SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
Maio de 2017 www.anteprojectos.com.pt8 ANTEPROJECTOS
Os projectos de arquitetura de recuperação ou reabilitação de edifícios antigos suscitam sempre dúvidas sobre os
procedimentos a efetuar na intervenção, até porque significam intervir em peças estruturais de madeira e
carpintarias em estruturas planas e coberturas, bem como no aço em estruturas metálicas. Aqui, abordam-se
sucintamente algumas das patologias dos paramentos.
O nº 14 da R. D. Dinis, perto do Largo do Rato, um edifício do séc.XIX, foi alvo de beneficiação. Após levantamento,
sugeriram-se propostas de recuperação das suas patologias, recorrentes neste tipo de edifícios, assim como
medidas preventivas das mesmas.
Orientado NO – SE, foi construído em alvenaria de pedra partida argamassada nas suas paredes exteriores de
aproximadamente 0,50 m de espessura e paredes estruturais interiores e revestida a reboco de argamassa de
cimento e cal. As paredes divisórias são em tabique e a estrutura dos pisos e cobertura é em vigamento de madeira.
A fachada de rua apresenta 8 janelas de peito semelhantes, em métrica e linguagem, que remete ao estilo
“pombalino” final com ombreiras de pedra bujardada a guarnecer todo o seu perímetro de retângulos áureos,
despojadas de motivos decorativos. Pintada em tinta-de-água na cor ocre-açafrão, encimada por platibanda com
friso saliente. As janelas em madeira tal como a porta, encimada por bandeira, também com guarnição da ombreira
em arco abatido de pedra.
Observam-se fissuras, devidas aos deslocamentos horizontais. No arco da porta de entrada por provável
deslocamento do pilar e numa parede divisória do escritório do piso 1 com fissura vertical na parede e quebra de
ladrilho com eflorescências e alteração cor da tinta do estuque, por ação de humidades entranhadas no reboco
interior da empena e presença de fungos. Tal como ocorrem na empena confinante com a edificação vizinha, fissuras
horizontais e verticais são acompanhadas por eflorescências várias.
O tratamento deste tipo de fissuras pode ser feito com resina epóxi, aplicada por injeção, após conveniente
raspagem e escovagem e posterior eliminação das deficiências de estanquicidade das paredes através da aplicação
de novos revestimentos de paredes sendo aconselhável a adição dum hidrófugo nas paredes exteriores.
Patologias de paramentos
dum edifício da Alta
de Lisboa
Marco Roquete Ramos
Arquiteto,
M.Sc.
www.anteprojectos.com.pt Maio de 2017 9ANTEPROJECTOS
Na parede do paramento exterior manchas e a pintura descascada resultam da perda de aderência. As manchas
devem-se a humidades provenientes, provavelmente, de escorrências frequentes de água na fachada com a
orientação da parede a NO a ser relevante pela sujeição a condições atmosféricas de precipitação e humidade
relativa elevadas, onde a pouca insolação não permite a suficiente troca de humidade que a parede grossa
normalmente possibilita, pois permite que, segundo as estações do ano, hajam períodos de humedecimento e
secagem. Podem também provir da proximidade do embasamento e, portanto, das fundações do edifício e surgir na
parede por higroscopicidade e capilaridade.
As humidades podem ser de proveniências variadas e muitas vezes simultâneas de diversos tipos: de precipitação,
ascensionais por higroscopia, de condensação, humidades veículo ou até catalisadoras pela deterioração dos
materiais ou colonização biológica.
A pintura descascada ocorre pela perda de aderência devido a essa presença destas humidade e estas, por sua vez,
manifestam-se no interior sobretudo através de bolores, fungos e a conhecida “salitre”. Estas perdas de aderência
podem também deverem-se a dilatações e contrações térmicas, movimentos do suporte da tinta ou elevada
impermeabilidade à água do mesmo, erros de execução do revestimento ou a sua insuficiente permeabilidade ao
vapor de água.
Após a reparação dos paramentos com fissuras, podem-se reduzir as condensações superficiais, interiores e internas
por via do melhoramento da ventilação. Aquando da renovação dos revestimentos de paredes, convém aplicar de
um hidrófugo nas paredes exteriores e em caso de colonização biológica, aplicar também solução fungicida.
Para os pisos térreos e abaixo no nível do solo existe um processo chamado de sistema por electro – osmose, que
consiste em inserir elétrodos na alvenaria, conseguindo inverter a polaridade solo/parede. Seguida da aplicação de
uma argamassa microporosa que vai acelerar o processo de secagem, a parede permanece seca e sem rasto de
humidade, não sendo necessária qualquer manutenção.
Nas eflorescências devidas a humidades entranhadas no reboco interior da empena e acentuada pela ação de
fungos, recomenda-se a raspagem das eflorescências, após limpeza cuidada e tratamento com fungicida de
eliminação e prevenção. Aplicação de primário e filme de impermeabilização elástico.
Após o tratamento da humidade existente na parede, raspar a região, lixar para nivelar a mesma e seguidamente
limpar. Aplicar a tinta conveniente.
No alçado principal, a exposição à humidade exterior favorece o aparecimento de manchas nas molduras de pedra
das janelas, sobretudo nas vergas e ombreiras. As guarnições das portas apresentam, além das manchas, vegetação
parasitária por ação de organismos vegetais, que se alojam nas mesmas e nas suas juntas, à medida que se vão
deteriorando, por ação da humidade ascendente capilar, higroscópica e pluviométrica, mas também pela humidade
atmosférica, com a acidez própria de ambientes citadinos poluídos. Os calcários na presença do CO2 (Dióxido de
Carbono) e SO2 (Dióxido de Enxofre) da humidade atmosférica que, catalisados pelo CO (Monóxido de Carbono) e NO
(Monóxido de Nitrogénio), acidificam essas mesmas humidades e chuvas.
É necessária a limpeza do local e reparação dos danos, com escova sobre as zonas mais escurecidas de uma solução
de água e lixívia a 10%, atuando por 30 minutos. Enxaguamento abundantemente, posterior aplicação com broxa
de primário fungicida e limpeza final com jato de água à pressão, até eliminar os fungos, as algas e o bolor da
superfície suporte, começando pelas zonas mais altas, aplicando o tratamento em faixas horizontais completas.
Posterior aplicação preventiva de uma impregnação hidrofóbica.
Base de investigação: Levantamento efetuado do edifício na Rua Dom Dinis, nº 14 (perto do Largo do Rato) na Alta
de Lisboa.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentosPatologia das estruturas, piso concreto e revestimentos
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentosThiagoooooo
 
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos.
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos.Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos.
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos.Thiagoooooo
 
Corrosão das armaduras
Corrosão das armadurasCorrosão das armaduras
Corrosão das armadurasjoseh1758
 
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteImpermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteELKA PORCIÚNCULA
 
Patologias do concreto 1
Patologias do concreto 1Patologias do concreto 1
Patologias do concreto 1profNICODEMOS
 
Deterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
Deterioração de Paredes em Alvenaria de TijoloDeterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
Deterioração de Paredes em Alvenaria de TijoloPequicho , Filomeno
 
Estudo de corrosão em estruturas de concreto
Estudo de corrosão em estruturas de concretoEstudo de corrosão em estruturas de concreto
Estudo de corrosão em estruturas de concretoAdriana de Araujo
 
Patologias mais comuns associadas à tecnologia de estabilização de solos, com...
Patologias mais comuns associadas à tecnologia de estabilização de solos, com...Patologias mais comuns associadas à tecnologia de estabilização de solos, com...
Patologias mais comuns associadas à tecnologia de estabilização de solos, com...elliando dias
 
Aula durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
Aula  durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiaisAula  durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
Aula durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiaisAndrea Chociay
 
Principais causas-das-patologias-concreto
Principais causas-das-patologias-concretoPrincipais causas-das-patologias-concreto
Principais causas-das-patologias-concretosilverenglish01
 
Patologias do concreto 2
Patologias  do concreto 2Patologias  do concreto 2
Patologias do concreto 2profNICODEMOS
 
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019Adriana de Araujo
 
Sistemas impermeabilizantes
Sistemas impermeabilizantesSistemas impermeabilizantes
Sistemas impermeabilizantesOrlando Diniz
 
Patologia das Estruturas de Betão
Patologia das Estruturas de BetãoPatologia das Estruturas de Betão
Patologia das Estruturas de Betãoengenhariacivil91
 
Aula Arquitetura: patologias e revestimentos
Aula Arquitetura: patologias e revestimentos Aula Arquitetura: patologias e revestimentos
Aula Arquitetura: patologias e revestimentos UNAERP
 

Mais procurados (20)

Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentosPatologia das estruturas, piso concreto e revestimentos
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos
 
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos.
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos.Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos.
Patologia das estruturas, piso concreto e revestimentos.
 
Corrosão das armaduras
Corrosão das armadurasCorrosão das armaduras
Corrosão das armaduras
 
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteImpermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
 
Patologias do concreto 1
Patologias do concreto 1Patologias do concreto 1
Patologias do concreto 1
 
Mecanismos de deterioracão do Concreto
Mecanismos de deterioracão do ConcretoMecanismos de deterioracão do Concreto
Mecanismos de deterioracão do Concreto
 
Deterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
Deterioração de Paredes em Alvenaria de TijoloDeterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
Deterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
 
Estudo de corrosão em estruturas de concreto
Estudo de corrosão em estruturas de concretoEstudo de corrosão em estruturas de concreto
Estudo de corrosão em estruturas de concreto
 
Patologias mais comuns associadas à tecnologia de estabilização de solos, com...
Patologias mais comuns associadas à tecnologia de estabilização de solos, com...Patologias mais comuns associadas à tecnologia de estabilização de solos, com...
Patologias mais comuns associadas à tecnologia de estabilização de solos, com...
 
Aula durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
Aula  durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiaisAula  durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
Aula durabilidade das estruturas de concreto e concretos especiais
 
Comportamento termico
Comportamento termicoComportamento termico
Comportamento termico
 
Principais causas-das-patologias-concreto
Principais causas-das-patologias-concretoPrincipais causas-das-patologias-concreto
Principais causas-das-patologias-concreto
 
Patologias do concreto 2
Patologias  do concreto 2Patologias  do concreto 2
Patologias do concreto 2
 
Patologia
Patologia Patologia
Patologia
 
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
 
Sistemas impermeabilizantes
Sistemas impermeabilizantesSistemas impermeabilizantes
Sistemas impermeabilizantes
 
Patologia das Estruturas de Betão
Patologia das Estruturas de BetãoPatologia das Estruturas de Betão
Patologia das Estruturas de Betão
 
Monografia passivação das armaduras
Monografia passivação das armadurasMonografia passivação das armaduras
Monografia passivação das armaduras
 
Aula Arquitetura: patologias e revestimentos
Aula Arquitetura: patologias e revestimentos Aula Arquitetura: patologias e revestimentos
Aula Arquitetura: patologias e revestimentos
 
Trabalho sobre porcelanato e cerâmica
Trabalho sobre porcelanato e cerâmicaTrabalho sobre porcelanato e cerâmica
Trabalho sobre porcelanato e cerâmica
 

Semelhante a Reabilitação edifício séc. XIX com patologias

Materiais construtivos e cerâmicas
Materiais construtivos e cerâmicasMateriais construtivos e cerâmicas
Materiais construtivos e cerâmicasMatheus Garcia
 
Manifesta patologias-revestimentos-fachadas
Manifesta patologias-revestimentos-fachadasManifesta patologias-revestimentos-fachadas
Manifesta patologias-revestimentos-fachadasreisferreira
 
1 pat e arg-alv_cer
1  pat e arg-alv_cer1  pat e arg-alv_cer
1 pat e arg-alv_cerJho05
 
1 pat e arg-alv_cer
1  pat e arg-alv_cer1  pat e arg-alv_cer
1 pat e arg-alv_cerJho05
 
1 pat e arg-alv_cer
1  pat e arg-alv_cer1  pat e arg-alv_cer
1 pat e arg-alv_cerJho05
 
Trabalho técnicas ii
Trabalho técnicas iiTrabalho técnicas ii
Trabalho técnicas iipatitrizotto
 
Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptx
Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptxAvaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptx
Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptxngeloIdasil
 
Aula patologias e revestimentos 2016
Aula patologias e revestimentos 2016Aula patologias e revestimentos 2016
Aula patologias e revestimentos 2016UNAERP
 
Trabalho técnicas ii
Trabalho técnicas iiTrabalho técnicas ii
Trabalho técnicas iipatitrizotto
 
Revestimento industrial
Revestimento industrialRevestimento industrial
Revestimento industrialrayssaaelias
 
Joana Cipriano E
Joana Cipriano EJoana Cipriano E
Joana Cipriano ELusiada
 
Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02
Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02
Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02TobiasAndrade
 
Apostila de gesseiro
Apostila de gesseiroApostila de gesseiro
Apostila de gesseiropauloweimann
 
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxUGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxMarcelloSantos40
 

Semelhante a Reabilitação edifício séc. XIX com patologias (20)

Materiais construtivos e cerâmicas
Materiais construtivos e cerâmicasMateriais construtivos e cerâmicas
Materiais construtivos e cerâmicas
 
Manifesta patologias-revestimentos-fachadas
Manifesta patologias-revestimentos-fachadasManifesta patologias-revestimentos-fachadas
Manifesta patologias-revestimentos-fachadas
 
Dicas
DicasDicas
Dicas
 
1 pat e arg-alv_cer
1  pat e arg-alv_cer1  pat e arg-alv_cer
1 pat e arg-alv_cer
 
1 pat e arg-alv_cer
1  pat e arg-alv_cer1  pat e arg-alv_cer
1 pat e arg-alv_cer
 
1 pat e arg-alv_cer
1  pat e arg-alv_cer1  pat e arg-alv_cer
1 pat e arg-alv_cer
 
Trabalho técnicas ii
Trabalho técnicas iiTrabalho técnicas ii
Trabalho técnicas ii
 
Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptx
Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptxAvaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptx
Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptx
 
Aula patologias e revestimentos 2016
Aula patologias e revestimentos 2016Aula patologias e revestimentos 2016
Aula patologias e revestimentos 2016
 
Trabalho técnicas ii
Trabalho técnicas iiTrabalho técnicas ii
Trabalho técnicas ii
 
Revestimento industrial
Revestimento industrialRevestimento industrial
Revestimento industrial
 
Joana Cipriano E
Joana Cipriano EJoana Cipriano E
Joana Cipriano E
 
2. Cap. II - Revest. em Gesso.ppt
2. Cap. II - Revest. em Gesso.ppt2. Cap. II - Revest. em Gesso.ppt
2. Cap. II - Revest. em Gesso.ppt
 
Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02
Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02
Trabalho Técnicas Construtivas II parte 02
 
Apostila de gesseiro
Apostila de gesseiroApostila de gesseiro
Apostila de gesseiro
 
8 apostila de gesseiro
8 apostila de gesseiro8 apostila de gesseiro
8 apostila de gesseiro
 
9 apostila de gesseiro
9 apostila de gesseiro9 apostila de gesseiro
9 apostila de gesseiro
 
Guia prático de decoração
Guia prático de decoraçãoGuia prático de decoração
Guia prático de decoração
 
Alvenaria
AlvenariaAlvenaria
Alvenaria
 
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxUGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
 

Mais de Marco Roquete

CV-Pt-MarcoRamos-2023_signed.pdf
CV-Pt-MarcoRamos-2023_signed.pdfCV-Pt-MarcoRamos-2023_signed.pdf
CV-Pt-MarcoRamos-2023_signed.pdfMarco Roquete
 
CV-En-MarcoRamos-2023_signed.pdf
CV-En-MarcoRamos-2023_signed.pdfCV-En-MarcoRamos-2023_signed.pdf
CV-En-MarcoRamos-2023_signed.pdfMarco Roquete
 
Portfolio-Marco Ramos 2023-V0 esboco incompleto.pdf
Portfolio-Marco Ramos 2023-V0 esboco incompleto.pdfPortfolio-Marco Ramos 2023-V0 esboco incompleto.pdf
Portfolio-Marco Ramos 2023-V0 esboco incompleto.pdfMarco Roquete
 
Certificado final curso
Certificado final cursoCertificado final curso
Certificado final cursoMarco Roquete
 
Atestado incapacidade 2011
Atestado incapacidade 2011Atestado incapacidade 2011
Atestado incapacidade 2011Marco Roquete
 
Cv marco ramos 2pg-2021 pt
Cv marco ramos 2pg-2021 ptCv marco ramos 2pg-2021 pt
Cv marco ramos 2pg-2021 ptMarco Roquete
 
Cv marco ramos 2pg-2021 en
Cv marco ramos 2pg-2021 enCv marco ramos 2pg-2021 en
Cv marco ramos 2pg-2021 enMarco Roquete
 
Consideracoes sobre AUGI e PER I
Consideracoes sobre AUGI e PER IConsideracoes sobre AUGI e PER I
Consideracoes sobre AUGI e PER IMarco Roquete
 
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017Marco Roquete
 
Tese sombreamentos - final (Shading - Strategies for termal eficiency in bu...
Tese   sombreamentos - final (Shading - Strategies for termal eficiency in bu...Tese   sombreamentos - final (Shading - Strategies for termal eficiency in bu...
Tese sombreamentos - final (Shading - Strategies for termal eficiency in bu...Marco Roquete
 
Consideracoes sobre AUGI e PER
Consideracoes sobre AUGI e PERConsideracoes sobre AUGI e PER
Consideracoes sobre AUGI e PERMarco Roquete
 
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017Marco Roquete
 
Europass cv-20131125-roquete ramos-en
Europass cv-20131125-roquete ramos-enEuropass cv-20131125-roquete ramos-en
Europass cv-20131125-roquete ramos-enMarco Roquete
 

Mais de Marco Roquete (14)

CV-DeGois.pdf
CV-DeGois.pdfCV-DeGois.pdf
CV-DeGois.pdf
 
CV-Pt-MarcoRamos-2023_signed.pdf
CV-Pt-MarcoRamos-2023_signed.pdfCV-Pt-MarcoRamos-2023_signed.pdf
CV-Pt-MarcoRamos-2023_signed.pdf
 
CV-En-MarcoRamos-2023_signed.pdf
CV-En-MarcoRamos-2023_signed.pdfCV-En-MarcoRamos-2023_signed.pdf
CV-En-MarcoRamos-2023_signed.pdf
 
Portfolio-Marco Ramos 2023-V0 esboco incompleto.pdf
Portfolio-Marco Ramos 2023-V0 esboco incompleto.pdfPortfolio-Marco Ramos 2023-V0 esboco incompleto.pdf
Portfolio-Marco Ramos 2023-V0 esboco incompleto.pdf
 
Certificado final curso
Certificado final cursoCertificado final curso
Certificado final curso
 
Atestado incapacidade 2011
Atestado incapacidade 2011Atestado incapacidade 2011
Atestado incapacidade 2011
 
Cv marco ramos 2pg-2021 pt
Cv marco ramos 2pg-2021 ptCv marco ramos 2pg-2021 pt
Cv marco ramos 2pg-2021 pt
 
Cv marco ramos 2pg-2021 en
Cv marco ramos 2pg-2021 enCv marco ramos 2pg-2021 en
Cv marco ramos 2pg-2021 en
 
Consideracoes sobre AUGI e PER I
Consideracoes sobre AUGI e PER IConsideracoes sobre AUGI e PER I
Consideracoes sobre AUGI e PER I
 
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
 
Tese sombreamentos - final (Shading - Strategies for termal eficiency in bu...
Tese   sombreamentos - final (Shading - Strategies for termal eficiency in bu...Tese   sombreamentos - final (Shading - Strategies for termal eficiency in bu...
Tese sombreamentos - final (Shading - Strategies for termal eficiency in bu...
 
Consideracoes sobre AUGI e PER
Consideracoes sobre AUGI e PERConsideracoes sobre AUGI e PER
Consideracoes sobre AUGI e PER
 
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
Percepcao 3 d focagem alternativa ramos, marco-anteprojectos-opiniao-2017
 
Europass cv-20131125-roquete ramos-en
Europass cv-20131125-roquete ramos-enEuropass cv-20131125-roquete ramos-en
Europass cv-20131125-roquete ramos-en
 

Último

MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024CarolTelles6
 
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...AnnaCarolina242437
 
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdfDesign para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdfCharlesFranklin13
 
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdfSimulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdfAnnaCarolina242437
 
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdfAVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdfAnnaCarolina242437
 
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdfSimulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdfAnnaCarolina242437
 
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdfAntonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdfAnnaCarolina242437
 
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.Érica Pizzino
 

Último (8)

MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
 
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
 
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdfDesign para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
 
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdfSimulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
 
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdfAVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
 
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdfSimulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
 
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdfAntonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
 
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
 

Reabilitação edifício séc. XIX com patologias

  • 1. Maio de 2017 www.anteprojectos.com.pt8 ANTEPROJECTOS Os projectos de arquitetura de recuperação ou reabilitação de edifícios antigos suscitam sempre dúvidas sobre os procedimentos a efetuar na intervenção, até porque significam intervir em peças estruturais de madeira e carpintarias em estruturas planas e coberturas, bem como no aço em estruturas metálicas. Aqui, abordam-se sucintamente algumas das patologias dos paramentos. O nº 14 da R. D. Dinis, perto do Largo do Rato, um edifício do séc.XIX, foi alvo de beneficiação. Após levantamento, sugeriram-se propostas de recuperação das suas patologias, recorrentes neste tipo de edifícios, assim como medidas preventivas das mesmas. Orientado NO – SE, foi construído em alvenaria de pedra partida argamassada nas suas paredes exteriores de aproximadamente 0,50 m de espessura e paredes estruturais interiores e revestida a reboco de argamassa de cimento e cal. As paredes divisórias são em tabique e a estrutura dos pisos e cobertura é em vigamento de madeira. A fachada de rua apresenta 8 janelas de peito semelhantes, em métrica e linguagem, que remete ao estilo “pombalino” final com ombreiras de pedra bujardada a guarnecer todo o seu perímetro de retângulos áureos, despojadas de motivos decorativos. Pintada em tinta-de-água na cor ocre-açafrão, encimada por platibanda com friso saliente. As janelas em madeira tal como a porta, encimada por bandeira, também com guarnição da ombreira em arco abatido de pedra. Observam-se fissuras, devidas aos deslocamentos horizontais. No arco da porta de entrada por provável deslocamento do pilar e numa parede divisória do escritório do piso 1 com fissura vertical na parede e quebra de ladrilho com eflorescências e alteração cor da tinta do estuque, por ação de humidades entranhadas no reboco interior da empena e presença de fungos. Tal como ocorrem na empena confinante com a edificação vizinha, fissuras horizontais e verticais são acompanhadas por eflorescências várias. O tratamento deste tipo de fissuras pode ser feito com resina epóxi, aplicada por injeção, após conveniente raspagem e escovagem e posterior eliminação das deficiências de estanquicidade das paredes através da aplicação de novos revestimentos de paredes sendo aconselhável a adição dum hidrófugo nas paredes exteriores. Patologias de paramentos dum edifício da Alta de Lisboa Marco Roquete Ramos Arquiteto, M.Sc.
  • 2. www.anteprojectos.com.pt Maio de 2017 9ANTEPROJECTOS Na parede do paramento exterior manchas e a pintura descascada resultam da perda de aderência. As manchas devem-se a humidades provenientes, provavelmente, de escorrências frequentes de água na fachada com a orientação da parede a NO a ser relevante pela sujeição a condições atmosféricas de precipitação e humidade relativa elevadas, onde a pouca insolação não permite a suficiente troca de humidade que a parede grossa normalmente possibilita, pois permite que, segundo as estações do ano, hajam períodos de humedecimento e secagem. Podem também provir da proximidade do embasamento e, portanto, das fundações do edifício e surgir na parede por higroscopicidade e capilaridade. As humidades podem ser de proveniências variadas e muitas vezes simultâneas de diversos tipos: de precipitação, ascensionais por higroscopia, de condensação, humidades veículo ou até catalisadoras pela deterioração dos materiais ou colonização biológica. A pintura descascada ocorre pela perda de aderência devido a essa presença destas humidade e estas, por sua vez, manifestam-se no interior sobretudo através de bolores, fungos e a conhecida “salitre”. Estas perdas de aderência podem também deverem-se a dilatações e contrações térmicas, movimentos do suporte da tinta ou elevada impermeabilidade à água do mesmo, erros de execução do revestimento ou a sua insuficiente permeabilidade ao vapor de água. Após a reparação dos paramentos com fissuras, podem-se reduzir as condensações superficiais, interiores e internas por via do melhoramento da ventilação. Aquando da renovação dos revestimentos de paredes, convém aplicar de um hidrófugo nas paredes exteriores e em caso de colonização biológica, aplicar também solução fungicida. Para os pisos térreos e abaixo no nível do solo existe um processo chamado de sistema por electro – osmose, que consiste em inserir elétrodos na alvenaria, conseguindo inverter a polaridade solo/parede. Seguida da aplicação de uma argamassa microporosa que vai acelerar o processo de secagem, a parede permanece seca e sem rasto de humidade, não sendo necessária qualquer manutenção. Nas eflorescências devidas a humidades entranhadas no reboco interior da empena e acentuada pela ação de fungos, recomenda-se a raspagem das eflorescências, após limpeza cuidada e tratamento com fungicida de eliminação e prevenção. Aplicação de primário e filme de impermeabilização elástico. Após o tratamento da humidade existente na parede, raspar a região, lixar para nivelar a mesma e seguidamente limpar. Aplicar a tinta conveniente. No alçado principal, a exposição à humidade exterior favorece o aparecimento de manchas nas molduras de pedra das janelas, sobretudo nas vergas e ombreiras. As guarnições das portas apresentam, além das manchas, vegetação parasitária por ação de organismos vegetais, que se alojam nas mesmas e nas suas juntas, à medida que se vão deteriorando, por ação da humidade ascendente capilar, higroscópica e pluviométrica, mas também pela humidade atmosférica, com a acidez própria de ambientes citadinos poluídos. Os calcários na presença do CO2 (Dióxido de Carbono) e SO2 (Dióxido de Enxofre) da humidade atmosférica que, catalisados pelo CO (Monóxido de Carbono) e NO (Monóxido de Nitrogénio), acidificam essas mesmas humidades e chuvas. É necessária a limpeza do local e reparação dos danos, com escova sobre as zonas mais escurecidas de uma solução de água e lixívia a 10%, atuando por 30 minutos. Enxaguamento abundantemente, posterior aplicação com broxa de primário fungicida e limpeza final com jato de água à pressão, até eliminar os fungos, as algas e o bolor da superfície suporte, começando pelas zonas mais altas, aplicando o tratamento em faixas horizontais completas. Posterior aplicação preventiva de uma impregnação hidrofóbica. Base de investigação: Levantamento efetuado do edifício na Rua Dom Dinis, nº 14 (perto do Largo do Rato) na Alta de Lisboa.