invasores (micróbios), que dá o alarme para o sistema imune. Esta citocina estimula
linfócitos T helper até o local da infecção, onde serão apresentados aos epítopos nos macrófagos. Além disso a
IL-1 estimula a expansão clonal dos linfócito T-helper e dos linfócitos B específicos contra os epítopos (são
moléculas específicas dos antígeno que é capaz de criar uma população de células específica para combatê-lo)
A IL-1 é responsável pela febre nas infecções e inflamações que ocorrem no corpo. Ela vai ao hipotálamo
e estimula a produção de prostaglandinas, que ativam o sistema de elevação da temperatura. A IL-1 também
aumenta a produção de prostaglandinas pelos leucócitos , que vai contribuir para a inflamação e dor. Além disso a
IL-1 estimula a síntese de proteínas de adesão leucocitária nos endotélios (como a ICAM-1) e facilita a adesão dos
leucócitos para realizar a diapedese.
Os macráfagos são resposáveis pelo sistema monocítico fagocitário (SMF), pois vem da maturação dos
monócitos que chegam pelo sangue. Existem células que são morfologicamente diferentes dos macrófagos, mas
tem a mesma função, e provém dos monócitos da mesma forma, sendo, então parte do SMF. São eles:
- monócito sanguïneo - circulante no sangue;
- Micróglia - SNC;
- Células de Kuppfer - fígado;
- Macrófagos alveolares - pulmão;
- Células dendríticas - região subcortical dos linfonodos;
- Macrófagos sinusais do baço - polpa vermelha do baço.
- Macrófagos das serosas - peritônio, pericárdio e pleura;
- Células de Langerhans - pele.
CÉLULAS DENDRÍTICAS
Estas células se originam de precursores provenientes da medula óssea, sendo
possível que derivem dos monócitos. Elas estão presentes em muitos órgãos, são
abundantes nos órgãos linfóides nos locais ricos em linfócitos T e, na pele recebem o
nome de células de Langerhans. São consideradas células imunoestimuladoras pois, além de apresentarem os
antígenos às células T, elas são capazes de estimular células T que ainda não entraram em contato com qualquer
antígeno (células T- naïve).
Células dendríticas são levadas pelo sangue para muitos órgãos não linfáticos, onde elas se alojam, ainda
numa forma imatura. Essas células dendríticas imaturas se caracterizam por sua grande capacidade de capturar e
processar antígenos, porém têm pequena capacidade para estimular células T. A inflamação induz a maturação
das células dendríticas que, então, migram pelo sangue ou pela linfa, indo para os órgãos linfáticos periférico.
MASTÓCITOS
A principal função dos mastócitos é armazenar potentes mediadores químicos da
inflamação, como a histamina, heparina, ECF-A (fator quimiotáxico dos eosinófilos),
SRS-A, serotonina e fatores quimiotáxicos dos neutrófilos.
Esta célula não tem significado no sangue, sendo uma célula própria do tecido
conjuntivo. Ela participa de reações alérgicas (de hipersensibilidade), na qual chama os
leucócitos até o local e cria uma vasodilatação.
É a principal célula responsável pelo choque anafilático. O processo de ativação da degranulação
(exocitose) se baseia na sensibilização destas células (mastócitos). Esta sensibilização ocorre da seguinte forma:
o primeiro contato com o alérgeno (substância irritante que causa a alergia) estimula a produção de IgE
específicas que se unem aos receptores de superfície dos mastócitos, pois estes são rico em receptores de IgE.
No segundo contanto, as IgE ligadas ao mastócito se ligam ao alérgeno e desencadeia a liberação de
todos os mediadores inflamatórios. Com isso a histamina causa uma vasodilatação, a heparina é anticoagulante, o
ECF-A chama os eosinófilos e a fator quimiotáxico dos neutrófilos chama os neutrófilos ao local. O SRS-A (slow
reacting substance of anaphilaxis) tem como efeito produzir contração lenta da musculatura lisa. Esta contração da
musculatura lisa é importante quando essa reação anafilática ocorre no pulmão e leva a uma broncoconstricção
(asma alérgica).
MONÓCITOS
Os monócitos têm o núcleo ovóide, em forma de rim ou de ferradura, geralmente
excêntrico. Os monócitos do sangue representam uma fase na maturação da célula
mononuclear fagocitária originada na medula óssea. Esta célula passa para o sangue,
onde permanece apenas alguns dias, e, atravessando a parede do capilares e vênulas,
penetra em alguns órgãos, transformando-se em macrófagos, que constituem uma fase
mais avançada na vida da célula mononuclear fagocitária.
Órgãos do sistema imune
Os tecidos e órgãos do sistema imunológico podem ser classificados em primários e secundários. Os
primeiros são os principais sítios de desenvolvimento dos linfócitos e os segundos fornecem o ambiente no qual os
linfócitos podem interagir entre si, com células acessórias e com antígenos.
É nos órgãos chamados primários é o local em que os linfócitos se diferenciam a partir de células
pluripotentes, proliferam e amadurecem em células funcionais e é neles que os linfócitos adquirem seu repertório
antígeno-específicos, que permitem sua ação contra tais antígenos, com os quais os organismos se defrontam
durante a vida. Neles ocorre ainda seleção das células para tolerância aos auto-antígenos (próprios do
organismo), tornando-se capazes de reconhecer somente antígenos estranhos.São representados nos mamíferos
pelo timo, onde amadurecem as células T, e pelo fígado e a medula óssea, nos quais amadurecem as células B. O
fígado é o local de amadurecimento somente durante a vida fetal.
Os órgãos ditos secundários compreendem o baço, os linfonodos (também denominados nódulos
linfáticos), as placas de Peyer, a medula óssea e as tonsilas. As células presentes nesses tecidos secundários
tiveram origem nos tecidos primários, migraram pela circulação e atingiram tais tecidos.

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Sistema imune

  • 1. Introdução Historicamente, a imunidade significa proteção contra doenças infecciosas. As células e moléculas responsáveis pela imunidade constituem o sistema imune, e sua resposta coletiva e coordenada à introdução de substâncias estranhas no organismo é chamada resposta imune. A defesa contra os micróbios é mediada pelas reações iniciais da imunidade inata pelas respostas mais tardias da imunidade adquirida. Imunidade Inata (Linhas iniciais de defesa contra os micróbios) Consiste de mecanismos que existem antes da infecção, que são capazes de rápidas respostas aos micróbios e que reagem essencialmente do mesmo modo às infecções repetidas. Componentes principais:Barreiras físicas e químicas, tais como os epitélios e as substâncias antimicrobianas produzidas nas superfícies epiteliais; células fagocíticas e células matadoras naturais (natural killer); proteínas do sangue incluindo os membros do sistema complemento e outros mediadores da inflamação; e proteínas chamadas citocinas, que regulam e coordenam muitas das atividades das células da imunidade inata. Imunidade Adquirida Os mecanismos de defesa mais altamente evoluídos são estimulados pela exposição aos agentes infecciosos e aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição sucessiva a um micróbio particular. Pelo fato de que esta forma de imunidade desenvolve-se como uma resposta a infecção e se adapta a ela, é designada imunidade adquirida. As características que definem a imunidade adquirida são a grande especificidade para as distintas macromoléculas e a capacidade de "lembrar" e responder mais vigorosamente as repetidas exposições ao mesmo micróbio. Os componentes da imunidade adquirida são os linfócitos e seus produtos. As substâncias estranhas que induzem respostas específicas ou são alvos dessas respostas, são chamados antígenos. Existem dois tipos de respostas imunes adquiridas, designadas imunidade humoral e imunidade mediada por células, Imunidade humoral é mediada por moléculas do sangue, chamadas anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B. Os anticorpos reconhecem especificamente os antígenos microbianos, neutralizam a infecciosidade dos micróbios e marcam os micróbios para a eliminação pelos vários mecanismos efetores. É o principal mecanismo de defesa contra os micróbios extracelulares e suas toxinas. Imunidade mediada por célula é mediada por células chamadas linfócitos T; os microorganismos intracelulares, tais como vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam dentro dos fagócitos e de outras células do hospedeiro, onde ficam inacessíveis aos anticorpos circulantes. A defesa contra essas infecções é uma função da imunidade celular, que promove a destruição dos micróbios que residem nos fagócitos ou a lise das células infectadas.
  • 2. Células do sistema imune A hematopoeiese é o processo de geração de células do sangue, incluindo eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Após o nascimento, essa função hematopoietica é exercida pela medula óssea, que contém as células progenitoras comprometidas com todas as linhagens sanguineas. Células hematopoiéticas primordiais são definidas como células que possuem a capacidade de se auto-renovar e também são pluripotentes, ou seja, capazes de se diferenciar em várias linhagens ou tipos celulares. Na medula óssea, esta célula primordial, na presença de células do estroma, matriz extracelular e sob a ação de diversos fatores de crescimento e citocinas, irá originar dois grandes progenitores, que são o mielóide e o linfóide, os quais geram todas as células dos sistema imune. O progenitor mielóide dá origem aos eritrócitos, plaquetas, granulócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos), mastócitos e os monócitos. O progenitor linfóide da origem a linfócitos T e B e células NK (natural killer). Abaixo um esquema de como interagem citocinas e fatores de crescimento para a formaçao das células sanguíneas: Agora uma breve descrição sobre cada célula: NEUTRÓFILOS Os neutrófilos ou polimorfonucleares têm núcleos formados por dois a cinco lóbulos (mais freqüentemente, três lobulos) ligados entre si por finas pontes de cromatina. Constituem importante defesa celular contra a invasão de microorganismos. Os neutrófilos no sangue circulante são esféricos e não fagocitam, mas se tornam amebóides e fagocitários tão logo toquem um substrato sólido sobre o qual possam emitir seus pseudópodos. A bactéria invasora é rodeada por pseudópodos, que se fundem em torno dela. Assim, a bactéria finalmente ocupa um vacúolo (fagossomo) delimitado por uma membrana derivada da superfície do neutrófilo.
  • 3. Logo a seguir, os grânulos específicos situados nas proximidades fundem suas membranas com a dos fagossomos e esvaziam seu conteúdo no interior destes. Em seguida os grânulos azurófilos (lisossomos) descarregam suas enzimas no fagossomo, onde tem lugar a morte e digestão dos microorganismos. Bombas de prótons localizadas na membrana do fagossomo acidificam o interior deste vacúolo. O pH ácido pode matar bactérias e constitui ambiente adequado à atividade das hidrolases dos lissomos. Durante a fagocitose há um aumento brusco e acentuado no consumo de oxigênio, devido a produção de peróxido de hidrogênio (H2O2) e ânion (O2-), que é um radical livre, muito reativo, formado pela adição de um elétron ao oxigênio. Os anions superóxido e o peróxido de hidrogênio, ambos oxidantes enérgicos, são provavelmente os principais responsáveis pela morte das bactérias fagocitadas. Morto o microorganismo, as enzimas lisossômicas promovem sua hidrólise em moléculas pquenas que se difundem para fora do vacúolo. Como nem todas as bactérias são digeridas e nem todos os neutrófilos sobrevivem à ação bacteriana, pode aparecer um líquido viscoso, geralmente amarelado, contendo bactérias, neutrófilos mortos, material semidigerido e líquido extracelular, chamado pus. EOSINÓFILOS Os eosinófilos são muito menos numerosos do que os neutrófilos, constituindo apenas 2-3% do total de leucócitos. Seu núcleo, em geral, é bilobulado. O citoplasma do eosinófilos é quase inteiramente ocupado por grânulos específicos. O retículo endoplasmático, as mitocôndrias e o aparelho de Golgi são pouco desenvolvidos. Essas células fagocitam e eliminam complexos de antígenos com anticorpo que aparecem em casos de alergia, como a asma brônquica. Observou-se experimentalmente que o eosinófilo não fagocita antígeno (soroalbumina bovina) nem seu anticorpo (gamaglobulina específica) isoladamente. Todavia, o eosinófilo fagocita o complexo desse antígeno com seu anticorpo. Esses granulócitos são atraídos para as áreas de inflamação alérgica pela histamina, produzida principalmente por basófilos e mastócitos. Há evidências de que os eosinófilos produzam moléculas que inativem leucotrienos e histamina, assim modulando a inflamação. Através de proteína básica e outras, os eosinófilos participam da defesa contra os parasitas, como, por exemplo, o Schistosoma mansoni e oTrypanosoma cruzi. Tanto nas parasitoses como nos casos de alergia, aumentam o número de eosinófilos no sangue (eosinofilia). Os eosinófilos não são células especializadas para a fagocitose de microorganismos. Sua atividade defensiva é realizada pela liberação do conteúdo de seus grânulos para o meio extracelular e pela fagocitose de complexo antígeno-anticorpo. Os corticoesteróides (hormônio da camada cortical da adrenal) induzem uma queda imediata na concentração dos eosinófilos do sangue e nos locais de inflamação. Esses hormonios interferem na passagem dos eosinófilos da medula óssea, onde são produzidos, para a corrente circulatória. BASÓFILOS Os basófilos têm núcleo volumoso, com forma retorcida e irregular. A membrana plasmática dos basófilos, como a dos mastócitos, possui receptores para a imunoglobulina E (IgE). Eles liberam seus grânulos para o meio extracelular, sob a ação dos mesmos estímulos que promovem a expulsão dos grânulos dos mastócitos. No
  • 4. entanto, apesar das semelhanças, basófilos e mastócitos não são aspectos diferentes do mesmo tipo celular, pois se originam de precursores diferentes. LINFÓCITO T Os linfócitos T são células que tem diversas funções no organismo, e todas são de extrema importância para o sistema imune. O nome linfócito T derivada das células serem dependentes do timo para o seu desenvolvimento, sendo então o T de Timo- dependentes. Funcionalmente os linfócitos são separados em linfócito T-helper, linfócito T- citotóxico, linfócito T-supressor e linfócito T de memória. Cada um deles possui receptores característicos (além do TCR que é padrão para as células T), que são identificáveis por técnicas imunológicas e que tem funções específicas. Entretanto, todas as células T possuem os receptores TCR e o CD3. O linfócito T-helper possui receptor CD4 na superfície, que tem a função de reconhecer macrófagos ativados. É o principal alvo do vírus HIV. Esta célula é o mensageiro mais importante do sistema imune. Ele envia mensagens de ataque para diversos leucócitos para realizar a guerra imunológica contra o agente agressor. O linfócito T-helper é a célula que interage com os macrófagos, reconhecendo o epítopo que lhe é apresentado.A IL- 1 estimula a expansão clonal de linfócito T-helper monoclonais que vão secretar diversas interleucinas, sendo portanto, dividido em LT helper 1 e LT helper 2. Esses subtipos de LT helper secretam interleucinas distintas, cada uma com uma função específica. Algumas funções principais dos linfócitos T-helper: - estimulação do crescimento e proliferação de linfócito T-citotóxicos e supressoras contra o antígeno; - estimulação do crescimento e diferenciação dos Linfócitos B em plasmócitos para produzir anticorpos contra o antígeno; - ativação dos macrófagos; - auto estimulação (um linfócito T-helper pode estimular o crescimento da população de linfócito T- helpers.). Linfócitos T supressores são linfócitos que tem a função de modular a resposta imune através da inibição da mesma. Ainda não se conhece muito a respeito desta célula, mas sabe-se que ele age através da inativação dos linfócitos T citotóxicos e helpers, limitando a ação deles no organismo numa reação imune. Sabe-se que o linfócito T-helper ativa o linfócito T-supressor que vai controlar a atividade destes linfócito T- helpers, impedindo que eles exerçam sua atividades excessivamente. Os linfócitos T-supressores também participam da chamada tolerância imunológica, que é o mecanismo por qual o sistema imune usa para impedir que os leucócitos ataquem as próprias células do organismo. Portanto se houver deficiência na produção ou ativação dos linfócitos T supressores, poderá haver um ataque auto-imune ao organismo. O linfócito T-citotóxico apresenta receptores TCR. Especializado para o reconhecimento de antígenos associados ao complexo MHC-I na superfície de outras células. Produz perforinas e outras proteínas que matam células estranhas, células infectadas por vírus e algumas células cancerosas. O linfócito T de memória apresenta receptores TCR, e é uma célula preparada para responder mais rapidamente e com maior intensidade, diante de nova exposição ao mesmo antígeno.
  • 5. LINFÓCITOS B Os linfócitos B são células que fazem parte de 5 a 15% dos linfócitos circulantes, se originam na medula óssea e se desenvolvem nos órgãos linfóides. O nome linfócito B é devido a sua origem na cloaca das aves na Bursa de Fabricius. São células de núcleo grande e que possuem o retículo endoplasmático rugoso e o complexo de Golgi extremamente desenvolvidos em seu citoplasma, e especialistas em síntese de gamaglobulinas quando ativadas. Porém em repouso, estas organelas não estão desenvolvidas. Os linfócitos B têm como função própria, a produção de anticorpos contra um determinado agressor. Anticorpos são proteínas denominadas de imunoglobulinas ou imunoglobulinas que exercem várias atividades de acordo com o seu isotipo (IgG, IgM, IgA) Estes anticorpos realizam diversas funções como : opsoninas, ativadores de complemento, neutralizadores de substâncias tóxicas, aglutinação, neutralização de bactérias, etc... Os linfócitos B possuem como principal marcador de superfície a IgM monomérica, que participa do complexo receptor de antígenos. Esta imunoglobulina entra em contato com o antígeno quando lhe é apresentado diretamente ou indiretamente pelos macrófagos. A IgM se ligando ao epítopo, internaliza o complexo IgM-epítopo. Este complexo realiza diversas modificações na célula, que tem a finalidade de induzi-la a produção de imunoglobulinas. Os linfócitos B em repouso não produzem imunoglobulinas, mas quando estimulados por interleucinas (como a IL-4 e a IL-1) vão sofrer expansão clonal e se transformar numa célula ativa denominada de plasmócito. Os plasmócitos possuem na sua ultra-estrutura, o REG e o complexo de Golgi desenvolvido, e o núcleo com aspecto de roda de carroça. Secretam ativamente anticorpos específicos na resposta imune humoral (RIH). CÉLULAS NK Os linfócitos NK (Natural Killer) são células matadoras naturais, ou células assassinas e fazem parte de 10-15% dos linfócitos do sangue. Elas lisam (destroem) a células tumorais (estranhas) ou infectadas por vírus sem que estas expressem algum antígeno ativador da resposta imune específica. Este tipo de resposta é chamada de resposta imune inespecífica, pois não há reconhecimento de epítopos e nem formação de células monoclonais específicas ou qualquer memória imunológica (que é sempre específica). Estas células costumam expressar receptores CD de superfície, não existindo nenhum marcador específico para os NK. O marcador mais encontrado e usado atualmente para detectá-los é o CD16 ou o CD56. As células NK também lisam células cobertas por IgG. Essa função é denominada de citotoxidade celular dependente de anticorpo. MACRÓFAGOS Os macrófagos são células de altíssimo poder fagocitário.O interferon gama
  • 6. produzido por linfócitos T helper estimula a fusão dos lisossomas com o fagossoma para que haja a digestão intracelular. Estes fagócitos possuem diversas enzimas hidrolíticas em seus lisossomas. Não possuem a mieloperoxidase, mas mata bactérias por liberação de radicais derivados do oxigênio, como o superóxido, radical hidroxila e o peróxido de hidrogênio (H2O2). Estes vão oxidar a membrana da célula da bactéria e formar pontes dissulfeto entre os aminoácidos cisteína de diversas proteínas estruturais da bactéria, o que leva a morte da mesma. Possui funções de extrema importância para o sistema imune: Apresentador de antígenos: Os macrófagos são células que vão fagocitar a antígeno e digerí-lo no fagolisossoma. Porém os seus epítopos são levados até a superfície da célula e apresentado ao linfócito T ou ao linfócito B. Ao mesmo tempo ele sintetiza o MHC-classe II (MHC é um antígeno produzido pela célula, originado em genes chamados de HLA-D) que se combinará com o linfócito T. Este irá estimular todo o sistema imune do organismo e "convocar" as células para o ataque. Limpador: Os macrófagos são células que chegam para fazer a limpeza de um tecido que necrosou, ou que inflamou. Eles fagocitam restos celulares, células mortas, proteínas estranhas, calo ósseo que se formou numa fratura, tecido de cicatrização exuberante etc. Após esta limpeza, os fibroblastos ativos (no caso de uma necrose) vão ao local e preenchem o espaço com colágeno. Produtor de interleucinas: O macrófago é o principal produtor da interleucina I (IL-1). Ele produz a IL-1 quando fagocita organismos invasores (micróbios), que dá o alarme para o sistema imune. Esta citocina estimula linfócitos T helper até o local da infecção, onde serão apresentados aos epítopos nos macrófagos. Além disso a IL-1 estimula a expansão clonal dos linfócito T-helper e dos linfócitos B específicos contra os epítopos (são moléculas específicas dos antígeno que é capaz de criar uma população de células específica para combatê-lo) A IL-1 é responsável pela febre nas infecções e inflamações que ocorrem no corpo. Ela vai ao hipotálamo e estimula a produção de prostaglandinas, que ativam o sistema de elevação da temperatura. A IL-1 também aumenta a produção de prostaglandinas pelos leucócitos , que vai contribuir para a inflamação e dor. Além disso a IL-1 estimula a síntese de proteínas de adesão leucocitária nos endotélios (como a ICAM-1) e facilita a adesão dos leucócitos para realizar a diapedese. Os macráfagos são resposáveis pelo sistema monocítico fagocitário (SMF), pois vem da maturação dos monócitos que chegam pelo sangue. Existem células que são morfologicamente diferentes dos macrófagos, mas tem a mesma função, e provém dos monócitos da mesma forma, sendo, então parte do SMF. São eles: - monócito sanguïneo - circulante no sangue; - Micróglia - SNC; - Células de Kuppfer - fígado; - Macrófagos alveolares - pulmão; - Células dendríticas - região subcortical dos linfonodos; - Macrófagos sinusais do baço - polpa vermelha do baço. - Macrófagos das serosas - peritônio, pericárdio e pleura; - Células de Langerhans - pele. CÉLULAS DENDRÍTICAS Estas células se originam de precursores provenientes da medula óssea, sendo possível que derivem dos monócitos. Elas estão presentes em muitos órgãos, são abundantes nos órgãos linfóides nos locais ricos em linfócitos T e, na pele recebem o
  • 7. nome de células de Langerhans. São consideradas células imunoestimuladoras pois, além de apresentarem os antígenos às células T, elas são capazes de estimular células T que ainda não entraram em contato com qualquer antígeno (células T- naïve). Células dendríticas são levadas pelo sangue para muitos órgãos não linfáticos, onde elas se alojam, ainda numa forma imatura. Essas células dendríticas imaturas se caracterizam por sua grande capacidade de capturar e processar antígenos, porém têm pequena capacidade para estimular células T. A inflamação induz a maturação das células dendríticas que, então, migram pelo sangue ou pela linfa, indo para os órgãos linfáticos periférico. MASTÓCITOS A principal função dos mastócitos é armazenar potentes mediadores químicos da inflamação, como a histamina, heparina, ECF-A (fator quimiotáxico dos eosinófilos), SRS-A, serotonina e fatores quimiotáxicos dos neutrófilos. Esta célula não tem significado no sangue, sendo uma célula própria do tecido conjuntivo. Ela participa de reações alérgicas (de hipersensibilidade), na qual chama os leucócitos até o local e cria uma vasodilatação. É a principal célula responsável pelo choque anafilático. O processo de ativação da degranulação (exocitose) se baseia na sensibilização destas células (mastócitos). Esta sensibilização ocorre da seguinte forma: o primeiro contato com o alérgeno (substância irritante que causa a alergia) estimula a produção de IgE específicas que se unem aos receptores de superfície dos mastócitos, pois estes são rico em receptores de IgE. No segundo contanto, as IgE ligadas ao mastócito se ligam ao alérgeno e desencadeia a liberação de todos os mediadores inflamatórios. Com isso a histamina causa uma vasodilatação, a heparina é anticoagulante, o ECF-A chama os eosinófilos e a fator quimiotáxico dos neutrófilos chama os neutrófilos ao local. O SRS-A (slow reacting substance of anaphilaxis) tem como efeito produzir contração lenta da musculatura lisa. Esta contração da musculatura lisa é importante quando essa reação anafilática ocorre no pulmão e leva a uma broncoconstricção (asma alérgica). MONÓCITOS Os monócitos têm o núcleo ovóide, em forma de rim ou de ferradura, geralmente excêntrico. Os monócitos do sangue representam uma fase na maturação da célula mononuclear fagocitária originada na medula óssea. Esta célula passa para o sangue, onde permanece apenas alguns dias, e, atravessando a parede do capilares e vênulas, penetra em alguns órgãos, transformando-se em macrófagos, que constituem uma fase mais avançada na vida da célula mononuclear fagocitária. Órgãos do sistema imune Os tecidos e órgãos do sistema imunológico podem ser classificados em primários e secundários. Os primeiros são os principais sítios de desenvolvimento dos linfócitos e os segundos fornecem o ambiente no qual os linfócitos podem interagir entre si, com células acessórias e com antígenos.
  • 8. É nos órgãos chamados primários é o local em que os linfócitos se diferenciam a partir de células pluripotentes, proliferam e amadurecem em células funcionais e é neles que os linfócitos adquirem seu repertório antígeno-específicos, que permitem sua ação contra tais antígenos, com os quais os organismos se defrontam durante a vida. Neles ocorre ainda seleção das células para tolerância aos auto-antígenos (próprios do organismo), tornando-se capazes de reconhecer somente antígenos estranhos.São representados nos mamíferos pelo timo, onde amadurecem as células T, e pelo fígado e a medula óssea, nos quais amadurecem as células B. O fígado é o local de amadurecimento somente durante a vida fetal. Os órgãos ditos secundários compreendem o baço, os linfonodos (também denominados nódulos linfáticos), as placas de Peyer, a medula óssea e as tonsilas. As células presentes nesses tecidos secundários tiveram origem nos tecidos primários, migraram pela circulação e atingiram tais tecidos.