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A P A R T I C I P A Ç Ã O D A S C A M A D A S P O P U L A R E S
E D A S E L I T E S D O M I N A N T E S .
Lutas e movimentos no Brasil
A Cabanagem – (Grão-Pará, 1835-1840)
 A Cabanagem foi o mais importante movimento popular do
Brasil. Foi o único em que representantes das camadas
humildes ocuparam o poder em toda uma província.
 A decadente economia da província do Grão-Pará, que
englobava os atuais Estados do Pará, parte do
Amazonas, Amapá e Roraima, se baseava na pesca, na
produção de cacau, na extração de madeiras e na exploração
das drogas do sertão . Utilizava-se a mão-de-obra escrava
negra e a de índios que viviam em aldeias ou já estavam
destribalizados e submetidos a um regime de semi-escravidão.
 Os negros, índios e mestiços compunham a maioria da
população inferiorizada do Grão-Pará e viviam agrupados nas
pequenas ilhas e na beira dos rios em cabanas miseráveis (daí
o nome cabanos, como eram conhecidos).
 Liderados a princípio por grupos da elite que disputavam o poder, os
cabanos, insatisfeitos, resolveram assumir sua própria luta contra a
miséria, o latifúndio, a escravidão e os abusos das autoridades. Invadiram
Belém, a capital da província, depuseram o governo que havia sido imposto
pelos regentes e assumiram o poder. Formou-se então o único governo do
país composto por índios e camponeses.
 Entretanto, a radicalização e a violência da massa cabana, a dificuldade em
organizar um governo capaz de controlar as divergências entre os próprios
cabanos e a traição de alguns chefes, que chegaram a ajudar as tropas e os
navios enviados pelo governo central, causaram o fracasso do movimento.
 Vencidos na capital pelas forças do governo, os cabanos reorganizaram as
massas rurais e continuaram lutando até 1840, quando a província, pela
força da opressão e da violência, foi obrigada a aceitar a pacificação.
 A Cabanagem deixou um saldo de 40 mil mortos. Era mais um claro
exemplo que a classe dominante não admitia a ascensão do povo ao poder
nem as manifestações populares que colocassem em risco o domínio
político da aristocracia.
A Balaiada (Maranhão, 1838-1841)
 A Balaiada foi uma rebelião da massa maranhense
desprotegida, composta por escravos, camponeses e vaqueiros, que
não tinham a menor possibilidade de melhorar sua condição de vida
miserável.
 Esses grupos sociais, que formavam a grande maioria da população
pobre da província, encontravam, naquele momento, sérias
dificuldades de sobrevivência devido à grave crise econômica e aos
latifúndios improdutivos.
 A crise econômica havia sido causada pela queda da produção do
algodão – base da economia da província – que sofria a
concorrência norte-americana.
 Assim como havia ocorrido com os cabanos do Grão-Pará, essa
massa de negros e sertanejos, cansada de ser usada pela classe
dominante, terminou se envolvendo numa luta contra a
escravidão, a fome, a marginalização e os abusos das autoridades e
militares.
 Os líderes do movimento foram o vaqueiro Raimundo Gomes, o
fabricante de Balaios (daí o nome Balaiada) Manuel Francisco dos
Anjos Ferreira e o negro Cosme, chefe de um quilombo e que
organizou quase três mil negros sob sua liderança.
 Os rebeldes chegaram a conquistar Caxias, a segunda cidade mais
importante do Maranhão. Porém, a desorganização e a falta de
união dos líderes, as divergências entre os líderes e a divisão
desordenada dos grupos , onde cada chefe agia
isoladamente, facilitaram a vitória das forças militares comandadas
pelo coronel Luís Alves de Lima e Silva, enviadas pelo governo para
reprimir o movimento.
 Por ter vencido os rebeldes em Caxias, Luís Alves de Lima e Silva
recebeu o seu primeiro título de nobreza: Barão de Caxias. Mais
tarde, ele recebeu outros títulos, inclusive o de Duque de
Caxias, pelo qual é mais conhecido.

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A Cabanagem e a Balaiada - Lutas populares no Brasil do século XIX

  • 1. A P A R T I C I P A Ç Ã O D A S C A M A D A S P O P U L A R E S E D A S E L I T E S D O M I N A N T E S . Lutas e movimentos no Brasil
  • 2. A Cabanagem – (Grão-Pará, 1835-1840)  A Cabanagem foi o mais importante movimento popular do Brasil. Foi o único em que representantes das camadas humildes ocuparam o poder em toda uma província.  A decadente economia da província do Grão-Pará, que englobava os atuais Estados do Pará, parte do Amazonas, Amapá e Roraima, se baseava na pesca, na produção de cacau, na extração de madeiras e na exploração das drogas do sertão . Utilizava-se a mão-de-obra escrava negra e a de índios que viviam em aldeias ou já estavam destribalizados e submetidos a um regime de semi-escravidão.  Os negros, índios e mestiços compunham a maioria da população inferiorizada do Grão-Pará e viviam agrupados nas pequenas ilhas e na beira dos rios em cabanas miseráveis (daí o nome cabanos, como eram conhecidos).
  • 3.  Liderados a princípio por grupos da elite que disputavam o poder, os cabanos, insatisfeitos, resolveram assumir sua própria luta contra a miséria, o latifúndio, a escravidão e os abusos das autoridades. Invadiram Belém, a capital da província, depuseram o governo que havia sido imposto pelos regentes e assumiram o poder. Formou-se então o único governo do país composto por índios e camponeses.  Entretanto, a radicalização e a violência da massa cabana, a dificuldade em organizar um governo capaz de controlar as divergências entre os próprios cabanos e a traição de alguns chefes, que chegaram a ajudar as tropas e os navios enviados pelo governo central, causaram o fracasso do movimento.  Vencidos na capital pelas forças do governo, os cabanos reorganizaram as massas rurais e continuaram lutando até 1840, quando a província, pela força da opressão e da violência, foi obrigada a aceitar a pacificação.  A Cabanagem deixou um saldo de 40 mil mortos. Era mais um claro exemplo que a classe dominante não admitia a ascensão do povo ao poder nem as manifestações populares que colocassem em risco o domínio político da aristocracia.
  • 4. A Balaiada (Maranhão, 1838-1841)  A Balaiada foi uma rebelião da massa maranhense desprotegida, composta por escravos, camponeses e vaqueiros, que não tinham a menor possibilidade de melhorar sua condição de vida miserável.  Esses grupos sociais, que formavam a grande maioria da população pobre da província, encontravam, naquele momento, sérias dificuldades de sobrevivência devido à grave crise econômica e aos latifúndios improdutivos.  A crise econômica havia sido causada pela queda da produção do algodão – base da economia da província – que sofria a concorrência norte-americana.  Assim como havia ocorrido com os cabanos do Grão-Pará, essa massa de negros e sertanejos, cansada de ser usada pela classe dominante, terminou se envolvendo numa luta contra a escravidão, a fome, a marginalização e os abusos das autoridades e militares.
  • 5.  Os líderes do movimento foram o vaqueiro Raimundo Gomes, o fabricante de Balaios (daí o nome Balaiada) Manuel Francisco dos Anjos Ferreira e o negro Cosme, chefe de um quilombo e que organizou quase três mil negros sob sua liderança.  Os rebeldes chegaram a conquistar Caxias, a segunda cidade mais importante do Maranhão. Porém, a desorganização e a falta de união dos líderes, as divergências entre os líderes e a divisão desordenada dos grupos , onde cada chefe agia isoladamente, facilitaram a vitória das forças militares comandadas pelo coronel Luís Alves de Lima e Silva, enviadas pelo governo para reprimir o movimento.  Por ter vencido os rebeldes em Caxias, Luís Alves de Lima e Silva recebeu o seu primeiro título de nobreza: Barão de Caxias. Mais tarde, ele recebeu outros títulos, inclusive o de Duque de Caxias, pelo qual é mais conhecido.