SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Avaliação do Sistema de
Qualidade na Construção
 Avaliação construtiva do desempenho do
Edifício da ARPAC - Delegação Provincial de
Sofala
1. INTRODUÇÃO
O Presente trabalho é realizado no âmbito da cadeira de gestão de qualidade com o
tema avaliação construtiva do desempenho do edifício/Obra com infoque ao edifício
da ARPAC - Delegação Provincial de Sofala, situada na zona de chaimite, na rua Pêro
de Alenquer, cidade da Beira. A cidade da beira possue actualmente patrimónios de
edifícios bastante antigos, e outros em elevado estado degradação.
Em comum ainda se opte muitas vezes pela demolição e execução de novos edifícios
em detrimento da reabilitação e reutilização dos mesmos, arquitectos e engenheiros são
cada vez mais confrontados com a tarefa de analisar a viabilidade de recuperação destas
estruturas. Os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar
do tempo.
2. ASPECTOS HISTÓRICOS
O edifício é uma infraestrutura com valor Histórico, faz parte do Património edificado
da Cidade da Beira e da Província de Sofala. Tem um pouco mais de 9 décadas de
existência e representa de forma indelével um marco importante da História secular de
Moçambique, sobretudo no que tange a presença chinesa. Esta infra-estrutura pertencia
ao clube Chinês.
A partir de 01 de Maio de 1986, o edifício do Antigo Clube Chinês funcionou como
Sede do Núcleo Provincial do Projecto ARPAC- (Arquivos do Património Cultural),
hoje, ARPAC- Instituto de Investigação Sócio-Cultural. Já como ARPAC, no rés-do-
chão funcionam: a secretaria, a Repartição de Investigação e a UGEA; no 1ºAndar
funcionam os Sectores de Administração e Finanças, a Repartição de
Documentação/Biblioteca e o Gabinete do Delegado; No segundo andar, funciona uma
sala reservada para conferências, reuniões ou debates.
3. CARACTERISTICAS FÍSICAS
O edifício possui dois andares. No rés-do-chão existem duas caves: a primeira era
usada para depósito de materiais enquanto que a segunda servia para a conservação das
águas da chuva que eram colectadas através de cantoneiras a ela direccionadas. Havia
uma cozinha onde eram confecionadas refeições e uma sala de refeições.
O 1º piso funcionou como local de serviços. Possuia uma sala onde se realizavam
convívios, jogos, música e outras cerimónias. O último piso estava reservado para
acolhimento dos idosos, onde havia dormitórios.
4. CARACTERISTICAS TÉCNICAS
4.1. Implantação
O edifício da ARPAC ocupa uma área de 216 m2, sendo desde modo o alçado frontal
com 24 metros e de 9 metros no alçado lateral.
4.2. Pavimentos
Os pavimentos do edifício têm constituições diferentes. A constituição dos pavimentos
térreos é muito simples, geralmente baseada em enrocamento de pedra, sob laje de
betao com revestimento de argamassa de cimento e areia.
No que diz respeito aos pavimentos elevados do edifício, estes são executados
geralmente em betão armado com um revestimento de argamassa de cimento e areia
queimado com colher de pedreiro.
4.3. Paredes
As paredes do edifício são alvenaria que são utilizadas como paredes resistentes. Estas
paredes resistentes são também designadas como paredes principais ou paredes-
mestras. As paredes principais de edifícios antigos apresentam geralmente grande
espessura e são constituídas por materiais heterogéneos, de onde resultam elementos
rígidos e pesados.
4.4. Cobertura
As estruturas de cobertura tem formato inclinado (coberturas inclinadas)
predominantemente a utilização de estrutura em madeira com revestimento em chapas
onduladas de zinco.
4.5. Escadas
As escadas do edifício são de betao armado rebocadas com argamassa de cimento e
areia.
4.6. Revestimentos e acabamentos
Os revestimentos das paredes exteriores do edifício são em reboco de argamassa de
areia e cal aérea com acabamento em caiação branca.
Nas paredes interiores e tectos, o principal revestimento utilizado era o estuque que,
para além de económico, permitia imitar, através da sua pintura, acabamentos em pedra
natural ou madeiras nobres.
5. PATOLOGIAS EXISTENTES
Devido ao elevado número de casos de patologias que vêm se apresentando em diversas
estruturas, pode-se concluir que nenhum material estrutural é um elemento eternamente
durável, em razão de sua interação com o meio ambiente. Os fenômenos patológicos
geralmente apresentam manifestação externa, característica a partir da qual se pode
deduzir a natureza, a origem e os mecanismos dos fenômenos envolvidos. (HELENE,
2003).
5.1. Inspeção Preliminar
Procurou-se realizar um levantamento dos projetos estruturais e arquitetônicos da
edificação, os quais não foram encontrados.
Na inspeção preliminar procurou-se identificar a natureza e possíveis causas das
manifestações patológicas, incluindo atividades tais como: exame visual de toda a
edificação realizando um levantamento fotográfico detalhado; registro de todos os
sintomas visuais (manchas de óxidos, fissuras, desagregação, eflorescência, infiltração,
descolamento de revestimentos, etc); identificação da agressividade do ambiente
(suave, moderada ou forte); identificação da espessura do cobrimento do concreto e
redução do diâmetro das armaduras.
5.2. Diagnóstico
É através da etapa diagnóstico que todos os dados coletados na inspeção preliminar e
detalhada deve ser interpretado no sentido de compor progressivamente o entendimento
das prováveis causas, origens e mecanismos das patologias, obtendo desta forma, o
diagnóstico do problema.
5.3. Patologias Observadas
Através das visitas de campo, foi detectada a presença de manifestações patológicas
localizadas em diversos pontos na edificação.
5.3.1. Análise das patologias
5.3.1.1. Infiltração
Foi observado excesso de humidade em diversos locais do edifício evidenciando
infiltrações. As infiltrações identificadas nos tectos e pilares, provavelmente, foram
causadas por tubulações deficientes acompanhados pela má impermeabilização do piso
e falta de manutenção no rejunte do revestimento cerâmico dos WCS.
As infiltrações situadas no tecto e vigas da varanda, provém da área descoberta,
portanto o piso desse pavimento, possivelmente encontra-se em péssimas condições de
uso com impermeabilização deficiente devido a falta de manutenção.
As infiltrações identificadas na coberta foram causadas pela camada de
impermeabilização deficiente acompanhada pela obstrução de ralos na laje da
cobertura, pois as chuvas intensas geravam a formação de lâmina de água nas células
da cobertura, que infiltrava para o pavimento.
As lajes e vigas situadas na varanda, apresentam, dentre outras patologias, problemas
de corrosão de armaduras com perda de secção e esfoliação, ocasionada pela expansão
dos produtos de corrosão, tendo as infiltrações contribuído de forma significativa no
desencadeamento dessa patologia. Foi possível observar que não havia danos aparentes
em alguns pilares da varanda, pois os elementos estruturais (pilares) no referido
pavimento apresentavam-se envoltos por camada de revestimento de argamassa
protegidos por pintura impermeabilizante, dificultando o ingresso de agentes
agressivos.
(A) (B)
(
(A) Recobrimento deficiente e corrosão em laje do pavimento
(B) Recobrimento deficiente, corrosão acentuada e eflorescência
5.3.1.2. Eflorescência e Íons cloreto
Foi identificada a presença do processo de lixiviação com formação de estalactites e
eflorescências no teto (fig C). Segundo Husni, et. al. (2003), as eflorescências ocorrem
na superfície do concreto através da percolação da água no interior do concreto
consistindo em depósito de sais que são lixiviados para fora do concreto e
cristalizando-os após a evaporação.
As eflorescências podem levar a um aumento da porosidade, redução da resistência,
elevação da permeabilidade e perda da alcalinidade do concreto, tornando-o vulnerável
a ataques como, por exemplo, a corrosão das armaduras.
(C) Eflorescência
5.3.1.3. Fissuras
Foi identificado um considerável índice de fissuras nos pavimentos vistoriados seja em
paredes que não conseguem acompanhar as deformações excessivas da estrutura, por
movimentação dinâmica e em elementos estruturais provenientes de corrosão das
armaduras.
Foram encontradas fissuras longitudinais na direção da armadura de pilares (fig E) ,
vigas e lajes provenientes da corrosão de armaduras (fig D).
(D) (E)
6. CONCLUSÃO
Os estudos realizados mostraram que dentre as patologias identificadas na edificação,
as que apresentaram maior incidência foram: as infiltrações, fissuras, corrosão de
armaduras e descolamento de revestimentos.
Diversas foram as causas das manifestações patológicas encontradas, destacando-se a
má impermeabilização, pouco cobrimento das armaduras, possível uso de material
inadequado e elevado grau de agressividade ambiental.
A falta de manutenções preventivas teve grande contribuição no surgimento das
manifestações patológicas devido a sua importância na conservação de uma edificação.
ANEXOS
FACHADA FRONTAL
ESCADA DE ACESSO AO PISO ELEVADO
ENTRADA PRINCIPAL DAARPAC

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptx

Patologias do concreto 2
Patologias  do concreto 2Patologias  do concreto 2
Patologias do concreto 2profNICODEMOS
 
Edifício liberdade - rj
Edifício liberdade - rjEdifício liberdade - rj
Edifício liberdade - rjCarolina Zacche
 
Deterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
Deterioração de Paredes em Alvenaria de TijoloDeterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
Deterioração de Paredes em Alvenaria de TijoloPequicho , Filomeno
 
Apostila estruturas de contencao parte 1
Apostila estruturas de contencao parte 1Apostila estruturas de contencao parte 1
Apostila estruturas de contencao parte 1Rafael Maciel
 
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteImpermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteELKA PORCIÚNCULA
 
Patologias de paramentos de um edificio da alta de Lisboa
Patologias de paramentos de um edificio da alta de LisboaPatologias de paramentos de um edificio da alta de Lisboa
Patologias de paramentos de um edificio da alta de LisboaMarco Roquete
 
Casa das rosas - Parte 2
Casa das rosas - Parte 2Casa das rosas - Parte 2
Casa das rosas - Parte 2Alberto Barth
 
Aula patologias em alvenarias
Aula patologias em alvenariasAula patologias em alvenarias
Aula patologias em alvenariasUNAERP
 
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxUGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxMarcelloSantos40
 
Telhados tradicionais patologias, reparos e manutenção
Telhados tradicionais    patologias, reparos e manutençãoTelhados tradicionais    patologias, reparos e manutenção
Telhados tradicionais patologias, reparos e manutençãoArthur Prudente
 
Alvenaria estrutural jc campos
Alvenaria estrutural   jc camposAlvenaria estrutural   jc campos
Alvenaria estrutural jc camposLorena Carvalho
 
Memorial reforma Torre Montes Altos
Memorial reforma Torre Montes AltosMemorial reforma Torre Montes Altos
Memorial reforma Torre Montes AltosMell Bandeira
 
Patologias de paramentos de um edificio da alta de lisboa ramos, marco-2017
Patologias de paramentos de um edificio da alta de lisboa ramos, marco-2017Patologias de paramentos de um edificio da alta de lisboa ramos, marco-2017
Patologias de paramentos de um edificio da alta de lisboa ramos, marco-2017Marco Roquete
 
Materiais construtivos e cerâmicas
Materiais construtivos e cerâmicasMateriais construtivos e cerâmicas
Materiais construtivos e cerâmicasMatheus Garcia
 
ApresentaçãO. Rem Koolhas.
ApresentaçãO.   Rem Koolhas.ApresentaçãO.   Rem Koolhas.
ApresentaçãO. Rem Koolhas.CARLA RAISSA
 
Patologias causadas por agentes ambientais, climáticos e biológicos
Patologias causadas por agentes ambientais, climáticos e biológicosPatologias causadas por agentes ambientais, climáticos e biológicos
Patologias causadas por agentes ambientais, climáticos e biológicosdiegoccb
 
Cadernos de Seguro: Critérios para avaliação de obras de terra
Cadernos de Seguro: Critérios para avaliação de obras de terraCadernos de Seguro: Critérios para avaliação de obras de terra
Cadernos de Seguro: Critérios para avaliação de obras de terraUniversidade Federal Fluminense
 
Relatório de Vistoria - Casa na Rua de São Francisco, 26
Relatório de Vistoria - Casa na Rua de São Francisco, 26Relatório de Vistoria - Casa na Rua de São Francisco, 26
Relatório de Vistoria - Casa na Rua de São Francisco, 26Prefeitura de Olinda
 
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019Adriana de Araujo
 

Semelhante a Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptx (20)

Patologias do concreto 2
Patologias  do concreto 2Patologias  do concreto 2
Patologias do concreto 2
 
Edifício liberdade - rj
Edifício liberdade - rjEdifício liberdade - rj
Edifício liberdade - rj
 
Deterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
Deterioração de Paredes em Alvenaria de TijoloDeterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
Deterioração de Paredes em Alvenaria de Tijolo
 
Apostila estruturas de contencao parte 1
Apostila estruturas de contencao parte 1Apostila estruturas de contencao parte 1
Apostila estruturas de contencao parte 1
 
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho StorteImpermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
Impermeabilizacao E Patologias Trabalho Storte
 
Patologias de paramentos de um edificio da alta de Lisboa
Patologias de paramentos de um edificio da alta de LisboaPatologias de paramentos de um edificio da alta de Lisboa
Patologias de paramentos de um edificio da alta de Lisboa
 
Casa das rosas - Parte 2
Casa das rosas - Parte 2Casa das rosas - Parte 2
Casa das rosas - Parte 2
 
Aula patologias em alvenarias
Aula patologias em alvenariasAula patologias em alvenarias
Aula patologias em alvenarias
 
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptxUGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
UGB Materiais Unidade 9 Patologias das Estruturas.pptx
 
Telhados tradicionais patologias, reparos e manutenção
Telhados tradicionais    patologias, reparos e manutençãoTelhados tradicionais    patologias, reparos e manutenção
Telhados tradicionais patologias, reparos e manutenção
 
Alvenaria estrutural jc campos
Alvenaria estrutural   jc camposAlvenaria estrutural   jc campos
Alvenaria estrutural jc campos
 
Memorial reforma Torre Montes Altos
Memorial reforma Torre Montes AltosMemorial reforma Torre Montes Altos
Memorial reforma Torre Montes Altos
 
Atps patologia
Atps patologiaAtps patologia
Atps patologia
 
Patologias de paramentos de um edificio da alta de lisboa ramos, marco-2017
Patologias de paramentos de um edificio da alta de lisboa ramos, marco-2017Patologias de paramentos de um edificio da alta de lisboa ramos, marco-2017
Patologias de paramentos de um edificio da alta de lisboa ramos, marco-2017
 
Materiais construtivos e cerâmicas
Materiais construtivos e cerâmicasMateriais construtivos e cerâmicas
Materiais construtivos e cerâmicas
 
ApresentaçãO. Rem Koolhas.
ApresentaçãO.   Rem Koolhas.ApresentaçãO.   Rem Koolhas.
ApresentaçãO. Rem Koolhas.
 
Patologias causadas por agentes ambientais, climáticos e biológicos
Patologias causadas por agentes ambientais, climáticos e biológicosPatologias causadas por agentes ambientais, climáticos e biológicos
Patologias causadas por agentes ambientais, climáticos e biológicos
 
Cadernos de Seguro: Critérios para avaliação de obras de terra
Cadernos de Seguro: Critérios para avaliação de obras de terraCadernos de Seguro: Critérios para avaliação de obras de terra
Cadernos de Seguro: Critérios para avaliação de obras de terra
 
Relatório de Vistoria - Casa na Rua de São Francisco, 26
Relatório de Vistoria - Casa na Rua de São Francisco, 26Relatório de Vistoria - Casa na Rua de São Francisco, 26
Relatório de Vistoria - Casa na Rua de São Francisco, 26
 
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
Inspeção visual e ensaios NDT Estruturas de concreto_ COTEQ 2019
 

Último

07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptxVagner Soares da Costa
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxFlvioDadinhoNNhamizi
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptxVagner Soares da Costa
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMdiminutcasamentos
 
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06AndressaTenreiro
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3filiperigueira1
 

Último (6)

07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
07 - MICRÔMETRO EXTERNO SISTEMA MÉTRICO.pptx
 
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docxTRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
TRABALHO INSTALACAO ELETRICA EM EDIFICIO FINAL.docx
 
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
10 - RELOGIO COMPARADOR - OPERAÇÃO E LEITURA.pptx
 
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPMApresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
Apresentação Manutenção Total Produtiva - TPM
 
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06Lista de presença treinamento de EPI NR-06
Lista de presença treinamento de EPI NR-06
 
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
Calculo vetorial - eletromagnetismo, calculo 3
 

Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção.pptx

  • 1. Avaliação do Sistema de Qualidade na Construção  Avaliação construtiva do desempenho do Edifício da ARPAC - Delegação Provincial de Sofala
  • 2. 1. INTRODUÇÃO O Presente trabalho é realizado no âmbito da cadeira de gestão de qualidade com o tema avaliação construtiva do desempenho do edifício/Obra com infoque ao edifício da ARPAC - Delegação Provincial de Sofala, situada na zona de chaimite, na rua Pêro de Alenquer, cidade da Beira. A cidade da beira possue actualmente patrimónios de edifícios bastante antigos, e outros em elevado estado degradação. Em comum ainda se opte muitas vezes pela demolição e execução de novos edifícios em detrimento da reabilitação e reutilização dos mesmos, arquitectos e engenheiros são cada vez mais confrontados com a tarefa de analisar a viabilidade de recuperação destas estruturas. Os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar do tempo.
  • 3. 2. ASPECTOS HISTÓRICOS O edifício é uma infraestrutura com valor Histórico, faz parte do Património edificado da Cidade da Beira e da Província de Sofala. Tem um pouco mais de 9 décadas de existência e representa de forma indelével um marco importante da História secular de Moçambique, sobretudo no que tange a presença chinesa. Esta infra-estrutura pertencia ao clube Chinês. A partir de 01 de Maio de 1986, o edifício do Antigo Clube Chinês funcionou como Sede do Núcleo Provincial do Projecto ARPAC- (Arquivos do Património Cultural), hoje, ARPAC- Instituto de Investigação Sócio-Cultural. Já como ARPAC, no rés-do- chão funcionam: a secretaria, a Repartição de Investigação e a UGEA; no 1ºAndar funcionam os Sectores de Administração e Finanças, a Repartição de Documentação/Biblioteca e o Gabinete do Delegado; No segundo andar, funciona uma sala reservada para conferências, reuniões ou debates.
  • 4. 3. CARACTERISTICAS FÍSICAS O edifício possui dois andares. No rés-do-chão existem duas caves: a primeira era usada para depósito de materiais enquanto que a segunda servia para a conservação das águas da chuva que eram colectadas através de cantoneiras a ela direccionadas. Havia uma cozinha onde eram confecionadas refeições e uma sala de refeições. O 1º piso funcionou como local de serviços. Possuia uma sala onde se realizavam convívios, jogos, música e outras cerimónias. O último piso estava reservado para acolhimento dos idosos, onde havia dormitórios. 4. CARACTERISTICAS TÉCNICAS 4.1. Implantação O edifício da ARPAC ocupa uma área de 216 m2, sendo desde modo o alçado frontal com 24 metros e de 9 metros no alçado lateral.
  • 5. 4.2. Pavimentos Os pavimentos do edifício têm constituições diferentes. A constituição dos pavimentos térreos é muito simples, geralmente baseada em enrocamento de pedra, sob laje de betao com revestimento de argamassa de cimento e areia. No que diz respeito aos pavimentos elevados do edifício, estes são executados geralmente em betão armado com um revestimento de argamassa de cimento e areia queimado com colher de pedreiro. 4.3. Paredes As paredes do edifício são alvenaria que são utilizadas como paredes resistentes. Estas paredes resistentes são também designadas como paredes principais ou paredes- mestras. As paredes principais de edifícios antigos apresentam geralmente grande espessura e são constituídas por materiais heterogéneos, de onde resultam elementos rígidos e pesados. 4.4. Cobertura As estruturas de cobertura tem formato inclinado (coberturas inclinadas) predominantemente a utilização de estrutura em madeira com revestimento em chapas onduladas de zinco.
  • 6. 4.5. Escadas As escadas do edifício são de betao armado rebocadas com argamassa de cimento e areia. 4.6. Revestimentos e acabamentos Os revestimentos das paredes exteriores do edifício são em reboco de argamassa de areia e cal aérea com acabamento em caiação branca. Nas paredes interiores e tectos, o principal revestimento utilizado era o estuque que, para além de económico, permitia imitar, através da sua pintura, acabamentos em pedra natural ou madeiras nobres. 5. PATOLOGIAS EXISTENTES Devido ao elevado número de casos de patologias que vêm se apresentando em diversas estruturas, pode-se concluir que nenhum material estrutural é um elemento eternamente durável, em razão de sua interação com o meio ambiente. Os fenômenos patológicos geralmente apresentam manifestação externa, característica a partir da qual se pode deduzir a natureza, a origem e os mecanismos dos fenômenos envolvidos. (HELENE, 2003).
  • 7. 5.1. Inspeção Preliminar Procurou-se realizar um levantamento dos projetos estruturais e arquitetônicos da edificação, os quais não foram encontrados. Na inspeção preliminar procurou-se identificar a natureza e possíveis causas das manifestações patológicas, incluindo atividades tais como: exame visual de toda a edificação realizando um levantamento fotográfico detalhado; registro de todos os sintomas visuais (manchas de óxidos, fissuras, desagregação, eflorescência, infiltração, descolamento de revestimentos, etc); identificação da agressividade do ambiente (suave, moderada ou forte); identificação da espessura do cobrimento do concreto e redução do diâmetro das armaduras. 5.2. Diagnóstico É através da etapa diagnóstico que todos os dados coletados na inspeção preliminar e detalhada deve ser interpretado no sentido de compor progressivamente o entendimento das prováveis causas, origens e mecanismos das patologias, obtendo desta forma, o diagnóstico do problema.
  • 8. 5.3. Patologias Observadas Através das visitas de campo, foi detectada a presença de manifestações patológicas localizadas em diversos pontos na edificação. 5.3.1. Análise das patologias 5.3.1.1. Infiltração Foi observado excesso de humidade em diversos locais do edifício evidenciando infiltrações. As infiltrações identificadas nos tectos e pilares, provavelmente, foram causadas por tubulações deficientes acompanhados pela má impermeabilização do piso e falta de manutenção no rejunte do revestimento cerâmico dos WCS. As infiltrações situadas no tecto e vigas da varanda, provém da área descoberta, portanto o piso desse pavimento, possivelmente encontra-se em péssimas condições de uso com impermeabilização deficiente devido a falta de manutenção. As infiltrações identificadas na coberta foram causadas pela camada de impermeabilização deficiente acompanhada pela obstrução de ralos na laje da cobertura, pois as chuvas intensas geravam a formação de lâmina de água nas células da cobertura, que infiltrava para o pavimento.
  • 9. As lajes e vigas situadas na varanda, apresentam, dentre outras patologias, problemas de corrosão de armaduras com perda de secção e esfoliação, ocasionada pela expansão dos produtos de corrosão, tendo as infiltrações contribuído de forma significativa no desencadeamento dessa patologia. Foi possível observar que não havia danos aparentes em alguns pilares da varanda, pois os elementos estruturais (pilares) no referido pavimento apresentavam-se envoltos por camada de revestimento de argamassa protegidos por pintura impermeabilizante, dificultando o ingresso de agentes agressivos. (A) (B) ( (A) Recobrimento deficiente e corrosão em laje do pavimento (B) Recobrimento deficiente, corrosão acentuada e eflorescência
  • 10. 5.3.1.2. Eflorescência e Íons cloreto Foi identificada a presença do processo de lixiviação com formação de estalactites e eflorescências no teto (fig C). Segundo Husni, et. al. (2003), as eflorescências ocorrem na superfície do concreto através da percolação da água no interior do concreto consistindo em depósito de sais que são lixiviados para fora do concreto e cristalizando-os após a evaporação. As eflorescências podem levar a um aumento da porosidade, redução da resistência, elevação da permeabilidade e perda da alcalinidade do concreto, tornando-o vulnerável a ataques como, por exemplo, a corrosão das armaduras. (C) Eflorescência
  • 11. 5.3.1.3. Fissuras Foi identificado um considerável índice de fissuras nos pavimentos vistoriados seja em paredes que não conseguem acompanhar as deformações excessivas da estrutura, por movimentação dinâmica e em elementos estruturais provenientes de corrosão das armaduras. Foram encontradas fissuras longitudinais na direção da armadura de pilares (fig E) , vigas e lajes provenientes da corrosão de armaduras (fig D). (D) (E)
  • 12. 6. CONCLUSÃO Os estudos realizados mostraram que dentre as patologias identificadas na edificação, as que apresentaram maior incidência foram: as infiltrações, fissuras, corrosão de armaduras e descolamento de revestimentos. Diversas foram as causas das manifestações patológicas encontradas, destacando-se a má impermeabilização, pouco cobrimento das armaduras, possível uso de material inadequado e elevado grau de agressividade ambiental. A falta de manutenções preventivas teve grande contribuição no surgimento das manifestações patológicas devido a sua importância na conservação de uma edificação.
  • 14. ESCADA DE ACESSO AO PISO ELEVADO