No atual estágio de desenvolvimento das forças produtivas do capitalismo financeiro internacional, as relações entre a sociedade e a natureza tornam-se mais complexas, na medida em que avança a exploração dos recursos ambientais. Organismos internacionais, movimentos sociais, organizações não governamentais, pesquisadores e Estados nacionais têm aumentado a sua atenção para a marcha do capital sobre a exploração ambiental – capitaneada pela satisfação das necessidades produzidas pela sociedade de consumo e do modo de vida contemporâneo – bem como atentam cada vez mais para a produção e agravamento das desigualdades sociais de grupos impactados pela exploração da natureza. Cada vez mais a primeira natureza é substituída por uma natureza tecnificada, distanciada de sua dinâmica original e subserviente aos interesses dos atores hegemônicos. A Geografia, enquanto campo do conhecimento científico e disciplina escolar, é chamada a construir um diálogo crítico acerca desse quadro desde o ensino básico, principalmente dos temas relacionados a produção do espaço geográfico sob o regime capitalista, o desenvolvimento econômico e as práticas sustentáveis, tendo em vista a constituição de uma nova consciência cidadã pautada em relações de produção e de consumo menos predatórias ao ambiente. Sob esse panorama, foi desenvolvida com os alunos do segundo ano do Ensino Médio Inovador, da EEB Tancredo de Almeida Neves, a oficina intitulada “Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”. A oficina foi organizada em quatro momentos: uma discussão teórica e da conjuntura da nova (des)ordem ambiental planetária em sala de aula, abordando as contradições existentes no modelo econômico e os discursos por detrás das práticas predatórias da natureza; uma aula pré-campo para preparação dos alunos à atividade de campo, introduzindo aspectos centrais que observariam na saída de campo; a aula de campo com visita a Cidade de Itá e Usina Hidrelétrica de Itá, para realização de um estudo de caso e contato com a realidade; e uma aula pós-campo com a retomada das discussões e produção de painéis para exposição, fechando o conjunto da oficina. Decorrente das discussões realizadas em sala de aula e em campo, os alunos do segundo ano do ensino médio inovador produziram um relatório de campo, dialogando com a temática do desenvolvimento econômico e a sustentabilidade a partir do caso concreto da implantação da UHE Itá, retomando todo o processo histórico e os embates entre os atores sociais em questões sociais, econômicas e ambientais. Ao final da realização da oficina observou-se que o trabalho de campo potencializa as discussões de sala de aula ao colocar o aluno em contato direto com a realidade, especificamente na condição da implantação de um grande empreendimento hidrelétrico e a gama de impactos sociais e ambientais causados. Evidenciou-se também que é crucial aos alunos que e