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                       DA VIGILÂNCIA SOBRE O NOSSO INTERIOR
Carta de São Paulo aos Efésios (1,16-18): “Não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de
vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos con-
ceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do
vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento”.

Primeiro Prelúdio: Se estivermos recolhidos e vigilantes sobre o nosso interior, o Espírito Santo
guiar-nos-á no conhecimento e no amor do Sagrado Coração.

Segundo Prelúdio: Falai, Senhor, o vosso servo escuta.

PRIMEIRO PONTO: Da vigilância sobre o nosso interior para conhecer e corrigir as suas desor-
dens:
Permaneceremos embrulhados e como sepultados numa infinidade de faltas e de imperfeições
que nunca vemos e que não veremos senão na hora da morte, se não nos exercitarmos no co-
nhecimento dos movimentos do nosso interior, onde o demônio e a natureza representam estra-
nhos personagens, enquanto estamos totalmente absorvidos na balbúrdia das ocupações exteri-
ores.
A ruína das almas no caminho da perfeição vem da multiplicação dos pecados veniais, donde se
segue a diminuição das luzes e das inspirações divinas, das consolações espirituais e dos outros
socorros da graça, depois uma grande fraqueza em resistir aos ataques do inimigo, e finalmente
a queda em alguma falta pesada que nos faz abrir os olhos e ver que, enquanto pensávamos
noutra coisa, o nosso coração nos traía, por falta de vigiarmos em guardá-lo e de entrarmos nele
muitas vezes para reconhecermos o que lá se passava (P. Lallemant).

SEGUNDO PONTO: O dano que resulta da falta de vigilância
É esta ausência de nós próprios e este desleixo em regular o nosso interior que são a causa de
que os dons do Espírito Santo estejam em nós quase sem efeito, e que graças sacramentais, que
nos foram dadas em virtude dos sacramentos que recebemos ou que frequentamos, permane-
çam inúteis. Isto é bem manifesto para os dons do Espírito Santo. Não sentimos como devería-
mos a influência dos dons de sabedoria e de piedade, que nos tornariam fervorosos como os san-
tos.
A graça sobrenatural é um direito que cada sacramento nos adquire junto de Deus, para rece-
bermos dele alguns socorros que mantêm em nós o efeito deste sacramento. Assim a graça
sacramental do batismo dá-nos o direito de receber luzes e inspirações para levarmos uma vida
sobrenatural, como membros de Jesus Cristo, animados do seu espírito. A graça sacramental da
confirmação é um direito a recebermos força e constância, para combatermos contra os nossos
inimigos como soldados de Jesus Cristo. A graça sacramental da confissão é um direito a rece-
bermos um crescimento de pureza de coração. A da comunhão é um direito a recebermos socor-
ros eficazes para nos unirmos a Deus pelo fervor do seu amor.
Donde vem que a maior parte das vezes recebemos os sacramentos sem frutos ou pelo menos
sem que os frutos perseverem? É porque os nossos defeitos habituais, os nossos afetos desregra-
dos, os nossos apegos, as nossas paixões não mortificadas têm mais força do que a graça sacra-
mental. É, sobretudo, porque nós não entramos em nós mesmos para reconhecermos os nossos
defeitos, para os corrigirmos e para estarmos atentos aos movimentos da graça.

TERCEIRO PONTO: A vigilância é necessária para nos colocarmos sob a condução do Espírito
Santo:
Vigiando sobre o nosso interior, havemos de adquirir um grande conhecimento de nós mesmos
e havemos de discernir os diversos movimentos da natureza e da graça.
Apenas pela atenção em vigiarmos sobre o nosso interior, fazemos excelentes atos de virtude,
colocamo-nos no estado de fervor e avançamos maravilhosamente na perfeição; como, pelo con-
trário, negligenciando o nosso interior, fazemos perdas inconcebíveis.
Este exercício pode praticar-se em todo o tempo e em todo o lugar, nas nossas funções exterio-
res e nas nossas doenças, e não há assunto tão embaraçante que não nos permita entrar em nós
mesmos de tempos em tempos, para observarmos e para endireitarmos os movimentos do nosso
coração.
Aqueles que abandonam o cuidado do seu interior sob o pretexto de zelo e de caridade cometem
uma infinidade de pecados veniais e caem na tibieza. Os seus trabalhos não produzem senão
muito poucos frutos, não sendo animados por esta força que vem do espírito interior nem a-
companhados pelas bênçãos que Deus dá aos homens de oração e de recolhimento. Não fazem
nada puramente por Deus, procuram-se em tudo e misturam sempre secretamente o seu pró-
prio interesse com a glória de Deus nos seus melhores empreendimentos.
Passam assim a sua vida nesta mistura de natureza e de graça, sem avançarem na perfeição,
com o espírito tão distraído e o coração tão duro como se não tivessem tido todo o socorro dos
exercícios da piedade cristã e da vida religiosa.
Enfim a morte vem e tremem com razão ao pensamento dos juízos de Deus.

Resoluções:
Vigilate et orate. Vigiemos, Nosso Senhor recomendou-nos tanto. – Videte, vigilate et orate.
Vede, vigiai e rezai. Quero, portanto, observar o meu interior, vigiar e manter-me sempre na
disposição de fervor. Quero colocar-me assim no começo de cada ação. Ó Maria, Mãe da perse-
verança, ajudai-me.

Colóquio com a santa Virgem.



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Vigiai sobre vosso interior

  • 1. Leigos Dehonianos Província BSP - Dehonianos MEDITAÇÃO DE PADRE DEHON Maio / 2012 O Ano com o Sagrado Coração de Jesus DA VIGILÂNCIA SOBRE O NOSSO INTERIOR Carta de São Paulo aos Efésios (1,16-18): “Não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos con- ceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento”. Primeiro Prelúdio: Se estivermos recolhidos e vigilantes sobre o nosso interior, o Espírito Santo guiar-nos-á no conhecimento e no amor do Sagrado Coração. Segundo Prelúdio: Falai, Senhor, o vosso servo escuta. PRIMEIRO PONTO: Da vigilância sobre o nosso interior para conhecer e corrigir as suas desor- dens: Permaneceremos embrulhados e como sepultados numa infinidade de faltas e de imperfeições que nunca vemos e que não veremos senão na hora da morte, se não nos exercitarmos no co- nhecimento dos movimentos do nosso interior, onde o demônio e a natureza representam estra- nhos personagens, enquanto estamos totalmente absorvidos na balbúrdia das ocupações exteri- ores. A ruína das almas no caminho da perfeição vem da multiplicação dos pecados veniais, donde se segue a diminuição das luzes e das inspirações divinas, das consolações espirituais e dos outros socorros da graça, depois uma grande fraqueza em resistir aos ataques do inimigo, e finalmente a queda em alguma falta pesada que nos faz abrir os olhos e ver que, enquanto pensávamos noutra coisa, o nosso coração nos traía, por falta de vigiarmos em guardá-lo e de entrarmos nele muitas vezes para reconhecermos o que lá se passava (P. Lallemant). SEGUNDO PONTO: O dano que resulta da falta de vigilância É esta ausência de nós próprios e este desleixo em regular o nosso interior que são a causa de que os dons do Espírito Santo estejam em nós quase sem efeito, e que graças sacramentais, que nos foram dadas em virtude dos sacramentos que recebemos ou que frequentamos, permane- çam inúteis. Isto é bem manifesto para os dons do Espírito Santo. Não sentimos como devería- mos a influência dos dons de sabedoria e de piedade, que nos tornariam fervorosos como os san- tos. A graça sobrenatural é um direito que cada sacramento nos adquire junto de Deus, para rece- bermos dele alguns socorros que mantêm em nós o efeito deste sacramento. Assim a graça
  • 2. sacramental do batismo dá-nos o direito de receber luzes e inspirações para levarmos uma vida sobrenatural, como membros de Jesus Cristo, animados do seu espírito. A graça sacramental da confirmação é um direito a recebermos força e constância, para combatermos contra os nossos inimigos como soldados de Jesus Cristo. A graça sacramental da confissão é um direito a rece- bermos um crescimento de pureza de coração. A da comunhão é um direito a recebermos socor- ros eficazes para nos unirmos a Deus pelo fervor do seu amor. Donde vem que a maior parte das vezes recebemos os sacramentos sem frutos ou pelo menos sem que os frutos perseverem? É porque os nossos defeitos habituais, os nossos afetos desregra- dos, os nossos apegos, as nossas paixões não mortificadas têm mais força do que a graça sacra- mental. É, sobretudo, porque nós não entramos em nós mesmos para reconhecermos os nossos defeitos, para os corrigirmos e para estarmos atentos aos movimentos da graça. TERCEIRO PONTO: A vigilância é necessária para nos colocarmos sob a condução do Espírito Santo: Vigiando sobre o nosso interior, havemos de adquirir um grande conhecimento de nós mesmos e havemos de discernir os diversos movimentos da natureza e da graça. Apenas pela atenção em vigiarmos sobre o nosso interior, fazemos excelentes atos de virtude, colocamo-nos no estado de fervor e avançamos maravilhosamente na perfeição; como, pelo con- trário, negligenciando o nosso interior, fazemos perdas inconcebíveis. Este exercício pode praticar-se em todo o tempo e em todo o lugar, nas nossas funções exterio- res e nas nossas doenças, e não há assunto tão embaraçante que não nos permita entrar em nós mesmos de tempos em tempos, para observarmos e para endireitarmos os movimentos do nosso coração. Aqueles que abandonam o cuidado do seu interior sob o pretexto de zelo e de caridade cometem uma infinidade de pecados veniais e caem na tibieza. Os seus trabalhos não produzem senão muito poucos frutos, não sendo animados por esta força que vem do espírito interior nem a- companhados pelas bênçãos que Deus dá aos homens de oração e de recolhimento. Não fazem nada puramente por Deus, procuram-se em tudo e misturam sempre secretamente o seu pró- prio interesse com a glória de Deus nos seus melhores empreendimentos. Passam assim a sua vida nesta mistura de natureza e de graça, sem avançarem na perfeição, com o espírito tão distraído e o coração tão duro como se não tivessem tido todo o socorro dos exercícios da piedade cristã e da vida religiosa. Enfim a morte vem e tremem com razão ao pensamento dos juízos de Deus. Resoluções: Vigilate et orate. Vigiemos, Nosso Senhor recomendou-nos tanto. – Videte, vigilate et orate. Vede, vigiai e rezai. Quero, portanto, observar o meu interior, vigiar e manter-me sempre na disposição de fervor. Quero colocar-me assim no começo de cada ação. Ó Maria, Mãe da perse- verança, ajudai-me. Colóquio com a santa Virgem. Obras Espirituais Pe. João Leão Dehon Edições Noviciado Sagrado Coração de Jesus Barretos – SP 2009 p. 135-138