A sociedade feudal desenvolveu-se a partir de elementos romanos e germânicos. Os senhores feudais detinham o poder político e militar sobre suas terras, enquanto os camponeses servos forneciam trabalho obrigatório e pagavam tributos. A economia era baseada na agricultura e pastorícia nas terras do feudo, divididas entre as do senhor, camponeses e áreas comuns.
1. MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL
(Feudalismo)
A sociedade feudal teve contribuições germanas e romanas em sua formação.
Elementos Romanos
Descentralização administrativa: na decadência do Império os quadros de poder transferiram-se
das cidades em decadência para as villas (unidades agrárias autônomas).
Colonato: a decadência do escravismo provocou o surgimento de uma nova forma de trabalho na
qual o pagamento era feito em espécie e trabalhava-se pelo uso da terra a qual se cultiva, esse sistema
será a base da servidão.
Elementos Germânicos
Economia agropastoril de subsistência
Benefício: costume do chefe guerreiro germano de dividir as terras conquistadas com seus
soldados.
Comitatus: São os elos de fidelidade que unem o chefe guerreiro e seus soldados.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO OCIDENTE EUROPEU:
Insegurança provocada pelas invasões dos séculos IX e X levou os europeus ocidentais a
buscar proteção: migração das cidades para o campo processo de ruralização.
É IMPORTANTE ENTENDER o seguinte: nos primeiros reinos germânicos, embora a migração
desses povos para o Ocidente europeu fosse constante, os germânicos não chegaram a
constituir mais do que 10% da população total. A maior parte desses povos adotou um contrato
chamado de hospitalidade, no qual de um a dois terços das áreas conquistadas ficavam com
os conquistadores e o restante permanecia em posse dos antigos proprietários que viviam no
Império. Era uma maneira de compor com os proprietários romanos. No século VI casamentos
entre germânicos e romanos ficaram mais comuns e a partir disso começou a se formar uma
aristocracia romano-germânica. Que viria a se tornar a classe dominante ao longo do
período medieval.
Construção de vilas fortificadas e castelos cercados por muralhas; as pessoas com menos
recursos (camponeses), que não tinham como se proteger por si, procuraram a ajuda de nobres
e guerreiros servidão.
O FEUDO
Tratava-se de uma delimitação territorial na qual o senhor exercia seus poderes. Era a principal
unidade produtiva medieval e tinha caráter autossuficiente. Em geral os feudos dividiam-se em:
Terras do senhor: eram as melhores terras onde ficava o castelo que reunia um conjunto de
armazéns, oficinas, morada do senhor e estábulos.
Manso servil: local habitado e cultivado pelos servos.
Terras comuns: em geral era uma área de floresta ou pântano destinados a caçadas e coleta de
lenha, sementes comestíveis, raízes, frutas, ervas e mel.
PODER POLÍTICO:
Durante o predomínio do feudalismo, os governos centralizados da Europa Ocidental
enfraqueceram-se. O poder político passou a ser dividido com os senhores feudais, detentores
de grandes extensões de terras que governavam seus domínios exercendo autoridade
administrativa, jurídica e militar.
2. Os vários núcleos de poder político estavam ligados por laços estabelecidos entre membros da
nobreza a partir da concessão de feudos. De modo geral, intitulava-se senhor (ou suserano) o
nobre que concedia feudos a outro nobre, denominado vassalo; este, em troca, devia fidelidade
e prestação de serviços (principalmente militares) ao senhor.
SOCIEDADE DIVIDIDA:
A sociedade feudal se dividia em três ordens: nobres, membros do clero e servos (organização
social rígida e, praticamente, sem mobilidade entre as ordens).
a) Nobres: ordem dos detentores de terra, que se dedicavam basicamente às atividades militares.
b) Clero: ordem dos membros da Igreja católica (bispos, abades e cardeais); administravam suas
propriedades e tinham grande influência política e ideológica sobre toda a sociedade.
c) Servos: compreendendo a maioria da população camponesa, os servos realizavam os trabalhos
necessários à subsistência da sociedade.
PRODUÇÃO ECONÔMICA:
Na sociedade feudal predominou a produção de bens agrícolas e pastoris, que tinha como
principal unidade produtora o senhorio (extensão de terra) e como forma de trabalho, a servidão.
a) Senhorio: os campos abertos (terras comunais), as reservas senhoriais (terras exclusivas do
senhor feudal) e os mansos servis (terras utilizadas pelos servos).
b) Servidão: a relação servil impunha uma série de obrigações do servo para com o senhor feudal,
pagas em forma de trabalho e de bens.
Corvéia: embora livre, o servo tinha que trabalhar alguns dias da semana gratuitamente nas
reservas senhoriais (agricultura, criação de animais, construção de casas e outras benfeitorias).
Talha: os servos eram obrigados a entregar ao senhor feudal parte da sua produção agrícola ou
pastoril.
Banalidade: pagamento de taxas ao senhor feudal pela utilização de equipamentos e
instalações do senhorio (celeiros, fornos, moinhos, etc.).
Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para a
manutenção da capela local;
Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em dinheiro, para a nobreza;
Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do nobre;
Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa para
ajudar no casamento, era também válida para quando um parente do nobre iria casar.
Mão Morta: Era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso
do falecimento do pai ou da família.
Albermagem: Obrigação do servo em hospedar o senhor feudal.