Quem foi Álvares de Azevedo e como era a realidade na qual ele estava inserido? Detalhes e curiosidades sobre o poeta byroniano mais importante do nosso Ultrarromantismo.
1. Foi poeta – sonhou – e amou na vida.
Álvares de Azevedo
2. Nascido em São Paulo, Manuel
Antonio Álvares de Azevedo
cresceu no Rio de Janeiro,
cidade de que sentia muitas
saudades, enquanto estudava na
Academia de Ciências Jurídicas,
em São Paulo.
Um de seus passatempos era escrever
cartas para sua mãe e irmã:
3. Enquantono Rioreluzemessesbailesà mile
umanoites,comtodaa suamagiade fulgências
e luzes,paraaquiarrasta-seo narcóticoe único
baileda “ConcórdiaPaulista”.Nuncavi lugar
tãoinsípido,comohojeestáSãoPaulo.Nuncavi
coisamaistediosae maisinspiradorade spleen.
Se fosseeu só quepensasse,dir-se-iaque seria
moléstia– mastodospensamassim...
4. A solidão do jovem Azevedo
transbordava nas cartas e nos
versos que enchiam folhas e mais
folhas, entre o estudo de Direito
Natural e o estudo de Direito das
Gentes. A dor da ausência das
queridas mãe e irmã, distantes lá
no Rio de Janeiro, aumentava seu
desprezo pela cidade; mas, isso
acabaria levando-o a escrever o
drama Macário...
5. SATÃ:
– É uma propensão singular a do homem
pelas ruínas. Devia ser um frade bem
sombrio, ébrio de sua crença profunda,
o Jesuíta que aí lançou nas montanhas
a semente dessa cidade. Seria o acaso quem
lhe pôs no caminho, à entrada mesmo, um
cemitério à esquerda e umas ruínas à direita?
MACÁRIO:
– Que ruínas são estas? É uma igreja esquecida?
A lua se levanta ao longe nas montanhas. Sua luz
horizontal banha o vale, e branqueia os pardieiros
escuros do convento. Não mora ali ninguém? Eu
tinha desejo de correr aquela solidão...
6. Era o auge do
Ultrarromantismo, um período
altamente produtivo para
nossos poetas. Os grandes
clássicos da Literatura
vinham da Europa, e Álvares
lia muito. Seus preferidos
eram Byron, Musset, Keats,
Shelley, Goethe, Wordsworth,
Coleridge, Shakespeare,
Victor Hugo, entre outros.
8. Álvares de Azevedo, nessa
época, apesar de
esporadicamente passar férias
com a família no Rio de
Janeiro, viveu os quatro anos
de sua fase literária em São
Paulo, tendo produzido sua obra
na cidade, entre 1848 e 1851.
9. Quando embarcou para o
Rio de Janeiro no que
seriam as últimas férias
de sua vida, Azevedo
levava na bagagem um
pressentimento de morte.