2. Estudo de caso simplificado:
A História de Stella
A seguinte história foi relatada por Edgar
Cayce, notável médium americano, cuja última
materialização ocorreu no período de 1877-1945.
Stela Kirby, uma senhora simpática,
tranquila e algo tímida, sempre teve vida difícil,
sobretudo depois que, por motivos conjugais e
financeiros, se viu na contingência de educar a
única filha às próprias custas.
Amigos aconselharam-na, então, a trabalhar
na área de enfermagem.
3. Tempos depois, Stella foi encaminhada a
uma família rica que procurava alguém para
cuidar de um parente enfermo.
No acerto das condições de trabalho, ficou
estipulado que Stella receberia bom salário e local
para morar com a filha, em aposentos próprios, na
residência dos seus empregadores.
Quando Stella viu, pela primeira vez, o
enfermo do qual deveria cuidar, quase desmaiou,
chocada com a situação do mesmo.
Tratava-se de um homem de 57 anos, em
completo estado de retardamento mental.
Sua cama era cercada por uma jaula de
ferro.
4. O doente ficava, a maior parte do dia,
sentado, rasgando a roupa que lhe vestiam;
Recusava-se a comer, mantendo-se em
permanente estado de imundície, devido à falta
de controle das funções fisiológicas;
O olhar era vago, perdido em si mesmo; a
inexpressividade ao falar indicava que não tinha a
menor consciência do que ocorria à sua volta.
Tomada de coragem, Stella entrou na jaula
para cuidar do seu paciente, mas, devido às
condições reinantes, passou tão mal que teve que
correr ao banheiro, por não poder controlar as
náuseas.
5. Presa de angustiante sentimento de
desânimo, imaginou que a tarefa poderia ser
superior às suas forças.
Entretanto, ao buscar auxílio junto aos
benfeitores espirituais, por intermédio da
mediunidade de Edgar Cayce, estes esclareceram
[...] que já duas vezes no passado os caminhos
de Stella e daquele homem se haviam cruzado.
No Egito, ele havia sido filho dela;
O asco que ora sentia por ele, no entanto,
provinha de uma existência no Oriente Médio, na
qual ele fora um rico filantropo que, no entanto,
levava uma vida de devassidão, numa espécie de
harém, onde praticava abusos de toda sorte.
6. Stella fora, então, uma das infelizes que
tinham de se submeter aos seus caprichos.
(*) O reencontro de ambos, na presente
reencarnação, visava ao perdão mútuo,
reajustando-os perante a Lei de Deus.
Stella foi também esclarecida por Cayce que,
se soubesse agir com afeto, o doente responderia
aos seus cuidados. Cabia-lhe, portanto, aprender a
amar o enfermo, disposta a reparar o passado
desditoso.
Abandoná-lo não seria [...] solução, porque a
ligação entre os dois continuaria em suspenso, a
invadir os domínios de futuras existências.
Stella jamais ouvira falar de reencarnação.
7. Cayce lhe disse, ainda, que numa outra
existência, na Palestina, ela cuidara de crianças
defeituosas e que, portanto, estava habilitada ao
trabalho junto ao paciente.
Ela voltou à tarefa com nova carga de
coragem e nova compreensão dos seus problemas.
Para encurtar a história: o pobre homem de
fato respondeu ao tratamento carinhoso de Stella;
Começou a alimentar-se espontaneamente, a
conservar-se limpo e vestido.
Com o olhar pacificado ele seguia Stella, sem
perdê-la de vista um minuto. (*)
(*) Hermínio C. Miranda. Rematerialização e imortalidade. 5.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Cap. 21, p.244-245. (História
adaptada).
8. A HISTÓRIA DE STELLA: QuestionárioA HISTÓRIA DE STELLA: Questionário
1. Onde, na história, encontramos evidência
de um planejamento de rematerialização?
1.1 - A condição de Stella como enfermeira e
em dificuldades financeiras;
1.2 - O homem doente, em completo estado
de retardamento mental e nascido em uma família
rica;
1.3 - O reencontro de ambos, na presente
VIDA CARNAL, buscando o perdão mútuo para
se reajustarem perante a lei de Deus.
9. 2. Que ideias o texto oferece para justificar as
evidências indicadas na resposta anterior?
2.1 - As dificuldades que moveram Stella na
busca da sobrevivência da filha, apesar da timidez;
2.2 - O aconselhamento de amigos na escolha
da profissão por Stella;
2.3 - O encaminhamento de Stella ao trabalho;
2.4 - A dificuldade de Stella na execução da
tarefa e a busca pela ajuda esclarecedora;
2.5 - A persistência de Stella para cumprir
adequadamente a missão;
2.6 - A necessidade de cuidados especiais pelo
homem, em completo retardamento mental.
10. 3. Que texto da história indica que,
efetivamente, não há improvisação nos
procedimentos que antecedem as experiências
de rematerialização?
3.1 - Os esclarecimentos do médium Edgar
Cayce, ao revelar para Stella sua missão, seus
motivos e o final esperado nessa
rematerialização;
11. 4. Seria correto afirmar que todos os
personagens citados na história conceberam, por
livre iniciativa, o próprio planejamento de
rematerialização? Por quê?
4.1 - Em relação à Stella, não resta dúvida
que a rematerialização foi planejada.
4.2 - Em relação ao doente, na hipótese dele
possuir bons sentimentos, pois houvera sido um
rico filantropo, podemos considerar que ele tenha
se arrependido dos graves desvios morais e
pedido para vir na situação de um dementado para
resgatar os seus erros e conseguir o perdão de
uma de suas vítimas, bem como, ficar
incapacitado de cometer os mesmos erros.
12. 5. Tendo como referência as informações
que os Espíritos transmitiram a Cayce, que
hipóteses poderiam ser concebidas para justificar
o estado de debilidade mental do enfermo?
5.1 - Poderia ser de uma rematerialização
compulsória, ou seja, sem a participação do
espírito, que não compreendeu e nem se
arrependeu dos atos cometidos, e que certamente
voltaria a cometê-los, por isso veio sem
capacidade de monitorar suas próprias decisões,
em condições sub-humanas, para causar a
mesma repulsa que havia despertado nas suas
vítimas em materialização pretérita.
13. 6. Por que o afeto de Stella, em especial,
teve o poder de melhorar as condições
espirituais do doente?
6.1 - Considerando que se tratava de uma
rematerialização planejada e que o móvel
(motivo) da questão era a reaproximação dos
dois, tão logo ela apareceu, tratando o doente
com afeto e carinho, as condições foram criadas
para o refazimento do enfermo e a reparação do
mal feito entre ambos.
14. 7. Por que outras pessoas, inclusive os
familiares do enfermo, não conseguiram obter
os resultados alcançados por Stella?
7.1 - Possivelmente, a necessidade mútua
de perdão e de reparação do mal cometido era
o verdadeiro motivo do refazimento do enfermo.
Talvez, não houvesse, entre os parentes,
um compromisso tão forte com o doente como o
de Stella, que cumpriu com amor a sua tarefa
para sublimar o mal que antes unira os dois.
15. 8. Um ponto “que não escapa à história” diz
respeito ao enfermo: ter renascido em uma família
rica, a qual poderia assegurar-lhe conforto e
recursos materiais.
Que explicação espírita poderíamos dar para
tal fato, considerando a exposição que foi
realizada pelo monitor no início da aula?
8.1 - Como a prova da riqueza na
rematerialização passada foi mal aproveitada
anteriormente, então, nesta reencarnação, ele teve
a mesma prova, porém sem poder aproveitá-la,
uma vez que estava incapacitado mentalmente
para gerir a fortuna.
No entanto, agora a riqueza poderia ser usada
para atrair Stella, por meio do ofício de enfermeira.
16. 9. Será que o médium Edgar Cayce estaria,
de alguma forma, vinculado à problemática
evidenciada na história?
Justifique a resposta.
9.1 - Nada é por acaso.
Possivelmente, o médium foi contatado por
Stella por ser a pessoa que poderia lhe ajudar e
que no passado pode ter tido vinculações com
ambos e veio nessa rematerialização com o
propósito de ajudá-los nessa tarefa de
reajustamento.
17. 10. E os pais do enfermo?
Teriam eles alguma ligação com Stella?
Por que tiveram que passar pela provação de
receber aquele Espírito, em especial, como filho?
10.1 - A responsabilidade dos pais do
enfermo pode ser fruto de prova ou de expiação.
A provação deles poderia ser, por exemplo, a
de propiciar condições para o resgate das
materializações passados de ambos, Stella e o
filho doente.
Quanto à sua ligação com Stella, pode ter
sido advinda de relacionamento anterior, mas num
grau menor do que aquele que tiveram com o
enfermo.