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ENTENDENDO O PROPOSITO
/ A O PODER DOS
Ohomem está em crise. Muitos estão questionan­
do quem são e que papéis devem assumir na
vida como homem, marido e pai. Essa incer­
teza está desarticulando a vida pessoal e profissional de
muitos homens, deixando-os frustrados e longe de seu
verdadeiro potencial. Isso tem abalado os fundamentos
da sociedade. Myles Munroe examina as atitudes cultu­
rais com relação aos homens e levanta questionamentos
r m_a iiunibin^
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> C / t iy U S £i5iO 0 3 p í i p á í j
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iO tld O O iü jlli s ú E !J O í l b hr i;i1 r- iiir iu T J ílíi l i i b -
ENTENDENDOOPROPÓSITO
í EOPODERDOS
M J le s M n n r o e
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Munroe, Myles
Entendendo o propósito e o poder dos homens : um livro para os homens e
para as mulheres que os amam / Myles Munroe; [tradução Rodnei Nelson Bortolozzo].
—Belo Horizonte : Editora Motivar, 2006.
Título original: Understanding the purpose and power of men.
ISBN 85-99295-25-X
ISBN 978-85-99295-25-0
1. Homens (Teologia cristã) 2. Papel sexual - Aspectos religiosos - Cristianismo
I. Título.
06-6602 CDD-248.842
índices para catálogo sistemático:
1. Homens : Guias de vida cristã 248.842
Copyright © 2001 by Myles Munroe.
Originally published in the U.S.A. under the title: Understanding the Purpose and Power of Men.
Whitaker House, New Kensington, Pennsylvania, U.S.A.
Gerência editorial e editoração: Jussara Fonseca
Revisão: Jussara Fonseca e Patrícia Murari
Tradução: Rodnei Nelson Bortolozzo
Capa: Wellington Buchacra
Projeto gráfico e diagramação: Wellington Buchacra
As citações bíblicas utilizadas nesta obra estão devidamente autorizadas e foram
retiradas da Nova Versão Internacional - NVI - Salvo indicação diferente.
Copyright © 2007 por Editora Motivar (Edição em Português)
Publicado no Brasil com a devida autorização e todos os direitos reservados pela:
EDITORAMOT/VAR
www.editoramotivar.com
Caixa Postal 1844
30331 -970 - Belo Horizonte - MG
Brasil
DEDICATÓRIA
Ao meu querido filho, Chairo, com a esperança de que
o conteúdo e os princípios deste livro se tornem a
qualidade de seu caráter e a história de sua vida.
Para Paul, para sempre meu irmão nesta vida e na próxima.
Que sua memória viva por intermédio das coisas que me
ensinou como um verdadeiro homem.
Ao meu querido pai, M att Munroe - meu mentor macho.
Aos homens do Ministério da Sociedade Real de Homens
- sua paixão pela verdade é inspiradora.
Aos homens de todas as raças, culturas, credos e nações
em seu esforço para descobrir e dominar
o mistério de ser um homem.
Ao homem do Terceiro Mundo em sua busca por redescobrir
sua identidade perdida.
Ao Criador do homem e ao homem.
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 5
AGRADECIMENTOS
N
ossa concepção natural e nosso nascimento são resultados da coope­
ração humana e evidenciam a prioridade da interdependência dos
homens, estabelecida pelo Criador para sucesso e progresso pessoais.
Esta obra é o testemunho dessa cooperação e confirma a realidade de que
somos o somatório total de todas as contribuições que nos são feitas pelas
pessoas que temos tido o privilégio de encontrar durante a jornada da vida.
Sou profundamente grato pela inspiração e sabedoria de homens e mulheres,
tanto no passado como no presente, que, com a vida, com suas instruções,
suas correções, seus desafios, seu comprometimento e exemplo, despertaram
os dons que havia em mim e que eu nem sabia que os possuía.
Sou grato também a todos os amigos e colegas da Associação Interna­
cional de Líderes para o Terceiro Mundo que continuam a me inspirar a dar
uma contribuição à minha geração e àquelas que virão.
Pelo desenvolvimento e pela produção deste livro, sinto um profundo
senso de gratidão a:
Minha preciosa esposa, Ruth e nossos filhos, Charisa e Chairo (Myles,
Jr) pela paciência e pelo apoio durante minhas freqüentes viagens ministeriais
ao redor do mundo. Como marido e pai, testei a veracidade dos princípios
contidos neste livro, que me têm tornado um verdadeiro homem-espírito ma­
cho. Eu amo todos vocês.
Lois Smith Puglisi, editora inteligente, talentosa e conselheira que
zelou por este livro desde sua concepção até a forma presente. Você é um
presente para qualquer autor, que seu dom continue a abrir caminhos para
você no mundo.
Jim Rill, por acreditar em mim e no valor desta mensagem enquanto
pacientemente me ajudou a cumprir os prazos para completar este trabalho.
6 • Entendendo o propósito e o poder dos homens
SUMÁRIO
P R E F Á C IO .................................................................................................................9
IN T R O D U Ç Ã O .............................................................................................. 11
C A PÍTU LO 1:
O que é um homem de verdade? ...................................................... 17
C A PÍTU LO 2:
Os sete princípios do propósito ............................................................. 35
C A PÍTU LO 3:
A criação do homem ............................................................................... 53
C A PÍTU LO 4:
O propósito de Deus para o m ach o.......................................................65
C A PÍTU LO 5:
Domínio versus dominação ................................................................. 89
C A PÍTU LO 6:
O macho como visionário e líder ...................................................... 105
C A PÍTU LO 7:
O macho como professor e cultivador ....................................... 119
C A PÍTU LO 8:
O macho como provedor e protetor ................................................ 135
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 7
8 • M
riE
SM
u
n
k
o
e
C A PÍTU LO 9:
O macho e sua vida sexu al..................................................................... 149
C A PÍTU LO 10:
Diferenças entre machos e fêmeas ................. ............................ 167
C A PÍTU LO 11:
Como ser um bom pai ....................................................................... 179
C A PÍTU LO 12:
Os segredos para se tornar um homem de verdade .................... 193
U M A PALAVRA PA RA O S H O M EN S D A S N A ÇÕ ES
D O T E R C E IR O M U N D O .................................................. 201
PREFÁCIO
O
homem do século 21 está em crise. Nas nações de nossa vila global,
as prisões estão cheias de multidões de homens. Comparando-se ao
sexo oposto, a mulher, eles são responsáveis pela ampla maioria do
comportamento criminoso em todo o mundo. Eles também são vítimas do uso
de drogas e são os principais portadores do terrível vírus da AIDS. Muitos têm
encontrado um lar na subcultura das gangs, instigando atividades anti-sociais
e assim comprometendo a ordem social. Homens se deleitam com a opressão
das mulheres opressão das mulheres e perpetuam a violência doméstica.
Em todas as culturas e sistemas sociais, os homens estão lutando para
encontrar seu lugar num mundo que muda muito rapidamente. Em muitas so­
ciedades, a mudança dramática do status feminino, do local de trabalho e dos
papéis culturais tradicionais deixaram um significativo número de homens
confusos, desiludidos, frustrados, irados e traumatizados. Sim, o homem des­
te mundo pós-moderno, cibernético, internauta está preso na rede mundial
da confusão. Os homens estão com problemas, mas têm medo de admiti-lo.
Estão perdidos num labirinto de novos paradigmas e de águas não mapeadas
de convergência social e cultural.
Com freqüência, as mudanças são fontes de incertezas e trazem uma
dose de medo e ansiedade. Para muitos, esse tipo de medo é difícil de adminis­
trar e provoca variadas reações. Algumas reações negativas à mudança incluem
negação, ignorância, isolamento, ira, resistência e ressentimento. Essas reações
podem causar sérios efeitos no ambiente em que as mudanças acontecem. O
resultado pode ser opressão, supressão, violência e espírito de controle.
Um breve estudo sobre o comportamento do macho em muitas nações
de hoje, incluindo a sua, revelará tais reações às mudanças culturais. As tran­
sições drásticas acontecem nas estruturas sociais e as mudanças de crenças
tradicionais estão destruindo as linhas de definição e as próprias definições
da nossa vida. Para o macho, em muitas dessas culturas e sociedades, essa
redefinição é traumática e já resultou em muitos homens sem uma clara defi­
nição de masculinidade e paternidade.
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 9
1 0 • M ylesM unroe
O impacto sobre as mulheres, a família e a sociedade também é assus­
tador. Muitas mulheres sofrem com a violência doméstica de homens furiosos.
As crianças são vítimas de abuso e ressentimento e a sociedade carrega as
marcas da deterioração social. Os governos são incapazes de responder a esse
fenômeno. Eles percebem que suas idéias, suas leis e seus programas sociais
são ineficazes na tentativa de resolver o problema. Os homens estão nitida­
mente com problemas.
O que o homem pode fazer? O desafio número um para o homem é
sua crise de identidade. O homem médio está confuso com relação à sua mas­
culinidade e sexualidade. Ele não tem uma clara definição daquilo que deve
ser. Alguns homens confundiram seus papéis tradicionais, sociais e culturais
com a definição de masculinidade. No entanto, já se sabe que esta é uma das
causas principais do problema porque, quando os papéis mudam, a imagem
de si mesmo também muda.
Como avaliamos um homem? O que é a verdadeira virilidade? O que é
a verdadeira sexualidade masculina? Como você define masculinidade? Qual
é o verdadeiro propósito do homem em relação à mulher? Há uma definição
universal de masculinidade? Isso pode ser atingido? Aonde devemos ir para
conseguir essa definição?
Este livro traz respostas para estas perguntas críticas da perspectiva
do homem. O propósito e o papel do homem no quadro geral da experiência
humana são explorados mediante o retorno ao processo original de sua cria­
ção, baseado na premissa de que ninguém conhece o produto tal como o
fabricante. Nenhum produto pode entender sua identidade simplesmente
perguntando ao cliente, porque somente o fabricante conhece o propósito
original e o potencial de seu produto. Portanto, é imperativo que o homem
redescubra seu propósito original e entenda seu verdadeiro potencial como
também ganhe uma clara compreensão de sua função principal dentro da fa­
mília humana.
O homem é a chave para construir infra-estruturas sociais fortes e du­
radouras, famílias estáveis, sociedades saudáveis e nações seguras. E crucial
que esse assunto da crise masculina seja uma prioridade para homens, mulheres
e governos nacionais para que possamos assegurar desenvolvimentos sociais
progressivos nos países do mundo. Vamos começar nossa jornada pela terra
da confusão cultural para redescobrir o propósito e o poder do homem ver­
dadeiro.
INTRODUÇÃO
O
homem detém as chaves das nações - e nossas nações estão em crise.
Assim como o homem está, também está a nação, a família, a
sociedade e o mundo. O problema é que o homem já não tem uma
idéia clara para onde está indo. Ele sofre de falta de identidade - e as conseqüên-
cias para suas famílias, comunidades e nações são muito mais amplas.
V is õ e s c o n f l it a n t e s d a m a s c u l in id a d e
Os papéis tradicionais do homem já deram a ele continuidade e equi­
líbrio de geração em geração. Hoje, muitos homens estão questionando quem
são e que papéis desempenham na vida. Eles podem estar perseguindo alvos
costumeiros na vida como trabalho, casamento e ter uma família. Mesmo assim,
há uma incerteza interior sobre o que significa ser homem, marido e pai.
O que está provocando essa incerteza? Uma grande razão é que a socie­
dade tem enviado sinais conflitantes sobre o que significa ser um homem. As
visões tradicionais da masculinidade competem lado a lado com as novas idéias
de masculinidade no mercado de idéias - ambas lutando por supremacia.
U M EMBATE DE IDÉIAS ANTIGAS E NOVAS
A batalha das idéias está se desenrolando enquanto absorvemos as vas­
tas mudanças políticas e sociais que têm acontecido nesses últimos quarenta
anos. Tanto em níveis nacionais quanto internacionais, culturas e idéias estão
em colisão. Como resultado, as pessoas estão reavaliando o que significa ser
humano, ser homem ou mulher, e o que significa ser um país. Alguns desses
desenvolvimentos são:
• Movimento pela igualdade feminina
• Exportação da cultura ocidental para o mundo
• Queda do comunismo
• O mercado globalizado
• O crescimento da interconexão entre as nações
Entendendo o propósito e o poder dos homens • I 1
1 2 • M y iesM unroe
Seja mundial ou localmente, nosso mundo está mudando rapidamente
diante dos nossos olhos, e as transformações sociais que acompanham essa
mudança podem ser dolorosas. A colisão de velhas e novas idéias já deixou
muitos homens perplexos e frustrados com relação à sua identidade. De que
maneira seus novos papéis (por exemplo, a participação igualitária com as
mulheres) contracenam com os mais tradicionais deles, como provedor e pro­
tetor? Os homens estão se sentindo forçados a redefinir seus papéis enquanto
tentam adaptar-se a essas expectativas de mudança social. Esse ajuste está
desarticulando tanto sua vida profissional quanto pessoal. Está alterando seu
relacionamento com as mulheres e transformando a vida familiar.
As linhas desse novo papel, porém, parecem turvas aos homens,
porquanto as idéias tradicionais e contemporâneas se sobrepõem - e depois
se separam novamente. Por exemplo, por um lado os homens ouvem dizer
que não há diferença entre homens e mulheres e que devem considerar as
mulheres como iguais. Por outro lado, são encorajados a tratar as mulheres
com cortesia e cuidado, mas quando o fazem, são acusados de chauvinismo.
O HOMEM EM CRISE
Historicamente, os homens definem sua masculinidade pelos vários pa­
péis que desempenham na sua família e na sociedade. Agora esses papéis estão
em transição, não mais carregam uma sólida definição de masculinidade para
lhes dar um contexto cultural para a vida. Como resultado, muitos homens
crêem que perderam parte de si mesmos, mas não possuem nada de concreto
para substituir isso. E, com freqüência, já não se sentem desejados ou neces­
sários para as mulheres. Eles costumavam ter uma idéia nítida de qual direção
seguiam como homens. Agora, sentem-se como se estivessem aprisionados num
labirinto, frustrados e incapazes de prosseguirem significativamente na vida.
Alguns homens reagem com agressividade aos movimentos feministas
e outras mudanças sociais. Eles não têm intenção alguma de se adaptarem.
Em vez disso, reafirmam ou endurecem sua dominação tradicional sobre as
mulheres porque têm medo de perder o controle. Eles reagem sendo mais
competitivos ou mais isolacionistas. São dominadores e violentos em casa com
suas famílias. Em certos países, os homens resistem violentamente em nível
nacional. Eles se opõem ao avanço do movimento feminino de igualdade
com severas restrições no estilo de vida e da liberdade da mulher, pois
Entendendo o propósito e o poder dos homens * F3
entendem que essas mudanças fazem parte da ocidentalização de suas socie­
dades, uma corrupção moral que agride seu modo de vida.
U m a e n c r u z il h a d a d e c is iv a
Por que a crise masculina de propósito é uma questão tão importante? Por
uma simples razão, ela ataca o núcleo da identidade do homem, deixando-o inde­
ciso e fundamentalmente fraco. Por outro lado, reflete um rompimento na com­
preensão, comunicação e cooperação entre homem e mulher que não é natural
nem sadio. Os homens estão numa encruzilhada decisiva, e para onde forem a
partir daqui produzirão sério efeito no curso da sociedade. A crise de propósito
que estão experimentando aumentará gradativamente se continuarem a viver
em estado de mente defensivo e cheios de incerteza. Continuarão frustrados
e vivendo em um nível abaixo de seu verdadeiro potencial. Além disso, as
rachaduras na base da sociedade se tornarão perigosamente maiores.
O que os homens devem fazer? Devem se apegar aos papéis e modos
de pensar tradicionais ou devem seguir o caminho asfaltado pelos novos con­
ceitos de masculinidade?
E difícil interromper o fluxo da mudança e não queremos retomar à tradi­
ção meramente por amor a ela. O velho sistema não refletia o propósito completo
e o potencial dos homens, e as mulheres sempre foram desvalorizadas nele.
Ainda assim, os conceitos contemporâneos de masculinidade são sem­
pre ambígüos. Eles também tendem a focalizar os papéis em vez do propósito
do homem e de sua identidade (uma diferença crucial explorada por este li­
vro). Que tipo de mundo teremos se continuarmos nessa direção? Já temos
uma idéia dos efeitos negativos que uma continuada crise masculina pode
provocar sobre o propósito. Muitos de nossos problemas sociais atuais, tais
como gravidez na adolescência, crime e pobreza fluem da vida sem propósito
e sem raízes entre os homens.
A maioria dos crimes no mundo todo é cometida por homens. Nos
Estados Unidos, 99% dos encarcerados são homens. Recentemente, fiquei sur­
preso com o número de meninos envolvidos em crimes. Temos percebido que
há uma atividade criminosa cada vez mais crescente entre meninos de 9 a 18
anos. Em Londres, um menino de 5 anos foi assassinado por um outro de 11
anos. Em Chicago uma menina de 6 anos foi assassinada por um menino de 9
anos. Lembro-me quando os criminosos costumavam ser homens mais velhos.
14 • M ylesM unroe
Com que freqüência vemos uma lista de crimes cometidos numa se­
mana em que 50% dos culpados são mulheres? Nunca. Esta é realmente uma
questão masculina.
Se estivermos falando de um lar rompido, esposa que sofre abuso,
filhos abandonados, estamos falando primariamente de um problema do ma­
cho que tem sua origem no propósito mal orientado ou na falta de identidade
verdadeira.
AQUESTÃO É O PRO PÓ SITO , NÃO A MASCULINIDADE
Por que há tantas doenças sociais provocadas pelos homens? Pode ser
tentador para alguns descartar os homens como pessoas irremediavelmente
dominadoras e agressivas, com uma natureza essencialmente carente e que
precisam de um desmonte para manutenção. Gostaria de apresentar uma
perspectiva como alternativa: o problema não é a biologia da masculinidade,
mas é um problema espiritual de identidade. A identidade masculina não é
uma questão essencialmente de papéis e culturas, que variam de tempos em
tempos, - é uma questão de propósito inerente.
Sendo assim, para falarmos dos problemas de nossa sociedade e do
mundo, precisamos começar com o homem e como ele percebe a si mesmo. Se
os homens soubessem quem realmente são e qual sua verdadeira razão de ser,
então, toda confusão, ira e o comportamento destrutivo deles poderíam ser
substituídos por uma vida de propósito, confiança e edificação da sociedade.
Quando os homens não sabem quem são e qual é o propósito que têm neste
mundo é que experimentamos uma miríade de problemas culturais.
Enquanto a sociedade está sentindo os efeitos do dilema do macho,
também está aparentemente contribuindo com idéias incompletas ou confu­
sas de masculinidade. Dessa forma, mesmo sem saber, a sociedade traz pro­
blemas sobre si mesma. Essa faca de dois gumes não é nova em nossa geração
ou no mundo.
AsCONSEQÜÊNCIAS DA IGNORÂNCIA DE PROPÓSITO
A crise que estamos vivendo hoje é, na verdade, uma versão moderna
de um antigo dilema. Semelhantemente, há muito tempo, homens e mulheres
perderam o conceito do que seja realmente ser humano, homem e mulher. O
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 1 5
problema também não está confinado em culturas particulares. A questão da
identidade também é global. Já visitei muitas nações e cheguei à conclusão
que a maior parte do mundo sofre do que chamo de “conseqüências da ignorân­
cia de propósito”. Em cada nação, em cada comunidade, não importa a língua
falada nem a cor de sua pele, as pessoas estão enfrentando um dilema comum.
Elas sofrem dos efeitos debilitantes de uma concepção errada de propósito e
não entendem quem realmente são e, portanto, estão vivendo abaixo de seu
pleno potencial na vida.
Em meu livro, Entendendo o propósito e o poder das mulheres, mostro
como a ignorância da humanidade com relação ao propósito tem degradado
a mulher. (Recomendo esse livro para os homens, assim como recomendo
este para as mulheres). Nesse livro, eu explico como podemos aliviar a dor e
o potencial incompleto que essa má compreensão de propósito tem causado
às mulheres através dos séculos e para que sejam libertadas tornando-se tudo
que devem ser.
Homens e mulheres jamais serão completamente realizados se a crise
do homem não for resolvida, uma vez que os homens têm uma influência
primária no tom e na direção da sociedade. Essa influência foi planejada para
ser usada para sempre. No entanto, como já vimos com relação aos muitos
problemas sociais que temos enfrentado, sofremos os efeitos exatamente con­
trários se o princípio do propósito não for entendido ou for abusado. Não po­
demos ter um mundo produtivo e seguro enquanto a humanidade não souber
a razão de sua existência - e, particularmente, os homens não têm uma clara
idéia de sua identidade.
As pessoas podem passar anos sem saber que não estão compreen­
dendo o verdadeiro propósito. Tanto indivíduos quanto culturas tornam-se
confortáveis seguindo os papéis estabelecidos sem questionar sua validade.
No entanto, nossa sociedade turbulenta está nos forçando a examinar os
fundamentos de nossos conceitos de masculinidade e feminilidade. Neste
sentido, podemos ver essa crise como uma poderosa oportunidade de auto-
descoberta e auto-realização. Podemos escolher se faremos testes precisos
de sanidade, tanto das idéias contemporâneas quanto das tradicionais, do
que significa ser homem e mulher e então estabelecer um fundamento forte
para a sociedade.
O propósito deste livro é nos dar princípios para fazermos essa ava­
liação e cumprirmos nosso propósito verdadeiro como seres humanos.
1 6 • M y iesM unroe
U m a r e d e s c o b e r t a d o p r o p ó s i t o
Para redescobrir a identidade masculina precisamos levantar as se­
guintes questões:
• Como podem os homens recobrarem sua condição neste ambiente de
tantas mudanças de expectativas culturais?
• O que significa ser um homem?
• Qual definição de masculinidade os homens deveríam adotar?
• Por que um autoconceito da masculinidade é tão importante para a
base da sociedade?
• Que papéis os homens devem cumprir - no local de trabalho e em
casa?
• O que o gênero tem a ver com o propósito do homem?
• Quais são as diferenças entre machos e fêmeas?
• Como homens e mulheres devem se relacionar entre si?
• Como um homem constrói uma vida melhor para ele, sua família e
o mundo?
Nas páginas seguintes, explorarei essas questões de forma muito prá­
tica e objetiva. Junte-se mim para uma redescoberta de propósito: o homem
como ele foi planejado para ser.
1
O QUE É UM
HOMEM DE VERDADE?
Os homens precisam de uma identidade
dada por Deus se vivem para cumprir
seu verdadeiro propósito.
I
magine se você estivesse assistindo a um programa de televisão no estilo
“A hora da verdade”. Alguns dos participantes tentam convencê-lo de que
são homens de verdade. Você tem de adivinhar quem é o autêntico e quais
são os impostores.
O participante 1 lhe diz que ele é um homem de verdade porque
preenche a descrição tradicional do papel de um homem. Ele apóia sua
família financeiramente enquanto sua esposa cuida dos filhos e do lar.
Contanto que ele providencie um teto sobre suas cabeças e comida para
que comam, ele está cumprindo seu papel como marido e pai. Este homem
não considera sua esposa em pé de igualdade.
O participante 2 diz que é um homem de verdade porque tem um
papel culturalmente progressivo: ele partilha a responsabilidade de sua casa e
da criação dos filhos com a esposa enquanto ambos seguem suas carreiras. Ele
considera sua esposa igual a ele.
O participante 3 explica que ele é um homem de verdade porque se
libertou dos estereótipos de macho e decidiu assumir o cuidado dos filhos e
do lar enquanto sua esposa vai trabalhar. Ele considera sua esposa igual a si
mesmo - ou talvez até melhor, já que ela é mais compassiva e de natureza mais
sensível que ele.
Essas são algumas das imagens da masculinidade que estão competindo
pela aceitação do homem hoje. Muitos homens sentem-se como se lhe pedissem
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 1 7
18 • M ylesM unkoe
para descobrir qual é o verdadeiro homem usando o “participante” que tiver
a expressão facial e as respostas mais convincentes. Assim mesmo, não parece
haver um vencedor óbvio. Além disso, a sociedade continua misturando e
comparando essas imagens até que os homens já não saibam mais o que se
espera deles. Estão confusos e frustrados ao avaliarem suas próprias expecta-
tivas de masculinidade enquanto sentem a pressão dos vários segmentos da
sociedade que promovem essa imagem, ou uma combinação impossível delas.
Enquanto isso, Hollywood inunda a sociedade com seus intrigantes ícones
de masculinidade tais como James Bond e Rambo. Mesmo que essas figuras
sejam de super-heróis, em vez de homens de verdade, às vezes, fica difícil esca­
par à sedução delas. È difícil não começar a pensar que um homem de verdade
deveria imitar o poder e a desenvoltura que eles exibem.
U m a c r i s e d e p a p é is
O que torna a situação cultural masculina atual desajustada é que os
homens tradicionalmente definem sua masculinidade pelos papéis que de­
sempenham na família e na sociedade. No entanto, há uma variação maior de
papéis tanto para homens quanto para mulheres. Os papéis na sociedade es­
tão mudando. Isso tem acontecido mais ou menos nos últimos quarenta anos.
Estamos no meio de uma cultura de transição com idéias concorrentes sobre
a masculinidade que causam problemas de perplexidade para os homens. Eles
têm sido puxados em muitas direções na tentativa de entender o que significa
ser um homem verdadeiro no mundo moderno.
Em anos recentes, literatura focalizando mudanças na vida dos homens
tem indicado que o macho está em uma situação de crise e conflito interno.
Uma gama de estudos nos tem mostrado que os homens não estão muito
certos sobre quem são ou o que as mulheres esperam deles. Sem uma idéia
clara de sua identidade, os homens estão tentando enfrentar o choque das
novas expectativas sociais com as idéias tradicionais do que deveria ser um
homem, que eles têm internalizado por intermédio da família, da cultura ou
da inclinação natural.
As concepções básicas de masculinidade, portanto, estão sendo des­
truídas, e eles estão se sentindo deslocados. Eles estão frustrados enquanto
lutam para se adaptar a um novo, porém vago, conceito do que são, ou ficam
nervosos na tentativa de reverterem o fluxo da mudança.
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 1 9
Os papéis tradicionais devem ser totalmente abandonados? Se abando­
nados, quais os substituirão? Muitos homens têm perguntas não respondidas
tais como:
1 - 0 homem ainda deve ser o sustentador e protetor? Hoje, a mulher
já sai para trabalhar, ganha seu próprio pão e diz que não precisa de
proteção. O homem não tem certeza sobre o que ainda deve fazer
pela mulher.
2 - O homem ainda é líder e autoridade no lar?Isso já não está tão claro.
A mulher diz: “Você não é mais minha autoridade. Não sou escrava.
Ganho meu próprio dinheiro e tomo minhas próprias decisões. Eu
faço o que quiser. Vou lhe chamar quando estiver pronta para você.”
O homem já não sabe mais como deve se relacionar com a mulher.
3 - O homem deve demonstrar cavalheirismo? Será que ele deve abrir
a porta do carro, acompanhá-la, pagar o jantar em um encontro?
O homem puxa uma cadeira para a mulher e ela diz: “Tudo bem,
muito obrigada, mas eu mesma puxo minha cadeira.” As vezes, um
homem abre a porta para uma mulher e ela fica ofendida: “Você
acha que sou aleijada?” Ela reclama. Se uma mulher adentra o re­
cinto e um homem se levanta em sinal de respeito, ela olha para ele
como se ele fosse louco. O homem já não está certo se ainda deve
ser gentil com as mulheres.
4 - O homem ainda é o defensor de sua família, propriedade e seu país?
Cada vez mais mulheres estão se engajando nas Forças Armadas e
carregando armas. Alguns homens não sabem como reagir a essas mu­
danças. Uma mulher uniformizada adentra sua casa e seu marido teme
dizer “olá” para ela. Ele vai dar um pulo e dizer: “Sargento!” Muitos
homens estão pensando: “Ela realmente já não precisa que eu a prote­
ja.” Os homens já não sabem se as mulheres ainda precisam deles.
Assim sendo, há alguma coisa que distinga um homem de uma mulher?
Baseados nas situações acima, essa é uma questão difícil de responder. Ho­
mens e mulheres estão em uma situação de rebelião e confusão de gênero.
O que fazer para ser um homem do século 21? Quem são os homens
com relação às mulheres? Como os homens devem escolher diante dos vários
tipos de masculinidade que são promovidos no mundo?
20 • Mvifs Munroe
Se você é um macho e sente que seu trabalho, seu relacionamento e sua
visão de mundo estão de cabeça para baixo, você não está sozinho. Este é o tempo
mais complexo para ser um homem. Os homens de todas as idades estão lutando
contra visões competitivas e valores de masculinidade. O que aconteceu?
M il h a r e s d e a n o s d e t r a d i ç ã o d e ix a d o s d e l a d o
Os homens costumavam adquirir suas idéias de masculinidade obser­
vando seus pais ou a partir de antigas tradições culturais. Havia uma conti­
nuidade dos papéis masculinos transmitidos de geração em geração. Agora,
as coisas são diferentes. Centenas, até milhares, de anos de tradição foram
colocados de lado em apenas uma ou duas gerações. Esse desvio pode ter sido
iniciado nas nações industrializadas do ocidente com o movimento feminista
e outras mudanças culturais, mas, de uma forma ou de outra, o mundo todo
está sendo influenciado por ele.
Por exemplo, a minha vida e a do meu pai são completamente dife­
rentes. Não posso usar o modo como meu pai fazia as coisas como um mo­
delo pessoal, nem minhas irmãs podem usar o ambiente em que minha mãe
trabalhava como um exemplo para si mesmas. Nossos pais viveram em outra
geração, com conceitos diferentes de masculinidade e feminilidade. Historica­
mente falando, até recentemente, o homem e a mulher aceitavam determina­
dos papéis, e eles geralmente não se sobrepunham.
P a p é is H i s t ó r i c o s
Você pode retroceder 50,100, 500, 2.000, 4.000 anos, mas encontrará
um sólido padrão de papéis entre homens e mulheres que eram reconhecidos
e valorizados. Havia algumas razões muito práticas para esse antigo padrão.
Sempre tem havido certas exceções a esse padrão entre indivíduos e culturas,
mas o fator determinante tem sido a forma como as próprias famílias têm-se
conduzido por gerações. Esse padrão tradicional continua a ter influência nos
relacionamentos macho e fêmea de hoje.
Havia uma determinação biológica de papéis
Nos tempos pré-modernos, a biologia contribuiu amplamente para os
papéis de homens e mulheres. Os machos, em geral, são fisicamente mais
Entendendo o propósito e o poder dos homens * 2 1
fortes que as mulheres, assim, os homens eram aqueles que saíam para caçar e
prover para a família. As fêmeas são biologicamente equipadas para gerarem
bebês, assim, elas cuidavam dos filhos. Em geral, não havia opções de controle
de natalidade nem alternativas de aborto com as quais uma mulher poderia
suplantar a biologia. Um homem não tinha de questionar se ele ou sua esposa
ficariam em casa e criariam os filhos. Os papéis eram menos complicados
porque eram pré-determinados pela biologia.
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Além disso, as pessoas viviam num ambiente físico mais hostil, no qual o
dia-a-dia era uma luta pela sobrevivência. Essa era outra razão porque o homem,
que era fisicamente mais forte, tomou-se o provedor e o protetor da família.
Naquele tempo, ganhar a vida era um trabalho particularmente pre­
cário. O homem tinha de arriscar sua vida, literalmente, para tomar conta
de sua família. Isso fez com que sua mulher e seus filhos olhassem para ele
como a principal liderança e valorizassem sua fundamental contribuição para
a sobrevivência deles. Eles dependiam dele.
Quando um homem saía para conseguir alimento para sua família, não
havia garantias de que ele voltaria com vida. Ele poderia ser ferido mortal­
mente ou morrer por exposição às intempéries. Portanto, a mulher se alegrava
ao vê-lo voltar para casa. A mesma atitude básica era verdadeira na vida de
nossos avós e pais quando os maridos eram os grandes provedores da família e
as esposas ficavam em casa. A noite, a família toda ficava feliz por ter o pai em
casa. Por quê? Porque ele tinha ficado fora, num mundo arriscado, tentando
fazer a vida. As vezes, era difícil conseguir trabalho e o único que se conseguia
era permanecer longas horas nos campos ou nos subterrâneos de uma mina de
carvão. Quando o homem voltava para casa mancando, sua esposa sabia que
ele tinha arriscado a saúde para manter o pão de cada dia na mesa.
Eu cresci numa típica família de um passado não tão distante. Sou um
dentre 11 filhos. Meu pai se levantava de manhã antes dos filhos acordarem
e quando ele voltava para casa nós já estávamos na cama. Ele passou toda a
vida trabalhando, tentando alimentar quase uma dúzia de filhos, mantendo
um teto sobre nossa cabeça e roupas para que vestíssemos. Era um trabalho
de vinte e quatro horas. Minha mãe tinha de ficar em casa, mas seu trabalho
era tão duro quanto o dele. Ela cuidava dos 11 filhos, - cozinhava para todos,
dava banho em todo mundo, lavava as roupas, despachava-nos para a escola,
22 • M ylesM unroe
certificava-se de que havíamos feito nosso dever de casa e nos disciplinava.
Era uma vida dura. Uma luta para sobreviver.
Papéis e habilidades se estabeleceram
As necessidades básicas de sobrevivência exigiam que homens e mulhe­
res desenvolvessem papéis e habilidades específicas que eram passadas para as
gerações futuras. Até a época de seus avós e mesmo de seus pais, todos conhe­
ciam seus papéis e tinham habilidades equivalentes a eles. O marido sabia o
que precisava fazer e fazia; a esposa sabia o que precisava fazer e fazia.
Dessa forma, apesar da difícil sobrevivência, os relacionamentos eram
comparativamente fáceis porque não havia confusão dos papéis nos gêneros.
Um homem e uma mulher não tinham de se preocupar se estavam infringindo
ou não o território do outro. O papel dela era manter a casa, cozinhar e cuidar
dos filhos. O trabalho dele era caçar ou colher, construir uma habitação para
prover comida e moradia para a família. A vida era muito objetiva e, nesse
sentido, os relacionamentos eram menos complicados.
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Essa parceria na sobrevivência produzia uma interdependência entre
homens e mulheres que gerava uma apreciação mútua. Era uma apreciação
natural porque seus papéis eram muito claros e aceitos como importantes e
necessários.
Em muitos desses casamentos, não havia a relação entre marido e es­
posa que conhecemos hoje. O homem era motivado por coisas simples como
comida, sexo, filhos e segurança. Ele não era motivado por conversas de tro­
ca emocional ou sensibilidade psicológica e emocional. Ele voltava para casa
quando precisava ter suas necessidades básicas satisfeitas.
Em sua maioria, o homem era honrado e amado por sua esposa não
por ser um bom homem ou um companheiro dedicado, mas porque ela sabia
que ele havia arriscado a vida para cuidar dela e dos filhos. Ela o amava pelo
que ele fazia. Ele não ganhava sua apreciação por ser sentimental e romântico.
Ela valorizava a provisão. Se ele não enfrentasse os desafios e trouxesse carne
para casa, ela não o respeitaria.
As mulheres passavam o tempo alimentando seus filhos e formando
um lar, e elas eram respeitadas e amadas pelo homem pela contribuição que
davam à família. Ele não a respeitava necessariamente por ela ser charmosa
ou porque a “Palavra de Deus dizia para ser assim”. Ele a honrava porque
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 2 3
ela criava seus filhos e porque reconhecia o valor do trabalho que ela es­
tava fazendo. Ele não estava preocupado com quem iria alimentar e limpar
as crianças ou quem iria lavar sua roupa. Sua esposa fazia tudo isso, e ele a
respeitava por isso.
Isso quer dizer que o romance não era parte significativa da vida de
muitos dos nossos antepassados. Eles estavam muito ocupados tentando so­
breviver. Quando você está lutando pela sobrevivência, não há muito tempo
para o sentimento.
Não era muito diferente de muitos casais até pouco tempo atrás. Um
homem passava o dia todo trabalhando ocupado em prover e proteger sua
família. Ele não tinha tempo para romance quando chegava em casa. Tudo
que queria era comida e sexo. Ele não se preocupava em levar sua esposa para
jantar, passear no Shopping ou lhe dar dinheiro para gastar. Seu dinheiro era
apenas para a sobrevivência. O relacionamento era simples. “Olha, temos de
sobreviver e tenho de proteger você. O que quer que eu tenha de fazer para
realizar essas coisas, eu farei, essa é a vida!”
O homem via seu casamento como uma parceria, mas não no mesmo
sentido que vemos a parceria em nossos dias. Ele não considerava sua esposa
como igual a ele ou tão boa quanto ele. Em vez disso, parceria significava que
ela tinha de cumprir sua parte e ele a dele. Esse era o conceito ensinado a
homens e mulheres. Marido e mulher concediam honra mútua pelas contri­
buições pessoais que davam à parceria e não porque reconheciam qualquer
igualdade entre homens e mulheres.
E daí que fomos formados como sociedade. No entanto, as coisas têm
mudado.
P a p é is c o n t e m p o r â n e o s
Hoje, a vida é completamente diferente para homens e mulheres por­
que nós já não dependemos uns dos outros para sobrevivência e segurança.
Nossos papéis e estratégias têm realmente mudado.
Os homens já não têm o trabalho que desempenhavam quase exclu­
sivamente por séculos. Eles costumavam ter um papel muito claro que não
compartilhavam com a esposa. Como se media a masculinidade? Aos jovens
se dizia: “Consiga um trabalho, assim você sustentará sua família e terá mui­
tos filhos.” Ser um provedor e ter a habilidade de procriar era a medida de
24 • M
ylísM
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o
e
um homem. No entanto, a maneira que a sociedade vê o homem está em
transição e essa visão já não é mais considerada marca primária de mascu­
linidade. Inúmeras famílias ainda seguem os padrões tradicionais do marido
trabalhando, enquanto a esposa fica em casa com os filhos, principalmente
enquanto os filhos são pequenos. No entanto, mesmo esses casamentos são
mais influenciados pelas idéias contemporâneas do que pelas tradicionais no
relacionamento entre homens e mulheres.
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Os papéis e funções de homem-mulher já não são mais determinados
pela biologia como antes. Por prevalecerem em nossos dias, as carreiras de
ambos e o controle de natalidade, homem e mulher podem escolher não ter
filhos. Também, por causa da ampla divulgação de que a fertilidade é um
assunto que pertence somente à mulher, é ela quem determina quando ou
se terão um filho. E mesmo que eles tenham um filho, isso não significa que
necessariamente é a esposa que ficará em casa tomando conta do bebê o dia
todo, todos os dias. Creches e outras opções para o cuidado das crianças dão
condições a ela de trabalhar em um emprego fora do lar, tanto em meio pe­
ríodo quanto em período integral.
Essa mudança está trazendo novos tipos de estresse à família. Se os
funcionários da creche ou babás estão criando os filhos, muitas vezes, esses
filhos não reconhecem seus pais. Nem sempre os pais sabem os que as babás
estão fazendo ou ensinando aos filhos enquanto estão no trabalho. Essen­
cialmente, isso quer dizer que os filhos estão sendo criados por pessoas que os
pais não conhecem muito bem.
Além disso, uma vez que a concepção e a criação dos filhos era o que
produzia respeito à mulher por parte de seu marido, o homem agora tem de
encontrar outro meio de honrar sua esposa. Por causa da padronização tradi­
cional, quando uma esposa exige respeito da parte do seu marido hoje, ele, às
vezes pensa, “Bem, o que você está fazendo para merecer?” Os relaciona­
mentos do século 21 são realmente difíceis.
Não estamos mais em situação de sobrevivência
Muitos de nós já não focamos a sobrevivência e a proteção como no
passado. Isso não quer dizer que não tenhamos desafios econômicos e estres­
ses relacionados com o trabalho, mas o risco físico não é mais o mesmo. Já
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 25
não estamos caçando comida e enfrentando as intempéries, apenas para ficar
vivos. Já temos as lojas de conveniência 24 horas e fornos de microondas. En­
quanto vivemos num mundo de incertezas onde ainda há perigos, o ambiente
físico é muito mais amistoso do que era para nossos ancestrais. Hoje, um
homem sai de casa de manhã, vestido em seu terno, dirigindo seu Lexus para
o trabalho, como um doutor em escritório de luxo. O risco físico é inexistente
para muita gente.
Uma das diferenças entre a forma antiga e a nova é que, quando as pes­
soas se casam, hoje, já têm a maior parte das coisas que precisam. Além disso,
a mulher já não mais depende do marido para ter suas necessidades providas
depois que se casa. Porque o papel tradicional de provedor está entranhado
em muitos homens, essa situação pode ser desconfortável para eles.
Por exemplo, um homem conhece uma mulher e descobre que ela já
possui bens materiais. Devido ao seu trabalho regular já há algum tempo,
ela ganha mais do que ele e dirige um carro caro. Ela mora num condomínio
fechado, tem uma TV de 29 polegadas e geladeira com alimento. Ela mesma
abastece seu carro. Ela já tem tudo isso, então ele diz que quer se casar com
ela para cuidar dela. Como é que ela vai depender dele? Ela já tem dinheiro
no banco. O que o homem pode dar-lhe? Ela não busca proteção ou sobrevi­
vência, pois é independente, e as expectativas dela com relação aos homens e
ao casamento são totalmente diferentes.
Algumas mulheres se perguntam “como vou ser submissa, se ganho
mais dinheiro que ele e toda a mobília da casa é minha?” Em outras pala­
vras, ela está dizendo ao homem “você precisar ganhar o direito de minha
submissão, dando-me algo que eu ainda não tenha dado a você.” Essa é uma
frase dura para um homem ouvir. Assim, o homem diz: “Bem, não posso lhe
dar nada, porque você já tinha mais do que eu desde o princípio”. Como uma
mulher vai se submeter a um homem que ela crê que está sustentando? E
uma situação difícil tanto para o homem quanto para a mulher. Mas esse é o
mundo em que vivemos.
Você já se perguntou por que os divórcios são tão comuns em nossos dias?
Uma das razões é porque a mulher agora pode dizer ao homem rápido e rasteiro,
“se você não puder cuidar disso direito eu vou embora”. Minha mãe tinha 11
filhos, quando ela tinha um problema, ela não podia se virar para meu pai e dizer:
“estou deixando você.” Para onde ela iria? Ela não tinha nenhuma formação aca­
dêmica, nenhuma preparação para arrumar um serviço fora. O lar era sua vida.
2 6 • M y íesM unroe
A independência é uma situação relativamente nova para as mulheres,
e os homens ainda estão aprendendo a lidar com essa mudança. De muitas
maneiras, a mulher já assumiu não somente o papel tradicional do homem de
provedora, mas também de protetora. Ela tem um gás de pimenta e uma arma
na bolsa e um telefone celular para ligar para a polícia imediatamente. O que
o homem faz? Ele diz: “Sou seu protetor” e ela diz: “não preciso que você me
proteja.” É um mundo diferente. Os homens não sabem mais o que devem
fazer pela mulher.
Papéis e habilidades estão menos compartidos
Homens e mulheres costumavam subsistir em diferentes esferas. Uma
das esferas masculinas era o trabalho e a sobrevivência. O mundo feminino
era o lar e os filhos. Não havia confusão de papéis. Elas sabiam exatamente
onde deveríam estar.
A mulher, ao sair de casa e ao entrar no mercado de trabalho, já não
tem mais um lar guardado por ela especificamente. O homem já não tem
certeza de qual seja sua tarefa em casa, e a mulher também não. Eles estão
confusos. Seu pai costumava trazer para casa o bacon, agora, sua esposa traz
não somente o bacon, mas até o porco. Além disso, ela já tinha dois porcos
quando você se casou com ela. Ela não quer seu bacon porque já o tem.
Se ambos, marido e mulher estão trazendo o bacon, quem é o provedor?
Essa é uma questão problemática para o homem. Se ambos pagam o aluguel,
então quem é responsável pelo teto sobre eles? Seu pai foi considerado o dono
da casa porque ele comprou e pagou por ela. Hoje, a casa não pertence ao
homem, mas ao homem e à mulher. Alguns homens se perguntam como seus
pais costumavam ser o “homem da casa”. Agora, se um homem pisar firme, a
mulher vai pisar firme também. As coisas que os homens aprenderam já não
funcionam mais. Seu pai diz, “coloque-a em seu lugar!” E você diz, “mas o lugar
é dela.” “Mostre a ela quem manda nesta casa.” “Mas ela também manda!”
Muitos casais enfrentam situações econômicas difíceis que fazem com
que ambos saiam para trabalhar e resolvam o problema do sustento da casa. No
entanto, a mudança cultural da mulher que provocou sua ida à faculdade, sua
busca por carreiras e um atraso da mulher para se casar, têm provocado mudan­
ças significativas na vida da família. Por exemplo, um homem diz: “Querida,
você precisa cuidar das crianças.” Ela diz: “Não! Vou trabalhar.” “Por quê?”
“Quero usar minha educação e garantir certo padrão de vida que requer um
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 2 7
salário dobrado, por isso vou trabalhar.” Ele diz: “Mas quem vai cuidar das
crianças? Você é quem concebeu e quem cuida delas!” A resposta dela é: “Meu
patrão tem uma creche. Vou aceitar esse trabalho.”
O que faz um homem quando sua esposa ganha mais do que ele e ele
crê que deveria ser o provedor da casa? Ele fica frustrado e até um pouco
envergonhado. É por isso que há tanto desentendimento nos casamentos de
hoje. Continuamos brigando sobre quem deve fazer o quê.
Essas e outras situações similares têm mudado dramaticamente nos­
sas perspectivas e alterado nossos papéis tradicionais. O homem já não tem
mais certeza do que seja um homem, e a mulher já não tem certeza do que
seja uma mulher. Essas mudanças têm provocado tensão nas mulheres e nos
homens também.
Por exemplo, algumas mulheres, na verdade, sentem-se culpadas quando
dizem: “Eu sou dona-de-casa.” Você acha que no tempo de seus pais ou avós
as pessoas perguntavam à mulher: “Então, o que você faz?” Essa pergunta
jamais seria feita. Mas hoje, quase toda mulher ouve essa pergunta. Em outras
palavras, nós sabemos o que ela não faz. Ela apenas não fica em casa e cria os
filhos, concluindo que isso é vergonhoso para ela. Era muito mais fácil para
a mulher quando ela ficava em casa cuidando dos filhos. Ela era apoiada nes­
se papel porque todas as mulheres da vizinhança também estavam em casa.
Hoje, logo acham que há algo errado com uma mulher que queira ser dona de
casa. Eles pensam: “O que há com ela? Ela é preguiçosa?”, ou “ela não é muito
criativa”. “Talvez ela não seja tão brilhante para seguir uma carreira!”, ou “ela
precisa cuidar da própria vida”. A idéia que tem sido promovida na sociedade
é que somente mulheres “bobas” ficam em casa.
Os resultados das mudanças dos papéis de gêneros podem ser fontes de
estresse tanto para homens quanto para mulheres. As pessoas estão confusas
sobre como agir neste novo mundo. Isso tem sido um dilema psicológico para
elas. Muitos se sentem deslocados e tensos e estão tentando entender o que
há de errado entre eles. Vou dizer-lhes o que está errado: simplesmente este
é um mundo diferente.
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A independência crescente e a auto-suficiência têm feito com que a
mulher moderna já não mais tenha necessidade do homem como provedor e
protetor. Isso é um problema para o homem. Eles estão tentando ser felizes em
2 8 • M ylesM unroe
um relacionamento, mas não sabem quem é responsável pelo quê. Por exem­
plo, um rapaz leva uma garota para almoçar e lhe diz: “Você paga seu almoço,
ok?” Há trinta anos, o homem automaticamente pagaria. Por quê? Era o papel
do homem ser o provedor. Mas, agora, quando um homem leva uma mulher
para jantar e percebe que não tem dinheiro suficiente para pagar, ela abre a
sua bolsa e diz: “Deixa comigo.” Ele fica envergonhado, mas ela não, porque
ela tem o dinheiro. E adivinhe? Ela ainda gosta dele. Ela gosta dele porque
sente que não há muitos homens bons por aí mesmo.
A independência das mulheres está diminuindo os valores tradicionais
dos homens para elas. Historicamente, os homens morrem mais cedo do que
as mulheres. Por quê? Eles tinham que sair no frio, com chuva e neve, mesmo
se estivessem tossindo com tuberculose para prover para a família. Era o único
meio de sobrevivência da família. Por isso as mulheres os valorizavam. As ve­
zes, quando a mulher revela abuso por parte do marido e lhe perguntam. “Por
que você não o deixa?” “Não posso fazer isso” ela responde. Essa resposta é
profunda. Há algumas coisas nele que ela valoriza.
Se um homem arrisca a vida para proteger você e as crianças e faz
provisão para a casa, como você se sente em relação a ele? Obviamente, vai
estimá-lo bastante, pois sabe o que ele está fazendo em prol da família. Por
isso era natural para sua mãe, mesmo quando seu pai não agia direito, que ela
o amasse e o honrasse. Ele era valioso para ela.
Hoje, no entanto, já não é necessariamente o caso. Quando um homem
mostra interesse por uma mulher, ela pode dizer a ele. “Vou ser bem franca
com você, se você não der conta do recado pode ir embora quando quiser. Se
nos casarmos, quero que você assine um contrato pré-nupcial para que tudo
que estou levando para o casamento continue sendo meu se o casamento aca­
bar”. As mulheres não valorizam mais os homens como no passado porque as
necessidades que eles supriam, elas mesmas estão suprindo. Alguns maridos
temem suas esposas porque pensam que elas não precisam deles.
Outra mudança significativa é que pela primeira vez nos registros da
história, homens e mulheres entreolham-se principalmente por amor e com­
panheirismo e não pela necessidade de proteção e sobrevivência. Nossas prio­
ridades como seres humanos estão mudando. As pessoas estão procurando
algo mais em seus relacionamentos. Felicidade, intimidade e uma paixão dura­
doura são coisas exigidas em um relacionamento. Mesmo assim, compreender
como prover essas coisas não é algo fácil para o homem.
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 29
Felicidade
Os papéis tradicionais do homem não são mais suficientes para fazer
seu cônjuge feliz. As mulheres querem companheirismo e atenção para serem
felizes. Meu pai não podia levar minha mãe para jantar fora em um restauran­
te. Nem havia tempo para isso. Ele fazia minha mãe feliz apenas garantindo
que a família tivesse roupas, água encanada e assim por diante.
Hoje, o que os homens podem fazer para que as mulheres sejam feli­
zes? Eis o desafio. Você já ouviu um homem perguntar: “O que uma mulher
quer?” No passado, os homens diziam a suas esposas: “Mulher, que mais você
quer de mim? Eu ponho comida na panela e te dei um teto para morar.” Lem­
bra quando o homem dizia isso? Aqueles dias se foram.
Intimidade
Ao arriscar sua vida para dar à mulher comida e proteção, a intimi­
dade, sensibilidade e boa comunicação não eram discutidas. A mulher não
dizia: “Querido, você precisa aprender que a instabilidade emocional e psi­
cológica da mulher está ligada à menstruação.” Um homem não tinha tempo
de aprender a lidar com a mulher. Quando ele chegava em casa estava escuro,
ele estava cansado e tudo que ele queria era comida e sexo. A casa era dele e a
comida também, e o raciocínio era: “está na hora do pagamento.”
Hoje em dia, porém, as mulheres querem intimidade e comunicação.
“Converse comigo. Durante todo o dia você não disse que me ama.” E assim
que as mulheres pensam hoje. “Você deu atenção para todo mundo menos
para mim. Você nem notou meu vestido”. Ouça, o homem das cavernas não
tinha tempo para olhar vestido algum. Estava ocupado demais tentando so­
breviver, mas o mundo mudou.
Será que seus pais ou avós alguma vez já conversaram sobre TPM? Pro­
vavelmente, eles estavam ocupados demais para isso, e as pessoas, até mesmo
marido e mulher, não tinham liberdade suficiente para falar sobre esses assun­
tos. Agora, a atmosfera social mudou e temos mais tempo para pensar nessas
coisas. Hoje em dia, a mulher pode dizer. “Não me toque agora, estou no meu
ciclo. Meus hormônios estão desequilibrados”. O homem agora tem que estu­
dar como está o “humor” da mulher. Quando se está tentando sobreviver, não
se pensa no humor. Não era necessariamente um modo de vida melhor, mas um
modo de vida, com certeza, diferente. O homem ainda está tentando entender
como construir intimidade e comunicação dentro de seus relacionamentos.
30 • M ylesM unroe
A mulher pode indagar por que seu marido tem dificuldade para con­
versar com ela. Ele não sabe o que dizer, e ela não entende o que há com ele.
Por exemplo, suponhamos que ela tenha um trabalho fantástico - um serviço
de liderança ou administrativo - e ele tenha um serviço menos importante.
Ela chega em casa e começa a falar com ele durante o jantar. Sobre o que eles
vão falar? Ela vai conversar em um nível intelectual mais elevado, e ele ainda
não chegou a esse ponto porque seu serviço não exige que ele vá tão longe.
Daí, ela fala algumas frases e ele fica intimidado. Ele diz para si mesmo: “Que
palavra difícil ela usou!” Ele não sabe o que fazer, pois seu papel de liderança
parece ter diminuído.
Nesse momento de desafio em nossa cultura, as mulheres precisam
demonstrar compreensão ao homem em sua vida. Por exemplo, uma mulher
e um homem se casam. O casal está acomodado em sua casa, então, ela olha
para ele e lhe diz: “Seja homem.” Ele diz: “Tudo bem, como?” Ele foi encos­
tado na parede. Antigamente ele sabia, mas agora não sabe mais. Então ela
olha para ele e diz. “Seja meu líder espiritual.” Sem entender ele olha para ela.
“Meu pai era um homem das cavernas, ele me ensinou que a Bíblia e a igreja
são para fracos. Por isso não vou muito à igreja e quando vou, é para agradá-la,
portanto, se é isso que me fará um homem, vai levar um tempinho.” Ele nada
entende dos assuntos espirituais como ela porque aprendeu que religião é
para mulheres.
Então ela diz: “Conforte-me” e ele diz: “Como?” Ele não recebeu esse
tipo de treinamento de seu pai. Ela diz: “Mostre-me afeição” e ele diz: “Ah
não! Como se soletra isso?” Ela diz: “Seja sentimental.” E ele diz: “Senti... o
quê? Quem? O que é isso?” Ele não entende o que ela quer dizer.
O que muitas mulheres fazem nesse caso? Elas ficam irritadas: “Apenas
seja homem.” “Como?” “Sustente a casa!” “Mas você ganha mais dinheiro
que eu!” O homem está confuso. Ele não entende que ela quer que ele a
sustente emocionalmente ou, se entende, não sabe como atender a essas ne­
cessidades. Cada homem precisa entender e ter paciência com sua esposa.
Paixão
A paixão é também necessária para os relacionamentos de hoje. Lem-
bre-se de que nos dias passados os homens só perguntavam: “Mulher, você
está pronta ou não?” Não haviam preliminares românticas. Ele dizia: “Tarzan
pronto pra Jane. Jane pronta? Então vamos”. Era assim.
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 3 1
Agora, no entanto, as mulheres querem que os homens diminuam as
luzes, acendam as velas perfumadas no ambiente e espalhem flores por todo
lado. Os homens dizem: “O que está havendo aqui?” Agora é assim que a
coisa funciona, homens! E um trabalho duro!
Hoje em dia, as mulheres querem que os homens comecem a ser român­
ticos de manhã - preparando o café da manhã para elas, enchendo a banheira,
levando-as para almoçar, ligando cinco vezes ao dia só para dizer que as ama,
apanhando-as de carro para o jantar e, então receberão sua recompensa à noite.
Não há garantias, mas não receberão recompensa alguma sem isso.
O RELACIONAMENTO MACHO-FÊMEA
TO RN OU-SE UM MISTÉRIO
Em muitos aspectos da vida, conseqüentemente, os papéis e relaciona­
mentos entre homens e mulheres mudaram completamente nas últimas poucas
décadas. Para muitos machos, esse abandono de certos papéis masculinos parece
assustador e até perigoso porque eles não sabem onde isso vai parar. Eles sentem
que agora há um grande mistério que envolve o relacionamento homem-mulher
e já não sabem o que esperar. Posso me identificar com o que eles estão passan­
do porque ao estudar este tópico, percebi que estamos realmente em um dilema
cultural. E eu sinto pelos homens. Eles não sabem o que fazer. Você, mulher,
precisa entender que os homens estão realmente com problemas.
Tentei dar-lhe uma imagem do que as mudanças de papel dos gêneros
têm feito, desequilibrando os homens, assim, você pode ter uma idéia do di­
lema que eles enfrentam. Algumas das cenas que vimos são até hilárias, mas
os problemas que os machos estão enfrentando são sérios, porque têm a ver
com propósito e identidade. São sérios porque a confusão sobre propósito vai
incapacitar e até destruir a vida das pessoas.
P a p é is v e r s u s P r o p ó s i t o
Tudo isso, enfim, resume o que os machos usam como uma base para
sua auto-estima e identidade. Pelo fato de os homens terem associado sua
identidade aos seus papéis, agora que esses papéis mudaram, eles próprios não
deixaram aos homens nenhuma base para masculinidade. Por mais que eles
mudem seu antigo conceito de masculinidade, ele pode ou não ser um papel
3 2 • MwesMunroe
verdadeiro ou efetivo para eles. O que é mais preocupante, quando os homens
não entendem seu papel no mundo, é que, geralmente, ou se esquivam ou
usam a influência deles de maneira perniciosa, como praticar crimes.
O que os homens podem fazer para reconquistar a identidade e o lugar
deles?
Primeiro eles devem adotar uma forma inteiramente nova de pensar.
Eles precisam pensar em termos de propósito em vez de papéis. A razão dos
problemas dos homens hoje é que têm baseado seu valor durante todo o tem­
po na coisa errada. Os papéis nunca foram a verdadeira base da identidade
masculina e nem de seu propósito. Os papéis podem ajudar ou prejudicar, mas
em último caso, refletem meramente a cultura e a tradição.
O que os machos realmente precisam descobrir é seu propósito esta­
belecido, que transcende a cultura e a tradição. A posição e as ações de um
homem devem fluir de seu propósito e não ao contrário. É por isso que a
resposta ao dilema do homem não é apenas ajustar-se à mudança dos tempos,
embora seja necessário um pouco disso, mas descobrir o propósito inerente do
homem. Uma vez vivendo numa sociedade confusa, o conhecimento do que
significa ser um homem de verdade não pode ser adquirido observando-se a
cultura em redor. Os machos precisam de uma compreensão de si mesmos
que seja estabelecida em bases influenciadas por traços sociais - resumindo,
na imagem de alguém diferente deles mesmos. Onde devemos buscar essas
respostas?
Um dos temas que vamos voltar vez por outra neste livro é que o pro­
pósito de alguma coisa que possa ser encontrada somente na mente de seu
Criador. Os homens, portanto, precisam de uma identidade dada por Deus se
quiserem cumprir seus verdadeiros propósitos. Devemos aprender o que Deus
originalmente desejava para eles. Para isso, precisamos voltar e redescobrir o
plano original do Criador tanto para os homens quanto para as mulheres.
Mais uma vez, devemos compreender que quando os homens são
ignorantes de sua verdadeira identidade, isso afeta não somente seu próprio
chamado e realização, mas também da família deles e da sociedade como um
todo. Isso acontece porque Deus deu ao homem uma influência singular de
liderança. Aonde vai o homem, vai a família, vai a sociedade e o mundo. Creio
que se não lidarmos còm essa crise de identidade masculina, toda a nossa
geração estará comprometida. Não há como escapar desse fato.
A resposta para os homens do século 21, portanto, é:
EnEENDENDO O PROPÓSITOE O PODER DOS HOMENS • 3 3
• Definir seu valor baseado no propósito de Deus, em vez de nos pa­
péis da sociedade.
• Aprender a visão de Deus para sua vida.
• Continuar a viver na verdade do propósito da criação do homem.
Se os machos entenderem o propósito e as responsabilidades que Deus
lhes deu como verdadeiro projeto de seu relacionamento com as mulheres,
eles podem ser livres para cumprir seu destino e potencial. Podem ser os ho­
mens que foram criados para ser.
Se você for homem, não precisa estar confuso com sua identidade e
seu lugar na vida, a despeito dos sinais conflituosos que a sociedade freqüen-
temente manda para você. Você terá uma nova visão e direção ao redescobrir
os propósitos de Deus tanto para machos quanto para fêmeas. Mediante esse
conhecimento, os homens poderão ser e fazer mais que jamais imaginaram,
e as mulheres poderão ganhar uma nova compreensão e apreciação para os
homens enquanto os capacitam para cumprir seu chamado.
O que é um “homem de verdade?” Alguém que conhece a realidade
de quem ele é e que vive nessa realidade. Esse conhecimento começa com a
compreensão do significado de ter sido propositalmente criado por Deus.
P r in c íp io s
1 - Os machos tradicionalmente definiram sua masculinidade a partir dos
seus papéis.
2 - Historicamente, homens e mulheres tinham estabelecido papéis que não
se sobrepunham.
3 - Os relacionamentos entre homens e mulheres estão diferentes agora que
já não mais dependemos uns dos outros para segurança e proteção.
4 - Os homens estão em crise de identidade e propósito.
5 - Confusão de propósitos pode incapacitar e até destruir a vida de uma
pessoa.
6 - Se um homem associar sua identidade ao seu papel, quando os papéis
mudarem, ele perde a base de sua masculinidade.
7 - A identidade de um homem é encontrada em seu propósito e não em
seus papéis.
8 - Os homens fundamentados no propósito transcendem a cultura e a tradição.
34 • M
YI£SMun
roe
9 - O conhecimento do que significa ser um homem de verdade não pode ser
adquirido pela observação da confusa cultura que nos cerca.
10 - O propósito de alguma coisa somente será encontrado na mente de seu
criador.
11 - Os homens precisam de uma identidade dada por Deus para que possam
cumprir seu verdadeiro propósito.
12 - Quando os homens ignoram sua verdadeira identidade, isso afeta não
somente seu chamado e sua realização, mas também a própria família e
a sociedade como um todo.
13 - Um verdadeiro homem é alguém que conhece a realidade de quem é e
vive nessa realidade.
OS SETE PRINCÍPIOS DO
PROPÓSITO
O propósito de Deus é a chave
para nossa realização.
D
eus deseja que todo homem encontre seu propósito e consiga reali-
zá-lo. Se um homem quiser saber quem ele é, a fim de viver comple­
tamente dentro dessa realidade, deve primeiro entender os princípios
do propósito de Deus. Ele deve aprender essas âncoras para viver pela Palavra
de Deus. De outra forma, vai cair na armadilha da confusão - onde muitos de
nós estamos agora.
Provérbios 19:21 é uma passagem fundamental para se compreender
a vontade de Deus. “Muitos são os planos no coração do homem, mas o que
prevalece é o propósito do Senhor.” Essa é uma verdade crucial que nos diz
que podemos planejar o que quisermos na vida, mas se esses planos não fo­
rem de acordo com os propósitos para os quais Deus nos criou, então nossos
planos serão vãos. Não estaremos vivendo nosso potencial pleno e estaremos
incompletos. Podemos até perseguir alvos e nos envolver em práticas que nos
sejam prejudiciais. Temos apenas uma vida e devemos fazer com que ela valha
a pena se quisermos algum dia cumprir nosso propósito.
C o m o v o c ê e s t á u s a n d o s u a v i d a ?
Que valores você estabelece em sua vida? Você sabia que uma das coi­
sas mais perigosas da vida é perder tempo? É dito que o tempo é um bem que
você jamais será capaz de recuperar. Se você perdeu tempo, ele se foi para
sempre. O que você já viveu jamais poderá voltar. Assim, o melhor que se tem
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 3 5
36 • M y i e s M u n r o e
a fazer é usá-lo de modo que traga os melhores resultados. A melhor maneira
— a única maneira de usar o tempo de forma eficaz é fazer o que você deve
fazer quando deve fazer. Eficácia não significa apenas fazer boas coisas, mas
fazer as coisas corretamente.
B o m v e r s u s m e l h o r
Seria terrível estar ocupado com as coisas erradas durante a vida in­
teira. Não seria terrível levar a sério, comprometer-se e ser fiel com a coisa
errada? E possível fazer o que é bom, mas não o que é certo. O que quero dizer
é que é possível fazer boas coisas, mas não as melhores baseadas na vontade e
propósitos de Deus para você. Uma das maiores armas do diabo contra minha
vida foi conseguir manter-me fazendo coisas que são boas, mas que não são as
mais corretas nem as melhores para mim.
Deus nos criou individualmente com um propósito. Esse propósito
é o que é certo para nós. Suponhamos que Jesus tivesse se tornado um sa­
cerdote no Sinédrio, o mais alto conselho e tribunal Judaico. Isso seria algo
bom. Suponhamos que Ele se tornasse um saduceu e tivesse sido um dos
líderes da estrutura social da Judéia e Galiléia. Isso teria sido uma boa coisa.
Suponhamos que Ele tivesse se tornado um assistente social, ajudando aos
pobres, promovendo grandes cruzadas, alimentando as multidões todos os
dias com pães e peixes. Isso não teria sido uma boa coisa? Claro! Suponha
que Ele tivesse devotado cada hora na cura dos doentes e ressuscitando os
mortos. Isso teria sido uma boa coisa, não seria? Mesmo assim, isso não teria
sido a coisa certa para Ele.
Houve um tempo em que Jesus começou a falar aos seus discípulos
que Ele seria crucificado. Eles não queriam ouvir isso. “Então Pedro, cha-
mando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Nunca Senhor; isso
nunca te acontecerá.” (Mateus 16:22.) A reação dos discípulos ao propósito
de Jesus foi: “Nós te repreendemos. Tira isso da cabeça, tu não vais mor­
rer!” Mas Jesus virou-se e os repreendeu por causa da perspectiva limitada
que tinham. Ele disse a Pedro: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de
tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.”
(v.23 - ARA.) Jesus estava, essencialmente, dizendo: “Eu sei por que nasci.
Eu conheço o propósito de minha vida. Não me distraiam com coisas que
são meramente boas. Devo perseguir meus mais altos propósitos.”
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 37
Uma das razões pelas quais Jesus conhecia seu propósito era porque Ele
estava continuamente buscando a Deus e em constante comunicação com Ele.
Esse é o padrão que de nós devemos seguir. Por quê? E perigoso viver sem Deus.
Se você não conhecer a Deus, jamais saberá a razão para sua existência. E se
você não souber a razão porque nasceu, pode viver toda a vida de forma errada.
Eu não disse uma vida ruim. Há muita gente boa que ainda está atrás de rela­
cionamentos, carreiras e objetivos na vida que não são os melhores para eles. O
que deve ser o foco de nossa preocupação é como viver com eficiência. O único
meio de se viver uma vida cheia de significado é saber por que você nasceu.
R e a l iz a n d o s e u p r o p ó s i t o
Alguma vez seu carro novo quebrou no meio do trânsito? Você sai e dá
um chute nos pneus. Você o amaldiçoou porque ele não cumpriu seu propó­
sito. Ele era novo e bem polido. Mas não estava funcionando. O que fez com
que você se irritasse com o carro? Simples, o propósito do carro era transpor­
tá-lo, levá-lo de um lugar a outro, mas agora já não pode levá-lo a lugar algum.
Não importa a bela aparência do carro, ela não era própria; o carro não estava
cumprindo seu propósito.
Muitos homens são como aquele carro. Estão parados no meio do trânsito
e nem se dão conta disso. Passam sua vida fazendo coisas que parecem boas, mas
não conhecem a Deus ou conhecem muito pouco sobre Ele e seus caminhos.
Temos de compreender que boas obras não substituem a retidão. Conhe­
cer e cumprir os propósitos de Deus é a única maneira de saber o que é certo.
Lembre-se de nosso verso fundamental: “Muitos propósitos há no coração do
homem, porém o conselho do SENHOR permanecerá.” (Provérbios 19:21.) Uma
das razões da importância desse verso é que muita gente pensa em fazer boas
obras como que comprando uma passagem para o céu. E muito perigoso tentar
subornar a Deus. Deus não se impressiona com todas as coisas boas que fazemos.
Ele espera que façamos aquilo que Ele nos manda em primeiro lugar.
Descobrir nosso propósito nos habilita a parar de gastar nossa vida e come­
çar a cumprir nosso potencial. No entanto, devemos tomar cuidado para não nos
desviar no caminho. A melhor maneira de destruir alguém é distraindo alguém
de seu verdadeiro propósito na vida. Às vezes, as pessoas farão isso sem intenção,
como vimos no caso de Pedro e Jesus. No entanto, intencionalmente ou não, de­
vemos aprender a permanecer firmes no propósito para o qual fomos criados.
38 • MyíesMunroe
P e r m a n e c e n d o f ir m e s n o p r o p ó s i t o
Neemias cumpriu um importante propósito na vida, mas poderia ter
sido persuadido a desviar-se. Ele estava no exílio servindo como copeiro do
rei da Pérsia quando ouviu que a cidade de Jerusalém ainda estava em ruínas.
Ele ficou perturbado com essas notícias e se determinou: “Tenho de consertar
aquela cidade.” Assim, ele orou e obteve permissão do rei para reconstruir os
muros de Jerusalém. O favor de Deus estava nos planos dele porque este era
o propósito pelo qual ele foi criado. Com a ajuda dos remanascentes Judeus,
ele começou a reconstruir o muro de Jerusalém.
Porém, alguns homens da vizinhança não gostaram do que Neemias
estava fazendo e tentaram impedi-lo. Eles o caluniaram e ridicularizaram, mas
ele se manteve no trabalho. Eles conspiraram para matá-lo, mas ele distribuiu
armas para alguns homens e frustrou a tentativa. Eles tentaram amedrontá-lo
e fazê-lo fugir para salvar a própria vida. Uma de suas tentativas é muito efi­
ciente para desviar as pessoas. Eles disseram: “Venha, vamos discutir juntos o
que você está fazendo. Talvez possamos ajudá-lo.” (Veja Neemias 1—6.)
Novamente, a melhor maneira de se evitar que um homem realize al­
guma coisa é fazer com que ele faça uma boa coisa, como uma reunião, por
exemplo, em vez de fazer o que deveria. Mesmo assim, Neemias não se deixou
enrolar. Ele lhes disse: “Por isso enviei-lhes mensageiros com essa resposta:
Estou executando um grande projeto e não posso descer; por que parar a obra,
para ir-me encontrar com vocês?” (Neemias 6:3.)
R e f o r c e s e u p r o p ó s i t o
Não consigo enfatizar com a força necessária o fato de que conhecer
seu propósito seja o fator primordial do curso da vida. Todos os jovens chegam
a um momento quando deixam a infância e começam a entrar na vida adulta.
Esse período é chamado de adolescência. É o período em que os jovens tentam
descobrir quem e por que são o que são. Esse, freqüentemente é o tempo em
que os perdemos ou os ganhamos - nós os perdemos para um estilo de vida
destrutivo e uma vida desperdiçada, ou os ganhamos para uma vida cheia de
significado e muito positiva. O propósito, portanto, é a chave para uma vida
cheia de eficiência e felicidade.
ENTENDENDO O PROPÓSITO E 0 PODER DOS HOMENS • 39
Será que Jesus teve algum problema na adolescência? A resposta é
muito simples, não! Por quê? Seu propósito foi reforçado desde o nascimento.
Seus pais terrenos já sabiam por que Ele estava nascendo. De alguma forma
creio que Deus amaria o fato de todos os pais o conhecerem tão bem que pu­
dessem conhecer de antemão o propósito da vida de seus filhos.
O anjo do Senhor disse a José: “Ela dará à luz um filho e você deverá
dar-lhe o nome de Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.”
(Mateus 1:21.) José compartilhou essa mensagem com Maria. Quando Jesus
nasceu, Maria podia falar com Ele sobre seu propósito. Mesmo que naquela
época ela não entendesse completamente as implicações de seu nome, ela
podia dizer a Ele: “Tu serás um Salvador.”
O significado hebraico do nome de Jesus é “Jeová é Salvador”, ou “O
Senhor é a salvação”. Essencialmente, o nome de Jesus quer dizer “Salvador”.
Quando Ele era menino, seus amigos diziam para ele: “Salvador, vamos lá brincar
um pouquinho!” Seus pais o chamavam: “Salvador, entra e vem jantar!” Quan­
do Jesus chegava em algum lugar as pessoas diziam: “E você Jesus? Como vai
hoje, Salvador?” Toda sua vida, Ele ouviu aquele nome. Mas não era apenas um
nome, era a sua razão de ser. Jesus cresceu com seu propósito em sua mente.
Quando Jesus tinha doze anos, Ele foi a Jerusalém com seus pais para
celebrar a Festa da Páscoa. Quando a festa acabou, seus pais voltaram para
casa pensando que Jesus estivesse nos enormes grupos de parentes e amigos
que viajavam com eles. Quando não o encontraram voltaram para Jerusalém e
finalmente o acharam nos átrios do Templo. Eles disseram: “Por que você nos
deixou, filho? Por que fez isso com a gente?” (Veja Lucas 2:48.) Sua resposta
foi muito poderosa. Aos doze anos de idade Ele foi capaz de dizer para seus
pais: “Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?”(v.49.)
Quantos anos você tem?
Você ainda questiona sobre sua vida?
Ainda se pergunta que tipo de atividade seu Pai está realizando e que
papel você deve desempenhar nessa atividade?
Você continua ‘mudando de curso’ na vida a cada três anos?
Você acha que não vai conseguir se formar na faculdade de Deus para
trabalhar em sua obra no mundo?
Você já tem 50 anos e ainda aguarda uma transferência de serviço?
40 • MylesMunroe
Eu sei que não é fácil dar uma boa olhada em si mesmo, mas é neces­
sário, se você quiser descobrir o verdadeiro propósito da vida.
Se você se ocupará fazendo um trabalho significativo quando descobrir
por que está aqui. Aos doze anos de idade, Jesus já se ocupava com seu propó­
sito. Não é uma forma empolgante de viver? Não desista de ter uma vida cheia
de propósito, não importa sua idade. Ocupe-se com a coisa certa.
P r i n c í p io s p a r a e n c o n t r a r s e u p r o p ó s i t o
Como você pode descobrir o que é certo? Deus nos deu sete princípios
de propósito para que sejamos bem sucedidos e tenhamos sucesso na vida. Es-
creva-os numa folha de papel e coloque-os em seu espelho para que você os veja
toda manhã quando se arrumar para o trabalho. Use-os como marcador da Bí­
blia para que você se lembre deles ao orar e ler a Palavra. Quando você entender
esses princípios, será capaz de aprender e viver dentro de seu propósito:
1. Deus é um Deus de propósito.
2. Tudo foi criado por Deus com um propósito.
3. Nem todo propósito é conhecido por nós, porque perdemos nossa
compreensão do plano original de Deus para nós.
4. Onde o propósito não é conhecido, o abuso é inevitável.
5. Para se descobrir o propósito de alguma coisa nunca pergunte à
criação, mas sim ao Criador.
6. Encontramos nosso propósito somente na mente do Criador.
7. O propósito de Deus é a chave para nossa realização.
1. Deus é um Deus de propósito
Deus é um Ser cheio de propósitos. Ele tem um propósito para tudo
que criou. O propósito foi criado, antes mesmo da criação daquilo que pudes­
se realizá-lo. O que Ele planeja é intencional, significativo e com garantia de
sucesso.
Por toda a Bíblia esse tema é encontrado. Considere esses versos da
Palavra:
O SENHOR dos Exércitos jurou: certamente planejei, assim acontecerá, e
como pensei, assim será. (Isaías 14:24.)
Entendendo o propósito e o poder dos homens * 4 1
Mas os planos do SENHOR permanecem para sempre; os propósitos do seu
coração, por todas as gerações. (Salmos 33:11.)
Assim como a chuva e a neve descem dos céus, e não voltam para eles sem
regarem a terra, e fazerem-na brotar florescer, para ela produzir semente para
o semeador, e pão ao que come, assim também ocorre com a palavra que sai da
minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que desejo e atingirá
o propósito para a qual a enviei. (Isaías 55:10-11.)
Os homens juram por alguém superior a si mesmos, e o juramento confirma
o que foi dito, pondo fim a toda discussão. Querendo mostrar de forma bem
clara a natureza imutável do seu propósito para com os herdeiros da promes­
sa, Deus o confirmou com juramento. (Hebreus 6:16-17.)
Deus tem um propósito que Ele determina de antemão e então põe em
prática. Isso inclui planos para a humanidade como um todo, tanto para ho­
mens quanto para mulheres, para que cumpram completamente seus planos.
Para trazer isso a um nível pessoal, inclui-se planos para você e para mim.
Deus nada faz por capricho ou sem saber qual será o resultado.
As origens da humanidade são descritas no livro de Gênesis que signi­
fica “princípio”. No entanto, a criação que lemos em Gênesis não foi o ver­
dadeiro princípio. Eu chamaria Gênesis de “resultado final depois que Deus
terminou seu processo de pensamento”. Quando Deus terminou de decidir o
que queria fazer, então criou. Primeiro, predeterminou, predestinou ou deu
um propósito a tudo, depois Ele fez a criação.
Esse conceito é decisivo para nossa compreensão de propósito. Signifi­
ca que o Gênesis não foi o princípio de uma experiência sobrenatural com um
resultado surpreendente. Gênesis foi o princípio da produção de algo certo.
Assim, quando falamos do que ocorreu em Gênesis, estamos falando de algo
que aconteceu depois que Deus terminou de pensar.
Portanto, em Gênesis, estamos olhando para a iniciação do projeto,
como gosto de chamar. Quem gosta de estudar administração sabe que o pla­
nejamento é um importante passo para o processo de construção. Ao chegar
na fase de operacionalização tudo já deve estar desenhado na prancheta, todos
os recursos físicos nos lugares e só então vamos começar. Isso é o Gênesis.
Você começa a construir uma casa quando cava os alicerces? Não, você
começa quando a idéia é concebida. Isso significa que a casa terminada ainda está
invisível. As pessoas passam pela propriedade e não a vêem. No entanto, para
4 2 * M yles M unroe
você que entende e sabe o que vai ocorrer, ela já está terminada. Cavar os alicer­
ces é o princípio da implementação do propósito. Assim, ao cavar os alicerces,
quando alguém lhe perguntar: “O que você está fazendo?”, sua resposta será de­
finida. Você mostrará a planta do engenheiro e dirá: “Estou construindo isto.”
Deus me revelou isso de forma bem visual. Havia uma rua perto de
onde eu morava chamada rua Shirley, na qual havia um estacionamento. Um
dia, ao dirigir naquela rua, vi uma grande placa com uma linda imagem de um
edifício. No local não existia nenhum edifício ainda, mas havia uma grande
placa junto com o nome do prédio. Ela mostrava o cenário, a cor do prédio, as
janelas e tudo mais. Era uma imagem detalhada do edifício depois de pronto
e completo. A placa dizia: “Em breve neste local.”
Ao passar por aquele local, senti que o Espírito Santo me dizia: “Você
viu isso?” Eu disse: “Vi o quê?” Ele disse: “Você viu o acabamento?” Se tinha
visto o acabamento? Passei pelo correio e voltei o carro para dar uma olhada
melhor naquela placa. Ele disse: “Lá está! O acabamento.” A construtora
estava mostrando o final de seu propósito. Ter visão significa ver alguma coisa
antes que ela exista de fato como se já estivesse ali. A empresa tinha uma
visão para seu prédio.
Da mesma forma, Deus em sua sabedoria não conjectura seus planos para
nós - nem para a humanidade como um todo e nem para nós como indivíduos.
Deus já decidiu sobre seu propósito e a imagem já está pronta em sua prancheta
e é sua visão para nós e não uma reflexão posterior. Em Gênesis 1, lemos como
Ele começou a cavar os alicerces da humanidade.Voltaremos a esse tema no capí­
tulo 4 porque é essencial compreender a natureza e propósito do homem.
O que precisamos entender nesse ponto é que quando Deus criou o
homem e a mulher, Ele já havia predeterminado o que o homem e a mulher
deveríam ser e fazer. Eles não são experiências de Deus. Juntos, formam um
projeto social intencional com um propósito predeterminado.
2. Deus criou tudo com um propósito
Deus criou tudo com um propósito em mente e o criou com a habi­
lidade de cumprir seu propósito. O porquê determina a razão da criação. O
propósito da coisa determina sua natureza, seu desenho e suas feições.
Você não cria nada a não ser que saiba o que quer e por que quer isso.
Você jamais encontrará um construtor começando um projeto na planta espe­
rando que a partir daí ela se transforme em algo útil. Seu propósito e desenho
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 43
devem estar prontos antes do início das obras. Por exemplo, se um fabricante
decidir que ele quer desenvolver um equipamento que possa tanto gravar
fotos numa fita magnética quanto exibi-las como replay num programa de TV,
então ele já criou um produto - uma vídeo-câmera, mas ele a projetou primei­
ro. Além disso, tudo na vídeo-câmera é necessário para seu funcionamento
adequado. Se você pudesse dar uma olhada para dentro da câmera veria coisas
que não sabia que estavam lá e nem sabe para que servem. Mesmo assim,
nada ali está apenas de enfeite. Para falar a verdade, até por causa do preço, é
melhor que não haja nada somente de enfeite.
Gostaria de lhe dar uma outra ilustração que ainda lhe é mais familiar -
seu dedão do pé! Você sabia que se seu dedão fosse cortado, você perdería o equi­
líbrio e cairía? Talvez você nunca tenha pensado no dedão pé até o dia em que deu
uma topada. Nessa hora, parece que ele só dá trabalho, mas é ele que o mantém
de pé para seguir em frente. Seu dedão não está aí de enfeite, graças a Deus pelos
dedões! Há um propósito também para as unhas. Algumas pessoas sabem muito
bem o quanto elas são importantes porque já perderam uma delas em um aciden­
te. Suas unhas estão aí para proteger a pele sensível de seus dedos.
Uma vez que Deus criou tudo com um propósito, se quiserem conhecer
a verdadeira razão de sua existência, tanto homens quanto mulheres precisam
ir até Ele. Se eles tentarem mudar os planos de Deus ou lutar contra eles, na
verdade, estarão lutando contra si mesmos, porque estão lutando a própria
natureza deles, a própria constituição de cada um, o melhor desempenho de­
les baseado no projeto do Construtor. Além disso, pelo fato de Deus ser amor,
seus planos englobam o que é melhor para nós. Portanto, eles também esta­
riam lutando contra o melhor que há dentro deles.
O propósito de Deus requer dois gêneros trabalhando juntos em coo­
peração para realizar uma visão mútua. Adequadamente, homens e mulheres
têm projetos físicos complementares que os capacita a cumprir o propósito de
Deus juntos.
3. Nem todo propósito é conhecido por nós
Embora tudo e todos tenham um propósito na Terra, isso não quer
dizer que nós estejamos conscientes desse propósito. Quando o ser humano,
como raça, virou as costas para Deus e seus caminhos, como vimos em Gêne­
sis 3, o homem acabou perdendo seu conhecimento da intenção de Deus para
ele mesmo e para o mundo.
4 4 • M y iesM unroe
Rejeitar Deus é como comprar um sofisticado e complexo equipa­
mento e depois jogar fora o manual de instruções. Se você conseguir que
algo funcione nessas condições será por pura sorte. O mais provável é que o
aparelho jamais funcione apropriadamente e também que você perca muitas
características e funções que ele tem a oferecer. Ele nunca desempenhará com­
pletamente a sua finalidade.
Da mesma forma, a humanidade não tem respeitado o fato de ser
criação de Deus e que as orientações dele para a vida foram estabelecidas
para uma razão específica e que, se esse propósito for abandonado, homens
e mulheres jamais funcionarão apropriadamente como seres humanos. Essa
é uma situação muito perigosa para se estar, porque ela leva direto para o
próximo princípio.
4. Onde o propósito náo é conhecido, o abuso é inevitável.
Quando o propósito não é conhecido, o abuso é inevitável. Suponha­
mos que eu fosse Henry Ford. Vou acoplar um motor a uma carruagem e
construir um produto chamado automóvel. Eu conheço o propósito antes de
construir esse veículo. Ele permitirá que as pessoas se locomovam mais rápido
em terra. Agora, suponha que você decida, “quero usar meu automóvel como
um barco” e o dirija até um monte e se jogue dentro d’água. O que vai acon­
tecer? Você provavelmente vai se afogar e o carro ficará totalmente estragado.
Por quê? O carro foi construído com um objetivo específico e se não for usado
com esse objetivo provavelmente ficará danificado no processo. Precisamos
evitar dirigir nos despenhadeiros da vida, compreendendo e cumprindo nosso
propósito como seres humanos.
Aqui temos outro aspecto desse princípio: a penalidade de se beber
veneno é morte por envenamento. Você não precisa que Deus o mate depois
de beber veneno. O que isso significa para nós é que Deus nem precisa fazer
nada para nos julgar por estarmos abusando de nossa vida. Nós mesmos nos
julgamos recebendo as conseqüências de nossa participação em práticas no­
civas baseadas em nossa determinação de viver de acordo com nosso próprio
conhecimento desprezando o conhecimento de Deus. Conseqüentemente,
somos vítimas de nossas próprias decisões e não do julgamento de Deus.
Esses exemplos demonstram que se você não sabe o propósito de al­
guma coisa poderá usá-la mal ou abusar dela. E por isso que é possível estar
sinceramente errado. E possível estar fielmente errado. E possível estar errado
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 45
com muita seriedade. Você pode ser sincero, mas estar errado porque você não
sabe o propósito da coisa que com que está envolvido. Esse princípio perma­
nece verdadeiro para tudo, incluindo as pessoas.
Muitas pessoas vão seriamente para o casamento. Eles vão à igreja,
ficam diante do altar e dizem ao futuro cônjuge: “Eu te amarei até morrer.”
Com muita seriedade isso é dito, mas em três meses eles “morrem”. Pelo
menos o amor morre. Então a família e os amigos tentam entender o que
aconteceu. O casamento fracassou porque eles não entenderam o propósito
do casamento, o propósito de um companheiro ou de uma família. Por não
entenderem essas coisas, abusaram da união.
As pessoas abusam das coisas apenas porque não conhecem seus propósi­
tos - ou não levam em consideração esses propósitos. Quando homens e mulhe­
res não conhecem as intenções divinas, acabam abusando um do outro, mesmo
sem querer. Se os homens quiserem resolver sua crise de identidade e cumprir seu
papel de homens, maridos e pais, devem descobrir os planos de Deus para eles.
De outra forma, vão magoar quem estiver por perto, mesmo sem querer.
5. Para descobrir o propósito, nunca pergunte à criação;
PER
G
U
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OCRIAD
O
R.
Se você quiser saber o propósito de alguma coisa não pergunte à pró­
pria criação. Por quê? Porque ela não se construiu nem se projetou, tampouco
se planejou. Somente o construtor sabe como e por que funciona seu produto;
ninguém mais. E por isso que ele pode estabelecer um relacionamento pleno
com seu produto. E por isso que Ele pode pleitear um perfeito relacionamento
com seu produto.
Portanto, se você vai usar algo, a primeira pergunta a ser feita é: “quem
fez isso?” Se comprar uma determinada marca de violão, precisará consultar o
fabricante daquele violão em particular. Por isso a empresa envia um manual
de instruções junto com o instrumento. Esse manual vai lhe informar sobre
como usar o violão baseado no propósito dele. Você não o usa como um remo
num barco nem para jogar baseball. Em outras palavras, o fabricante mandou
um manual para protegê-lo de usar mal o produto e para aproveitar o máximo
de seu instrumento.
O ponto é este: entender como funcionamos como seres humanos.
Como homens e mulheres, precisamos ir até ao manual que nos foi dado pelo
Projetista e Construtor que nos criou. A Bíblia. Deus sabia exatamente o que
46 • M
w
fsMu
n
r
o
e
queria quando pensou no homem. Lembre-se de que Ele criou tanto homens
quanto mulheres depois de ter decidido o que cada um deveria fazer para
cumprir os propósitos e os planos dele, e que Ele os projetou adequadamente
a isso.
Isso significa que Ele é o único que sabe como a humanidade deve
funcionar. Se você tem dúvidas sobre a razão de estar aqui, deve consultar o
manual. Se você não sabe o propósito de alguma coisa, tudo que você é capaz
de fazer é tentar. Todo mundo que não conhece seu propósito está meramente
fazendo experiências com a vida.
Gostaria de usar o casamento como exemplo de novo. Você sabe o que
a maioria dos casamentos é hoje? Grandes tentativas. “Não sei bem para o que
serve uma esposa, mas já estou na idade e para me casar, então conseguirei
uma.” Você se casa porque já tem 25 anos. Tudo bem, e daí? Você sabe o que é
isso? “Não, mas me parece bom.” Para que serve uma esposa? “Hei, cara, é para
fazer sexo e limpar a cozinha.” Essa é uma grande experiência. Mas adivinha?
Depois de três semanas você vai descobrir que ela não concorda com sua defi­
nição. A experiência não está funcionando. Ela não está lavando a louça nem
sendo um sacrifício vivo toda noite. Ela começa a cobrar coisas como o seu tem­
po, ela quer amor, afeição e atenção. Ela quer apreciação. “Hei, o negócio não
incluía tudo isso.” Bem, meu amigo, casamento não é um lugar de tentativas.
Novamente quando você não conhece o propósito de algo, você está
fazendo tentativas. Isso é o que muita gente está fazendo com a vida, espe­
cialmente os jovens. Não sabem para o que serve a educação, então tratam
a escola como uma tentativa. Eles matam aulas, vão para as festas e depois
perdem o ano. Fazem experiências com o sexo e sua identidade sexual e de­
pois enfrentam todo tipo de problemas. Experimentam drogas e ferem seus
corpos.
Quando eu era menino, fui tentado a experimentar algumas coisas
para conhecer a vida. Graças a Deus fui protegido de muitas daquelas coisas.
Mas muitos dos jovens com os quais eu cresci não conseguiram escapar de
suas experiências. As experiências falharam e muitos estão mortos. Outros
contaminaram seus corpos e naufragaram usando substâncias destrutivas.
Não conheciam o propósito dos elementos que estavam usando.
Gostaria de dizer aos jovens que estão lendo este livro. Se você quiser
saber qual a razão de seu nascimento, não pergunte aos seus amigos, pois eles
também estão tentando descobrir a razão de estarem aqui. Se quiser saber a
Entendendo o propósito e o poder dos homens • 47
razão de sua existência, não pergunte a outro ser criado, pergunte ao Criador.
Todos os outros estão tentando descobrir.
O que temos feito esses anos todos é perguntar à criação por que ela
existe. Pelo fato de o mundo não entender bem a razão da existência das coi­
sas, tudo isso funciona como um grande laboratório experimental. Parece que
todos nós nos tornamos cientistas. Imaginamos ter tempo e inteligência para
descobrir a razão de nossa existência através de experiências. Então percebe­
mos que a vida é curta e somos pesquisadores muito incapazes.
A vida é preciosa demais para ser tratada como uma experiência. A
única maneira de evitar o custo da tentativa e do erro é aprender o propósito
de sua vida. Penso no trabalho de um mecânico. Se ele disser: “Puxa, de onde
será essa peça? Deixe ver em que parte do motor ela se encaixa”, isso é expe­
riência! Ele não sabe o que o fabricante tinha em mente.
Bem, se você não permite que um mecânico inexperiente trabalhe em
seu carro, que dirá de sua vida? Nenhum professor universitário conhece tão
bem as pessoas a ponto de escrever um livro definitivo sobre o que mais nos
afeta. Nenhum psicólogo ou psiquiatra me conhece verdadeiramente. Deus
escreveu um livro sobre seu produto e, esse produto sou eu. Diga a si mesmo:
“sou um produto caro e não permitirei que ninguém faça experiências comi­
go.” E muito perigoso fazer experiências com esse produto precioso chamado
vida.
Portanto, se um homem quiser conhecer a razão de viver deve procurar
em Deus e no Manual dele - não em outros homens. Se procurar em si mesmo
ou nos outros, viajará num curso perigoso e pouco confiável durante sua vida.
6. Somente encontraremos propósito na mente do nosso Criador
Se você se lembrar desse princípio durante toda a vida, estará seguro;
antes de comprar qualquer coisa, saiba quem é o fabricante. Imediatamente
você saberá o que estava na mente do fabricante. Se você comprar uma camisa
na promoção, ao olhar na etiqueta e perceber quem a produziu, a tratará de
forma diferente do que se fosse uma Pierre Cardin, a camisa da promoção
você joga na cadeira, mas uma camisa de marca, você arruma com cuidado no
cabide do guarda-roupa.
Precisamos entender a mente de nosso Criador. Como podemos fazê-
lo? Aprendendo como Ele pensa. A única maneira de sermos bem-sucedidos
é descobrir e viver dentro dos propósitos de nosso Criador, é passando por
4 8 • MyiesMunroe
uma transformação do nosso modo de pensar sobre nós mesmos baseados nas
intenções originais de Deus para nós. Isso acontece mediante a renovação da
nossa mente.
Portanto irmãos, rogo-lhes, pela misericórdia de Deus, que se ofereçam em sa­
crifício vivo, santo e agradável a Deus, este é o culto racional de vocês. Não se
amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua
mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável,
e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1-2.)
Os caminhos de Deus transformarão seu espírito, sua mente e sua apa­
rência. Quando você se apresenta a Deus para aprender com Ele, começa a
entender o propósito dele. “A lei do SENHOR é perfeita, e revigora a alma;
os testemunhos do SENHOR são dignos de confiança, e tornam sábios os
inexperientes.” (Salmos 19:7.)
A melhor maneira para você encontrar o propósito é render sua vida
ao Construtor. Você não deve achegar-se a Deus porque sua religião determi­
na, nem porque todo mundo faz. Você não deve achegar-se a Deus porque é
bom fazer parte de uma igreja. Mas você deve achegar-se a Deus para saber
como não desperdiçar sua vida. Ninguém sabe tão bem quanto Ele. Essa é a
linha de chegada.
Somos tão especiais para Deus que Ele enviou seu Filho para morrer
por nós. Deve haver algo muito especial em cada um de nós para Deus desejar
que aceitemos a Salvação e então possamos cumprir o propósito para o qual
Ele nos deu vida. Precisamos buscá-lo com ardor para descobrir esse propó­
sito. “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo
coração”. (Jeremias 29:13.)
Assim, o macho cumprirá seu propósito somente se buscar a mente
de seu Criador de todo o coração. Quando os planos de Deus são revelados
diante dele, sua vida fragmentada se torna uma peça só, e ele pode se tornar
o homem que foi destinado a ser.
7. O propósito de Deus é a chave para nossa realização
Você jamais estará plenamente satisfeito até que encontre seu propó­
sito e viva nele. Não poderá fazer o que deveria até que descubra o que é. E,
se fizer o que não deve, jamais se realizará. Está perdendo tempo e abusando
de sua vida. Pare agora.
A CRISE DE IDENTIDADE DO HOMEM MODERNO
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A CRISE DE IDENTIDADE DO HOMEM MODERNO

  • 1.
  • 2. ENTENDENDO O PROPOSITO / A O PODER DOS Ohomem está em crise. Muitos estão questionan­ do quem são e que papéis devem assumir na vida como homem, marido e pai. Essa incer­ teza está desarticulando a vida pessoal e profissional de muitos homens, deixando-os frustrados e longe de seu verdadeiro potencial. Isso tem abalado os fundamentos da sociedade. Myles Munroe examina as atitudes cultu­ rais com relação aos homens e levanta questionamentos r m_a iiunibin^ , .. - rlw rri - > C / t iy U S £i5iO 0 3 p í i p á í j b lll C iG íJ? ~ 'j V£X±U 'n O r r i h h '‘.f jjf r iT i M Ifi ^ W , d B 7 b l£ l 3b Ib h n Ú O líiü ;? iO tld O O iü jlli s ú E !J O í l b hr i;i1 r- iiir iu T J ílíi l i i b -
  • 4. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Munroe, Myles Entendendo o propósito e o poder dos homens : um livro para os homens e para as mulheres que os amam / Myles Munroe; [tradução Rodnei Nelson Bortolozzo]. —Belo Horizonte : Editora Motivar, 2006. Título original: Understanding the purpose and power of men. ISBN 85-99295-25-X ISBN 978-85-99295-25-0 1. Homens (Teologia cristã) 2. Papel sexual - Aspectos religiosos - Cristianismo I. Título. 06-6602 CDD-248.842 índices para catálogo sistemático: 1. Homens : Guias de vida cristã 248.842 Copyright © 2001 by Myles Munroe. Originally published in the U.S.A. under the title: Understanding the Purpose and Power of Men. Whitaker House, New Kensington, Pennsylvania, U.S.A. Gerência editorial e editoração: Jussara Fonseca Revisão: Jussara Fonseca e Patrícia Murari Tradução: Rodnei Nelson Bortolozzo Capa: Wellington Buchacra Projeto gráfico e diagramação: Wellington Buchacra As citações bíblicas utilizadas nesta obra estão devidamente autorizadas e foram retiradas da Nova Versão Internacional - NVI - Salvo indicação diferente. Copyright © 2007 por Editora Motivar (Edição em Português) Publicado no Brasil com a devida autorização e todos os direitos reservados pela: EDITORAMOT/VAR www.editoramotivar.com Caixa Postal 1844 30331 -970 - Belo Horizonte - MG Brasil
  • 5. DEDICATÓRIA Ao meu querido filho, Chairo, com a esperança de que o conteúdo e os princípios deste livro se tornem a qualidade de seu caráter e a história de sua vida. Para Paul, para sempre meu irmão nesta vida e na próxima. Que sua memória viva por intermédio das coisas que me ensinou como um verdadeiro homem. Ao meu querido pai, M att Munroe - meu mentor macho. Aos homens do Ministério da Sociedade Real de Homens - sua paixão pela verdade é inspiradora. Aos homens de todas as raças, culturas, credos e nações em seu esforço para descobrir e dominar o mistério de ser um homem. Ao homem do Terceiro Mundo em sua busca por redescobrir sua identidade perdida. Ao Criador do homem e ao homem. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 5
  • 6. AGRADECIMENTOS N ossa concepção natural e nosso nascimento são resultados da coope­ ração humana e evidenciam a prioridade da interdependência dos homens, estabelecida pelo Criador para sucesso e progresso pessoais. Esta obra é o testemunho dessa cooperação e confirma a realidade de que somos o somatório total de todas as contribuições que nos são feitas pelas pessoas que temos tido o privilégio de encontrar durante a jornada da vida. Sou profundamente grato pela inspiração e sabedoria de homens e mulheres, tanto no passado como no presente, que, com a vida, com suas instruções, suas correções, seus desafios, seu comprometimento e exemplo, despertaram os dons que havia em mim e que eu nem sabia que os possuía. Sou grato também a todos os amigos e colegas da Associação Interna­ cional de Líderes para o Terceiro Mundo que continuam a me inspirar a dar uma contribuição à minha geração e àquelas que virão. Pelo desenvolvimento e pela produção deste livro, sinto um profundo senso de gratidão a: Minha preciosa esposa, Ruth e nossos filhos, Charisa e Chairo (Myles, Jr) pela paciência e pelo apoio durante minhas freqüentes viagens ministeriais ao redor do mundo. Como marido e pai, testei a veracidade dos princípios contidos neste livro, que me têm tornado um verdadeiro homem-espírito ma­ cho. Eu amo todos vocês. Lois Smith Puglisi, editora inteligente, talentosa e conselheira que zelou por este livro desde sua concepção até a forma presente. Você é um presente para qualquer autor, que seu dom continue a abrir caminhos para você no mundo. Jim Rill, por acreditar em mim e no valor desta mensagem enquanto pacientemente me ajudou a cumprir os prazos para completar este trabalho. 6 • Entendendo o propósito e o poder dos homens
  • 7. SUMÁRIO P R E F Á C IO .................................................................................................................9 IN T R O D U Ç Ã O .............................................................................................. 11 C A PÍTU LO 1: O que é um homem de verdade? ...................................................... 17 C A PÍTU LO 2: Os sete princípios do propósito ............................................................. 35 C A PÍTU LO 3: A criação do homem ............................................................................... 53 C A PÍTU LO 4: O propósito de Deus para o m ach o.......................................................65 C A PÍTU LO 5: Domínio versus dominação ................................................................. 89 C A PÍTU LO 6: O macho como visionário e líder ...................................................... 105 C A PÍTU LO 7: O macho como professor e cultivador ....................................... 119 C A PÍTU LO 8: O macho como provedor e protetor ................................................ 135 Entendendo o propósito e o poder dos homens • 7
  • 8. 8 • M riE SM u n k o e C A PÍTU LO 9: O macho e sua vida sexu al..................................................................... 149 C A PÍTU LO 10: Diferenças entre machos e fêmeas ................. ............................ 167 C A PÍTU LO 11: Como ser um bom pai ....................................................................... 179 C A PÍTU LO 12: Os segredos para se tornar um homem de verdade .................... 193 U M A PALAVRA PA RA O S H O M EN S D A S N A ÇÕ ES D O T E R C E IR O M U N D O .................................................. 201
  • 9. PREFÁCIO O homem do século 21 está em crise. Nas nações de nossa vila global, as prisões estão cheias de multidões de homens. Comparando-se ao sexo oposto, a mulher, eles são responsáveis pela ampla maioria do comportamento criminoso em todo o mundo. Eles também são vítimas do uso de drogas e são os principais portadores do terrível vírus da AIDS. Muitos têm encontrado um lar na subcultura das gangs, instigando atividades anti-sociais e assim comprometendo a ordem social. Homens se deleitam com a opressão das mulheres opressão das mulheres e perpetuam a violência doméstica. Em todas as culturas e sistemas sociais, os homens estão lutando para encontrar seu lugar num mundo que muda muito rapidamente. Em muitas so­ ciedades, a mudança dramática do status feminino, do local de trabalho e dos papéis culturais tradicionais deixaram um significativo número de homens confusos, desiludidos, frustrados, irados e traumatizados. Sim, o homem des­ te mundo pós-moderno, cibernético, internauta está preso na rede mundial da confusão. Os homens estão com problemas, mas têm medo de admiti-lo. Estão perdidos num labirinto de novos paradigmas e de águas não mapeadas de convergência social e cultural. Com freqüência, as mudanças são fontes de incertezas e trazem uma dose de medo e ansiedade. Para muitos, esse tipo de medo é difícil de adminis­ trar e provoca variadas reações. Algumas reações negativas à mudança incluem negação, ignorância, isolamento, ira, resistência e ressentimento. Essas reações podem causar sérios efeitos no ambiente em que as mudanças acontecem. O resultado pode ser opressão, supressão, violência e espírito de controle. Um breve estudo sobre o comportamento do macho em muitas nações de hoje, incluindo a sua, revelará tais reações às mudanças culturais. As tran­ sições drásticas acontecem nas estruturas sociais e as mudanças de crenças tradicionais estão destruindo as linhas de definição e as próprias definições da nossa vida. Para o macho, em muitas dessas culturas e sociedades, essa redefinição é traumática e já resultou em muitos homens sem uma clara defi­ nição de masculinidade e paternidade. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 9
  • 10. 1 0 • M ylesM unroe O impacto sobre as mulheres, a família e a sociedade também é assus­ tador. Muitas mulheres sofrem com a violência doméstica de homens furiosos. As crianças são vítimas de abuso e ressentimento e a sociedade carrega as marcas da deterioração social. Os governos são incapazes de responder a esse fenômeno. Eles percebem que suas idéias, suas leis e seus programas sociais são ineficazes na tentativa de resolver o problema. Os homens estão nitida­ mente com problemas. O que o homem pode fazer? O desafio número um para o homem é sua crise de identidade. O homem médio está confuso com relação à sua mas­ culinidade e sexualidade. Ele não tem uma clara definição daquilo que deve ser. Alguns homens confundiram seus papéis tradicionais, sociais e culturais com a definição de masculinidade. No entanto, já se sabe que esta é uma das causas principais do problema porque, quando os papéis mudam, a imagem de si mesmo também muda. Como avaliamos um homem? O que é a verdadeira virilidade? O que é a verdadeira sexualidade masculina? Como você define masculinidade? Qual é o verdadeiro propósito do homem em relação à mulher? Há uma definição universal de masculinidade? Isso pode ser atingido? Aonde devemos ir para conseguir essa definição? Este livro traz respostas para estas perguntas críticas da perspectiva do homem. O propósito e o papel do homem no quadro geral da experiência humana são explorados mediante o retorno ao processo original de sua cria­ ção, baseado na premissa de que ninguém conhece o produto tal como o fabricante. Nenhum produto pode entender sua identidade simplesmente perguntando ao cliente, porque somente o fabricante conhece o propósito original e o potencial de seu produto. Portanto, é imperativo que o homem redescubra seu propósito original e entenda seu verdadeiro potencial como também ganhe uma clara compreensão de sua função principal dentro da fa­ mília humana. O homem é a chave para construir infra-estruturas sociais fortes e du­ radouras, famílias estáveis, sociedades saudáveis e nações seguras. E crucial que esse assunto da crise masculina seja uma prioridade para homens, mulheres e governos nacionais para que possamos assegurar desenvolvimentos sociais progressivos nos países do mundo. Vamos começar nossa jornada pela terra da confusão cultural para redescobrir o propósito e o poder do homem ver­ dadeiro.
  • 11. INTRODUÇÃO O homem detém as chaves das nações - e nossas nações estão em crise. Assim como o homem está, também está a nação, a família, a sociedade e o mundo. O problema é que o homem já não tem uma idéia clara para onde está indo. Ele sofre de falta de identidade - e as conseqüên- cias para suas famílias, comunidades e nações são muito mais amplas. V is õ e s c o n f l it a n t e s d a m a s c u l in id a d e Os papéis tradicionais do homem já deram a ele continuidade e equi­ líbrio de geração em geração. Hoje, muitos homens estão questionando quem são e que papéis desempenham na vida. Eles podem estar perseguindo alvos costumeiros na vida como trabalho, casamento e ter uma família. Mesmo assim, há uma incerteza interior sobre o que significa ser homem, marido e pai. O que está provocando essa incerteza? Uma grande razão é que a socie­ dade tem enviado sinais conflitantes sobre o que significa ser um homem. As visões tradicionais da masculinidade competem lado a lado com as novas idéias de masculinidade no mercado de idéias - ambas lutando por supremacia. U M EMBATE DE IDÉIAS ANTIGAS E NOVAS A batalha das idéias está se desenrolando enquanto absorvemos as vas­ tas mudanças políticas e sociais que têm acontecido nesses últimos quarenta anos. Tanto em níveis nacionais quanto internacionais, culturas e idéias estão em colisão. Como resultado, as pessoas estão reavaliando o que significa ser humano, ser homem ou mulher, e o que significa ser um país. Alguns desses desenvolvimentos são: • Movimento pela igualdade feminina • Exportação da cultura ocidental para o mundo • Queda do comunismo • O mercado globalizado • O crescimento da interconexão entre as nações Entendendo o propósito e o poder dos homens • I 1
  • 12. 1 2 • M y iesM unroe Seja mundial ou localmente, nosso mundo está mudando rapidamente diante dos nossos olhos, e as transformações sociais que acompanham essa mudança podem ser dolorosas. A colisão de velhas e novas idéias já deixou muitos homens perplexos e frustrados com relação à sua identidade. De que maneira seus novos papéis (por exemplo, a participação igualitária com as mulheres) contracenam com os mais tradicionais deles, como provedor e pro­ tetor? Os homens estão se sentindo forçados a redefinir seus papéis enquanto tentam adaptar-se a essas expectativas de mudança social. Esse ajuste está desarticulando tanto sua vida profissional quanto pessoal. Está alterando seu relacionamento com as mulheres e transformando a vida familiar. As linhas desse novo papel, porém, parecem turvas aos homens, porquanto as idéias tradicionais e contemporâneas se sobrepõem - e depois se separam novamente. Por exemplo, por um lado os homens ouvem dizer que não há diferença entre homens e mulheres e que devem considerar as mulheres como iguais. Por outro lado, são encorajados a tratar as mulheres com cortesia e cuidado, mas quando o fazem, são acusados de chauvinismo. O HOMEM EM CRISE Historicamente, os homens definem sua masculinidade pelos vários pa­ péis que desempenham na sua família e na sociedade. Agora esses papéis estão em transição, não mais carregam uma sólida definição de masculinidade para lhes dar um contexto cultural para a vida. Como resultado, muitos homens crêem que perderam parte de si mesmos, mas não possuem nada de concreto para substituir isso. E, com freqüência, já não se sentem desejados ou neces­ sários para as mulheres. Eles costumavam ter uma idéia nítida de qual direção seguiam como homens. Agora, sentem-se como se estivessem aprisionados num labirinto, frustrados e incapazes de prosseguirem significativamente na vida. Alguns homens reagem com agressividade aos movimentos feministas e outras mudanças sociais. Eles não têm intenção alguma de se adaptarem. Em vez disso, reafirmam ou endurecem sua dominação tradicional sobre as mulheres porque têm medo de perder o controle. Eles reagem sendo mais competitivos ou mais isolacionistas. São dominadores e violentos em casa com suas famílias. Em certos países, os homens resistem violentamente em nível nacional. Eles se opõem ao avanço do movimento feminino de igualdade com severas restrições no estilo de vida e da liberdade da mulher, pois
  • 13. Entendendo o propósito e o poder dos homens * F3 entendem que essas mudanças fazem parte da ocidentalização de suas socie­ dades, uma corrupção moral que agride seu modo de vida. U m a e n c r u z il h a d a d e c is iv a Por que a crise masculina de propósito é uma questão tão importante? Por uma simples razão, ela ataca o núcleo da identidade do homem, deixando-o inde­ ciso e fundamentalmente fraco. Por outro lado, reflete um rompimento na com­ preensão, comunicação e cooperação entre homem e mulher que não é natural nem sadio. Os homens estão numa encruzilhada decisiva, e para onde forem a partir daqui produzirão sério efeito no curso da sociedade. A crise de propósito que estão experimentando aumentará gradativamente se continuarem a viver em estado de mente defensivo e cheios de incerteza. Continuarão frustrados e vivendo em um nível abaixo de seu verdadeiro potencial. Além disso, as rachaduras na base da sociedade se tornarão perigosamente maiores. O que os homens devem fazer? Devem se apegar aos papéis e modos de pensar tradicionais ou devem seguir o caminho asfaltado pelos novos con­ ceitos de masculinidade? E difícil interromper o fluxo da mudança e não queremos retomar à tradi­ ção meramente por amor a ela. O velho sistema não refletia o propósito completo e o potencial dos homens, e as mulheres sempre foram desvalorizadas nele. Ainda assim, os conceitos contemporâneos de masculinidade são sem­ pre ambígüos. Eles também tendem a focalizar os papéis em vez do propósito do homem e de sua identidade (uma diferença crucial explorada por este li­ vro). Que tipo de mundo teremos se continuarmos nessa direção? Já temos uma idéia dos efeitos negativos que uma continuada crise masculina pode provocar sobre o propósito. Muitos de nossos problemas sociais atuais, tais como gravidez na adolescência, crime e pobreza fluem da vida sem propósito e sem raízes entre os homens. A maioria dos crimes no mundo todo é cometida por homens. Nos Estados Unidos, 99% dos encarcerados são homens. Recentemente, fiquei sur­ preso com o número de meninos envolvidos em crimes. Temos percebido que há uma atividade criminosa cada vez mais crescente entre meninos de 9 a 18 anos. Em Londres, um menino de 5 anos foi assassinado por um outro de 11 anos. Em Chicago uma menina de 6 anos foi assassinada por um menino de 9 anos. Lembro-me quando os criminosos costumavam ser homens mais velhos.
  • 14. 14 • M ylesM unroe Com que freqüência vemos uma lista de crimes cometidos numa se­ mana em que 50% dos culpados são mulheres? Nunca. Esta é realmente uma questão masculina. Se estivermos falando de um lar rompido, esposa que sofre abuso, filhos abandonados, estamos falando primariamente de um problema do ma­ cho que tem sua origem no propósito mal orientado ou na falta de identidade verdadeira. AQUESTÃO É O PRO PÓ SITO , NÃO A MASCULINIDADE Por que há tantas doenças sociais provocadas pelos homens? Pode ser tentador para alguns descartar os homens como pessoas irremediavelmente dominadoras e agressivas, com uma natureza essencialmente carente e que precisam de um desmonte para manutenção. Gostaria de apresentar uma perspectiva como alternativa: o problema não é a biologia da masculinidade, mas é um problema espiritual de identidade. A identidade masculina não é uma questão essencialmente de papéis e culturas, que variam de tempos em tempos, - é uma questão de propósito inerente. Sendo assim, para falarmos dos problemas de nossa sociedade e do mundo, precisamos começar com o homem e como ele percebe a si mesmo. Se os homens soubessem quem realmente são e qual sua verdadeira razão de ser, então, toda confusão, ira e o comportamento destrutivo deles poderíam ser substituídos por uma vida de propósito, confiança e edificação da sociedade. Quando os homens não sabem quem são e qual é o propósito que têm neste mundo é que experimentamos uma miríade de problemas culturais. Enquanto a sociedade está sentindo os efeitos do dilema do macho, também está aparentemente contribuindo com idéias incompletas ou confu­ sas de masculinidade. Dessa forma, mesmo sem saber, a sociedade traz pro­ blemas sobre si mesma. Essa faca de dois gumes não é nova em nossa geração ou no mundo. AsCONSEQÜÊNCIAS DA IGNORÂNCIA DE PROPÓSITO A crise que estamos vivendo hoje é, na verdade, uma versão moderna de um antigo dilema. Semelhantemente, há muito tempo, homens e mulheres perderam o conceito do que seja realmente ser humano, homem e mulher. O
  • 15. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 1 5 problema também não está confinado em culturas particulares. A questão da identidade também é global. Já visitei muitas nações e cheguei à conclusão que a maior parte do mundo sofre do que chamo de “conseqüências da ignorân­ cia de propósito”. Em cada nação, em cada comunidade, não importa a língua falada nem a cor de sua pele, as pessoas estão enfrentando um dilema comum. Elas sofrem dos efeitos debilitantes de uma concepção errada de propósito e não entendem quem realmente são e, portanto, estão vivendo abaixo de seu pleno potencial na vida. Em meu livro, Entendendo o propósito e o poder das mulheres, mostro como a ignorância da humanidade com relação ao propósito tem degradado a mulher. (Recomendo esse livro para os homens, assim como recomendo este para as mulheres). Nesse livro, eu explico como podemos aliviar a dor e o potencial incompleto que essa má compreensão de propósito tem causado às mulheres através dos séculos e para que sejam libertadas tornando-se tudo que devem ser. Homens e mulheres jamais serão completamente realizados se a crise do homem não for resolvida, uma vez que os homens têm uma influência primária no tom e na direção da sociedade. Essa influência foi planejada para ser usada para sempre. No entanto, como já vimos com relação aos muitos problemas sociais que temos enfrentado, sofremos os efeitos exatamente con­ trários se o princípio do propósito não for entendido ou for abusado. Não po­ demos ter um mundo produtivo e seguro enquanto a humanidade não souber a razão de sua existência - e, particularmente, os homens não têm uma clara idéia de sua identidade. As pessoas podem passar anos sem saber que não estão compreen­ dendo o verdadeiro propósito. Tanto indivíduos quanto culturas tornam-se confortáveis seguindo os papéis estabelecidos sem questionar sua validade. No entanto, nossa sociedade turbulenta está nos forçando a examinar os fundamentos de nossos conceitos de masculinidade e feminilidade. Neste sentido, podemos ver essa crise como uma poderosa oportunidade de auto- descoberta e auto-realização. Podemos escolher se faremos testes precisos de sanidade, tanto das idéias contemporâneas quanto das tradicionais, do que significa ser homem e mulher e então estabelecer um fundamento forte para a sociedade. O propósito deste livro é nos dar princípios para fazermos essa ava­ liação e cumprirmos nosso propósito verdadeiro como seres humanos.
  • 16. 1 6 • M y iesM unroe U m a r e d e s c o b e r t a d o p r o p ó s i t o Para redescobrir a identidade masculina precisamos levantar as se­ guintes questões: • Como podem os homens recobrarem sua condição neste ambiente de tantas mudanças de expectativas culturais? • O que significa ser um homem? • Qual definição de masculinidade os homens deveríam adotar? • Por que um autoconceito da masculinidade é tão importante para a base da sociedade? • Que papéis os homens devem cumprir - no local de trabalho e em casa? • O que o gênero tem a ver com o propósito do homem? • Quais são as diferenças entre machos e fêmeas? • Como homens e mulheres devem se relacionar entre si? • Como um homem constrói uma vida melhor para ele, sua família e o mundo? Nas páginas seguintes, explorarei essas questões de forma muito prá­ tica e objetiva. Junte-se mim para uma redescoberta de propósito: o homem como ele foi planejado para ser.
  • 17. 1 O QUE É UM HOMEM DE VERDADE? Os homens precisam de uma identidade dada por Deus se vivem para cumprir seu verdadeiro propósito. I magine se você estivesse assistindo a um programa de televisão no estilo “A hora da verdade”. Alguns dos participantes tentam convencê-lo de que são homens de verdade. Você tem de adivinhar quem é o autêntico e quais são os impostores. O participante 1 lhe diz que ele é um homem de verdade porque preenche a descrição tradicional do papel de um homem. Ele apóia sua família financeiramente enquanto sua esposa cuida dos filhos e do lar. Contanto que ele providencie um teto sobre suas cabeças e comida para que comam, ele está cumprindo seu papel como marido e pai. Este homem não considera sua esposa em pé de igualdade. O participante 2 diz que é um homem de verdade porque tem um papel culturalmente progressivo: ele partilha a responsabilidade de sua casa e da criação dos filhos com a esposa enquanto ambos seguem suas carreiras. Ele considera sua esposa igual a ele. O participante 3 explica que ele é um homem de verdade porque se libertou dos estereótipos de macho e decidiu assumir o cuidado dos filhos e do lar enquanto sua esposa vai trabalhar. Ele considera sua esposa igual a si mesmo - ou talvez até melhor, já que ela é mais compassiva e de natureza mais sensível que ele. Essas são algumas das imagens da masculinidade que estão competindo pela aceitação do homem hoje. Muitos homens sentem-se como se lhe pedissem Entendendo o propósito e o poder dos homens • 1 7
  • 18. 18 • M ylesM unkoe para descobrir qual é o verdadeiro homem usando o “participante” que tiver a expressão facial e as respostas mais convincentes. Assim mesmo, não parece haver um vencedor óbvio. Além disso, a sociedade continua misturando e comparando essas imagens até que os homens já não saibam mais o que se espera deles. Estão confusos e frustrados ao avaliarem suas próprias expecta- tivas de masculinidade enquanto sentem a pressão dos vários segmentos da sociedade que promovem essa imagem, ou uma combinação impossível delas. Enquanto isso, Hollywood inunda a sociedade com seus intrigantes ícones de masculinidade tais como James Bond e Rambo. Mesmo que essas figuras sejam de super-heróis, em vez de homens de verdade, às vezes, fica difícil esca­ par à sedução delas. È difícil não começar a pensar que um homem de verdade deveria imitar o poder e a desenvoltura que eles exibem. U m a c r i s e d e p a p é is O que torna a situação cultural masculina atual desajustada é que os homens tradicionalmente definem sua masculinidade pelos papéis que de­ sempenham na família e na sociedade. No entanto, há uma variação maior de papéis tanto para homens quanto para mulheres. Os papéis na sociedade es­ tão mudando. Isso tem acontecido mais ou menos nos últimos quarenta anos. Estamos no meio de uma cultura de transição com idéias concorrentes sobre a masculinidade que causam problemas de perplexidade para os homens. Eles têm sido puxados em muitas direções na tentativa de entender o que significa ser um homem verdadeiro no mundo moderno. Em anos recentes, literatura focalizando mudanças na vida dos homens tem indicado que o macho está em uma situação de crise e conflito interno. Uma gama de estudos nos tem mostrado que os homens não estão muito certos sobre quem são ou o que as mulheres esperam deles. Sem uma idéia clara de sua identidade, os homens estão tentando enfrentar o choque das novas expectativas sociais com as idéias tradicionais do que deveria ser um homem, que eles têm internalizado por intermédio da família, da cultura ou da inclinação natural. As concepções básicas de masculinidade, portanto, estão sendo des­ truídas, e eles estão se sentindo deslocados. Eles estão frustrados enquanto lutam para se adaptar a um novo, porém vago, conceito do que são, ou ficam nervosos na tentativa de reverterem o fluxo da mudança.
  • 19. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 1 9 Os papéis tradicionais devem ser totalmente abandonados? Se abando­ nados, quais os substituirão? Muitos homens têm perguntas não respondidas tais como: 1 - 0 homem ainda deve ser o sustentador e protetor? Hoje, a mulher já sai para trabalhar, ganha seu próprio pão e diz que não precisa de proteção. O homem não tem certeza sobre o que ainda deve fazer pela mulher. 2 - O homem ainda é líder e autoridade no lar?Isso já não está tão claro. A mulher diz: “Você não é mais minha autoridade. Não sou escrava. Ganho meu próprio dinheiro e tomo minhas próprias decisões. Eu faço o que quiser. Vou lhe chamar quando estiver pronta para você.” O homem já não sabe mais como deve se relacionar com a mulher. 3 - O homem deve demonstrar cavalheirismo? Será que ele deve abrir a porta do carro, acompanhá-la, pagar o jantar em um encontro? O homem puxa uma cadeira para a mulher e ela diz: “Tudo bem, muito obrigada, mas eu mesma puxo minha cadeira.” As vezes, um homem abre a porta para uma mulher e ela fica ofendida: “Você acha que sou aleijada?” Ela reclama. Se uma mulher adentra o re­ cinto e um homem se levanta em sinal de respeito, ela olha para ele como se ele fosse louco. O homem já não está certo se ainda deve ser gentil com as mulheres. 4 - O homem ainda é o defensor de sua família, propriedade e seu país? Cada vez mais mulheres estão se engajando nas Forças Armadas e carregando armas. Alguns homens não sabem como reagir a essas mu­ danças. Uma mulher uniformizada adentra sua casa e seu marido teme dizer “olá” para ela. Ele vai dar um pulo e dizer: “Sargento!” Muitos homens estão pensando: “Ela realmente já não precisa que eu a prote­ ja.” Os homens já não sabem se as mulheres ainda precisam deles. Assim sendo, há alguma coisa que distinga um homem de uma mulher? Baseados nas situações acima, essa é uma questão difícil de responder. Ho­ mens e mulheres estão em uma situação de rebelião e confusão de gênero. O que fazer para ser um homem do século 21? Quem são os homens com relação às mulheres? Como os homens devem escolher diante dos vários tipos de masculinidade que são promovidos no mundo?
  • 20. 20 • Mvifs Munroe Se você é um macho e sente que seu trabalho, seu relacionamento e sua visão de mundo estão de cabeça para baixo, você não está sozinho. Este é o tempo mais complexo para ser um homem. Os homens de todas as idades estão lutando contra visões competitivas e valores de masculinidade. O que aconteceu? M il h a r e s d e a n o s d e t r a d i ç ã o d e ix a d o s d e l a d o Os homens costumavam adquirir suas idéias de masculinidade obser­ vando seus pais ou a partir de antigas tradições culturais. Havia uma conti­ nuidade dos papéis masculinos transmitidos de geração em geração. Agora, as coisas são diferentes. Centenas, até milhares, de anos de tradição foram colocados de lado em apenas uma ou duas gerações. Esse desvio pode ter sido iniciado nas nações industrializadas do ocidente com o movimento feminista e outras mudanças culturais, mas, de uma forma ou de outra, o mundo todo está sendo influenciado por ele. Por exemplo, a minha vida e a do meu pai são completamente dife­ rentes. Não posso usar o modo como meu pai fazia as coisas como um mo­ delo pessoal, nem minhas irmãs podem usar o ambiente em que minha mãe trabalhava como um exemplo para si mesmas. Nossos pais viveram em outra geração, com conceitos diferentes de masculinidade e feminilidade. Historica­ mente falando, até recentemente, o homem e a mulher aceitavam determina­ dos papéis, e eles geralmente não se sobrepunham. P a p é is H i s t ó r i c o s Você pode retroceder 50,100, 500, 2.000, 4.000 anos, mas encontrará um sólido padrão de papéis entre homens e mulheres que eram reconhecidos e valorizados. Havia algumas razões muito práticas para esse antigo padrão. Sempre tem havido certas exceções a esse padrão entre indivíduos e culturas, mas o fator determinante tem sido a forma como as próprias famílias têm-se conduzido por gerações. Esse padrão tradicional continua a ter influência nos relacionamentos macho e fêmea de hoje. Havia uma determinação biológica de papéis Nos tempos pré-modernos, a biologia contribuiu amplamente para os papéis de homens e mulheres. Os machos, em geral, são fisicamente mais
  • 21. Entendendo o propósito e o poder dos homens * 2 1 fortes que as mulheres, assim, os homens eram aqueles que saíam para caçar e prover para a família. As fêmeas são biologicamente equipadas para gerarem bebês, assim, elas cuidavam dos filhos. Em geral, não havia opções de controle de natalidade nem alternativas de aborto com as quais uma mulher poderia suplantar a biologia. Um homem não tinha de questionar se ele ou sua esposa ficariam em casa e criariam os filhos. Os papéis eram menos complicados porque eram pré-determinados pela biologia. A V ID AER AU M ALU TAD IÁ R IAPELASO B R EV IV ÊN C IA Além disso, as pessoas viviam num ambiente físico mais hostil, no qual o dia-a-dia era uma luta pela sobrevivência. Essa era outra razão porque o homem, que era fisicamente mais forte, tomou-se o provedor e o protetor da família. Naquele tempo, ganhar a vida era um trabalho particularmente pre­ cário. O homem tinha de arriscar sua vida, literalmente, para tomar conta de sua família. Isso fez com que sua mulher e seus filhos olhassem para ele como a principal liderança e valorizassem sua fundamental contribuição para a sobrevivência deles. Eles dependiam dele. Quando um homem saía para conseguir alimento para sua família, não havia garantias de que ele voltaria com vida. Ele poderia ser ferido mortal­ mente ou morrer por exposição às intempéries. Portanto, a mulher se alegrava ao vê-lo voltar para casa. A mesma atitude básica era verdadeira na vida de nossos avós e pais quando os maridos eram os grandes provedores da família e as esposas ficavam em casa. A noite, a família toda ficava feliz por ter o pai em casa. Por quê? Porque ele tinha ficado fora, num mundo arriscado, tentando fazer a vida. As vezes, era difícil conseguir trabalho e o único que se conseguia era permanecer longas horas nos campos ou nos subterrâneos de uma mina de carvão. Quando o homem voltava para casa mancando, sua esposa sabia que ele tinha arriscado a saúde para manter o pão de cada dia na mesa. Eu cresci numa típica família de um passado não tão distante. Sou um dentre 11 filhos. Meu pai se levantava de manhã antes dos filhos acordarem e quando ele voltava para casa nós já estávamos na cama. Ele passou toda a vida trabalhando, tentando alimentar quase uma dúzia de filhos, mantendo um teto sobre nossa cabeça e roupas para que vestíssemos. Era um trabalho de vinte e quatro horas. Minha mãe tinha de ficar em casa, mas seu trabalho era tão duro quanto o dele. Ela cuidava dos 11 filhos, - cozinhava para todos, dava banho em todo mundo, lavava as roupas, despachava-nos para a escola,
  • 22. 22 • M ylesM unroe certificava-se de que havíamos feito nosso dever de casa e nos disciplinava. Era uma vida dura. Uma luta para sobreviver. Papéis e habilidades se estabeleceram As necessidades básicas de sobrevivência exigiam que homens e mulhe­ res desenvolvessem papéis e habilidades específicas que eram passadas para as gerações futuras. Até a época de seus avós e mesmo de seus pais, todos conhe­ ciam seus papéis e tinham habilidades equivalentes a eles. O marido sabia o que precisava fazer e fazia; a esposa sabia o que precisava fazer e fazia. Dessa forma, apesar da difícil sobrevivência, os relacionamentos eram comparativamente fáceis porque não havia confusão dos papéis nos gêneros. Um homem e uma mulher não tinham de se preocupar se estavam infringindo ou não o território do outro. O papel dela era manter a casa, cozinhar e cuidar dos filhos. O trabalho dele era caçar ou colher, construir uma habitação para prover comida e moradia para a família. A vida era muito objetiva e, nesse sentido, os relacionamentos eram menos complicados. A IN T ER D EPEN D ÊN C IAC R IA V AU M AA PR EC IA Ç Ã ON A TU R A L Essa parceria na sobrevivência produzia uma interdependência entre homens e mulheres que gerava uma apreciação mútua. Era uma apreciação natural porque seus papéis eram muito claros e aceitos como importantes e necessários. Em muitos desses casamentos, não havia a relação entre marido e es­ posa que conhecemos hoje. O homem era motivado por coisas simples como comida, sexo, filhos e segurança. Ele não era motivado por conversas de tro­ ca emocional ou sensibilidade psicológica e emocional. Ele voltava para casa quando precisava ter suas necessidades básicas satisfeitas. Em sua maioria, o homem era honrado e amado por sua esposa não por ser um bom homem ou um companheiro dedicado, mas porque ela sabia que ele havia arriscado a vida para cuidar dela e dos filhos. Ela o amava pelo que ele fazia. Ele não ganhava sua apreciação por ser sentimental e romântico. Ela valorizava a provisão. Se ele não enfrentasse os desafios e trouxesse carne para casa, ela não o respeitaria. As mulheres passavam o tempo alimentando seus filhos e formando um lar, e elas eram respeitadas e amadas pelo homem pela contribuição que davam à família. Ele não a respeitava necessariamente por ela ser charmosa ou porque a “Palavra de Deus dizia para ser assim”. Ele a honrava porque
  • 23. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 2 3 ela criava seus filhos e porque reconhecia o valor do trabalho que ela es­ tava fazendo. Ele não estava preocupado com quem iria alimentar e limpar as crianças ou quem iria lavar sua roupa. Sua esposa fazia tudo isso, e ele a respeitava por isso. Isso quer dizer que o romance não era parte significativa da vida de muitos dos nossos antepassados. Eles estavam muito ocupados tentando so­ breviver. Quando você está lutando pela sobrevivência, não há muito tempo para o sentimento. Não era muito diferente de muitos casais até pouco tempo atrás. Um homem passava o dia todo trabalhando ocupado em prover e proteger sua família. Ele não tinha tempo para romance quando chegava em casa. Tudo que queria era comida e sexo. Ele não se preocupava em levar sua esposa para jantar, passear no Shopping ou lhe dar dinheiro para gastar. Seu dinheiro era apenas para a sobrevivência. O relacionamento era simples. “Olha, temos de sobreviver e tenho de proteger você. O que quer que eu tenha de fazer para realizar essas coisas, eu farei, essa é a vida!” O homem via seu casamento como uma parceria, mas não no mesmo sentido que vemos a parceria em nossos dias. Ele não considerava sua esposa como igual a ele ou tão boa quanto ele. Em vez disso, parceria significava que ela tinha de cumprir sua parte e ele a dele. Esse era o conceito ensinado a homens e mulheres. Marido e mulher concediam honra mútua pelas contri­ buições pessoais que davam à parceria e não porque reconheciam qualquer igualdade entre homens e mulheres. E daí que fomos formados como sociedade. No entanto, as coisas têm mudado. P a p é is c o n t e m p o r â n e o s Hoje, a vida é completamente diferente para homens e mulheres por­ que nós já não dependemos uns dos outros para sobrevivência e segurança. Nossos papéis e estratégias têm realmente mudado. Os homens já não têm o trabalho que desempenhavam quase exclu­ sivamente por séculos. Eles costumavam ter um papel muito claro que não compartilhavam com a esposa. Como se media a masculinidade? Aos jovens se dizia: “Consiga um trabalho, assim você sustentará sua família e terá mui­ tos filhos.” Ser um provedor e ter a habilidade de procriar era a medida de
  • 24. 24 • M ylísM u n r o e um homem. No entanto, a maneira que a sociedade vê o homem está em transição e essa visão já não é mais considerada marca primária de mascu­ linidade. Inúmeras famílias ainda seguem os padrões tradicionais do marido trabalhando, enquanto a esposa fica em casa com os filhos, principalmente enquanto os filhos são pequenos. No entanto, mesmo esses casamentos são mais influenciados pelas idéias contemporâneas do que pelas tradicionais no relacionamento entre homens e mulheres. A B IO LO G IAJÁN Ã OÉU MFA TO RD ETER M IN A N T E Os papéis e funções de homem-mulher já não são mais determinados pela biologia como antes. Por prevalecerem em nossos dias, as carreiras de ambos e o controle de natalidade, homem e mulher podem escolher não ter filhos. Também, por causa da ampla divulgação de que a fertilidade é um assunto que pertence somente à mulher, é ela quem determina quando ou se terão um filho. E mesmo que eles tenham um filho, isso não significa que necessariamente é a esposa que ficará em casa tomando conta do bebê o dia todo, todos os dias. Creches e outras opções para o cuidado das crianças dão condições a ela de trabalhar em um emprego fora do lar, tanto em meio pe­ ríodo quanto em período integral. Essa mudança está trazendo novos tipos de estresse à família. Se os funcionários da creche ou babás estão criando os filhos, muitas vezes, esses filhos não reconhecem seus pais. Nem sempre os pais sabem os que as babás estão fazendo ou ensinando aos filhos enquanto estão no trabalho. Essen­ cialmente, isso quer dizer que os filhos estão sendo criados por pessoas que os pais não conhecem muito bem. Além disso, uma vez que a concepção e a criação dos filhos era o que produzia respeito à mulher por parte de seu marido, o homem agora tem de encontrar outro meio de honrar sua esposa. Por causa da padronização tradi­ cional, quando uma esposa exige respeito da parte do seu marido hoje, ele, às vezes pensa, “Bem, o que você está fazendo para merecer?” Os relaciona­ mentos do século 21 são realmente difíceis. Não estamos mais em situação de sobrevivência Muitos de nós já não focamos a sobrevivência e a proteção como no passado. Isso não quer dizer que não tenhamos desafios econômicos e estres­ ses relacionados com o trabalho, mas o risco físico não é mais o mesmo. Já
  • 25. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 25 não estamos caçando comida e enfrentando as intempéries, apenas para ficar vivos. Já temos as lojas de conveniência 24 horas e fornos de microondas. En­ quanto vivemos num mundo de incertezas onde ainda há perigos, o ambiente físico é muito mais amistoso do que era para nossos ancestrais. Hoje, um homem sai de casa de manhã, vestido em seu terno, dirigindo seu Lexus para o trabalho, como um doutor em escritório de luxo. O risco físico é inexistente para muita gente. Uma das diferenças entre a forma antiga e a nova é que, quando as pes­ soas se casam, hoje, já têm a maior parte das coisas que precisam. Além disso, a mulher já não mais depende do marido para ter suas necessidades providas depois que se casa. Porque o papel tradicional de provedor está entranhado em muitos homens, essa situação pode ser desconfortável para eles. Por exemplo, um homem conhece uma mulher e descobre que ela já possui bens materiais. Devido ao seu trabalho regular já há algum tempo, ela ganha mais do que ele e dirige um carro caro. Ela mora num condomínio fechado, tem uma TV de 29 polegadas e geladeira com alimento. Ela mesma abastece seu carro. Ela já tem tudo isso, então ele diz que quer se casar com ela para cuidar dela. Como é que ela vai depender dele? Ela já tem dinheiro no banco. O que o homem pode dar-lhe? Ela não busca proteção ou sobrevi­ vência, pois é independente, e as expectativas dela com relação aos homens e ao casamento são totalmente diferentes. Algumas mulheres se perguntam “como vou ser submissa, se ganho mais dinheiro que ele e toda a mobília da casa é minha?” Em outras pala­ vras, ela está dizendo ao homem “você precisar ganhar o direito de minha submissão, dando-me algo que eu ainda não tenha dado a você.” Essa é uma frase dura para um homem ouvir. Assim, o homem diz: “Bem, não posso lhe dar nada, porque você já tinha mais do que eu desde o princípio”. Como uma mulher vai se submeter a um homem que ela crê que está sustentando? E uma situação difícil tanto para o homem quanto para a mulher. Mas esse é o mundo em que vivemos. Você já se perguntou por que os divórcios são tão comuns em nossos dias? Uma das razões é porque a mulher agora pode dizer ao homem rápido e rasteiro, “se você não puder cuidar disso direito eu vou embora”. Minha mãe tinha 11 filhos, quando ela tinha um problema, ela não podia se virar para meu pai e dizer: “estou deixando você.” Para onde ela iria? Ela não tinha nenhuma formação aca­ dêmica, nenhuma preparação para arrumar um serviço fora. O lar era sua vida.
  • 26. 2 6 • M y íesM unroe A independência é uma situação relativamente nova para as mulheres, e os homens ainda estão aprendendo a lidar com essa mudança. De muitas maneiras, a mulher já assumiu não somente o papel tradicional do homem de provedora, mas também de protetora. Ela tem um gás de pimenta e uma arma na bolsa e um telefone celular para ligar para a polícia imediatamente. O que o homem faz? Ele diz: “Sou seu protetor” e ela diz: “não preciso que você me proteja.” É um mundo diferente. Os homens não sabem mais o que devem fazer pela mulher. Papéis e habilidades estão menos compartidos Homens e mulheres costumavam subsistir em diferentes esferas. Uma das esferas masculinas era o trabalho e a sobrevivência. O mundo feminino era o lar e os filhos. Não havia confusão de papéis. Elas sabiam exatamente onde deveríam estar. A mulher, ao sair de casa e ao entrar no mercado de trabalho, já não tem mais um lar guardado por ela especificamente. O homem já não tem certeza de qual seja sua tarefa em casa, e a mulher também não. Eles estão confusos. Seu pai costumava trazer para casa o bacon, agora, sua esposa traz não somente o bacon, mas até o porco. Além disso, ela já tinha dois porcos quando você se casou com ela. Ela não quer seu bacon porque já o tem. Se ambos, marido e mulher estão trazendo o bacon, quem é o provedor? Essa é uma questão problemática para o homem. Se ambos pagam o aluguel, então quem é responsável pelo teto sobre eles? Seu pai foi considerado o dono da casa porque ele comprou e pagou por ela. Hoje, a casa não pertence ao homem, mas ao homem e à mulher. Alguns homens se perguntam como seus pais costumavam ser o “homem da casa”. Agora, se um homem pisar firme, a mulher vai pisar firme também. As coisas que os homens aprenderam já não funcionam mais. Seu pai diz, “coloque-a em seu lugar!” E você diz, “mas o lugar é dela.” “Mostre a ela quem manda nesta casa.” “Mas ela também manda!” Muitos casais enfrentam situações econômicas difíceis que fazem com que ambos saiam para trabalhar e resolvam o problema do sustento da casa. No entanto, a mudança cultural da mulher que provocou sua ida à faculdade, sua busca por carreiras e um atraso da mulher para se casar, têm provocado mudan­ ças significativas na vida da família. Por exemplo, um homem diz: “Querida, você precisa cuidar das crianças.” Ela diz: “Não! Vou trabalhar.” “Por quê?” “Quero usar minha educação e garantir certo padrão de vida que requer um
  • 27. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 2 7 salário dobrado, por isso vou trabalhar.” Ele diz: “Mas quem vai cuidar das crianças? Você é quem concebeu e quem cuida delas!” A resposta dela é: “Meu patrão tem uma creche. Vou aceitar esse trabalho.” O que faz um homem quando sua esposa ganha mais do que ele e ele crê que deveria ser o provedor da casa? Ele fica frustrado e até um pouco envergonhado. É por isso que há tanto desentendimento nos casamentos de hoje. Continuamos brigando sobre quem deve fazer o quê. Essas e outras situações similares têm mudado dramaticamente nos­ sas perspectivas e alterado nossos papéis tradicionais. O homem já não tem mais certeza do que seja um homem, e a mulher já não tem certeza do que seja uma mulher. Essas mudanças têm provocado tensão nas mulheres e nos homens também. Por exemplo, algumas mulheres, na verdade, sentem-se culpadas quando dizem: “Eu sou dona-de-casa.” Você acha que no tempo de seus pais ou avós as pessoas perguntavam à mulher: “Então, o que você faz?” Essa pergunta jamais seria feita. Mas hoje, quase toda mulher ouve essa pergunta. Em outras palavras, nós sabemos o que ela não faz. Ela apenas não fica em casa e cria os filhos, concluindo que isso é vergonhoso para ela. Era muito mais fácil para a mulher quando ela ficava em casa cuidando dos filhos. Ela era apoiada nes­ se papel porque todas as mulheres da vizinhança também estavam em casa. Hoje, logo acham que há algo errado com uma mulher que queira ser dona de casa. Eles pensam: “O que há com ela? Ela é preguiçosa?”, ou “ela não é muito criativa”. “Talvez ela não seja tão brilhante para seguir uma carreira!”, ou “ela precisa cuidar da própria vida”. A idéia que tem sido promovida na sociedade é que somente mulheres “bobas” ficam em casa. Os resultados das mudanças dos papéis de gêneros podem ser fontes de estresse tanto para homens quanto para mulheres. As pessoas estão confusas sobre como agir neste novo mundo. Isso tem sido um dilema psicológico para elas. Muitos se sentem deslocados e tensos e estão tentando entender o que há de errado entre eles. Vou dizer-lhes o que está errado: simplesmente este é um mundo diferente. A IN D EPEN D ÊN C IATEMM U D A D OO SPA R Â M ET R O SD EA PR EC IA Ç Ã O A independência crescente e a auto-suficiência têm feito com que a mulher moderna já não mais tenha necessidade do homem como provedor e protetor. Isso é um problema para o homem. Eles estão tentando ser felizes em
  • 28. 2 8 • M ylesM unroe um relacionamento, mas não sabem quem é responsável pelo quê. Por exem­ plo, um rapaz leva uma garota para almoçar e lhe diz: “Você paga seu almoço, ok?” Há trinta anos, o homem automaticamente pagaria. Por quê? Era o papel do homem ser o provedor. Mas, agora, quando um homem leva uma mulher para jantar e percebe que não tem dinheiro suficiente para pagar, ela abre a sua bolsa e diz: “Deixa comigo.” Ele fica envergonhado, mas ela não, porque ela tem o dinheiro. E adivinhe? Ela ainda gosta dele. Ela gosta dele porque sente que não há muitos homens bons por aí mesmo. A independência das mulheres está diminuindo os valores tradicionais dos homens para elas. Historicamente, os homens morrem mais cedo do que as mulheres. Por quê? Eles tinham que sair no frio, com chuva e neve, mesmo se estivessem tossindo com tuberculose para prover para a família. Era o único meio de sobrevivência da família. Por isso as mulheres os valorizavam. As ve­ zes, quando a mulher revela abuso por parte do marido e lhe perguntam. “Por que você não o deixa?” “Não posso fazer isso” ela responde. Essa resposta é profunda. Há algumas coisas nele que ela valoriza. Se um homem arrisca a vida para proteger você e as crianças e faz provisão para a casa, como você se sente em relação a ele? Obviamente, vai estimá-lo bastante, pois sabe o que ele está fazendo em prol da família. Por isso era natural para sua mãe, mesmo quando seu pai não agia direito, que ela o amasse e o honrasse. Ele era valioso para ela. Hoje, no entanto, já não é necessariamente o caso. Quando um homem mostra interesse por uma mulher, ela pode dizer a ele. “Vou ser bem franca com você, se você não der conta do recado pode ir embora quando quiser. Se nos casarmos, quero que você assine um contrato pré-nupcial para que tudo que estou levando para o casamento continue sendo meu se o casamento aca­ bar”. As mulheres não valorizam mais os homens como no passado porque as necessidades que eles supriam, elas mesmas estão suprindo. Alguns maridos temem suas esposas porque pensam que elas não precisam deles. Outra mudança significativa é que pela primeira vez nos registros da história, homens e mulheres entreolham-se principalmente por amor e com­ panheirismo e não pela necessidade de proteção e sobrevivência. Nossas prio­ ridades como seres humanos estão mudando. As pessoas estão procurando algo mais em seus relacionamentos. Felicidade, intimidade e uma paixão dura­ doura são coisas exigidas em um relacionamento. Mesmo assim, compreender como prover essas coisas não é algo fácil para o homem.
  • 29. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 29 Felicidade Os papéis tradicionais do homem não são mais suficientes para fazer seu cônjuge feliz. As mulheres querem companheirismo e atenção para serem felizes. Meu pai não podia levar minha mãe para jantar fora em um restauran­ te. Nem havia tempo para isso. Ele fazia minha mãe feliz apenas garantindo que a família tivesse roupas, água encanada e assim por diante. Hoje, o que os homens podem fazer para que as mulheres sejam feli­ zes? Eis o desafio. Você já ouviu um homem perguntar: “O que uma mulher quer?” No passado, os homens diziam a suas esposas: “Mulher, que mais você quer de mim? Eu ponho comida na panela e te dei um teto para morar.” Lem­ bra quando o homem dizia isso? Aqueles dias se foram. Intimidade Ao arriscar sua vida para dar à mulher comida e proteção, a intimi­ dade, sensibilidade e boa comunicação não eram discutidas. A mulher não dizia: “Querido, você precisa aprender que a instabilidade emocional e psi­ cológica da mulher está ligada à menstruação.” Um homem não tinha tempo de aprender a lidar com a mulher. Quando ele chegava em casa estava escuro, ele estava cansado e tudo que ele queria era comida e sexo. A casa era dele e a comida também, e o raciocínio era: “está na hora do pagamento.” Hoje em dia, porém, as mulheres querem intimidade e comunicação. “Converse comigo. Durante todo o dia você não disse que me ama.” E assim que as mulheres pensam hoje. “Você deu atenção para todo mundo menos para mim. Você nem notou meu vestido”. Ouça, o homem das cavernas não tinha tempo para olhar vestido algum. Estava ocupado demais tentando so­ breviver, mas o mundo mudou. Será que seus pais ou avós alguma vez já conversaram sobre TPM? Pro­ vavelmente, eles estavam ocupados demais para isso, e as pessoas, até mesmo marido e mulher, não tinham liberdade suficiente para falar sobre esses assun­ tos. Agora, a atmosfera social mudou e temos mais tempo para pensar nessas coisas. Hoje em dia, a mulher pode dizer. “Não me toque agora, estou no meu ciclo. Meus hormônios estão desequilibrados”. O homem agora tem que estu­ dar como está o “humor” da mulher. Quando se está tentando sobreviver, não se pensa no humor. Não era necessariamente um modo de vida melhor, mas um modo de vida, com certeza, diferente. O homem ainda está tentando entender como construir intimidade e comunicação dentro de seus relacionamentos.
  • 30. 30 • M ylesM unroe A mulher pode indagar por que seu marido tem dificuldade para con­ versar com ela. Ele não sabe o que dizer, e ela não entende o que há com ele. Por exemplo, suponhamos que ela tenha um trabalho fantástico - um serviço de liderança ou administrativo - e ele tenha um serviço menos importante. Ela chega em casa e começa a falar com ele durante o jantar. Sobre o que eles vão falar? Ela vai conversar em um nível intelectual mais elevado, e ele ainda não chegou a esse ponto porque seu serviço não exige que ele vá tão longe. Daí, ela fala algumas frases e ele fica intimidado. Ele diz para si mesmo: “Que palavra difícil ela usou!” Ele não sabe o que fazer, pois seu papel de liderança parece ter diminuído. Nesse momento de desafio em nossa cultura, as mulheres precisam demonstrar compreensão ao homem em sua vida. Por exemplo, uma mulher e um homem se casam. O casal está acomodado em sua casa, então, ela olha para ele e lhe diz: “Seja homem.” Ele diz: “Tudo bem, como?” Ele foi encos­ tado na parede. Antigamente ele sabia, mas agora não sabe mais. Então ela olha para ele e diz. “Seja meu líder espiritual.” Sem entender ele olha para ela. “Meu pai era um homem das cavernas, ele me ensinou que a Bíblia e a igreja são para fracos. Por isso não vou muito à igreja e quando vou, é para agradá-la, portanto, se é isso que me fará um homem, vai levar um tempinho.” Ele nada entende dos assuntos espirituais como ela porque aprendeu que religião é para mulheres. Então ela diz: “Conforte-me” e ele diz: “Como?” Ele não recebeu esse tipo de treinamento de seu pai. Ela diz: “Mostre-me afeição” e ele diz: “Ah não! Como se soletra isso?” Ela diz: “Seja sentimental.” E ele diz: “Senti... o quê? Quem? O que é isso?” Ele não entende o que ela quer dizer. O que muitas mulheres fazem nesse caso? Elas ficam irritadas: “Apenas seja homem.” “Como?” “Sustente a casa!” “Mas você ganha mais dinheiro que eu!” O homem está confuso. Ele não entende que ela quer que ele a sustente emocionalmente ou, se entende, não sabe como atender a essas ne­ cessidades. Cada homem precisa entender e ter paciência com sua esposa. Paixão A paixão é também necessária para os relacionamentos de hoje. Lem- bre-se de que nos dias passados os homens só perguntavam: “Mulher, você está pronta ou não?” Não haviam preliminares românticas. Ele dizia: “Tarzan pronto pra Jane. Jane pronta? Então vamos”. Era assim.
  • 31. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 3 1 Agora, no entanto, as mulheres querem que os homens diminuam as luzes, acendam as velas perfumadas no ambiente e espalhem flores por todo lado. Os homens dizem: “O que está havendo aqui?” Agora é assim que a coisa funciona, homens! E um trabalho duro! Hoje em dia, as mulheres querem que os homens comecem a ser român­ ticos de manhã - preparando o café da manhã para elas, enchendo a banheira, levando-as para almoçar, ligando cinco vezes ao dia só para dizer que as ama, apanhando-as de carro para o jantar e, então receberão sua recompensa à noite. Não há garantias, mas não receberão recompensa alguma sem isso. O RELACIONAMENTO MACHO-FÊMEA TO RN OU-SE UM MISTÉRIO Em muitos aspectos da vida, conseqüentemente, os papéis e relaciona­ mentos entre homens e mulheres mudaram completamente nas últimas poucas décadas. Para muitos machos, esse abandono de certos papéis masculinos parece assustador e até perigoso porque eles não sabem onde isso vai parar. Eles sentem que agora há um grande mistério que envolve o relacionamento homem-mulher e já não sabem o que esperar. Posso me identificar com o que eles estão passan­ do porque ao estudar este tópico, percebi que estamos realmente em um dilema cultural. E eu sinto pelos homens. Eles não sabem o que fazer. Você, mulher, precisa entender que os homens estão realmente com problemas. Tentei dar-lhe uma imagem do que as mudanças de papel dos gêneros têm feito, desequilibrando os homens, assim, você pode ter uma idéia do di­ lema que eles enfrentam. Algumas das cenas que vimos são até hilárias, mas os problemas que os machos estão enfrentando são sérios, porque têm a ver com propósito e identidade. São sérios porque a confusão sobre propósito vai incapacitar e até destruir a vida das pessoas. P a p é is v e r s u s P r o p ó s i t o Tudo isso, enfim, resume o que os machos usam como uma base para sua auto-estima e identidade. Pelo fato de os homens terem associado sua identidade aos seus papéis, agora que esses papéis mudaram, eles próprios não deixaram aos homens nenhuma base para masculinidade. Por mais que eles mudem seu antigo conceito de masculinidade, ele pode ou não ser um papel
  • 32. 3 2 • MwesMunroe verdadeiro ou efetivo para eles. O que é mais preocupante, quando os homens não entendem seu papel no mundo, é que, geralmente, ou se esquivam ou usam a influência deles de maneira perniciosa, como praticar crimes. O que os homens podem fazer para reconquistar a identidade e o lugar deles? Primeiro eles devem adotar uma forma inteiramente nova de pensar. Eles precisam pensar em termos de propósito em vez de papéis. A razão dos problemas dos homens hoje é que têm baseado seu valor durante todo o tem­ po na coisa errada. Os papéis nunca foram a verdadeira base da identidade masculina e nem de seu propósito. Os papéis podem ajudar ou prejudicar, mas em último caso, refletem meramente a cultura e a tradição. O que os machos realmente precisam descobrir é seu propósito esta­ belecido, que transcende a cultura e a tradição. A posição e as ações de um homem devem fluir de seu propósito e não ao contrário. É por isso que a resposta ao dilema do homem não é apenas ajustar-se à mudança dos tempos, embora seja necessário um pouco disso, mas descobrir o propósito inerente do homem. Uma vez vivendo numa sociedade confusa, o conhecimento do que significa ser um homem de verdade não pode ser adquirido observando-se a cultura em redor. Os machos precisam de uma compreensão de si mesmos que seja estabelecida em bases influenciadas por traços sociais - resumindo, na imagem de alguém diferente deles mesmos. Onde devemos buscar essas respostas? Um dos temas que vamos voltar vez por outra neste livro é que o pro­ pósito de alguma coisa que possa ser encontrada somente na mente de seu Criador. Os homens, portanto, precisam de uma identidade dada por Deus se quiserem cumprir seus verdadeiros propósitos. Devemos aprender o que Deus originalmente desejava para eles. Para isso, precisamos voltar e redescobrir o plano original do Criador tanto para os homens quanto para as mulheres. Mais uma vez, devemos compreender que quando os homens são ignorantes de sua verdadeira identidade, isso afeta não somente seu próprio chamado e realização, mas também da família deles e da sociedade como um todo. Isso acontece porque Deus deu ao homem uma influência singular de liderança. Aonde vai o homem, vai a família, vai a sociedade e o mundo. Creio que se não lidarmos còm essa crise de identidade masculina, toda a nossa geração estará comprometida. Não há como escapar desse fato. A resposta para os homens do século 21, portanto, é:
  • 33. EnEENDENDO O PROPÓSITOE O PODER DOS HOMENS • 3 3 • Definir seu valor baseado no propósito de Deus, em vez de nos pa­ péis da sociedade. • Aprender a visão de Deus para sua vida. • Continuar a viver na verdade do propósito da criação do homem. Se os machos entenderem o propósito e as responsabilidades que Deus lhes deu como verdadeiro projeto de seu relacionamento com as mulheres, eles podem ser livres para cumprir seu destino e potencial. Podem ser os ho­ mens que foram criados para ser. Se você for homem, não precisa estar confuso com sua identidade e seu lugar na vida, a despeito dos sinais conflituosos que a sociedade freqüen- temente manda para você. Você terá uma nova visão e direção ao redescobrir os propósitos de Deus tanto para machos quanto para fêmeas. Mediante esse conhecimento, os homens poderão ser e fazer mais que jamais imaginaram, e as mulheres poderão ganhar uma nova compreensão e apreciação para os homens enquanto os capacitam para cumprir seu chamado. O que é um “homem de verdade?” Alguém que conhece a realidade de quem ele é e que vive nessa realidade. Esse conhecimento começa com a compreensão do significado de ter sido propositalmente criado por Deus. P r in c íp io s 1 - Os machos tradicionalmente definiram sua masculinidade a partir dos seus papéis. 2 - Historicamente, homens e mulheres tinham estabelecido papéis que não se sobrepunham. 3 - Os relacionamentos entre homens e mulheres estão diferentes agora que já não mais dependemos uns dos outros para segurança e proteção. 4 - Os homens estão em crise de identidade e propósito. 5 - Confusão de propósitos pode incapacitar e até destruir a vida de uma pessoa. 6 - Se um homem associar sua identidade ao seu papel, quando os papéis mudarem, ele perde a base de sua masculinidade. 7 - A identidade de um homem é encontrada em seu propósito e não em seus papéis. 8 - Os homens fundamentados no propósito transcendem a cultura e a tradição.
  • 34. 34 • M YI£SMun roe 9 - O conhecimento do que significa ser um homem de verdade não pode ser adquirido pela observação da confusa cultura que nos cerca. 10 - O propósito de alguma coisa somente será encontrado na mente de seu criador. 11 - Os homens precisam de uma identidade dada por Deus para que possam cumprir seu verdadeiro propósito. 12 - Quando os homens ignoram sua verdadeira identidade, isso afeta não somente seu chamado e sua realização, mas também a própria família e a sociedade como um todo. 13 - Um verdadeiro homem é alguém que conhece a realidade de quem é e vive nessa realidade.
  • 35. OS SETE PRINCÍPIOS DO PROPÓSITO O propósito de Deus é a chave para nossa realização. D eus deseja que todo homem encontre seu propósito e consiga reali- zá-lo. Se um homem quiser saber quem ele é, a fim de viver comple­ tamente dentro dessa realidade, deve primeiro entender os princípios do propósito de Deus. Ele deve aprender essas âncoras para viver pela Palavra de Deus. De outra forma, vai cair na armadilha da confusão - onde muitos de nós estamos agora. Provérbios 19:21 é uma passagem fundamental para se compreender a vontade de Deus. “Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do Senhor.” Essa é uma verdade crucial que nos diz que podemos planejar o que quisermos na vida, mas se esses planos não fo­ rem de acordo com os propósitos para os quais Deus nos criou, então nossos planos serão vãos. Não estaremos vivendo nosso potencial pleno e estaremos incompletos. Podemos até perseguir alvos e nos envolver em práticas que nos sejam prejudiciais. Temos apenas uma vida e devemos fazer com que ela valha a pena se quisermos algum dia cumprir nosso propósito. C o m o v o c ê e s t á u s a n d o s u a v i d a ? Que valores você estabelece em sua vida? Você sabia que uma das coi­ sas mais perigosas da vida é perder tempo? É dito que o tempo é um bem que você jamais será capaz de recuperar. Se você perdeu tempo, ele se foi para sempre. O que você já viveu jamais poderá voltar. Assim, o melhor que se tem Entendendo o propósito e o poder dos homens • 3 5
  • 36. 36 • M y i e s M u n r o e a fazer é usá-lo de modo que traga os melhores resultados. A melhor maneira — a única maneira de usar o tempo de forma eficaz é fazer o que você deve fazer quando deve fazer. Eficácia não significa apenas fazer boas coisas, mas fazer as coisas corretamente. B o m v e r s u s m e l h o r Seria terrível estar ocupado com as coisas erradas durante a vida in­ teira. Não seria terrível levar a sério, comprometer-se e ser fiel com a coisa errada? E possível fazer o que é bom, mas não o que é certo. O que quero dizer é que é possível fazer boas coisas, mas não as melhores baseadas na vontade e propósitos de Deus para você. Uma das maiores armas do diabo contra minha vida foi conseguir manter-me fazendo coisas que são boas, mas que não são as mais corretas nem as melhores para mim. Deus nos criou individualmente com um propósito. Esse propósito é o que é certo para nós. Suponhamos que Jesus tivesse se tornado um sa­ cerdote no Sinédrio, o mais alto conselho e tribunal Judaico. Isso seria algo bom. Suponhamos que Ele se tornasse um saduceu e tivesse sido um dos líderes da estrutura social da Judéia e Galiléia. Isso teria sido uma boa coisa. Suponhamos que Ele tivesse se tornado um assistente social, ajudando aos pobres, promovendo grandes cruzadas, alimentando as multidões todos os dias com pães e peixes. Isso não teria sido uma boa coisa? Claro! Suponha que Ele tivesse devotado cada hora na cura dos doentes e ressuscitando os mortos. Isso teria sido uma boa coisa, não seria? Mesmo assim, isso não teria sido a coisa certa para Ele. Houve um tempo em que Jesus começou a falar aos seus discípulos que Ele seria crucificado. Eles não queriam ouvir isso. “Então Pedro, cha- mando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Nunca Senhor; isso nunca te acontecerá.” (Mateus 16:22.) A reação dos discípulos ao propósito de Jesus foi: “Nós te repreendemos. Tira isso da cabeça, tu não vais mor­ rer!” Mas Jesus virou-se e os repreendeu por causa da perspectiva limitada que tinham. Ele disse a Pedro: “Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” (v.23 - ARA.) Jesus estava, essencialmente, dizendo: “Eu sei por que nasci. Eu conheço o propósito de minha vida. Não me distraiam com coisas que são meramente boas. Devo perseguir meus mais altos propósitos.”
  • 37. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 37 Uma das razões pelas quais Jesus conhecia seu propósito era porque Ele estava continuamente buscando a Deus e em constante comunicação com Ele. Esse é o padrão que de nós devemos seguir. Por quê? E perigoso viver sem Deus. Se você não conhecer a Deus, jamais saberá a razão para sua existência. E se você não souber a razão porque nasceu, pode viver toda a vida de forma errada. Eu não disse uma vida ruim. Há muita gente boa que ainda está atrás de rela­ cionamentos, carreiras e objetivos na vida que não são os melhores para eles. O que deve ser o foco de nossa preocupação é como viver com eficiência. O único meio de se viver uma vida cheia de significado é saber por que você nasceu. R e a l iz a n d o s e u p r o p ó s i t o Alguma vez seu carro novo quebrou no meio do trânsito? Você sai e dá um chute nos pneus. Você o amaldiçoou porque ele não cumpriu seu propó­ sito. Ele era novo e bem polido. Mas não estava funcionando. O que fez com que você se irritasse com o carro? Simples, o propósito do carro era transpor­ tá-lo, levá-lo de um lugar a outro, mas agora já não pode levá-lo a lugar algum. Não importa a bela aparência do carro, ela não era própria; o carro não estava cumprindo seu propósito. Muitos homens são como aquele carro. Estão parados no meio do trânsito e nem se dão conta disso. Passam sua vida fazendo coisas que parecem boas, mas não conhecem a Deus ou conhecem muito pouco sobre Ele e seus caminhos. Temos de compreender que boas obras não substituem a retidão. Conhe­ cer e cumprir os propósitos de Deus é a única maneira de saber o que é certo. Lembre-se de nosso verso fundamental: “Muitos propósitos há no coração do homem, porém o conselho do SENHOR permanecerá.” (Provérbios 19:21.) Uma das razões da importância desse verso é que muita gente pensa em fazer boas obras como que comprando uma passagem para o céu. E muito perigoso tentar subornar a Deus. Deus não se impressiona com todas as coisas boas que fazemos. Ele espera que façamos aquilo que Ele nos manda em primeiro lugar. Descobrir nosso propósito nos habilita a parar de gastar nossa vida e come­ çar a cumprir nosso potencial. No entanto, devemos tomar cuidado para não nos desviar no caminho. A melhor maneira de destruir alguém é distraindo alguém de seu verdadeiro propósito na vida. Às vezes, as pessoas farão isso sem intenção, como vimos no caso de Pedro e Jesus. No entanto, intencionalmente ou não, de­ vemos aprender a permanecer firmes no propósito para o qual fomos criados.
  • 38. 38 • MyíesMunroe P e r m a n e c e n d o f ir m e s n o p r o p ó s i t o Neemias cumpriu um importante propósito na vida, mas poderia ter sido persuadido a desviar-se. Ele estava no exílio servindo como copeiro do rei da Pérsia quando ouviu que a cidade de Jerusalém ainda estava em ruínas. Ele ficou perturbado com essas notícias e se determinou: “Tenho de consertar aquela cidade.” Assim, ele orou e obteve permissão do rei para reconstruir os muros de Jerusalém. O favor de Deus estava nos planos dele porque este era o propósito pelo qual ele foi criado. Com a ajuda dos remanascentes Judeus, ele começou a reconstruir o muro de Jerusalém. Porém, alguns homens da vizinhança não gostaram do que Neemias estava fazendo e tentaram impedi-lo. Eles o caluniaram e ridicularizaram, mas ele se manteve no trabalho. Eles conspiraram para matá-lo, mas ele distribuiu armas para alguns homens e frustrou a tentativa. Eles tentaram amedrontá-lo e fazê-lo fugir para salvar a própria vida. Uma de suas tentativas é muito efi­ ciente para desviar as pessoas. Eles disseram: “Venha, vamos discutir juntos o que você está fazendo. Talvez possamos ajudá-lo.” (Veja Neemias 1—6.) Novamente, a melhor maneira de se evitar que um homem realize al­ guma coisa é fazer com que ele faça uma boa coisa, como uma reunião, por exemplo, em vez de fazer o que deveria. Mesmo assim, Neemias não se deixou enrolar. Ele lhes disse: “Por isso enviei-lhes mensageiros com essa resposta: Estou executando um grande projeto e não posso descer; por que parar a obra, para ir-me encontrar com vocês?” (Neemias 6:3.) R e f o r c e s e u p r o p ó s i t o Não consigo enfatizar com a força necessária o fato de que conhecer seu propósito seja o fator primordial do curso da vida. Todos os jovens chegam a um momento quando deixam a infância e começam a entrar na vida adulta. Esse período é chamado de adolescência. É o período em que os jovens tentam descobrir quem e por que são o que são. Esse, freqüentemente é o tempo em que os perdemos ou os ganhamos - nós os perdemos para um estilo de vida destrutivo e uma vida desperdiçada, ou os ganhamos para uma vida cheia de significado e muito positiva. O propósito, portanto, é a chave para uma vida cheia de eficiência e felicidade.
  • 39. ENTENDENDO O PROPÓSITO E 0 PODER DOS HOMENS • 39 Será que Jesus teve algum problema na adolescência? A resposta é muito simples, não! Por quê? Seu propósito foi reforçado desde o nascimento. Seus pais terrenos já sabiam por que Ele estava nascendo. De alguma forma creio que Deus amaria o fato de todos os pais o conhecerem tão bem que pu­ dessem conhecer de antemão o propósito da vida de seus filhos. O anjo do Senhor disse a José: “Ela dará à luz um filho e você deverá dar-lhe o nome de Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (Mateus 1:21.) José compartilhou essa mensagem com Maria. Quando Jesus nasceu, Maria podia falar com Ele sobre seu propósito. Mesmo que naquela época ela não entendesse completamente as implicações de seu nome, ela podia dizer a Ele: “Tu serás um Salvador.” O significado hebraico do nome de Jesus é “Jeová é Salvador”, ou “O Senhor é a salvação”. Essencialmente, o nome de Jesus quer dizer “Salvador”. Quando Ele era menino, seus amigos diziam para ele: “Salvador, vamos lá brincar um pouquinho!” Seus pais o chamavam: “Salvador, entra e vem jantar!” Quan­ do Jesus chegava em algum lugar as pessoas diziam: “E você Jesus? Como vai hoje, Salvador?” Toda sua vida, Ele ouviu aquele nome. Mas não era apenas um nome, era a sua razão de ser. Jesus cresceu com seu propósito em sua mente. Quando Jesus tinha doze anos, Ele foi a Jerusalém com seus pais para celebrar a Festa da Páscoa. Quando a festa acabou, seus pais voltaram para casa pensando que Jesus estivesse nos enormes grupos de parentes e amigos que viajavam com eles. Quando não o encontraram voltaram para Jerusalém e finalmente o acharam nos átrios do Templo. Eles disseram: “Por que você nos deixou, filho? Por que fez isso com a gente?” (Veja Lucas 2:48.) Sua resposta foi muito poderosa. Aos doze anos de idade Ele foi capaz de dizer para seus pais: “Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?”(v.49.) Quantos anos você tem? Você ainda questiona sobre sua vida? Ainda se pergunta que tipo de atividade seu Pai está realizando e que papel você deve desempenhar nessa atividade? Você continua ‘mudando de curso’ na vida a cada três anos? Você acha que não vai conseguir se formar na faculdade de Deus para trabalhar em sua obra no mundo? Você já tem 50 anos e ainda aguarda uma transferência de serviço?
  • 40. 40 • MylesMunroe Eu sei que não é fácil dar uma boa olhada em si mesmo, mas é neces­ sário, se você quiser descobrir o verdadeiro propósito da vida. Se você se ocupará fazendo um trabalho significativo quando descobrir por que está aqui. Aos doze anos de idade, Jesus já se ocupava com seu propó­ sito. Não é uma forma empolgante de viver? Não desista de ter uma vida cheia de propósito, não importa sua idade. Ocupe-se com a coisa certa. P r i n c í p io s p a r a e n c o n t r a r s e u p r o p ó s i t o Como você pode descobrir o que é certo? Deus nos deu sete princípios de propósito para que sejamos bem sucedidos e tenhamos sucesso na vida. Es- creva-os numa folha de papel e coloque-os em seu espelho para que você os veja toda manhã quando se arrumar para o trabalho. Use-os como marcador da Bí­ blia para que você se lembre deles ao orar e ler a Palavra. Quando você entender esses princípios, será capaz de aprender e viver dentro de seu propósito: 1. Deus é um Deus de propósito. 2. Tudo foi criado por Deus com um propósito. 3. Nem todo propósito é conhecido por nós, porque perdemos nossa compreensão do plano original de Deus para nós. 4. Onde o propósito não é conhecido, o abuso é inevitável. 5. Para se descobrir o propósito de alguma coisa nunca pergunte à criação, mas sim ao Criador. 6. Encontramos nosso propósito somente na mente do Criador. 7. O propósito de Deus é a chave para nossa realização. 1. Deus é um Deus de propósito Deus é um Ser cheio de propósitos. Ele tem um propósito para tudo que criou. O propósito foi criado, antes mesmo da criação daquilo que pudes­ se realizá-lo. O que Ele planeja é intencional, significativo e com garantia de sucesso. Por toda a Bíblia esse tema é encontrado. Considere esses versos da Palavra: O SENHOR dos Exércitos jurou: certamente planejei, assim acontecerá, e como pensei, assim será. (Isaías 14:24.)
  • 41. Entendendo o propósito e o poder dos homens * 4 1 Mas os planos do SENHOR permanecem para sempre; os propósitos do seu coração, por todas as gerações. (Salmos 33:11.) Assim como a chuva e a neve descem dos céus, e não voltam para eles sem regarem a terra, e fazerem-na brotar florescer, para ela produzir semente para o semeador, e pão ao que come, assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que desejo e atingirá o propósito para a qual a enviei. (Isaías 55:10-11.) Os homens juram por alguém superior a si mesmos, e o juramento confirma o que foi dito, pondo fim a toda discussão. Querendo mostrar de forma bem clara a natureza imutável do seu propósito para com os herdeiros da promes­ sa, Deus o confirmou com juramento. (Hebreus 6:16-17.) Deus tem um propósito que Ele determina de antemão e então põe em prática. Isso inclui planos para a humanidade como um todo, tanto para ho­ mens quanto para mulheres, para que cumpram completamente seus planos. Para trazer isso a um nível pessoal, inclui-se planos para você e para mim. Deus nada faz por capricho ou sem saber qual será o resultado. As origens da humanidade são descritas no livro de Gênesis que signi­ fica “princípio”. No entanto, a criação que lemos em Gênesis não foi o ver­ dadeiro princípio. Eu chamaria Gênesis de “resultado final depois que Deus terminou seu processo de pensamento”. Quando Deus terminou de decidir o que queria fazer, então criou. Primeiro, predeterminou, predestinou ou deu um propósito a tudo, depois Ele fez a criação. Esse conceito é decisivo para nossa compreensão de propósito. Signifi­ ca que o Gênesis não foi o princípio de uma experiência sobrenatural com um resultado surpreendente. Gênesis foi o princípio da produção de algo certo. Assim, quando falamos do que ocorreu em Gênesis, estamos falando de algo que aconteceu depois que Deus terminou de pensar. Portanto, em Gênesis, estamos olhando para a iniciação do projeto, como gosto de chamar. Quem gosta de estudar administração sabe que o pla­ nejamento é um importante passo para o processo de construção. Ao chegar na fase de operacionalização tudo já deve estar desenhado na prancheta, todos os recursos físicos nos lugares e só então vamos começar. Isso é o Gênesis. Você começa a construir uma casa quando cava os alicerces? Não, você começa quando a idéia é concebida. Isso significa que a casa terminada ainda está invisível. As pessoas passam pela propriedade e não a vêem. No entanto, para
  • 42. 4 2 * M yles M unroe você que entende e sabe o que vai ocorrer, ela já está terminada. Cavar os alicer­ ces é o princípio da implementação do propósito. Assim, ao cavar os alicerces, quando alguém lhe perguntar: “O que você está fazendo?”, sua resposta será de­ finida. Você mostrará a planta do engenheiro e dirá: “Estou construindo isto.” Deus me revelou isso de forma bem visual. Havia uma rua perto de onde eu morava chamada rua Shirley, na qual havia um estacionamento. Um dia, ao dirigir naquela rua, vi uma grande placa com uma linda imagem de um edifício. No local não existia nenhum edifício ainda, mas havia uma grande placa junto com o nome do prédio. Ela mostrava o cenário, a cor do prédio, as janelas e tudo mais. Era uma imagem detalhada do edifício depois de pronto e completo. A placa dizia: “Em breve neste local.” Ao passar por aquele local, senti que o Espírito Santo me dizia: “Você viu isso?” Eu disse: “Vi o quê?” Ele disse: “Você viu o acabamento?” Se tinha visto o acabamento? Passei pelo correio e voltei o carro para dar uma olhada melhor naquela placa. Ele disse: “Lá está! O acabamento.” A construtora estava mostrando o final de seu propósito. Ter visão significa ver alguma coisa antes que ela exista de fato como se já estivesse ali. A empresa tinha uma visão para seu prédio. Da mesma forma, Deus em sua sabedoria não conjectura seus planos para nós - nem para a humanidade como um todo e nem para nós como indivíduos. Deus já decidiu sobre seu propósito e a imagem já está pronta em sua prancheta e é sua visão para nós e não uma reflexão posterior. Em Gênesis 1, lemos como Ele começou a cavar os alicerces da humanidade.Voltaremos a esse tema no capí­ tulo 4 porque é essencial compreender a natureza e propósito do homem. O que precisamos entender nesse ponto é que quando Deus criou o homem e a mulher, Ele já havia predeterminado o que o homem e a mulher deveríam ser e fazer. Eles não são experiências de Deus. Juntos, formam um projeto social intencional com um propósito predeterminado. 2. Deus criou tudo com um propósito Deus criou tudo com um propósito em mente e o criou com a habi­ lidade de cumprir seu propósito. O porquê determina a razão da criação. O propósito da coisa determina sua natureza, seu desenho e suas feições. Você não cria nada a não ser que saiba o que quer e por que quer isso. Você jamais encontrará um construtor começando um projeto na planta espe­ rando que a partir daí ela se transforme em algo útil. Seu propósito e desenho
  • 43. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 43 devem estar prontos antes do início das obras. Por exemplo, se um fabricante decidir que ele quer desenvolver um equipamento que possa tanto gravar fotos numa fita magnética quanto exibi-las como replay num programa de TV, então ele já criou um produto - uma vídeo-câmera, mas ele a projetou primei­ ro. Além disso, tudo na vídeo-câmera é necessário para seu funcionamento adequado. Se você pudesse dar uma olhada para dentro da câmera veria coisas que não sabia que estavam lá e nem sabe para que servem. Mesmo assim, nada ali está apenas de enfeite. Para falar a verdade, até por causa do preço, é melhor que não haja nada somente de enfeite. Gostaria de lhe dar uma outra ilustração que ainda lhe é mais familiar - seu dedão do pé! Você sabia que se seu dedão fosse cortado, você perdería o equi­ líbrio e cairía? Talvez você nunca tenha pensado no dedão pé até o dia em que deu uma topada. Nessa hora, parece que ele só dá trabalho, mas é ele que o mantém de pé para seguir em frente. Seu dedão não está aí de enfeite, graças a Deus pelos dedões! Há um propósito também para as unhas. Algumas pessoas sabem muito bem o quanto elas são importantes porque já perderam uma delas em um aciden­ te. Suas unhas estão aí para proteger a pele sensível de seus dedos. Uma vez que Deus criou tudo com um propósito, se quiserem conhecer a verdadeira razão de sua existência, tanto homens quanto mulheres precisam ir até Ele. Se eles tentarem mudar os planos de Deus ou lutar contra eles, na verdade, estarão lutando contra si mesmos, porque estão lutando a própria natureza deles, a própria constituição de cada um, o melhor desempenho de­ les baseado no projeto do Construtor. Além disso, pelo fato de Deus ser amor, seus planos englobam o que é melhor para nós. Portanto, eles também esta­ riam lutando contra o melhor que há dentro deles. O propósito de Deus requer dois gêneros trabalhando juntos em coo­ peração para realizar uma visão mútua. Adequadamente, homens e mulheres têm projetos físicos complementares que os capacita a cumprir o propósito de Deus juntos. 3. Nem todo propósito é conhecido por nós Embora tudo e todos tenham um propósito na Terra, isso não quer dizer que nós estejamos conscientes desse propósito. Quando o ser humano, como raça, virou as costas para Deus e seus caminhos, como vimos em Gêne­ sis 3, o homem acabou perdendo seu conhecimento da intenção de Deus para ele mesmo e para o mundo.
  • 44. 4 4 • M y iesM unroe Rejeitar Deus é como comprar um sofisticado e complexo equipa­ mento e depois jogar fora o manual de instruções. Se você conseguir que algo funcione nessas condições será por pura sorte. O mais provável é que o aparelho jamais funcione apropriadamente e também que você perca muitas características e funções que ele tem a oferecer. Ele nunca desempenhará com­ pletamente a sua finalidade. Da mesma forma, a humanidade não tem respeitado o fato de ser criação de Deus e que as orientações dele para a vida foram estabelecidas para uma razão específica e que, se esse propósito for abandonado, homens e mulheres jamais funcionarão apropriadamente como seres humanos. Essa é uma situação muito perigosa para se estar, porque ela leva direto para o próximo princípio. 4. Onde o propósito náo é conhecido, o abuso é inevitável. Quando o propósito não é conhecido, o abuso é inevitável. Suponha­ mos que eu fosse Henry Ford. Vou acoplar um motor a uma carruagem e construir um produto chamado automóvel. Eu conheço o propósito antes de construir esse veículo. Ele permitirá que as pessoas se locomovam mais rápido em terra. Agora, suponha que você decida, “quero usar meu automóvel como um barco” e o dirija até um monte e se jogue dentro d’água. O que vai acon­ tecer? Você provavelmente vai se afogar e o carro ficará totalmente estragado. Por quê? O carro foi construído com um objetivo específico e se não for usado com esse objetivo provavelmente ficará danificado no processo. Precisamos evitar dirigir nos despenhadeiros da vida, compreendendo e cumprindo nosso propósito como seres humanos. Aqui temos outro aspecto desse princípio: a penalidade de se beber veneno é morte por envenamento. Você não precisa que Deus o mate depois de beber veneno. O que isso significa para nós é que Deus nem precisa fazer nada para nos julgar por estarmos abusando de nossa vida. Nós mesmos nos julgamos recebendo as conseqüências de nossa participação em práticas no­ civas baseadas em nossa determinação de viver de acordo com nosso próprio conhecimento desprezando o conhecimento de Deus. Conseqüentemente, somos vítimas de nossas próprias decisões e não do julgamento de Deus. Esses exemplos demonstram que se você não sabe o propósito de al­ guma coisa poderá usá-la mal ou abusar dela. E por isso que é possível estar sinceramente errado. E possível estar fielmente errado. E possível estar errado
  • 45. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 45 com muita seriedade. Você pode ser sincero, mas estar errado porque você não sabe o propósito da coisa que com que está envolvido. Esse princípio perma­ nece verdadeiro para tudo, incluindo as pessoas. Muitas pessoas vão seriamente para o casamento. Eles vão à igreja, ficam diante do altar e dizem ao futuro cônjuge: “Eu te amarei até morrer.” Com muita seriedade isso é dito, mas em três meses eles “morrem”. Pelo menos o amor morre. Então a família e os amigos tentam entender o que aconteceu. O casamento fracassou porque eles não entenderam o propósito do casamento, o propósito de um companheiro ou de uma família. Por não entenderem essas coisas, abusaram da união. As pessoas abusam das coisas apenas porque não conhecem seus propósi­ tos - ou não levam em consideração esses propósitos. Quando homens e mulhe­ res não conhecem as intenções divinas, acabam abusando um do outro, mesmo sem querer. Se os homens quiserem resolver sua crise de identidade e cumprir seu papel de homens, maridos e pais, devem descobrir os planos de Deus para eles. De outra forma, vão magoar quem estiver por perto, mesmo sem querer. 5. Para descobrir o propósito, nunca pergunte à criação; PER G U N TEA OCRIAD O R. Se você quiser saber o propósito de alguma coisa não pergunte à pró­ pria criação. Por quê? Porque ela não se construiu nem se projetou, tampouco se planejou. Somente o construtor sabe como e por que funciona seu produto; ninguém mais. E por isso que ele pode estabelecer um relacionamento pleno com seu produto. E por isso que Ele pode pleitear um perfeito relacionamento com seu produto. Portanto, se você vai usar algo, a primeira pergunta a ser feita é: “quem fez isso?” Se comprar uma determinada marca de violão, precisará consultar o fabricante daquele violão em particular. Por isso a empresa envia um manual de instruções junto com o instrumento. Esse manual vai lhe informar sobre como usar o violão baseado no propósito dele. Você não o usa como um remo num barco nem para jogar baseball. Em outras palavras, o fabricante mandou um manual para protegê-lo de usar mal o produto e para aproveitar o máximo de seu instrumento. O ponto é este: entender como funcionamos como seres humanos. Como homens e mulheres, precisamos ir até ao manual que nos foi dado pelo Projetista e Construtor que nos criou. A Bíblia. Deus sabia exatamente o que
  • 46. 46 • M w fsMu n r o e queria quando pensou no homem. Lembre-se de que Ele criou tanto homens quanto mulheres depois de ter decidido o que cada um deveria fazer para cumprir os propósitos e os planos dele, e que Ele os projetou adequadamente a isso. Isso significa que Ele é o único que sabe como a humanidade deve funcionar. Se você tem dúvidas sobre a razão de estar aqui, deve consultar o manual. Se você não sabe o propósito de alguma coisa, tudo que você é capaz de fazer é tentar. Todo mundo que não conhece seu propósito está meramente fazendo experiências com a vida. Gostaria de usar o casamento como exemplo de novo. Você sabe o que a maioria dos casamentos é hoje? Grandes tentativas. “Não sei bem para o que serve uma esposa, mas já estou na idade e para me casar, então conseguirei uma.” Você se casa porque já tem 25 anos. Tudo bem, e daí? Você sabe o que é isso? “Não, mas me parece bom.” Para que serve uma esposa? “Hei, cara, é para fazer sexo e limpar a cozinha.” Essa é uma grande experiência. Mas adivinha? Depois de três semanas você vai descobrir que ela não concorda com sua defi­ nição. A experiência não está funcionando. Ela não está lavando a louça nem sendo um sacrifício vivo toda noite. Ela começa a cobrar coisas como o seu tem­ po, ela quer amor, afeição e atenção. Ela quer apreciação. “Hei, o negócio não incluía tudo isso.” Bem, meu amigo, casamento não é um lugar de tentativas. Novamente quando você não conhece o propósito de algo, você está fazendo tentativas. Isso é o que muita gente está fazendo com a vida, espe­ cialmente os jovens. Não sabem para o que serve a educação, então tratam a escola como uma tentativa. Eles matam aulas, vão para as festas e depois perdem o ano. Fazem experiências com o sexo e sua identidade sexual e de­ pois enfrentam todo tipo de problemas. Experimentam drogas e ferem seus corpos. Quando eu era menino, fui tentado a experimentar algumas coisas para conhecer a vida. Graças a Deus fui protegido de muitas daquelas coisas. Mas muitos dos jovens com os quais eu cresci não conseguiram escapar de suas experiências. As experiências falharam e muitos estão mortos. Outros contaminaram seus corpos e naufragaram usando substâncias destrutivas. Não conheciam o propósito dos elementos que estavam usando. Gostaria de dizer aos jovens que estão lendo este livro. Se você quiser saber qual a razão de seu nascimento, não pergunte aos seus amigos, pois eles também estão tentando descobrir a razão de estarem aqui. Se quiser saber a
  • 47. Entendendo o propósito e o poder dos homens • 47 razão de sua existência, não pergunte a outro ser criado, pergunte ao Criador. Todos os outros estão tentando descobrir. O que temos feito esses anos todos é perguntar à criação por que ela existe. Pelo fato de o mundo não entender bem a razão da existência das coi­ sas, tudo isso funciona como um grande laboratório experimental. Parece que todos nós nos tornamos cientistas. Imaginamos ter tempo e inteligência para descobrir a razão de nossa existência através de experiências. Então percebe­ mos que a vida é curta e somos pesquisadores muito incapazes. A vida é preciosa demais para ser tratada como uma experiência. A única maneira de evitar o custo da tentativa e do erro é aprender o propósito de sua vida. Penso no trabalho de um mecânico. Se ele disser: “Puxa, de onde será essa peça? Deixe ver em que parte do motor ela se encaixa”, isso é expe­ riência! Ele não sabe o que o fabricante tinha em mente. Bem, se você não permite que um mecânico inexperiente trabalhe em seu carro, que dirá de sua vida? Nenhum professor universitário conhece tão bem as pessoas a ponto de escrever um livro definitivo sobre o que mais nos afeta. Nenhum psicólogo ou psiquiatra me conhece verdadeiramente. Deus escreveu um livro sobre seu produto e, esse produto sou eu. Diga a si mesmo: “sou um produto caro e não permitirei que ninguém faça experiências comi­ go.” E muito perigoso fazer experiências com esse produto precioso chamado vida. Portanto, se um homem quiser conhecer a razão de viver deve procurar em Deus e no Manual dele - não em outros homens. Se procurar em si mesmo ou nos outros, viajará num curso perigoso e pouco confiável durante sua vida. 6. Somente encontraremos propósito na mente do nosso Criador Se você se lembrar desse princípio durante toda a vida, estará seguro; antes de comprar qualquer coisa, saiba quem é o fabricante. Imediatamente você saberá o que estava na mente do fabricante. Se você comprar uma camisa na promoção, ao olhar na etiqueta e perceber quem a produziu, a tratará de forma diferente do que se fosse uma Pierre Cardin, a camisa da promoção você joga na cadeira, mas uma camisa de marca, você arruma com cuidado no cabide do guarda-roupa. Precisamos entender a mente de nosso Criador. Como podemos fazê- lo? Aprendendo como Ele pensa. A única maneira de sermos bem-sucedidos é descobrir e viver dentro dos propósitos de nosso Criador, é passando por
  • 48. 4 8 • MyiesMunroe uma transformação do nosso modo de pensar sobre nós mesmos baseados nas intenções originais de Deus para nós. Isso acontece mediante a renovação da nossa mente. Portanto irmãos, rogo-lhes, pela misericórdia de Deus, que se ofereçam em sa­ crifício vivo, santo e agradável a Deus, este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1-2.) Os caminhos de Deus transformarão seu espírito, sua mente e sua apa­ rência. Quando você se apresenta a Deus para aprender com Ele, começa a entender o propósito dele. “A lei do SENHOR é perfeita, e revigora a alma; os testemunhos do SENHOR são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes.” (Salmos 19:7.) A melhor maneira para você encontrar o propósito é render sua vida ao Construtor. Você não deve achegar-se a Deus porque sua religião determi­ na, nem porque todo mundo faz. Você não deve achegar-se a Deus porque é bom fazer parte de uma igreja. Mas você deve achegar-se a Deus para saber como não desperdiçar sua vida. Ninguém sabe tão bem quanto Ele. Essa é a linha de chegada. Somos tão especiais para Deus que Ele enviou seu Filho para morrer por nós. Deve haver algo muito especial em cada um de nós para Deus desejar que aceitemos a Salvação e então possamos cumprir o propósito para o qual Ele nos deu vida. Precisamos buscá-lo com ardor para descobrir esse propó­ sito. “Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo coração”. (Jeremias 29:13.) Assim, o macho cumprirá seu propósito somente se buscar a mente de seu Criador de todo o coração. Quando os planos de Deus são revelados diante dele, sua vida fragmentada se torna uma peça só, e ele pode se tornar o homem que foi destinado a ser. 7. O propósito de Deus é a chave para nossa realização Você jamais estará plenamente satisfeito até que encontre seu propó­ sito e viva nele. Não poderá fazer o que deveria até que descubra o que é. E, se fizer o que não deve, jamais se realizará. Está perdendo tempo e abusando de sua vida. Pare agora.