O documento descreve a vida e obra de Maria Montessori, pioneira da educação progressiva. Ela desenvolveu um método educacional baseado na liberdade e potencial da criança, com ambientes e materiais preparados para estimular o desenvolvimento espontâneo. Montessori via a criança como um ser capaz e criativo, não uma vasilha vazia a ser preenchida.
1. "A tarefa do professor
é preparar motivações
para atividades
culturais, num ambiente
previamente
organizado, e depois se
abster de interferir"
2. Maria Montessori nasceu em 1870, em
Chiaravalle, no norte da Itália, filha única de um
casal de classe média. Desde pequena se
interessou pelas ciências e decidiu enfrentar a
resistência do pai e de todos à sua volta para
estudar medicina na Universidade de Roma.
Direcionou a carreira para a psiquiatria e logo se
interessou por crianças com retardo mental, o que
mudaria sua vida e a história da educação. Ela
percebeu que aqueles meninos e meninas
proscritos da sociedade por serem considerados
ineducáveis respondiam com rapidez e
entusiasmo aos estímulos para realizar trabalhos
domésticos, exercitando as habilidades motoras e
experimentando autonomia.
3. Em pouco tempo, a atividade combinada de
observação prática e pesquisa acadêmica
levou a médica a experiências com as
crianças ditas normais. Montessori
graduou-se em pedagogia, antropologia e
psicologia e pôs suas idéias em prática na
primeira Casa dei Bambini (Casa das
crianças), aberta numa região pobre no
centro de Roma. Depois dessa, foram
fundadas outras em diversos lugares da
Itália. O sucesso das "casas" tornou
Montessori uma celebridade nacional. Em
1922 o governo a nomeou inspetora-geral
das escolas da Itália. Com a ascensão do
regime fascista, porém, ela decidiu deixar
o país em 1934. Continuou trabalhando na
Espanha, no Ceilão (hoje Sri Lanka), na
Índia e na Holanda, onde morreu aos 81
anos, em 1952.
4. Montessori se opõe radicalmente aos métodos das escolas
tradicionais vigentes da época e por conta de sua
crítica, pensamentos e feitos, ela insere-se no movimento das
Escolas Novas. Segundo a mesma, os métodos tradicionais não
respeitavam as necessidades e o desenvolvimento dos
alunos, pois a aprendizagem estava voltada para a
memorização, repetição e recompensa, tendo desta maneira o
objetivo a integração e ajustamento social.
5. Faz-se necessário destacar, que a estrutura curricular, da
escola tradicional, é formulada com pouco enfoque nos
interesses das crianças e os conceitos são entregues já prontos
pelos professores, estes exercem a figura principal no processo
ensino aprendizagem como detentor quase que exclusivo do
conhecimento, sendo o aluno um mero participante passivo neste
processo. A partir dessa reflexão, Montessori pensou em uma
educação que rompesse com todas essas práticas tradicionais e
que caminhasse exatamente ao contrário destas.
6. Ela acreditava que a educação estava
para além do acúmulo de
informações, seu objetivo principal
deveria ser a formação integral do
homem, ou seja, uma “educação para a
vida”. Com isso, sua filosofia e os
métodos elaborados por ela procuram
desenvolver o potencial criativo desde
a infância, associando-a a vontade de
aprender, acreditava que tal conceito
era inerente a todos os seres humanos.
Assim seu método tem por objetivo a
educação da vontade e da atenção, no
qual as crianças tem liberdade de
escolher o material ou atividade com
que deseja trabalhar. Esta se inspira no
humanismo integral, que postula os
seres humanos como pessoas únicas e
plenamente capacitadas para atuar com
liberdade, inteligência e dignidade.
7. Para Montessori, a criança não é um ser
incompleto, desde o seu nascimento ela já é um ser
humano integral. Ela é constituída por um corpo e uma
alma que desenvolve suas potencialidades naturalmente.
Nesse sentido, o ambiente não pode sufocá-la, deve
somente proporcionar possibilidades para que se ela
desenvolva livremente suas potencialidades.
Porém, liberdade para Montessori não está ligada ao
espontaneísmo, mas ao crescimento rico e harmonioso da
pessoa integralmente. Com isso, o papel do ambiente é
fundamental, porém secundário. Ele pode modificar como
também pode ajudar a destruir, mas ele jamais cria. Este
deve ser adaptado para que a criança possa agir e
receber estímulos.
8. Segundo Maria Montessori, a criança possui uma sensibilidade
para observar e absorver tudo em seu ambiente, ou seja, a
criança observa e absorve informações que ela requer e
necessita para sua atuação na vida diária de forma
espontânea. Como consequência desse fato, Montessori a
denominou de “mente absorvente”. Para ela, a criança traz
dentro de si um potencial criativo que permite que ela mesma
conduza o seu próprio aprendizado e encontre o seu lugar no
mundo. A criança já possui uma pré-disponibilidade para
aprender sem precisar da ajuda do outro, uma vez que ela é
talentosa, curiosa e criativa com algo que prende seus
interesses ou algo que ela mesma escolhe explorar.
9. Torna-se necessário a
adequação de condições que
possibilitem ela encontrar seu
próprio caminho, a plenitude
de seu ser através da
exploração e apropriação do
ambiente livremente. Nesse
contexto, concebeu-as como a
esperança da
humanidade, dando-lhes a
oportunidade de aprender a
utilizar sua liberdade logo nos
primeiros anos de vida e
assim, quando chegasse à
idade adulta teriam a
capacidade de enfrentar os
problemas da vida, inclusive
aqueles mais complexos como a
paz e a guerra.
10. Para Montessori, o método
montessoriano não foi
elaborado apenas desenvolver
uma nova maneira de
ensinar, mas também para
descobrir e ajudar a criança a
alcançar seu potencial como ser
humano, através dos
sentidos, do ambiente
preparado e utilizando a
observação cientifica de um
professor treinado. Nesse
sentido, acreditava que a
necessidade vital da criança é
aprender fazendo, por isso a
grande ênfase no trabalho
exercido pela criança em seu
método.
11. Ela defendia que o caminho do
intelecto passava pelas
mãos, porque é por meio do
movimento e do toque que as
crianças decodificam e
exploram o mundo ao seu
redor. Com isso, ela
desenvolveu materiais didáticos
que chamam a atenção da
criança por suas propriedades
(cor, forma, tamanho, peso, text
ura, cheiro, barulho, dentre
outros) com o objetivo de
provocar o desenvolvimento do
raciocínio e o aprendizado
significativo.
12. Segundo a mesma, a escola
tem o objetivo de permitir
que a criança formule seu
próprio
conhecimento, respeitando
cada etapa de seu
desenvolvimento de forma
gradativa. Portanto defendia
o respeito às necessidades e
aos interesses de cada
criança de acordo com os
estágios de desenvolvimento
correspondentes as faixas
etárias.
13. O Método Montessori se baseia no conjunto de
teorias, práticas e materiais didáticos idealizados pela
pensadora em questão. Este tem como característica o
respeito para com a criança e pela sua capacidade de
aprendizado. Possui como objetivo a valorização da educação
pelos sentidos e pelo movimento, visando estimular a
concentração e as percepções sensório-motoras.
14. Os princípios básicos se consistem
na liberdade, atividade e
individualismo. Esses elementos
tornam a criança o sujeito e objeto
do processo de aprendizagem. A
liberdade ocorre na condição de
manifestar-se, espontaneamente, na
escolha dos objetos que queira agir
ou das atividades a realizar, tendo
como ponto de partida o interesse e
a vontade. As atividades são
construídas a partir das quatro
grandes áreas do conhecimento, a
saber: vida prática (consiste em
desenvolver a
coordenação, concentração, indepen
dência, ordem e
disciplina), educação sensorial
(refere-se ao desenvolvimento
completo dos cinco
sentidos), linguagem oral e escrita e
matemática.
15. Nesse sentido, são construídas atividades que
trabalham diferentes áreas permitindo aprender
através de ações nas
brincadeiras, tentativas, descobertas e conquistas.
A individualidade aparece na condição da criança se
desenvolver de acordo com suas potencialidades e
interesses individuais, sendo respeitada como
sujeito de grande potencial na construção de
conhecimento.
16. Maria Montessori referia-se as educadoras como guias.
Estas devem ser grandes observadoras para
conhecerem as necessidades psicológicas, intelectuais e
físicas de cada criança, pois desta forma podem mediar
o primeiro contato com outros materiais ou atividades
que propiciem diferentes desafios e novidades. O erro
é entendido como parte do processo de aprendizagem e
são valorizados como componentes do
desenvolvimento, uma vez que encaminha a criança a um
raciocínio maior. O objetivo da guia é ajudar a criança a
ajudar-se e contribuir no processo de autoconfiança da
mesma. Deve conhecer a finalidade de cada material
utilizado, saber manuseá-lo corretamente e mediar
somente no primeiro contato da criança com o novo
material. A mesma deve potencializar no processo de
desenvolvimento a imaginação, independência e
autodisciplina. O respeito pela escolha e interesse de
cada estudante é característica essencial da atuação
docente.
17.
18. A guia é a ponte que liga as
crianças ao ambiente
preparado, sendo este composto
por um mobiliário adequado ao
tamanho delas e passível de
locomoção a partir dos interesses
apresentados por cada
uma, ocorrendo desta forma a
liberdade de eleição do que se quer
trabalhar no momento. Cabe
ressaltar, a importância do
silêncio, da higiene, da organização
no ambiente preparado e que este
reflete as características individuais
de cada guia e do grupo de crianças
que ali se encontram.
19. Montessori desenvolveu diversos materiais cujo objetivo é dar
bases sólidas para o desenvolvimento de todas as habilidades e
inteligências humanas. Tais materiais abrangem a todas as áreas
das necessidades infantis em que ela estudou. Ao elaborar cada
material, queria que as crianças passassem a ter uma imagem
concreta de cada conceito estabelecido pelos
mesmos, facilitando assim a compreensão e desenvolvendo um
raciocínio e aprendizado mais agradável. Eles foram adequados
ao tamanho das crianças e confeccionados com materiais
naturais como madeira, vidro e metal. Eles exigem movimentos
dirigidos pela inteligência para um fim definido e constituem um
ponto de contato entre a mente da criança e uma realidade
externa, permitindo-lhes realizar gradualmente exercícios de
maior dificuldade. Alguns destes são auto didáticos, ou
seja, possibilitam a criança trabalhar com eles sem a intervenção
do adulto e a observar seus próprios erros.
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24. Colégio Estadual Rui Barbosa.
Feito pelas aluna: Nathália Guerra, Desirèe
Alves e Layza Marques.
Curso: Normal
Turma: 3002
Professora: Ruth
Matéria: Psicologia da Educação
Petrópolis RJ/2013.