Como preparar os cantos para liturgia e clebrar bem a missa em sua comunidade. Preparando os músicos de sua paróquia com uma formação de qualidade, enrriquecendo o conhecimento dos músicos e melhorando a sintonia da celebração eucarística.
2. Refrão meditativo
A oração comunitária depende da
qualidade de participação de cada
pessoa. Por isso, é bom chegar antes do
início da celebração, ficar um bom
tempo em silêncio, curtindo a presença
do Senhor. A oração comunitária se
apóia na oração pessoal. Poderá ser útil,
neste momento, um refrão meditativo,
que se repete várias vezes…
4. CANTO DE ABERTURA
Tem a finalidade de abrir a celebração,
criando a comunhão da assembléia,
pela união de vozes e corações no
encontro com o Ressuscitado,
introduzir no mistério do tempo ou
festa litúrgica e acompanhar a procissão
de entrada. É a resposta dos filhos e
filhas convocados pelo Pai para se
reunirem, ouvirem sua Palavra e O
louvarem como único Senhor.
5. A letra deve falar do motivo da
celebração, ser um convite a
celebrar, e, o quanto possível, ser
uma fala direta com Deus. Ex: “Ó
Pai, somos nós o povo eleito.”
Deve ter uma duração razoável
para acompanhar a procissão de
entrada. Prolonga-se até o
momento em que quem preside
esteja pronto para dar início à
celebração.
Quem canta: toda a assembléia.
Pode-se alternar com o coral.
7. ATO PENITENCIAL ou “ Senhor,
tende piedade”!
Tem a finalidade de preparar a
assembléia para “ouvir a Palavra de
Deus e celebrar dignamente os santos
mistérios”(IGMR 24). Celebra a
misericórdia divina e leva a
comunidade a reconhecer-se
pecadora e necessitada de perdão.
Tradicionalmente a ladainha “Senhor,
tende piedade” era uma oração de
louvor a Cristo ressuscitado.
8. Mais tarde este canto foi incorporado ao Rito
penitencial e começou a fazer parte de um
momento de reconciliação. Depois do ato
penitencial inicia-se o “Senhor, tende piedade”, a
não ser que já tenha sido rezado no próprio ato
penitencial. No Missal Romano: há outras
fórmulas apropriadas aos vários tempos litúrgicos.
O canto é facultativo e pode ser substituido por
outro Rito correspondente como a aspersão com
água ou procissão.
10. HINO DO GLÓRIA
Hino muito antigo, desenvolveu-se
como homenagem a Jesus
Cristo, iniciando com o louvor
dos anjos no Natal. Por ele, “a
Igreja, congregada no Espírito
Santo, glorifica e suplica a Deus
Pai e ao Cordeiro” (IGMR 31).
Expressa a alegria da filiação
divina e a salvação concedida.
11. É cantado (ou recitado) aos
domingos (exceto no Advento e
na Quaresma), nas Solenidades
e Festas. Não constitui uma
aclamação trinitária (cf. Doc.
CNBB 43). Devem ser evitados
hinos do Glória abreviados;
nem deve ser substituido por
outro hino de louvor. É cantado
por toda a assembléia e poderá
ser alternado em coros ou
mesmo com o coral.
13. Várias comunidades vão descobrindo a beleza
do canto e sua função ministerial. Fica
muito bem um refrão meditativo nos
convidando a acolher e escutar a Palavra de
Deus.
15. SALMO RESPONSORIAL
Como resposta orante da
assembléia à Palavra
proclamada, o salmo “é parte
integrante da Liturgia da
Palavra” (IGMR 36). Não
deve ser substituido por outro
canto ou mesmo outro salmo
que não esteja em sintonia
com a 1ª Leitura.
16. É responsorial, dialogal, ou seja, o povo
responde com um curto refrão aos versos
sálmicos, cantados pelo salmista. Deve ser
cantado da Mesa da Palavra. Se não for
cantado, seja recitado.
18. ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
Tem a finalidade de dispor a assembléia a acolher
com alegria e entusiasmo a Palavra da Salvação. É
um canto de exultação diante de Jesus Cristo,
Verbo de Deus, Palavra viva do Pai. Consta do
“Aleluia”, só omitido na Quaresma e de um
versículo (cf. Lecionário), quase sempre tirado do
Evangelho que vai ser proclamado.
19. Deve ser de poucas palavras
e de muita alegria
(“Hallelu-jah” = Louvai
Senhor!). É cantado por
toda a assembléia. O canto
poderá ser repetido após a
proclamação do
Evangelho. “O Aleluia ou
o versículo antes do
Evangelho podem ser
omitidos, quando não são
cantados” (IGMR 39).
21. APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS
Tem sentido de louvor, de agradecimento a Deus,
reconhecendo que todo o dom vem Dele. Prepara a
comunidade para a grande oferta com Cristo ao Pai, na
Oração Eucarística. Não precisa falar necessariamente
de pão e vinho. É um momento de descontração em que
a assembléia está sentada. Pode ser cantado todo pela
assembléia, ou só o refrão, alternando com o coral, ou
solista. Pode ser também só instrumental.
22. Uma sugestão: canta-se durante
a procissão dos dons e
enquanto se prepara a mesa.
Quando o Presidente se
aproxima do altar para
bendizer o pão e o vinho,
interrompe-se o canto. Assim
a assembléia aocmpanha a
oração presidencial,
respondendo (cantando) no
fim de cada uma: “Bendito
seja Deus para sempre!”
24. SANTO
Tem a finalidade de aclamar,
exaltar e bendizer o Santo de
Deus – Nosso Senhor Jesus
Cristo. É a grande aclamação que
conclui o prefácio da Oração
Eucarística ou o louvor de Deus
na Celebração da Palavra. O
texto é de origem bíblica (Is 6,3
e Mt 21, 9). É importante que
seja proclamado o texto integral,
sem alterações. Deveria ser
sempre cantado.
26. ACLAMAÇÃO MEMORIAL
As três fórmulas oferecidas pelo
Missal Romano expressam o
anúncio do Mistério Pascal,
comemorando o abaixamento e a
glorificação do Senhor e pedindo
sua vinda. Não devem ser
substituídas por expressões
devocionais de fé na presença real
de Jesus, nem por canto eucarístico.
Trata-se de uma das aclamações
mais importantes da Missa, sendo
cantada por toda a assembléia, em
resposta ao “ Eis o Mistério da Fé”
entoado por quem preside.
28. DOXOLOGIA FINAL
É o louvor final, após a narrativa das
maravilhas e benefícios de Deus pelo seu
povo. Não é aclamação, por isso não é
proclamada por toda a assembléia, e sim
por quem preside: “ Por Cristo...” Em
resposta a assembléia entoa o AMÉM (
Aleluia, ou outras aclamaçãoes, conforme
consta no Missal), que deve ser solene,
vibrante, repetido, sinal de adesão,
compromisso, concordância, comunhão.
Deve ser sempre cantada, devido à sua
importância.
29.
30. PAI NOSSO
Todos unidos à oferta de Cristo, por Ele reconciliados com
o Pai, podem exclamar com amor e confiança: “ Pai-
nosso...” Esta oração ensinada por Jesus, pode ser dita
em grande exultação. Convém mesmo que seja cantada.
É a oração preparatória por excelência para a
comunhão. Não deve ser substituida por outras palavras
que não as do próprio Evangelho. Quem canta: toda a
assembléia.
32. ORAÇÃO PELA PAZ - ABRAÇO DA PAZ
A saudação é sempre um gesto simbólico, e bastaria
cumprimentar os que estão mais próximos. Não
deve levar muito tempo nem deve substituir ou
abafar o canto do “Cordeiro de Deus”, que tem
preferência, durante o Rito da fração do pão. O
mais importante é o abraço e não o canto, que é
facultativo. Poderia ser entoado apenas pelo coral
e reservado para circunstâncias especiais ou
pequenos grupos.
34. FRAÇÃO DO PÃO – CORDEIRO
DE DEUS
O Cordeiro de Deus é o canto da
assembléia que acompanha o Rito da
fração do pão. Isto significa que,
enquanto houver pão para ser partido,
o canto deve ser executado. Ao
término da fração, encerra-se o
Cordeiro com a sua terceira invocação
“dai-nos a paz”. Não é função de
quem preside começar o “ Cordeiro”,
e sim, do povo ou coral, ou um solista,
alternando com o povo.
36. COMUNHÃO
É canto processional que expressa, “pela unidade das
vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a
alegria dos corações e torna mais fraternal a procissão
dos que vão receber o Corpo de Cristo” (IGMR 56 i). É
a realização do Misterio Pascal que celebramos:
entrega e partilha da vida em ação de graças. Dar
preferência aos cantos que retomam o Evangelho do
dia, atualizando-o no mistério eucarístico. É bom fazê-
lo de forma dialogada: solista, ou coral e assembléia:
assim quem comunga não precisa se preocupar com
folheto na mão, ou canto estrófico, cantado por todos.
37. Também não é necessário prolongá-lo
ininterruptamente, durante todo tempo da
comunhão. Aproveitar a oportunidade para
intercalar os versos com interlúdios
instrumentais, tornando o canto menos
cansativo e facilitando a interiorização.
Após a comunhão “se for oportuno, o
sacerdote e os fiéis oram por algum tempo
em silêncio, podendo a assembléia entoar
ainda um hino, salmo, ou outro canto de
louvor” (IGMR 56 j).
“Cantem a vossa glória, Senhor, os nossos
lábios cantem nossos corações e nossa
vida; e já que é vosso dom tudo o que
somos, para vós se oriente o nosso
viver”
38. Bibliografia
Documentos da CNBB, nº 7, 1976; A música
litúrgica do Brasil
Estudos da CNBB, nº 79,1998; Pastoral da
Música Litúrgica no Brasil
Instrução Geral do Missal Romano,
Constituição Sacrosanctum Concilium, 2002
Montagem: Renato,SJ