O documento resume os seguintes pontos sobre oração segundo os puritanos:
1) A oração deve ser sincera, sensível e afeiçoada, derramando o coração diante de Deus através de Cristo e pelo poder do Espírito Santo.
2) A oração deve ser feita de acordo com a Palavra de Deus e ter como objetivo o bem da Igreja.
3) A oração requer submissão à vontade de Deus, não aos desejos pessoais.
O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
Boletim cbg n° 18_4_ maio_2014
1. - No próximo domingo não teremos o almoço
- Participe da nossa EBD aos domingos às 17h
Reunião de Oração, às 18h todos os
domingos.
Traga um casal para ouvir a mensagem!
1.Missões: Benício Campos (Moçambique),
Raimundo (Albânia), Edvânio (Portugal),
Leonardo (Piura, Peru).
Ricardo e Érica (Mauritânia)
2. Ore pelos enfermos em nossa igreja, pelas
famílias e pelos novos irmãos e visitantes.
3. Ore pelos líderes da nossa comunidade.
4. Ore pelo pastor e sua família.
5. Ore pelo nosso país, Estado e cidade;
6. Ore pelo crescimento da nossa igreja.
7. Ore por você e seu crescimento espiritual.
Espere uma igreja firmemente bíblica...
Espere uma igreja ardorosamente acolhedora...
Espere uma igreja liberalmente generosa...
Espere uma igreja fielmente missionária...
Isso será alcançado quando você contribuir efetiva e
afetivamente, orando, servindo, honrando e sustentando a
sua igreja.
Rua Tókio 842, Cidade Edson, Suzano/SP
OS PURITANOS E A ORAÇÃO
Ricardo Barbosa de Souza
O puritanismo foi um movimento de renovação do século 16. A
expressão puritano apareceu pela primeira vez por volta de 1560
para identificar aqueles que não acreditavam que a rainha
Elizabeth promovera uma reforma verdadeira na Igreja da
Inglaterra. Eles não eram separatistas, mas não aceitavam as
imposições da coroa, nem da Igreja oficial. Viveram num período
de conflito e buscavam uma espiritualidade profundamente
sustentada na doutrina bíblica e, neste caso, calvinista, mas
também profundamente pessoal.
Para os puritanos, a experiência religiosa pessoal não tem origem
no homem, mas em Deus e seu chamado. A conversão é uma
necessidade. É a resposta do homem ao chamado de Deus, que
nos convida a total dedicação e obediência ao propósito divino.
No entanto, a pessoalidade na experiência religiosa não implicava
uma espiritualidade individualista, mas comunitária. Para os
puritanos, Deus fez uma aliança com sua Igreja e não apenas
com indivíduos. Como no Velho Testamento, Deus aliançou-se
com Israel como pessoa e com Israel como povo. O puritanismo
não conhece espiritualidade solitária.
Revelação: Salmo 134
Invocação: Pr. Silas Roberto
Adoração: “Louvai ao Senhor”, Sl 117
Dedicação: 2 Coríntios 9.7
Comunhão: Dc Joredson e Ana
Intercessão & Contrição: 1 João 1.9
Proclamação: Pr Silas Roberto
Bênção: 2 Coríntios 13.13
Ano II – n° 18 4 de Maio de 2014
Serviços:
Domingo:
EBD às 17h00
Culto às 18h30
Quinta-feira
Oração e estudo às 20h
Ministério:
Pastor:
Silas Roberto Nogueira
(9-9229-2224)
Presbíteros:
Jairo Pires
Alan Junior
Diáconos
Joredson e Ana Souza
O que posso esperar da
Comunidade Batista da Graça?
Ordem de Culto
2. A contribuição do puritanismo à espiritualidade cristã é, sem
dúvida, uma das mais ricas da história. John Bunyan (1628-1688)
foi um destes mestres do puritanismo que nos legou, entre outros
escritos, O peregrino, sua obra mais popular, que trata
alegoricamente, da peregrinação do cristão neste mundo ruma à
pátria celestial. Mas também é de Bunyan um dos conceitos mais
ricos sobre o significado da oração para a experiência cristã. Em
um de seus livros, Bunyan mostra como os puritanos associavam
oração com missão e vida comunitária.
Ele escreve: “Oração é um sincero, sensível e afeiçoado derramar
do coração ou alma a Deus, através de Cristo, no poder e
assistência do Espírito Santo; tais coisas, como Deus tem
prometido ou de acordo com a sua Palavra, existem para o bem
da Igreja com submissão em fé para com a vontade de Deus”.
Nessa definição encontramos sete elementos que caracterizam a
oração segundo John Bunyan.
Primeiro, a oração é um sincero derramar do coração e da alma
diante de Deus. Sinceridade é uma virtude essencial na
experiência de oração. O salmista afirma: “Se no meu coração
contemplara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido”. Por esta
razão, Jesus orienta seus discípulos a entrarem no quarto e
fecharem a porta para orar. No silêncio secreto do quarto não
tenho como usar as máscaras da minha falsidade. A sinceridade
nos leva a dizer a Deus o que realmente somos, a confessar
nossos pecados e celebrar o perdão e a graça sem os equívocos
comuns das nossas ilusões. O profeta afirma que “enganoso é o
coração”, que nem sempre conhecemos as verdades secretas da
nossa alma. A oração é a experiência que nos leva de volta para
dentro de nós mesmos. Não há como contemplar a Deus em sua
verdade e a luz sem olhar com sinceridade para nossa própria
alma. Se não há sinceridade na nossa oração, se não há este
derramar de alma e coração diante de Deus, é porque ainda não
nos colocamos de fato diante de sua santíssima presença.
Segundo, a oração é um sensível derramar da alma diante de
Deus. A sensibilidade tem muito a ver com nossa humanidade,
com nossos sentimentos mais nobres e profundos. A
sensibilidade humana tem muitas faces. Às vezes, somos
sensíveis em relação a nós mesmos, percebendo aspectos de
nossa vida que nos levam a uma profunda comoção. Outras
vezes, somos sensíveis aos outros, a suas necessidades
secretas, dores e sofrimentos. Também somos sensíveis à graça
de Deus, Seu amor eternos, Sua misericórdia renovada todos os
dias, Seu perdão, aceitação e salvação. A oração toca as áreas
mais sensíveis da vida e apresenta a vida diante do seu criador.
Simeão, o novo teólogo, que viveu na virada do século 10 para o
século 11, afirmou que o dom mais precioso do Espírito Santo é o
dom das lágrimas, aquele que nos leva a chorar por nós e pelos
outros, a tornar nosso coração mais sensível e humano em
nossas relações com Deus e o próximo. Jesus compadeceu-se de
nós porque sofreu nossas dores, tornou-se pecado por nós,
chorou por nós. O consolo é uma dádiva de Deus para aqueles
que choram, que são sensíveis.
Terceiro, a oração é um afeiçoado derramar da alma diante de
Deus. Os afetos têm a ver com nossos sentimentos e desejos. A
oração, longe de ser simplesmente a apresentação de uma lista
de nossas necessidades, é o derramar da alma cheia de desejos
e sentimentos diante de Deus. Agostinho disse que se
quiséssemos conhecer alguém não deveríamos perguntar o que
faz, mas o que mais ama, porque é no amor que a pessoa
demonstra seus desejos mais profundos e verdadeiros. Quando
nos aproximamos de Deus em oração, qual é nosso maior
desejo? Que sentimento mais arde na alma?
Quarto, e o derramar do coração diante de Deus, através de
Cristo, no poder e assistência do Espírito Santo. É a mediação do
Filho que torna possível clamar “aba”, de chamar Deus de Pai
pelo mesmo nome que o Filho chamou. Se pela mediação de
Cristo nos tornamos filhos adotivos do mesmo Pai,
consequentemente tornamo-nos herdeiros de Deus e coerdeiros
com Cristo dos benefícios que o Filho eterno goza. Estes
benefícios não se tratam da vida prospera que muitos pensam,
mas da imagem de Jesus Cristo. É pelo Espírito Santo que esta
declaração “aba” torna-se possível. Ele clama em nossos
corações “aba” e estabelece um vinculo único com o Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo.
Quinto, é o derramar do coração a Deus, através de Cristo, no
poder do Espírito Santo, como Deus tem prometido e de acordo
com Sua Palavra. A oração é verdadeira somente quando é feita
de acordo com a Palavra de Deus. Teófano, o recluso, dizia que,
se queremos saber se oramos corretamente, não devemos
perguntar se nossas emoções ou intelecto tiveram suas
necessidades atendidas, mas se nos tornamos mais obedientes a
Deus. Se a resposta for sim, se obedecemos mais a Deus e a Sua
Palavra, nossa oração alcançou seu efeito. Se a resposta for não,
mesmo que tenha satisfeito nossas exigências emocionais e
intelectuais, não oramos corretamente.
Sexto, para o bem da Igreja. A aliança de Deus não é apenas com
indivíduos, mas também com o seu povo, Sua Igreja. Nossa
oração é dirigida a um Pai que é “nosso pai”, e isso nos remete ao
fato de que toda a família de Deus está sempre incluída em seus
propósitos eternos. Mesmo nossas necessidades mais íntimas
fazem parte dos propósitos de Deus para Seu Reino e Igreja. Da
mesma forma que o Filho nada fazia de si mesmo ou para si
mesmo, mas fazia tudo pelo e para o Pai, assim também nós nos
unimos ao Pai pela mediação do Filho pra realizarmos aqui a
missão a que o Filho nos comissionou. A oração de Jesus em
João 17, bem como as orações de Paulo, mostram esta
preocupação com a Igreja, seu bem-estar e crescimento em
graça. “E também faço esta oração: que o vosso amor aumente
mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para
aprovardes as coisas mais excelentes e serdes sinceros e
inculpáveis para o dia de Cristo, cheios de fruto de justiça, o qual
é, mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp 1.9-
11). O propósito da oração nunca somos nós ou nossos
interesses, mas sim Deus e Seus propósitos eternos”.
Sétimo, em submissão e fé na vontade de Deus. O profeta Isaías
fala da necessidade de convertermos nossos pensamentos e
caminhos a Deus porque os caminhos de Deus não são os
nossos, nem os Seus pensamentos os nossos. A oração é
basicamente a conversão dos nossos pensamentos e caminhos, a
renúncia deles para abraçar os que são de Deus. Não oramos
para que Ele viabilize nosso caminho, mas para que sejamos
convertidos ao Seu.