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A luta da descriminalização do aborto encontra várias resistências. O direi-
to ao aborto é reconhecido na lei brasileira em duas circunstâncias: quando
a gravidez resulta de um estupro ou coloca a vida da mulher em risco – mas
não possui a mesma unanimidade que o tema do combate à violência con-
tra a mulher conquistou na sociedade. Trata-se de um assunto delicado, em
que posições morais a respeito dos “direitos do feto” dividem as opiniões
das pessoas na luta pela emancipação feminina e envolve um grande debate
na sociedade brasileira como um todo. Recentemente o debate tem sido
acirrado pela questão da pesquisa com células-tronco.
A posição dos movimentos feministas tem sido contra a abordagem moral
e criminalizante dada à questão do aborto. A proposta é incluir o tema na
agenda dos direitos sociais, sexuais e reprodutivos com uma abordagem
focada na saúde pública.
Abaixo há um resumo sobre a legalidade do aborto no mundo1
:
América Latina
Colômbia: O aborto é permitido em casos de má-formação do feto, estu-
pro (violação), incesto e quando há risco para a saúde da mãe.
A posição dos
movimentos
feministas tem
sido contra a
abordagem
moral e
criminalizante
dada à questão
do aborto.
1. Fonte: Center for Reproductive Rights (http://www.reproductiverights.org)
O debate em torno do aborto
. 87
Europa
Inglaterra (Reino Unido): O aborto é permitido até as 24 semanas por razões econômicas,
sociais e médicas. Após as 24 semanas, é permitido em caso de risco grave para a saúde da mãe
e má-formação do feto.
França: É permitido até 12 semanas por razões sociais e econômicas, permitido após 12 se-
manas em caso de risco de vida para a mulher ou má-formação do feto. O sistema social de
saúde cobre os gastos da interrupção voluntária da gravidez.
Itália: Permitido até os 90 dias por motivos sociais, condições econômicas ou circunstâncias
familiares, e é permitido em qualquer momento da gravidez se colocar em risco a vida e a
saúde da mulher, ou em caso de estupro.
Portugal: O aborto é permitido até 10 semanas de gestação, por motivos sociais e econômicos
e desde que obedeça a uma série de critérios.
Espanha: É permitido até 12 semanas em caso de estupros. Permitido depois das 22 semanas
por má-formação do feto. Permitido em que qualquer momento da gravidez desde que esteja
em risco a saúde e a vida da mulher.
América do Norte
Estados Unidos: Aborto legalizado desde a década de 1970, com exceção do estado de Dakota
do Sul.
Uma grande conquista dos movimentos feministas no Brasil foi a criação, em 2004, da Comis-
são Tripartite – Executivo, Legislativo e Sociedade Civil, feita através da Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres, que teve como função elaborar uma proposta para“Revisar a legis-
lação punitiva que trata da interrupção voluntária da gravidez”, uma prioridade apontada pela
Iª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, sendo desta forma também prioridade
no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
O Ministério da Saúde, por sua vez, vem fomentando o debate com a sociedade acerca da in-
terrupção voluntária da gravidez, tratando o problema como uma questão de saúde pública,
já que os números da mortalidade materna causada pelo abortamento realizado de forma
clandestina são muito altos, sendo expressivo também o número de internações no SUS por
causa do abortamento inseguro. Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde tem criado meca-
nismos que garantem um atendimento humanizado para as mulheres que optam pela prática
do aborto nos casos previstos por lei, e promove o acesso às mulheres de informações sobre
planejamento familiar e métodos contraceptivos.

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O debate em torno do aborto.

  • 1. . 86 - A luta da descriminalização do aborto encontra várias resistências. O direi- to ao aborto é reconhecido na lei brasileira em duas circunstâncias: quando a gravidez resulta de um estupro ou coloca a vida da mulher em risco – mas não possui a mesma unanimidade que o tema do combate à violência con- tra a mulher conquistou na sociedade. Trata-se de um assunto delicado, em que posições morais a respeito dos “direitos do feto” dividem as opiniões das pessoas na luta pela emancipação feminina e envolve um grande debate na sociedade brasileira como um todo. Recentemente o debate tem sido acirrado pela questão da pesquisa com células-tronco. A posição dos movimentos feministas tem sido contra a abordagem moral e criminalizante dada à questão do aborto. A proposta é incluir o tema na agenda dos direitos sociais, sexuais e reprodutivos com uma abordagem focada na saúde pública. Abaixo há um resumo sobre a legalidade do aborto no mundo1 : América Latina Colômbia: O aborto é permitido em casos de má-formação do feto, estu- pro (violação), incesto e quando há risco para a saúde da mãe. A posição dos movimentos feministas tem sido contra a abordagem moral e criminalizante dada à questão do aborto. 1. Fonte: Center for Reproductive Rights (http://www.reproductiverights.org) O debate em torno do aborto
  • 2. . 87 Europa Inglaterra (Reino Unido): O aborto é permitido até as 24 semanas por razões econômicas, sociais e médicas. Após as 24 semanas, é permitido em caso de risco grave para a saúde da mãe e má-formação do feto. França: É permitido até 12 semanas por razões sociais e econômicas, permitido após 12 se- manas em caso de risco de vida para a mulher ou má-formação do feto. O sistema social de saúde cobre os gastos da interrupção voluntária da gravidez. Itália: Permitido até os 90 dias por motivos sociais, condições econômicas ou circunstâncias familiares, e é permitido em qualquer momento da gravidez se colocar em risco a vida e a saúde da mulher, ou em caso de estupro. Portugal: O aborto é permitido até 10 semanas de gestação, por motivos sociais e econômicos e desde que obedeça a uma série de critérios. Espanha: É permitido até 12 semanas em caso de estupros. Permitido depois das 22 semanas por má-formação do feto. Permitido em que qualquer momento da gravidez desde que esteja em risco a saúde e a vida da mulher. América do Norte Estados Unidos: Aborto legalizado desde a década de 1970, com exceção do estado de Dakota do Sul. Uma grande conquista dos movimentos feministas no Brasil foi a criação, em 2004, da Comis- são Tripartite – Executivo, Legislativo e Sociedade Civil, feita através da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, que teve como função elaborar uma proposta para“Revisar a legis- lação punitiva que trata da interrupção voluntária da gravidez”, uma prioridade apontada pela Iª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, sendo desta forma também prioridade no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. O Ministério da Saúde, por sua vez, vem fomentando o debate com a sociedade acerca da in- terrupção voluntária da gravidez, tratando o problema como uma questão de saúde pública, já que os números da mortalidade materna causada pelo abortamento realizado de forma clandestina são muito altos, sendo expressivo também o número de internações no SUS por causa do abortamento inseguro. Ao mesmo tempo, o Ministério da Saúde tem criado meca- nismos que garantem um atendimento humanizado para as mulheres que optam pela prática do aborto nos casos previstos por lei, e promove o acesso às mulheres de informações sobre planejamento familiar e métodos contraceptivos.