1. No primeiro bimestre, nós alunos do 4º ano, trabalhamos
com o gênero textual biografia. Aprendemos que cada pessoa
tem sua história biográfica, sua história de vida.
Nossa classe também faz parte do Projeto Memória Local
na Escola, onde por muitas vezes nossa professora leu diversos
livros. Num desses momentos de leitura, ela trouxe o livro
chamado “Autobiografia de um bichorro”, foi muita emoção e
tristeza, mas com final feliz!
A partir daí fizemos uma votação e decidimos que o
nosso livro virtual seria a reescrita desta história maravilhosa.
3. Dedicatória
Dedicamos este livro a nossa amiga
Heloisa, pois durante a construção do
livro, a sua cachorrinha Amy foi para o céu
dos bichos.
4. Olá, meu nome é Hermes. Tenho quase quatro anos.
Nasci num beco entre latas de lixo e panos sujos, um lugar frio e
escuro.
A primeira coisa que eu vi ao nascer foram peitinhos inchados de
minha mamãe. A segunda meus cinco irmãozinhos gulosos que
disputavam esses peitinhos comigo.
Eu era peludo e negro. Diferente dos meus irmãos.
Sempre comia bastante, mas era o mais magro da família.
5. Um dia chovia muito e nós estávamos
numa garagem. Mamãe tinha ido procurar
comida.
Apareceu uma moça com jeito de bondosa e
olhou para nós. Meus irmãos saíram correndo,
menos eu. Então, ela me pegou no colo, viu
como era magro e me levou embora.
6. A moça me levou para sua casa.
Deu-me leite, cuidou dos meus pelos
pretos e longos e me pôs para dormir numa
almofada vermelha. Dormi muito, não sei
quanto tempo.
Estava escuro quando uma menina rosada,
de cabelos escuros, me acordou.
Era minha dona, muito carinhosa.
7. As vezes sentia saudade das ruas, das travessuras, da minha
família.
Sei que fui adotado e se isso significava almofada vermelha, água
limpinha, comida, amor e carinho, então eu adorava ser adotivo.
Já quebrei umas coisinhas da minha dona, mas sem importância.
Eu era muito agitado, depois fui castrado e fiquei mais calmo.
8. Ocorreram muitas coisas, a mais importante foi a descoberta de
outra raça: os cães.
Todos avisaram que gatos e cães eram inimigos mortais. Sempre
fugi deles.
Mas na minha casa nova tinha um cão, o Platão. Por ser muito
distraído nem notou que eu era um gato. Nós nunca brigávamos, ao
contrário, éramos amigos e ele me ensinou muitas coisas.
9. Uma vez a empregada esqueceu-me do lado de fora do apartamento.
Esperei que abrisse a porta, mas ela nem notou. Quando perceberam eu
já estava longe.
Passei a pior noite da minha vida, com fome, frio e quebrado depois de
dormir em cima de uma árvore.
Andei, andei e não reconheci o lugar onde estava. Fiquei diferente,
sujo, machucado, magro, com olheiras e com meu pelo sem brilho.
10. Até que um dia, por milagre, ouvi a voz da minha dona. O detalhe que me
salvou foi a ponta do meu rabo que era quebrada. Que bom voltar para o meu lar!
Quem mais ficou feliz com a minha volta foi meu amigo Platão.
Eu tinha virado um gato doméstico, cada vez mais preguiçoso, gordo e
dengoso.
Gostava cada vez mais da companhia de Platão, entendia seus latidos e gestos.
11. Meu amigão estava ficando velho tinha 14 anos de idade. Aos poucos foi
ficando surdo, eu falava e ele não me ouvia. Começou a tropeçar nos móveis,
estava ficando cego.
Um dia sem eu esperar ele foi levado para o sítio. Disseram que lá ele
estaria melhor. Mas e eu, ficaria sozinho?
A solidão foi grande. Os dias eram compridos e chatos.
Que falta meu amigo fazia!
12. Passei a ter comportamentos esquisitos. Em vez de me lamber, passei a me coçar.
Ao ouvir a campainha tocar, saia correndo e esperava que abrissem a porta. Percebi
que andava com costumes de cachorro!
Quando chegou o feriado eu e minha família viajamos para o sítio. Naquele
momento meu coração pulava de alegria, iria rever Platão!
13. Chegando lá pulei do carro e sentindo seu
cheiro corri ao seu encontro. Meu amigão abriu os
olhos, latiu baixinho e dormiu.
Ele sentia dores e tomava remédio.
Passamos o fim de semana juntinhos um do
outro.
Na volta, tentei me esconder, mas não deu
certo.
Partimos, eu sabia que nunca mais iria rever
Platão.
14. Meu amigão morreu
na semana seguinte e eu
soube da sua morte antes
dos outros.
Um dia antes tive um
lindo sonho. Sonhei com
a gente brincando, felizes
e alegres. Platão pediu
para eu cuidar de todos e
me proibiu de chorar.
15. Num belo dia, ocorreu um fato estranho. Vi a família correndo de um lado ao
outro, estavam nervosos. Ouvi um choro. O que era aquilo?
Não acreditei quando vi. Parecia um filhotinho de cachorro. Só entendi
quando minha mãe adotiva falou:
_ A mãe desta cachorrinha foi atropelada. Vamos cuidar e rezar para que ela
sobreviva. Seu nome será Laila.
Então, ganhei uma irmã.
16. Minha irmãzinha sobreviveu e está muito bagunceira. Morde os pés dos
móveis, puxa toalhas e faz xixi fora do jornal.
Nós dormimos na almofada vermelha e cuido bem dela.
Laila me ensinou a rolar. Cada dia que passa eu amo mais minha vida. Já até
olho para minha família com olhar quase canino.
Bom, estou cada vez mais bichorro, meio bichano, meio cachorro.
17. Andiara Lima Ribas
Andressa Lavezzo da Costa
Beatriz Fanger Samolin
Bruno Antônio da Silva Gonçalves
Carolaine Almeida da Silva
Claudio Antônio Lamão
Daniel Moraes Leite
Gabriel Lucena Paixão
Giovani Roberto Pecht
Gustavo Ferreira de Campos Alves
Gustavo Rocha Oliveira
Heloisa Varjão de Lima
Inae Gabriele Debernardini
Italo Moreira Ramos
John Lenon Leão Silva
Jonathan Maurício Ferreira Silva
Joyce Abrantes Gomes Reis
Júlia Dias de Oliveira
Karen Mayumi Hashimoto
Laurenline Evangelista Correia
Leticia dos Santos Octaviano
Miguel Ferraz Sanches
Rafael Aparecido Apolinário Dias
Raina Reis Freire
Renan Mateus Farias dos Santos
Ryan Rodrigues de Souza
Tamires Ribeiro de Godoi
Vitor Augusto Casagrande Santana
Yasmim Silva Ming
Profª Rosimeire de Andrade