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Comédie Française – interior, século XVIII
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Guião de
Trabalho
9
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES
2º ano - Curso Profissional Artes do Espetáculo - Interpretação
Profª Cristina Barcoso Lourenço
MÓDULO 6 A CULTURA DO PALCO
Os teatros públicos em França. O teatro para o Rei.
“Nos últimos dias da Renascença e nos primeiros dias do período barroco, a sala de
espetáculos tornou-se um dos mais importantes espaços de representação de qualquer
palácio. Foram erguidos palcos no Vaticano em Roma, no Palácio Uffizi em Florença, no Palais
Royal em Paris. Cercado pelo esplendor do castelo de Versailles, a graça cadenciada da dança
cortesã deu origem à arte do ballet. Luís XIV apareceu num figurino dourado de raios de sol
como o jovem Roi Soleil, muito antes da história ter-lhe outorgado este nome. Para agradar à
rainha Cristina da Suécia, o filósofo René Descartes escreveu um ballet chamado O Nascimento
da Paz, que foi encenado no Castelo de Estocolmo em 1649, logo após o fim da Guerra dos
Trinta Anos.
O teatro passa a ser um espaço autónomo, arquitetonicamente ornamentado, com um
camarote do soberano e articulado de acordo com a hierarquia dos espetadores. O palco
assumiu a forma de lanterna mágica, emoldurado por um esplêndido arco no proscénio.
Cariátides suportavam arquitraves, querubins seguravam cortinas de estuque. O recém-
desenvolvido sistema de bastidores laterais alternados possibilitava a ilusão de profundidade e
as frequentes trocas de cena.
Transformação é a palavra mágica do barroco. Vendo a Natureza
como a grande manifestação de Deus, nas palavras de Giordano Bruno, o
Homem agora emergia como o encenador de si mesmo. Porém, "a Vida
é Sonho". O universo é o grande teatro do mundo cujos papéis são
distribuídos pelo mais poderoso dos mestres de cena. Calderón mostra o
exagero do barroco, quando o seu mendigo reclama que só a ele fora
adjudicada "a obrigação da pobreza", que ele não recebera nem cetro
nem coroa, a resposta vem das mais profundas convicções: "Quando um
dia a cortina cair, você (e o soberano) serão iguais". (1)
A Comédie-Française foi fundada por decreto de Luís XIV em
21 de outubro de 1680 para fundir, numa só, as duas
únicas companhias parisienses: a companhia do Hôtel
Guénégaud e a do Hôtel de Bourgogne. O repertório incluía
peças de Molière e de Jean Racine, além de outras de Pierre
Corneille, Paul Scarron e Jean de Rotrou.
Em França, Luís XIV instituiu um regime de apoio financeiro
aos artistas, tendo protegido as artes, entre as quais o teatro. Na
dramaturgia, apoiou escritores que são uma referência universal,
destacando-se Corneille, Racine e Molière. “A Comédie-Française
é o primeiro e mais ilustre exemplo de teatro público estável.
Com ela, o teatro volta a ser, como nos tempos de Péricles, um
assunto de Estado. Mas com a diferença fundamental que já não
se trata de encenar espetáculos duas ou três vezes por ano, em
ocasiões festivas especiais, mas de produzir quotidiana e permanentemente. A Comédie pode contar com um grande
O TEATRO COMO MUNDO DA ILUSÃO E ESPAÇO PRIVILEGIADO DO ESPETÁCULO.
Espaços, suportes e linguagens
O Rei Sol
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consultado a 19/11/2017
História do Teatro 8
(vídeo)
História do Teatro 7
(vídeo)
subsídio estatal e a sua organização interna, bem como a sua própria atividade produtiva, é definida por minuciosos
regulamentos diversas vezes alterados de forma radical ao longo dos três séculos da sua existência. O Estado,
naturalmente, controla de perto a atividade do seu teatro, supervisionada pelos assessores de sua majestade, que
ousam intervir não só em questões de caráter puramente
administrativo, mas também nas que dizem respeito à
escolha do repertório e dos próprios atores. “ (2)
A 3 de setembro de 1793, durante a Revolução Francesa,
a Comédie-Française foi fechada por ordem do Comité de
Salut Public, com ordem de prisão para os atores. Em 31 de
maio de 1799, o novo governo colocou, à disposição dos
atores que pretendiam reconstituir a companhia, a
sala Richelieu.
Atualmente, a Comédie-Française dispõe de um
repertório de cerca de 3 000 peças e de três salas de teatro:
a sala Richelieu, o Théâtre du Vieux-Colombier e o Studio-
Théâtre.
O rei Luís XIV é o exemplo do monarca que integra o
público e programa as peças que deverão levadas à cena.
A estrutura do texto dramático
Relembrar:
O género dramático barroco procurava ultrapassar a distinção clássica entre tragédia e comédia, conjugando
aspetos característicos de ambos (em termos de personagens e tipos de ação), e criando, deste modo, um universo mais
próximo dos interesses, gostos e preocupações de um novo público, burguês, que constituía o que então se designava
por terceiro estado.
Atores
Cenário
Ação
dramática
Ato: grande núcleo da ação,
com unidade em si, marca-
se por uma pausa na
representação e, muitas
vezes, pela mudança de
cenário
Cena: pequena unidade
dentro do ato, começam e
acabam com a entrada e
saída de personagens da
ação
Fachada da Comédie Française
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O drama barroco típico usa motivos clássicos mas tenta trazê-los para o mundo moderno, muitas vezes centrando a
ação na figura do monarca. Ao contrário do drama clássico, onde o destino é uma das principais forças propulsoras da
ação, um destino que é cego e contra o qual não há nada capaz de se opor, no drama barroco o interesse passa para as
dificuldades inerentes ao exercício do poder, da vontade e da razão diante da realidade política corrupta, cruel e cínica e
do descontrole das paixões, gerando uma perene e dolorosa tensão entre o desejo por um mundo harmonioso, belo e
santificado e a impressão de que tudo se dirige para a catástrofe e a destruição, sem qualquer esperança para o
homem. Para a expressão desses conflitos um recurso técnico comum é a alegoria, que transporta os factos concretos
para uma esfera mais abstrata e mais abrangente, possibilitando múltiplas interpretações e fazendo relacionamentos
simultâneos entre vários níveis de realidade. O uso da alegoria é típico do Barroco também porque ela não oferece uma
resposta unívoca às questões propostas, permanecendo o incerto, o ambíguo e o mutável como elementos integrantes
do tema, permite o exercício da crítica social sem ligar-se diretamente a figuras públicas verdadeiras, e possibilita a
exploração da psicologia humana em todos os seus extremos contrastantes de virtude e vício, e com todas as nuances
intermédias. Por tais motivos, nas alegorias dramáticas do Barroco abundam imagens de ruínas e da morte, mas abrindo
a perspetiva de um novo nascimento e de uma ação humana significativa.
Ainda que as personagens e os motivos se tenham multiplicado em relação ao Renascimento, no drama barroco a
ação é mantida mais coesa e ininterrupta por uma rede mais complexa de relacionamentos entre os seus agentes,
conduzindo um desenvolvimento narrativo marcado pelas leis da causa e efeito, embora no seu enredo possam ocorrer
surpresas e reviravoltas imprevistas, de qualquer forma encaixadas plausivelmente dentro dos limites da lógica. Outra
diferença em relação ao período anterior é que as personagens já não são tipos fixos, com caracteres imutáveis e
previsíveis. Antes um herói era sempre um herói, e suas ações sempre virtuosas; um bandido era sempre mau e suas
intenções sempre obscuras. No Barroco as personagens são mais humanas e contraditórias, suas personalidades
apresentam áreas claras e escuras, e as mudanças nos comportamentos, humores e motivações podem ser abruptas e
drásticas. Finalmente, a ação não é mais concebida como um arco perfeito, com um início, meio e fim nítidos, com um
progressivo e calculado acumular de tensão que culmina num clímax final; os dramas barrocos podem iniciar com uma
impressão de casualidade, como se o observador tivesse capturado uma cena de passagem e sido jogado para dentro da
trama acidentalmente; tampouco os finais são sempre um clímax, e nas tragédias barrocas a morte do protagonista no
final deixa de ser uma regra. Esses traços, contudo, são muito genéricos, e casos particulares podem apresentar
estruturas e desenvolvimentos bastante diversos, como é típico de todo o Barroco.
Os temas das peças de teatro começam a focar-se menos na religião e mais nas interações ou descobertas da
humanidade. O Teatro Barroco produziu alguns dos dramaturgos mais respeitados do mundo e foi a base para o teatro
moderno. Antes desse período, a Igreja produziu a maioria dos jogos para aprimorar os ensinamentos da religião. As
produções também serviram para informar o público sobre o comportamento social adequado. Com a descoberta da
América e os avanços tecnológicos, os dramaturgos começaram a se concentrar mais nas realizações do homem. Eles
começaram a ver o mundo inteiro como o seu palco e escreveram peças de acordo com suas crenças pessoais.
Dramaturgos do teatro barroco, como William Shakespeare e Jean Baptiste Poquelin, Molière, escreveram peças sobre
política, o universo, ou a decência da vida privada.
Caracterização e figurinos dos atores. O teatro associado à música e ao ballet. A ópera.
“Começa a tornar-se socialmente aceitável que as mulheres pudessem participar nas produções de teatro barroco.
As mulheres poderiam agora desempenhar o papel de heroínas, e muitas vezes usavam plumas de cores brilhantes ou
Categorias do texto dramático
Ação:
- estrutura externa
- estrutura interna
Personagens
Espaço:
- representado
- da representação
Tempo:
- representado
- da representação
Categorias do texto dramático
Modalidades do discurso:
- monólogo
- diálogo
- apartes
Intencionalidade do autor:
– crítica
- satírica
- lúdica
- informativa
- didática
Categorias do texto dramático
Atualidade ou anacronismo da obra
Género dramático:
- tragédia
- comédia
- farsa
- drama
- teatro épico
grandes saias para diferenciá-las das outras personagens. Os heróis usavam trajes decorados com lantejoulas e cristais,
que refletiam a luz o que reforçava os seus atos heroicos no palco.
“O barroco viu o nascimento da ópera. Das cortes da Itália, a ópera seguiu em marcha triunfal, levada pelo patrocínio
de papas, príncipes, reis e imperadores. Pintores e arquitetos se lhe entregavam. Romain Rolland descreveu o teatro
musical do tempo do papa Clemente IX como uma paixão doentia (passion maladive), que exibia todos os sintomas de
uma loucura coletiva:
Um papa compõe óperas e envia sonetos a primadonas. Os cardeais fazem o trabalho de libretistas e cenógrafos; desenham
figurinos e organizam apresentações teatrais. Salvatore Rosa atua em comédias. Bernini escreve óperas, para as quais pinta
cenários, esculpe estátuas, inventa maquinarias, escreve o texto, compõe a música e constrói o teatro.” (1)
A ópera
O termo ópera provém do latim opera, plural de opus ("obra", na mesma língua), sugerindo que esta combina
as artes de canto coral e solo, recitativo e ballet, num espetáculo encenado.
Surgiu no início do séc. XVII, na Itália para definir as peças de teatro musical, que eram uma espécie de diálogo falado
ou declamado acompanhado por uma orquestra. Devido ao seu local de origem, a maior parte das óperas é encenada
em latim ou italiano. As suas origens remontam as tragédias gregas e cantos carnavalescos italianos do séc. XIV.
A primeira obra considerada uma ópera data aproximadamente do ano de 1594, em Florença. Chamada Dafne (está
atualmente desaparecida) foi escrita por Jacopo Peri e Rinuccini, para um círculo elitista de humanistas florentinos,
conhecido como a Camerata. Dafne foi uma tentativa de reviver uma tragédia grega clássica, como parte de uma ampla
reaparição da Antiguidade que caracterizou o Renascimento. Um trabalho posterior de Peri, Eurídice - escrita para as
bodas de Henrique IV e Maria de Médicis, em 1600 - é a primeira ópera que sobreviveu até a atualidade.
O novo espetáculo revivia a aura do drama antigo com o equilíbrio entre música, poesia e teatro. Os cenários,
inicialmente em trompe l’œil simulavam a tridimensionalidade. Com o desenvolvimento da cenografia, onde se
destacam os cenógrafos Torelli (1608-1678); Carlo Vigarini (1623-1713) e os Bibbiena, as perspetivas faziam a visão do
espetador mergulhar no palco. A nova maquinaria cénica oferecia possibilidades mais ricas do que o habitual cenário da
Renascença e materializou as características do melhor período do teatro barroco
A ópera tornou-se a súmula de todas as artes, envolvendo representação, dança, música e um complexo aparato
cénico para a produção de efeitos especiais. Também reservada de início às elites, logo se tornou apreciada pelo povo,
fazendo imenso sucesso em quase toda a Europa.
Contudo, a ópera como um género representativo enfrentava limitações sérias, além de ser regida por uma série de
convenções. Em primeiro lugar poucos cantores tinham verdadeiro talento como atores e muitas vezes a sua presença
em palco só se justificava pelas suas habilidades vocais. Em segundo, um grande número de libretos era de baixa
qualidade, tanto em termos de ideia como de forma, tendo os seus textos sido reformados e adaptados infinitas vezes a
partir de várias fontes, resultando em verdadeiros mosaicos literários. Em terceiro, a própria estrutura da ópera,
fragmentada em uma longa sequência de trechos mais ou menos autónomos, as árias, coro e recitativos, entre os quais
os cantores saíam e voltavam à cena várias vezes para receber aplausos, anulava qualquer sentido de unidade de ação
que mesmo um libreto excelente pudesse oferecer. As árias eram seções essencialmente estáticas, serviam acima de
tudo para exibir o virtuosismo do cantor e faziam uma meditação altamente retórica, estilizada e formal sobre algum
elemento da narrativa - cantavam um sentimento, planeavam uma ação, refletiam sobre algum acontecimento anterior,
e assim por diante, mas não havia ação nenhuma. A trama era levada adiante somente nos recitativos, partes cantadas
de uma forma próxima da fala, com acompanhamento instrumental reduzido a um mínimo. Os recitativos eram os
trechos que o público considerava menos interessantes, vendo-os como necessários apenas para dar alguma unidade na
frouxa e vaga coesão dramática da maioria dos libretos, e durante a sua performance era comum que os espetadores
conversassem, bebessem e comessem, circulassem pelo teatro, enquanto esperavam a próxima ária. As óperas da
época podem bem ser consideradas peças de concerto com uma decoração visual luxuriante e apenas um esboço de
ação cénica.
No caso da França, porém, a situação era diferente. A ópera nacional francesa, chamada de tragédia lírica, como
concebida pelo compositor Jean-Baptiste Lully e o libretista Philippe Quinault, tinha libretos de alta qualidade, uma
perfeita adequação entre música e texto, e consistente desenvolvimento dramático, superando em popularidade os
dramas falados até de Racine, que então estava no auge de sua carreira.
Corneille, (Pierre Corneille, Rouen,1606 - Paris, 1684)
Dramaturgo de tragédias francês. Ele foi um dos três maiores produtores
de dramas em França, durante o século XVII, ao lado de Molière e Racine.
Foi chamado de "fundador da tragédia francesa" e escreveu peças por mais de 40 anos.
Pertencia a uma família de magistrados de Ruão, por isso Corneille começou por estudar
Direito. Em 1629 um problema amoroso levou-o a escrever os seus primeiros versos. Nesse
ano escreveu a sua primeira comédia, Melita, que estreou em Paris. Com esta e suas obras
seguintes, Corneille cria um novo estilo teatral, em que os sentimentos trágicos são postos
em cena pela primeira vez num universo plausível, o da sociedade contemporânea.
Corneille, escreve obras que exaltam os sentimentos de nobreza (O Cid), que recordam que os políticos não estão
acima das leis (Horacio), o que apresenta um monarca que trata de recuperar o poder sem exercer repressão (Cinna).
Principais obras (dramas, tragédias e comédias): Medée (1635); A ilusão cómica (1635); O Cid (1637); Horácio (1640);
Cinna ou A clemência de Augusto (1641); Polieucto (1643); O mentiroso (1644); Seguindo o mentiroso (1645);
Andrômeda (1650); - Dom Sancho de Aragão (1650); Nicomème (1651); Oedipe (1659); O velocino de ouro (1660);
Othon (1664)
Molière (Pseudónimo de Jean-Baptiste Poquelin, Paris, 1622 - 1673)
Dramaturgo francês, além de ator e encenador, considerado um dos mestres
da comédia satírica. Teve um papel de destaque na dramaturgia francesa, até então muito
dependente da temática da mitologia grega. Molière usou as suas obras para criticar os
costumes da época. É considerado o fundador indireto da Comédie-Française.
Filho de um rico comerciante, tem acesso a uma educação privilegiada e é desde cedo
atraído pela literatura e a filosofia.
Em 1643, juntamente com a sua amante Madeleine Béjart e um irmão e uma irmã dela,
fundou a companhia (troupe) de teatro L'Illustre Théâtre. Fazem algumas atuações na
província e, em 1644, apresentam-se em Paris. Nesta altura passa a dirigir a companhia,
que, entretanto, entra na bancarrota em 1645. A falência da companhia valeu-lhe algumas
semanas de prisão por causa das dívidas. Foi libertado graças à ajuda do pai. Partiu, então, numa digressão pelas aldeias
como comediante itinerante. Esta vida errante durou cerca de 14 anos, durante os quais atuou com a companhia
de Charles Dufresne. Mais tarde, voltaria a criar uma companhia própria. Durante estas viagens conheceu o Príncipe de
Conti, governador do Languedoc, que se tornou seu mecenas de 1653 a 1657, pelo que deu o seu nome à companhia.
Molière chegou a Paris em 1658 onde apresenta no Louvre a tragédia Nicomède de Corneille e a sua pequena farsa Le
docteur amoureux (O Médico Apaixonado), com algum sucesso. Data desta altura o fim da relação de mecenato que
mantinha com o príncipe de Conti, já que a companhia passa a ser a Troupe de Monsieur (o Monsieur era o irmão do rei)
e com a ajuda do novo mecenas, junta-se a uma famosa companhia local italiana dedicada à commedia dell'arte.
Estabelece-se definitivamente no teatro do Petit-Bourbon, onde, a 18 de Novembro de 1659, faz a estreia da sua peça
"As Preciosas Ridículas" - uma das suas obras primas que não era mais que a primeira incursão do autor na crítica dos
maneirismos e modos afetados que então eram comuns em França e considerados "distintos". A peça foi inicialmente
proibida, mas pouco depois recebeu autorização para ser posta em cena. O estilo e conteúdo deste seu primeiro
sucesso relativo tornou-se rapidamente no centro de uma vasta controvérsia literária. Apesar da sua preferência pelo
género trágico, Molière tornou-se famoso pelas suas farsas, geralmente de um só ato e apresentadas depois de uma
tragédia. Algumas destas farsas eram apenas parcialmente escritas, sendo encenadas ao estilo da commedia dell'arte'
com improvisação a partir de um canovaccio (esboço muito geral da peça). Escreveu também duas comédias em verso,
mas tiveram pouco sucesso e são consideradas de pouca importância pelos críticos em geral. Suas comédias, marcadas
pelo quotidiano da época, são capazes de criticar tanto a hipocrisia da nobreza quanto a avidez do burguês ascendente.
Nas suas comédias, Molière cria uma galeria de tipos ”O avarento”, ”O burguês fidalgo” que simbolizam as
qualidades e os defeitos humanos.
Em 17 de janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua última obra, Le Malade
imaginaire (O doente imaginário), Molière sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de
Obras, autorias e intérpretes
Paris. Como se assinalou com frequência, não é de estranhar que o mestre do duplo sentido e da dissimulação tenha
encerrado a vida e a carreira no momento em que encarnava um falso doente
Um dos motivos que faz de Molière um dos nomes mais consagrados da dramaturgia moderna é o facto de que suas
obras vão além do seu tempo e apresentam-se, ainda hoje, como retratos de muitas questões sociais.
Principais obras: As Preciosas Ridículas (1659); Escola de Mulheres (1662); O Misanthropo (1666); O Avarento (1668); O
Doente Imaginário (1673); O Burguês Fidalgo ( 1670); Tartufo (1664); Médico à força (1666); Anfitrião (1668); As
sabichonas (1672).
Racine (André Jean Pine Racine (La Ferté-Milon, Aisne, 1639 - Paris, 1699).
Foi um poeta trágico, dramaturgo, matemático e historiador francês. É considerado,
juntamente com Pierre Corneille, como um dos maiores dramaturgos clássicos da França.
Ficou órfão aos 3 anos e recebeu uma educação clássica, graças à sua avó, Marie
Desmoulins. Foi aluno das Petites Écoles de Port-Royal , onde contactou com a mitologia
grega.
A sua primeira peça, Amasie, foi composta no outono de 1660. Em junho de 1664, a
trágedia La Thebaide ("A Tebaida") ou Les Frères ennemis ("Os irmãos inimigos") foi
produzida por Molière e encenada no palácio real.
De espírito ousado e frequentemente mordaz, Racine teve uma ascensão rápida e uma
carreira brilhante.
Com Andrómaca (1667) iniciou-se o período das obras-primas: Britânico (1669); Berenice (1670); Bazet (1672),
Mitrídates (1673), Ifigênia em Áulida (1674) e Fedra (1677).
Em 1677, abandonou o teatro. Reconciliado com seus mestres de Port-Royal, foi nomeado historiógrafo do rei por Luís
XIV. Doze anos mais tarde, a pedido de Mme. de Maintenon, escreveu duas tragédias bíblicas - Ester (1689)
e Atália (1691) - para as alunas da Maison Royale de Saint-Louis, um internato para moças em Saint-Cyr. À época Racine
continuava hostil ao teatro, mas considerou essas obras como pedagógicas e poéticas.
Calderón (Pedro Calderón de la Barca (Madrid, 1600 – 1681).
Foi um dramaturgo e poeta espanhol.
De família aburguesada, o seu pai tem um cargo administrativo na corte. Estuda
Humanidades no Colégio Imperial dos Jesuítas, onde se familiariza com os autores clássicos.
Posteriormente estuda nas Universidades de Alcalá de Henares e de Salamanca. Em 1620
abandona a carreira eclesiástica, vai para Madrid e vive na corte. Por esta altura começa a
apresentar-se em certames poéticos.
Em 1625 inicia a sua carreira dramática, depressa se transformando no dramaturgo oficial da
corte do rei Felipe IV. Em 1635, com a morte do dramaturgo Lope de Vega, passa a ser
considerado "o mestre dos palcos espanhóis".
Em 1651 é ordenado sacerdote. Em 1663 é nomeado capelão de honra do rei e fixa-se novamente na corte, dirigindo
a representação de autos sacramentais e outras peças teatrais. Durante os últimos anos da sua vida só
compõe autos e comédias para estrear na corte. Autor de uma obra vasta que marca decisivamente a história
do teatro em língua castelhana. Entre as suas peças (autos sacramentais, zarzuelas, entremeses, comédias religiosas, de
costumes, de amor e ciúme e filosóficas), salientam-se: El dragoncillo, El laurel de Apolo, El mágico prodigioso, La dama
duende, El alcalde de Zalamea, La vida es sueño e El gran teatro del mundo.
A obra teatral de Calderon de La Barca significa o ponto culminante do modelo teatral barroco, criado nos finais do séc.
XVI e começo do século XVII por Lope de Vega. De acordo com a contagem, que ele mesmo fez no ano de sua morte, a
sua produção dramática conta com cento e dez comédias, e oitenta autos sacramentais, loas, e entremés, e outras obras
menores, como o poema Psale et Sile (Canta e Cala), e peças mais ocasionais.
Félix Lope de Vega y Carpio (Madrid, 1562 - 1635)
Foi um dramaturgo, autor de peças teatrais e poeta espanhol.
Fundador da comédia espanhola e um dos mais prolíficos autores da literatura universal, Lope de Vega tem origens
numa família modesta. Era um menino prodígio: com cinco anos já lia em castelhano e latim, com dez anos já fazia
traduções do latim para o espanhol, e com doze anos escreveu sua primeira peça de teatro. Com 14 anos, começou a
estudar com os jesuítas e entrou depois para o serviço do bispo D. Jerónimo Manrique, que lhe proporcionou sólida
formação e levou-o consigo a Alcalá de Henares, estudou na Universidade de Salamanca (1580-1582), serviu
na Invencível Armada (1588), enviada contra a Inglaterra e sobrevivendo à derrota começou a escrever as suas famosas
deramas (1588). Foi secretário do Duque de Alba (1590).
Após escrever sua primeira obra de sucesso, o romance "La Arcadia (1598), voltou a Madrid decidido a entregar-se
à literatura, e foi ainda secretário do Duque de Sessa (1605). Já autor consagrado, estabeleceu-se definitivamente em
Madrid, mas com a morte da então esposa Juana e de um de seus filhos, sofreu uma forte crise espiritual que o levou a
se tornar religioso (1610). Ordenou-se (1614) e foi nomeado oficial da Inquisição. Também famoso pelos vários
casamentos, inúmeras aventuras amorosas extra-conjugais e escandalosos romances, que pareciam ampliar sua
inspiração, entre eles Marta de Navares, a Amarílis de seus versos, que conheceu em 1616 e com quem manteve um
amor sacrílego que escandalizou Madrid. A morte dela (1632), seguida de uma série de desgraças pessoais, mergulhou o
poeta em profunda depressão, que se prolongou até sua morte.
A sua produção literária compõe-se de 426 comédias e 42 autos, além de milhares de poesias líricas, cartas,
romances, poemas épicos e burlescos, livros religiosos e históricos, entre eles os extensos poemas como La
Dragontea (1598) e La Gatomaquia (1634), os poemas curtos Rimas (1604), Rimas sacras (1614), Romancero
Espiritual (1619) e a célebre écloga Amarilis (1633) - uma homenagem à amada morta. Ainda são destaques por sua
originalidade, os épicos Jerusalén conquistada (1609), o Pastores de Belém (1612) e o romance dramático La
Dorotea (1632).
O seus contemporâneos chamaram-no de "Monstro da Natureza" por ter escrito mais de 1.500 peças de teatro.
Entre elas destacam-se as inspiradas em histórias e lendas espanholas: O melhor juiz, o Rei; Peribánez e o Comendador
de Ocaña; Fuenteovejuna; O cavaleiro de Olmedo. As históricas: O castigo sem vingança; Contra o valor não há
infortúnio. As mitológicas: O pelego de ouro, Vênus. As comédias de costume: O aço de Madrid.
Em 1606, Lope de Vega publica a sua obra "Arte Nuevo de Hacer Comedias" e aponta alguns princípios básicos da
produção teatral de sua época (teatro barroco espanhol): Divisão da obra em três atos: apresentação da trama,
desenvolvimento e desenlace; Rutura da unidade de ação: várias linhas de enredo correm paralelas; Mistura do trágico
com o cómico; Rutura das unidades clássicas de tempo e lugar; Composição em versos.
Francisco Manuel de Melo (Lisboa, 1608 – 1666)
Historiador, pedagogo, moralista, autor teatral, epistológrafo e poeta, foi representante máximo
da literatura barroca peninsular.
Publicou cerca de duas dezenas de obras durante a sua vida, foi ainda autor de outras,
publicadas postumamente. Aliou ao estilo e temática barroca (a instabilidade do mundo e da
fortuna, numa visão religiosa) o seu cosmopolitismo e espírito galante, próprio da aristocracia de
onde provinha. Entre suas obras mais importantes, pode-se destacar o texto moralista da Carta
de Guia de Casados ou a peça de teatro “Fidalgo Aprendiz” (que é uma "Farsa", como foi descrita
pelo seu autor desde o início e não um "Auto" como tem vindo a ser designada por edições recentes).
O teatro português da época estava numa fase pouco criativa, apesar de se representarem muitos autos populares
nas ruas e feiras, e tragédias clássicas nos colégios dos jesuítas, como aquele em que Francisco estudou. Imitava-se e
adaptava-se muito o que era feito em Espanha.
Escrito anteriormente a 1646, na Torre Velha, o Auto do Fidalgo Aprendiz, publicado pela primeira vez, nas
suas Obras métricas em 1665, satiriza a fidalguia provinciana. Ainda que seja duvidosa a influência direta, há quem a
estabeleça com a obra de Molière, Le Bourgeois Gentilhomme – é provável que os dois dramaturgos tenham trocado
impressões e ideias que tenham resultado em obras semelhantes. Apesar de Francisco ter escrito muitas mais peças
(entre as que se perderam, podemos contar algumas das quais nem sequer conhecemos o nome), esta é a mais
conhecida da sua produção teatral. Segue a tradição vicentina (a sátira, a crítica social, o uso da redondilha – nota-se
também a influência, no tema, da farsa “Quem tem farelos?”), ainda que denote claras influências do teatro espanhol
(e, em especial de Lope de Vega, como se verifica na divisão da peça em “jornadas”). Os equívocos e cenas ao estilo de
“capa e espada” eram também inovadores em Portugal, apesar de já serem recursos frequentes no teatro castelhano.
António José da Silva (São João de Meriti, 1705 — Lisboa, 1739)
Foi um escritor e dramaturgo. Formado na Universidade de Coimbra.
É hoje considerado um dos maiores dramaturgos portugueses de todos os tempos e o precursor
da modinha ( uma canção sentimental marcada pela influência da ópera italiana)
Batizado no catolicismo, mas de origem judaica, foi vítima da perseguição que dizimou a
comunidade dos cristãos-novos do Rio de Janeiro em 1712. Pensa-se que terá conseguido manter
a sua fé judaica secretamente. Mas, sua mãe, Lourença Coutinho foi bem menos sucedida.
Acusada de judaísmo, foi deportada para Portugal onde foi julgada pela Inquisição. O pai de
António decidiu então partir para Portugal, para estar próximo de sua mulher, levando o jovem
António consigo. Em Portugal, António José da Silva estudou direito na Universidade de Coimbra. Interessado
pela dramaturgia, escreveu uma sátira, que serviu de pretexto às autoridades para prendê-lo, acusado de práticas
judaizantes, em 1726. Embora fosse amigo de Alexandre de Gusmão, conselheiro do rei D. João V (1706-1750),
foi torturado. Depois de ter abjurado seus erros, foi posto em liberdade. Depois de ter praticado três anos seu ofício
de advogado, acabou por retomar sua atividade literária, sendo considerado o maior dramaturgo português da sua
época. Escritor prolífico, escreveu sátiras em que criticava num modo burlesco o ridículo da sociedade portuguesa,
usando referências frequentes à mitologia e aos autores da Antiguidade e da Península Ibérica, nomeadamente Don
Quixote. Devido a partes orquestrais importantes, árias e conjuntos cantados, suas peças podem quase ser
consideradas óperas. As suas sátiras, provocaram-lhe muitos inimigos, contra os quais o conde de Ericeira o protegeu,
mas após a morte deste último, o dramaturgo e escritor foi denunciado como suspeito de judaísmo à Inquisição. Foi
preso de novo em 1737, em Lisboa com a mãe, a tia, o irmão (André) e a sua mulher, Leonor Maria de Carvalho, que se
encontrava grávida. Morreu no dia 19 de Outubro de 1739 na fogueira às mãos da Inquisição, num auto de fé. António
José da Silva é ainda hoje considerado o mais famoso dramaturgo português do seu tempo.
As suas comédias ficaram conhecidas como a obra de "O Judeu”. Influenciado pelas ideias igualitárias
do Iluminismo francês, o dramaturgo ligou-se a um grupo de “estrangeirados”, formado por eminentes figuras como o
diplomata luso-brasileiro Alexandre de Gusmão (1695-1753), o principal conselheiro do rei D. João V. A sua obra teatral
inspirava-se no espírito e na linguagem do povo, rompendo com os modelos clássicos e incorporando o canto e
a música como elemento do espetáculo. Uma delas foi "Vida do Grande Dom Quixote de La Mancha", representada em
1733. Oito de suas óperas foram publicadas em 1744 em dois volumes, na série que ostenta o título Theatro comico
portuguez, recuperadas em 1940, pelo investigador Luís Freitas Branco.
Algumas das suas obras: Vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança (1733); Esopaida ou Vida
de Esopo (1734); Os Encantos de Medeia (1735); Anfitrião ou Júpiter e Alcmena (1736); Labirinto de Creta (1736); As
Variedades de Proteu (1737); Guerras do Alecrim e da Manjerona (1737).
Bibliografia
(1) BERTHOLD, Margot, História Mundial do Teatro, São Paulo, Editora Perspetiva, 2001.
(2) MOLINARI; Cesare, História do Teatro, Lisboa, Arte e Comunicação, Edições 70, 1996
https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9die-Fran%C3%A7aise
http://segundociclo.webnode.pt/products/caracteristicas-do-texto-dramatico/
https://pt.slideshare.net/sin3stesia/texto-dramtico-histria-e-categorias
https://www.passeidireto.com/arquivo/22958344/a-linguagem-cenografica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco
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O Teatro como mundo da ilusão e espaço privilegiado do espetáculo II

  • 1. Comédie Française – interior, século XVIII https://goo.gl/CF8v7u, consultado a 16/11/2017 Guião de Trabalho 9 HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES 2º ano - Curso Profissional Artes do Espetáculo - Interpretação Profª Cristina Barcoso Lourenço MÓDULO 6 A CULTURA DO PALCO Os teatros públicos em França. O teatro para o Rei. “Nos últimos dias da Renascença e nos primeiros dias do período barroco, a sala de espetáculos tornou-se um dos mais importantes espaços de representação de qualquer palácio. Foram erguidos palcos no Vaticano em Roma, no Palácio Uffizi em Florença, no Palais Royal em Paris. Cercado pelo esplendor do castelo de Versailles, a graça cadenciada da dança cortesã deu origem à arte do ballet. Luís XIV apareceu num figurino dourado de raios de sol como o jovem Roi Soleil, muito antes da história ter-lhe outorgado este nome. Para agradar à rainha Cristina da Suécia, o filósofo René Descartes escreveu um ballet chamado O Nascimento da Paz, que foi encenado no Castelo de Estocolmo em 1649, logo após o fim da Guerra dos Trinta Anos. O teatro passa a ser um espaço autónomo, arquitetonicamente ornamentado, com um camarote do soberano e articulado de acordo com a hierarquia dos espetadores. O palco assumiu a forma de lanterna mágica, emoldurado por um esplêndido arco no proscénio. Cariátides suportavam arquitraves, querubins seguravam cortinas de estuque. O recém- desenvolvido sistema de bastidores laterais alternados possibilitava a ilusão de profundidade e as frequentes trocas de cena. Transformação é a palavra mágica do barroco. Vendo a Natureza como a grande manifestação de Deus, nas palavras de Giordano Bruno, o Homem agora emergia como o encenador de si mesmo. Porém, "a Vida é Sonho". O universo é o grande teatro do mundo cujos papéis são distribuídos pelo mais poderoso dos mestres de cena. Calderón mostra o exagero do barroco, quando o seu mendigo reclama que só a ele fora adjudicada "a obrigação da pobreza", que ele não recebera nem cetro nem coroa, a resposta vem das mais profundas convicções: "Quando um dia a cortina cair, você (e o soberano) serão iguais". (1) A Comédie-Française foi fundada por decreto de Luís XIV em 21 de outubro de 1680 para fundir, numa só, as duas únicas companhias parisienses: a companhia do Hôtel Guénégaud e a do Hôtel de Bourgogne. O repertório incluía peças de Molière e de Jean Racine, além de outras de Pierre Corneille, Paul Scarron e Jean de Rotrou. Em França, Luís XIV instituiu um regime de apoio financeiro aos artistas, tendo protegido as artes, entre as quais o teatro. Na dramaturgia, apoiou escritores que são uma referência universal, destacando-se Corneille, Racine e Molière. “A Comédie-Française é o primeiro e mais ilustre exemplo de teatro público estável. Com ela, o teatro volta a ser, como nos tempos de Péricles, um assunto de Estado. Mas com a diferença fundamental que já não se trata de encenar espetáculos duas ou três vezes por ano, em ocasiões festivas especiais, mas de produzir quotidiana e permanentemente. A Comédie pode contar com um grande O TEATRO COMO MUNDO DA ILUSÃO E ESPAÇO PRIVILEGIADO DO ESPETÁCULO. Espaços, suportes e linguagens O Rei Sol https://goo.gl/rAhfA4, consultado a 19/11/2017 História do Teatro 8 (vídeo) História do Teatro 7 (vídeo)
  • 2. subsídio estatal e a sua organização interna, bem como a sua própria atividade produtiva, é definida por minuciosos regulamentos diversas vezes alterados de forma radical ao longo dos três séculos da sua existência. O Estado, naturalmente, controla de perto a atividade do seu teatro, supervisionada pelos assessores de sua majestade, que ousam intervir não só em questões de caráter puramente administrativo, mas também nas que dizem respeito à escolha do repertório e dos próprios atores. “ (2) A 3 de setembro de 1793, durante a Revolução Francesa, a Comédie-Française foi fechada por ordem do Comité de Salut Public, com ordem de prisão para os atores. Em 31 de maio de 1799, o novo governo colocou, à disposição dos atores que pretendiam reconstituir a companhia, a sala Richelieu. Atualmente, a Comédie-Française dispõe de um repertório de cerca de 3 000 peças e de três salas de teatro: a sala Richelieu, o Théâtre du Vieux-Colombier e o Studio- Théâtre. O rei Luís XIV é o exemplo do monarca que integra o público e programa as peças que deverão levadas à cena. A estrutura do texto dramático Relembrar: O género dramático barroco procurava ultrapassar a distinção clássica entre tragédia e comédia, conjugando aspetos característicos de ambos (em termos de personagens e tipos de ação), e criando, deste modo, um universo mais próximo dos interesses, gostos e preocupações de um novo público, burguês, que constituía o que então se designava por terceiro estado. Atores Cenário Ação dramática Ato: grande núcleo da ação, com unidade em si, marca- se por uma pausa na representação e, muitas vezes, pela mudança de cenário Cena: pequena unidade dentro do ato, começam e acabam com a entrada e saída de personagens da ação Fachada da Comédie Française https://goo.gl/4PA7fo, consultado a 16/11/2017
  • 3. O drama barroco típico usa motivos clássicos mas tenta trazê-los para o mundo moderno, muitas vezes centrando a ação na figura do monarca. Ao contrário do drama clássico, onde o destino é uma das principais forças propulsoras da ação, um destino que é cego e contra o qual não há nada capaz de se opor, no drama barroco o interesse passa para as dificuldades inerentes ao exercício do poder, da vontade e da razão diante da realidade política corrupta, cruel e cínica e do descontrole das paixões, gerando uma perene e dolorosa tensão entre o desejo por um mundo harmonioso, belo e santificado e a impressão de que tudo se dirige para a catástrofe e a destruição, sem qualquer esperança para o homem. Para a expressão desses conflitos um recurso técnico comum é a alegoria, que transporta os factos concretos para uma esfera mais abstrata e mais abrangente, possibilitando múltiplas interpretações e fazendo relacionamentos simultâneos entre vários níveis de realidade. O uso da alegoria é típico do Barroco também porque ela não oferece uma resposta unívoca às questões propostas, permanecendo o incerto, o ambíguo e o mutável como elementos integrantes do tema, permite o exercício da crítica social sem ligar-se diretamente a figuras públicas verdadeiras, e possibilita a exploração da psicologia humana em todos os seus extremos contrastantes de virtude e vício, e com todas as nuances intermédias. Por tais motivos, nas alegorias dramáticas do Barroco abundam imagens de ruínas e da morte, mas abrindo a perspetiva de um novo nascimento e de uma ação humana significativa. Ainda que as personagens e os motivos se tenham multiplicado em relação ao Renascimento, no drama barroco a ação é mantida mais coesa e ininterrupta por uma rede mais complexa de relacionamentos entre os seus agentes, conduzindo um desenvolvimento narrativo marcado pelas leis da causa e efeito, embora no seu enredo possam ocorrer surpresas e reviravoltas imprevistas, de qualquer forma encaixadas plausivelmente dentro dos limites da lógica. Outra diferença em relação ao período anterior é que as personagens já não são tipos fixos, com caracteres imutáveis e previsíveis. Antes um herói era sempre um herói, e suas ações sempre virtuosas; um bandido era sempre mau e suas intenções sempre obscuras. No Barroco as personagens são mais humanas e contraditórias, suas personalidades apresentam áreas claras e escuras, e as mudanças nos comportamentos, humores e motivações podem ser abruptas e drásticas. Finalmente, a ação não é mais concebida como um arco perfeito, com um início, meio e fim nítidos, com um progressivo e calculado acumular de tensão que culmina num clímax final; os dramas barrocos podem iniciar com uma impressão de casualidade, como se o observador tivesse capturado uma cena de passagem e sido jogado para dentro da trama acidentalmente; tampouco os finais são sempre um clímax, e nas tragédias barrocas a morte do protagonista no final deixa de ser uma regra. Esses traços, contudo, são muito genéricos, e casos particulares podem apresentar estruturas e desenvolvimentos bastante diversos, como é típico de todo o Barroco. Os temas das peças de teatro começam a focar-se menos na religião e mais nas interações ou descobertas da humanidade. O Teatro Barroco produziu alguns dos dramaturgos mais respeitados do mundo e foi a base para o teatro moderno. Antes desse período, a Igreja produziu a maioria dos jogos para aprimorar os ensinamentos da religião. As produções também serviram para informar o público sobre o comportamento social adequado. Com a descoberta da América e os avanços tecnológicos, os dramaturgos começaram a se concentrar mais nas realizações do homem. Eles começaram a ver o mundo inteiro como o seu palco e escreveram peças de acordo com suas crenças pessoais. Dramaturgos do teatro barroco, como William Shakespeare e Jean Baptiste Poquelin, Molière, escreveram peças sobre política, o universo, ou a decência da vida privada. Caracterização e figurinos dos atores. O teatro associado à música e ao ballet. A ópera. “Começa a tornar-se socialmente aceitável que as mulheres pudessem participar nas produções de teatro barroco. As mulheres poderiam agora desempenhar o papel de heroínas, e muitas vezes usavam plumas de cores brilhantes ou Categorias do texto dramático Ação: - estrutura externa - estrutura interna Personagens Espaço: - representado - da representação Tempo: - representado - da representação Categorias do texto dramático Modalidades do discurso: - monólogo - diálogo - apartes Intencionalidade do autor: – crítica - satírica - lúdica - informativa - didática Categorias do texto dramático Atualidade ou anacronismo da obra Género dramático: - tragédia - comédia - farsa - drama - teatro épico
  • 4. grandes saias para diferenciá-las das outras personagens. Os heróis usavam trajes decorados com lantejoulas e cristais, que refletiam a luz o que reforçava os seus atos heroicos no palco. “O barroco viu o nascimento da ópera. Das cortes da Itália, a ópera seguiu em marcha triunfal, levada pelo patrocínio de papas, príncipes, reis e imperadores. Pintores e arquitetos se lhe entregavam. Romain Rolland descreveu o teatro musical do tempo do papa Clemente IX como uma paixão doentia (passion maladive), que exibia todos os sintomas de uma loucura coletiva: Um papa compõe óperas e envia sonetos a primadonas. Os cardeais fazem o trabalho de libretistas e cenógrafos; desenham figurinos e organizam apresentações teatrais. Salvatore Rosa atua em comédias. Bernini escreve óperas, para as quais pinta cenários, esculpe estátuas, inventa maquinarias, escreve o texto, compõe a música e constrói o teatro.” (1) A ópera O termo ópera provém do latim opera, plural de opus ("obra", na mesma língua), sugerindo que esta combina as artes de canto coral e solo, recitativo e ballet, num espetáculo encenado. Surgiu no início do séc. XVII, na Itália para definir as peças de teatro musical, que eram uma espécie de diálogo falado ou declamado acompanhado por uma orquestra. Devido ao seu local de origem, a maior parte das óperas é encenada em latim ou italiano. As suas origens remontam as tragédias gregas e cantos carnavalescos italianos do séc. XIV. A primeira obra considerada uma ópera data aproximadamente do ano de 1594, em Florença. Chamada Dafne (está atualmente desaparecida) foi escrita por Jacopo Peri e Rinuccini, para um círculo elitista de humanistas florentinos, conhecido como a Camerata. Dafne foi uma tentativa de reviver uma tragédia grega clássica, como parte de uma ampla reaparição da Antiguidade que caracterizou o Renascimento. Um trabalho posterior de Peri, Eurídice - escrita para as bodas de Henrique IV e Maria de Médicis, em 1600 - é a primeira ópera que sobreviveu até a atualidade. O novo espetáculo revivia a aura do drama antigo com o equilíbrio entre música, poesia e teatro. Os cenários, inicialmente em trompe l’œil simulavam a tridimensionalidade. Com o desenvolvimento da cenografia, onde se destacam os cenógrafos Torelli (1608-1678); Carlo Vigarini (1623-1713) e os Bibbiena, as perspetivas faziam a visão do espetador mergulhar no palco. A nova maquinaria cénica oferecia possibilidades mais ricas do que o habitual cenário da Renascença e materializou as características do melhor período do teatro barroco A ópera tornou-se a súmula de todas as artes, envolvendo representação, dança, música e um complexo aparato cénico para a produção de efeitos especiais. Também reservada de início às elites, logo se tornou apreciada pelo povo, fazendo imenso sucesso em quase toda a Europa. Contudo, a ópera como um género representativo enfrentava limitações sérias, além de ser regida por uma série de convenções. Em primeiro lugar poucos cantores tinham verdadeiro talento como atores e muitas vezes a sua presença em palco só se justificava pelas suas habilidades vocais. Em segundo, um grande número de libretos era de baixa qualidade, tanto em termos de ideia como de forma, tendo os seus textos sido reformados e adaptados infinitas vezes a partir de várias fontes, resultando em verdadeiros mosaicos literários. Em terceiro, a própria estrutura da ópera, fragmentada em uma longa sequência de trechos mais ou menos autónomos, as árias, coro e recitativos, entre os quais os cantores saíam e voltavam à cena várias vezes para receber aplausos, anulava qualquer sentido de unidade de ação que mesmo um libreto excelente pudesse oferecer. As árias eram seções essencialmente estáticas, serviam acima de tudo para exibir o virtuosismo do cantor e faziam uma meditação altamente retórica, estilizada e formal sobre algum elemento da narrativa - cantavam um sentimento, planeavam uma ação, refletiam sobre algum acontecimento anterior, e assim por diante, mas não havia ação nenhuma. A trama era levada adiante somente nos recitativos, partes cantadas de uma forma próxima da fala, com acompanhamento instrumental reduzido a um mínimo. Os recitativos eram os trechos que o público considerava menos interessantes, vendo-os como necessários apenas para dar alguma unidade na frouxa e vaga coesão dramática da maioria dos libretos, e durante a sua performance era comum que os espetadores conversassem, bebessem e comessem, circulassem pelo teatro, enquanto esperavam a próxima ária. As óperas da época podem bem ser consideradas peças de concerto com uma decoração visual luxuriante e apenas um esboço de ação cénica. No caso da França, porém, a situação era diferente. A ópera nacional francesa, chamada de tragédia lírica, como concebida pelo compositor Jean-Baptiste Lully e o libretista Philippe Quinault, tinha libretos de alta qualidade, uma perfeita adequação entre música e texto, e consistente desenvolvimento dramático, superando em popularidade os dramas falados até de Racine, que então estava no auge de sua carreira.
  • 5. Corneille, (Pierre Corneille, Rouen,1606 - Paris, 1684) Dramaturgo de tragédias francês. Ele foi um dos três maiores produtores de dramas em França, durante o século XVII, ao lado de Molière e Racine. Foi chamado de "fundador da tragédia francesa" e escreveu peças por mais de 40 anos. Pertencia a uma família de magistrados de Ruão, por isso Corneille começou por estudar Direito. Em 1629 um problema amoroso levou-o a escrever os seus primeiros versos. Nesse ano escreveu a sua primeira comédia, Melita, que estreou em Paris. Com esta e suas obras seguintes, Corneille cria um novo estilo teatral, em que os sentimentos trágicos são postos em cena pela primeira vez num universo plausível, o da sociedade contemporânea. Corneille, escreve obras que exaltam os sentimentos de nobreza (O Cid), que recordam que os políticos não estão acima das leis (Horacio), o que apresenta um monarca que trata de recuperar o poder sem exercer repressão (Cinna). Principais obras (dramas, tragédias e comédias): Medée (1635); A ilusão cómica (1635); O Cid (1637); Horácio (1640); Cinna ou A clemência de Augusto (1641); Polieucto (1643); O mentiroso (1644); Seguindo o mentiroso (1645); Andrômeda (1650); - Dom Sancho de Aragão (1650); Nicomème (1651); Oedipe (1659); O velocino de ouro (1660); Othon (1664) Molière (Pseudónimo de Jean-Baptiste Poquelin, Paris, 1622 - 1673) Dramaturgo francês, além de ator e encenador, considerado um dos mestres da comédia satírica. Teve um papel de destaque na dramaturgia francesa, até então muito dependente da temática da mitologia grega. Molière usou as suas obras para criticar os costumes da época. É considerado o fundador indireto da Comédie-Française. Filho de um rico comerciante, tem acesso a uma educação privilegiada e é desde cedo atraído pela literatura e a filosofia. Em 1643, juntamente com a sua amante Madeleine Béjart e um irmão e uma irmã dela, fundou a companhia (troupe) de teatro L'Illustre Théâtre. Fazem algumas atuações na província e, em 1644, apresentam-se em Paris. Nesta altura passa a dirigir a companhia, que, entretanto, entra na bancarrota em 1645. A falência da companhia valeu-lhe algumas semanas de prisão por causa das dívidas. Foi libertado graças à ajuda do pai. Partiu, então, numa digressão pelas aldeias como comediante itinerante. Esta vida errante durou cerca de 14 anos, durante os quais atuou com a companhia de Charles Dufresne. Mais tarde, voltaria a criar uma companhia própria. Durante estas viagens conheceu o Príncipe de Conti, governador do Languedoc, que se tornou seu mecenas de 1653 a 1657, pelo que deu o seu nome à companhia. Molière chegou a Paris em 1658 onde apresenta no Louvre a tragédia Nicomède de Corneille e a sua pequena farsa Le docteur amoureux (O Médico Apaixonado), com algum sucesso. Data desta altura o fim da relação de mecenato que mantinha com o príncipe de Conti, já que a companhia passa a ser a Troupe de Monsieur (o Monsieur era o irmão do rei) e com a ajuda do novo mecenas, junta-se a uma famosa companhia local italiana dedicada à commedia dell'arte. Estabelece-se definitivamente no teatro do Petit-Bourbon, onde, a 18 de Novembro de 1659, faz a estreia da sua peça "As Preciosas Ridículas" - uma das suas obras primas que não era mais que a primeira incursão do autor na crítica dos maneirismos e modos afetados que então eram comuns em França e considerados "distintos". A peça foi inicialmente proibida, mas pouco depois recebeu autorização para ser posta em cena. O estilo e conteúdo deste seu primeiro sucesso relativo tornou-se rapidamente no centro de uma vasta controvérsia literária. Apesar da sua preferência pelo género trágico, Molière tornou-se famoso pelas suas farsas, geralmente de um só ato e apresentadas depois de uma tragédia. Algumas destas farsas eram apenas parcialmente escritas, sendo encenadas ao estilo da commedia dell'arte' com improvisação a partir de um canovaccio (esboço muito geral da peça). Escreveu também duas comédias em verso, mas tiveram pouco sucesso e são consideradas de pouca importância pelos críticos em geral. Suas comédias, marcadas pelo quotidiano da época, são capazes de criticar tanto a hipocrisia da nobreza quanto a avidez do burguês ascendente. Nas suas comédias, Molière cria uma galeria de tipos ”O avarento”, ”O burguês fidalgo” que simbolizam as qualidades e os defeitos humanos. Em 17 de janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua última obra, Le Malade imaginaire (O doente imaginário), Molière sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de Obras, autorias e intérpretes
  • 6. Paris. Como se assinalou com frequência, não é de estranhar que o mestre do duplo sentido e da dissimulação tenha encerrado a vida e a carreira no momento em que encarnava um falso doente Um dos motivos que faz de Molière um dos nomes mais consagrados da dramaturgia moderna é o facto de que suas obras vão além do seu tempo e apresentam-se, ainda hoje, como retratos de muitas questões sociais. Principais obras: As Preciosas Ridículas (1659); Escola de Mulheres (1662); O Misanthropo (1666); O Avarento (1668); O Doente Imaginário (1673); O Burguês Fidalgo ( 1670); Tartufo (1664); Médico à força (1666); Anfitrião (1668); As sabichonas (1672). Racine (André Jean Pine Racine (La Ferté-Milon, Aisne, 1639 - Paris, 1699). Foi um poeta trágico, dramaturgo, matemático e historiador francês. É considerado, juntamente com Pierre Corneille, como um dos maiores dramaturgos clássicos da França. Ficou órfão aos 3 anos e recebeu uma educação clássica, graças à sua avó, Marie Desmoulins. Foi aluno das Petites Écoles de Port-Royal , onde contactou com a mitologia grega. A sua primeira peça, Amasie, foi composta no outono de 1660. Em junho de 1664, a trágedia La Thebaide ("A Tebaida") ou Les Frères ennemis ("Os irmãos inimigos") foi produzida por Molière e encenada no palácio real. De espírito ousado e frequentemente mordaz, Racine teve uma ascensão rápida e uma carreira brilhante. Com Andrómaca (1667) iniciou-se o período das obras-primas: Britânico (1669); Berenice (1670); Bazet (1672), Mitrídates (1673), Ifigênia em Áulida (1674) e Fedra (1677). Em 1677, abandonou o teatro. Reconciliado com seus mestres de Port-Royal, foi nomeado historiógrafo do rei por Luís XIV. Doze anos mais tarde, a pedido de Mme. de Maintenon, escreveu duas tragédias bíblicas - Ester (1689) e Atália (1691) - para as alunas da Maison Royale de Saint-Louis, um internato para moças em Saint-Cyr. À época Racine continuava hostil ao teatro, mas considerou essas obras como pedagógicas e poéticas. Calderón (Pedro Calderón de la Barca (Madrid, 1600 – 1681). Foi um dramaturgo e poeta espanhol. De família aburguesada, o seu pai tem um cargo administrativo na corte. Estuda Humanidades no Colégio Imperial dos Jesuítas, onde se familiariza com os autores clássicos. Posteriormente estuda nas Universidades de Alcalá de Henares e de Salamanca. Em 1620 abandona a carreira eclesiástica, vai para Madrid e vive na corte. Por esta altura começa a apresentar-se em certames poéticos. Em 1625 inicia a sua carreira dramática, depressa se transformando no dramaturgo oficial da corte do rei Felipe IV. Em 1635, com a morte do dramaturgo Lope de Vega, passa a ser considerado "o mestre dos palcos espanhóis". Em 1651 é ordenado sacerdote. Em 1663 é nomeado capelão de honra do rei e fixa-se novamente na corte, dirigindo a representação de autos sacramentais e outras peças teatrais. Durante os últimos anos da sua vida só compõe autos e comédias para estrear na corte. Autor de uma obra vasta que marca decisivamente a história do teatro em língua castelhana. Entre as suas peças (autos sacramentais, zarzuelas, entremeses, comédias religiosas, de costumes, de amor e ciúme e filosóficas), salientam-se: El dragoncillo, El laurel de Apolo, El mágico prodigioso, La dama duende, El alcalde de Zalamea, La vida es sueño e El gran teatro del mundo. A obra teatral de Calderon de La Barca significa o ponto culminante do modelo teatral barroco, criado nos finais do séc. XVI e começo do século XVII por Lope de Vega. De acordo com a contagem, que ele mesmo fez no ano de sua morte, a sua produção dramática conta com cento e dez comédias, e oitenta autos sacramentais, loas, e entremés, e outras obras menores, como o poema Psale et Sile (Canta e Cala), e peças mais ocasionais. Félix Lope de Vega y Carpio (Madrid, 1562 - 1635) Foi um dramaturgo, autor de peças teatrais e poeta espanhol.
  • 7. Fundador da comédia espanhola e um dos mais prolíficos autores da literatura universal, Lope de Vega tem origens numa família modesta. Era um menino prodígio: com cinco anos já lia em castelhano e latim, com dez anos já fazia traduções do latim para o espanhol, e com doze anos escreveu sua primeira peça de teatro. Com 14 anos, começou a estudar com os jesuítas e entrou depois para o serviço do bispo D. Jerónimo Manrique, que lhe proporcionou sólida formação e levou-o consigo a Alcalá de Henares, estudou na Universidade de Salamanca (1580-1582), serviu na Invencível Armada (1588), enviada contra a Inglaterra e sobrevivendo à derrota começou a escrever as suas famosas deramas (1588). Foi secretário do Duque de Alba (1590). Após escrever sua primeira obra de sucesso, o romance "La Arcadia (1598), voltou a Madrid decidido a entregar-se à literatura, e foi ainda secretário do Duque de Sessa (1605). Já autor consagrado, estabeleceu-se definitivamente em Madrid, mas com a morte da então esposa Juana e de um de seus filhos, sofreu uma forte crise espiritual que o levou a se tornar religioso (1610). Ordenou-se (1614) e foi nomeado oficial da Inquisição. Também famoso pelos vários casamentos, inúmeras aventuras amorosas extra-conjugais e escandalosos romances, que pareciam ampliar sua inspiração, entre eles Marta de Navares, a Amarílis de seus versos, que conheceu em 1616 e com quem manteve um amor sacrílego que escandalizou Madrid. A morte dela (1632), seguida de uma série de desgraças pessoais, mergulhou o poeta em profunda depressão, que se prolongou até sua morte. A sua produção literária compõe-se de 426 comédias e 42 autos, além de milhares de poesias líricas, cartas, romances, poemas épicos e burlescos, livros religiosos e históricos, entre eles os extensos poemas como La Dragontea (1598) e La Gatomaquia (1634), os poemas curtos Rimas (1604), Rimas sacras (1614), Romancero Espiritual (1619) e a célebre écloga Amarilis (1633) - uma homenagem à amada morta. Ainda são destaques por sua originalidade, os épicos Jerusalén conquistada (1609), o Pastores de Belém (1612) e o romance dramático La Dorotea (1632). O seus contemporâneos chamaram-no de "Monstro da Natureza" por ter escrito mais de 1.500 peças de teatro. Entre elas destacam-se as inspiradas em histórias e lendas espanholas: O melhor juiz, o Rei; Peribánez e o Comendador de Ocaña; Fuenteovejuna; O cavaleiro de Olmedo. As históricas: O castigo sem vingança; Contra o valor não há infortúnio. As mitológicas: O pelego de ouro, Vênus. As comédias de costume: O aço de Madrid. Em 1606, Lope de Vega publica a sua obra "Arte Nuevo de Hacer Comedias" e aponta alguns princípios básicos da produção teatral de sua época (teatro barroco espanhol): Divisão da obra em três atos: apresentação da trama, desenvolvimento e desenlace; Rutura da unidade de ação: várias linhas de enredo correm paralelas; Mistura do trágico com o cómico; Rutura das unidades clássicas de tempo e lugar; Composição em versos. Francisco Manuel de Melo (Lisboa, 1608 – 1666) Historiador, pedagogo, moralista, autor teatral, epistológrafo e poeta, foi representante máximo da literatura barroca peninsular. Publicou cerca de duas dezenas de obras durante a sua vida, foi ainda autor de outras, publicadas postumamente. Aliou ao estilo e temática barroca (a instabilidade do mundo e da fortuna, numa visão religiosa) o seu cosmopolitismo e espírito galante, próprio da aristocracia de onde provinha. Entre suas obras mais importantes, pode-se destacar o texto moralista da Carta de Guia de Casados ou a peça de teatro “Fidalgo Aprendiz” (que é uma "Farsa", como foi descrita pelo seu autor desde o início e não um "Auto" como tem vindo a ser designada por edições recentes). O teatro português da época estava numa fase pouco criativa, apesar de se representarem muitos autos populares nas ruas e feiras, e tragédias clássicas nos colégios dos jesuítas, como aquele em que Francisco estudou. Imitava-se e adaptava-se muito o que era feito em Espanha. Escrito anteriormente a 1646, na Torre Velha, o Auto do Fidalgo Aprendiz, publicado pela primeira vez, nas suas Obras métricas em 1665, satiriza a fidalguia provinciana. Ainda que seja duvidosa a influência direta, há quem a estabeleça com a obra de Molière, Le Bourgeois Gentilhomme – é provável que os dois dramaturgos tenham trocado impressões e ideias que tenham resultado em obras semelhantes. Apesar de Francisco ter escrito muitas mais peças (entre as que se perderam, podemos contar algumas das quais nem sequer conhecemos o nome), esta é a mais conhecida da sua produção teatral. Segue a tradição vicentina (a sátira, a crítica social, o uso da redondilha – nota-se também a influência, no tema, da farsa “Quem tem farelos?”), ainda que denote claras influências do teatro espanhol (e, em especial de Lope de Vega, como se verifica na divisão da peça em “jornadas”). Os equívocos e cenas ao estilo de “capa e espada” eram também inovadores em Portugal, apesar de já serem recursos frequentes no teatro castelhano.
  • 8. António José da Silva (São João de Meriti, 1705 — Lisboa, 1739) Foi um escritor e dramaturgo. Formado na Universidade de Coimbra. É hoje considerado um dos maiores dramaturgos portugueses de todos os tempos e o precursor da modinha ( uma canção sentimental marcada pela influência da ópera italiana) Batizado no catolicismo, mas de origem judaica, foi vítima da perseguição que dizimou a comunidade dos cristãos-novos do Rio de Janeiro em 1712. Pensa-se que terá conseguido manter a sua fé judaica secretamente. Mas, sua mãe, Lourença Coutinho foi bem menos sucedida. Acusada de judaísmo, foi deportada para Portugal onde foi julgada pela Inquisição. O pai de António decidiu então partir para Portugal, para estar próximo de sua mulher, levando o jovem António consigo. Em Portugal, António José da Silva estudou direito na Universidade de Coimbra. Interessado pela dramaturgia, escreveu uma sátira, que serviu de pretexto às autoridades para prendê-lo, acusado de práticas judaizantes, em 1726. Embora fosse amigo de Alexandre de Gusmão, conselheiro do rei D. João V (1706-1750), foi torturado. Depois de ter abjurado seus erros, foi posto em liberdade. Depois de ter praticado três anos seu ofício de advogado, acabou por retomar sua atividade literária, sendo considerado o maior dramaturgo português da sua época. Escritor prolífico, escreveu sátiras em que criticava num modo burlesco o ridículo da sociedade portuguesa, usando referências frequentes à mitologia e aos autores da Antiguidade e da Península Ibérica, nomeadamente Don Quixote. Devido a partes orquestrais importantes, árias e conjuntos cantados, suas peças podem quase ser consideradas óperas. As suas sátiras, provocaram-lhe muitos inimigos, contra os quais o conde de Ericeira o protegeu, mas após a morte deste último, o dramaturgo e escritor foi denunciado como suspeito de judaísmo à Inquisição. Foi preso de novo em 1737, em Lisboa com a mãe, a tia, o irmão (André) e a sua mulher, Leonor Maria de Carvalho, que se encontrava grávida. Morreu no dia 19 de Outubro de 1739 na fogueira às mãos da Inquisição, num auto de fé. António José da Silva é ainda hoje considerado o mais famoso dramaturgo português do seu tempo. As suas comédias ficaram conhecidas como a obra de "O Judeu”. Influenciado pelas ideias igualitárias do Iluminismo francês, o dramaturgo ligou-se a um grupo de “estrangeirados”, formado por eminentes figuras como o diplomata luso-brasileiro Alexandre de Gusmão (1695-1753), o principal conselheiro do rei D. João V. A sua obra teatral inspirava-se no espírito e na linguagem do povo, rompendo com os modelos clássicos e incorporando o canto e a música como elemento do espetáculo. Uma delas foi "Vida do Grande Dom Quixote de La Mancha", representada em 1733. Oito de suas óperas foram publicadas em 1744 em dois volumes, na série que ostenta o título Theatro comico portuguez, recuperadas em 1940, pelo investigador Luís Freitas Branco. Algumas das suas obras: Vida do grande D. Quixote de la Mancha e do gordo Sancho Pança (1733); Esopaida ou Vida de Esopo (1734); Os Encantos de Medeia (1735); Anfitrião ou Júpiter e Alcmena (1736); Labirinto de Creta (1736); As Variedades de Proteu (1737); Guerras do Alecrim e da Manjerona (1737). Bibliografia (1) BERTHOLD, Margot, História Mundial do Teatro, São Paulo, Editora Perspetiva, 2001. (2) MOLINARI; Cesare, História do Teatro, Lisboa, Arte e Comunicação, Edições 70, 1996 https://pt.wikipedia.org/wiki/Com%C3%A9die-Fran%C3%A7aise http://segundociclo.webnode.pt/products/caracteristicas-do-texto-dramatico/ https://pt.slideshare.net/sin3stesia/texto-dramtico-histria-e-categorias https://www.passeidireto.com/arquivo/22958344/a-linguagem-cenografica https://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Corneille http://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/teatro-barroco https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Racine https://pt.wikipedia.org/wiki/Moli%C3%A8re https://pt.wikipedia.org/wiki/Calder%C3%B3n_de_la_Barca https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Manuel_de_Melo https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9lix_Lope_de_Vega https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Jos%C3%A9_da_Silva https://historiamos.com/2016/06/12/barroco-escultura-arquitetura-e-teatro/