1. O Recrutamento na Gestão dos recursos Humanos – I S. Faro, A. Viveiros, B .Fernandes
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O Recrutamento na Gestão dos Recursos Humanos -I
1.1 Objetivos do recrutamento
Inicialmente convém lembrar que um dos grandes objetivos do
recrutamento, segundo Felipa Reis1
consiste em atrair o maior número possível de
candidatos identificados com potencialidades para atender às necessidades do cargo
a ser preenchido.
Assim, mesmo antes da divulgação e do recurso ao mercado de trabalho,
ou seja, antes de proceder ao recrutamento propriamente dito, é necessário efetuar
um planeamento das necessidades presentes e futuras de recursos humanos na
organização.
Desta forma, a autora ensina que o recrutamento tem os seguintes
objetivos:
a) Determinar as necessidades presentes e futuras do recrutamento em
conjunto com o planeamento de recursos humanos e a análise do trabalho a efetuar;
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REIS. Felipa Lopes dos. Recrutamento, Seleção e Recrutamento. RH Editora, 1ª ed. 2010, p. 4.
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b) Aumentar o número de candidatos qualificados com um custo mínimo
para a organização;
c) Aumentar a taxa de sucesso do subsequente processo de seleção
reduzindo o número de candidatos subqualificados;
d) Diminuir a probabilidade de os selecionados virem a deixar a
organização, por não terem recebido informação suficiente sobre esta;
e) Ir ao encontro das responsabilidades legais e sociais da organização.
1.2 Fontes de recrutamento
Segundo indica Felipa Reis2
conhecer as fontes de recrutamento é
importante, pois eleva o rendimento do processo de recrutamento; diminui o tempo
de processamento do recrutamento e reduz os custos operacionais de
recrutamento.
Nesse sentido, é oportuno consignar que as fontes de recrutamento
estão divididas em pesquisa interna e pesquisa externa, consoante se verifica nos
parágrafos abaixo.
1.2.1 Pesquisa interna
Primeiramente é importante salientar que a pesquisa interna realiza-se
na própria empresa, de acordo com as suas necessidades relativamente às políticas
adotadas e aos recursos humanos.
Por isso, como consequência as fontes do recrutamento interno são:
a) Resultados de testes de seleção;
b) Avaliação de desempenho do candidato interno;
d) Plano de carreira;
e) Análise da compatibilidade dos cargos atual e futuro do candidato
interno, bem como das condições de promoção.
Por fim, envolvendo a pesquisa interna, temos:
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REIS. Felipa Lopes dos. Recrutamento, Seleção e Recrutamento. RH Editora, 1ª ed. 2010, p. 5.
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a) Diretrizes de recrutamento que descrevem os propósitos e objetivos
do empregador no recrutamento;
b) Organização no recrutamento e delegação de autoridade e
responsabilidade para tal;
c) listagem dos requisitos necessários à força do trabalho;
d) Utilização de métodos e técnicas para obter e trabalhar fontes de
recursos humanos;
e) Avaliação do programa de recrutamento em função dos objetivos e
resultados alcançados.
1.2.2 Pesquisa externa
No que diz respeito à pesquisa externa é importante salientar que esta
se faz fora da empresa e opera sobre uma segmentação desse mercado conveniente
à organização: mão de obra, empregados e quadros.
Deste modo, ressalta-se que as fontes de recrutamento externo são:
a) Recrutamento académico – São fontes indicadas para o recrutamento
de estudantes e recém-formados para estágios;
b) Recrutamento online – É o tipo de recrutamento feito pela Internet.
Recorre-se a portais (ex: www.netemprego.com) ou a redes sociais especializadas
(ex: www.linkedin.com);
c) Associações e Ordens profissionais – Muitas associações e ordens
profissionais têm, nas suas revistas e nos seus sites de Internet, um serviço de
publicação de currículos, onde os seus associados podem procurar emprego
(http://www.ordemeconomistas.pt/);
d) anúncios em jornais, revistas ou na recepção da empresa.
1.3 Formas de recrutamento
No que diz respeito ao recrutamento, este pode ser interno, externo ou misto,
sendo importante salientar que o recrutamento interno é limitado ao quadro de pessoal
da empresa, considerando apenas como candidatos potenciais os colaboradores que
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possui no momento, já recrutamento externo procura apenas candidaturas de pessoas
não pertencentes à empresa, sendo que a escolha de um destes tipos de recrutamento
não é exclusiva e, em alguns casos, pode recorrer-se a processos de recrutamento misto,
combinando as duas opções.
1.3.1 Recrutamento interno
Em relação ao recrutamento interno cumpre salientar que quando surge
uma determinada vaga, o seu preenchimento pode ser tentado pelo recrutamento
interno, ou seja, a empresa procura preenchê-la através da escolha de colaboradores
seus, que podem ser promovidos (movimentação vertical), transferidos
(movimentação horizontal) ou transferidos com promoção (movimentação
diagonal).
Tecendo comentário acerca do assunto Felipa Reis3
esclarece que dando
preferência aos candidatos internos, a empresa oferece um conjunto de
oportunidades aos seus colaboradores, que podem assim ser promovidos a cargos
superiores e progredir na sua carreira profissional.
Partindo-se da regra acima mencionada, vale lembrar que o
recrutamento interno exige o conhecimento prévio de uma série de dados:
a) Resultados da avaliação de desempenho do candidato interno;
b) Resultados de testes de seleção realizados quando o candidato entrou
na organização;
c) Resultados dos programas de formação em que o candidato
participou;
Deste modo, são vantagens do recrutamento interno:
a) A execução de uma política de valorização do profissional interno, o
que origina uma elevação da sua motivação. É o reconhecimento pela organização
dos funcionários que estão a melhorar e, aumentando os seus conhecimentos,
aproveita-se assim melhor o potencial humano da organização;
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REIS. Felipa Lopes dos. Recrutamento, Seleção e Recrutamento. RH Editora, 1ª ed. 2010, p. 9
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b) O tempo de adaptação e ambientação dos colaboradores é menor em
relação ao dos que foram contratados externamente;
c) Incentiva a permanência e a fidelidade dos colaboradores na
organização;
d) É mais rápido, ao evitar as demoras frequentes do recrutamento
externo.
Por outro lado, são desvantagens do recrutamento interno:
a) Não permite a entrada de novos conhecimentos, experiências,
habilitações e expectativas de colaboradores vindos de outras empresas;
b) Pode provocar rotatividade excessiva na empresa caso não existam
normas claras, como por exemplo, restringir as candidaturas a colaboradores que
não tenham permanência de, pelo menos, um ano no cargo atual;
c) Mantém e conserva a cultura organizacional;
Há de ser observado, ainda, que os diferentes métodos que se utilizam
para efetuar o recrutamento interno dependem da dimensão da empresa, do
número de potenciais candidatos e dos meios disponíveis para conduzir o processo.
São três tipos de recrutamento interno:
Em primeiro lugar, o recrutamento por escolha direta consiste na
nomeação da pessoa que deve ocupar uma determinada vaga, por ser considerado
a que tem perfil mais adequado. É normalmente adotado para os cargos de maior
importância ou de maior responsabilidade dentro da organização.
Em segundo lugar, o concurso interno permite que qualquer colaborador
se candidate ao lugar vago. Consiste na afixação de um anúncio do lugar em aberto
nos painéis informativos da empresa, convidando os interessados a candidatarem-
se dentro de um determinado prazo.
Por fim, a empresa deverá estimular os colaboradores a recomendar um
colega que considerem mais adequados para desempenhar a função. Este tipo de
recrutamento interno consiste em convidar os colaboradores a indicar o nome de
um colega ou conhecido que, em sua opinião, tenha as condições necessárias para
preencher o cargo. Permite a obtenção de candidatos compatíveis com a cultura da
empresa e com o perfil de aptidões requeridas. Tem custos mais baixos que o
recrutamento externo e não é tão moroso como o recrutamento interno.
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Texto criado por:
Serafim Faro,
António Viveiros,
Bruno Bernardes,
BIBLIOGRAFIA
REIS. Felipa Lopes dos. Recrutamento, Seleção e Integração. Lisboa, 1ª edição, Editora
RH, 2010.
CAMARA. Pedro B. da. Paulo Balreira Guerra. Joaquim Vicente Rodrigues. Humanator.
Recursos Humanos & Sucesso Empresarial. Lisboa, 6ª edição, Editora Publicações Dom
Quixote, Lisboa, 1997.
CARVALHO, Antonio V. de; NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Administração de
recursos humanos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. v 1
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos
nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. 11. ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2005.