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3ª Edição 
2001 
C 124-1 
MINISTÉRIO DA DEFESA 
EXÉRCITO BRASILEIRO 
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO 
Manual de Campanha 
ESTRATÉGIA 
å
MINISTÉRIO DA DEFESA 
EXÉRCITO BRASILEIRO 
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO 
Manual de Campanha 
ESTRATÉGIA 
3ª Edição 
2001 
C 124-1 
CARGA 
EM................. 
Preço: R$
PORTARIA Nº 109-EME, DE 21 DE SETEMBRO DE 2001 
Aprova o Manual de Campanha C 124-1 - Estratégia, 
3ª Edição, 2001. 
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso das atribuições 
que lhe confere o art. 91, da Portaria nº 433, de 24 de agosto de 1994 (IG 10-42), 
resolve: 
Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha C 124-1 - ESTRATÉGIA, 
3ª Edição, 2001, que com esta baixa. 
Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua 
publicação. 
Art. 3º Revogar o Manual de Campanha C 124-1 - ESTRATÉGIA, 
2ª Edição, 1997, aprovado pela Portaria Nº 141-EME, de 22 de dezembro de 1997.
NOTA 
Solicita-se aos usuários deste manual de campanha a 
apresentação de sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou 
que se destinem à supressão de eventuais incorreções. 
As observações apresentadas, mencionando a página, o 
parágrafo e a linha do texto a que se referem, devem conter comentários 
apropriados para seu entendimento ou sua justificação. 
A correspondência deve ser enviada diretamente ao EME, de 
acordo com o artigo 78 das IG 10-42 - INSTRUÇÕES GERAIS PARA 
CORRESPONDÊNCIA, PUBLICAÇÕES E ATOS NORMATIVOS NO 
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO.
ÍNDICE DE ASSUNTOS 
Prf Pag 
CAPÍTULO 1 - ESTRATÉGIA 
ARTIGO I - Generalidades ................................... 1-1 a 1-3 1-1 
ARTIGO II - Estratégia, Ações e Áreas Estratégicas. 1-4 a 1-6 1-3 
CAPÍTULO 2 - CONCEITOS BÁSICOS 
ARTIGO I - Poder e Estratégia Nacionais ............. 2-1 a 2-5 2-1 
ARTIGO II - O Conflito e sua Resolução ................ 2-6 a 2-9 2-3 
ARTIGO III - Atuação da Estratégia Nacional .......... 2-10 e 2-11 2-10 
CAPÍTULO 3 - ESTRATÉGIA MILITAR 
ARTIGO I - A Guerra .......................................... 3-1 3-1 
ARTIGO II - Bases e Métodos da Estratégia Militar. 3-2 a 3-4 3-3 
ARTIGO III - Concepção da Ação Militar ................ 3-5 a 3-8 3-6 
ARTIGO IV - Estratégias de Segurança .................. 3-9 a 3-16 3-11 
CAPÍTULO 4 - MANOBRA DE CRISE 
ARTIGO I - Conceitos e Regras Gerais ................ 4-1 a 4-5 4-1 
ARTIGO II - Etapas e Níveis da Manobra de Crise . 4-6 e 4-7 4-4
CAPÍTULO 5 - PLANEJAMENTO MILITAR DE GUERRA 
ARTIGO I - Generalidades ................................... 5-1 e 5-2 5-1 
ARTIGO II - Planejamento Governamental ............. 5-3 a 5-7 5-2 
ARTIGO III - Planejamento Militar de Guerra ........... 5-8 5-5 
CAPÍTULO 6 - PLANEJAMENTO DO PREPARO E 
EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE 
ARTIGO I - Generalidades ................................... 6-1 a 6-3 6-1 
ARTIGO II - Sistema de Planejamento do Exército. 6-4 e 6-5 6-2 
CAPÍTULO 7 - ESTRATÉGIA OPERACIONAL TERRESTRE 
ARTIGO I - Natureza dos Conflitos ....................... 7-1 e 7-2 7-1 
ARTIGO II - Operações Conjuntas, Combinadas e 
Interaliadas ....................................... 7-3 a 7-5 7-2 
ARTIGO III - Ações Estratégicas ........................... 7-6 a 7-10 7-3 
ARTIGO IV - Deslocamento Estratégico ................. 7-11 a 7-13 7-5 
ARTIGO V - Concentração Estratégica .................. 7-14 a 7-17 7-5 
ARTIGO VI - Manobra Estratégico-Operacional ....... 7-18 a 7-20 7-7 
ARTIGO VII - As Batalhas ...................................... 7-21 7-13 
ANEXO A - ESTUDO ESTRATÉGICO DE ÁREA .. A-1 a A-6 A-1 
APÊNDICE 1 - Levantamento Estratégico de Área 
(Memento) ........................................ A1-1 
APÊNDICE 2 - Avaliação Estratégica de Área Opera-cional 
(Memento) ............................... A2-1 a A2-8 A2-1 
APÊNDICE 3 - Avaliação Estratégica de Área Opera-cional 
para Defesa Territorial e Garantia 
da Lei e da Ordem (Memento) ............ A3-1 a A3-8 A3-1 
ANEXO B - MODELO PARA A CONDUÇÃO DA 
MANOBRA DE CRISE....................... B-1 a B-6 B-1
1-1 
C 124-1 
CAPÍTULO 1 
ESTRATÉGIA 
ARTIGO I 
GENERALIDADES 
1-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
a. Qualquer que seja o campo de investigação, há sempre várias formas de 
reunir, classificar e organizar, para efeito de análise, os fenômenos que se 
pretende estudar. No caso do fenômeno estratégico, para raciocinar desde o mais 
alto nível, há necessidade de considerar o sistema internacional e nele inserir o 
BRASIL. 
b. Pode-se, neste estudo, a partir do sistema político internacional, 
ressaltar a importância do poder, pois cada ator é o guardião da sua própria 
segurança e independência, e o comportamento de cada um depende do 
comportamento dos outros. 
c. Ao efetuar uma análise do sistema internacional contemporâneo, segun-do 
o enfoque sistêmico, pode-se chegar a algumas de suas características: 
(1) heterogeneidade dos países e complexidade no relacionamento; 
(2) grande potencial destruidor dos que possuem armas nucleares e 
modernos sistemas de lançamento; 
(3) existência de um sistema internacional difuso, onde se destacam, 
entre os países desenvolvidos, uma potência mundial e várias potências 
regionais; 
(4) diferenças, entre as nações desenvolvidas e as demais, cada vez 
mais acentuadas, onde a ciência e a tecnologia assumem papéis ainda mais 
importantes, para o desenvolvimento e para a segurança das nações; 
(5) tendências supranacionais em algumas regiões;
C 124-1 
1-1/1-2 
1-2 
(6) crescente vulnerabilidade dos estados a interferências externas; 
(7) crescente importância de atores que não representam estados, tais 
como organizações internacionais, organizações não-governamentais, empre-sas 
multinacionais e grupos de interesse, cujas influências ultrapassam as 
fronteiras nacionais; 
(8) elevado grau de interdependência entre todos os atores. 
1-2. RELAÇÕES ENTRE POLÍTICA, ESTRATÉGIA E PODER 
a. A política prende-se, sobretudo, aos fins que se pretende alcançar, 
interpreta e formula objetivos e vai além, ao organizar o poder e desenvolvê-lo em 
benefício da comunidade, traçando os rumos para a conduta estratégica. 
b. A estratégia estabelece o caminho para atingir os objetivos fixados pela 
política. A estratégia, abstrata e complexa, ocupa-se, principalmente, dos 
caminhos a seguir e dos meios que vai dispor, cria a forma de traduzir e de impor 
a vontade política, define opções, propõe a mais favorável, considerando para 
tanto: recursos, prioridades e riscos a correr na implementação da decisão 
tomada. 
c. Há, na verdade,uma fronteira não muito nítida entre política e estratégia, 
uma vez que a política é um pouco estrategista (campo da estratégia), quando 
assinala rumos, direção geral, metas. A estratégia (arte do estrategista) é também 
um pouco estadista (nível da política) quando aplica o poder. De qualquer forma, 
há que lembrar que a política se fundamenta em qualidades intuitivas muito 
particulares do estadista, tem primazia sobre a estratégia e não pode por ela ser 
governada. Ao contrário, a estratégia recorre a um método complexo e rigoroso 
de preparo, planejamento e aplicação do poder, dando forma à concepção política 
e cumprindo suas diretrizes. A política ascende à estratégia, define os objetivos, 
formula “o que fazer” para orientar o poder, que é aplicado pela estratégia, que 
estabelece o “como fazer”. Política e estratégia relacionam-se, portanto, 
intimamente, mas em níveis diferentes. A estratégia estará sempre subordinada 
à política. 
d. O poder, em sua expressão mais simples, é a capacidade de impor a 
vontade. É por meio da aplicação do poder que se atingem os objetivos fixados 
pela política. O poder apresenta-se como uma síntese de vontades e de meios 
de toda a ordem, destinado a cumprir um papel fundamental, assegurando ordem, 
equilíbrio, coerência e desenvolvimento. A aplicação do poder compreende dois 
elementos básicos: a vontade de agir e a capacidade dos meios para atingir os 
objetivos propostos. 
e. Política, poder e estratégia formam a trilogia fundamental da “teoria do 
poder”. A política é o farol que ilumina o poder e orienta a estratégia; política 
(objetivos) sem poder (meios) nada pode; ambos, política e poder sem estratégia 
(modos), nada valem. Se a política quer fazer e o poder deve e pode fazer, a 
estratégia será a satisfação da vontade possível, ou a resposta a desafios, ou, 
em síntese, a maneira de satisfazer a vontade.
1-3/1-4 
1-3 
C 124-1 
1-3. HISTÓRICO 
a. Entendida na antigüidade como a “arte do general”, restrita ao campo de 
batalha, a palavra estratégia teve seu significado ampliado ao longo do tempo. 
Partindo da noção clássica militar, que perdurou por séculos, o campo semântico 
do vocábulo alargou-se quando, no século XVII, a guerra passou de limitada a 
nacional, mobilizando toda a nação. De nacional passou, já no século XX, a total, 
quando deixou de ser realizada apenas pela expressão militar e começou a 
envolver a totalidade da nação. A seguir, assumiu dimensão global, com a 
II GUERRA MUNDIAL. Posteriormente, quando o homem atingiu o espaço sideral 
e começou a explorá-lo, tomou a dimensão planetária. 
b. Deve ser ressaltado que, após a II GUERRA MUNDIAL, o campo de ação 
da estratégia estendeu-se também aos períodos de paz, ou seja, que as nações 
passaram a adotar estratégias nas relações internacionais e no planejamento 
governamental, quando ultrapassou o campo da segurança e passou a ser 
empregado no desenvolvimento. Nos anos subseqüentes, o vocábulo adquiriu 
amplo e diversificado uso quando atingiu a totalidade dos segmentos da socieda-de, 
mormente ligado à ciência da administração, e popularizou-se com significado 
muitas vezes diferente daquele original, de luta entre vontades opostas. 
c. O campo semântico da “estratégia” alargou-se de tal forma que a palavra 
passou a necessitar de adjetivação. Surgiram então a grande estratégia na 
INGLATERRA, a estratégia total na FRANÇA, e a estratégia nacional nos EUA 
e no BRASIL, como expressões que caracterizavam uma estratégia maior, que 
coordenava todo o esforço da nação e subordinava a “arte do general” para vencer 
a guerra. A estratégia foi igualmente acrescida do adjetivo “militar” quando 
referente às Forças Armadas e do “operacional” quando limitada ao teatro de 
operações. 
d. A estratégia saiu, ao longo da história, dos limites dos teatros de 
operações e invadiu todas as atividades de governo e de produção de um país, 
mesmo na paz. Foi-se modificando mediante etapas nítidas, cada qual com 
abrangência crescente, incorporando características de cada época. 
ARTIGO II 
ESTRATÉGIA, AÇÕES E ÁREAS ESTRATÉGICAS 
1-4. CONCEITO 
a. Como ficou evidenciado no item anterior, ao longo da história, a estratégia 
foi perdendo sua conotação puramente militar, a "arte do general", para atingir 
dimensões maiores e mais complexas. Foi uma conseqüência natural da 
evolução e ampliação das guerras, que obrigou o envolvimento de todo o poder 
nacional dos beligerantes para superar os óbices existentes. 
b. No pós II GUERRA MUNDIAL firmou-se, entre os países e os estudiosos 
dos fenômenos estratégicos, o conceito de estratégia nacional, grande estratégia
C 124-1 
1-4 
ou estratégia total, bem como a subdivisão em níveis, tais como - governamental, 
específica (ou setorial) e operacional. A arma nuclear e a bipolaridade ideológica 
levou a novas concepções dos conflitos, o que afetou o emprego tradicional do 
poder militar no enfrentamento de guerras não declaradas, limitadas, revolucioná-rias 
1-4 
e outras tipificações, levadas a efeito no contexto da chamada “GUERRA 
FRIA”. 
c. Paralelamente a esta dimensão nacional, o termo estratégia sofreu uma 
popularização. Qualquer atividade ou área humana pode ser classificada de 
“estratégia”, como por exemplo: “estratégia” de venda de uma empresa; “estraté-gia” 
para a conquista de um campeonato de futebol; e “estratégia” de propaganda 
de um banco. 
d. Todos os conceitos modernos de estratégia definem com clareza a sua 
subordinação à política, mesmo durante a eclosão de conflitos armados. Evitou-se, 
assim, a tendência natural do “fim” subordinar-se ao “meio” decorrente da 
preponderância do emprego da expressão militar do poder. O grande objetivo de 
qualquer conflito armado é alcançar a paz, um objetivo político, e não a “vitória pela 
vitória”. Ademais, a aplicação desmedida das forças em campanha, a extensão 
dos teatros de operações e o desenvolvimento do poder aeroespacial inviabilizaram 
a acumulação das funções de “estadista” e de “comandante-em-chefe” numa 
mesma pessoa. 
e. Desta forma, chega-se ao conceito de estratégia, como sendo, a arte de 
preparar e aplicar o poder para, superando óbices de toda ordem, alcançar os 
objetivos fixados pela política (Fig 1-1). 
Fig 1-1. Conceito de Estratégia 
f. No conceito de estratégia fica evidenciada a subordinação da estratégia 
à política, que a política define “o que fazer”, que a estratégia define “o como fazer” 
e a necessidade de adjetivação da palavra estratégia, para compreensão real do 
seu significado e dos níveis a que se refere. 
g. O estudo da estratégia importa, no seu relacionamento, com outros 
conceitos além da política e do poder, tais como conflitos, tempo, espaço, 
cenários, centros de poder e planejamento. A compreensão do moderno conceito 
de estratégia refere-se ao preparo e à aplicação de meios, parcelados ou 
globalizados, para atendimento dos objetivos fixados pela política.
1-5/1-6 
1-5 
C 124-1 
1-5. AÇÕES ESTRATÉGICAS 
a. O poder é o instrumento de que se vale a política para, mediante uma 
estratégia, conquistar e manter os objetivos. A estratégia se concretiza por 
intermédio das ações que empreende. 
b. Ações estratégicas são as medidas, de natureza e de intensidade 
variáveis, voltadas para o preparo e aplicação do poder. 
c. No que concerne às condições internas e externas, em que se realizam 
as ações estratégicas, elas podem ser encaradas como ações correntes ou ações 
de emergência. 
(1) Ações correntes - São as relacionadas com as situações comuns, 
isto é, situações que podem ser configuradas como de rotina ou onde não se 
revelam alterações sensíveis da normalidade. 
(2) Ações de emergência - São as que permitem atender às situações que 
recomendem ou exigem medidas incomuns, não rotineiras, até mesmo excepcio-nais, 
para serem eficazmente enfrentadas. Tais situações vão desde as calamida-des 
públicas, como inundações ou incêndios de grandes proporções, até a iminência 
ou a efetivação de uma hipótese de emprego das forças armadas. 
1-6. ÁREAS ESTRATÉGICAS 
São as áreas de natureza geográfica (região) ou que envolvem atividades 
humanas (setor), nas quais se aplicam ações estratégicas. Na caracterização de 
tais áreas como estratégicas, será importante a constatação de óbices ou a 
possibilidade de seu surgimento. Desse modo, podem ser consideradas áreas 
estratégicas / setores como os da educação, da saúde ou das comunicações, da 
mesma forma que grandes vazios demográficos em áreas de interesse nacional, 
regiões de fronteira, grandes centros urbanos e industriais, e certas áreas no 
exterior, de particular interesse para o país.
2-1 
C 124-1 
CAPÍTULO 2 
CONCEITOS BÁSICOS 
ARTIGO I 
PODER E ESTRATÉGIA NACIONAIS 
2-1. PODER NACIONAL 
a. Conjunto integrado dos meios de toda a ordem de que dispõe a nação, 
acionados pela vontade nacional, para conquistar e manter os objetivos nacionais. 
b. Para melhor compreensão é estudado em cinco expressões: política, 
econômica, científico-tecnológica, psicossocial e militar. Apesar de dividido por 
expressões, deve ser uno e indivisível. 
c. O poder nacional apresenta-se como uma síntese de vontades e de 
meios de toda a ordem, destinado a cumprir um papel fundamental na sociedade 
nacional, de modo a assegurar-lhe sobrevivência, ordem, equilíbrio, coerência e 
desenvolvimento. 
d. No conceito de poder nacional estão contidos dois elementos básicos: 
a vontade de agir e a capacidade dos meios para atingir os objetivos nacionais. 
2-2. ÓBICES 
a. São obstáculos de toda ordem que dificultam ou impedem a conquista 
e a manutenção dos objetivos nacionais. 
b. Os óbices, existentes ou potenciais, podem dificultar ou impedir ações 
nas áreas do desenvolvimento e da segurança. Podem ser de ordem material ou
C 124-1 
2-2/2-4 
intangíveis. Resultam da natureza (secas, inundações), de fatos sociais (pobre-za, 
analfabetismo) ou da própria vontade humana. Podem decorrer de condições 
estruturais ou conjunturais e variar na essência, na intensidade e na forma como 
se manifestam, ao longo do processo evolutivo do país. 
2-2 
c. Os óbices são classificados, conforme a inexistência ou presença de 
intencionalidade, em: 
(1) fatores adversos - óbices de toda ordem, internos ou externos, que, 
destituídos do sentido contestatório, se interpõem aos esforços da sociedade ou 
do governo para conquistar e manter os objetivos nacionais; 
(2) antagonismos - óbices internos ou externos que, manifestando 
atitude deliberadamente contestatória, se contrapõem à conquista e manutenção 
dos objetivos nacionais. 
2-3. ESTRATÉGIA NACIONAL 
a. Estratégia nacional é a arte de preparar e aplicar o poder nacional para, 
superando os óbices, conquistar e manter os objetivos nacionais, de acordo com 
a orientação estabelecida pela política nacional (Fig 2-1). 
b. A estratégia nacional pode ser aplicada para atuar no desenvolvimento 
de uma área estratégica, adicionando-se a idéia de esforço continuado para 
superar obstáculos, bem como para prover a segurança necessária a um 
determinado Estado. 
Fig 2-1. Conceito de estratégia nacional 
2-4. DESDOBRAMENTOS DA ESTRATÉGIA NACIONAL 
Tal como na política nacional, pode-se identificar dois ramos da estratégia 
nacional: a de desenvolvimento e a de defesa. Essa divisão não lhe retira a 
unidade e a integração para conquistar e manter os objetivos nacionais.
2-4/2-6 
2-3 
C 124-1 
a. Estratégia de Desenvolvimento - É a arte de preparar e aplicar o poder 
nacional para conquistar e manter os objetivos estabelecidos pela política de 
desenvolvimento, a despeito dos fatores adversos existentes, inclusive aqueles 
com potencialidade de utilização para gerar antagonismos. 
b. Estratégia de Defesa Nacional - É o conjunto de opções e diretrizes 
governamentais que, em determinada conjuntura, orientam a nação quanto ao 
emprego dos meios de que dispõe, para superar as ameaças aos seus objetivos, 
conforme o estabelecido na Política de Defesa Nacional. 
2-5. ESTRATÉGIA DE GOVERNO 
a. Estratégia de governo é a arte de preparar e aplicar o poder nacional para, 
superando os óbices, conquistar e manter os objetivos de governo, de acordo com 
a orientação estabelecida pela política de governo; 
b. Tal como na estratégia nacional, a estratégia de governo abrange 
também as áreas do desenvolvimento e da defesa que, por sua vez, desdobram-se 
em estratégias específicas para cada expressão do poder nacional. 
ARTIGO II 
O CONFLITO E SUA RESOLUÇÃO 
2-6. ESPECTRO DOS CONFLITOS 
a. Considerações Gerais - Em uma sociedade e acima das pessoas há, 
normalmente, uma autoridade superior (tribunal) que garante direitos e aplica 
sanções. No caso das nações, não existe um órgão supremo que as subordine 
ou que as faça cumprir normas ou ainda, que tenha autoridade incontestável para 
resolver seus conflitos mediante uma simples sentença. Embora tentativas nesse 
sentido tenham sido feitas, tais empreendimentos não conseguiram ainda 
aprimorar o relacionamento entre os Estados, a ponto de evitar o surgimento de 
conflitos entre eles, nem obter, com freqüência, a resolução amistosa de litígios. 
Nesse contexto, verifica-se que impedir que as partes se agridam é uma tarefa 
complexa, sendo comum que elas, muitas vezes, independentemente de respaldo 
externo, agridam-se mutuamente apoiadas nos seus próprios meios. 
b. Conceitos - Em estratégia, têm relevância as situações de paz, crise e 
conflito que, nos campos interno e externo do Estado, definem o espectro dos 
conflitos quanto ao grau de violência (Fig 2-2). 
(1) Conflito - É o enfrentamento intencional entre oponentes, predispos-tos 
a usar variado grau de violência. Possui uma ampla faixa de abrangência que 
vai do conflito entre indivíduos ou grupos de indivíduos ao que ocorre entre 
Estados ou grupos de Estados. A guerra é o conflito no seu grau máximo de 
violência.
C 124-1 
2-6/2-7 
2-4 
(2) Paz - É a ausência de lutas, violências ou graves perturbações, no âmbito 
do Estado. Os conflitos existentes não comprometem os interesses da nação. 
(3) Crise - É um fenômeno complexo, de diversas origens, internas ou 
externas ao país, caracterizado por um estado de grandes tensões, com elevada 
probabilidade de agravamento, e risco de sérias conseqüências, não permitindo 
que se anteveja com clareza o curso de sua evolução. 
C O N F L I T O 
CONTROLÁVEL 
PAZ CRISE 
NEGOCIAÇÃO 
INCONTROLÁVEL 
Conflito armado 
(GUERRA) 
FORÇA 
Fig 2-2. Espectro dos conflitos 
c. Hipótese de emprego (HE) - É a antevisão de um quadro nacional ou 
internacional, marcado pela existência de óbices, em que o poder nacional deva 
ser empregado para enfrentar ações que possam comprometer interesses vitais 
da nação, e ainda: 
(1) são elaboradas a partir da construção de cenários, que indicam a 
viabilidade de sua ocorrência com capacidade para colocar em risco os interesses 
maiores do Estado e que imporão a participação de todas as expressões do poder 
nacional para superá-los; 
(2) serão as bases para os planejamentos estratégicos de preparo e 
emprego da Força Terrestre; 
(3) têm que responder aos diferentes graus de violência de um possível 
conflito. Portanto, devem considerar que o conflito pode evoluir desde a situação 
de paz até a escalada máxima da violência, que é a guerra. 
2-7. MÉTODOS DA ESTRATÉGIA NACIONAL 
a. O emprego do poder nacional, em determinadas situações, pode ocorrer 
com a atuação predominante de sua expressão militar. Tal situação, embora 
normalmente associada à idéia de conflito armado, por si só não caracteriza que 
ele ocorra ou que venha a ocorrer, pelo menos na forma de guerra declarada. Um 
exemplo seria um boqueio naval. 
b. O Estado pode adotar, basicamente, dois métodos estratégicos para 
solucionar conflitos em que se veja envolvido: 
(1) Método da estratégia direta - Caracteriza-se pelo emprego ou pela 
simples ameaça de emprego do poder nacional com predominância da expressão 
militar, de forma a coagir o adversário e, assim, alcançar uma solução para o
2-5 
C 124-1 
conflito que atenda aos interesses do Estado coator. 
(2) Método da estratégia indireta - Caracteriza-se pelo emprego 
predominante de qualquer uma das expressões do poder nacional que não a 
militar, para persuadir ou coagir o adversário a aceitar determinada solução para 
o conflito. A persuasão emprega os meios diplomáticos, jurídicos e políticos. A 
coerção emprega os meios políticos, econômicos ou psicossociais, podendo a 
expressão militar, neste caso, atuar como coadjuvante da ou das expressões 
predominantes. 
c. Em qualquer caso, por mais decisivo que seja o papel de uma expressão 
na solução desejada do conflito, não se pode esquecer que as demais expressões 
contribuem de forma complementar para a solução, uma vez que o poder nacional 
é indivisível. 
2-8. FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
Os Estados podem adotar para a resolução de seus conflitos, basicamente, 
três formas: persuasão, dissuasão e coerção. 
a. Persuasão - É uma forma não-violenta que emprega processos e 
técnicas inerentes aos meios diplomáticos, jurídicos e políticos. 
(1) Diplomáticos - Negociações diretas, bons ofícios, mediação, con-gressos, 
conferências e sistemas consultivos. 
(2) Jurídicos - Arbitragens, soluções judiciárias, comissões internacio-nais 
de inquéritos, comissões mistas, etc. 
(3) Políticos - Interferências de organismos internacionais, como a ONU, 
a OEA e outros. 
b. Dissuação - É uma forma intermediária entre a persuasão e a coerção, 
que está presente desde o tempo de paz, consistindo de medidas de natureza 
militar, que venham a desencorajar o oponente de tomar atitudes que levem a uma 
escalada da crise. Podem ser citados os seguintes exemplos: deslocamento de 
unidades militares, realização de manobras militares, aumento do poder militar na 
área onde ocorre a crise. 
c. Coerção - É uma forma violenta de solução de conflitos, por meio da 
utilização, em nível variado, da capacidade de coagir do poder nacional. 
(1) Pode-se verificar a coerção, por intermédio do emprego do poder 
nacional, com predominância eventual de ações estratégicas, de qualquer uma 
de suas expressões. 
(2) Caracteriza-se a predominância de uma expressão sobre as demais 
quando esta expressão atua decisivamente para a solução do conflito. 
(3) Como exemplos de formas coercitivas, sem que haja preponderância 
da expressão militar, podem ser citadas: a expulsão de agentes diplomáticos; a 
ruptura de relações diplomáticas; a proibição do uso do espaço aéreo, marítimo 
ou terrestre; embargos e boicotes; congelamento de bens; campanhas interna-cionais, 
etc. 
2-7/2-8
C 124-1 
2-6 
(4) Os Estados em conflito podem empregar um ou mais tipos de 
coerção, de acordo com o seguinte esquema: por iniciativa própria, antecedendo 
qualquer ação do oponente; como retorsão, que consiste na aplicação das 
mesmas medidas impostas pelo oponente; como represália, que consiste na 
aplicação de medidas diferentes da adotada pelo oponente. 
d. A figura 2-3 apresenta, esquematicamente, os métodos, formas de 
resolução, meios e exemplos relacionados à estratégia nacional. 
Fig 2-3. Métodos e formas estratégicas de resolução de conflitos 
2-8 
MÉTODOS E FORMAS ESTRATÉGICAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
MÉTODO FORMA DE 
RESOLUÇÃO 
MEIOS 
(predominantes) 
EXEMPLOS 
ESTRA-TÉGIA 
INDIRETA 
PERSUASÃO 
DIPLOMÁTICOS 
- Negociações diretas 
- Congressos e Conferências 
- Bons ofícios 
- Mediação 
- Arbitragem 
JURÍDICOS 
- Solução judiciária 
- Comissões internacionais de inquérito 
- Comissões mistas 
POLÍTICOS 
- O N U 
- O E A 
- Outros organismos internacionais 
DISSUASÃO MILITARES - Existência e possibilidades de emprego 
COERÇÃO 
POLÍTICOS 
ECONÔMICOS 
PSICOSSOCIAIS 
- Iniciativa própria 
- Retorsão 
- Represália não-armada 
- Proibição do uso 
do espaço aéreo 
- Embargo e boicote 
- Congelamento de 
bens 
- Expulsão de diplo-matas 
- Ruptura de rela-ções 
diplomáticas 
ESTRA-TÉGIA 
DIRETA 
DISSUASÃO 
MILITARES 
- Existência e/ou ameaça de emprego 
COERÇÃO 
- Iniciativa própria 
- Represália 
armada 
- Bloqueio naval 
- Bloqueio aéreo 
- Ações militares 
limitadas 
- Guerra
2-9 
2-7 
C 124-1 
2-9. MODELOS PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
O planejamento estratégico nacional tem que ser realizado segundo uma 
visão prospectiva que permita a condução dos acontecimentos, evitando-se a 
surpresa. O impacto do binômio ciência e tecnologia, do crescimento industrial e 
dos fatores psicológicos na estratégia, em particular a militar, impõem aos 
Estados a necessidade de continuados planejamentos para o preparo e o emprego 
das expressões do poder nacional. Para a solução de conflitos podem ser 
adotados cinco modelos para o planejamento estratégico, considerando o poder 
relativo entre os oponentes, com base nas variáveis: meios, objetivos e graus de 
liberdade de ação existentes. Os modelos apresentados não são os únicos, mas 
os mais característicos dos tempos modernos: 
a. Ameaça Direta - Aplica-se quando um dos oponentes possui considerável 
superioridade de meios sobre o outro (ou pode consegui-la por meio de alianças) e 
o objetivo perseguido é modesto (sem valor estratégico ou de pouca importância para 
o adversário ou para seus aliados). Neste caso, a simples ameaça de emprego da 
expressão militar pode levar o adversário a aceitar as condições que lhe são 
impostas ou a renunciar às suas pretensões. É a base da dissuasão. 
b. Pressão Indireta 
(1) É aplicável quando o objetivo perseguido é modesto, mas não se 
dispõe de meios suficientes para constituir uma ameaça decisiva ou, se dispondo 
de meios suficientes, a margem de liberdade de ação para empregá-los é pequena. 
(2) A decisão será buscada por intermédio do emprego de ações 
políticas, diplomáticas, psicológicas e econômicas, isoladas ou combinadas, 
apoiadas ou não por ações militares. 
c. Ações Sucessivas 
(1) Sua aplicação ocorre, normalmente, quando o objetivo é importante, 
valorizado também pelo oponente, a margem de liberdade de ação é pequena e 
os meios são limitados. 
(2) A decisão será buscada pelo emprego de uma série de ações 
sucessivas, combinando a ameaça direta e a pressão indireta, bem como 
limitadas ações em força. 
(3) É uma combinação sutil de ações políticas, diplomáticas, psicológi-cas 
e militares, tendo sempre presente a preocupação de não escalar o conflito. 
(4) A estratégia por ações sucessivas busca explorar a margem de 
liberdade de ação obtida pela manobra exterior, normalmente pequena, para 
execução de ações políticas, psicológicas e militares com o objetivo de alcançar 
a decisão e estabelecer um fato consumado. As fases das ações sucessivas se 
caracterizam pelo emprego da surpresa e pela rapidez de sua execução. 
(5) Poderá, na sua aplicação, seguir o seguinte roteiro: 
(a) definir um objetivo que seja de pouca importância para o adversá-rio, 
isto é,cuja perda não provocará alterações sensíveis no equilíbrio de forças 
e, portanto, não deverá levar o oponente a empenhar todos os seus esforços para 
sua manutenção; 
(b) o objetivo secundário escolhido deverá facilitar a conquista
C 124-1 
2-9 
posterior de outros objetivos; 
2-8 
(c) o objetivo definido deverá parecer suficientemente limitado, para 
ser aceito pela opinião pública mundial, assegurando o sucesso da manobra 
exterior; 
(d) obter a superioridade local; 
(e) conquistar o objetivo selecionado por meio de uma ação militar; 
(f) manter durante as ações militares negociações com todas as 
partes envolvidas no conflito, direta ou indiretamente, principalmente após a 
conquista do objetivo selecionado, de forma a mostrar que o objetivo em pauta é 
limitado e que não há outras intenções além dessa conquista; em outras palavras, 
significa buscar ou manter um determinado grau de liberdade de ação, que 
possibilite, caso seja necessário, a continuidade do processo; 
(g) mantida a liberdade de ação alcançada, mesmo que com ligeira 
redução, prosseguir na conquista de outro(s) objetivo(s) secundário(s), até a 
conquista do objetivo final; 
(h) durante todo o processo é necessário evitar a escalada ao 
extremo do conflito, que resulte numa guerra total. 
(7) Esta sistemática combina a ameaça direta, a pressão indireta e o 
conflito violento de natureza militar, com ênfase em ações limitadas e sucessivas. 
Cada etapa, analisada isoladamente, se enquadra na estratégia direta ou na 
estratégia indireta, mas, no conjunto, é indireta, pois as ações de natureza 
política, diplomática e psicológica são consideradas mais importantes e decisi-vas. 
d. Conflito total prolongado com fraca intensidade militar 
(1) Adotado quando o objetivo é importante, a liberdade de ação é grande, 
mas os meios disponíveis são muito escassos para se buscar uma decisão militar. 
(2) Esta decisão será obtida pelo desgaste moral do adversário, por meio 
do desenvolvimento de um conflito de longa duração, de caráter total, cuja 
finalidade é levá-lo a um estado de cansaço e de prostração física e psíquica. 
(3) Suas características são de um conflito de baixa intensidade, 
geralmente sob a forma de uma guerrilha generalizada, para obrigar o adversário, 
muito mais poderoso militarmente, a realizar esforços que não poderá manter 
indefinidamente, sem comprometimento de suas forças morais. 
(4) Para o oponente mais fraco o problema principal é a necessidade de 
sobreviver e preservar os parcos meios materiais disponíveis, o que é alcançado 
pelo fortalecimento das forças morais, por intermédio da exploração de elementos 
aglutinadores e de coesão da alma nacional, tais como patriotismo, independên-cia 
e religiosidade. 
(5) Poderá ser empregado, ainda, quando o objetivo é muito valorizado 
pelo oponente mais fraco, mas, secundário para o mais poderoso. É a base da 
estratégia da resistência. 
(6) A estratégia da resistência busca explorar a ampla margem de 
liberdade de ação proporcionada pela manobra exterior, para alcançar a decisão 
com meios militares, às vezes extremamente reduzidos, principalmente nas 
fases iniciais do conflito. Se aplica contra um oponente muito mais poderoso, que 
será levado a um estado geral de prostração física e moral.
2-9 
2-9 
C 124-1 
(7) O objetivo fundamental é “saber durar na ação” e “não ganhar, mas 
durar sem perder”. Impedido pela manobra exterior de empregar seu poderio 
militar, o oponente, conduzindo uma luta prolongada num ambiente hostil, acabará 
admitindo que combate por interesses secundários, que podem ser cedidos, 
mesmo com o pesado desgaste político e psicológico resultante. 
(8) No campo militar, a estratégia da resistência adquire, em geral, a 
forma de uma guerra não-convencional do tipo guerrilha. 
(9) No BRASIL, a guerra de resistência conduzida pelos brasileiros, no 
século XVIII, contra o invasor holandês, é um exemplo histórico do emprego da 
estratégia da resistência. 
(10) A manobra estratégica da resistência se desenvolve em dois planos: 
(a) No plano material das forças militares - Em decorrência do poderio 
militar de um dos oponentes, o mais fraco tem como primeiro objetivo durar na 
ação para conservar os seus limitados meios militares. No âmbito estratégico, 
isto é conseguido por meio da adoção de uma atitude defensiva, evitando batalhas 
decisivas e, no campo tático, adotando uma postura ofensiva, fustigando 
constantemente o inimigo para minar sua vontade de lutar, mantendo o conflito 
e assegurando ampla liberdade de ação. De igual modo, obriga o adversário a 
dispersar suas forças, criando condições para a obtenção de pequenas e 
continuadas vitórias. 
(b) No plano moral da ação psicológica - Tem como finalidade 
desenvolver e manter elevadas as forças morais dos combatentes e da população 
amiga e, simultaneamente, minar a vontade de lutar do inimigo e de seus aliados 
na zona de conflito. Para os combatentes e não-combatentes são explorados os 
valores patrióticos, religiosos, anseios de independência, reunificação e outros. 
1) A fé na justiça da causa a defender será o elemento 
aglutinador para suportar os sofrimentos necessários à vitória. 
2) No que concerne aos combatentes inimigos e seus aliados, 
procura-se demonstrar a impossibilidade de vitória, em que pese a diferença de 
poder, pois se luta por uma causa injusta, desumana e cruel. 
3) No âmbito externo à zona de conflito, aproveitando todos os 
meios de comunicação disponíveis, buscar-se-á solapar a frente interna do 
oponente, explorando a injustiça da causa, a falta de interesse e de motivação para 
a intervenção, além da crueldade do conflito. 
4) Em síntese, a estratégia da resistência tem como objetivo a 
vitória de um oponente dotado de meios militares extremamente limitados contra 
um adversário militarmente poderoso. A fraqueza material será plenamente com-pensada 
pelas forças morais, o solapamento da vontade de lutar do adversário e 
a adoção de estratégias e táticas inovadoras. A derrota do forte será conseqüên-cia 
natural do seu cansaço (prostração) e da perda da vontade de lutar (derrota 
psicológica). 
e. Conflito violento com forte intensidade militar 
(1) É aplicável quando oponentes dotados de meios militares poderosos 
buscam a conquista de objetivos importantes. 
(2) A decisão é buscada mediante a obtenção de uma vitória militar, num 
conflito violento e, se possível, de curta duração. 
(3) O principal objetivo é a destruição das Forças Armadas do oponente.
C 124-1 
2-9/2-10 
2-10 
f. Combinação de modelos 
(1) Os modelos devem ser tomados como exemplos e não como 
soluções estanques e definitivas, pois quanto maior é a aproximação a modelos 
e a fórmulas, mais nos afastamos da arte da condução da guerra. 
(2) Para cada conflito haverá um planejamento estratégico específico, 
resultante da relação entre liberdade de ação, meios e objetivos, considerando-se as 
deficiências de um oponente e as possibilidades do outro. 
(3) A figura 2-4 permite uma visão completa dos diversos modelos, suas 
características e relacionamento com um dos métodos da estratégia nacional. 
MODELOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
MODELOS CARACTERÍSTICAS ESTRATÉGIAS 
AMEAÇA 
DIRETA 
- Objetivo modesto. 
- Superioridade de meios de um dos oponentes. 
- Margem de liberdade de ação é normal. 
- Base da estratégia da dissuasão. 
PRESSÃO 
INDIRETA 
- Objetivo modesto. 
- Meios limitados (ou se forem potentes, a margem 
de liberdade de ação para empregá-los é pequena). 
AÇÕES 
SUCESSIVAS 
- Objetivo importante. 
- Meios limitados. 
- Margem de liderdade de ação é pequena. 
- Base da estratégia de ações sucessivas. 
CONFLITO TOTAL 
PROLONGADO 
(fraca intensidade 
militar) 
- Objetivo importante. 
- Meios muito escassos. 
- Margem de liberdade de ação é grande. 
- Base da estratégia da resistência. 
CONFLITO VIOLENTO 
(forte intensidade 
militar) 
- Objetivo importante. 
- Meios militares muito potentes. 
- Se possível de curta duração. 
- Margem de liberdade de ação é normal. 
Fig 2-4. Modelos de planejamento estratégico 
ARTIGO III 
ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL 
2-10. CAMPOS DE ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL 
DIRETA 
INDIRETA 
DIRETA 
INDIRETA 
INDIRETA 
DIRETA 
A estratégia desenvolvida para se obter a solução adequada do conflito, 
tendo como referencial a zona de sua ocorrência, abarca dois campos de atuação 
distintos, mas interdependentes: o exterior e o interior à zona de conflito. Assim, 
pode-se afirmar que há uma manobra exterior e uma manobra interior. 
a. Manobra exterior 
(1) A idéia central da manobra exterior reside em assegurar o máximo de 
liberdade de ação, como o apoio de organismos internacionais (ONU, OEA, 
OTAN, etc), países amigos e/ou simpatizantes, organizações não-governamen-
2-11 
C 124-1 
tais, opinião pública internacional e, na própria frente interna do inimigo, 
principalmente de sua opinião pública e de organizações que se oponham ao 
conflito, com a finalidade de paralisar o adversário por meio de uma combinação 
de ações de natureza política, econômica, psicológica e, em algumas situações, 
militar, esta com toda variação possível de atuação. 
(2) A manobra exterior deve assentar-se em um bom tema político, 
concebido em função das grandes motivações do momento e bem adaptado ao 
fim visado, como por exemplo: desejo de salvaguarda da paz, descolonização, 
antiimperialismo, autodeterminação dos povos, não-ingerência em assuntos 
internos, racismo, genocídio, preservação ecológica e direito a um espaço vital. 
(3) De acordo com o tema político, a manobra exterior pode incluir, dentre 
outras, as seguintes ações: 
(a) atuar em respeito às normas do direito e apelar para os valores 
morais e humanitários, de forma a criar, no adversário e na sua frente interna, 
dúvidas quanto à justiça da causa que defende, provocando cisões na sua coesão 
moral e, acima de tudo, de modo a despertar simpatias no campo internacional, 
justificando a causa que advoga; 
(b) explorar, nos organismos internacionais e nas organizações 
não-governamentais simpatizantes, o clima político resultante, de forma a isolar 
política e economicamente o adversário e, se possível, manietá-lo, impedindo-o de 
levar a cabo determinadas ações ou de lançar mão de todas as possibilidades de 
seu poder nacional na zona de conflito; 
(c) obter ajuda sob a forma de fornecimento de equipamentos e 
armamentos, pessoal técnico, voluntários e mesmo de tropas; 
(d) empregar a expressão militar; e 
(e) tranqüilizar outros adversários potenciais, quanto ao alcance dos 
objetivos visados. 
b. Manobra interior 
(1) A manobra interior será desencadeada na zona onde se desenvolve 
o conflito e tem como finalidade primordial desenvolver e manter as forças morais 
da população e das forças regulares e/ou irregulares amigas, por meio da 
exploração de idéias-força como patriotismo, independência nacional, liberdade 
religiosa, descolonização e elevação do nível de vida. Simultaneamente, buscar-se- 
á minar o moral das forças combatentes do oponente e de seus aliados na zona 
de conflito. 
(2) A manobra interior, aproveitando a liberdade de ação obtida com a 
manobra exterior, deve explorar, na zona de conflito e nas suas áreas de 
influência: 
(a) as vulnerabilidades estruturais do adversário, obrigando-o a 
protegê-las, mediante a dispersão de seus meios; 
(b) as atividades que visam assegurar a lealdade da população, 
conduzindo-a a não colaborar com o oponente; 
(c) as fraquezas morais do oponente, para minar o seu poder de 
combate. 
2-10
C 124-1 
2-10/2-11 
2-12 
c. Aplicação das manobras exterior e interior - Ambas as manobras são 
aplicáveis a qualquer método da estratégia nacional, mas suas concepções são 
mais adequadas à estratégia indireta, na qual atuam, de forma preponderante, as 
expressões psicossocial e política. 
2-11. FASES DA ESTRATÉGIA NACIONAL 
Num quadro de crise, a estratégia, normalmente, desenvolve-se em três 
fases: 
a. Fase da preparação - Nesta fase realizam-se diversas ações, tais 
como: 
(1) preparação da opinião pública, por meio de ações psicológicas, para 
suportar os encargos psicossociais, políticos, econômicos e militares decorren-tes 
da execução da estratégia proposta; 
(2) legitimação das operações militares que possam ocorrer na fase da 
execução diante da opinião pública mundial e nacional, perante governos aliados 
e neutros, por meio de uma campanha que deve estar apoiada em um tema político 
com profundas implicações morais, mas sempre coerente com o objetivo 
perseguido; 
(3) consideração quanto à reação de países neutros ou aliados ao 
desenvolvimento da estratégia escolhida, de forma a eliminar ou, no mínimo, 
reduzir a ocorrência de circunstâncias aleatórias que, normalmente, provocam 
profundas alterações na liberdade de ação obtida por ocasião do início das ações; 
(4) isolamento do inimigo com a aplicação de medidas, entre as quais 
destacam-se: a realização de tratados e/ou alianças; a promessa de partilha de 
território ou de privilégios; a tranqüilização de adversários potenciais, quanto ao 
valor ou alcance dos objetivos visados; a concessão de garantias a países 
neutros e a exploração de temas ideológicos; 
(5) previsão da resposta do Estado adversário e, por conseguinte, 
adoção de medidas para neutralizá-la; 
(6) considerações quanto à possibilidade de fracasso militar, aos apoios 
que se pode obter se a vitória demorar, às conseqüências de uma derrota, às 
possibilidades de se minorar os riscos por meio de uma saída honrosa e 
interrupções previsíveis no desenvolvimento da estratégia estabelecida. 
b. Fase da execução - De acordo com a estratégia adotada (direta ou 
indireta), avolumam-se as ações da expressão do poder que será decisiva para 
a solução do conflito ou para atingir o objetivo. 
(1) No caso da estratégia direta 
(a) É a fase da realização das operações militares, quando se deve 
procurar criar o fato consumado, por meio de uma vitória rápida e definitiva. Para 
isso, tem significativa importância o momento do início das hostilidades. Deve-se 
procurar uma situação em que o adversário esteja envolvido com situações 
capazes de afetar sua capacidade de reação. 
(b) As ações diplomáticas e de operações psicológicas, realizadas 
previamente, devem ter propiciado um ambiente internacional favorável, bem
2-13 
C 124-1 
como condições para que o adversário seja surpreendido e facilmente desorga-nizado. 
(c) As atividades não-militares, especialmente as políticas, continu-am 
tendo grande importância para a paralisação de elementos potencialmente 
hostis e para a galvanização de simpatias. 
(2) No caso da estratégia indireta 
(a) É a fase da realização das ações nos campos político, econômico 
e psicossocial, que devem permitir completar o isolamento do inimigo, no âmbito 
externo, e separar a sociedade do governo, no âmbito interno, colocando-o em 
xeque perante a própria nação. Com isso, busca-se o enfraquecimento do Estado 
adversário. Estas ações também são fundamentais para a manutenção da 
liberdade de ação. 
(b) As ações militares, ou a simples ameaça de seu emprego, são 
desencadeadas com o propósito de desgastar o inimigo e/ou conquistar objetivos 
secundários, visando auxiliar as demais expressões do poder nacional. Estas, 
por sua vez, estarão desenvolvendo ações com vistas a provocar a submissão 
definitiva do inimigo. 
(c) As operações militares devem ser dosadas, normalmente com 
pouca intensidade e com longa duração (resistência). 
(d) Podem, por outro lado, constituir um conjunto de operações 
sucessivas, cada uma isoladamente de grande intensidade, curta duração, 
limitada no espaço e dirigida contra objetivo ou objetivos secundários (ações 
sucessivas). 
c. Fase da exploração - Nesta fase, torna-se imprescindível a consolida-ção 
da vitória alcançada. Nesse sentido, faz-se necessária a análise das 
possibilidades do oponente no que concerne às manobras interior e exterior, bem 
como, à avaliação do novo equilíbrio de poder resultante dessa vitória. Essa 
análise poderá ser orientada por meio das respostas às seguintes questões: 
(1) Quais devem ser as conseqüências da vitória? 
(2) Quais as condições para o restabelecimento da paz? 
(3) Que atitude deve-se adotar no futuro? 
(4) Quais devem ser os novos objetivos? 
2-11
3-1 
C 124-1 
CAPÍTULO 3 
ESTRATÉGIA MILITAR 
ARTIGO I 
A GUERRA 
3-1. A GUERRA 
a. Guerra e paz 
(1) Vários filósofos, desde a antigüidade, vêm se preocupando com o 
fenômeno bélico, manifestação de violência coletiva conduzida e coordenada por 
um líder ou por um grupo. 
(2) Atualmente, os estudos sobre a guerra a inserem num espectro mais 
amplo, o dos conflitos. As modernas investigações sobre suas origens e causas 
buscam um campo de pesquisa relativo ao conflito humano, que abrange também 
o tempo de paz. Partem do princípio que se pode admitir a existência de aspectos 
comuns entre os vários tipos de conflitos humanos, entre os quais, como 
fenômeno social, existe um grau máximo: a guerra. 
(3) No conflito, a hostilidade não se manifesta apenas pela violência 
física, podendo evidenciar-se por outras formas (econômicas, psicológicas e 
diplomáticas). O conflito pressupõe um choque intencional que implica numa 
vontade hostil, ou seja, a intenção de causar danos ou prejuízos ao adversário. 
(4) Em conseqüência, para ser possível defender a nação numa guerra, 
a estrutura militar deve estar sempre em condições de atuar com eficácia, pois 
quando a guerra surge não há tempo para improvisações nem oportunidade para 
arrependimentos tardios: é necessário empreender ações decisivas, coordena-das 
e objetivas, criteriosamente planejadas desde o tempo de paz. 
b. Guerra e estratégia 
(1) A guerra ultrapassa em muitos aspectos a estratégia. É possível 
admitir, pelo menos teoricamente, uma guerra sem estratégia, pois entre muitos
C 124-1 
3-1 
povos primitivos a guerra não era propriamente conduzida, mas antes travada 
como um fenômeno espontâneo e irrefletido, ou seja, sem estratégia. A estratégia 
implica a existência de uma vontade consciente para dirigir e coordenar os 
esforços, o que pressupõe um plano deliberado de ação. 
3-2 
(2) Da mesma forma, a estratégia também ultrapassa o “ato de guerra” 
em si, pois busca proporcionar a uma unidade política as melhores condições de 
segurança. Participa de uma série de ações em todas as expressões do poder, 
que permitirão enfrentar da forma mais adequada as eventuais ameaças e as 
hipóteses de guerra admitidas. A estratégia envolve, também, a concepção de 
desenvolvimento de todos os tipos de forças, de acordo com as potenciais 
ameaças, compatibilizando-as com a capacidade do poder nacional. Neste 
âmbito, o seu papel é permanente. 
(3) Assim, a estratégia prevê o uso da força, o que pode incluir ou não 
seu emprego em combate. Situações há em que o efeito desejado, imposição da 
vontade ao adversário, é obtido por outras formas de tirar partido da força. Em 
resumo, a estratégia trata não só da aplicação da força, mas também da sua 
exploração e, ainda, da promoção do seu desenvolvimento. O seu papel não é, 
portanto, intermitente, mas permanente. Relaciona-se com medidas a adotar em 
tempo de guerra e com ações adotadas em tempo de paz, que visam a 
determinadas ameaças e hipóteses de emprego. 
(4) À estratégia militar cabe não só o planejamento das ações militares 
previstas nas hipóteses de emprego, mas, também, o planejamento voltado para 
o preparo da expressão militar. 
c. Classificação das guerras 
(1) Guerra regular - Conflito armado no qual as operações são executa-das, 
predominantemente, por forças regulares. Caracteriza-se por ser extrema e 
entre Estados; declarada, embora tal condição não venha sendo observada na 
atualidade; reconhecida pelos organismos internacionais; e utilizando, em princí-pio, 
a plena capacidade das forças militares. 
(a) Guerra convencional - É a forma de guerra realizada dentro dos 
padrões clássicos e com o emprego de armas convencionais, podendo ser total 
ou limitada, quer pela extensão da área conflagrada, quer pela amplitude dos 
efeitos a obter. É o principal objetivo da preparação e do adestramento das Forças 
Armadas da grande maioria dos países. 
(b) Guerra nuclear - É a forma de guerra caracterizada pelo uso de 
armas nucleares estratégicas (grande poder de destruição e lançamento por 
vetores de grande alcance, tais como, aviões e mísseis balísticos intercontinen-tais) 
ou de combate nuclear tático (menor poder de destruição e lançamento por 
vetores de curto e médio alcance, tais como, aviões, mísseis táticos e artilharia). 
Pode ser total ou limitada, tanto pela extensão da área conflagrada, quanto pelos 
efeitos desejados. 
(2) Guerra irregular - Conflito armado executado por forças não-regulares, 
ou por forças regulares fora dos padrões normais da guerra regular, contra um 
governo estabelecido ou um poder de ocupação, com o emprego de ações típicas 
da guerra de guerrilha. 
(a) Guerra insurrecional - Conflito interno, sem apoio de uma 
ideologia, auxiliado ou não do exterior, em que parte da população empenha-se
3-1/3-3 
3-3 
C 124-1 
contra o governo para depô-lo ou obrigá-lo a aceitar as condições que lhe forem 
impostas. 
(b) Guerra revolucionária - Conflito interno, geralmente inspirado em 
uma ideologia e auxiliado do exterior, que visa a conquista do poder pelo controle 
progressivo da nação. 
(c) Guerra de guerrilha - É a forma de guerra conduzida por grupos ou 
forças não-regulares, contra um governo estabelecido ou um poder de ocupação, 
com a finalidade de desgastar sua capacidade militar. 
(d) Guerra de resistência nacional - É a forma de guerra na qual as 
Forças Armadas de um país militarmente fraco emprega táticas de guerrilha, ou 
forças irregulares, para resistir e expulsar um invasor militarmente mais poderoso, 
contando com o apoio da totalidade ou de parcela ponderável da população. 
(3) Guerra total - É a forma de guerra na qual os beligerantes usam todo 
o seu poder militar, sem restrições quanto aos métodos e engenhos e mesmo 
quanto às leis convencionais de guerra. 
(4) Guerra limitada - É o conflito armado entre Estados ou coligação de 
Estados, sem a amplitude da guerra total, caracterizado pela restrição implícita 
ou consentida dos beligerantes, tais como espaço geográfico restrito ou limitação 
do poder militar empregado, pelo menos por um dos beligerantes. 
(5) Guerra externa - Conflito armado, total ou limitado, entre Estados ou 
coligações de Estados. 
(6) Guerra interna - Conflito armado no interior de um país, regular ou não, 
visando atender tanto a interesses de um grupo ou do povo como a objetivos 
políticos de um Estado ou coligação de Estados. 
ARTIGO II 
BASES E MÉTODOS DA ESTRATÉGIA MILITAR 
3-2. CONCEITO DE ESTRATÉGIA MILITAR 
Estratégia militar é a arte de preparar e aplicar meios militares para a 
consecução e manutenção de objetivos fixados pela política nacional. Nesse 
contexto, a estratégia militar integra a estratégia nacional e subordina-se à 
política. 
3-3. BASES DA ESTRATÉGIA MILITAR 
a. A concepção das operações da ação militar trata da caracterização 
objetiva da natureza das operações a serem empreendidas, das espécies de 
forças e materiais necessários, bem como do respectivo momento de emprego, 
em face das hipóteses de conflito geradas pela escalada de uma crise. Delineia 
a forma da guerra possível, tendo em vista as condicionantes impostas pelas 
possibilidades militares dos oponentes, pela geografia e pelos meios disponíveis. 
Define, finalmente, as ações estratégicas que devem ser realizadas pelas Forças 
Armadas, os teatros de guerra, e os teatros de operações onde essas ações terão 
curso quando da concretização da hipótese considerada.
C 124-1 
3-3/3-4 
3-4 
b. O espaço geográfico necessário à condução das ações estratégicas é 
dividido em: Teatro de Guerra (TG), Teatro de Operações (TO) e Zona do Interior 
(ZI). 
c. Teatro de Guerra é o espaço geográfico (terrestre, marítimo e aéreo) que 
estiver ou possa vir a ser diretamente envolvido nas operações militares de uma 
guerra. 
d. Um TG deve comportar um ou mais TO. 
e. TO é a parte do TG necessária à condução de operações militares de 
vulto, nestas incluído o respectivo apoio logístico. 
f. Além da idéia de área geográfica, a concepção de TO designa o escalão 
de comando responsável pela condução da estratégia operacional. O teatro de 
operações pode ser terrestre (TOT) ou marítimo (TOM), conforme predominem as 
operações terrestres ou marítimas. 
g. Zona do Interior é a parte do território nacional não incluída nos TO. 
3-4. MÉTODOS DA ESTRATÉGIA MILITAR 
Considerando as diversas concepções estratégicas, pode-se adotar como 
métodos da estratégia militar os seguintes: 
a. Estratégia direta 
(1) A decisão será obtida pelo emprego de forças militares como meio 
principal e o objetivo será a destruição das Forças Armadas inimigas e a conquista 
de seu território, em princípio, por meio de uma ação frontal direta. 
(2) Normalmente, quando um Estado possui flagrante superioridade da 
expressão militar do seu poder nacional sobre a do adversário e dispõe de 
liberdade de ação ou assume os riscos da inexistência dessa liberdade, desen-volve 
a estratégia direta. Idêntica atitude adota o Estado que conclui que somente 
a ação da expressão militar permitirá alcançar, de forma decisiva, uma solução 
adequada para o conflito. 
(3) Por outro lado, o recurso à estratégia direta deve ser bastante 
ponderado em virtude da crescente importância do fator psicossocial. Haverá 
sempre o risco que os resultados obtidos na execução sejam anulados, ou 
substancialmente diminuídos, pela resistência da população ou pelo surto de 
guerrilhas. Na atualidade, uma guerra não se desenvolve, apenas, nos campos 
de batalhas das forças oponentes, mas no contexto das nações. 
(4) A dissuasão convencional, fruto da existência de meios militares e 
da possibilidade de seu emprego, enquadra-se no âmbito da estratégia direta. 
b. Estratégia da aproximação indireta 
(1) A decisão será obtida pela adoção de linha de ação que vise 
desequilibrar física e psicologicamente o adversário, anulando sua capacidade de 
reação.
3-4 
3-5 
C 124-1 
(2) O objetivo será evitar o confronto físico, mas se isso não for possível, 
travar a batalha da forma menos custosa para o atacante. Em síntese, o que se 
deseja alcançar é a paralisia estratégica do inimigo, principalmente do seu 
comando político e militar. O desequilíbrio físico e psicológico do inimigo será vital 
para a obtenção da vitória. Esse desequilíbrio será alcançado pelo emprego de 
uma ação contra a retaguarda ou as bases de apoio do inimigo, evitando-se o 
confronto direto com suas forças principais. As forças blindadas e o poder aéreo 
deram nova dimensão à concepção da estratégia da aproximação indireta, pois 
permitiram maior rapidez e profundidade ao ataque contra o sistema nervoso e as 
bases econômicas do inimigo, representados pelos centros de comunicações, 
postos de comandos, instalações logísticas, centros industriais, organização civil 
do esforço de guerra e a base moral de sua população. 
(3) A concepção estratégica da aproximação indireta, por privilegiar a 
participação da expressão militar na obtenção da decisão, se enquadra na 
estratégia direta. Somente sua aplicação será indireta. 
c. Estratégia Indireta 
(1) A decisão será buscada pela utilização preponderante de ações 
políticas, econômicas e psicológicas. 
(2) As ações desenvolver-se-ão na zona de conflito e, principalmente, no 
espaço exterior a essa zona, ou seja, no âmbito de Estados aliados, organismos 
internacionais, opinião pública mundial e na própria frente interna do oponente. 
(3) A estratégia indireta possui duas formas básicas de manobras 
estratégicas, considerando o valor da expressão militar participante, a margem de 
liberdade de ação existente no cenário internacional e o tempo necessário para 
a obtenção da decisão: manobra estratégica por ações sucessivas e manobra 
estratégica de resistência. 
(4) A opção pela estratégia indireta ocorre em decorrência da inferioridade 
de meios militares e/ou da falta de liberdade de ação e, ainda, da convicção de 
que a solução para o conflito pode e deve ser obtida sem o emprego da violência. 
d. Estratégia Nuclear 
(1) O surgimento da arma nuclear, sob a forma de bombas atômicas, 
bombas de hidrogênio ou bombas de nêutrons, associado à evolução dos vetores 
de lançamento, tais como bombardeiros estratégicos, mísseis balísticos inter-continentais, 
mísseis balísticos lançados por submarinos, mísseis de médio 
alcance ou de alcance tático, revolucionou de forma marcante a arte da guerra, 
ante a perspectiva da destruição mútua dos contendores. As grandes potências 
passaram a utilizar-se das chamadas “guerras por procuração”, normalmente 
conduzidas sob a forma de conflitos limitados e localizados ou sob a forma de 
guerra revolucionária. 
(2) A guerra estratégica nuclear é o conjunto de operações visando o 
emprego de armas nucleares contra as fontes de poder do inimigo e contra as suas 
forças estratégicas de ataque. 
(3) Não sendo o BRASIL uma potência nuclear, as ações, no campo da 
estratégia militar, se restringem àquelas que referem-se à formação de alianças, 
à celebração de tratados de cooperação, entre outras, com os países detentores 
de tecnologia nuclear.
C 124-1 
3-6 
ARTIGO III 
CONCEPÇÃO DA AÇÃO MILITAR 
3-5. CONCEPÇÃO DA AÇÃO MILITAR 
a. Objetivos de guerra 
(1) A concepção da ação militar deve estar calcada no objetivo que o 
Estado pretende atingir ao término do conflito. Esse objetivo denomina-se 
“objetivo político de guerra” ou simplesmente “objetivo de guerra”, e tem como 
propósito a paz subseqüente à guerra. 
(2) São exemplos de possíveis objetivos de guerra: 
(a) rendição incondicional; 
(b) manutenção do “status quo”; 
(c) conquista de uma faixa de segurança; 
(d) ampliação territorial; 
(e) manutenção do equilíbrio de poder; 
(f) conquista da independência; 
(g) difusão de ideologias políticas ou religiosas; 
(h) substituição de governo; 
(i) implantação de novo regime político-econômico; 
(j) conquista de posições de alto valor estratégico; 
(l) extinção de um Estado. 
(3) Logicamente, um objetivo de guerra deve ter condições de ser 
alcançado pelo emprego do poder nacional e vai condicionar tanto a finalidade, 
quanto a intensidade do esforço a ser despendido. 
b. Centro de gravidade 
(1) Centro de gravidade é o ponto no organismo do Estado adversário 
(militar, político, territorial, econômico ou social) que caso seja conquistado, ou 
o inimigo dele perca o efetivo controle, toda sua estrutura de poder desmoronará. 
(2) O conhecimento do centro de gravidade condiciona o objetivo ou os 
objetivos de guerra, que devem ser escolhidos. 
c. Liberdade de ação - A política nacional, responsável por estabelecer os 
objetivos de guerra, pode sofrer limitações decorrentes de diversas circunstânci-as, 
que influenciarão ou não a liberdade de ação. Caso o Estado leve em 
consideração essas limitações, sua liberdade de ação estará reduzida. Caso 
contrário, o Estado manterá sua liberdade de ação à custa de sensíveis riscos 
políticos, econômicos, psicossociais ou militares. Aceitando limitações, a 
política nacional poderá impor condicionantes à formulação da estratégia militar, 
tais como: 
(1) ritmo a imprimir às operações; 
(2) intensidade e extensão da violência; 
(3) emprego de força aérea e/ou de mísseis estratégicos; 
(4) bloqueio naval; 
(5) áreas restritas. 
3-5
3-7 
C 124-1 
d. Concepção da ação militar 
(1) Considerando os objetivos de guerra e as condicionantes impostas 
pela política nacional à condução da ação militar, os planejadores devem estar em 
condições de determinar a concepção da ação militar. 
(2) A concepção da ação militar abrange os seguintes aspectos: 
(a) definição dos objetivos militares que devem permitir alcançar o 
objetivo político de guerra; 
(b) estabelecimento dos meios militares necessários à ação militar; 
(c) ações estratégicas militares que devem ser implementadas; 
(d) ajustamento da concepção da ação militar; 
(e) determinação dos objetivos estratégicos. 
(3) Objetivos militares 
(a) A escolha dos objetivos militares deve levar em conta as 
seguintes idéias: 
1) os objetivos militares jamais podem ser maiores (mais amplos) 
que o objetivo de guerra (caso ocorra tal absurdo, configura-se um descompasso, 
com possíveis evoluções incontroláveis da situação); 
2) o objetivo de guerra condiciona os objetivos militares, quanto 
ao esforço da expressão militar na área geográfica em que esse objetivo de guerra 
deverá ser atingido; 
3) caso o objetivo de guerra se refira ao exercício de soberania 
sobre uma área em disputa, há muita probabilidade de que o objetivo militar venha 
a se relacionar também com a mesma área; 
4) se a área litigiosa for muito ampla ou importante para um dos 
contendores, é possível que o ou os objetivos militares venham a ser estabele-cidos 
em relação a elementos do poder antagônico, tidos como mais apropriados 
para se obter a quebra da vontade de lutar do oponente, independente do 
posicionamento geográfico dessa área; 
5) nos conflitos de grande envergadura, a amplitude dos objetivos 
de guerra tende a liberar geograficamente os objetivos militares. 
(b) Os objetivos militares devem ser os que permitam uma variação 
favorável na relatividade dos poderes que se confrontam, por meio de uma ação 
militar direta. O potencial militar, o potencial econômico e a vontade combativa 
são os elementos passíveis de serem afetados diretamente por uma ação militar. 
(c) São exemplos de objetivos militares: 
1) destruição ou neutralização das forças militares inimigas; 
2) destruição ou ocupação de centros do poder nacional adverso, 
particularmente nas expressões política e econômica; 
3) obtenção do controle da população; 
4) seccionamento de ligações que transmitem e dinamizam o 
poder nacional; 
5) ocupação de um território, área, cidade; 
6) corte do fluxo de suprimento; 
7) neutralização dos meios de sustentação do esforço de guerra 
adversário; 
8) manutenção de um determinado espaço geográfico, visando 
ganhar tempo para outras ações; 
3-5
C 124-1 
3-5 
3-8 
9) desgaste do inimigo de forma a vencê-lo pela resistência; 
10) fixação estratégica das forças adversárias ou pulverização 
(dispersão) dos seus meios; 
11) contribuição para dissociar o governo da população. 
(4) Estabelecimento dos meios necessários - Definidos os objetivos 
militares preliminares, deve-se proceder a uma avaliação dos meios necessários 
para conquistar tais objetivos, bem como fazer um levantamento dos meios 
disponíveis. 
(5) Levantamento das ações estratégicas - De posse da definição dos 
objetivos preliminares e dos meios militares disponíveis, os planejadores estabe-lecem 
as ações estratégicas que devem, numa primeira aproximação, permitir, 
em melhores condições, a conquista dos objetivos propostos. 
(6) Ajustamento da concepção da ação militar - Da confrontação entre 
objetivo político de guerra, condicionantes políticas, quadro geográfico, relação 
de forças, objetivos militares preliminares e forças disponíveis, são realizados os 
reajustamentos necessários à concepção da ação militar. É possível que, nesta 
fase do processo, se chegue à conclusão, em virtude das condicionantes ou dos 
meios disponíveis, que a missão é inexeqüível, ou seja, que a ação militar não 
poderá atingir os objetivos preliminares fixados. Neste caso, podem-se levantar 
outras linhas de ação, tais como: 
(a) abandonar determinadas condicionantes e aceitar os riscos 
decorrentes; 
(b) verificar a possibilidade de alocar novos meios; 
(c) fixar objetivos militares menos ambiciosos; 
(d) modificar as ações estratégicas propostas, chegando mesmo a 
alterá-las, de forma a abandonar uma estratégia direta e adotar uma estratégia 
indireta; 
(e) rever o objetivo político da guerra e, por conseguinte, elaborar uma 
nova concepção da ação militar. 
(7) Determinação dos objetivos estratégicos 
(a) Objetivo estratégico é aquele cuja conquista, destruição ou 
neutralização contribui para abater a estrutura política, militar, científico-tecnológica, 
psicossocial ou econômica de um dos oponentes, privando-o dos recursos 
necessários ao prosseguimento da guerra. 
(b) Os objetivos estratégicos, para efeito de estudos, podem ser 
relacionados em dois grandes grupos: 
1) decorrentes da concepção política (que tanto podem estar 
implícitos como explícitos), onde podem ser encontrados os próprios objetivos 
estratégicos pretendidos com a guerra e os centros vitais de uma área estratégica; 
2) objetivos que decorrem dos tipos e formas das operações que 
podem ser realizadas numa determinada área, referentes àqueles de interesse 
imediato para a execução das ações estratégicas previstas (centros demográficos 
e industriais, instalações de importância, acidentes geográficos notáveis da área, 
instalações militares e civis relacionadas com os transportes terrestres, maríti-mos 
ou aéreos, nós rodoferroviários, pontos críticos, usinas elétricas, represas, 
obras-de-arte).
3-6/3-8 
3-9 
C 124-1 
3-6. CONCEPÇÃO DA AÇÃO NÃO-MILITAR 
a. Simultaneamente à definição de objetivos de guerra, um Estado deverá, 
também, determinar a concepção da ação não-militar, quando adota uma 
estratégia direta, para orientar a ação das demais expressões do poder nacional, 
de forma a melhor favorecer a ação militar. 
b. Na estratégia indireta a ação militar é definida em função das ações que 
devem ser desenvolvidas pelas demais expressões do poder nacional. 
c. Nos tempos atuais proliferam as ações correspondentes às estratégias 
indiretas, tais como provocações, pressões de origens diversas e motivações 
variadas, aspectos psicológicos, pregação persuasiva (que não se deixa identi-ficar 
como tal), penetração cultural e ideológica, guerras por procuração e 
guerrilhas, e ações que se valem da comunicação social (geralmente explorando 
causas nobres como a ambiental, a do desarmamento mundial e regional e a dos 
direitos humanos). 
d. É com base na compreensão deste cenário que se deve considerar as 
atitudes, medidas e ações estratégicas a adotar, sempre com vistas à conquista 
e/ou manutenção dos objetivos nacionais. 
e. Por não ser objeto específico do presente manual, as ações não-militares 
não serão aqui estudadas. Cumpre, entretanto, ressaltar que tais ações, sempre 
presentes, mesmo na estratégia direta, deverão orientar-se para o esforço 
nacional de guerra ou de evitar a guerra, desde o tempo de paz, sem contudo impli-car 
a paralisação das atividades imprescindíveis à continuidade da vida nacional. 
3-7. ESTRATÉGIAS DAS FORÇAS SINGULARES 
A estratégia militar definirá os objetivos para cada força singular e dará 
origem às suas estratégias, abaixo definidas: 
a. Estratégia naval - É a arte de dispor e acionar os elementos para as 
ações marítimas, em conexão com as suas bases e com a utilização de meios 
aéreos. Garante o domínio do mar para exercer o controle das vias marítimas, 
tanto ao longo das costas como em pleno oceano, e impedir o adversário de 
aproveitá-las. 
b. Estratégia aérea - É a arte de articular bases e empregar meios para 
ganhar e manter a supremacia ou a superioridade aérea e atacar objetivos no 
interior do território inimigo. 
c. Estratégia operacional terrestre - É a arte de dispor Grandes Coman-dos, 
Grandes Unidades, e Unidades terrestres e conduzi-las para a batalha. 
3-8. PRINCÍPIOS DE GUERRA 
a. Do estudo das guerras, constata-se que elas têm aspectos de ciência e 
de arte. Do ponto de vista científico, a história das guerras é marcada pela
C 124-1 
3-8 
evolução da tecnologia, resultando no desenvolvimento constante dos engenhos 
e na conseqüente mudança das condições de batalha. Como arte, o estudo 
envolve uma análise crítica e histórica do ambiente bélico, de onde se pode extrair 
muitas lições, entre as quais alguns princípios fundamentais, suas aplicações e 
combinações ao longo do tempo. Um dos produtos dessas análises, tanto da arte 
quanto da ciência, é o conjunto de princípios de guerra, que exprimem os 
ensinamentos oriundos da História. Não são, porém, princípios imutáveis nem 
casuísticos, nem eles por si só asseguram receitas infalíveis para a vitória. São 
aspectos gerais que se estendem desde a estratégia até a tática. 
3-10 
b. A adoção desses princípios tem apresentado variações no espaço e no 
tempo, ou seja, os princípios adotados em um país não são, necessariamente, 
os mesmos adotados em outros, ou os adotados numa época são diferentes dos 
de outra. Essa variação ocorre até mesmo entre as próprias Forças Armadas de 
um mesmo país, devido à diferente natureza de suas atividades. Quanto ao fator 
tempo, países ou forças militares têm adotado princípios mais adequados a 
determinada conjuntura, devido a problemas que passam a enfrentar, relegando 
a segundo plano princípios consagrados até então. 
c. A análise desses princípios pode também auxiliar na avaliação da 
concepção estratégica militar dos países ou forças que os adotam e, em 
conseqüência, permite conhecer o enfoque doutrinário de cada um. A seguir, é 
apresentado um quadro comparativo dos princípios de guerra adotados no 
BRASIL pelas forças singulares. 
MARINHA EXÉRCITO AERONÁUTICA 
Objetivo Objetivo Objetivo 
Ofensiva Ofensiva Ofensiva 
Simplicidade Simplicidade Simplicidade 
Controle Unidade de Comando Unidade de Comando 
Concentração Massa Massa 
Economia de meios Economia de forças Economia de forças 
Mobilidade Manobra 
Surpresa Surpresa Surpresa 
Segurança Segurança Segurança 
Moral 
Exploração 
Prontidão 
d. Os princípios de guerra adotados pelo Exército são analisados no 
manual de campanha C 100-5 - OPERAÇÕES. 
Cooperação
3-9/3-11 
3-11 
C 124-1 
ARTIGO IV 
ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA 
3-9. ESTRATÉGIA DA PRESENÇA 
a. Preconiza a presença militar em todo o território nacional, com a 
finalidade de garantir os poderes constituídos, a lei e a ordem, assegurar a 
soberania e a integração nacionais e contribuir de modo eficaz para o desenvol-vimento 
nacional. 
b. É efetivada não só pela criteriosa articulação das unidades no território 
(presença seletiva), como também, pela possibilidade de fazer-se presente em 
qualquer parte dele, quando for necessário, configurando a mobilidade estratégica. 
3-10. ESTRATÉGIA DA DISSUASÃO 
a. Consiste na manutenção de forças suficientemente poderosas e aptas 
ao emprego imediato, capazes de se contrapor a qualquer ameaça pela capaci-dade 
de revide que representam. 
b. A dissuasão se apóia nos fatores capacidade, credibilidade, comunica-ção 
e incerteza com relação a determinadas incógnitas, como por exemplo o 
comportamento de outras nações. A dissuasão não pode ser um blefe. 
c. A dissuasão é defensiva quando um Estado dispuser de meios sufici-entemente 
potentes para conter e revidar o golpe inicial do oponente e puder contar 
com desenvolvida capacidade de mobilização. O objetivo é dissuadir o oponente 
de tomar a decisão de empregar seus meios de ataque, diante da incerteza de que 
alcançará resultados compensadores. 
d. A dissuasão é ofensiva quando a existência de meios potentes é um fator 
de convencimento da inutilidade do oponente se opor a uma ação que se pretenda 
realizar. 
e. A capacidade de conduzir uma guerra irregular, numa administração de 
crise preparada a partir de uma perspectiva de longo prazo, pode contribuir para 
a dissuasão de uma agressão potencial. 
f. Qualquer que seja a natureza da dissuasão, sua finalidade é evitar o 
conflito armado. 
3-11. ESTRATÉGIA DA AÇÃO INDEPENDENTE 
Consiste no emprego do poder nacional de um país, particularmente de sua 
expressão militar, de forma independente, por iniciativa e decisão de seu governo, 
quando estiverem ameaçadas a consecução e a garantia de seus objetivos 
nacionais, com base no princípio da legítima defesa e mesmo à revelia dos 
organismos internacionais.
C 124-1 
3-12/3-16 
3-12. ESTRATÉGIA DA ALIANÇA 
3-12 
Consiste no emprego do poder nacional com preponderância da expressão 
militar, conjugada à expressão militar de um ou mais países, constituindo uma 
aliança ou coalizão de Estados cujos objetivos coincidam com seus interesses. 
3-13. ESTRATÉGIA DA OFENSIVA 
Preconiza a idéia de realizar as ações necessárias a enfrentar ameaças 
internas ou externas, por meio de ações ofensivas realizadas num quadro de 
conflito armado, mesmo em território estrangeiro, para facilitar operações em 
curso, sem qualquer intenção de anexação e com a finalidade de proteger os 
recursos nacionais. 
3-14. ESTRATÉGIA DA DEFENSIVA 
a. Consiste na realização das ações necessárias para garantir a integridade 
do território nacional, para proteger a população e para preservar os recursos 
materiais do Estado. 
b. Possui caráter eventual e transitório no âmbito da manobra estratégica, 
sendo de caráter permanente no que concerne à defesa territorial. 
3-15. ESTRATÉGIA DA PROJEÇÃO DO PODER 
a. Consiste na participação da expressão militar além fronteiras, em 
situações que favoreçam o respaldo crescente de um país na cena internacional, 
seja por iniciativa própria ou por solicitação de organismos internacionais. 
b. Como exemplo, temos as forças de paz e as forças expedicionárias. 
3-16. ESTRATÉGIA DA RESISTÊNCIA 
a. Consiste em desgastar, por meio de um conflito prolongado, um poder 
militar superior, buscando seu enfraquecimento moral pelo emprego continuado 
de ações não-convencionais e inovadoras, como, por exemplo, táticas de 
guerrilha. 
b. Essas ações poderão ser conduzidas por forças regulares atuando fora 
dos padrões operacionais da guerra convencional e/ou por forças irregulares. 
c. Na execução dessa estratégia, assumem papel preponderante as ações 
psicológicas para conquista da opinião pública internacional, visando o enfraque-cimento 
da frente interna do oponente, bem como a conquista do apoio incondi-cional 
da totalidade ou de parcela ponderável da população. Nesse sentido, a 
postura ética e humanitária no trato com o oponente contribuem para essas 
conquistas, podendo, no decorrer do conflito, inverter a direção da propaganda 
adversa.
C 124-1 3-16 
d. A eficácia dessa estratégia baseia-se, fundamentalmente, nas seguintes 
3-13 
premissas: 
(1) as ações devem ser conduzidas no território nacional; 
(2) o TO deve ser adequadamente amplo, de modo a favorecer a 
dispersão das ações; 
(3) os centros urbanos constituem-se em atrativos operacionais. Neste 
particular, o centro de gravidade estratégico do oponente deverá localizar-se em 
área urbana; 
(4) considerar que determinados pontos críticos e sensíveis, localizados 
em ambiente rural, também constituem-se em atrativos operacionais; 
(5) a Força Terrestre deve manter seus quadros adestrados, também, 
nas operações não-convencionais, seja em ambiente rural, seja em ambiente 
urbano; 
(6) a Força Terrestre, por intermédio de suas organizações militares 
desdobradas no território nacional, deve manter-se permanentemente integrada 
à sociedade, de modo a fortalecer sua credibilidade perante a opinião pública, 
facilitando o ajustamento do caráter nacional a esse tipo de estratégia, quando se 
fizer necessário; e 
(7) o sistema de inteligência deve buscar o conhecimento das peculia-ridades 
e deficiências do oponente, de modo a transformá-las em vulnerabilidades, 
por intermédio de ações seletivas das forças de resistência, minando o poder de 
combate desse oponente.
4-1 
C 124-1 
CAPÍTULO 4 
MANOBRA DE CRISE 
ARTIGO I 
CONCEITOS E REGRAS GERAIS 
4-1. CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS 
a. A estratégia de crise, no seu sentido mais amplo, é a intencionalidade de 
gerar ou agravar uma perturbação nas relações nacionais ou internacionais como 
forma de alcançar objetivos políticos importantes. A manobra de crise é a técnica 
da condução deste processo. 
b. Na manobra de crise dois princípios devem ser levados em conta por 
aqueles que têm a responsabilidade pela sua condução. O primeiro deles 
refere-se à autoridade que irá gerenciar o processo. É importante ter-se 
consciência de que a manobra de crise deve se constituir em atribuição do mais 
alto nível do poder nacional e possuir rapidez de resposta, ou seja, os que 
tomam as decisões devem ser os mesmos que as aprovam. O segundo refere-se 
à grande flexibilidade que os procedimentos de planejamento deverão 
admitir, pois as crises se constituem em eventos dinâmicos e fluidos. As 
atividades de planejamento do grupo decisor devem basear seus procedimen-tos 
no tempo disponível e na importância de cada crise. 
4-2. REGRAS GERAIS DA MANOBRA DE CRISE 
Algumas regras gerais para a condução da manobra de crise serão 
enumeradas a seguir: 
- manter inegociáveis os objetivos nacionais, uma vez que as crises são 
conflitos de interesses e não de princípios;
C 124-1 
4-2/4-3 
4-2 
- manter o autocontrole sobre o próprio comportamento e procurar exercer 
controle sobre o do oponente; 
- evitar o excesso deliberado de violência e prevenir o inadvertido, pelo 
efetivo controle político das ações de toda a natureza; 
- evitar a diversificação desnecessária dos objetivos e propósitos; 
- evitar opções irreversíveis, mantendo a liberdade de ação para escalar 
ou distender; 
- deixar aberturas para o entendimento e saídas honrosas para o oponente; 
- procurar o apoio das opiniões públicas nacional e internacional, influindo 
permanentemente nas mesmas; 
- manter abertos canais diretos de comunicação com o partido oposto; 
- refrear o curso dos acontecimentos, empregando as forças com flexibili-dade 
e controle, para que sejam repensadas e diminuídas as tensões emocionais; 
- não atribuir importância a eventos e fatos aparentemente pequenos, que 
possam gerar um crescente aumento no grau de complexidade; 
- reconhecer os dilemas do oponente, que estará também em busca de 
um resultado final que atenda aos seus interesses; 
- servir-se de constante e íntimo relacionamento entre os domínios das 
considerações políticas, econômicas, psicossociais e militares; 
- controlar as informações ao público e exercer atividades de operações 
psicológicas; 
- empregar as Forças Armadas em ações não facilmente classificáveis 
como atos de guerra, mais como ameaça para dissuadir ou persuadir, ou para 
demonstrar a disposição de escalar, sendo a violência armada compatível com 
os interesses em jogo; 
- manter prontidão permanente dos segmentos do poder nacional que 
estão sendo ou poderão ser empregados no desenvolvimento do conflito; 
- exercer pressões políticas e diplomáticas; 
- explorar indiretamente personalidades, dissidentes e grupos de opinião; 
- obter e usar o apoio de aliados ou alinhados; 
- exercer pressões econômicas; 
- realizar demonstrações de força por meio da mobilização, ativação da 
estrutura de guerra e movimentação de forças militares. 
4-3. COMPORTAMENTO POLÍTICO 
a. A manobra de crise é uma atividade de cunho estratégico de alto risco, 
pelos valores que estão em jogo durante a sua realização. Muitas vezes uma 
decisão oportuna e inteligente, durante uma crise, pode ser distorcida ou anulada 
no decorrer da sua execução por fatores, fatos ou atos que fogem ao controle 
daqueles que a conceberam. Pela passionalidade que normalmente acompanha 
uma crise, os acontecimentos às vezes tomam rumos inesperados ou são fácil 
e intencionalmente distorcidos. Cumpre às autoridades condutoras do processo 
o estabelecimento de diretrizes, normas e regras de fácil interpretação, que 
traduzam com fidelidade as diretrizes de procedimento para os diversos níveis 
que, mesmo inadvertidamente, tenham ou possam vir a ter interação com a crise.
4-3/4-4 
4-3 
C 124-1 
b. A primeira condição a ser definida é o comportamento político a ser 
adotado, ou seja, qual a política de manobra de crise a ser seguida. Os 
comportamentos podem ser definidos pela seleção de uma das três tendências 
básicas, passíveis de serem adotadas por um dos partidos: escalar, estabilizar 
ou distender. 
(1) Escalar - Aceitar o risco sugerido no desafio, com o objetivo de 
testar a firmeza do oponente ou criar uma nova situação que apresente um grau 
considerável de risco para o oponente. 
(2) Estabilizar - Neutralizar o desafio do oponente, no sentido de aguardar 
ou provocar conjunturas mais propícias ou ganhar tempo para reunir novas forças. 
(3) Distender - Diminuir as tensões, minimizando os riscos de uma 
escalada inoportuna e criando condições de negociação em níveis mais baixos 
de hostilidades. 
4-4. POLÍTICAS DE MANOBRA DE CRISE 
A seguir, apresentam-se quatro tipos de política de manobra de crise, que 
podem servir de esquema para a elaboração das regras de engajamento para os 
atores do poder nacional (corpo diplomático, Forças Armadas e forças policiais), 
que poderão vir a ser protagonistas de ocorrências imprevistas envolvendo o 
poder oponente. 
a. Desescalar a todo custo - O governo procura diminuir a intensidade da 
crise. Suas forças devem evitar qualquer comportamento que se possa transfor-mar 
em pretexto para que sejam hostilizadas ou provocadas pelas forças 
oponentes. As ações autorizadas pelas regras de engajamento em vigor só serão 
executadas em resposta a ações hostis, aceitando o governo o risco de um ataque 
de surpresa do oponente e, até mesmo, ceder na defesa de algum interesse. 
b. Desescalar - O governo não tem a intenção de elevar a intensidade da 
crise, não autorizando a execução de ações que possam ser interpretadas como 
provocação. As ações autorizadas pelas regras de engajamento em vigor serão 
executadas somente como resposta a uma ação ou intenção hostil. 
c. Escalar se for o caso - Como conseqüência de provocações, o 
governo deve manter atitude firme e aceitar o risco de aumentar a intensidade da 
crise. As ações autorizadas pelas regras de engajamento em vigor devem ser 
rapidamente executadas, de forma clara e firme, como reação a qualquer 
hostilidade ou provocação. 
d. Escalar - Com o propósito de comprovar a credibilidade psicológica, o 
governo aceita o risco de elevar a intensidade da crise, devendo suas forças 
adotar atitude provocadora com relação às forças oponentes.
C 124-1 
4-5/4-6 
4-5. REGRAS DE ENGAJAMENTO 
4-4 
a. A fim de gerir da melhor maneira o emprego das Forças Armadas no curso 
de uma crise, controlando sua evolução de modo consoante com os objetivos 
políticos, utiliza-se o concurso das regras de engajamento. Tal termo define, no 
que diz respeito às Forças Armadas, uma série de instruções predefinidas que 
orientam o emprego das unidades que se encontram na zona de operações, 
consentindo ou limitando determinados tipos de comportamento, em particular o 
uso da força, a fim de permitir atingir os objetivos políticos e militares estabelecidos 
pelas autoridades responsáveis. As regras de engajamento terão por base a 
política definida nos escalões decisórios e deverão ser tão minuciosas e 
específicas, quanto o permitam o conhecimento sobre a situação criada e as reais 
intenções do oponente. 
b. As regras de engajamento servem, ainda, para harmonizar três elemen-tos 
potencialmente contraditórios: a intenção política, o limite operacional 
imposto pelo ordenamento jurídico e pela opinião pública e a necessidade de 
autodefesa das unidades militares. A ação política exige que a presença militar 
seja ostensiva e, como tal, vulnerável. As regras de engajamento atendem 
normalmente ao pressuposto de que é direito e dever do comandante de uma 
unidade garantir a segurança de seus subordinados e dos civis colocados sob sua 
proteção, observando o princípio da necessidade e da proporcionalidade do uso 
da força. 
ARTIGO II 
ETAPAS E NÍVEIS DA MANOBRA DE CRISE 
4-6. ETAPAS DA MANOBRA DE CRISE 
a. A manobra de crise deverá compreender três etapas, cada uma delas 
comportando uma metodologia distinta. 
b. Na primeira etapa são visualizadas as nossas vulnerabilidades e as 
intenções dos possíveis oponentes, incluindo a eclosão do desafio. 
c. Na segunda etapa realiza-se o planejamento e executa-se uma reação 
a partir do desafio ocorrido. 
d. A terceira etapa caracteriza-se pela condução da crise durante o 
processo de escalada, de estabilização ou de distensão, até o acordo ou 
compromisso final.
4-5 
C 124-1 
4-7. NÍVEIS DA MANOBRA DE CRISE 
a. Pode-se atribuir à manobra de crise basicamente quatro níveis de 
planejamento e execução, os quais irão se relacionar, em maior ou menor grau, 
com as atividades a serem desenvolvidas pela força terrestre: o político, o 
estratégico, o estratégico-operacional e o tático. 
b. Ao nível político compete responder pela condução da primeira etapa, da 
manobra de crise, uma vez que esta se confunde com o próprio processo de 
planejamento da ação governamental. Por intermédio da equipe de governo, a 
partir dos objetivos nacionais e das diretrizes presidenciais, este nível realiza a 
avaliação da conjuntura e estabelece a concepção política nacional, a qual 
definirá basicamente os objetivos nacionais para o período considerado. Tal 
concepção é estruturada com base nos cenários elaborados durante a avaliação 
da conjuntura e desenvolve-se por meio do estudo das hipóteses de emprego, 
estabelecendo, em decisão política, o cenário desejado. 
c. O nível político da manobra de crise deverá ser conduzido pela estrutura 
responsável pelo estabelecimento da concepção política nacional, cujos integran-tes 
deverão acompanhar constantemente a situação nacional e internacional, 
avaliando o progresso das medidas implementadas e as reações desencadeadas 
pelos pólos de poder por elas afetados. Serão os responsáveis, portanto, por não 
sermos surpreendidos por uma crise provocada por um oponente ou por sabermos 
explorar oportunamente uma vulnerabilidade de outro ator, agravada por fatores 
do momento. No seu trabalho em relação às crises, os seguintes pontos deverão 
ser prioritariamente desenvolvidos: 
(1) avaliação diária da conjuntura; 
(2) levantamento e acompanhamento das vulnerabilidades das partes 
envolvidas; 
(3) levantamento e análise de fatos portadores de futuro; 
(4) determinação da existência ou não de intenção nos fatos levantados; 
(5) busca de relacionamento entre os fatos portadores de futuro, sejam 
eles contemporâneos ou não; 
(6) levantamento dos possíveis atores intervenientes e de suas possíveis 
e prováveis intenções; 
(7) determinação da abrangência e da importância da crise potencial, 
caso desencadeada; 
(8) estudo prospectivo das condições ideais para sua eclosão, seja como 
alvo ou provocador; 
(9) atualização da concepção política, quando se fizer necessário. 
d. No momento da eclosão do desafio, o nível político será o responsável 
por definir o comportamento político a ser adotado, ou seja, a política de manobra 
de crise a ser seguida - basicamente adotando um dos quatro modelos apresen-tados 
- e o cenário desejado ao final da crise, definindo ainda o que deverá ser 
conquistado e o que poderá ser negociado. 
e. A concretização de tal cenário deverá ser o objetivo da fase seguinte: a 
fase estratégica. 
4-7
C 124-1 
4-6 
f. Ao nível estratégico cabe definir os processos a serem adotados para 
atingir os objetivos definidos, ou seja, o estabelecimento das estratégias de crise, 
embora a condução do processo permaneça como atribuição do mais alto nível 
decisório. 
g. Nesse nível é realizada uma análise das trajetórias que levam ao cenário 
imposto e selecionado o melhor caminho para a sua concretização. A partir daí, 
é elaborada a concepção estratégica nacional, que se constitui em uma coletânea 
de diretrizes estratégicas que servirão de base para os planos nacionais setoriais, 
cuja execução será função de prazos e orçamentos. 
h. O gabinete de crise realizará um estudo prospectivo visando determinar 
os possíveis caminhos para atingir o cenário desejado, atendendo às restrições 
impostas pelo nível político. A seleção do melhor caminho definirá a opção 
estratégica para a crise e a sua correspondente diretriz estratégica. Baseado 
nesta diretriz será elaborado pelo gabinete o plano de crise, que definirá as ações 
a serem executadas nos cinco campos do poder para concretizar o desafio ou para 
desencadear a resposta. O plano de crise estabelecerá ainda os procedimentos 
alternativos para o caso de escalada não desejada e estabelecerá as regras de 
engajamento, regulando desta forma também a terceira etapa. 
i. Os níveis estratégico-operacional e tático são exercidos respectivamente 
pelos comandos operacionais das forças singulares e pelas unidades desdobra-das 
no TO. 
4-7
5-1 
C 124-1 
CAPÍTULO 5 
PLANEJAMENTO MILITAR DE GUERRA 
ARTIGO I 
GENERALIDADES 
5-1. INTRODUÇÃO 
a. Nos dias atuais, a estrutura de defesa de um país deve estar organizada 
de forma a proporcionar um preparo coordenado e integrado das forças 
terrestre, naval e aeroespacial, que permita a sua aplicação como um todo 
harmônico, na execução de ações nos TG, nos TO ou nas ZD da ZI. 
b. A força terrestre, instrumento de ação do poder terrestre, tem um papel 
fundamental nos conflitos. A afirmação desse poder se faz pela ocupação e 
controle de áreas estratégicas terrestres vitais para a defesa nacional e essen-ciais 
para a consecução dos objetivos fixados. 
5-2. BASES DA SISTEMÁTICA DE PLANEJAMENTO 
a. Estratégia militar é a arte de preparar e empregar meios militares para 
conquistar e manter os objetivos fixados pela política nacional. 
b. A preparação é realizada desde o tempo de paz, por meio de ações 
estratégicas (ações correntes) planejadas para desenvolver e adaptar a expres-são 
militar, até que esta atinja uma capacidade que lhe permita, após fortalecida 
pela mobilização, ser aplicada na condução da guerra e na manutenção da paz 
subseqüente.
C 124-1 
5-2/5-4 
5-2 
c. O emprego é realizado por meio de ações estratégicas, planejadas desde 
o tempo de paz e executadas em situação de guerra. Pode ser resumido nas 
ações estratégicas de deslocamento, concentração e manobra, a cargo dos 
comandos das forças singulares. 
d. A estratégia militar no TG envolve, normalmente, as ações estratégicas 
militares no TOT, TOM, defesa aeroespacial, defesa territorial e operações 
aeroestratégicas. 
e. Se possível, devem ser organizados, desde o tempo de paz, grandes 
comandos operacionais combinados ou núcleos dos mesmos, à semelhança do 
Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA). 
f. A sistemática de planejamento utilizada é realizada em três níveis: 
(1) planejamento governamental; 
(2) planejamento de guerra; 
(3) planejamento das forças singulares. 
ARTIGO II 
PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL 
5-3. GENERALIDADES 
A metodologia de planejamento enfocada no presente manual baseia-se no 
modelo preconizado pela Escola Superior de Guerra (ESG) e ajusta-se ao cenário 
político nacional. 
5-4. FASES DO PLANEJAMENTO 
a. O método de planejamento governamental comporta as fases política e 
estratégica. 
b. Nas duas fases, as atividades de inteligência são de grande importância, 
sobretudo quando é sabido que a política e a estratégia nacionais estão sempre 
sujeitas à evolução da conjuntura nacional e internacional. 
c. Fase política 
(1) O produto da fase política é o estabelecimento dos objetivos 
nacionais para um dado período de tempo. 
(2) A fase política abrange duas etapas: Avaliação da Conjuntura e 
Concepção Política Nacional (CPN). 
d. Fase estratégica 
(1) A consecução dos objetivos determinados na fase política é o que se 
pretende alcançar na fase estratégica. 
(2) Ela abrange quatro etapas: Concepção Estratégica Nacional (CEN), 
elaboração de planos, execução e controle.
5-3 
C 124-1 
(3) A Fig 5-1 representa, esquematicamente, as referidas fases. 
Fig 5-1. Planejamento governamental 
5-5. ETAPAS DA FASE POLÍTICA 
a. Avaliação da Conjuntura 
(1) A avaliação da conjuntura é o processo ordenado de conhecimento 
da realidade nacional passada e presente e de sua evolução nos âmbitos nacional 
e internacional, tendo em vista o emprego do poder nacional para a conquista e 
manutenção dos objetivos nacionais. 
(2) Esta etapa comporta três estágios: a análise da situação, a avaliação 
do poder nacional e a elaboração de cenários. 
(3) A Fig 5-2 representa as etapas da fase política. 
Fig 5-2. Fase política 
5-4/5-5
C 124-1 
5-5/5-7 
5-4 
b. Concepção Política Nacional 
(1) A concepção política nacional determina a decisão política, que nada 
mais é que a escolha do cenário prospectivo que se deseja alcançar, dentre 
aqueles levantados na avaliação da conjuntura. 
(2) Como decorrência do cenário escolhido, tem-se nesta etapa final da 
fase política, o estabelecimento das políticas adequadas. 
5-6. ETAPAS DA FASE ESTRATÉGICA 
a. Concepção Estratégica Nacional (CEN) 
(1) A concepção estratégica nacional é o estudo, a definição e a 
indicação das estratégias a serem seguidas para se alcançar o cenário adotado 
pela concepção política. Não se indaga mais o que fazer, mas como fazer. A CEN 
é a trajetória que a ação política deve seguir para que se concretizem os objetivos 
nacionais estabelecidos na fase política (1ª fase). Não se questionam os objetivos 
da ação política, já definidos, mas os meios para alcançá-los. Esta etapa do 
planejamento desdobra-se em três estágios: análise de trajetórias, opção de 
estratégia e diretrizes estratégicas. 
(2) Na análise de trajetórias consideram-se: 
(a) o período de tempo compreendido entre a situação atual e a 
desejada; 
(b) a natureza das ações estratégicas concebidas (programas, 
projetos e atividades), sua compatibilidade e seu encadeamento no tempo; 
(c) a avaliação das trajetórias possíveis, quanto a custos compara-tivos, 
probabilidades de êxito e graus de risco. 
(3) A opção estratégica é a escolha da trajetória, ou seja, da estratégia 
a adotar na execução do planejamento. 
(4) As diretrizes estratégicas têm a finalidade de orientar a elaboração, 
a execução e o controle dos planos nacionais. 
b. Elaboração de Planos 
(1) Com base nas diretrizes estratégicas, são elaborados os diversos 
Planos. 
(2) Convém ressaltar a existência do Plano Nacional de Inteligência (PNI) 
e do Plano Nacional de Mobilização (PNM) entre outros. 
(3) Esses planos devem apresentar os programas, projetos e atividades 
que lhes conferem operacionalidade, especificando seus objetivos, metas, 
recursos, entidades executoras, bem como os mecanismos para acompanha-mento, 
avaliação e permanente realimentação (controle). 
5-7. PLANEJAMENTO DE GUERRA (PG) 
Trata-se de um planejamento de nível governamental, contendo planos para 
a condução da guerra nas diferentes expressões do poder nacional.
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MANUAL DE CAMPANHA ESTRATÉGIA C 124-1

  • 1. 3ª Edição 2001 C 124-1 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO Manual de Campanha ESTRATÉGIA å
  • 2. MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO Manual de Campanha ESTRATÉGIA 3ª Edição 2001 C 124-1 CARGA EM................. Preço: R$
  • 3. PORTARIA Nº 109-EME, DE 21 DE SETEMBRO DE 2001 Aprova o Manual de Campanha C 124-1 - Estratégia, 3ª Edição, 2001. O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 91, da Portaria nº 433, de 24 de agosto de 1994 (IG 10-42), resolve: Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha C 124-1 - ESTRATÉGIA, 3ª Edição, 2001, que com esta baixa. Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revogar o Manual de Campanha C 124-1 - ESTRATÉGIA, 2ª Edição, 1997, aprovado pela Portaria Nº 141-EME, de 22 de dezembro de 1997.
  • 4. NOTA Solicita-se aos usuários deste manual de campanha a apresentação de sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem à supressão de eventuais incorreções. As observações apresentadas, mencionando a página, o parágrafo e a linha do texto a que se referem, devem conter comentários apropriados para seu entendimento ou sua justificação. A correspondência deve ser enviada diretamente ao EME, de acordo com o artigo 78 das IG 10-42 - INSTRUÇÕES GERAIS PARA CORRESPONDÊNCIA, PUBLICAÇÕES E ATOS NORMATIVOS NO MINISTÉRIO DO EXÉRCITO.
  • 5. ÍNDICE DE ASSUNTOS Prf Pag CAPÍTULO 1 - ESTRATÉGIA ARTIGO I - Generalidades ................................... 1-1 a 1-3 1-1 ARTIGO II - Estratégia, Ações e Áreas Estratégicas. 1-4 a 1-6 1-3 CAPÍTULO 2 - CONCEITOS BÁSICOS ARTIGO I - Poder e Estratégia Nacionais ............. 2-1 a 2-5 2-1 ARTIGO II - O Conflito e sua Resolução ................ 2-6 a 2-9 2-3 ARTIGO III - Atuação da Estratégia Nacional .......... 2-10 e 2-11 2-10 CAPÍTULO 3 - ESTRATÉGIA MILITAR ARTIGO I - A Guerra .......................................... 3-1 3-1 ARTIGO II - Bases e Métodos da Estratégia Militar. 3-2 a 3-4 3-3 ARTIGO III - Concepção da Ação Militar ................ 3-5 a 3-8 3-6 ARTIGO IV - Estratégias de Segurança .................. 3-9 a 3-16 3-11 CAPÍTULO 4 - MANOBRA DE CRISE ARTIGO I - Conceitos e Regras Gerais ................ 4-1 a 4-5 4-1 ARTIGO II - Etapas e Níveis da Manobra de Crise . 4-6 e 4-7 4-4
  • 6. CAPÍTULO 5 - PLANEJAMENTO MILITAR DE GUERRA ARTIGO I - Generalidades ................................... 5-1 e 5-2 5-1 ARTIGO II - Planejamento Governamental ............. 5-3 a 5-7 5-2 ARTIGO III - Planejamento Militar de Guerra ........... 5-8 5-5 CAPÍTULO 6 - PLANEJAMENTO DO PREPARO E EMPREGO DA FORÇA TERRESTRE ARTIGO I - Generalidades ................................... 6-1 a 6-3 6-1 ARTIGO II - Sistema de Planejamento do Exército. 6-4 e 6-5 6-2 CAPÍTULO 7 - ESTRATÉGIA OPERACIONAL TERRESTRE ARTIGO I - Natureza dos Conflitos ....................... 7-1 e 7-2 7-1 ARTIGO II - Operações Conjuntas, Combinadas e Interaliadas ....................................... 7-3 a 7-5 7-2 ARTIGO III - Ações Estratégicas ........................... 7-6 a 7-10 7-3 ARTIGO IV - Deslocamento Estratégico ................. 7-11 a 7-13 7-5 ARTIGO V - Concentração Estratégica .................. 7-14 a 7-17 7-5 ARTIGO VI - Manobra Estratégico-Operacional ....... 7-18 a 7-20 7-7 ARTIGO VII - As Batalhas ...................................... 7-21 7-13 ANEXO A - ESTUDO ESTRATÉGICO DE ÁREA .. A-1 a A-6 A-1 APÊNDICE 1 - Levantamento Estratégico de Área (Memento) ........................................ A1-1 APÊNDICE 2 - Avaliação Estratégica de Área Opera-cional (Memento) ............................... A2-1 a A2-8 A2-1 APÊNDICE 3 - Avaliação Estratégica de Área Opera-cional para Defesa Territorial e Garantia da Lei e da Ordem (Memento) ............ A3-1 a A3-8 A3-1 ANEXO B - MODELO PARA A CONDUÇÃO DA MANOBRA DE CRISE....................... B-1 a B-6 B-1
  • 7. 1-1 C 124-1 CAPÍTULO 1 ESTRATÉGIA ARTIGO I GENERALIDADES 1-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS a. Qualquer que seja o campo de investigação, há sempre várias formas de reunir, classificar e organizar, para efeito de análise, os fenômenos que se pretende estudar. No caso do fenômeno estratégico, para raciocinar desde o mais alto nível, há necessidade de considerar o sistema internacional e nele inserir o BRASIL. b. Pode-se, neste estudo, a partir do sistema político internacional, ressaltar a importância do poder, pois cada ator é o guardião da sua própria segurança e independência, e o comportamento de cada um depende do comportamento dos outros. c. Ao efetuar uma análise do sistema internacional contemporâneo, segun-do o enfoque sistêmico, pode-se chegar a algumas de suas características: (1) heterogeneidade dos países e complexidade no relacionamento; (2) grande potencial destruidor dos que possuem armas nucleares e modernos sistemas de lançamento; (3) existência de um sistema internacional difuso, onde se destacam, entre os países desenvolvidos, uma potência mundial e várias potências regionais; (4) diferenças, entre as nações desenvolvidas e as demais, cada vez mais acentuadas, onde a ciência e a tecnologia assumem papéis ainda mais importantes, para o desenvolvimento e para a segurança das nações; (5) tendências supranacionais em algumas regiões;
  • 8. C 124-1 1-1/1-2 1-2 (6) crescente vulnerabilidade dos estados a interferências externas; (7) crescente importância de atores que não representam estados, tais como organizações internacionais, organizações não-governamentais, empre-sas multinacionais e grupos de interesse, cujas influências ultrapassam as fronteiras nacionais; (8) elevado grau de interdependência entre todos os atores. 1-2. RELAÇÕES ENTRE POLÍTICA, ESTRATÉGIA E PODER a. A política prende-se, sobretudo, aos fins que se pretende alcançar, interpreta e formula objetivos e vai além, ao organizar o poder e desenvolvê-lo em benefício da comunidade, traçando os rumos para a conduta estratégica. b. A estratégia estabelece o caminho para atingir os objetivos fixados pela política. A estratégia, abstrata e complexa, ocupa-se, principalmente, dos caminhos a seguir e dos meios que vai dispor, cria a forma de traduzir e de impor a vontade política, define opções, propõe a mais favorável, considerando para tanto: recursos, prioridades e riscos a correr na implementação da decisão tomada. c. Há, na verdade,uma fronteira não muito nítida entre política e estratégia, uma vez que a política é um pouco estrategista (campo da estratégia), quando assinala rumos, direção geral, metas. A estratégia (arte do estrategista) é também um pouco estadista (nível da política) quando aplica o poder. De qualquer forma, há que lembrar que a política se fundamenta em qualidades intuitivas muito particulares do estadista, tem primazia sobre a estratégia e não pode por ela ser governada. Ao contrário, a estratégia recorre a um método complexo e rigoroso de preparo, planejamento e aplicação do poder, dando forma à concepção política e cumprindo suas diretrizes. A política ascende à estratégia, define os objetivos, formula “o que fazer” para orientar o poder, que é aplicado pela estratégia, que estabelece o “como fazer”. Política e estratégia relacionam-se, portanto, intimamente, mas em níveis diferentes. A estratégia estará sempre subordinada à política. d. O poder, em sua expressão mais simples, é a capacidade de impor a vontade. É por meio da aplicação do poder que se atingem os objetivos fixados pela política. O poder apresenta-se como uma síntese de vontades e de meios de toda a ordem, destinado a cumprir um papel fundamental, assegurando ordem, equilíbrio, coerência e desenvolvimento. A aplicação do poder compreende dois elementos básicos: a vontade de agir e a capacidade dos meios para atingir os objetivos propostos. e. Política, poder e estratégia formam a trilogia fundamental da “teoria do poder”. A política é o farol que ilumina o poder e orienta a estratégia; política (objetivos) sem poder (meios) nada pode; ambos, política e poder sem estratégia (modos), nada valem. Se a política quer fazer e o poder deve e pode fazer, a estratégia será a satisfação da vontade possível, ou a resposta a desafios, ou, em síntese, a maneira de satisfazer a vontade.
  • 9. 1-3/1-4 1-3 C 124-1 1-3. HISTÓRICO a. Entendida na antigüidade como a “arte do general”, restrita ao campo de batalha, a palavra estratégia teve seu significado ampliado ao longo do tempo. Partindo da noção clássica militar, que perdurou por séculos, o campo semântico do vocábulo alargou-se quando, no século XVII, a guerra passou de limitada a nacional, mobilizando toda a nação. De nacional passou, já no século XX, a total, quando deixou de ser realizada apenas pela expressão militar e começou a envolver a totalidade da nação. A seguir, assumiu dimensão global, com a II GUERRA MUNDIAL. Posteriormente, quando o homem atingiu o espaço sideral e começou a explorá-lo, tomou a dimensão planetária. b. Deve ser ressaltado que, após a II GUERRA MUNDIAL, o campo de ação da estratégia estendeu-se também aos períodos de paz, ou seja, que as nações passaram a adotar estratégias nas relações internacionais e no planejamento governamental, quando ultrapassou o campo da segurança e passou a ser empregado no desenvolvimento. Nos anos subseqüentes, o vocábulo adquiriu amplo e diversificado uso quando atingiu a totalidade dos segmentos da socieda-de, mormente ligado à ciência da administração, e popularizou-se com significado muitas vezes diferente daquele original, de luta entre vontades opostas. c. O campo semântico da “estratégia” alargou-se de tal forma que a palavra passou a necessitar de adjetivação. Surgiram então a grande estratégia na INGLATERRA, a estratégia total na FRANÇA, e a estratégia nacional nos EUA e no BRASIL, como expressões que caracterizavam uma estratégia maior, que coordenava todo o esforço da nação e subordinava a “arte do general” para vencer a guerra. A estratégia foi igualmente acrescida do adjetivo “militar” quando referente às Forças Armadas e do “operacional” quando limitada ao teatro de operações. d. A estratégia saiu, ao longo da história, dos limites dos teatros de operações e invadiu todas as atividades de governo e de produção de um país, mesmo na paz. Foi-se modificando mediante etapas nítidas, cada qual com abrangência crescente, incorporando características de cada época. ARTIGO II ESTRATÉGIA, AÇÕES E ÁREAS ESTRATÉGICAS 1-4. CONCEITO a. Como ficou evidenciado no item anterior, ao longo da história, a estratégia foi perdendo sua conotação puramente militar, a "arte do general", para atingir dimensões maiores e mais complexas. Foi uma conseqüência natural da evolução e ampliação das guerras, que obrigou o envolvimento de todo o poder nacional dos beligerantes para superar os óbices existentes. b. No pós II GUERRA MUNDIAL firmou-se, entre os países e os estudiosos dos fenômenos estratégicos, o conceito de estratégia nacional, grande estratégia
  • 10. C 124-1 1-4 ou estratégia total, bem como a subdivisão em níveis, tais como - governamental, específica (ou setorial) e operacional. A arma nuclear e a bipolaridade ideológica levou a novas concepções dos conflitos, o que afetou o emprego tradicional do poder militar no enfrentamento de guerras não declaradas, limitadas, revolucioná-rias 1-4 e outras tipificações, levadas a efeito no contexto da chamada “GUERRA FRIA”. c. Paralelamente a esta dimensão nacional, o termo estratégia sofreu uma popularização. Qualquer atividade ou área humana pode ser classificada de “estratégia”, como por exemplo: “estratégia” de venda de uma empresa; “estraté-gia” para a conquista de um campeonato de futebol; e “estratégia” de propaganda de um banco. d. Todos os conceitos modernos de estratégia definem com clareza a sua subordinação à política, mesmo durante a eclosão de conflitos armados. Evitou-se, assim, a tendência natural do “fim” subordinar-se ao “meio” decorrente da preponderância do emprego da expressão militar do poder. O grande objetivo de qualquer conflito armado é alcançar a paz, um objetivo político, e não a “vitória pela vitória”. Ademais, a aplicação desmedida das forças em campanha, a extensão dos teatros de operações e o desenvolvimento do poder aeroespacial inviabilizaram a acumulação das funções de “estadista” e de “comandante-em-chefe” numa mesma pessoa. e. Desta forma, chega-se ao conceito de estratégia, como sendo, a arte de preparar e aplicar o poder para, superando óbices de toda ordem, alcançar os objetivos fixados pela política (Fig 1-1). Fig 1-1. Conceito de Estratégia f. No conceito de estratégia fica evidenciada a subordinação da estratégia à política, que a política define “o que fazer”, que a estratégia define “o como fazer” e a necessidade de adjetivação da palavra estratégia, para compreensão real do seu significado e dos níveis a que se refere. g. O estudo da estratégia importa, no seu relacionamento, com outros conceitos além da política e do poder, tais como conflitos, tempo, espaço, cenários, centros de poder e planejamento. A compreensão do moderno conceito de estratégia refere-se ao preparo e à aplicação de meios, parcelados ou globalizados, para atendimento dos objetivos fixados pela política.
  • 11. 1-5/1-6 1-5 C 124-1 1-5. AÇÕES ESTRATÉGICAS a. O poder é o instrumento de que se vale a política para, mediante uma estratégia, conquistar e manter os objetivos. A estratégia se concretiza por intermédio das ações que empreende. b. Ações estratégicas são as medidas, de natureza e de intensidade variáveis, voltadas para o preparo e aplicação do poder. c. No que concerne às condições internas e externas, em que se realizam as ações estratégicas, elas podem ser encaradas como ações correntes ou ações de emergência. (1) Ações correntes - São as relacionadas com as situações comuns, isto é, situações que podem ser configuradas como de rotina ou onde não se revelam alterações sensíveis da normalidade. (2) Ações de emergência - São as que permitem atender às situações que recomendem ou exigem medidas incomuns, não rotineiras, até mesmo excepcio-nais, para serem eficazmente enfrentadas. Tais situações vão desde as calamida-des públicas, como inundações ou incêndios de grandes proporções, até a iminência ou a efetivação de uma hipótese de emprego das forças armadas. 1-6. ÁREAS ESTRATÉGICAS São as áreas de natureza geográfica (região) ou que envolvem atividades humanas (setor), nas quais se aplicam ações estratégicas. Na caracterização de tais áreas como estratégicas, será importante a constatação de óbices ou a possibilidade de seu surgimento. Desse modo, podem ser consideradas áreas estratégicas / setores como os da educação, da saúde ou das comunicações, da mesma forma que grandes vazios demográficos em áreas de interesse nacional, regiões de fronteira, grandes centros urbanos e industriais, e certas áreas no exterior, de particular interesse para o país.
  • 12. 2-1 C 124-1 CAPÍTULO 2 CONCEITOS BÁSICOS ARTIGO I PODER E ESTRATÉGIA NACIONAIS 2-1. PODER NACIONAL a. Conjunto integrado dos meios de toda a ordem de que dispõe a nação, acionados pela vontade nacional, para conquistar e manter os objetivos nacionais. b. Para melhor compreensão é estudado em cinco expressões: política, econômica, científico-tecnológica, psicossocial e militar. Apesar de dividido por expressões, deve ser uno e indivisível. c. O poder nacional apresenta-se como uma síntese de vontades e de meios de toda a ordem, destinado a cumprir um papel fundamental na sociedade nacional, de modo a assegurar-lhe sobrevivência, ordem, equilíbrio, coerência e desenvolvimento. d. No conceito de poder nacional estão contidos dois elementos básicos: a vontade de agir e a capacidade dos meios para atingir os objetivos nacionais. 2-2. ÓBICES a. São obstáculos de toda ordem que dificultam ou impedem a conquista e a manutenção dos objetivos nacionais. b. Os óbices, existentes ou potenciais, podem dificultar ou impedir ações nas áreas do desenvolvimento e da segurança. Podem ser de ordem material ou
  • 13. C 124-1 2-2/2-4 intangíveis. Resultam da natureza (secas, inundações), de fatos sociais (pobre-za, analfabetismo) ou da própria vontade humana. Podem decorrer de condições estruturais ou conjunturais e variar na essência, na intensidade e na forma como se manifestam, ao longo do processo evolutivo do país. 2-2 c. Os óbices são classificados, conforme a inexistência ou presença de intencionalidade, em: (1) fatores adversos - óbices de toda ordem, internos ou externos, que, destituídos do sentido contestatório, se interpõem aos esforços da sociedade ou do governo para conquistar e manter os objetivos nacionais; (2) antagonismos - óbices internos ou externos que, manifestando atitude deliberadamente contestatória, se contrapõem à conquista e manutenção dos objetivos nacionais. 2-3. ESTRATÉGIA NACIONAL a. Estratégia nacional é a arte de preparar e aplicar o poder nacional para, superando os óbices, conquistar e manter os objetivos nacionais, de acordo com a orientação estabelecida pela política nacional (Fig 2-1). b. A estratégia nacional pode ser aplicada para atuar no desenvolvimento de uma área estratégica, adicionando-se a idéia de esforço continuado para superar obstáculos, bem como para prover a segurança necessária a um determinado Estado. Fig 2-1. Conceito de estratégia nacional 2-4. DESDOBRAMENTOS DA ESTRATÉGIA NACIONAL Tal como na política nacional, pode-se identificar dois ramos da estratégia nacional: a de desenvolvimento e a de defesa. Essa divisão não lhe retira a unidade e a integração para conquistar e manter os objetivos nacionais.
  • 14. 2-4/2-6 2-3 C 124-1 a. Estratégia de Desenvolvimento - É a arte de preparar e aplicar o poder nacional para conquistar e manter os objetivos estabelecidos pela política de desenvolvimento, a despeito dos fatores adversos existentes, inclusive aqueles com potencialidade de utilização para gerar antagonismos. b. Estratégia de Defesa Nacional - É o conjunto de opções e diretrizes governamentais que, em determinada conjuntura, orientam a nação quanto ao emprego dos meios de que dispõe, para superar as ameaças aos seus objetivos, conforme o estabelecido na Política de Defesa Nacional. 2-5. ESTRATÉGIA DE GOVERNO a. Estratégia de governo é a arte de preparar e aplicar o poder nacional para, superando os óbices, conquistar e manter os objetivos de governo, de acordo com a orientação estabelecida pela política de governo; b. Tal como na estratégia nacional, a estratégia de governo abrange também as áreas do desenvolvimento e da defesa que, por sua vez, desdobram-se em estratégias específicas para cada expressão do poder nacional. ARTIGO II O CONFLITO E SUA RESOLUÇÃO 2-6. ESPECTRO DOS CONFLITOS a. Considerações Gerais - Em uma sociedade e acima das pessoas há, normalmente, uma autoridade superior (tribunal) que garante direitos e aplica sanções. No caso das nações, não existe um órgão supremo que as subordine ou que as faça cumprir normas ou ainda, que tenha autoridade incontestável para resolver seus conflitos mediante uma simples sentença. Embora tentativas nesse sentido tenham sido feitas, tais empreendimentos não conseguiram ainda aprimorar o relacionamento entre os Estados, a ponto de evitar o surgimento de conflitos entre eles, nem obter, com freqüência, a resolução amistosa de litígios. Nesse contexto, verifica-se que impedir que as partes se agridam é uma tarefa complexa, sendo comum que elas, muitas vezes, independentemente de respaldo externo, agridam-se mutuamente apoiadas nos seus próprios meios. b. Conceitos - Em estratégia, têm relevância as situações de paz, crise e conflito que, nos campos interno e externo do Estado, definem o espectro dos conflitos quanto ao grau de violência (Fig 2-2). (1) Conflito - É o enfrentamento intencional entre oponentes, predispos-tos a usar variado grau de violência. Possui uma ampla faixa de abrangência que vai do conflito entre indivíduos ou grupos de indivíduos ao que ocorre entre Estados ou grupos de Estados. A guerra é o conflito no seu grau máximo de violência.
  • 15. C 124-1 2-6/2-7 2-4 (2) Paz - É a ausência de lutas, violências ou graves perturbações, no âmbito do Estado. Os conflitos existentes não comprometem os interesses da nação. (3) Crise - É um fenômeno complexo, de diversas origens, internas ou externas ao país, caracterizado por um estado de grandes tensões, com elevada probabilidade de agravamento, e risco de sérias conseqüências, não permitindo que se anteveja com clareza o curso de sua evolução. C O N F L I T O CONTROLÁVEL PAZ CRISE NEGOCIAÇÃO INCONTROLÁVEL Conflito armado (GUERRA) FORÇA Fig 2-2. Espectro dos conflitos c. Hipótese de emprego (HE) - É a antevisão de um quadro nacional ou internacional, marcado pela existência de óbices, em que o poder nacional deva ser empregado para enfrentar ações que possam comprometer interesses vitais da nação, e ainda: (1) são elaboradas a partir da construção de cenários, que indicam a viabilidade de sua ocorrência com capacidade para colocar em risco os interesses maiores do Estado e que imporão a participação de todas as expressões do poder nacional para superá-los; (2) serão as bases para os planejamentos estratégicos de preparo e emprego da Força Terrestre; (3) têm que responder aos diferentes graus de violência de um possível conflito. Portanto, devem considerar que o conflito pode evoluir desde a situação de paz até a escalada máxima da violência, que é a guerra. 2-7. MÉTODOS DA ESTRATÉGIA NACIONAL a. O emprego do poder nacional, em determinadas situações, pode ocorrer com a atuação predominante de sua expressão militar. Tal situação, embora normalmente associada à idéia de conflito armado, por si só não caracteriza que ele ocorra ou que venha a ocorrer, pelo menos na forma de guerra declarada. Um exemplo seria um boqueio naval. b. O Estado pode adotar, basicamente, dois métodos estratégicos para solucionar conflitos em que se veja envolvido: (1) Método da estratégia direta - Caracteriza-se pelo emprego ou pela simples ameaça de emprego do poder nacional com predominância da expressão militar, de forma a coagir o adversário e, assim, alcançar uma solução para o
  • 16. 2-5 C 124-1 conflito que atenda aos interesses do Estado coator. (2) Método da estratégia indireta - Caracteriza-se pelo emprego predominante de qualquer uma das expressões do poder nacional que não a militar, para persuadir ou coagir o adversário a aceitar determinada solução para o conflito. A persuasão emprega os meios diplomáticos, jurídicos e políticos. A coerção emprega os meios políticos, econômicos ou psicossociais, podendo a expressão militar, neste caso, atuar como coadjuvante da ou das expressões predominantes. c. Em qualquer caso, por mais decisivo que seja o papel de uma expressão na solução desejada do conflito, não se pode esquecer que as demais expressões contribuem de forma complementar para a solução, uma vez que o poder nacional é indivisível. 2-8. FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS Os Estados podem adotar para a resolução de seus conflitos, basicamente, três formas: persuasão, dissuasão e coerção. a. Persuasão - É uma forma não-violenta que emprega processos e técnicas inerentes aos meios diplomáticos, jurídicos e políticos. (1) Diplomáticos - Negociações diretas, bons ofícios, mediação, con-gressos, conferências e sistemas consultivos. (2) Jurídicos - Arbitragens, soluções judiciárias, comissões internacio-nais de inquéritos, comissões mistas, etc. (3) Políticos - Interferências de organismos internacionais, como a ONU, a OEA e outros. b. Dissuação - É uma forma intermediária entre a persuasão e a coerção, que está presente desde o tempo de paz, consistindo de medidas de natureza militar, que venham a desencorajar o oponente de tomar atitudes que levem a uma escalada da crise. Podem ser citados os seguintes exemplos: deslocamento de unidades militares, realização de manobras militares, aumento do poder militar na área onde ocorre a crise. c. Coerção - É uma forma violenta de solução de conflitos, por meio da utilização, em nível variado, da capacidade de coagir do poder nacional. (1) Pode-se verificar a coerção, por intermédio do emprego do poder nacional, com predominância eventual de ações estratégicas, de qualquer uma de suas expressões. (2) Caracteriza-se a predominância de uma expressão sobre as demais quando esta expressão atua decisivamente para a solução do conflito. (3) Como exemplos de formas coercitivas, sem que haja preponderância da expressão militar, podem ser citadas: a expulsão de agentes diplomáticos; a ruptura de relações diplomáticas; a proibição do uso do espaço aéreo, marítimo ou terrestre; embargos e boicotes; congelamento de bens; campanhas interna-cionais, etc. 2-7/2-8
  • 17. C 124-1 2-6 (4) Os Estados em conflito podem empregar um ou mais tipos de coerção, de acordo com o seguinte esquema: por iniciativa própria, antecedendo qualquer ação do oponente; como retorsão, que consiste na aplicação das mesmas medidas impostas pelo oponente; como represália, que consiste na aplicação de medidas diferentes da adotada pelo oponente. d. A figura 2-3 apresenta, esquematicamente, os métodos, formas de resolução, meios e exemplos relacionados à estratégia nacional. Fig 2-3. Métodos e formas estratégicas de resolução de conflitos 2-8 MÉTODOS E FORMAS ESTRATÉGICAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS MÉTODO FORMA DE RESOLUÇÃO MEIOS (predominantes) EXEMPLOS ESTRA-TÉGIA INDIRETA PERSUASÃO DIPLOMÁTICOS - Negociações diretas - Congressos e Conferências - Bons ofícios - Mediação - Arbitragem JURÍDICOS - Solução judiciária - Comissões internacionais de inquérito - Comissões mistas POLÍTICOS - O N U - O E A - Outros organismos internacionais DISSUASÃO MILITARES - Existência e possibilidades de emprego COERÇÃO POLÍTICOS ECONÔMICOS PSICOSSOCIAIS - Iniciativa própria - Retorsão - Represália não-armada - Proibição do uso do espaço aéreo - Embargo e boicote - Congelamento de bens - Expulsão de diplo-matas - Ruptura de rela-ções diplomáticas ESTRA-TÉGIA DIRETA DISSUASÃO MILITARES - Existência e/ou ameaça de emprego COERÇÃO - Iniciativa própria - Represália armada - Bloqueio naval - Bloqueio aéreo - Ações militares limitadas - Guerra
  • 18. 2-9 2-7 C 124-1 2-9. MODELOS PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico nacional tem que ser realizado segundo uma visão prospectiva que permita a condução dos acontecimentos, evitando-se a surpresa. O impacto do binômio ciência e tecnologia, do crescimento industrial e dos fatores psicológicos na estratégia, em particular a militar, impõem aos Estados a necessidade de continuados planejamentos para o preparo e o emprego das expressões do poder nacional. Para a solução de conflitos podem ser adotados cinco modelos para o planejamento estratégico, considerando o poder relativo entre os oponentes, com base nas variáveis: meios, objetivos e graus de liberdade de ação existentes. Os modelos apresentados não são os únicos, mas os mais característicos dos tempos modernos: a. Ameaça Direta - Aplica-se quando um dos oponentes possui considerável superioridade de meios sobre o outro (ou pode consegui-la por meio de alianças) e o objetivo perseguido é modesto (sem valor estratégico ou de pouca importância para o adversário ou para seus aliados). Neste caso, a simples ameaça de emprego da expressão militar pode levar o adversário a aceitar as condições que lhe são impostas ou a renunciar às suas pretensões. É a base da dissuasão. b. Pressão Indireta (1) É aplicável quando o objetivo perseguido é modesto, mas não se dispõe de meios suficientes para constituir uma ameaça decisiva ou, se dispondo de meios suficientes, a margem de liberdade de ação para empregá-los é pequena. (2) A decisão será buscada por intermédio do emprego de ações políticas, diplomáticas, psicológicas e econômicas, isoladas ou combinadas, apoiadas ou não por ações militares. c. Ações Sucessivas (1) Sua aplicação ocorre, normalmente, quando o objetivo é importante, valorizado também pelo oponente, a margem de liberdade de ação é pequena e os meios são limitados. (2) A decisão será buscada pelo emprego de uma série de ações sucessivas, combinando a ameaça direta e a pressão indireta, bem como limitadas ações em força. (3) É uma combinação sutil de ações políticas, diplomáticas, psicológi-cas e militares, tendo sempre presente a preocupação de não escalar o conflito. (4) A estratégia por ações sucessivas busca explorar a margem de liberdade de ação obtida pela manobra exterior, normalmente pequena, para execução de ações políticas, psicológicas e militares com o objetivo de alcançar a decisão e estabelecer um fato consumado. As fases das ações sucessivas se caracterizam pelo emprego da surpresa e pela rapidez de sua execução. (5) Poderá, na sua aplicação, seguir o seguinte roteiro: (a) definir um objetivo que seja de pouca importância para o adversá-rio, isto é,cuja perda não provocará alterações sensíveis no equilíbrio de forças e, portanto, não deverá levar o oponente a empenhar todos os seus esforços para sua manutenção; (b) o objetivo secundário escolhido deverá facilitar a conquista
  • 19. C 124-1 2-9 posterior de outros objetivos; 2-8 (c) o objetivo definido deverá parecer suficientemente limitado, para ser aceito pela opinião pública mundial, assegurando o sucesso da manobra exterior; (d) obter a superioridade local; (e) conquistar o objetivo selecionado por meio de uma ação militar; (f) manter durante as ações militares negociações com todas as partes envolvidas no conflito, direta ou indiretamente, principalmente após a conquista do objetivo selecionado, de forma a mostrar que o objetivo em pauta é limitado e que não há outras intenções além dessa conquista; em outras palavras, significa buscar ou manter um determinado grau de liberdade de ação, que possibilite, caso seja necessário, a continuidade do processo; (g) mantida a liberdade de ação alcançada, mesmo que com ligeira redução, prosseguir na conquista de outro(s) objetivo(s) secundário(s), até a conquista do objetivo final; (h) durante todo o processo é necessário evitar a escalada ao extremo do conflito, que resulte numa guerra total. (7) Esta sistemática combina a ameaça direta, a pressão indireta e o conflito violento de natureza militar, com ênfase em ações limitadas e sucessivas. Cada etapa, analisada isoladamente, se enquadra na estratégia direta ou na estratégia indireta, mas, no conjunto, é indireta, pois as ações de natureza política, diplomática e psicológica são consideradas mais importantes e decisi-vas. d. Conflito total prolongado com fraca intensidade militar (1) Adotado quando o objetivo é importante, a liberdade de ação é grande, mas os meios disponíveis são muito escassos para se buscar uma decisão militar. (2) Esta decisão será obtida pelo desgaste moral do adversário, por meio do desenvolvimento de um conflito de longa duração, de caráter total, cuja finalidade é levá-lo a um estado de cansaço e de prostração física e psíquica. (3) Suas características são de um conflito de baixa intensidade, geralmente sob a forma de uma guerrilha generalizada, para obrigar o adversário, muito mais poderoso militarmente, a realizar esforços que não poderá manter indefinidamente, sem comprometimento de suas forças morais. (4) Para o oponente mais fraco o problema principal é a necessidade de sobreviver e preservar os parcos meios materiais disponíveis, o que é alcançado pelo fortalecimento das forças morais, por intermédio da exploração de elementos aglutinadores e de coesão da alma nacional, tais como patriotismo, independên-cia e religiosidade. (5) Poderá ser empregado, ainda, quando o objetivo é muito valorizado pelo oponente mais fraco, mas, secundário para o mais poderoso. É a base da estratégia da resistência. (6) A estratégia da resistência busca explorar a ampla margem de liberdade de ação proporcionada pela manobra exterior, para alcançar a decisão com meios militares, às vezes extremamente reduzidos, principalmente nas fases iniciais do conflito. Se aplica contra um oponente muito mais poderoso, que será levado a um estado geral de prostração física e moral.
  • 20. 2-9 2-9 C 124-1 (7) O objetivo fundamental é “saber durar na ação” e “não ganhar, mas durar sem perder”. Impedido pela manobra exterior de empregar seu poderio militar, o oponente, conduzindo uma luta prolongada num ambiente hostil, acabará admitindo que combate por interesses secundários, que podem ser cedidos, mesmo com o pesado desgaste político e psicológico resultante. (8) No campo militar, a estratégia da resistência adquire, em geral, a forma de uma guerra não-convencional do tipo guerrilha. (9) No BRASIL, a guerra de resistência conduzida pelos brasileiros, no século XVIII, contra o invasor holandês, é um exemplo histórico do emprego da estratégia da resistência. (10) A manobra estratégica da resistência se desenvolve em dois planos: (a) No plano material das forças militares - Em decorrência do poderio militar de um dos oponentes, o mais fraco tem como primeiro objetivo durar na ação para conservar os seus limitados meios militares. No âmbito estratégico, isto é conseguido por meio da adoção de uma atitude defensiva, evitando batalhas decisivas e, no campo tático, adotando uma postura ofensiva, fustigando constantemente o inimigo para minar sua vontade de lutar, mantendo o conflito e assegurando ampla liberdade de ação. De igual modo, obriga o adversário a dispersar suas forças, criando condições para a obtenção de pequenas e continuadas vitórias. (b) No plano moral da ação psicológica - Tem como finalidade desenvolver e manter elevadas as forças morais dos combatentes e da população amiga e, simultaneamente, minar a vontade de lutar do inimigo e de seus aliados na zona de conflito. Para os combatentes e não-combatentes são explorados os valores patrióticos, religiosos, anseios de independência, reunificação e outros. 1) A fé na justiça da causa a defender será o elemento aglutinador para suportar os sofrimentos necessários à vitória. 2) No que concerne aos combatentes inimigos e seus aliados, procura-se demonstrar a impossibilidade de vitória, em que pese a diferença de poder, pois se luta por uma causa injusta, desumana e cruel. 3) No âmbito externo à zona de conflito, aproveitando todos os meios de comunicação disponíveis, buscar-se-á solapar a frente interna do oponente, explorando a injustiça da causa, a falta de interesse e de motivação para a intervenção, além da crueldade do conflito. 4) Em síntese, a estratégia da resistência tem como objetivo a vitória de um oponente dotado de meios militares extremamente limitados contra um adversário militarmente poderoso. A fraqueza material será plenamente com-pensada pelas forças morais, o solapamento da vontade de lutar do adversário e a adoção de estratégias e táticas inovadoras. A derrota do forte será conseqüên-cia natural do seu cansaço (prostração) e da perda da vontade de lutar (derrota psicológica). e. Conflito violento com forte intensidade militar (1) É aplicável quando oponentes dotados de meios militares poderosos buscam a conquista de objetivos importantes. (2) A decisão é buscada mediante a obtenção de uma vitória militar, num conflito violento e, se possível, de curta duração. (3) O principal objetivo é a destruição das Forças Armadas do oponente.
  • 21. C 124-1 2-9/2-10 2-10 f. Combinação de modelos (1) Os modelos devem ser tomados como exemplos e não como soluções estanques e definitivas, pois quanto maior é a aproximação a modelos e a fórmulas, mais nos afastamos da arte da condução da guerra. (2) Para cada conflito haverá um planejamento estratégico específico, resultante da relação entre liberdade de ação, meios e objetivos, considerando-se as deficiências de um oponente e as possibilidades do outro. (3) A figura 2-4 permite uma visão completa dos diversos modelos, suas características e relacionamento com um dos métodos da estratégia nacional. MODELOS DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO MODELOS CARACTERÍSTICAS ESTRATÉGIAS AMEAÇA DIRETA - Objetivo modesto. - Superioridade de meios de um dos oponentes. - Margem de liberdade de ação é normal. - Base da estratégia da dissuasão. PRESSÃO INDIRETA - Objetivo modesto. - Meios limitados (ou se forem potentes, a margem de liberdade de ação para empregá-los é pequena). AÇÕES SUCESSIVAS - Objetivo importante. - Meios limitados. - Margem de liderdade de ação é pequena. - Base da estratégia de ações sucessivas. CONFLITO TOTAL PROLONGADO (fraca intensidade militar) - Objetivo importante. - Meios muito escassos. - Margem de liberdade de ação é grande. - Base da estratégia da resistência. CONFLITO VIOLENTO (forte intensidade militar) - Objetivo importante. - Meios militares muito potentes. - Se possível de curta duração. - Margem de liberdade de ação é normal. Fig 2-4. Modelos de planejamento estratégico ARTIGO III ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL 2-10. CAMPOS DE ATUAÇÃO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DIRETA INDIRETA DIRETA INDIRETA INDIRETA DIRETA A estratégia desenvolvida para se obter a solução adequada do conflito, tendo como referencial a zona de sua ocorrência, abarca dois campos de atuação distintos, mas interdependentes: o exterior e o interior à zona de conflito. Assim, pode-se afirmar que há uma manobra exterior e uma manobra interior. a. Manobra exterior (1) A idéia central da manobra exterior reside em assegurar o máximo de liberdade de ação, como o apoio de organismos internacionais (ONU, OEA, OTAN, etc), países amigos e/ou simpatizantes, organizações não-governamen-
  • 22. 2-11 C 124-1 tais, opinião pública internacional e, na própria frente interna do inimigo, principalmente de sua opinião pública e de organizações que se oponham ao conflito, com a finalidade de paralisar o adversário por meio de uma combinação de ações de natureza política, econômica, psicológica e, em algumas situações, militar, esta com toda variação possível de atuação. (2) A manobra exterior deve assentar-se em um bom tema político, concebido em função das grandes motivações do momento e bem adaptado ao fim visado, como por exemplo: desejo de salvaguarda da paz, descolonização, antiimperialismo, autodeterminação dos povos, não-ingerência em assuntos internos, racismo, genocídio, preservação ecológica e direito a um espaço vital. (3) De acordo com o tema político, a manobra exterior pode incluir, dentre outras, as seguintes ações: (a) atuar em respeito às normas do direito e apelar para os valores morais e humanitários, de forma a criar, no adversário e na sua frente interna, dúvidas quanto à justiça da causa que defende, provocando cisões na sua coesão moral e, acima de tudo, de modo a despertar simpatias no campo internacional, justificando a causa que advoga; (b) explorar, nos organismos internacionais e nas organizações não-governamentais simpatizantes, o clima político resultante, de forma a isolar política e economicamente o adversário e, se possível, manietá-lo, impedindo-o de levar a cabo determinadas ações ou de lançar mão de todas as possibilidades de seu poder nacional na zona de conflito; (c) obter ajuda sob a forma de fornecimento de equipamentos e armamentos, pessoal técnico, voluntários e mesmo de tropas; (d) empregar a expressão militar; e (e) tranqüilizar outros adversários potenciais, quanto ao alcance dos objetivos visados. b. Manobra interior (1) A manobra interior será desencadeada na zona onde se desenvolve o conflito e tem como finalidade primordial desenvolver e manter as forças morais da população e das forças regulares e/ou irregulares amigas, por meio da exploração de idéias-força como patriotismo, independência nacional, liberdade religiosa, descolonização e elevação do nível de vida. Simultaneamente, buscar-se- á minar o moral das forças combatentes do oponente e de seus aliados na zona de conflito. (2) A manobra interior, aproveitando a liberdade de ação obtida com a manobra exterior, deve explorar, na zona de conflito e nas suas áreas de influência: (a) as vulnerabilidades estruturais do adversário, obrigando-o a protegê-las, mediante a dispersão de seus meios; (b) as atividades que visam assegurar a lealdade da população, conduzindo-a a não colaborar com o oponente; (c) as fraquezas morais do oponente, para minar o seu poder de combate. 2-10
  • 23. C 124-1 2-10/2-11 2-12 c. Aplicação das manobras exterior e interior - Ambas as manobras são aplicáveis a qualquer método da estratégia nacional, mas suas concepções são mais adequadas à estratégia indireta, na qual atuam, de forma preponderante, as expressões psicossocial e política. 2-11. FASES DA ESTRATÉGIA NACIONAL Num quadro de crise, a estratégia, normalmente, desenvolve-se em três fases: a. Fase da preparação - Nesta fase realizam-se diversas ações, tais como: (1) preparação da opinião pública, por meio de ações psicológicas, para suportar os encargos psicossociais, políticos, econômicos e militares decorren-tes da execução da estratégia proposta; (2) legitimação das operações militares que possam ocorrer na fase da execução diante da opinião pública mundial e nacional, perante governos aliados e neutros, por meio de uma campanha que deve estar apoiada em um tema político com profundas implicações morais, mas sempre coerente com o objetivo perseguido; (3) consideração quanto à reação de países neutros ou aliados ao desenvolvimento da estratégia escolhida, de forma a eliminar ou, no mínimo, reduzir a ocorrência de circunstâncias aleatórias que, normalmente, provocam profundas alterações na liberdade de ação obtida por ocasião do início das ações; (4) isolamento do inimigo com a aplicação de medidas, entre as quais destacam-se: a realização de tratados e/ou alianças; a promessa de partilha de território ou de privilégios; a tranqüilização de adversários potenciais, quanto ao valor ou alcance dos objetivos visados; a concessão de garantias a países neutros e a exploração de temas ideológicos; (5) previsão da resposta do Estado adversário e, por conseguinte, adoção de medidas para neutralizá-la; (6) considerações quanto à possibilidade de fracasso militar, aos apoios que se pode obter se a vitória demorar, às conseqüências de uma derrota, às possibilidades de se minorar os riscos por meio de uma saída honrosa e interrupções previsíveis no desenvolvimento da estratégia estabelecida. b. Fase da execução - De acordo com a estratégia adotada (direta ou indireta), avolumam-se as ações da expressão do poder que será decisiva para a solução do conflito ou para atingir o objetivo. (1) No caso da estratégia direta (a) É a fase da realização das operações militares, quando se deve procurar criar o fato consumado, por meio de uma vitória rápida e definitiva. Para isso, tem significativa importância o momento do início das hostilidades. Deve-se procurar uma situação em que o adversário esteja envolvido com situações capazes de afetar sua capacidade de reação. (b) As ações diplomáticas e de operações psicológicas, realizadas previamente, devem ter propiciado um ambiente internacional favorável, bem
  • 24. 2-13 C 124-1 como condições para que o adversário seja surpreendido e facilmente desorga-nizado. (c) As atividades não-militares, especialmente as políticas, continu-am tendo grande importância para a paralisação de elementos potencialmente hostis e para a galvanização de simpatias. (2) No caso da estratégia indireta (a) É a fase da realização das ações nos campos político, econômico e psicossocial, que devem permitir completar o isolamento do inimigo, no âmbito externo, e separar a sociedade do governo, no âmbito interno, colocando-o em xeque perante a própria nação. Com isso, busca-se o enfraquecimento do Estado adversário. Estas ações também são fundamentais para a manutenção da liberdade de ação. (b) As ações militares, ou a simples ameaça de seu emprego, são desencadeadas com o propósito de desgastar o inimigo e/ou conquistar objetivos secundários, visando auxiliar as demais expressões do poder nacional. Estas, por sua vez, estarão desenvolvendo ações com vistas a provocar a submissão definitiva do inimigo. (c) As operações militares devem ser dosadas, normalmente com pouca intensidade e com longa duração (resistência). (d) Podem, por outro lado, constituir um conjunto de operações sucessivas, cada uma isoladamente de grande intensidade, curta duração, limitada no espaço e dirigida contra objetivo ou objetivos secundários (ações sucessivas). c. Fase da exploração - Nesta fase, torna-se imprescindível a consolida-ção da vitória alcançada. Nesse sentido, faz-se necessária a análise das possibilidades do oponente no que concerne às manobras interior e exterior, bem como, à avaliação do novo equilíbrio de poder resultante dessa vitória. Essa análise poderá ser orientada por meio das respostas às seguintes questões: (1) Quais devem ser as conseqüências da vitória? (2) Quais as condições para o restabelecimento da paz? (3) Que atitude deve-se adotar no futuro? (4) Quais devem ser os novos objetivos? 2-11
  • 25. 3-1 C 124-1 CAPÍTULO 3 ESTRATÉGIA MILITAR ARTIGO I A GUERRA 3-1. A GUERRA a. Guerra e paz (1) Vários filósofos, desde a antigüidade, vêm se preocupando com o fenômeno bélico, manifestação de violência coletiva conduzida e coordenada por um líder ou por um grupo. (2) Atualmente, os estudos sobre a guerra a inserem num espectro mais amplo, o dos conflitos. As modernas investigações sobre suas origens e causas buscam um campo de pesquisa relativo ao conflito humano, que abrange também o tempo de paz. Partem do princípio que se pode admitir a existência de aspectos comuns entre os vários tipos de conflitos humanos, entre os quais, como fenômeno social, existe um grau máximo: a guerra. (3) No conflito, a hostilidade não se manifesta apenas pela violência física, podendo evidenciar-se por outras formas (econômicas, psicológicas e diplomáticas). O conflito pressupõe um choque intencional que implica numa vontade hostil, ou seja, a intenção de causar danos ou prejuízos ao adversário. (4) Em conseqüência, para ser possível defender a nação numa guerra, a estrutura militar deve estar sempre em condições de atuar com eficácia, pois quando a guerra surge não há tempo para improvisações nem oportunidade para arrependimentos tardios: é necessário empreender ações decisivas, coordena-das e objetivas, criteriosamente planejadas desde o tempo de paz. b. Guerra e estratégia (1) A guerra ultrapassa em muitos aspectos a estratégia. É possível admitir, pelo menos teoricamente, uma guerra sem estratégia, pois entre muitos
  • 26. C 124-1 3-1 povos primitivos a guerra não era propriamente conduzida, mas antes travada como um fenômeno espontâneo e irrefletido, ou seja, sem estratégia. A estratégia implica a existência de uma vontade consciente para dirigir e coordenar os esforços, o que pressupõe um plano deliberado de ação. 3-2 (2) Da mesma forma, a estratégia também ultrapassa o “ato de guerra” em si, pois busca proporcionar a uma unidade política as melhores condições de segurança. Participa de uma série de ações em todas as expressões do poder, que permitirão enfrentar da forma mais adequada as eventuais ameaças e as hipóteses de guerra admitidas. A estratégia envolve, também, a concepção de desenvolvimento de todos os tipos de forças, de acordo com as potenciais ameaças, compatibilizando-as com a capacidade do poder nacional. Neste âmbito, o seu papel é permanente. (3) Assim, a estratégia prevê o uso da força, o que pode incluir ou não seu emprego em combate. Situações há em que o efeito desejado, imposição da vontade ao adversário, é obtido por outras formas de tirar partido da força. Em resumo, a estratégia trata não só da aplicação da força, mas também da sua exploração e, ainda, da promoção do seu desenvolvimento. O seu papel não é, portanto, intermitente, mas permanente. Relaciona-se com medidas a adotar em tempo de guerra e com ações adotadas em tempo de paz, que visam a determinadas ameaças e hipóteses de emprego. (4) À estratégia militar cabe não só o planejamento das ações militares previstas nas hipóteses de emprego, mas, também, o planejamento voltado para o preparo da expressão militar. c. Classificação das guerras (1) Guerra regular - Conflito armado no qual as operações são executa-das, predominantemente, por forças regulares. Caracteriza-se por ser extrema e entre Estados; declarada, embora tal condição não venha sendo observada na atualidade; reconhecida pelos organismos internacionais; e utilizando, em princí-pio, a plena capacidade das forças militares. (a) Guerra convencional - É a forma de guerra realizada dentro dos padrões clássicos e com o emprego de armas convencionais, podendo ser total ou limitada, quer pela extensão da área conflagrada, quer pela amplitude dos efeitos a obter. É o principal objetivo da preparação e do adestramento das Forças Armadas da grande maioria dos países. (b) Guerra nuclear - É a forma de guerra caracterizada pelo uso de armas nucleares estratégicas (grande poder de destruição e lançamento por vetores de grande alcance, tais como, aviões e mísseis balísticos intercontinen-tais) ou de combate nuclear tático (menor poder de destruição e lançamento por vetores de curto e médio alcance, tais como, aviões, mísseis táticos e artilharia). Pode ser total ou limitada, tanto pela extensão da área conflagrada, quanto pelos efeitos desejados. (2) Guerra irregular - Conflito armado executado por forças não-regulares, ou por forças regulares fora dos padrões normais da guerra regular, contra um governo estabelecido ou um poder de ocupação, com o emprego de ações típicas da guerra de guerrilha. (a) Guerra insurrecional - Conflito interno, sem apoio de uma ideologia, auxiliado ou não do exterior, em que parte da população empenha-se
  • 27. 3-1/3-3 3-3 C 124-1 contra o governo para depô-lo ou obrigá-lo a aceitar as condições que lhe forem impostas. (b) Guerra revolucionária - Conflito interno, geralmente inspirado em uma ideologia e auxiliado do exterior, que visa a conquista do poder pelo controle progressivo da nação. (c) Guerra de guerrilha - É a forma de guerra conduzida por grupos ou forças não-regulares, contra um governo estabelecido ou um poder de ocupação, com a finalidade de desgastar sua capacidade militar. (d) Guerra de resistência nacional - É a forma de guerra na qual as Forças Armadas de um país militarmente fraco emprega táticas de guerrilha, ou forças irregulares, para resistir e expulsar um invasor militarmente mais poderoso, contando com o apoio da totalidade ou de parcela ponderável da população. (3) Guerra total - É a forma de guerra na qual os beligerantes usam todo o seu poder militar, sem restrições quanto aos métodos e engenhos e mesmo quanto às leis convencionais de guerra. (4) Guerra limitada - É o conflito armado entre Estados ou coligação de Estados, sem a amplitude da guerra total, caracterizado pela restrição implícita ou consentida dos beligerantes, tais como espaço geográfico restrito ou limitação do poder militar empregado, pelo menos por um dos beligerantes. (5) Guerra externa - Conflito armado, total ou limitado, entre Estados ou coligações de Estados. (6) Guerra interna - Conflito armado no interior de um país, regular ou não, visando atender tanto a interesses de um grupo ou do povo como a objetivos políticos de um Estado ou coligação de Estados. ARTIGO II BASES E MÉTODOS DA ESTRATÉGIA MILITAR 3-2. CONCEITO DE ESTRATÉGIA MILITAR Estratégia militar é a arte de preparar e aplicar meios militares para a consecução e manutenção de objetivos fixados pela política nacional. Nesse contexto, a estratégia militar integra a estratégia nacional e subordina-se à política. 3-3. BASES DA ESTRATÉGIA MILITAR a. A concepção das operações da ação militar trata da caracterização objetiva da natureza das operações a serem empreendidas, das espécies de forças e materiais necessários, bem como do respectivo momento de emprego, em face das hipóteses de conflito geradas pela escalada de uma crise. Delineia a forma da guerra possível, tendo em vista as condicionantes impostas pelas possibilidades militares dos oponentes, pela geografia e pelos meios disponíveis. Define, finalmente, as ações estratégicas que devem ser realizadas pelas Forças Armadas, os teatros de guerra, e os teatros de operações onde essas ações terão curso quando da concretização da hipótese considerada.
  • 28. C 124-1 3-3/3-4 3-4 b. O espaço geográfico necessário à condução das ações estratégicas é dividido em: Teatro de Guerra (TG), Teatro de Operações (TO) e Zona do Interior (ZI). c. Teatro de Guerra é o espaço geográfico (terrestre, marítimo e aéreo) que estiver ou possa vir a ser diretamente envolvido nas operações militares de uma guerra. d. Um TG deve comportar um ou mais TO. e. TO é a parte do TG necessária à condução de operações militares de vulto, nestas incluído o respectivo apoio logístico. f. Além da idéia de área geográfica, a concepção de TO designa o escalão de comando responsável pela condução da estratégia operacional. O teatro de operações pode ser terrestre (TOT) ou marítimo (TOM), conforme predominem as operações terrestres ou marítimas. g. Zona do Interior é a parte do território nacional não incluída nos TO. 3-4. MÉTODOS DA ESTRATÉGIA MILITAR Considerando as diversas concepções estratégicas, pode-se adotar como métodos da estratégia militar os seguintes: a. Estratégia direta (1) A decisão será obtida pelo emprego de forças militares como meio principal e o objetivo será a destruição das Forças Armadas inimigas e a conquista de seu território, em princípio, por meio de uma ação frontal direta. (2) Normalmente, quando um Estado possui flagrante superioridade da expressão militar do seu poder nacional sobre a do adversário e dispõe de liberdade de ação ou assume os riscos da inexistência dessa liberdade, desen-volve a estratégia direta. Idêntica atitude adota o Estado que conclui que somente a ação da expressão militar permitirá alcançar, de forma decisiva, uma solução adequada para o conflito. (3) Por outro lado, o recurso à estratégia direta deve ser bastante ponderado em virtude da crescente importância do fator psicossocial. Haverá sempre o risco que os resultados obtidos na execução sejam anulados, ou substancialmente diminuídos, pela resistência da população ou pelo surto de guerrilhas. Na atualidade, uma guerra não se desenvolve, apenas, nos campos de batalhas das forças oponentes, mas no contexto das nações. (4) A dissuasão convencional, fruto da existência de meios militares e da possibilidade de seu emprego, enquadra-se no âmbito da estratégia direta. b. Estratégia da aproximação indireta (1) A decisão será obtida pela adoção de linha de ação que vise desequilibrar física e psicologicamente o adversário, anulando sua capacidade de reação.
  • 29. 3-4 3-5 C 124-1 (2) O objetivo será evitar o confronto físico, mas se isso não for possível, travar a batalha da forma menos custosa para o atacante. Em síntese, o que se deseja alcançar é a paralisia estratégica do inimigo, principalmente do seu comando político e militar. O desequilíbrio físico e psicológico do inimigo será vital para a obtenção da vitória. Esse desequilíbrio será alcançado pelo emprego de uma ação contra a retaguarda ou as bases de apoio do inimigo, evitando-se o confronto direto com suas forças principais. As forças blindadas e o poder aéreo deram nova dimensão à concepção da estratégia da aproximação indireta, pois permitiram maior rapidez e profundidade ao ataque contra o sistema nervoso e as bases econômicas do inimigo, representados pelos centros de comunicações, postos de comandos, instalações logísticas, centros industriais, organização civil do esforço de guerra e a base moral de sua população. (3) A concepção estratégica da aproximação indireta, por privilegiar a participação da expressão militar na obtenção da decisão, se enquadra na estratégia direta. Somente sua aplicação será indireta. c. Estratégia Indireta (1) A decisão será buscada pela utilização preponderante de ações políticas, econômicas e psicológicas. (2) As ações desenvolver-se-ão na zona de conflito e, principalmente, no espaço exterior a essa zona, ou seja, no âmbito de Estados aliados, organismos internacionais, opinião pública mundial e na própria frente interna do oponente. (3) A estratégia indireta possui duas formas básicas de manobras estratégicas, considerando o valor da expressão militar participante, a margem de liberdade de ação existente no cenário internacional e o tempo necessário para a obtenção da decisão: manobra estratégica por ações sucessivas e manobra estratégica de resistência. (4) A opção pela estratégia indireta ocorre em decorrência da inferioridade de meios militares e/ou da falta de liberdade de ação e, ainda, da convicção de que a solução para o conflito pode e deve ser obtida sem o emprego da violência. d. Estratégia Nuclear (1) O surgimento da arma nuclear, sob a forma de bombas atômicas, bombas de hidrogênio ou bombas de nêutrons, associado à evolução dos vetores de lançamento, tais como bombardeiros estratégicos, mísseis balísticos inter-continentais, mísseis balísticos lançados por submarinos, mísseis de médio alcance ou de alcance tático, revolucionou de forma marcante a arte da guerra, ante a perspectiva da destruição mútua dos contendores. As grandes potências passaram a utilizar-se das chamadas “guerras por procuração”, normalmente conduzidas sob a forma de conflitos limitados e localizados ou sob a forma de guerra revolucionária. (2) A guerra estratégica nuclear é o conjunto de operações visando o emprego de armas nucleares contra as fontes de poder do inimigo e contra as suas forças estratégicas de ataque. (3) Não sendo o BRASIL uma potência nuclear, as ações, no campo da estratégia militar, se restringem àquelas que referem-se à formação de alianças, à celebração de tratados de cooperação, entre outras, com os países detentores de tecnologia nuclear.
  • 30. C 124-1 3-6 ARTIGO III CONCEPÇÃO DA AÇÃO MILITAR 3-5. CONCEPÇÃO DA AÇÃO MILITAR a. Objetivos de guerra (1) A concepção da ação militar deve estar calcada no objetivo que o Estado pretende atingir ao término do conflito. Esse objetivo denomina-se “objetivo político de guerra” ou simplesmente “objetivo de guerra”, e tem como propósito a paz subseqüente à guerra. (2) São exemplos de possíveis objetivos de guerra: (a) rendição incondicional; (b) manutenção do “status quo”; (c) conquista de uma faixa de segurança; (d) ampliação territorial; (e) manutenção do equilíbrio de poder; (f) conquista da independência; (g) difusão de ideologias políticas ou religiosas; (h) substituição de governo; (i) implantação de novo regime político-econômico; (j) conquista de posições de alto valor estratégico; (l) extinção de um Estado. (3) Logicamente, um objetivo de guerra deve ter condições de ser alcançado pelo emprego do poder nacional e vai condicionar tanto a finalidade, quanto a intensidade do esforço a ser despendido. b. Centro de gravidade (1) Centro de gravidade é o ponto no organismo do Estado adversário (militar, político, territorial, econômico ou social) que caso seja conquistado, ou o inimigo dele perca o efetivo controle, toda sua estrutura de poder desmoronará. (2) O conhecimento do centro de gravidade condiciona o objetivo ou os objetivos de guerra, que devem ser escolhidos. c. Liberdade de ação - A política nacional, responsável por estabelecer os objetivos de guerra, pode sofrer limitações decorrentes de diversas circunstânci-as, que influenciarão ou não a liberdade de ação. Caso o Estado leve em consideração essas limitações, sua liberdade de ação estará reduzida. Caso contrário, o Estado manterá sua liberdade de ação à custa de sensíveis riscos políticos, econômicos, psicossociais ou militares. Aceitando limitações, a política nacional poderá impor condicionantes à formulação da estratégia militar, tais como: (1) ritmo a imprimir às operações; (2) intensidade e extensão da violência; (3) emprego de força aérea e/ou de mísseis estratégicos; (4) bloqueio naval; (5) áreas restritas. 3-5
  • 31. 3-7 C 124-1 d. Concepção da ação militar (1) Considerando os objetivos de guerra e as condicionantes impostas pela política nacional à condução da ação militar, os planejadores devem estar em condições de determinar a concepção da ação militar. (2) A concepção da ação militar abrange os seguintes aspectos: (a) definição dos objetivos militares que devem permitir alcançar o objetivo político de guerra; (b) estabelecimento dos meios militares necessários à ação militar; (c) ações estratégicas militares que devem ser implementadas; (d) ajustamento da concepção da ação militar; (e) determinação dos objetivos estratégicos. (3) Objetivos militares (a) A escolha dos objetivos militares deve levar em conta as seguintes idéias: 1) os objetivos militares jamais podem ser maiores (mais amplos) que o objetivo de guerra (caso ocorra tal absurdo, configura-se um descompasso, com possíveis evoluções incontroláveis da situação); 2) o objetivo de guerra condiciona os objetivos militares, quanto ao esforço da expressão militar na área geográfica em que esse objetivo de guerra deverá ser atingido; 3) caso o objetivo de guerra se refira ao exercício de soberania sobre uma área em disputa, há muita probabilidade de que o objetivo militar venha a se relacionar também com a mesma área; 4) se a área litigiosa for muito ampla ou importante para um dos contendores, é possível que o ou os objetivos militares venham a ser estabele-cidos em relação a elementos do poder antagônico, tidos como mais apropriados para se obter a quebra da vontade de lutar do oponente, independente do posicionamento geográfico dessa área; 5) nos conflitos de grande envergadura, a amplitude dos objetivos de guerra tende a liberar geograficamente os objetivos militares. (b) Os objetivos militares devem ser os que permitam uma variação favorável na relatividade dos poderes que se confrontam, por meio de uma ação militar direta. O potencial militar, o potencial econômico e a vontade combativa são os elementos passíveis de serem afetados diretamente por uma ação militar. (c) São exemplos de objetivos militares: 1) destruição ou neutralização das forças militares inimigas; 2) destruição ou ocupação de centros do poder nacional adverso, particularmente nas expressões política e econômica; 3) obtenção do controle da população; 4) seccionamento de ligações que transmitem e dinamizam o poder nacional; 5) ocupação de um território, área, cidade; 6) corte do fluxo de suprimento; 7) neutralização dos meios de sustentação do esforço de guerra adversário; 8) manutenção de um determinado espaço geográfico, visando ganhar tempo para outras ações; 3-5
  • 32. C 124-1 3-5 3-8 9) desgaste do inimigo de forma a vencê-lo pela resistência; 10) fixação estratégica das forças adversárias ou pulverização (dispersão) dos seus meios; 11) contribuição para dissociar o governo da população. (4) Estabelecimento dos meios necessários - Definidos os objetivos militares preliminares, deve-se proceder a uma avaliação dos meios necessários para conquistar tais objetivos, bem como fazer um levantamento dos meios disponíveis. (5) Levantamento das ações estratégicas - De posse da definição dos objetivos preliminares e dos meios militares disponíveis, os planejadores estabe-lecem as ações estratégicas que devem, numa primeira aproximação, permitir, em melhores condições, a conquista dos objetivos propostos. (6) Ajustamento da concepção da ação militar - Da confrontação entre objetivo político de guerra, condicionantes políticas, quadro geográfico, relação de forças, objetivos militares preliminares e forças disponíveis, são realizados os reajustamentos necessários à concepção da ação militar. É possível que, nesta fase do processo, se chegue à conclusão, em virtude das condicionantes ou dos meios disponíveis, que a missão é inexeqüível, ou seja, que a ação militar não poderá atingir os objetivos preliminares fixados. Neste caso, podem-se levantar outras linhas de ação, tais como: (a) abandonar determinadas condicionantes e aceitar os riscos decorrentes; (b) verificar a possibilidade de alocar novos meios; (c) fixar objetivos militares menos ambiciosos; (d) modificar as ações estratégicas propostas, chegando mesmo a alterá-las, de forma a abandonar uma estratégia direta e adotar uma estratégia indireta; (e) rever o objetivo político da guerra e, por conseguinte, elaborar uma nova concepção da ação militar. (7) Determinação dos objetivos estratégicos (a) Objetivo estratégico é aquele cuja conquista, destruição ou neutralização contribui para abater a estrutura política, militar, científico-tecnológica, psicossocial ou econômica de um dos oponentes, privando-o dos recursos necessários ao prosseguimento da guerra. (b) Os objetivos estratégicos, para efeito de estudos, podem ser relacionados em dois grandes grupos: 1) decorrentes da concepção política (que tanto podem estar implícitos como explícitos), onde podem ser encontrados os próprios objetivos estratégicos pretendidos com a guerra e os centros vitais de uma área estratégica; 2) objetivos que decorrem dos tipos e formas das operações que podem ser realizadas numa determinada área, referentes àqueles de interesse imediato para a execução das ações estratégicas previstas (centros demográficos e industriais, instalações de importância, acidentes geográficos notáveis da área, instalações militares e civis relacionadas com os transportes terrestres, maríti-mos ou aéreos, nós rodoferroviários, pontos críticos, usinas elétricas, represas, obras-de-arte).
  • 33. 3-6/3-8 3-9 C 124-1 3-6. CONCEPÇÃO DA AÇÃO NÃO-MILITAR a. Simultaneamente à definição de objetivos de guerra, um Estado deverá, também, determinar a concepção da ação não-militar, quando adota uma estratégia direta, para orientar a ação das demais expressões do poder nacional, de forma a melhor favorecer a ação militar. b. Na estratégia indireta a ação militar é definida em função das ações que devem ser desenvolvidas pelas demais expressões do poder nacional. c. Nos tempos atuais proliferam as ações correspondentes às estratégias indiretas, tais como provocações, pressões de origens diversas e motivações variadas, aspectos psicológicos, pregação persuasiva (que não se deixa identi-ficar como tal), penetração cultural e ideológica, guerras por procuração e guerrilhas, e ações que se valem da comunicação social (geralmente explorando causas nobres como a ambiental, a do desarmamento mundial e regional e a dos direitos humanos). d. É com base na compreensão deste cenário que se deve considerar as atitudes, medidas e ações estratégicas a adotar, sempre com vistas à conquista e/ou manutenção dos objetivos nacionais. e. Por não ser objeto específico do presente manual, as ações não-militares não serão aqui estudadas. Cumpre, entretanto, ressaltar que tais ações, sempre presentes, mesmo na estratégia direta, deverão orientar-se para o esforço nacional de guerra ou de evitar a guerra, desde o tempo de paz, sem contudo impli-car a paralisação das atividades imprescindíveis à continuidade da vida nacional. 3-7. ESTRATÉGIAS DAS FORÇAS SINGULARES A estratégia militar definirá os objetivos para cada força singular e dará origem às suas estratégias, abaixo definidas: a. Estratégia naval - É a arte de dispor e acionar os elementos para as ações marítimas, em conexão com as suas bases e com a utilização de meios aéreos. Garante o domínio do mar para exercer o controle das vias marítimas, tanto ao longo das costas como em pleno oceano, e impedir o adversário de aproveitá-las. b. Estratégia aérea - É a arte de articular bases e empregar meios para ganhar e manter a supremacia ou a superioridade aérea e atacar objetivos no interior do território inimigo. c. Estratégia operacional terrestre - É a arte de dispor Grandes Coman-dos, Grandes Unidades, e Unidades terrestres e conduzi-las para a batalha. 3-8. PRINCÍPIOS DE GUERRA a. Do estudo das guerras, constata-se que elas têm aspectos de ciência e de arte. Do ponto de vista científico, a história das guerras é marcada pela
  • 34. C 124-1 3-8 evolução da tecnologia, resultando no desenvolvimento constante dos engenhos e na conseqüente mudança das condições de batalha. Como arte, o estudo envolve uma análise crítica e histórica do ambiente bélico, de onde se pode extrair muitas lições, entre as quais alguns princípios fundamentais, suas aplicações e combinações ao longo do tempo. Um dos produtos dessas análises, tanto da arte quanto da ciência, é o conjunto de princípios de guerra, que exprimem os ensinamentos oriundos da História. Não são, porém, princípios imutáveis nem casuísticos, nem eles por si só asseguram receitas infalíveis para a vitória. São aspectos gerais que se estendem desde a estratégia até a tática. 3-10 b. A adoção desses princípios tem apresentado variações no espaço e no tempo, ou seja, os princípios adotados em um país não são, necessariamente, os mesmos adotados em outros, ou os adotados numa época são diferentes dos de outra. Essa variação ocorre até mesmo entre as próprias Forças Armadas de um mesmo país, devido à diferente natureza de suas atividades. Quanto ao fator tempo, países ou forças militares têm adotado princípios mais adequados a determinada conjuntura, devido a problemas que passam a enfrentar, relegando a segundo plano princípios consagrados até então. c. A análise desses princípios pode também auxiliar na avaliação da concepção estratégica militar dos países ou forças que os adotam e, em conseqüência, permite conhecer o enfoque doutrinário de cada um. A seguir, é apresentado um quadro comparativo dos princípios de guerra adotados no BRASIL pelas forças singulares. MARINHA EXÉRCITO AERONÁUTICA Objetivo Objetivo Objetivo Ofensiva Ofensiva Ofensiva Simplicidade Simplicidade Simplicidade Controle Unidade de Comando Unidade de Comando Concentração Massa Massa Economia de meios Economia de forças Economia de forças Mobilidade Manobra Surpresa Surpresa Surpresa Segurança Segurança Segurança Moral Exploração Prontidão d. Os princípios de guerra adotados pelo Exército são analisados no manual de campanha C 100-5 - OPERAÇÕES. Cooperação
  • 35. 3-9/3-11 3-11 C 124-1 ARTIGO IV ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA 3-9. ESTRATÉGIA DA PRESENÇA a. Preconiza a presença militar em todo o território nacional, com a finalidade de garantir os poderes constituídos, a lei e a ordem, assegurar a soberania e a integração nacionais e contribuir de modo eficaz para o desenvol-vimento nacional. b. É efetivada não só pela criteriosa articulação das unidades no território (presença seletiva), como também, pela possibilidade de fazer-se presente em qualquer parte dele, quando for necessário, configurando a mobilidade estratégica. 3-10. ESTRATÉGIA DA DISSUASÃO a. Consiste na manutenção de forças suficientemente poderosas e aptas ao emprego imediato, capazes de se contrapor a qualquer ameaça pela capaci-dade de revide que representam. b. A dissuasão se apóia nos fatores capacidade, credibilidade, comunica-ção e incerteza com relação a determinadas incógnitas, como por exemplo o comportamento de outras nações. A dissuasão não pode ser um blefe. c. A dissuasão é defensiva quando um Estado dispuser de meios sufici-entemente potentes para conter e revidar o golpe inicial do oponente e puder contar com desenvolvida capacidade de mobilização. O objetivo é dissuadir o oponente de tomar a decisão de empregar seus meios de ataque, diante da incerteza de que alcançará resultados compensadores. d. A dissuasão é ofensiva quando a existência de meios potentes é um fator de convencimento da inutilidade do oponente se opor a uma ação que se pretenda realizar. e. A capacidade de conduzir uma guerra irregular, numa administração de crise preparada a partir de uma perspectiva de longo prazo, pode contribuir para a dissuasão de uma agressão potencial. f. Qualquer que seja a natureza da dissuasão, sua finalidade é evitar o conflito armado. 3-11. ESTRATÉGIA DA AÇÃO INDEPENDENTE Consiste no emprego do poder nacional de um país, particularmente de sua expressão militar, de forma independente, por iniciativa e decisão de seu governo, quando estiverem ameaçadas a consecução e a garantia de seus objetivos nacionais, com base no princípio da legítima defesa e mesmo à revelia dos organismos internacionais.
  • 36. C 124-1 3-12/3-16 3-12. ESTRATÉGIA DA ALIANÇA 3-12 Consiste no emprego do poder nacional com preponderância da expressão militar, conjugada à expressão militar de um ou mais países, constituindo uma aliança ou coalizão de Estados cujos objetivos coincidam com seus interesses. 3-13. ESTRATÉGIA DA OFENSIVA Preconiza a idéia de realizar as ações necessárias a enfrentar ameaças internas ou externas, por meio de ações ofensivas realizadas num quadro de conflito armado, mesmo em território estrangeiro, para facilitar operações em curso, sem qualquer intenção de anexação e com a finalidade de proteger os recursos nacionais. 3-14. ESTRATÉGIA DA DEFENSIVA a. Consiste na realização das ações necessárias para garantir a integridade do território nacional, para proteger a população e para preservar os recursos materiais do Estado. b. Possui caráter eventual e transitório no âmbito da manobra estratégica, sendo de caráter permanente no que concerne à defesa territorial. 3-15. ESTRATÉGIA DA PROJEÇÃO DO PODER a. Consiste na participação da expressão militar além fronteiras, em situações que favoreçam o respaldo crescente de um país na cena internacional, seja por iniciativa própria ou por solicitação de organismos internacionais. b. Como exemplo, temos as forças de paz e as forças expedicionárias. 3-16. ESTRATÉGIA DA RESISTÊNCIA a. Consiste em desgastar, por meio de um conflito prolongado, um poder militar superior, buscando seu enfraquecimento moral pelo emprego continuado de ações não-convencionais e inovadoras, como, por exemplo, táticas de guerrilha. b. Essas ações poderão ser conduzidas por forças regulares atuando fora dos padrões operacionais da guerra convencional e/ou por forças irregulares. c. Na execução dessa estratégia, assumem papel preponderante as ações psicológicas para conquista da opinião pública internacional, visando o enfraque-cimento da frente interna do oponente, bem como a conquista do apoio incondi-cional da totalidade ou de parcela ponderável da população. Nesse sentido, a postura ética e humanitária no trato com o oponente contribuem para essas conquistas, podendo, no decorrer do conflito, inverter a direção da propaganda adversa.
  • 37. C 124-1 3-16 d. A eficácia dessa estratégia baseia-se, fundamentalmente, nas seguintes 3-13 premissas: (1) as ações devem ser conduzidas no território nacional; (2) o TO deve ser adequadamente amplo, de modo a favorecer a dispersão das ações; (3) os centros urbanos constituem-se em atrativos operacionais. Neste particular, o centro de gravidade estratégico do oponente deverá localizar-se em área urbana; (4) considerar que determinados pontos críticos e sensíveis, localizados em ambiente rural, também constituem-se em atrativos operacionais; (5) a Força Terrestre deve manter seus quadros adestrados, também, nas operações não-convencionais, seja em ambiente rural, seja em ambiente urbano; (6) a Força Terrestre, por intermédio de suas organizações militares desdobradas no território nacional, deve manter-se permanentemente integrada à sociedade, de modo a fortalecer sua credibilidade perante a opinião pública, facilitando o ajustamento do caráter nacional a esse tipo de estratégia, quando se fizer necessário; e (7) o sistema de inteligência deve buscar o conhecimento das peculia-ridades e deficiências do oponente, de modo a transformá-las em vulnerabilidades, por intermédio de ações seletivas das forças de resistência, minando o poder de combate desse oponente.
  • 38. 4-1 C 124-1 CAPÍTULO 4 MANOBRA DE CRISE ARTIGO I CONCEITOS E REGRAS GERAIS 4-1. CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS a. A estratégia de crise, no seu sentido mais amplo, é a intencionalidade de gerar ou agravar uma perturbação nas relações nacionais ou internacionais como forma de alcançar objetivos políticos importantes. A manobra de crise é a técnica da condução deste processo. b. Na manobra de crise dois princípios devem ser levados em conta por aqueles que têm a responsabilidade pela sua condução. O primeiro deles refere-se à autoridade que irá gerenciar o processo. É importante ter-se consciência de que a manobra de crise deve se constituir em atribuição do mais alto nível do poder nacional e possuir rapidez de resposta, ou seja, os que tomam as decisões devem ser os mesmos que as aprovam. O segundo refere-se à grande flexibilidade que os procedimentos de planejamento deverão admitir, pois as crises se constituem em eventos dinâmicos e fluidos. As atividades de planejamento do grupo decisor devem basear seus procedimen-tos no tempo disponível e na importância de cada crise. 4-2. REGRAS GERAIS DA MANOBRA DE CRISE Algumas regras gerais para a condução da manobra de crise serão enumeradas a seguir: - manter inegociáveis os objetivos nacionais, uma vez que as crises são conflitos de interesses e não de princípios;
  • 39. C 124-1 4-2/4-3 4-2 - manter o autocontrole sobre o próprio comportamento e procurar exercer controle sobre o do oponente; - evitar o excesso deliberado de violência e prevenir o inadvertido, pelo efetivo controle político das ações de toda a natureza; - evitar a diversificação desnecessária dos objetivos e propósitos; - evitar opções irreversíveis, mantendo a liberdade de ação para escalar ou distender; - deixar aberturas para o entendimento e saídas honrosas para o oponente; - procurar o apoio das opiniões públicas nacional e internacional, influindo permanentemente nas mesmas; - manter abertos canais diretos de comunicação com o partido oposto; - refrear o curso dos acontecimentos, empregando as forças com flexibili-dade e controle, para que sejam repensadas e diminuídas as tensões emocionais; - não atribuir importância a eventos e fatos aparentemente pequenos, que possam gerar um crescente aumento no grau de complexidade; - reconhecer os dilemas do oponente, que estará também em busca de um resultado final que atenda aos seus interesses; - servir-se de constante e íntimo relacionamento entre os domínios das considerações políticas, econômicas, psicossociais e militares; - controlar as informações ao público e exercer atividades de operações psicológicas; - empregar as Forças Armadas em ações não facilmente classificáveis como atos de guerra, mais como ameaça para dissuadir ou persuadir, ou para demonstrar a disposição de escalar, sendo a violência armada compatível com os interesses em jogo; - manter prontidão permanente dos segmentos do poder nacional que estão sendo ou poderão ser empregados no desenvolvimento do conflito; - exercer pressões políticas e diplomáticas; - explorar indiretamente personalidades, dissidentes e grupos de opinião; - obter e usar o apoio de aliados ou alinhados; - exercer pressões econômicas; - realizar demonstrações de força por meio da mobilização, ativação da estrutura de guerra e movimentação de forças militares. 4-3. COMPORTAMENTO POLÍTICO a. A manobra de crise é uma atividade de cunho estratégico de alto risco, pelos valores que estão em jogo durante a sua realização. Muitas vezes uma decisão oportuna e inteligente, durante uma crise, pode ser distorcida ou anulada no decorrer da sua execução por fatores, fatos ou atos que fogem ao controle daqueles que a conceberam. Pela passionalidade que normalmente acompanha uma crise, os acontecimentos às vezes tomam rumos inesperados ou são fácil e intencionalmente distorcidos. Cumpre às autoridades condutoras do processo o estabelecimento de diretrizes, normas e regras de fácil interpretação, que traduzam com fidelidade as diretrizes de procedimento para os diversos níveis que, mesmo inadvertidamente, tenham ou possam vir a ter interação com a crise.
  • 40. 4-3/4-4 4-3 C 124-1 b. A primeira condição a ser definida é o comportamento político a ser adotado, ou seja, qual a política de manobra de crise a ser seguida. Os comportamentos podem ser definidos pela seleção de uma das três tendências básicas, passíveis de serem adotadas por um dos partidos: escalar, estabilizar ou distender. (1) Escalar - Aceitar o risco sugerido no desafio, com o objetivo de testar a firmeza do oponente ou criar uma nova situação que apresente um grau considerável de risco para o oponente. (2) Estabilizar - Neutralizar o desafio do oponente, no sentido de aguardar ou provocar conjunturas mais propícias ou ganhar tempo para reunir novas forças. (3) Distender - Diminuir as tensões, minimizando os riscos de uma escalada inoportuna e criando condições de negociação em níveis mais baixos de hostilidades. 4-4. POLÍTICAS DE MANOBRA DE CRISE A seguir, apresentam-se quatro tipos de política de manobra de crise, que podem servir de esquema para a elaboração das regras de engajamento para os atores do poder nacional (corpo diplomático, Forças Armadas e forças policiais), que poderão vir a ser protagonistas de ocorrências imprevistas envolvendo o poder oponente. a. Desescalar a todo custo - O governo procura diminuir a intensidade da crise. Suas forças devem evitar qualquer comportamento que se possa transfor-mar em pretexto para que sejam hostilizadas ou provocadas pelas forças oponentes. As ações autorizadas pelas regras de engajamento em vigor só serão executadas em resposta a ações hostis, aceitando o governo o risco de um ataque de surpresa do oponente e, até mesmo, ceder na defesa de algum interesse. b. Desescalar - O governo não tem a intenção de elevar a intensidade da crise, não autorizando a execução de ações que possam ser interpretadas como provocação. As ações autorizadas pelas regras de engajamento em vigor serão executadas somente como resposta a uma ação ou intenção hostil. c. Escalar se for o caso - Como conseqüência de provocações, o governo deve manter atitude firme e aceitar o risco de aumentar a intensidade da crise. As ações autorizadas pelas regras de engajamento em vigor devem ser rapidamente executadas, de forma clara e firme, como reação a qualquer hostilidade ou provocação. d. Escalar - Com o propósito de comprovar a credibilidade psicológica, o governo aceita o risco de elevar a intensidade da crise, devendo suas forças adotar atitude provocadora com relação às forças oponentes.
  • 41. C 124-1 4-5/4-6 4-5. REGRAS DE ENGAJAMENTO 4-4 a. A fim de gerir da melhor maneira o emprego das Forças Armadas no curso de uma crise, controlando sua evolução de modo consoante com os objetivos políticos, utiliza-se o concurso das regras de engajamento. Tal termo define, no que diz respeito às Forças Armadas, uma série de instruções predefinidas que orientam o emprego das unidades que se encontram na zona de operações, consentindo ou limitando determinados tipos de comportamento, em particular o uso da força, a fim de permitir atingir os objetivos políticos e militares estabelecidos pelas autoridades responsáveis. As regras de engajamento terão por base a política definida nos escalões decisórios e deverão ser tão minuciosas e específicas, quanto o permitam o conhecimento sobre a situação criada e as reais intenções do oponente. b. As regras de engajamento servem, ainda, para harmonizar três elemen-tos potencialmente contraditórios: a intenção política, o limite operacional imposto pelo ordenamento jurídico e pela opinião pública e a necessidade de autodefesa das unidades militares. A ação política exige que a presença militar seja ostensiva e, como tal, vulnerável. As regras de engajamento atendem normalmente ao pressuposto de que é direito e dever do comandante de uma unidade garantir a segurança de seus subordinados e dos civis colocados sob sua proteção, observando o princípio da necessidade e da proporcionalidade do uso da força. ARTIGO II ETAPAS E NÍVEIS DA MANOBRA DE CRISE 4-6. ETAPAS DA MANOBRA DE CRISE a. A manobra de crise deverá compreender três etapas, cada uma delas comportando uma metodologia distinta. b. Na primeira etapa são visualizadas as nossas vulnerabilidades e as intenções dos possíveis oponentes, incluindo a eclosão do desafio. c. Na segunda etapa realiza-se o planejamento e executa-se uma reação a partir do desafio ocorrido. d. A terceira etapa caracteriza-se pela condução da crise durante o processo de escalada, de estabilização ou de distensão, até o acordo ou compromisso final.
  • 42. 4-5 C 124-1 4-7. NÍVEIS DA MANOBRA DE CRISE a. Pode-se atribuir à manobra de crise basicamente quatro níveis de planejamento e execução, os quais irão se relacionar, em maior ou menor grau, com as atividades a serem desenvolvidas pela força terrestre: o político, o estratégico, o estratégico-operacional e o tático. b. Ao nível político compete responder pela condução da primeira etapa, da manobra de crise, uma vez que esta se confunde com o próprio processo de planejamento da ação governamental. Por intermédio da equipe de governo, a partir dos objetivos nacionais e das diretrizes presidenciais, este nível realiza a avaliação da conjuntura e estabelece a concepção política nacional, a qual definirá basicamente os objetivos nacionais para o período considerado. Tal concepção é estruturada com base nos cenários elaborados durante a avaliação da conjuntura e desenvolve-se por meio do estudo das hipóteses de emprego, estabelecendo, em decisão política, o cenário desejado. c. O nível político da manobra de crise deverá ser conduzido pela estrutura responsável pelo estabelecimento da concepção política nacional, cujos integran-tes deverão acompanhar constantemente a situação nacional e internacional, avaliando o progresso das medidas implementadas e as reações desencadeadas pelos pólos de poder por elas afetados. Serão os responsáveis, portanto, por não sermos surpreendidos por uma crise provocada por um oponente ou por sabermos explorar oportunamente uma vulnerabilidade de outro ator, agravada por fatores do momento. No seu trabalho em relação às crises, os seguintes pontos deverão ser prioritariamente desenvolvidos: (1) avaliação diária da conjuntura; (2) levantamento e acompanhamento das vulnerabilidades das partes envolvidas; (3) levantamento e análise de fatos portadores de futuro; (4) determinação da existência ou não de intenção nos fatos levantados; (5) busca de relacionamento entre os fatos portadores de futuro, sejam eles contemporâneos ou não; (6) levantamento dos possíveis atores intervenientes e de suas possíveis e prováveis intenções; (7) determinação da abrangência e da importância da crise potencial, caso desencadeada; (8) estudo prospectivo das condições ideais para sua eclosão, seja como alvo ou provocador; (9) atualização da concepção política, quando se fizer necessário. d. No momento da eclosão do desafio, o nível político será o responsável por definir o comportamento político a ser adotado, ou seja, a política de manobra de crise a ser seguida - basicamente adotando um dos quatro modelos apresen-tados - e o cenário desejado ao final da crise, definindo ainda o que deverá ser conquistado e o que poderá ser negociado. e. A concretização de tal cenário deverá ser o objetivo da fase seguinte: a fase estratégica. 4-7
  • 43. C 124-1 4-6 f. Ao nível estratégico cabe definir os processos a serem adotados para atingir os objetivos definidos, ou seja, o estabelecimento das estratégias de crise, embora a condução do processo permaneça como atribuição do mais alto nível decisório. g. Nesse nível é realizada uma análise das trajetórias que levam ao cenário imposto e selecionado o melhor caminho para a sua concretização. A partir daí, é elaborada a concepção estratégica nacional, que se constitui em uma coletânea de diretrizes estratégicas que servirão de base para os planos nacionais setoriais, cuja execução será função de prazos e orçamentos. h. O gabinete de crise realizará um estudo prospectivo visando determinar os possíveis caminhos para atingir o cenário desejado, atendendo às restrições impostas pelo nível político. A seleção do melhor caminho definirá a opção estratégica para a crise e a sua correspondente diretriz estratégica. Baseado nesta diretriz será elaborado pelo gabinete o plano de crise, que definirá as ações a serem executadas nos cinco campos do poder para concretizar o desafio ou para desencadear a resposta. O plano de crise estabelecerá ainda os procedimentos alternativos para o caso de escalada não desejada e estabelecerá as regras de engajamento, regulando desta forma também a terceira etapa. i. Os níveis estratégico-operacional e tático são exercidos respectivamente pelos comandos operacionais das forças singulares e pelas unidades desdobra-das no TO. 4-7
  • 44. 5-1 C 124-1 CAPÍTULO 5 PLANEJAMENTO MILITAR DE GUERRA ARTIGO I GENERALIDADES 5-1. INTRODUÇÃO a. Nos dias atuais, a estrutura de defesa de um país deve estar organizada de forma a proporcionar um preparo coordenado e integrado das forças terrestre, naval e aeroespacial, que permita a sua aplicação como um todo harmônico, na execução de ações nos TG, nos TO ou nas ZD da ZI. b. A força terrestre, instrumento de ação do poder terrestre, tem um papel fundamental nos conflitos. A afirmação desse poder se faz pela ocupação e controle de áreas estratégicas terrestres vitais para a defesa nacional e essen-ciais para a consecução dos objetivos fixados. 5-2. BASES DA SISTEMÁTICA DE PLANEJAMENTO a. Estratégia militar é a arte de preparar e empregar meios militares para conquistar e manter os objetivos fixados pela política nacional. b. A preparação é realizada desde o tempo de paz, por meio de ações estratégicas (ações correntes) planejadas para desenvolver e adaptar a expres-são militar, até que esta atinja uma capacidade que lhe permita, após fortalecida pela mobilização, ser aplicada na condução da guerra e na manutenção da paz subseqüente.
  • 45. C 124-1 5-2/5-4 5-2 c. O emprego é realizado por meio de ações estratégicas, planejadas desde o tempo de paz e executadas em situação de guerra. Pode ser resumido nas ações estratégicas de deslocamento, concentração e manobra, a cargo dos comandos das forças singulares. d. A estratégia militar no TG envolve, normalmente, as ações estratégicas militares no TOT, TOM, defesa aeroespacial, defesa territorial e operações aeroestratégicas. e. Se possível, devem ser organizados, desde o tempo de paz, grandes comandos operacionais combinados ou núcleos dos mesmos, à semelhança do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA). f. A sistemática de planejamento utilizada é realizada em três níveis: (1) planejamento governamental; (2) planejamento de guerra; (3) planejamento das forças singulares. ARTIGO II PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL 5-3. GENERALIDADES A metodologia de planejamento enfocada no presente manual baseia-se no modelo preconizado pela Escola Superior de Guerra (ESG) e ajusta-se ao cenário político nacional. 5-4. FASES DO PLANEJAMENTO a. O método de planejamento governamental comporta as fases política e estratégica. b. Nas duas fases, as atividades de inteligência são de grande importância, sobretudo quando é sabido que a política e a estratégia nacionais estão sempre sujeitas à evolução da conjuntura nacional e internacional. c. Fase política (1) O produto da fase política é o estabelecimento dos objetivos nacionais para um dado período de tempo. (2) A fase política abrange duas etapas: Avaliação da Conjuntura e Concepção Política Nacional (CPN). d. Fase estratégica (1) A consecução dos objetivos determinados na fase política é o que se pretende alcançar na fase estratégica. (2) Ela abrange quatro etapas: Concepção Estratégica Nacional (CEN), elaboração de planos, execução e controle.
  • 46. 5-3 C 124-1 (3) A Fig 5-1 representa, esquematicamente, as referidas fases. Fig 5-1. Planejamento governamental 5-5. ETAPAS DA FASE POLÍTICA a. Avaliação da Conjuntura (1) A avaliação da conjuntura é o processo ordenado de conhecimento da realidade nacional passada e presente e de sua evolução nos âmbitos nacional e internacional, tendo em vista o emprego do poder nacional para a conquista e manutenção dos objetivos nacionais. (2) Esta etapa comporta três estágios: a análise da situação, a avaliação do poder nacional e a elaboração de cenários. (3) A Fig 5-2 representa as etapas da fase política. Fig 5-2. Fase política 5-4/5-5
  • 47. C 124-1 5-5/5-7 5-4 b. Concepção Política Nacional (1) A concepção política nacional determina a decisão política, que nada mais é que a escolha do cenário prospectivo que se deseja alcançar, dentre aqueles levantados na avaliação da conjuntura. (2) Como decorrência do cenário escolhido, tem-se nesta etapa final da fase política, o estabelecimento das políticas adequadas. 5-6. ETAPAS DA FASE ESTRATÉGICA a. Concepção Estratégica Nacional (CEN) (1) A concepção estratégica nacional é o estudo, a definição e a indicação das estratégias a serem seguidas para se alcançar o cenário adotado pela concepção política. Não se indaga mais o que fazer, mas como fazer. A CEN é a trajetória que a ação política deve seguir para que se concretizem os objetivos nacionais estabelecidos na fase política (1ª fase). Não se questionam os objetivos da ação política, já definidos, mas os meios para alcançá-los. Esta etapa do planejamento desdobra-se em três estágios: análise de trajetórias, opção de estratégia e diretrizes estratégicas. (2) Na análise de trajetórias consideram-se: (a) o período de tempo compreendido entre a situação atual e a desejada; (b) a natureza das ações estratégicas concebidas (programas, projetos e atividades), sua compatibilidade e seu encadeamento no tempo; (c) a avaliação das trajetórias possíveis, quanto a custos compara-tivos, probabilidades de êxito e graus de risco. (3) A opção estratégica é a escolha da trajetória, ou seja, da estratégia a adotar na execução do planejamento. (4) As diretrizes estratégicas têm a finalidade de orientar a elaboração, a execução e o controle dos planos nacionais. b. Elaboração de Planos (1) Com base nas diretrizes estratégicas, são elaborados os diversos Planos. (2) Convém ressaltar a existência do Plano Nacional de Inteligência (PNI) e do Plano Nacional de Mobilização (PNM) entre outros. (3) Esses planos devem apresentar os programas, projetos e atividades que lhes conferem operacionalidade, especificando seus objetivos, metas, recursos, entidades executoras, bem como os mecanismos para acompanha-mento, avaliação e permanente realimentação (controle). 5-7. PLANEJAMENTO DE GUERRA (PG) Trata-se de um planejamento de nível governamental, contendo planos para a condução da guerra nas diferentes expressões do poder nacional.