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Biografia
Este consagrado poeta brasileiro nasceu em Itabira, Minas
Gerais no ano de 1902. Tornou-se, pelo conjunto de sua obra,
um dos principais representantes da literatura brasileira do
século XX.
Concretizou seus estudos em Belo Horizonte, e, neste mesmo
local, deu início a sua carreira de redator, na imprensa. Também
trabalhou por vários anos como funcionário público.
Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com
uma boa dose de pessimismo e ironia diante da vida. Em suas
obras, há ainda uma permanente ligação com o meio e obras
politizadas. Além das poesias, escreveu diversas crônicas e
contos.
Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são:
conflito social, a família e os amigos, a existência humana, a
visão sarcástica do mundo e das pessoas e as lembranças da
terra natal.
Dentre suas obras poéticas mais importantes destacam-se:
Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas,
Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro do Ar, A Vida Passada
a Limpo e Novos Poemas,
Talentoso também na prosa, tem suas prosas reunidas nos
seguintes volumes: Confissões de Minas, Contos de Aprendiz,
Passeios na Ilha e Fala Amendoeira.
Na década de 1980 lançou as seguintes obras: A Paixão
Medida, que contém 28 poemas inéditos; Caso do
Vestido (1983); Corpo (1984); Amar se aprende amando
(1985) e Poesia Errante (1988).
Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze
dias após a morte de sua filha única.
Poema Para sempre
Para Sempre Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Biografia João Guimarães rosa
• Foi o primeiro dos seis filhos de Florduardo Pinto Rosa ("Flor") e de
Francisca Guimarães Rosa ("Chiquitita").
• Começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês
quando ainda não tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de
entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde:
• “ Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano,
esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas
com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a
gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do
tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês;
bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que
estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à
compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém,
estudando-se por divertimento, gosto e distração. ”
• No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de
Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da
Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da
segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as cotas
legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganhado, no
pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher
homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações, no Yad Vashem que é o memorial
oficial de Israel para lembrar as vitimas judaicas do Holocausto.
• No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito
por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia
de posse por quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da
Academia, em 1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que
se passaria ao entardecer do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que
viveu."4 Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro.
Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte permanece um mistério inexplicável,
sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande
Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional"3 .
Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de Riobaldo,
ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e
medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma
que se perde na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Riobaldo (Rosa-IO-
bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura
universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas páginas enigmáticas de João
Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente aos 59 anos de idade, no ápice de sua
carreira literária e diplomática1
Poema
Deus Nos Dá Pessoas e Coisas
Deus nos dá pessoas e
coisas,
para aprendermos a
alegria...
Depois, retoma coisas e
pessoas
para ver se já somos capazes
da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer
Biografia
Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do
século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847.
No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no
Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado
para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de
compreender as dificuldades dos negros escravizados.
Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a
situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o
tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”.
Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante
uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os
fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos
aos quais os negros eram submetidos.
mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo
de tuberculose desde os seus 16 anos.
Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas
significativos.
Poesias de Castro Alves:
- Espumas Flutuantes, 1870
Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos
líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves
foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.
Este notável escritor morreu ainda jovem, antes
- A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876
- Os Escravos, 1883
- Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921)
- Navio Negreiro (1869)
- Tragédia no lar
Poema Laço de Fita
Não sabes, criança? ‘Estou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas
névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde Minh 'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deus As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepital
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.
Biografia
Foi filho do [leiteiro] e fazendeiro português José Joaquim Marques de Abreu1 e de
Luísa Joaquina das Neves, uma fazendeira de Silva Jardim (na época, Capivary ), viúva
do primeiro casamento. Com José Joaquim ela teve três filhos, embora nunca tenham
sido oficialmente casados. Casimiro nasceu na Fazenda da Prata, em Casimiro de
Abreu, propriedade herdada por sua mãe em decorrência da morte do seu primeiro
marido, de quem não teve filhos.1
A localidade onde viveu parte de sua vida, Barra de São João, é hoje distrito do
município que leva seu nome, e também chamada "Casimiro de Abreu", em sua
homenagem. Recebeu apenas a instrução primária no Instituto Freeze, dos onze aos
treze anos, em Nova Friburgo, então cidade de maior porte da região serrana do
estado do Rio de Janeiro, e para onde convergiam, à época, os adolescentes induzidos
pelos pais a se aplicarem aos estudos.
Aos treze anos transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com o pai no
comércio. Com ele, embarcou para Portugal em 1853, onde entrou em contato com o
meio intelectual e escreveu a maior parte de sua obra. O seu sentimento nativista e as
saudades da família escreve: "estando a minha casa à hora da refeição, pareceu-me
escutar risadas infantis da minha mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os
primeiros versos de minha vida, que teve o título de Ave
• Seus versos mais famosos do poema Meus oito anos: Oh! Que saudades que
tenho/da aurora da minha vida,/ da minha infância querida/que os anos não
trazem mais!/ Que amor, que sonhos, que flores,/naquelas tardes fagueiras,/ à
sombra das bananeiras,/ debaixo dos laranjais!.
• Em 1857 retornou ao Brasil para trabalhar no armazém de seu pai. Isso, no
entanto, não o afastou da vida boêmia. Escreveu para alguns jornais e fez amizade
com Machado de Assis. Escolhido para a recém fundada Academia Brasileira de
Letras, tornou-se patrono da cadeira número seis.
• Tuberculoso, retirou-se para a fazenda de seu pai, Indaiaçu, hoje sede do
município que recebeu o nome do poeta, onde inutilmente buscou uma
recuperação do estado de saúde, vindo ali a falecer. Foi sepultado conforme seu
desejo em Barra de São João, estando sua lápide no cemitério da secular Capela
de São João Batista, junto ao túmulo de seu pai. Em 1859 editou as suas poesias
reunidas sob o título de Primaveras.
• Espontâneo e ingênuo, de linguagem simples, tornou-se um dos poetas mais
populares do Romantismo no Brasil. Seu sucesso literário, no entanto, deu-se
somente depois de sua morte, com numerosas edições de seus poemas, tanto no
Brasil, quanto em Portugal. Deixou uma obra cujos temas abordavam a casa
paterna, a saudade da terra natal, e o amor (mas este tratado sem a complexidade
e a profundidade tão caras a outros poetas românticos). A despeito da
popularidade alcançada pelos livros do poeta, sua mãe, e herdeira necessária,
morreu em 1859 na mais absoluta pobreza, não tendo recebido nada em termos
de direitos autorais, fossem do Brasil, fossem de Portugal
Poema Meus Oito Anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Biografia
Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, em 7 de
novembro de 1901, filha dos açorianos2 Carlos Alberto de Carvalho Meireles, um funcionário
de banco e Matilde Benevides Meireles, uma professora.1 Cecília Meireles foi filha órfã criada
por sua avó açoriana, D. Jacinta Garcia Benevides, natural da ilha de São Miguel. Aos nove
anos, ela começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre os
anos de 1913 e 1916 e estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional.
Em 1919, aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias,
Espectros, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do
Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do
Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual
a sua poesia é considerada atemporal.
No ano de 1922 casou com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve
três filhas. Seu marido, que sofria de depressão aguda, suicidou-se em 1935. Voltou a se casar,
no ano de 1940, quando se uniu ao professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da
Silveira Grilo, falecido em 1972. Dentre as três filhas que teve, a mais conhecida é Maria
Fernanda que se tornou atriz.
Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre
problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a
primeira biblioteca infantil do Brasil. Observa-se ainda seu amplo reconhecimento na
poesia infantil com textos como Leilão de Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de
Carolina, O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino azul e A pombinha da
mata, entre outros. Com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica
de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o
verso livre, a aliteração, a assonância e a rima. Os poemas infantis não ficam
restritos à leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura.
Em 1923, publicou Nunca Mais… e Poema dos Poemas, e, em 1925, Baladas Para El-
Rei. Após longo período, em 1939, publicou Viagem, livro com o qual ganhou o
Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Católica, escreveu textos em
homenagem a santos, como Pequeno Oratório de Santa Clara, de 1955; O Romance
de Santa Cecília e outros.
Em 1951 viajou pela Europa, Índia e Goa, e visitou pela primeira e única vez os
Açores, onde na ilha de São Miguel contatou o poeta Armando César Côrtes-
Rodrigues, amigo e correspondente desde a década de 19403 .
Poema A Bailarina
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina com o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu e diz que caiu do céu.
Esta menina tão pequenina quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças, e também quer dormir como as
outras crianças.
Biografia de Cora Coralina:
Cora Coralina (1889-1985) foi uma poetisa
brasileira, responsável por belos poemas.
Seu nome de batismo era Ana Lins do Guimarães
Peixoto Bretas. Nasceu em Goiás e tornou-se
doceira, ofício que exerceu até os últimos dias.
Famosos eram os seus doces de abóbora e figo no
lugar que morava.
Cora Coralina já escrevia poemas em 1903 e chegou a publicá-los no
jornal de poemas femininos "A Rosa", em 1908. Em 1910, foi publicado
o seu conto "Tragédia na Roça" no "Anuário Histórico e
Geográfico do Estado de Goiás", usando o pseudônimo de Cora
Coralina. Em 1911, Fugiu com o advogado divorciado Cantídio
Tolentino Bretas, com quem teve seis filhos. É convidada a participar
da Semana de Arte Moderna, mas é impedida pelo seu marido.
Já em São Paulo, em 1934, trabalhou como vendedora de livros na
editora José Olimpio,que lança seu primeiro livro em 1965 "O Poema
dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado o livro "Meu
Livro de Cordel" pela editora Goiana. Mas o interesse do grande
público é despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de
Andrade, em 1980.
Cora Coralina recebeu o título de Doutor Honoris Causa da UFG e foi
eleita com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores, como
intelectual do ano de 1983
• Se temos de esperar,
• que seja para colher a
semente boa
• que lançamos hoje no
solo da vida.
• Se for para semear,
• então que seja para
produzir
• milhões de sorrisos,
• de solidariedade e
amizade.
Biografia
• Poeta brasileiro nascido no sítio Boa Vista, perto de Caxias, MA, citado
como o verdadeiro criador da literatura brasileira. Filho de um português e
de uma mestiça, teve bons preceptores e trabalhou na loja do pai antes de
seguir para a Universidade de Coimbra, pela qual se graduou em direito
(1844). Retornou ao Maranhão, mas dois anos após (1846) mudou-se para
o Rio de Janeiro, onde se tornou professor de latim e história do Brasil no
Colégio Pedro II. Foi um dos fundadores da revista Guanabara e escreveu
crônicas, críticas e folhetins literários para jornais como o Correio
Mercantil e o Correio da Tarde. Nomeado oficial da Secretaria dos
Negócios Estrangeiros (1852), foi para a Europa (1854) para estudar
métodos de instrução pública em diferentes países.
De volta ao Brasil (1859), deu início a uma série de viagens pela Amazônia,
como chefe da seção de etnografia da Comissão Científica de Exploração,
explorando especialmente os rios Negro e Madeira, e regiões da Venezuela e
do Peru. Voltou à Europa (1862) e quando estava em Coimbra, compôs um de
seus poemas mais conhecidos, que tem a particularidade de não apresentar
nenhum adjetivo nos 24 versos que o compõem, a Canção do exílio: "Minha
terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá".... Com uma obra repleta de
brasilidade e com temas indianistas, mais e mais valorizada com o tempo, em
seu modo de ver e defender a natureza, já embutia uma preciosa
preocupação ecológica, consolidou o romantismo brasileiro e serviu de
modelo para muitos dos poetas seguintes, de Junqueira Freire a Castro Alves.
No bojo do que foi editado destacaram-se Primeiros cantos (1847), Leonor de
Mendonça (1846), Segundos cantos (1848), as Sextilhas de frei Antão (1848),
Boabdil (1850) e Últimos cantos (1850). A editora alemã Brockhaus lançou em
Dresden (1857), três obras suas: Os Cantos, Os timbiras e seu Dicionário da
língua tupi. Depois (1868-1869) publicou suas obras póstumas, em seis
volumes, numa tradução de Schiller Die Braut von Messina. Com a saúde
irremediavelmente abalada, embarcou de volta ao Brasil (1864) no porto
francês do Havre, no navio Vilte de Boulogne. Inditosamente o navio
naufragou na costa maranhense, perto de Guimarães, e o grande poeta foi o
único a morrer no naufrágio, em 3 de novembro daquele ano.
Poema Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Biografia
• Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu
em Recife, Pernambuco, no ano de 1886. Teve seu
talento evidenciado desde cedo quando já se destacava
nos estudos.
• Durante o período em que cursava a Faculdade
Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os
estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para
sua tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou
ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza
das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência
simbolista, esta obra não teve grande destaque.
• Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao
escrever Carnaval, onde já mostrava suas tendências
modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte
Moderna de 1922, descartando de vez o lirismo bem
comportado. Passou a abordar temas com mais encanto,
sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de
infância.
• Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras
atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante
da Academia Brasileira de Letras e também professor de
História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura
Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro.
• Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo
no Brasil, faleceu no ano 1968
Poema Café com Pão (Trem de Ferro)
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)
Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)
Quando me prender
No canavial
Cada pé de cana
Era um oficia
O o...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
O o...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)
Biografia
Mário de Andrade nasceu em São Paulo, no ano de 1893.
Professor, crítico, poeta, contista, romancista e músico,
formou-se pelo Conservatório Dramático e Musical de
São Paulo, passando a lecionar neste mesmo local
posteriormente. Participou da Semana de Arte Moderna
de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
Durante sua trajetória, Mário de Andrade fundou a
Sociedade de Etnografia e Folclore e também passou por
vários cargos públicos, entre estes, foi diretor do
Departamento Municipal de Cultura de São Paulo.
Apesar de ter sido uma pessoa com inúmeras ocupações,
este artista modernista sempre tinha tempo para ajudar
os escritores que ainda não eram conhecidos.
Enquanto viveu, ele lutou pela arte com seu estilo
de escrita puro e verdadeiro. Certo de que a
inteligência brasileira necessitava de atualização,
este escritor modernista nunca abandonou suas
maiores virtudes: a consciência artística e a
dignidade intelectual.
Foram de sua autoria os versos de Paulicéia
Desvairada, considerada o marco inicial da poesia
modernista no Brasil. Uma outra obra deste artista
que se destacou por sua contribuição ao
movimento modernista foi o livro Macunaíma,
romance onde é mostrado um herói que tem as
qualidades e defeitos de um brasileiro comum.
Poema: Quando eu morrer
Quando eu morrer quero ficar
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.
O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...
Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...
As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.
Biografia
• Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu no (Rio
de Janeiro, em 16 de dezembro de 1865 morte no Rio
de Janeiro, 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista
e poeta brasileiro, membro fundador da Academia
Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é
Gonçalves Dias.
• Conhecido por sua atenção a literatura infantil e,
principalmente, pela participação cívica, era
republicano e nacionalista; também era defensor do
serviço militar obrigatório.1 Bilac escreveu a letra do
Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano
Peixoto.
• Foi membro-fundador da Academia Brasileira de
Letras, em 1896. Em 1907, foi eleito "príncipe dos
poetas brasileiros", pela revista Fonfom. Bilac,
autor de alguns dos mais populares poemas
brasileiros, é considerado o mais importante de
nossos poetas parnasianos. No entanto, para o
crítico João Adolfo Hansen, "o mestre do
passado, do livro de poesia escrito longe do
estéril turbilhão da rua, não será o mesmo
mestre do presente, do jornal, a crônica assuntos
cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de
Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do
centro para os morros"
Poema Velhas Arvores
Olha estas velhas árvores, mais
belas
Do que as árvores novas, mais
amigas:
Tanto mais belas quanto mais
antigas,
Vencedoras da idade e das
procelas...
O homem, a fera, e o inseto, à
sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as
cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a
mocidade!
Envelheçamos rindo!
envelheçamos
Como as árvores fortes
envelhecem:
Na glória da alegria e da
bondade,
Agasalhando os pássaros nos
ramos,
Dando sombra e consolo aos que
padecem!
Biografia
Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de Sousa Andrade,
filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de
Sousa Andrade.
Inicia seus estudos, em 1900, na Escola Modelo Caetano de Campos, ainda
marcado pelo fato de haver presenciado a mudança do século.
Em 1901, vai para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Tem como colega Pedro
Rodrigues de Almeida, o “João de Barros” do”Perfeito Cozinheiro das Almas
desse mundo...”.
Em 1903, transfere-se para o Colégio São Bento. Lá tem como colega o futuro
poeta modernista Guilherme de Almeida.
Em 1905, com o São Paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a
propaganda, o cinema — participa da roda literária de Indalécio Aguiar da
qual faz parte o poeta Ricardo Gonçalves.
Em 1908, conclui os estudos no Colégio São Bento com o diploma de Bacharel
em Humanidades.
De família abastada, Oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como redator
e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e Salões". Ingressa
na Faculdade de Direito. Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor brasileiro.
Fundou, junto com Tarsila, o Movimento Antropófago. Foi uma das
personalidades mais polêmicas do modernismo. Era militante político sendo
idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita
Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a
Semana de Arte Moderna de 1922.
Oswald de Andrade (1890-1954) nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de
1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês
de Sousa Andrade. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São
Francisco. De família rica, fez várias viagens à Europa, onde entra em contato com
os movimentos de vanguarda. Estudou jornalismo literário e, em 1911 iniciou sua
vida literária no jornal humorístico "O Pirralho" que ele mesmo fundou. O
semanário que circulou até 1917, contava entre seus colaboradores, com o pintor
Di Cavalcanti.
3m x 16,5m instalado na estação República do Metrô paulista, também em 1990.
Poema Quando O Português Chegou
• Quando o português
chegou
• Debaixo de uma bruta
chuva
• Vestiu o índio
• Que pena!
• Fosse uma manhã de
sol
• O índio tinha despido
• O português.
Biografia
• Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de
Outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, e
pertenceu à segunda geração do Modernismo no Brasil. Era
filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da
prefeitura, poeta, violonista amador, e de Lídia Cruz de
Moraes, pianista também amadora.
• Viveu toda a sua infância no Rio, tendo nascido no bairro da
Gávea, aos três anos se mudou para Botafogo para morar
com os avós e estudar na Escola Primaria Afrânio Peixoto.
Foi também na sua infância que escreveu seus primeiros
versos. Em 1924 entrou para o Colégio Santo Inácio, em
Botafogo, onde cantava no coro da igreja e montava
pecinhas de teatro.
• Em 1929 concluiu o curso ginasial e a família retornou para a Gávea.
Nesse mesmo ano ingressou na Faculdade de Direito do Catête e se
formou em Direito em 1933, ano em que publicou “O Caminho para
a Distância”, seu primeiro livro de poesia
• Em 1935, recebeu o prêmio Filipe d’Oliveira pelo livro Em 1935, seu
livro Forma e exegese. Em 1936, empregou-se como censor
cinematográfico, representando o Ministério da Educação e Saúde.
Dois anos depois, em 1938, ganhou bolsa do Conselho Britânico
para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford,
e nesse ano publicou os Novos poemas. Com o inicio da Segunda
Guerra Mundial, retornou ao Rio de Janeiro.
• Nos anos seguintes publicou ainda muitos poemas e ficou
conhecido como um dos poetas brasileiros que mais conseguiu
traduzir em palavras o sentimento do amor, tornando-se assim um
dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. Atuou também
no campo musical, fazendo parceria com cantores e compositores
brasileiros, e por fim tornou-se também cronista. Produziu os
sonetos mais conhecidos da Literatura Brasileira, e escreveu ainda
alguns poemas infantis em meados de 1970.
• Vinícius de Moraes Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de
Setembro de 1980.
Poema Soneto do Amigo
Enfim, depois de tanto erro
passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho
amigo
Nunca perdido, sempre
reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao
lado
Com olhos que contêm o olhar
antigo
Sempre comigo um pouco
atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e
humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio
engano.
O amigo: um ser que a vida não
explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma
multiplica...
Biografia
• Fernando Pessoa foi morar, ainda na infância, na cidade de Durban (África do Sul),
onde seu pai tornou-se cônsul. Neste país teve contato com a língua e literatura
inglesa.
• Adulto, Fernando Pessoa trabalhou como tradutor técnico, publicando seus
primeiro poemas em inglês.
• Em 1905, retornou sozinho para Lisboa e, no ano seguinte, matriculou-se no Curso
Superior de Letras. Porém, abandou o curso um ano depois.
Pessoa passou a ter contato mais efetivo com a literatura portuguesa,
principalmente Padre Antônio Vieira e Cesário Verde. Foi também influenciado
pelos estudos filosóficos de Nietzsche e Schopenhauer. Recebeu também
influências do simbolismo francês.
• Em 1912, começou suas atividade como ensaísta e crítico literário, na revista
Águia.
• A saúde do poeta português começou a apresentar complicações em 1935. Neste
ano foi hospitalizado com cólica hepática, provavelmente causada pelo consumo
excessivo de bebida alcoólica. Sua morte prematura, aos 47 anos, provavelmente
aconteceu em função destes problemas, pois apresentou cirrose hepática.
• Fernando Pessoa usou em suas obras diversas autorias. Usou seu
próprio nome (ortônimo) para assinar várias obras e pseudônimos
(heterônimos) para assinar outras. Os heterônimos de Fernando
Pessoa tinham personalidade própria e características literárias
diferenciadas. São eles:
• Álvaro de Campos
Era um engenheiro português de educação inglesa. Influenciado
pelo simbolismo e futurismo, apresentava um certo niilismo em
suas obras.
• Ricardo Reis
Era um médico que escrevia suas obras com simetria e harmonia. O
bucolismo estava presente em suas poesias. Era um defensor da
monarquia e demonstrava grande interesse pela cultura latina.
• Alberto Caeiro
Com uma formação educacional simples (apenas o primário), este
heterônimo fazia poesias de forma simples, direta e concreta. Suas
obras estão reunidas em Poemas Completos de Alberto Caeiro.
Poema Auto psicografia de Fernando
Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Biografia
De origem judaica, Clarice foi a terceira filha de Pinkouss Lispector e de Mania
Krimgold Lispector. Nasceu na cidade de Tchetchelnik enquanto seus pais percorriam
várias aldeias da Ucrânia fugindo à perseguição aos judeus durante a Guerra Civil
Russa de 1918-1921. Chegou ao Brasil quando tinha um ano e dois meses de idade1 ,
e sempre que questionada de sua nacionalidade, Clarice afirmava não ter nenhuma
ligação com a Ucrânia: "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de
colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.2
Sua mãe morreu em 21 de setembro de 1930 (Clarice tinha apenas 9 anos), após
vários anos sofrendo com as consequências da Sífilis, supostamente contraída por
conta de um estupro sofrido durante a Guerra Civil Russa, enquanto a família ainda
estava na Ucrânia. Clarice sofreu com a morte da mãe, e muitos de seus textos
refletem a culpa que a autora sentia e figuras de milagres que salvariam sua mãe.2
Quando tinha 15 anos seu pai decidiu se mudar para o Rio de Janeiro. Sua irmã Elisa
conseguiu um emprego no ministério, por intervenção do então ministro Agamenon
Magalhães, enquanto seu pai teve dificuldades em achar uma oportunidade na
capital. Clarice estudou em uma escola primária na Tijuca, até ir para o curso
preparatório para a Faculdade de Direito. Foi aceita para a Escola de Direito na então
Universidade do Brasil em 1939. Se viu frustrada com muitas das teorias ensinadas no
curso, e descobriu um escape: a literatura. Em 25 de maio de 1940, com apenas 19
anos, publicou seu primeiro conto "Triunfo" na Revista Pan, de propriedade do editor
José Scortecci.
Provoca um incêndio ao dormir com um cigarro acesso em 14 de setembro de
1966, seu quarto fica destruído e a escritora é hospitalizada entre a vida e a
morte por três dias. Sua mão direita é quase amputada devido aos
ferimentos, e depois de passado o risco de morte, ainda fica hospitalizada por
dois meses.3
Em 1975 foi convidada a participar do Primeiro Congresso Mundial de
Bruxaria, em Cali na Colômbia. Fez uma pequena apresentação na
conferência, e falou do seu conto "O ovo e a Galinha", que depois de
traduzido para o espanhol fez sucesso entre os participantes. Ao voltar ao
Brasil, a viagem de Clarice ganhou ares mitológico, com jornalistas
descrevendo (falsas) aparições da autora vestida de preto e coberta de
amuletos. Porém, a imagem se formou, dando a Clarice o título de "a grande
bruxa da literatura brasileira". Seu próprio amigo Otto Lara Resende disse
sobre a obra de Lispector: "não se trata de literatura, mas de bruxaria."2
Durante toda sua vida Clarice teve diversos amigos de destaque como
Fernando Sabino, Lúcio Cardoso, Rubem Braga, San Tiago Dantas e Samuel
Wainer, entre diversos outros literários e personalidades.
Poema O Sonho
Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-
la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la
feliz.
As pessoas mais felizes não tem as
melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das
oportunidades
que aparecem em seus caminhos
A felicidade aparece para aqueles
que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam
sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas passaram
por suas vidas.
Clarice Lispector

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Biografia 4º C

  • 1.
  • 2.
  • 3. Biografia Este consagrado poeta brasileiro nasceu em Itabira, Minas Gerais no ano de 1902. Tornou-se, pelo conjunto de sua obra, um dos principais representantes da literatura brasileira do século XX. Concretizou seus estudos em Belo Horizonte, e, neste mesmo local, deu início a sua carreira de redator, na imprensa. Também trabalhou por vários anos como funcionário público. Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com uma boa dose de pessimismo e ironia diante da vida. Em suas obras, há ainda uma permanente ligação com o meio e obras politizadas. Além das poesias, escreveu diversas crônicas e contos.
  • 4. Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são: conflito social, a família e os amigos, a existência humana, a visão sarcástica do mundo e das pessoas e as lembranças da terra natal. Dentre suas obras poéticas mais importantes destacam-se: Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas, Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro do Ar, A Vida Passada a Limpo e Novos Poemas, Talentoso também na prosa, tem suas prosas reunidas nos seguintes volumes: Confissões de Minas, Contos de Aprendiz, Passeios na Ilha e Fala Amendoeira. Na década de 1980 lançou as seguintes obras: A Paixão Medida, que contém 28 poemas inéditos; Caso do Vestido (1983); Corpo (1984); Amar se aprende amando (1985) e Poesia Errante (1988). Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha única.
  • 5. Poema Para sempre Para Sempre Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra — mistério profundo — de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
  • 6.
  • 7. Biografia João Guimarães rosa • Foi o primeiro dos seis filhos de Florduardo Pinto Rosa ("Flor") e de Francisca Guimarães Rosa ("Chiquitita"). • Começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês quando ainda não tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde: • “ Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração. ”
  • 8. • No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganhado, no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações, no Yad Vashem que é o memorial oficial de Israel para lembrar as vitimas judaicas do Holocausto. • No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que viveu."4 Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional"3 . Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de Riobaldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Riobaldo (Rosa-IO- bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática1
  • 9. Poema Deus Nos Dá Pessoas e Coisas Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos... Essa... a alegria que ele quer
  • 10.
  • 11. Biografia Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847. No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados. Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”. Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos. mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.
  • 12. Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos. Poesias de Castro Alves: - Espumas Flutuantes, 1870 Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo. Este notável escritor morreu ainda jovem, antes - A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876 - Os Escravos, 1883 - Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921) - Navio Negreiro (1869) - Tragédia no lar
  • 13. Poema Laço de Fita Não sabes, criança? ‘Estou louco de amores... Prendi meus afetos, formosa Pepita. Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?! Não rias, prendi-me Num laço de fita. Na selva sombria de tuas madeixas, Nos negros cabelos da moça bonita, Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem, Formoso enroscava-se O laço de fita. Meu ser, que voava nas luzes da festa, Qual pássaro bravo, que os ares agita, Eu vi de repente cativo, submisso Rolar prisioneiro Num laço de fita. E agora enleada na tênue cadeia Debalde Minh 'alma se embate, se irrita... O braço, que rompe cadeias de ferro, Não quebra teus elos, Ó laço de fita! Meu Deus As falenas têm asas de opala, Os astros se libram na plaga infinita. Os anjos repousam nas penas brilhantes... Mas tu... tens por asas Um laço de fita. Há pouco voavas na célere valsa, Na valsa que anseia, que estua e palpita. Por que é que tremeste? Não eram meus lábios... Beijava-te apenas... Teu laço de fita. Mas ai! findo o baile, despindo os adornos N'alcova onde a vela ciosa... crepita, Talvez da cadeia libertes as tranças Mas eu... fico preso No laço de fita. Pois bem! Quando um dia na sombra do vale Abrirem-me a cova... formosa Pepital Ao menos arranca meus louros da fronte, E dá-me por c'roa... Teu laço de fita.
  • 14.
  • 15. Biografia Foi filho do [leiteiro] e fazendeiro português José Joaquim Marques de Abreu1 e de Luísa Joaquina das Neves, uma fazendeira de Silva Jardim (na época, Capivary ), viúva do primeiro casamento. Com José Joaquim ela teve três filhos, embora nunca tenham sido oficialmente casados. Casimiro nasceu na Fazenda da Prata, em Casimiro de Abreu, propriedade herdada por sua mãe em decorrência da morte do seu primeiro marido, de quem não teve filhos.1 A localidade onde viveu parte de sua vida, Barra de São João, é hoje distrito do município que leva seu nome, e também chamada "Casimiro de Abreu", em sua homenagem. Recebeu apenas a instrução primária no Instituto Freeze, dos onze aos treze anos, em Nova Friburgo, então cidade de maior porte da região serrana do estado do Rio de Janeiro, e para onde convergiam, à época, os adolescentes induzidos pelos pais a se aplicarem aos estudos. Aos treze anos transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com o pai no comércio. Com ele, embarcou para Portugal em 1853, onde entrou em contato com o meio intelectual e escreveu a maior parte de sua obra. O seu sentimento nativista e as saudades da família escreve: "estando a minha casa à hora da refeição, pareceu-me escutar risadas infantis da minha mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os primeiros versos de minha vida, que teve o título de Ave
  • 16. • Seus versos mais famosos do poema Meus oito anos: Oh! Que saudades que tenho/da aurora da minha vida,/ da minha infância querida/que os anos não trazem mais!/ Que amor, que sonhos, que flores,/naquelas tardes fagueiras,/ à sombra das bananeiras,/ debaixo dos laranjais!. • Em 1857 retornou ao Brasil para trabalhar no armazém de seu pai. Isso, no entanto, não o afastou da vida boêmia. Escreveu para alguns jornais e fez amizade com Machado de Assis. Escolhido para a recém fundada Academia Brasileira de Letras, tornou-se patrono da cadeira número seis. • Tuberculoso, retirou-se para a fazenda de seu pai, Indaiaçu, hoje sede do município que recebeu o nome do poeta, onde inutilmente buscou uma recuperação do estado de saúde, vindo ali a falecer. Foi sepultado conforme seu desejo em Barra de São João, estando sua lápide no cemitério da secular Capela de São João Batista, junto ao túmulo de seu pai. Em 1859 editou as suas poesias reunidas sob o título de Primaveras. • Espontâneo e ingênuo, de linguagem simples, tornou-se um dos poetas mais populares do Romantismo no Brasil. Seu sucesso literário, no entanto, deu-se somente depois de sua morte, com numerosas edições de seus poemas, tanto no Brasil, quanto em Portugal. Deixou uma obra cujos temas abordavam a casa paterna, a saudade da terra natal, e o amor (mas este tratado sem a complexidade e a profundidade tão caras a outros poetas românticos). A despeito da popularidade alcançada pelos livros do poeta, sua mãe, e herdeira necessária, morreu em 1859 na mais absoluta pobreza, não tendo recebido nada em termos de direitos autorais, fossem do Brasil, fossem de Portugal
  • 17. Poema Meus Oito Anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! Como são belos os dias Do despontar da existência! — Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é — lago sereno, O céu — um manto azulado, O mundo — um sonho dourado, A vida — um hino d'amor! Que aurora, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d'estrelas, A terra de aromas cheia As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! Oh! dias da minha infância! Oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minhã irmã! Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, Da camisa aberta o peito, — Pés descalços, braços nus — Correndo pelas campinas A roda das cachoeiras, Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis! Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; Rezava às Ave-Marias, Achava o céu sempre lindo. Adormecia sorrindo E despertava a cantar! ................................ Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! — Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras A sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais!
  • 18.
  • 19. Biografia Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901, filha dos açorianos2 Carlos Alberto de Carvalho Meireles, um funcionário de banco e Matilde Benevides Meireles, uma professora.1 Cecília Meireles foi filha órfã criada por sua avó açoriana, D. Jacinta Garcia Benevides, natural da ilha de São Miguel. Aos nove anos, ela começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre os anos de 1913 e 1916 e estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional. Em 1919, aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal. No ano de 1922 casou com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Seu marido, que sofria de depressão aguda, suicidou-se em 1935. Voltou a se casar, no ano de 1940, quando se uniu ao professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo, falecido em 1972. Dentre as três filhas que teve, a mais conhecida é Maria Fernanda que se tornou atriz.
  • 20. Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada, tendo fundado, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Brasil. Observa-se ainda seu amplo reconhecimento na poesia infantil com textos como Leilão de Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de Carolina, O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino azul e A pombinha da mata, entre outros. Com eles traz para a poesia infantil a musicalidade característica de sua poesia, explorando versos regulares, a combinação de diferentes metros, o verso livre, a aliteração, a assonância e a rima. Os poemas infantis não ficam restritos à leitura infantil, permitindo diferentes níveis de leitura. Em 1923, publicou Nunca Mais… e Poema dos Poemas, e, em 1925, Baladas Para El- Rei. Após longo período, em 1939, publicou Viagem, livro com o qual ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Católica, escreveu textos em homenagem a santos, como Pequeno Oratório de Santa Clara, de 1955; O Romance de Santa Cecília e outros. Em 1951 viajou pela Europa, Índia e Goa, e visitou pela primeira e única vez os Açores, onde na ilha de São Miguel contatou o poeta Armando César Côrtes- Rodrigues, amigo e correspondente desde a década de 19403 .
  • 21. Poema A Bailarina Esta menina tão pequenina quer ser bailarina. Não conhece nem dó nem ré mas sabe ficar na ponta do pé. Não conhece nem mi nem fá mas inclina com o corpo para cá e para lá. Não conhece nem lá nem si mas fecha os olhos e sorri. Roda, roda, roda com os bracinhos no ar e não fica tonta nem sai do lugar. Põe no cabelo uma estrela e um véu e diz que caiu do céu. Esta menina tão pequenina quer ser bailarina. Mas depois esquece todas as danças, e também quer dormir como as outras crianças.
  • 22.
  • 23. Biografia de Cora Coralina: Cora Coralina (1889-1985) foi uma poetisa brasileira, responsável por belos poemas. Seu nome de batismo era Ana Lins do Guimarães Peixoto Bretas. Nasceu em Goiás e tornou-se doceira, ofício que exerceu até os últimos dias. Famosos eram os seus doces de abóbora e figo no lugar que morava.
  • 24. Cora Coralina já escrevia poemas em 1903 e chegou a publicá-los no jornal de poemas femininos "A Rosa", em 1908. Em 1910, foi publicado o seu conto "Tragédia na Roça" no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", usando o pseudônimo de Cora Coralina. Em 1911, Fugiu com o advogado divorciado Cantídio Tolentino Bretas, com quem teve seis filhos. É convidada a participar da Semana de Arte Moderna, mas é impedida pelo seu marido. Já em São Paulo, em 1934, trabalhou como vendedora de livros na editora José Olimpio,que lança seu primeiro livro em 1965 "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais". Em 1976, é lançado o livro "Meu Livro de Cordel" pela editora Goiana. Mas o interesse do grande público é despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1980. Cora Coralina recebeu o título de Doutor Honoris Causa da UFG e foi eleita com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores, como intelectual do ano de 1983
  • 25. • Se temos de esperar, • que seja para colher a semente boa • que lançamos hoje no solo da vida. • Se for para semear, • então que seja para produzir • milhões de sorrisos, • de solidariedade e amizade.
  • 26.
  • 27. Biografia • Poeta brasileiro nascido no sítio Boa Vista, perto de Caxias, MA, citado como o verdadeiro criador da literatura brasileira. Filho de um português e de uma mestiça, teve bons preceptores e trabalhou na loja do pai antes de seguir para a Universidade de Coimbra, pela qual se graduou em direito (1844). Retornou ao Maranhão, mas dois anos após (1846) mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se tornou professor de latim e história do Brasil no Colégio Pedro II. Foi um dos fundadores da revista Guanabara e escreveu crônicas, críticas e folhetins literários para jornais como o Correio Mercantil e o Correio da Tarde. Nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros (1852), foi para a Europa (1854) para estudar métodos de instrução pública em diferentes países.
  • 28. De volta ao Brasil (1859), deu início a uma série de viagens pela Amazônia, como chefe da seção de etnografia da Comissão Científica de Exploração, explorando especialmente os rios Negro e Madeira, e regiões da Venezuela e do Peru. Voltou à Europa (1862) e quando estava em Coimbra, compôs um de seus poemas mais conhecidos, que tem a particularidade de não apresentar nenhum adjetivo nos 24 versos que o compõem, a Canção do exílio: "Minha terra tem palmeiras / Onde canta o sabiá".... Com uma obra repleta de brasilidade e com temas indianistas, mais e mais valorizada com o tempo, em seu modo de ver e defender a natureza, já embutia uma preciosa preocupação ecológica, consolidou o romantismo brasileiro e serviu de modelo para muitos dos poetas seguintes, de Junqueira Freire a Castro Alves. No bojo do que foi editado destacaram-se Primeiros cantos (1847), Leonor de Mendonça (1846), Segundos cantos (1848), as Sextilhas de frei Antão (1848), Boabdil (1850) e Últimos cantos (1850). A editora alemã Brockhaus lançou em Dresden (1857), três obras suas: Os Cantos, Os timbiras e seu Dicionário da língua tupi. Depois (1868-1869) publicou suas obras póstumas, em seis volumes, numa tradução de Schiller Die Braut von Messina. Com a saúde irremediavelmente abalada, embarcou de volta ao Brasil (1864) no porto francês do Havre, no navio Vilte de Boulogne. Inditosamente o navio naufragou na costa maranhense, perto de Guimarães, e o grande poeta foi o único a morrer no naufrágio, em 3 de novembro daquele ano.
  • 29. Poema Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar –sozinho, à noite– Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que disfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
  • 30.
  • 31. Biografia • Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, no ano de 1886. Teve seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos estudos. • Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque.
  • 32. • Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde já mostrava suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, descartando de vez o lirismo bem comportado. Passou a abordar temas com mais encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de infância. • Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro. • Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu no ano 1968
  • 33. Poema Café com Pão (Trem de Ferro) Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isso maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força (trem de ferro, trem de ferro) Oô... Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho Da ingazeira Debruçada No riacho Que vontade De cantar! Oô... (café com pão é muito bom) Quando me prender No canavial Cada pé de cana Era um oficia O o... Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matar minha sede O o... Vou mimbora vou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Oô... Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente... (trem de ferro, trem de ferro)
  • 34.
  • 35. Biografia Mário de Andrade nasceu em São Paulo, no ano de 1893. Professor, crítico, poeta, contista, romancista e músico, formou-se pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, passando a lecionar neste mesmo local posteriormente. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Durante sua trajetória, Mário de Andrade fundou a Sociedade de Etnografia e Folclore e também passou por vários cargos públicos, entre estes, foi diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo. Apesar de ter sido uma pessoa com inúmeras ocupações, este artista modernista sempre tinha tempo para ajudar os escritores que ainda não eram conhecidos.
  • 36. Enquanto viveu, ele lutou pela arte com seu estilo de escrita puro e verdadeiro. Certo de que a inteligência brasileira necessitava de atualização, este escritor modernista nunca abandonou suas maiores virtudes: a consciência artística e a dignidade intelectual. Foram de sua autoria os versos de Paulicéia Desvairada, considerada o marco inicial da poesia modernista no Brasil. Uma outra obra deste artista que se destacou por sua contribuição ao movimento modernista foi o livro Macunaíma, romance onde é mostrado um herói que tem as qualidades e defeitos de um brasileiro comum.
  • 37. Poema: Quando eu morrer Quando eu morrer quero ficar Quando eu morrer quero ficar, Não contem aos meus inimigos, Sepultado em minha cidade, Saudade. Meus pés enterrem na rua Aurora, No Paissandu deixem meu sexo, Na Lopes Chaves a cabeça Esqueçam. No Pátio do Colégio afundem O meu coração paulistano: Um coração vivo e um defunto Bem juntos. Escondam no Correio o ouvido Direito, o esquerdo nos Telégrafos, Quero saber da vida alheia, Sereia. O nariz guardem nos rosais, A língua no alto do Ipiranga Para cantar a liberdade. Saudade... Os olhos lá no Jaraguá Assistirão ao que há de vir, O joelho na Universidade, Saudade... As mãos atirem por aí, Que desvivam como viveram, As tripas atirem pro Diabo, Que o espírito será de Deus. Adeus.
  • 38.
  • 39. Biografia • Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu no (Rio de Janeiro, em 16 de dezembro de 1865 morte no Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias. • Conhecido por sua atenção a literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, era republicano e nacionalista; também era defensor do serviço militar obrigatório.1 Bilac escreveu a letra do Hino à Bandeira e fez oposição ao governo de Floriano Peixoto.
  • 40. • Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Em 1907, foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fonfom. Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos. No entanto, para o crítico João Adolfo Hansen, "o mestre do passado, do livro de poesia escrito longe do estéril turbilhão da rua, não será o mesmo mestre do presente, do jornal, a crônica assuntos cotidianos do Rio, prontinho para intervenções de Agache e a erradicação da plebe rude, expulsa do centro para os morros"
  • 41. Poema Velhas Arvores Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores novas, mais amigas: Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas... O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas Vivem, livres de fomes e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas. Não choremos, amigo, a mocidade! Envelheçamos rindo! envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem: Na glória da alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!
  • 42.
  • 43. Biografia Em 11 de janeiro de 1890 nasce em São Paulo José Oswald de Sousa Andrade, filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Inicia seus estudos, em 1900, na Escola Modelo Caetano de Campos, ainda marcado pelo fato de haver presenciado a mudança do século. Em 1901, vai para o Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Tem como colega Pedro Rodrigues de Almeida, o “João de Barros” do”Perfeito Cozinheiro das Almas desse mundo...”. Em 1903, transfere-se para o Colégio São Bento. Lá tem como colega o futuro poeta modernista Guilherme de Almeida. Em 1905, com o São Paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a propaganda, o cinema — participa da roda literária de Indalécio Aguiar da qual faz parte o poeta Ricardo Gonçalves. Em 1908, conclui os estudos no Colégio São Bento com o diploma de Bacharel em Humanidades.
  • 44. De família abastada, Oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como redator e crítico teatral do “Diário Popular”, assinando a coluna "Teatro e Salões". Ingressa na Faculdade de Direito. Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor brasileiro. Fundou, junto com Tarsila, o Movimento Antropófago. Foi uma das personalidades mais polêmicas do modernismo. Era militante político sendo idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 1922. Oswald de Andrade (1890-1954) nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco. De família rica, fez várias viagens à Europa, onde entra em contato com os movimentos de vanguarda. Estudou jornalismo literário e, em 1911 iniciou sua vida literária no jornal humorístico "O Pirralho" que ele mesmo fundou. O semanário que circulou até 1917, contava entre seus colaboradores, com o pintor Di Cavalcanti. 3m x 16,5m instalado na estação República do Metrô paulista, também em 1990.
  • 45. Poema Quando O Português Chegou • Quando o português chegou • Debaixo de uma bruta chuva • Vestiu o índio • Que pena! • Fosse uma manhã de sol • O índio tinha despido • O português.
  • 46.
  • 47. Biografia • Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes nasceu em 19 de Outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, e pertenceu à segunda geração do Modernismo no Brasil. Era filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da prefeitura, poeta, violonista amador, e de Lídia Cruz de Moraes, pianista também amadora. • Viveu toda a sua infância no Rio, tendo nascido no bairro da Gávea, aos três anos se mudou para Botafogo para morar com os avós e estudar na Escola Primaria Afrânio Peixoto. Foi também na sua infância que escreveu seus primeiros versos. Em 1924 entrou para o Colégio Santo Inácio, em Botafogo, onde cantava no coro da igreja e montava pecinhas de teatro.
  • 48. • Em 1929 concluiu o curso ginasial e a família retornou para a Gávea. Nesse mesmo ano ingressou na Faculdade de Direito do Catête e se formou em Direito em 1933, ano em que publicou “O Caminho para a Distância”, seu primeiro livro de poesia • Em 1935, recebeu o prêmio Filipe d’Oliveira pelo livro Em 1935, seu livro Forma e exegese. Em 1936, empregou-se como censor cinematográfico, representando o Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, em 1938, ganhou bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, e nesse ano publicou os Novos poemas. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, retornou ao Rio de Janeiro. • Nos anos seguintes publicou ainda muitos poemas e ficou conhecido como um dos poetas brasileiros que mais conseguiu traduzir em palavras o sentimento do amor, tornando-se assim um dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. Atuou também no campo musical, fazendo parceria com cantores e compositores brasileiros, e por fim tornou-se também cronista. Produziu os sonetos mais conhecidos da Literatura Brasileira, e escreveu ainda alguns poemas infantis em meados de 1970. • Vinícius de Moraes Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de Setembro de 1980.
  • 49. Poema Soneto do Amigo Enfim, depois de tanto erro passado Tantas retaliações, tanto perigo Eis que ressurge noutro o velho amigo Nunca perdido, sempre reencontrado. É bom sentá-lo novamente ao lado Com olhos que contêm o olhar antigo Sempre comigo um pouco atribulado E como sempre singular comigo. Um bicho igual a mim, simples e humano Sabendo se mover e comover E a disfarçar com o meu próprio engano. O amigo: um ser que a vida não explica Que só se vai ao ver outro nascer E o espelho de minha alma multiplica...
  • 50.
  • 51. Biografia • Fernando Pessoa foi morar, ainda na infância, na cidade de Durban (África do Sul), onde seu pai tornou-se cônsul. Neste país teve contato com a língua e literatura inglesa. • Adulto, Fernando Pessoa trabalhou como tradutor técnico, publicando seus primeiro poemas em inglês. • Em 1905, retornou sozinho para Lisboa e, no ano seguinte, matriculou-se no Curso Superior de Letras. Porém, abandou o curso um ano depois. Pessoa passou a ter contato mais efetivo com a literatura portuguesa, principalmente Padre Antônio Vieira e Cesário Verde. Foi também influenciado pelos estudos filosóficos de Nietzsche e Schopenhauer. Recebeu também influências do simbolismo francês. • Em 1912, começou suas atividade como ensaísta e crítico literário, na revista Águia. • A saúde do poeta português começou a apresentar complicações em 1935. Neste ano foi hospitalizado com cólica hepática, provavelmente causada pelo consumo excessivo de bebida alcoólica. Sua morte prematura, aos 47 anos, provavelmente aconteceu em função destes problemas, pois apresentou cirrose hepática.
  • 52. • Fernando Pessoa usou em suas obras diversas autorias. Usou seu próprio nome (ortônimo) para assinar várias obras e pseudônimos (heterônimos) para assinar outras. Os heterônimos de Fernando Pessoa tinham personalidade própria e características literárias diferenciadas. São eles: • Álvaro de Campos Era um engenheiro português de educação inglesa. Influenciado pelo simbolismo e futurismo, apresentava um certo niilismo em suas obras. • Ricardo Reis Era um médico que escrevia suas obras com simetria e harmonia. O bucolismo estava presente em suas poesias. Era um defensor da monarquia e demonstrava grande interesse pela cultura latina. • Alberto Caeiro Com uma formação educacional simples (apenas o primário), este heterônimo fazia poesias de forma simples, direta e concreta. Suas obras estão reunidas em Poemas Completos de Alberto Caeiro.
  • 53. Poema Auto psicografia de Fernando Pessoa O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.
  • 54.
  • 55. Biografia De origem judaica, Clarice foi a terceira filha de Pinkouss Lispector e de Mania Krimgold Lispector. Nasceu na cidade de Tchetchelnik enquanto seus pais percorriam várias aldeias da Ucrânia fugindo à perseguição aos judeus durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Chegou ao Brasil quando tinha um ano e dois meses de idade1 , e sempre que questionada de sua nacionalidade, Clarice afirmava não ter nenhuma ligação com a Ucrânia: "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.2 Sua mãe morreu em 21 de setembro de 1930 (Clarice tinha apenas 9 anos), após vários anos sofrendo com as consequências da Sífilis, supostamente contraída por conta de um estupro sofrido durante a Guerra Civil Russa, enquanto a família ainda estava na Ucrânia. Clarice sofreu com a morte da mãe, e muitos de seus textos refletem a culpa que a autora sentia e figuras de milagres que salvariam sua mãe.2 Quando tinha 15 anos seu pai decidiu se mudar para o Rio de Janeiro. Sua irmã Elisa conseguiu um emprego no ministério, por intervenção do então ministro Agamenon Magalhães, enquanto seu pai teve dificuldades em achar uma oportunidade na capital. Clarice estudou em uma escola primária na Tijuca, até ir para o curso preparatório para a Faculdade de Direito. Foi aceita para a Escola de Direito na então Universidade do Brasil em 1939. Se viu frustrada com muitas das teorias ensinadas no curso, e descobriu um escape: a literatura. Em 25 de maio de 1940, com apenas 19 anos, publicou seu primeiro conto "Triunfo" na Revista Pan, de propriedade do editor José Scortecci.
  • 56. Provoca um incêndio ao dormir com um cigarro acesso em 14 de setembro de 1966, seu quarto fica destruído e a escritora é hospitalizada entre a vida e a morte por três dias. Sua mão direita é quase amputada devido aos ferimentos, e depois de passado o risco de morte, ainda fica hospitalizada por dois meses.3 Em 1975 foi convidada a participar do Primeiro Congresso Mundial de Bruxaria, em Cali na Colômbia. Fez uma pequena apresentação na conferência, e falou do seu conto "O ovo e a Galinha", que depois de traduzido para o espanhol fez sucesso entre os participantes. Ao voltar ao Brasil, a viagem de Clarice ganhou ares mitológico, com jornalistas descrevendo (falsas) aparições da autora vestida de preto e coberta de amuletos. Porém, a imagem se formou, dando a Clarice o título de "a grande bruxa da literatura brasileira". Seu próprio amigo Otto Lara Resende disse sobre a obra de Lispector: "não se trata de literatura, mas de bruxaria."2 Durante toda sua vida Clarice teve diversos amigos de destaque como Fernando Sabino, Lúcio Cardoso, Rubem Braga, San Tiago Dantas e Samuel Wainer, entre diversos outros literários e personalidades.
  • 57. Poema O Sonho Sonhe com aquilo que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que quer. Tenha felicidade bastante para fazê- la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas passaram por suas vidas. Clarice Lispector