O documento discute os desafios da profissão farmacêutica, incluindo a necessidade de se focar mais no paciente que usa medicamentos do que apenas no produto farmacêutico. Também destaca a importância de ampliar a formação para incluir aspectos sociais e culturais do uso de medicamentos.
2588-L - A assistência farmacêutica na atenção à saúdebibliotecasaude
O farmacêutico é um profissional subutilizado, mas com a sua inserção importante nas equipes locais de saúde, defendida neste trabalho,deverá planejar com cuidado suas atividades para dar conta de sua agenda.
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Acompanhamento clínico de um paciente (idoso) com Hipertensão Arterial Sistêmica.
O acompanhamento foi realizado por uma farmacêutico discente em Farmacologia e Farmácia Clínica.
Na resolução do trabalho, observa-se os pequenos "gatilhos" que interferem na efetividade do tratamento desse respectivo paciente. e como medidas de intervenções simples podem ser resolutivas.
Artigo referente ao trabalho de uma monografia para conclusão de curso de Farmácia. Onde um farmacêutico idealizou, desenvolveu e aplicou com sucesso um programa multidisciplinar de Atenção Farmacêutica em uma confecção na cidade de Muriaé. Vale a pena ver os resultados.
Farmacoterapia e interações medicamentosas na farmácia clínicafarmacoterapiacpg
Oferecer aos farmacêuticos e a outros profissionais da área da saúde um curso completo sobre a farmacoterapia das principais doenças que acometem a população discutindo o melhor tratamento, os mecanismos de ação das principais drogas com ênfase nos efeitos colaterais e nas interações medicamentosas. Proporcionando assim um grande complemento do curso de graduação e oferecendo uma enorme gama de conhecimento tornando o profissional da área da saúde capacitado a orientar o paciente no momento de indicar, prescrever, administrar, aviar ou manipular qualquer espécie de medicamento.
1. Os desafios da profissão Farmacêutica
Daniela R. G. Junqueira1
, Edson Perini2
1
Doutoranda em Ciências Farmacêuticas, UFMG; Pesquisadora do Centro de Estudos
do Medicamento (Cemed), Faculdade de Farmácia, UFMG
2
Professor do Depto. de Farmácia Social, Faculdade de Farmácia, UFMG; Coordenador
do Centro de Estudos do Medicamento (Cemed), Faculdade de Farmácia, UFMG
A profissão farmacêutica é notável pela variedade de habilidades e
possibilidades de atuação. Ao analisarmos a cadeia do medicamento desde sua gênese,
envolvendo todas as fases de investigações químicas, farmacológicas, farmacotécnicas e
clínicas necessárias para o desenvolvimento de um medicamento, até a disponibilização
desse produto à população, comumente focamos somente o processo de concepção e
produção do fármaco, e por isso não raramente o farmacêutico é definido como o
profissional do medicamento.
O medicamento é um produto tecnicamente produzido e comercializado para ser
utilizado como objeto terapêutico principal ou secundário no tratamento de uma
enfermidade. Assim, mais que um insumo tecnológico, um medicamento é a interação
do produto farmacoterapêutico com o indivíduo que utiliza o medicamento, tendo ainda
nessa interface os dispensadores e o mercado. Em suma, o medicamento é o produto
farmacêutico com a informação sobre o mesmo [Vidotti 2003].
O farmacêutico trabalha, portanto, com um produto que possui uma dimensão
química, biológica, social e cultural. A forma de utilização desse produto tem papel
central não somente em sua concepção, mas também delineia seu impacto clínico,
farmacoterapêutico, social e econômico.
Os medicamentos interferem marcadamente na vida do país e na saúde,
individual e coletiva [Souza 2003]. Portanto, a definição do farmacêutico como um
profissional do medicamento compreendida e focada somente no produto químico é um
tanto simples e, de fato, não demonstra a importância terapêutica e social desse insumo
tecnológico. Esse entendimento omite no foco de atuação desse profissional um detalhe
crucial: o indivíduo que usa esse produto como objeto terapêutico.
A introdução inevitável da dimensão social e cultural ao medicamento nos
desafia a refletir sobre a prática profissional em todos os seus eixos de atuação. Seja na
pesquisa básica ou aplicada, nas linhas de produção industrial, nas farmácias e hospitais,
na assistência ou na gestão pública ou privada, no laboratório de análises clínicas e de
alimentos. A ação do produto farmacoterapêutico na esfera individual e coletiva deve
ser considerada nas ações e habilidades desenvolvidas pelos profissionais.
Presenciamos hoje no Brasil um modelo de prática farmacêutica muito distante
do indivíduo que utiliza medicamentos. Tanto na assistência farmacêutica como na
indústria, o foco principal é o medicamento. No laboratório de análises clínicas
realizam-se exames diagnósticos essenciais, porém raramente se faz a monitorização
terapêutica necessária em terapias medicamentosas ou o controle de reações adversas
expressas bioquimicamente ou hematologicamente. Em todas as esferas há uma grande
lacuna na atuação farmacêutica na informação ao paciente, no acompanhamento
farmacoterapêutico e no monitoramento da terapia com medicamentos, e diversos
fatores denunciam essa lacuna. Nos dados sobre intoxicações, por exemplo, observamos
os medicamentos como principal agente causador de intoxicações humanas no ano de
2006 (30% dos casos). Recentemente, uma série de medicamentos retirados do mercado
realçou ainda mais o tênue limiar entre o remédio e o veneno. E a transformação do
2. remédio em veneno é claramente o resultado da falta de informação, da falta de
segurança do usuário, do uso irracional e da transformação de remédio em mercadoria.
A assistência e a atenção farmacêuticas são modelos de prática que mais
diretamente colocam o farmacêutico em contato com o devido controle de toda a cadeia
de uso de medicamentos, bem como com o consumidor final dos mesmos. Hoje elas
têm sido foco de intensa discussão objetivando a real inserção do farmacêutico nas
equipes de saúde, tanto no âmbito das políticas públicas como no setor privado.
A profissão farmacêutica possui, tradicionalmente, uma face comercial bastante
acentuada, e existem dificuldades em se obter aceitação de uma nova postura
profissional [Storpirtis 2003]. Isso porque outros profissionais assumiram a
responsabilidade pelas atividades envolvidas no processo de atenção à saúde, em escala
individual e coletiva, enquanto o farmacêutico se afastou desse modelo de prática
profissional, assumindo atividades essencialmente administrativas e comerciais. De
fato, a profissão farmacêutica tem vivenciado um processo de perda de identidade,
encontrando atualmente dificuldades em assumir responsabilidades sobre os diferentes
processos de saúde nos quais o medicamento está envolvido. Assim, enquanto a
dimensão comercial predominar na farmácia, esta permanecerá uma profissão
incompleta [Storpirtis 1999].
A atuação segundo outros modelos de prática profissional, focados em novas
concepções sobre o processo de adoecimento e tratamento, reconstruindo um
profissional especializado no tratamento farmacoterapêutico, e não somente no produto
farmacoterapêutico, exige o aperfeiçoamento da formação e da prática profissional, e
esse aperfeiçoamento implica necessariamente a introdução da esfera social, cultural e
econômica do medicamento. Tudo isso requer conhecimentos e habilidades específicos
na maioria das vezes não contemplados pelo currículo acadêmico dos cursos de
Farmácia no Brasil. O desafio está colocado nas novas diretrizes curriculares do ensino,
e o governo, os órgãos profissionais e todos que hoje, de uma forma ou outra, têm
responsabilidades direta na implantação das mudanças e no crescimento vertiginoso do
número de escolas têm com isso uma obrigação que necessitam compreender
profundamente. E não se pode esquecer o papel dos profissionais que, junto às escolas,
têm a responsabilidade de receber e mostrar aos estudantes, nos estágios, uma nova
postura para o exercício da profissão.
Sendo muitos os desafios para a construção de um novo papel do farmacêutico
na área da saúde, é urgente que os profissionais reconstruam a concepção do
medicamento na sociedade e nas equipes multiprofissionais, para de fato assumirem sua
responsabilidade sobre o tratamento farmacoterapêutico, tendo como pilar a segurança
do paciente e o uso racional do medicamento. Para atingir tais objetivos é necessário
que ele amplie sua concepção de saúde e doença e desafie a lógica do mercado
farmacêutico, construindo uma nova realidade de prática na indústria farmacêutica, no
laboratório de análises clínicas e na assistência farmacêutica.
Referências Bibliográficas
1. Storpirtis S. Farmácia Clínica. Rev Farm Quím 1999; 32 (1): 33-4.
2. Storpirtis S, Ribeiro E, Marcolongo R. Novas Diretrizes para a assistência farmacêutica
hospitalar: atenção farmacêutica/farmácia clínica. In: Gomes MJVM, Reis AMM. Ciências
farmacêuticas: uma abordagem em Farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2003: 521-33.
3. Vidotti CCF, Silva EV, Hoefles R. Centro de informações sobre medicamentos. In: Gomes
MJVM, Reis AMM. Ciências farmacêuticas: uma abordagem em Farmácia hospitalar. São
Paulo: Atheneu, 2003: 311-27.
4. Souza ZP. Legislação Farmacêutica. In: Gomes MJVM, Reis AMM. Ciências farmacêuticas:
uma abordagem em Farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2003: 179-91.
Artigo publicado em: Farmácia Revista. n.16; p.12-13, Conselho Regional de Farmácia de Minas
Gerais. 2008