Este documento fornece um resumo sobre o Pré-Modernismo no Brasil em 3 frases:
1) O Pré-Modernismo ocorreu entre o final do século XIX e início do século XX, caracterizando-se como uma literatura de crítica social que desmistificou o Romantismo e mostrou a realidade brasileira com seus conflitos.
2) Autores principais do período foram Lima Barreto com sua literatura popular, Euclides da Cunha com sua erudição em obras como "Os Sertões", e Monteiro L
6. CONTEXTO HISTÓRICO
(no rio de janeiro, são paulo, Nordeste)
Revolta da Chibata
(João Cândido)
Guerra do contestado Revolta da Vacina
(1912-1916)
(varíola-1904)
7. A Era do cangaço
(Lampião)
As greves operárias (em
São Paulo)
o fanatismo religioso do
Padre Cícero
Antônio Conselheiro e a
Guerra de Canudos
8. “ (...) o momento histórico
brasileiro interferiu na
CARACTERIZAÇÃO produção literária,
marcando a transição dos
valores estéticos do século
XIX para uma nova
O Pré-Modernismo é uma realidade que se desenhava
literatura de Crítica Social. (...)”
“Precisamos descobrir o
Desmistifica o Brasil!
Romantismo e seu Escondido atrás das
florestas,
Nacionalismo Ufanista. Com a água dos rios no
meio,
Mostra o Brasil real, com Subdivisão das
O Brasil está dormindo,
seus Conflitos Político- coitado!”
Características Pré-
Sociais.
Modernista estão:de
Carlos Drummond
Andrade
Portanto, um Na Musica;
Nacionalismo Crítico- Na Pintura;
Na Literatura;
Amargo. Na Poesia;
Na Prosa;
9. NA MÚSICA
Música Popular: Música Erudita:
Ritmos: o maxixe, Destacou-se o cearense
toada, modinha e serena Alberto Nepomuceno;
ta, crescimento Intenções naturalistas;
do carnaval ao sucesso
de compositores como
Chiquinha Gonzaga e o
“O sertão vai
nascimento do samba em
virar mar, dá no
sua versão recente.
“... a vizinhança concluiu logo que coração... Um
o major aprendia a tocar violão. medo que algum
Mas que coisa? Um homem tão dia o mar
sério metido nessas malandragens!” também vire
(Lima Barreto, Policarpo sertão...”
Quaresma)
10. NA PINTURA
Pouco se influenciou
pelas renovações;
Permanecia o estilo
Acadêmico;
Resumia-se a temas e a
ambientes da elite;
Rodolfo Amoedo –
Más notícias;
12. NA LITERATURA
Um traço conservador
A permanência de características realistas/naturalistas, na
prosa, e a permanência de um poesia de caráter ainda
parnasiano ou simbolista.
Um traço renovador
Esse traço renovador — como ocorreu na música — revela-
se no interesse com que os novos escritores analisaram a
realidade brasileira de sua época: a literatura incorpora as
tensões sociais do período.
Ruptura com o passado;
Denuncia da realidade brasileira;
Regionalismo;
Tipos humanos marginalizados;
Fatos políticos, econômicos e sociais.
13. NA POESIA
Poucas novidades;
Prevalecia a poesia Parnasiana;
Augusto dos Anjos –Exceção
“Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longíquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.”
(Vandalismo)
14. NA PROSA
Obras crítica e questionadoras;
Realidade do país;
Ambiente rural e regional;
Ambiente urbano e social;
Ambiente indefinido.
15. PRINCIPAIS AUTORES o bastante para
OBS: Não avançaram
ser considerados modernos.
Lima • A literatura popular e
Barreto suburbana de Lima Barreto.
• A proposta modernizadora
Euclides de Graça Aranha.
Monteiro
da
Cunha
Lobato • As manifestações polêmicas
Pré - de Monteiro Lobato.
Modernistas
• A erudição assombrosa de
Euclides da Cunha.
Augusto • A poesia escatológica de
Graça Augusto dos Anjos.
dos
Aranha
Anjos
16. LIMA BARRETO - A LITERATURA
POPULAR E SUBURBANA
Triste Fim de Policarpo Quaresma
Lima Barreto procurou "escrever
brasileiro", com simplicidade. Para
isso, teve de ignorar muitas vezes as
normas gramaticais e de estilo,
provocando a ira dos meios
acadêmicos conservadores e
parnasianos.
17. ―Lima Barreto,
simbolicamente, aponta as
engrenagens da História:
Pátria, ao fim e ao cabo, é
uma construção, não um
sonho; é um processo de
enfrentamento da realidade,
não de idealismo. Amar a
Pátria significa participar da
criação de todos, para todos
- Policarpo Quaresma está
vivo dentro dos que querem
um país que abrigue todos
os brasileiros.‖
(Flávia Suassuna)
18. Novela da Rede Globo- Fera Ferida (1994)
O enredo foi inspirado no universo ficcional
de Lima Barreto, mais especificamente nos
romances Clara dos Anjos, Recordações
do Escrivão Isaías Caminha, Triste Fim
de Policarpo Quaresma, Vida e Morte de
M. J. Gonzaga de Sá, e em personagens
dos contos Nova Califórnia e O Homem
que Sabia Javanês.
O livro conta a história de um químico
misterioso que aparece na pequena cidade
de Tubiacanga e realiza a incrível
experiência de transformar ossos humanos
em ouro. Tem início, assim, uma deliciosa
paródia à corrida do ouro do final do
século XIX nos Estados Unidos, já
transformada em novela de televisão.
19. EUCLIDES CUNHA- A ERUDIÇÃO
ASSOMBROSA
Quando irrompeu o movimento de
Canudos, São Paulo colaborou
com o país na repressão do
conflito, mandando para o teatro
da luta o Batalhão Paulista.
Euclides foi encarregado pelo
jornal Estado de S. Paulo para
acompanhar como observador
de guerra o movimento rebelde
chefiado por Antônio Conselheiro
no arraial de Canudos, em pleno
sertão baiano.
20. Euclides não ficou até a
derrubada de Canudos.
Mas conseguiu reunir
material para, durante
cinco anos, elaborar Os
Sertões (1902).
Euclides conseguiu ficar
internacionalmente
famoso com a publicação
desta obra-prima.
Ele foi o primeiro escritor
brasileiro a diagnosticar o
subdesenvolvimento do
Brasil.
21. “O Sertanejo é,
antes de tudo, um
forte.”
(Euclides da Cunha)
22. O escritor morreu em 1909. Ao
saber que sua esposa, mais
conhecida como Ana de Assis, o
abandonara pelo jovem tenente
Dilermando de Assis, que
aparentemente já tinha sido ou era
seu amante há tempos - e a quem
Euclides atribuía a paternidade de
um dos filhos de Ana, "a espiga de
milho no meio do cafezal" (querendo
dizer que era o único louro numa
família de tez morena) -, saiu armado
na direção da casa do militar,
disposto a matar ou morrer.
Dilermando era campeão de tiro e
matou-o. Tudo indica que o matou
lealmente, tanto que foi absolvido na
Justiça Militar. Ana casou-se com ele.
O corpo de Euclides foi examinado
pelo médico e escritor Afrânio
Peixoto, que também assinou o laudo
e viria mais tarde a ocupar a sua
cadeira na Academia Brasileira de
Letras.( minissérie DESEJO em
1990)
23. MONTEIRO LOBATO – AS
MANIFESTAÇÕES POLEMICAS
Num artigo publicado em 1917, Monteiro
Lobato reagiu assim à exposição de Anita
Malfatti, no jornal O Estado de São Paulo:
"Há duas espécies de artistas.
Uma composta dos que veem
normalmente as coisas e em
consequência fazem arte pura.
(...) A outra espécie é formada
dos que veem anormalmente a
natureza e a interpretam à luz das
teorias efêmeras, sob a sugestão
estrábica de escolas rebeldes,
surgidas cá e lá como furúnculos
da cultura excessiva. São
produtos do cansaço e do
sadismo de todos os períodos da
decadência(...)―
(in Paranóia ou mistificação? )
24. A Exposição de Pintura Moderna de Anita Malfatti foi realizada em São Paulo,
entre 12 de dezembro de 1917 e 11 de janeiro de 1918, e é considerada o
"estopim" da Semana de Arte Moderna de 1922. O impacto das telas de Anita tem
a ver com seu aspecto expressionista, novo para os padrões da arte brasileira de
então
25. “Urupês” é uma série de 14 contos, tendo como
ênfase a vida do caboclo, através de seus costumes,
crenças e tradições.
A joia do livro é a personificação da figura do
caboclo, criando o famoso personagem ―Jeca
“Pobre Jeca Tatu! Como és bonito Tatu‖, apelidado de urupê (uma espécie de
no romance e feio na realidade!” fungo parasita). Vive "e vegeta de cócoras", à
Urupês base da lei do menor esforço, alimentando-se
e curando-se daquilo que a natureza lhe dá,
alheio a tudo o que se passa.
Com a personagem Jeca Tatu, um típico
caipira acomodado e miserável do interior
paulista, Lobato critica a face de um Brasil
agrário, atrasado e ignorante, cheio de
vícios e vermes. Seu ideal era um país
moderno estimulado pela ciência e pelo
progresso.
“Pobre Jeca Tatu! Como és bonito
no romance e feio na realidade!”
Urupês
26. GRAÇA ARANHA – A PROPOSTA
MODERNIZADORA
Professor de direito, promotor
público, juiz e diplomata, o
maranhense Graça Aranha teve
uma vida movimentada em 62
anos: acompanhou Joaquim
Nabuco como seu secretário na
Inglaterra, e mais tarde seria ele
próprio diplomata na Noruega, na
Holanda e na França. Foi no
período de diplomacia que lançou
seu livro mais famoso, o romance
Canaã(1902).
27. “Uma tese simples porém equivocada, a da
superioridade de certas raças sobre outras, com base
em ideias filosóficas ou psicológicas duvidosas. A
palavra instinto, por exemplo, aparece dezenas de
vezes nas 285 páginas de Canaã, mas não associada
à psicanálise de Sigmund Freud (neste época Freud
já havia escrito, entre outras obras, A
Psicopatologia da Vida Cotidiana), mas a
conceitos como o de evolução, mencionado apenas
de passagem por Darwin em A Origem das
Espécies e desenvolvido de maneira equivocada por
Herbert Spencer: a evolução vista como um
confronto de seres inferiores versus superiores. Os
colonos alemães são vistos como símbolos de uma
realidade onde as pessoas são, pela própria natureza,
melhor talhadas para a realização de grandes obras.
Já o mulato é visto quase sempre como representante
de uma classe ou indolente ou até trabalhadora, mas
que não tem nenhuma grandeza.” (por Fábio
Fernandes, em O viajante Imóvel)
28. “(...) É o contraste entre o racismo
e o universalismo, entre a 'lei da
força' e a 'lei do amor' que
polariza ideologicamente, em
Canaã, as atitudes do imigrante
europeu diante da sua nova
morada.”
29. AUGUSTO DOS ANJOS – A
POESIA ESCATOLÓGICA
Embora formado em Direito
foi professor de Literatura a
vida toda.
Poeta que explorou as
temáticas da podridão, da
decomposição e dos terrores
noturnos.
Publicou : Eu
Pessimista;
Poeta simbolista;
Termos considerados
antipoéticos e inquietantes.
30. “Já o verme - este
operário das
ruínas-
Que o sangue
podre das
carnificinas
Come e à vida em
geral declara
guerra”.