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O meu amor
Era uma vez um cão. Um cão diferente, um cão especial. Oh esperem… Esse cão era eu!
Ouçam…
Desde que me lembro, sempre vivi num canil. Lá, nem o tratamento nem os companheiros
eram os melhores. Claro que eu também não ajudava… Achava-me esquisito. Tinha um
pelo áspero que parecia arame e tinha a sensação de que uma das minhas patas era mais
curta e grossa. Diferente. Talvez fosse por isso que me chamavam “patinhas” a rir. Um dia
fugi... Estava farto de ser gozado! Nunca tinha caminhado tanto sem destino. Estava a ficar
frio e a anoitecer. Parei e acabei por adormecer num bosque. Quando acordei, vi-me numa
casa, situada à beira de um lago, com uma senhora aparentemente simpática, mas eu
estava amarrado. Percebi, então, que a minha sorte não iria mudar. Aquela malvada
senhora (Não pensem mal de mim. Soube mais tarde que me amarrara, porque não gostava
de animais e que eu só ali ficara, porque o filho pedira…) tinha um filho que, ao contrário
da mãe, era bondoso e amável e tinha uns poderes especiais. Era o Gaitinha. Chamavamlhe assim, porque andava sempre com uma gaita no bolso. Então, ao ver-me tão triste,
soltou-me às escondidas daquela dona tão ”má” (pois, pois, quando me apanhava sozinho
estava sempre a ralhar comigo…), brincámos no jardim e eu fui refrescar-me no lago.
Entretanto, a mãe chegou e começou a atirar-me pedras para me expulsar do lago. Dizia
que eu lhe sujava a água! Eu fiquei tão assustado que acabei por fugir para o outro lado do
lago que ia dar à cidade.
Um dia, vindo não sei bem de onde, apareceu à minha frente o filho daquela “bruxa” que
me atirara as pedras. Vendo-me abandonado e triste, decidiu que me ia dar tudo aquilo a
que eu tinha direito! Foi uma alegria! Brincámos, comemos muito e demos montes de
gargalhadas. De repente, ao fim do dia, aquele maravilhoso menino transformou-se numa
pomba e levou-me para cima de um prédio. Lá ninguém nos incomodaria. Vimos o imenso
céu estrelado. Era lindo! Depois de tanta beleza, o menino contou-me que o lago por onde
fugi era mágico e que me ia curar a pata. Eu nem queria acreditar! Não acreditava em
magia. Afinal eu sempre andara a fugir das maldades! (Vocês percebem-me, não
percebem?) Mas, realmente, olhando par a minha pata, ela começava a melhorar. Já se
parecia com as outras. Descemos do telhado, despedimo-nos e lá continuei eu, a caminhar
sem rumo, até que encontrei um circo. Nunca tinha visto um! Estava cheio de curiosidade
e entrei para ver. Havia muitos animais, mas as pessoas não pareciam gostar muito deles.
Decidi ir embora. O circo não era sítio para mim.
Depois de horas e horas a andar sem destino, parei e aninhei-me. Estava estafado. Nesse
momento ouvi vozes. Mas vozes muito fininhas. Eram as minhas pulgas de estimação!
Sim, como imaginam, eu não tinha quem cuidasse de mim… Era o que chamam de rafeiro,
percebem? Deram-me uma ótima notícia. Elas ouviram dizer que havia um sítio onde os
animais como eu eram aceites. Fiquei tão contente que parti logo à procura desse paraíso!
Corri, caminhei, caminhei. Caminhei até que encontrei uma lebre um pouco diferente, tal
como eu. Então, tive logo a certeza que tinha chegado onde queria. A lebre era super
simpática e meteu logo conversa. Falámos durante imenso tempo e vi que tinha encontrado
uma verdadeira amizade. Completávamo-nos. Passados poucos dias, tornámo-nos
inseparáveis. Eu já quase esquecera todos os males que tinha vivido.
Percebi que mesmo quando temos problemas tudo pode mudar. Sobretudo quando temos
um amigo por perto! Alguém que nos aceita como somos. Comigo aconteceu. Tinha
encontrado o meu amor!
10º ano – Turma A

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O meu amor - Conto

  • 1. O meu amor Era uma vez um cão. Um cão diferente, um cão especial. Oh esperem… Esse cão era eu! Ouçam… Desde que me lembro, sempre vivi num canil. Lá, nem o tratamento nem os companheiros eram os melhores. Claro que eu também não ajudava… Achava-me esquisito. Tinha um pelo áspero que parecia arame e tinha a sensação de que uma das minhas patas era mais curta e grossa. Diferente. Talvez fosse por isso que me chamavam “patinhas” a rir. Um dia fugi... Estava farto de ser gozado! Nunca tinha caminhado tanto sem destino. Estava a ficar frio e a anoitecer. Parei e acabei por adormecer num bosque. Quando acordei, vi-me numa casa, situada à beira de um lago, com uma senhora aparentemente simpática, mas eu estava amarrado. Percebi, então, que a minha sorte não iria mudar. Aquela malvada senhora (Não pensem mal de mim. Soube mais tarde que me amarrara, porque não gostava de animais e que eu só ali ficara, porque o filho pedira…) tinha um filho que, ao contrário da mãe, era bondoso e amável e tinha uns poderes especiais. Era o Gaitinha. Chamavamlhe assim, porque andava sempre com uma gaita no bolso. Então, ao ver-me tão triste, soltou-me às escondidas daquela dona tão ”má” (pois, pois, quando me apanhava sozinho estava sempre a ralhar comigo…), brincámos no jardim e eu fui refrescar-me no lago. Entretanto, a mãe chegou e começou a atirar-me pedras para me expulsar do lago. Dizia que eu lhe sujava a água! Eu fiquei tão assustado que acabei por fugir para o outro lado do lago que ia dar à cidade. Um dia, vindo não sei bem de onde, apareceu à minha frente o filho daquela “bruxa” que me atirara as pedras. Vendo-me abandonado e triste, decidiu que me ia dar tudo aquilo a que eu tinha direito! Foi uma alegria! Brincámos, comemos muito e demos montes de gargalhadas. De repente, ao fim do dia, aquele maravilhoso menino transformou-se numa pomba e levou-me para cima de um prédio. Lá ninguém nos incomodaria. Vimos o imenso céu estrelado. Era lindo! Depois de tanta beleza, o menino contou-me que o lago por onde fugi era mágico e que me ia curar a pata. Eu nem queria acreditar! Não acreditava em magia. Afinal eu sempre andara a fugir das maldades! (Vocês percebem-me, não percebem?) Mas, realmente, olhando par a minha pata, ela começava a melhorar. Já se parecia com as outras. Descemos do telhado, despedimo-nos e lá continuei eu, a caminhar sem rumo, até que encontrei um circo. Nunca tinha visto um! Estava cheio de curiosidade e entrei para ver. Havia muitos animais, mas as pessoas não pareciam gostar muito deles. Decidi ir embora. O circo não era sítio para mim. Depois de horas e horas a andar sem destino, parei e aninhei-me. Estava estafado. Nesse momento ouvi vozes. Mas vozes muito fininhas. Eram as minhas pulgas de estimação!
  • 2. Sim, como imaginam, eu não tinha quem cuidasse de mim… Era o que chamam de rafeiro, percebem? Deram-me uma ótima notícia. Elas ouviram dizer que havia um sítio onde os animais como eu eram aceites. Fiquei tão contente que parti logo à procura desse paraíso! Corri, caminhei, caminhei. Caminhei até que encontrei uma lebre um pouco diferente, tal como eu. Então, tive logo a certeza que tinha chegado onde queria. A lebre era super simpática e meteu logo conversa. Falámos durante imenso tempo e vi que tinha encontrado uma verdadeira amizade. Completávamo-nos. Passados poucos dias, tornámo-nos inseparáveis. Eu já quase esquecera todos os males que tinha vivido. Percebi que mesmo quando temos problemas tudo pode mudar. Sobretudo quando temos um amigo por perto! Alguém que nos aceita como somos. Comigo aconteceu. Tinha encontrado o meu amor! 10º ano – Turma A