2. OBJETIVOS
Durabilidade das estruturas de
concreto armado: especificação do
concreto do projeto a edificação e
mecanismos de degradação.
Concretos especiais: principais tipos e
aplicações
3. Durabilidade das estruturas de
concreto
Foi considerado por muito tempo, um material de
grande durabilidade. Inventado em 1901;
Após a década de 70 houveram muitas alterações no
cimento, que aliado a erros de projeto e execução e
falta de manutenção, resultaram em estruturas
deterioradas.
A partir da década de 80, é refeita toda a parte de
normas de concreto, introduzindo-se inclusive o
conceito de vida útil das estruturas de concreto
Normas: NBR 6118/2003 – Projeto de Estruturas de
concreto
NBR 14931/2004 – Execução de estruturas de concreto
4. Durabilidade de estruturas de
concreto armado
A durabilidade esta ligada a qualidade dos
projetos e execução das estruturas.
Não basta saber somente como as peças de
concreto estarão dispostas, mas tambem
qual a especificação de concreto para cada
situação.
◦ É diferente a situação em que o concreto será
usado próximo ao mar, de um concreto para
viadutos.
A NBR 6118/2003 fornece tabelas que
definem as classes de agressividade a que a
estrutura estará submetida e tambem a
relação entre a Classe de agressividade e a
6. Durabilidade de estruturas de concreto
armado – Utilização da Norma
Quanto menor
a relação,
maior a
resistência do
concreto!
7. Durabilidade de estruturas de concreto
armado – Instruções
Alcançados os objetivos propostos em
norma, é necessário que seja feita um
acompanhamento minuncioso da execução
das peças, desde verificar o posicionamento
das formas até o adensamento do concreto
durante a concretagem, para que se garanta
a qualidade/durabilidade do mesmo.
Este concreto final deve ser denso, bem
curado, resistente, de baixa permeabilidade e
sem fissuras excessivas. Ou seja, sob a ação
das intempéries mantenha bom desempenho
e aparência, sem exigir muita manutenção.
8. Durabilidade de estruturas de concreto
armado
O tempo que o concreto deve manter suas
características e propriedades é conhecido como
vida útil. Ele atinge o fim desta vida útil quando
suas propriedades se deterioram de modo a se
tornar inseguro seu uso e antieconômico.
É necessário sempre levar em consideração a
agressividade do ambiente em que esta
estrutura estará inserida.
O concreto é poroso e permite percolação de
água, e para que isso não afete o mesmo, nem a
armadura, é necessário atender a resistência
exigida, a relação agua/cimento e o cobrimento
da armadura.
9. Mecanismos de Transporte de
Fluidos na matriz do concreto
Para entender sua deterioração, é
necessário entender como os poros e
fissuras no concreto permitem esta
interação com o ambiente. São os poros
que permitirão o transporte de
substâncias agressivas, como sais e
ácidos, dentro do concreto.
Os principais mecanismos de transporte
são: Permeabilidade, Difusão, Absorção
Capilar e Migração.
10. Mecanismos de Transporte de Fluidos na
matriz do concreto – Permeabilidade
Afetada pelo tamanho dos
poros, distribuição e
conectividade.
Se torna mais permeável
quando se aumenta o
consumo de cimento e se
hidrata mais a pasta. Torna
a estrutura compacta!
Taxa de fluxo de um fluido para
dentro de um sólido poroso
11. Mecanismos de Transporte de Fluidos
na matriz do concreto – Difusão
Transferência de íons na
umidade encontrada nos
poros
Vai das regiões mais
umidas para as mais
secas.
A difusão é interrompida
em partes secas.
12. Mecanismos de Transporte de Fluidos
na matriz do concreto – Absorção
Capilar
Transporte de liquidos nos
poros devido a tensão
superficial
Quanto mais denso, mais
dificil se penetrar nos
poros
Maior a tensão, maior
a ascenção capilar
13. Mecanismos de Transporte de Fluidos
na matriz do concreto – Absorção
Capilar
Transporte de ions devido a ação
do campo elétrico gerado por
células de corrosão.
Fluxo de íons para as
regiões anódicas onde
ocorre a corrosão.
A temperatura facilita o
fenômeno
14. Mecanismos de deterioração do
concreto
Divididos em:
◦ Deterioração de origem física:
Desgaste superficial
Cristalização de sais nos poros
Congelamento
Ação do fogo
◦ Deterioração de origem quimica
Ação de sais
Eflorescências
Ataque de sulfato
Reação Álcali-Agregado
◦ Ação da corrosão na armadura
15. Deterioração de origem física
Desgaste superficial – Abrasão
Atrito seco devido o tráfego de
pessoas, veiculo e o vento.
Perda gradual da
argamassa
superficial
Deve-se aumentar a
resistência da superficie,
através de pasta de cimento,
agregados,
aditivos/impermeabilizantes e
endurecedores
Quanto maior a dureza e
menor a porosidade da
passta, maior resistência a
abrasão
16. Deterioração de origem física
Desgaste superficial - Erosão
Fluido em movimento,
transportando particulas, colidindo
ou escorregando na superficie do
concreto
Quanto mais poroso, e
quanto mais, maiores, mais
rapidas e duras forem as
particulas, maior a erosão
Utilizar agregados duros, bom concreto,
menos poroso e com uma cura adequada.
17. Deterioração de origem física
Desgaste superficial - Cavitação
Geralmente em locais de agua corrente.
Formação de bolhas, com reduzida
pressão de vapor que estouram em
contato com pressao mais elevada e
causam erosões. Ocorre em lugares de agua
corrente, como vertedouros
e condutos.
Fornece uma superficie
irregular e corroida
É mais barato o reparo,
e evitar altas
velocidades na
superficie bem como se
utilizar de concretos de
18. Deterioração de origem física
Cristalização de sais nos poros
Os sais induzem tensões internas
e fissuras
Liquido evapora e deixa os
sais, posteriormente é
umidecido novamente e
ocupa um volume maior,
deteriorando
progressivamente o
concreto
Os concretos sujeitos a
cristalização são aqueles
porosos e em contato
com soluções salinas
19. Deterioração de origem física
Congelamento
Nas baixas temperaturas,
a agua presente no
concreto congela e
posteriormente
descongela.
O concreto apresenta
fissuras e
destacamentos na
superficie.
Ocorre na agua presente
nos grandes poros, e
devido ao alto grau de
hidratação
A presença de ar nos
poros diminui os danos
ja que fornece
caminhos menores para
a agua. Os sais de
degelo ajudam a
20. Deterioração de origem física
Ação do fogo
Provoca danos ao material,
como fissuras, lascamento na
estrutura e exposição da
armadura.
Alta temperatura
(350 graus) retira
toda a hidratação
Concretos de alta resistencia,
possuem baixa permeabilidade
e consequente dificuldade na
evaporação
O jato dagua usado para apagar o
fogo, provoca um choque térmico, e a
rehidratação se dá com inchamento e
fissuramento
21. Deterioração de origem
química
Ataque ácido
Atacados por ácido
sulfurico, nitrico,
cloridrico, acético, etc.
Depende da
concentração do ácido
e o tempo de
exposição
O carater basico do
composto de cimento, em
conjunto com o ácido
acelera a deterioração
Os poros são destruidos,
compostos são lixiviados e
aligação entre componentes fica
prejudicada.
22. Deterioração de origem
química
Ataque de sulfatos
Sulfatos encontrados em
aguas e solos poluidos.
Reação entre o ion sulfato e
os compostos hidratados do
cimento
Componentes do cimento vão sendo
decompostos e a superficie começa a
apresentar fissuração devido a
expansão do material
Escolher cimentos
como o alumioso ou
o pozolânico.
23. Deterioração de origem
química
Lixiviação
Ação de aguas puras,
carbônicas e ácidas que
dissolvem e carreiam os
compostos hidratados da
pasta
A liviação aconteçe
entre os poros por
difusão ou dissolução
Estruturas em contato com aguas
puras ou ácidas como barragens
e redes de abastecimento de
agua.
Produz superficies sem a pasta
superficial, com eflorescências
(manchas brancas), retenção de
fuligem com muitos fungos
Materiais próprios e
cura adequada
diminuem a
permeabilidade
24. Deterioração de origem
química
Carbonatação
Etapa molhada é dada pelo
ácido carbônico e a etapa seca
é o transporte da agua saturada
com hidróxido de cálcio.
Com uma nova
alcalinidade, é destruida a
proteção da armadura e
com umidade e oxigênio,
dá-se inicio à corrosão.
Com mais presença de agua,
ocorre lixiviação, aumento da
porosidade e permeabilidade e
decréscimo na resistência a
compressão
25. Deterioração de origem
química
Reação Álcali-Agregado
Reação quimica envolvendo
ions alcalinos do cimento e
constituintes mineralógicos
dos agregados como sílica e
carbonatos.
Expansão e fissuração do
concreto.
26. Deterioração das armaduras
Reação entre metal e
ambiente. Devido também a má
qualidade do recobrimento ou
contato com íons cloreto.
Diminui a seção da armadura,
forma produto expansivo
fissurando o concreto, pode levar
ao lascamento da superficie e
perda de aderencia concreto-
metal
O cimento hidratado protégé o
aço da corrosão, mas se este
entrar em contato com o CO2 na
atmosfera, inicia-se a corrosão, e
isto pode ser evitado com um
maior recobrimento.
Os ions cloreto são altamente agressivos e estao
presentes na agua de amassamento, as vezes no
agregado e em regiões próximas ao mar ou
Não há corrosão se o
concreto estiver seco
ou totalmente
saturado
27. Durabilidade das estruturas de
concretos especiais
O concreto hoje deve atender critérios
específicos de cada obra, sendo assim houve-se
a necessidade de pesquisar e criar os concretos
especiais
Concreto = cimento + areia + brita + H2O
O concreto especial é a otimização desta
mistura, para melhorar características
específicas.
Se torna um concreto especial pela aplicação de
aditivos, dosagem modificada ou são realmente
criados para atender um apelo estético.
28. Concreto colorido
Agrega maior valor estético com a adição de alguns
pigmentos.
Dispensa a aplicação de revestimentos, reduzindo custos,
tempo e manutenção da obra.
São utilizados pigmentos, preferencialmente inorgânicos por
serem mais duráveis.
Deve-se tomar cuidado na fabricação das peças, para que
não existam tons diferentes. Ou seja, utilizar a mesma marca
de cimento e adensar bem para que não seja feita nenhuma
correção.
O maior problema apresentado a este concreto é o
surgimento de elforescências, fenômeno que compromete a
estética da peça.
Aplicações: rejuntes, pavers, telhas de concreto, etc
30. Concreto Branco
Assim como o colorido, o cimento branco vem tirar a monotonia da
cor concreto padrão.
Utilizado por motivos estéticos. Seus cuidados adicionais geram
custos, mas a qualidade da peça final é muito boa, reduzindo o
retrabalho.
Neste concreto, deve-se ser feita uma seleção minunciosa da
matéria prima, pois é mais dificil atingir o branco desejável. Sendo
assim o agregado deve ser claro.
Existe o cimento branco estrutural (25 a 40MPa) utilizado em
estruturas aparentes de concreto e o não estrutural utilizado para
rejuntes e argamassas
É um dos concretos mais caros já que deve ser feita uma seleção
do material, mas como dispensa acabamento e possui pouca
manutenção o custo pode equivaler ao comum.
32. Concreto com utilização de
resíduos
Como a construção civil é uma grande geradora de
entulhos, viu-se a necessidade de que ela própria
utiliza-se esses residuos para que diminuisse sua
deposição em aterros.
O entulho processado em usinas de reciclagem pode
ser usado como agregado não estrutural, substituindo a
brita e a areia em concretos e argamassas.
Este reuso, permite a utilização de todo entulho sem ter
de separá-lo.
Se usado como agregado graudo no concreto, torna-se
mais barato do que se usado como miudo na
argamassa.
33. Concreto com utilização de
resíduos
Mesmo com todos os beneficios e normas de
reutilização, sua utilização esbarra em
algumas dificuldades como a Triagem que
solicita o entulho como agregado somente o
referente a concreto, e hoje não há uma
separação deste nas caçambas, a
variabilidade dos agregados e a insuficiência
nos métodos de controle de qualidade ja que
a separação é feita por catação manual e
inspeçao visual .
O material vem mostrando bom desempenho
quando utilizado em obras urbanas, como
base de pavimento e em artefatos de
concreto.
34. Concreto com fibras
Como forma de melhorar a resistência a tração
do concreto, sem empregar o aço é a adição de
fibras na mistura.
As fibras reduzem a velocidade de propagação
de fissuras e melhora a capacidade resistente da
estrutura.
◦ Fibras naturais: Atingem grandes resistências mas
por serem naturais se deterioram rapido
(bambu,sisal, etc)
◦ Fibras poliméricas: Grande flexibilidade e tenacidade,
controla o fissuramento em pisos industriais, possui
alta resistência aos álcalis (poliéster, nylon,etc)
◦ Fibras minerais: São utilizadas para aumentar a
resistência a tração (carbono,vidro,amianto)
◦ Fibras metálicas: Aumenta a aderência da pasta de
cimento, absorve muita energia na ruptura e controla
fissuras (aço)
35. Concreto com fibras - Aplicações
Destaca-se no uso como reforço de
base de fundações superficiais, reforço
de pavimentos industriais e concreto
projetado para revestimento de tuneis e
taludes.
◦ Pavimentos: elimina as telas metálicas,
economiza espaço na obra por não ter as
barras de ferro, facilita a execução de juntas.
◦ Concreto projetado para túneis: velocidade
de execução e possibilidade de aplicá-lo
imediatamente à escavação
36. Concreto Projetado
Concreto transportado por tubulações e projetado em
altas velocidades.
Apresenta grande versatilidade e é aplicado quando
não se pode usar fôrma e quando se tem pouco tempo
para execução como em contenção de taludes,
reforços estruturais,túneis, etc.
Possui alta resistência, melhor aderência ao substrato,
baixa permeabilidade, elima custo de formas, etc.
Pode apresentar alguns defeitos como laminação
(camadas pouco duraveis), oclusão de material
(formação de poros com baixa resistência e alta
permeabilidade) e alterações na superficie.
37. Concreto compactado a rolo
Concreto de consistência seca,
aplicado por espalhamento manual ou
mecânico, compactado com rolo
vibratório liso.
Construção rápida e econômica,
utilizada em pavimentação e
barragens.
Possui baixo consumo de cimento,
redução de fôrmas, custo baixo com
38. Concreto massa
Grande volume de concreto com dimensões
largas.
Utilizado em vigas, pilar, estacas, comporta
ou barragem.
Tem a temperatura muito elevada na
hidratação, o que pode ocasionar fissuras.
Para este concreto, afim de evitar aumento
de temperatura, deve-se usar cimento
pozolânico (CP IV) e escória de alto forno
(CP III).
39. Concreto estrutural leve
É conseguido através do uso de agregados leves
(pedra pome, escória, argilas, ardósia,etc).
Tem-se uma redução significativa na massa específica,
já que existe mais ar do que agregados, redução nos
esforços, economia nas fôrmas e cimbramentos e
redução nas dimensões dos elementos estruturais.
Utilizado nos pré-fabricados, plataformas marítimas,
pontes e edificações de muitos andares.
Os agregados possuem uma melhor ligação entre a
superficie e a matriz da pasta, possibilitando seu uso
como material estrutural.
40. Concreto pesado
Uso de agregados pesados (barita, magnetita e
hematita).
Usado para blindagem em usinas nucleares, unidades
médicas e instalações de pesquisa atômica, pois blinda
raio X e gama.
Possui baixo custo de manutenção.
É necessario que ambos agregados sejam pesados
para não segregar o concreto.
É um concreto mais áspero, e para corrigir isso é usada
maior concentração de areia fina e cimento.
41. Concreto auto adensável
Devido ao seu peso próprio, ele possui maior facilidade
de ser aplicado na fôrma e não necessita ser
adensado, garantindo preeenchimento de todos os
espaços.
Obtido com introdução de aditivos quimicos
superplastificantes, facilitando o bombeamento e a
homogeneidade.
Utilizado em locais com grande densidade de armadura
e o vibrador nao entra, fundações por hélice continua,
lajes de pequena espessura e elementos pré
fabricados
Elevada fluidez devido ao aditivo
Acelera o cronograma e possui facil logistica
42. Concreto de auto
desempenho
Apresenta maior resistência mecânica, é mais durável a
ataques de agentes agressivos, e apresenta maior
trabalhabilidade. Possui menores despesas com manutençao
e reparos.
Alto consumo de cimento, utiliza aditivos quimicos redutores
de agua e adições de minerais.
Utilizado em pilares de edificações com redução de seçao,
estética, agilidade na construção em altura, maior
reaproveitamento de fôrmas, redução de armação e
concreto.
Reduz tempo de execução, aumenta a área util com
diminuição das peças estruturais, aumento da vida util,
resistente a abrasao, permeabilidade próxima de zero,
grande aderência a superficies de concreto, elimina reflexão
no concreto projetado.
43. Conclusão
Para cada tipo de obra, é possivel ter
um concreto que atenda às
especificidades desta.