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O olhar que lançamos às diferenças existentes entre nós, sejam elas de perten-
cimento à determinada classe social, gênero, raça, etnia ou orientação sexual,
é cultural e socialmente estabelecido. A defesa dos direitos humanos supõe
uma postura política e ética na qual todos/as têm igualmente o direito de ser
respeitados/as e tratados/as com dignidade, sejam homens, mulheres, negros/
as, brancos/as, indígenas, homossexuais, heterossexuais, bissexuais, traves-
tis, transexuais. Tais diferenças não podem ser atribuídas à natureza, à biolo-
gia, mas sim ao processo de socialização que nos ensina a nos comportarmos
segundo determinado padrão que, no caso de nossa discussão, é de gênero.
Todas essas formas de classificação interagem simultaneamente no mundo so-
cial, fazendo com que certos entrecruzamentos sejam objeto de um tratamen-
to menos igualitário, mais desigual do que outros. Assim, se um determinado
indivíduo é homem, negro e de classe popular, receberá um tipo de avaliação
distinto (possivelmente desvantajoso) em relação ao de uma mulher branca
e de classe social alta. Este exemplo assinala que a relativa “desvantagem” do
gênero em uma sociedade machista pode ser neutralizada pela classificação de
raça/etnia e/ou pelo pertencimento a uma classe social considerada superior.
Como, então, aprendemos a conformar nosso olhar e terminamos por tratar
homens e mulheres de modo distinto? Às vezes, com nossos pequenos gestos
O olhar que lançamos
às diferenças
existentes entre
nós, sejam elas de
pertencimento à
determinada classe
social, gênero, raça,
etnia ou orientação
sexual, é cultural
e socialmente
estabelecido.
Gênero e outras formas de classificação social
. 45
ou atitudes cotidianas, sem perceber, reforçamos desigualdades e a hierarquia de gênero, para
não falar em preconceitos e estereótipos.
A antropologia, disciplina que estuda a diversidade cultural das sociedades, sustenta que a
dimensão biológica da espécie humana é transformada pela necessidade de capacitação cul-
tural, essencial à sua sobrevivência. É a cultura que humaniza a espécie. Pode se perceber que
os homens são muito diferentes de outros homens em outros lugares. Também as mulheres
diferem bastante de outras mulheres em diferentes partes do mundo. E o mesmo acontece
com as relações entre os gêneros, que variam nas muitas sociedades do planeta.
O papel que a biologia desempenha na determinação de comportamentos sociais é fraco – a
espécie humana é essencialmente dependente da socialização. Contudo, de acordo com o sen-
so comum, as condutas de homens e mulheres originam-se de
uma dimensão natural (os instintos) inscrita nos corpos com
que cada indivíduo nasce. Acredita-se, com freqüência, que
existe um tipo de personalidade ou padrão de comportamen-
to para cada um dos sexos. Na cultura ocidental, supõe-se que
o masculino seja dotado de maior agressividade e o feminino,
de maior suavidade e delicadeza.
Na década de 1930, a antropóloga americana Margaret Mead
(1901-1978) estudou esta questão em outras culturas e desco-
briu que não existe uma relação direta entre o sexo do corpo
e a conduta social de homens e mulheres. Mead revolucionou
sua área de pesquisa ao torná-la popular e ao alcance dos lei-
gos. Seu objetivo era dar às pessoas comuns uma ferramenta
para entenderem seu lugar no mundo. Ela demonstrou que os
papéis sexuais eram determinados pelas expectativas sociais
e provou a importância das relações raciais para a conserva-
ção da espécie. Acreditava que o objetivo da antropologia era
melhorar a raça humana e, para isso, defendia que o mundo
moderno tinha muito a aprender com outras civilizações. Em
inúmeros livros e artigos, escreveu sobre os direitos da mulher
e contra o racismo e o preconceito sexual.
O modelo de educação de uma pessoa, aquilo que ela apren-
deu sobre o que é certo e errado na esfera sexual, influenciará
sua sexualidade, seus sentimentos e atração por outras pesso-
as, sua orientação sexual. Assim, algo considerado adequado
Na obra Sexo e temperamento,
Mead traz os resultados da pesqui-
sa realizada em Nova Guiné sobre
o que então se chamava de papéis
sexuais, e que hoje em dia chama-
mos de gênero. Da comparação
entre três culturas (Arapesh, Mun-
dugomor e Tchambuli) que com-
partilhavam uma organização so-
cial semelhante, Mead destaca que
nas duas primeiras a cultura não
estabelece um padrão sentimental
distinto para homens e mulheres;
existe um tipo de personalidade ou
temperamento socialmente apro-
vado para todos os integrantes da
sociedade.
Segundoosnossoscritériosdeava-
liação, a cultura Arapesh poderia
ser caracterizada como“maternal”,
tendo a docilidade como o traço de
personalidade valorizado. Já entre
os Mundugomor,o comportamen-
to agressivo era incentivado para
homens e mulheres. Na terceira
sociedade analisada, os Tchambu-
li, as personalidades de homens e
mulheres opõem-se e complemen-
tam-se, contudo, estão invertidas
em relação ao padrão ocidental.
Os homens são mais gentis e deli-
cados do que as mulheres, fortes e
bravas (Mead, 1988).
. 46
num meio social é passível de ser inadequado em outro. Gestos, modos de se vestir, de sentir
ou falar podem ser considerados femininos em alguns lugares, masculinos ou mesmo indife-
rentes em outros. Esta variação corresponde à cultura.
Sexualidade e gênero são dimensões diferentes que integram a identidade pessoal de cada
indivíduo. Ambos surgem, são afetados e se transformam conforme os valores sociais vigentes
em uma dada época. São partes, assim, da cultura, construídas em determinado período histó-
rico, ajudando a organizar a vida individual e coletiva das pessoas. Em síntese, é a cultura que
constrói o gênero, simbolizando as atividades como masculinas e femininas.
Por fim, importa reter duas características fundamentais implícitas na noção de gênero:
sua arbitrariedade cultural, ou seja, o fato de o gênero só poder ser compreendido em rela-
ção a uma cultura específica, pois Ele só é capaz de ter sentidos distintos conforme o contexto
sociocultural em que se manifesta;
o caráter necessariamente relacional das categorias de gênero, isto é, só é possível pensar e/
ou conceber o feminino em relação ao masculino e vice-versa.
. 47
Glossário
Bissexual: Pessoa que tem desejos, práticas sexuais e relacionamento afetivo-sexual com pessoas de ambos os sexos.
Cultura: Fenômeno unicamente humano, a cultura refere-se à capacidade que os seres humanos têm de dar significado às suas
ações e ao mundo que os rodeia. A cultura é compartilhada pelos indivíduos de um determinado grupo, não se relacionando
a um fenômeno individual. Por outro lado, cada grupo de seres humanos, em diferentes épocas e lugares, atribui significados
diferentes a coisas e a passagens da vida aparentemente semelhantes.
Direitos Humanos: Constituem o marco de reconhecimento dos direitos e liberdades básicas inerentes à pessoa humana,
sem qualquer espécie de discriminação. São os direitos que consagram o respeito à dignidade humana, que visam resguardar
a integridade física e psicológica das pessoas perante seus semelhantes e perante o Estado em geral. Exemplos desses direitos e
liberdades reconhecidos com direitos humanos incluem os
direitos civis e políticos, o direito à vida e à liberdade, liberdade de expressão e igualdade perante a lei, direitos sociais, culturais
e econômicos, o direito à saúde, ao trabalho e à educação.
Em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, foi proclamada a Declaração Universal de Direitos Humanos, com a qual se inicia
a fase de afirmação universal e positiva dos direitos humanos, materializada na busca por instrumentos internacionais (pactos,
declarações e tratados) de defesa desses direitos. Alguns exemplos especialmente relevantes para o
estabelecimentodosdireitosrelativosaolivreexercíciodasexualidadesão:oPactoInternacionaldeDireitosCivisePolíticoseodeDirei-
tosEconômicos,SociaiseCulturais(ambosde1966),aDeclaraçãosobreaEliminaçãodeDiscriminaçãocontraaMulher(1967)eaCon-
vençãosubseqüente(1979),ADeclaraçãoUniversaldosDireitosdaCriança(1959)eConvençãosobreosDireitosdaCriança(1989).
Declaração Universal de Direitos Humanos: http://www.unhchr.ch/udhr/lang/por.htm
Heterossexualidade: Atração sexual por pessoas de outro gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas.
Hierarquia de gênero: Pirâmide social econômica construída pelas relações assimétricas de gênero.
Homossexualidade: Atração sexual por pessoas do mesmo gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas.
Transexual: Pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento. Homens e mulheres
transexuais podem manifestar o desejo de se submeterem a intervenções médico-cirúrgicas para realizarem a adequação dos
seus atributos físicos de nascença (inclusive genitais) à sua identidade de gênero constituída.
Travesti: Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico,
assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Muitas travestis modificam seus corpos através de
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adotada pela Conferência Nacional LGBT em 2008).

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Gênero e outras formas de classificação social.

  • 1. . 44 - - O olhar que lançamos às diferenças existentes entre nós, sejam elas de perten- cimento à determinada classe social, gênero, raça, etnia ou orientação sexual, é cultural e socialmente estabelecido. A defesa dos direitos humanos supõe uma postura política e ética na qual todos/as têm igualmente o direito de ser respeitados/as e tratados/as com dignidade, sejam homens, mulheres, negros/ as, brancos/as, indígenas, homossexuais, heterossexuais, bissexuais, traves- tis, transexuais. Tais diferenças não podem ser atribuídas à natureza, à biolo- gia, mas sim ao processo de socialização que nos ensina a nos comportarmos segundo determinado padrão que, no caso de nossa discussão, é de gênero. Todas essas formas de classificação interagem simultaneamente no mundo so- cial, fazendo com que certos entrecruzamentos sejam objeto de um tratamen- to menos igualitário, mais desigual do que outros. Assim, se um determinado indivíduo é homem, negro e de classe popular, receberá um tipo de avaliação distinto (possivelmente desvantajoso) em relação ao de uma mulher branca e de classe social alta. Este exemplo assinala que a relativa “desvantagem” do gênero em uma sociedade machista pode ser neutralizada pela classificação de raça/etnia e/ou pelo pertencimento a uma classe social considerada superior. Como, então, aprendemos a conformar nosso olhar e terminamos por tratar homens e mulheres de modo distinto? Às vezes, com nossos pequenos gestos O olhar que lançamos às diferenças existentes entre nós, sejam elas de pertencimento à determinada classe social, gênero, raça, etnia ou orientação sexual, é cultural e socialmente estabelecido. Gênero e outras formas de classificação social
  • 2. . 45 ou atitudes cotidianas, sem perceber, reforçamos desigualdades e a hierarquia de gênero, para não falar em preconceitos e estereótipos. A antropologia, disciplina que estuda a diversidade cultural das sociedades, sustenta que a dimensão biológica da espécie humana é transformada pela necessidade de capacitação cul- tural, essencial à sua sobrevivência. É a cultura que humaniza a espécie. Pode se perceber que os homens são muito diferentes de outros homens em outros lugares. Também as mulheres diferem bastante de outras mulheres em diferentes partes do mundo. E o mesmo acontece com as relações entre os gêneros, que variam nas muitas sociedades do planeta. O papel que a biologia desempenha na determinação de comportamentos sociais é fraco – a espécie humana é essencialmente dependente da socialização. Contudo, de acordo com o sen- so comum, as condutas de homens e mulheres originam-se de uma dimensão natural (os instintos) inscrita nos corpos com que cada indivíduo nasce. Acredita-se, com freqüência, que existe um tipo de personalidade ou padrão de comportamen- to para cada um dos sexos. Na cultura ocidental, supõe-se que o masculino seja dotado de maior agressividade e o feminino, de maior suavidade e delicadeza. Na década de 1930, a antropóloga americana Margaret Mead (1901-1978) estudou esta questão em outras culturas e desco- briu que não existe uma relação direta entre o sexo do corpo e a conduta social de homens e mulheres. Mead revolucionou sua área de pesquisa ao torná-la popular e ao alcance dos lei- gos. Seu objetivo era dar às pessoas comuns uma ferramenta para entenderem seu lugar no mundo. Ela demonstrou que os papéis sexuais eram determinados pelas expectativas sociais e provou a importância das relações raciais para a conserva- ção da espécie. Acreditava que o objetivo da antropologia era melhorar a raça humana e, para isso, defendia que o mundo moderno tinha muito a aprender com outras civilizações. Em inúmeros livros e artigos, escreveu sobre os direitos da mulher e contra o racismo e o preconceito sexual. O modelo de educação de uma pessoa, aquilo que ela apren- deu sobre o que é certo e errado na esfera sexual, influenciará sua sexualidade, seus sentimentos e atração por outras pesso- as, sua orientação sexual. Assim, algo considerado adequado Na obra Sexo e temperamento, Mead traz os resultados da pesqui- sa realizada em Nova Guiné sobre o que então se chamava de papéis sexuais, e que hoje em dia chama- mos de gênero. Da comparação entre três culturas (Arapesh, Mun- dugomor e Tchambuli) que com- partilhavam uma organização so- cial semelhante, Mead destaca que nas duas primeiras a cultura não estabelece um padrão sentimental distinto para homens e mulheres; existe um tipo de personalidade ou temperamento socialmente apro- vado para todos os integrantes da sociedade. Segundoosnossoscritériosdeava- liação, a cultura Arapesh poderia ser caracterizada como“maternal”, tendo a docilidade como o traço de personalidade valorizado. Já entre os Mundugomor,o comportamen- to agressivo era incentivado para homens e mulheres. Na terceira sociedade analisada, os Tchambu- li, as personalidades de homens e mulheres opõem-se e complemen- tam-se, contudo, estão invertidas em relação ao padrão ocidental. Os homens são mais gentis e deli- cados do que as mulheres, fortes e bravas (Mead, 1988).
  • 3. . 46 num meio social é passível de ser inadequado em outro. Gestos, modos de se vestir, de sentir ou falar podem ser considerados femininos em alguns lugares, masculinos ou mesmo indife- rentes em outros. Esta variação corresponde à cultura. Sexualidade e gênero são dimensões diferentes que integram a identidade pessoal de cada indivíduo. Ambos surgem, são afetados e se transformam conforme os valores sociais vigentes em uma dada época. São partes, assim, da cultura, construídas em determinado período histó- rico, ajudando a organizar a vida individual e coletiva das pessoas. Em síntese, é a cultura que constrói o gênero, simbolizando as atividades como masculinas e femininas. Por fim, importa reter duas características fundamentais implícitas na noção de gênero: sua arbitrariedade cultural, ou seja, o fato de o gênero só poder ser compreendido em rela- ção a uma cultura específica, pois Ele só é capaz de ter sentidos distintos conforme o contexto sociocultural em que se manifesta; o caráter necessariamente relacional das categorias de gênero, isto é, só é possível pensar e/ ou conceber o feminino em relação ao masculino e vice-versa.
  • 4. . 47 Glossário Bissexual: Pessoa que tem desejos, práticas sexuais e relacionamento afetivo-sexual com pessoas de ambos os sexos. Cultura: Fenômeno unicamente humano, a cultura refere-se à capacidade que os seres humanos têm de dar significado às suas ações e ao mundo que os rodeia. A cultura é compartilhada pelos indivíduos de um determinado grupo, não se relacionando a um fenômeno individual. Por outro lado, cada grupo de seres humanos, em diferentes épocas e lugares, atribui significados diferentes a coisas e a passagens da vida aparentemente semelhantes. Direitos Humanos: Constituem o marco de reconhecimento dos direitos e liberdades básicas inerentes à pessoa humana, sem qualquer espécie de discriminação. São os direitos que consagram o respeito à dignidade humana, que visam resguardar a integridade física e psicológica das pessoas perante seus semelhantes e perante o Estado em geral. Exemplos desses direitos e liberdades reconhecidos com direitos humanos incluem os direitos civis e políticos, o direito à vida e à liberdade, liberdade de expressão e igualdade perante a lei, direitos sociais, culturais e econômicos, o direito à saúde, ao trabalho e à educação. Em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, foi proclamada a Declaração Universal de Direitos Humanos, com a qual se inicia a fase de afirmação universal e positiva dos direitos humanos, materializada na busca por instrumentos internacionais (pactos, declarações e tratados) de defesa desses direitos. Alguns exemplos especialmente relevantes para o estabelecimentodosdireitosrelativosaolivreexercíciodasexualidadesão:oPactoInternacionaldeDireitosCivisePolíticoseodeDirei- tosEconômicos,SociaiseCulturais(ambosde1966),aDeclaraçãosobreaEliminaçãodeDiscriminaçãocontraaMulher(1967)eaCon- vençãosubseqüente(1979),ADeclaraçãoUniversaldosDireitosdaCriança(1959)eConvençãosobreosDireitosdaCriança(1989). Declaração Universal de Direitos Humanos: http://www.unhchr.ch/udhr/lang/por.htm Heterossexualidade: Atração sexual por pessoas de outro gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas. Hierarquia de gênero: Pirâmide social econômica construída pelas relações assimétricas de gênero. Homossexualidade: Atração sexual por pessoas do mesmo gênero e relacionamento afetivo-sexual com elas. Transexual: Pessoa que possui uma identidade de gênero diferente do sexo designado no nascimento. Homens e mulheres transexuais podem manifestar o desejo de se submeterem a intervenções médico-cirúrgicas para realizarem a adequação dos seus atributos físicos de nascença (inclusive genitais) à sua identidade de gênero constituída. Travesti: Pessoa que nasce do sexo masculino ou feminino, mas que tem sua identidade de gênero oposta ao seu sexo biológico, assumindo papéis de gênero diferentes daquele imposto pela sociedade. Muitas travestis modificam seus corpos através de hormonioterapias, aplicações de silicone e/ou cirurgias plásticas, porém vale ressaltar que isso não é regra para todas (Definição adotada pela Conferência Nacional LGBT em 2008).