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Leptospirose
Fernando S. V. Martins & Terezinha Marta P.P. Castiñeiras
A leptospirose é uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave, causada
por uma bactéria, a Leptospira interrogans. É uma zoonose (doença de animais) que
ocorre no mundo inteiro, exceto nas regiões polares. Em seres humanos, ocorre em
pessoas de todas as idades e em ambos os sexos. Na maioria (90%) dos casos de
leptospirose a evolução é benigna.
Transmissão
A leptospirose é primariamente uma zoonose. Acomete roedores e outros mamíferos
silvestres e é um problema veterinário relevante, atingindo animais domésticos (cães,
gatos) e outros de importância econômica (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas). Esses
animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e
eliminar a L. interrogans junto com a urina.
O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção humana,
em razão de existir em grande número e da proximidade com seres humanos. A L.
interrogans multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela
urina, às vezes por toda a vida do animal. A L. interrogans eliminada junto com a urina
de animais sobrevive no solo úmido ou na água, que tenham pH neutro ou alcalino. Não
sobrevive em águas com alto teor salino.
A L. interrogans penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da
ingestão de água e alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele
facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando a
exposição é prolongada. Os seres humanos são infectados casual e transitoriamente, e
não tem importância como transmissor da doença. A transmissão de uma pessoa para
outra é muito pouco provável.
Riscos
No Brasil, como em outros países em desenvolvimento, a maioria das infecções ocorre
através do contato com águas de enchentes contaminadas por urina de ratos. Nesses
países, a ineficácia ou inexistência de rede de esgoto e drenagem de águas pluviais, a
coleta de lixo inadequada e as conseqüentes inundações são condições favoráveis à alta
endemicidade e às epidemias. Atinge, portanto, principalmente a população de baixo
nível sócio-econômico da periferia das grandes cidades, que é obrigada a viver em
condições que tornam inevitável o contato com roedores e águas contaminadas. A
infecção também pode ser adquirida através da ingestão de água e alimentos
contaminados com urina de ratos ou por meio de contato com urina de animais de
estimação (cães, gatos), mesmo quando esses são vacinados. A limpeza de fossas
domiciliares, sem proteção adequada, é uma das causas mais freqüentes de aquisição da
doença. Existe risco ocupacional para as pessoas que têm contato com água e terrenos
alagados (limpadores de fossas e bueiros, lavradores de plantações de arroz,
trabalhadores de rede de esgoto, militares) ou com animais (veterinários, pessoas que
manipulam carne). Em países mais desenvolvidos, com infra-estrutura de saneamento
mais adequada, a população está menos exposta à infecção. É mais comum que a
infecção ocorra a partir de animais de estimação e em pessoas que se expõem à água
contaminada, em razão de atividades recreativas ou profissionais.
No Brasil, entre 1996 e 2005, foram notificados 33.174 casos de leptospirose. Apenas os
casos mais graves (ictéricos) são, geralmente, diagnosticados e, eventualmente,
notificados. A leptospirose sem icterícia é, freqüentemente, confundida com outras
doenças (dengue, "gripe"), ou não leva à procura de assistência médica. Os casos
notificados, provavelmente, representam apenas uma pequena parcela (cerca de 10%)
do número real de casos no Brasil.
Leptospirose no Brasil
Casos confirmados, por local de transmissão: 1996 - 2005
Região 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005* Total
Norte 689 484 584 340 391 142 230 248 202 181 3.491
Nordeste 1.002 847 514 194 1.006 643 598 501 801 600 6.706
Sudeste 3.350 944 1.242 1.102 948 1.188 901 986 1.305 1.029 12.995
Sul 502 863 1.084 782 1.094 1.617 851 1.158 656 838 9.445
Centro-Oeste 36 160 25 15 48 44 38 54 68 49 537
Total 5.579 3.298 3.449 2.433 3.487 3.634 2.618 2.947 3.032 2.697 33.174
* dados sujeitos à revisão.
Fonte: Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde, 2006.
Medidas de proteção individual
O Cives recomenda que o viajante que adote as medidas de proteção contra doenças
adquiridas através do contato com a água e da ingestão de água e alimentos. O risco de
adquirir leptospirose pode ser reduzido evitando-se o contato ou ingestão de água que
possa estar contaminada com urina de animais. Deve ser utilizada apenas água tratada
(clorada) como bebida e para a higiene pessoal. Bebidas como água mineral,
refrigerantes e cervejas não devem ser ingeridas diretamente de latas ou garrafas, sem
que essas sejam lavadas adequadamente (risco de contaminação com urina de rato).
Deve ser utilizado um copo limpo ou canudo plástico protegido. Em caso de
inundações, deve ser evitada a exposição desnecessária à água ou à lama. Pessoas que
irão se expor ao contato com água e terrenos alagados devem utilizar roupas e calçados
impermeáveis.
O uso generalizado de antibióticos profiláticos é ineficaz para evitar ou controlar
epidemias de leptospirose. Além de ser tecnicamente inadequado, desvia inutilmente
recursos humanos e financeiros. A quimioprofilaxia está indicada apenas para
indivíduos, como trabalhadores e militares em manobras, que irão se expor a risco em
áreas de alta endemicidade por período relativamente curto (semanas).
A vacina não confere imunidade permanente e não está disponível para seres humanos
no Brasil. Em alguns países é utilizada a vacinação contra sorotipos específicos em
pessoas sob exposição ocupacional em áreas de alto risco . Em animais, a vacina
(disponível no Brasil) evita a doença, mas não impede a infecção nem a transmissão da
leptospirose para seres humanos.
Recomendações para áreas com risco de transmissão
O acesso permanente à informação é essencial. É importante que a população seja
esclarecida sobre as razões que determinam a ocorrência de leptospirose e o que deve
ser feito para evitá-la. Deve ainda ter acesso fácil aos serviços de diagnóstico e
tratamento. O risco de transmissão pode ser reduzido nos centros urbanos através da
melhoria das condições de infra-estrutura básica (rede de esgoto, drenagem de águas
pluviais, remoção adequada do lixo e eliminação dos roedores). A limpeza e dragagem
de córregos e rios são medidas fundamentais para reduzir a ocorrência de inundações.
Equipamentos de proteção, como botas e luvas impermeáveis, devem ser oferecidos às
pessoas com risco ocupacional.
Quando ocorrem inundações, deve ser evitado contato desnecessário com a água e com
a lama. Se a residência for inundada, deve-se desligar a rede de eletricidade para evitar
acidentes. O mesmo cuidado deve ser observado após inundações, antes do início da
limpeza domiciliar, que deve ser feita com o uso de calçados e luvas impermeáveis. Em
geral, não é necessário o tratamento adicional da água distribuída através de rede,
mesmo durante epidemias. Quando há suspeita de contaminação da rede de água, a
companhia responsável pela distribuição deve ser notificada. Nessas circunstâncias, a
água deve ser tratada com cloro ou fervida. Como a eficácia do cloro pode ser reduzida
pela presença de matéria orgânica, quando a água estiver turva a alternativa mais mais
segura antes do consumo é a fervura, durante até um minuto. O mesmos cuidados
devem ser adotados quando a água é proveniente de poços.
O Cives recomenda que sejam observados os seguintes cuidados:
 Ao escolher um local para residir, informar-se sobre a freqüência de inundações.
Evitar locais sujeitos a inundações freqüentes.
 Em caso de utilização de água de poços ou coletada diretamente de rios ou
lagoas, estabelecer (com supervisão técnica especializada) uma infra-estrutura
domiciliar mínima que permita o tratamento (cloração) da água utilizada para
consumo e preparo de alimentos.
 Seguir os cuidados de preparação higiênica de alimentos, incluindo o tratamento
com água clorada. Os alimentos devem ser acondicionados em recipientes e
locais à prova de ratos.
 Acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com
tampa. Se não houver serviço de coleta, deve ser escolhido um local adequado
para o destino final do lixo que permita o aterramento ou a incineração
periódica. O acúmulo de lixo e entulho em quintais e terrenos baldios leva à
proliferação de ratos. O despejo de lixo em córregos ou rios facilita a ocorrência
de inundações.
 Em caso de inundações, evitar a exposição desnecessária à água ou à lama.
 Se a residência for inundada, desligar a rede de eletricidade para evitar
acidentes.
 Descartar alimentos que entraram em contato direto com água de enchentes e
não possam ser fervidos.
 Utilizar luvas e calçados impermeáveis quando for:
o inevitável, nas enchentes, a exposição à água ou à lama.
o realizada a limpeza da residência após uma inundação
o feita a limpeza de fossas e bueiros.
o efetuada a remoção de fezes e urina de animais de estimação.
 Empregar hipoclorito de sódio a 2-2,5% (água sanitária), segundo as
recomendações do fabricante, para limpeza de:
o locais onde são criados animais de estimação.
o residências, após uma inundação.
Manifestações
A maioria das pessoas infectadas pela Leptospira interrogans desenvolve manifestações
discretas ou não apresenta sintomas da doença. As manifestações da leptospirose,
quando ocorrem, em geral aparecem entre 2 e 30 dias após a infecção (período de
incubação médio de dez dias).
As manifestações iniciais são febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor de
cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço e calafrios. Dor abdominal,
náuseas, vômitos e diarréia são freqüentes, podendo levar à desidratação. É comum que
os olhos fiquem acentuadamente avermelhados (hiperemia conjuntival) e alguns doentes
podem apresentar tosse e faringite. Após dois ou três dias de aparente melhora, os
sintomas podem ressurgir, ainda que menos intensamente. Nesta fase é comum o
aparecimento manchas avermelhadas no corpo (exantema) e pode ocorrer meningite,
que em geral tem boa evolução. A maioria das pessoas melhora em quatro a sete dias.
Em cerca de 10% dos pacientes, a partir do terceiro dia de doença surge icterícia (olhos
amarelados), que caracteriza os casos mais graves. Esses casos são mais comuns (90%)
em adultos jovens do sexo masculino, e raros em crianças. Aparecem manifestações
hemorrágicas (equimoses, sangramentos em nariz, gengivas e pulmões) e pode ocorrer
funcionamento inadequado dos rins, o que causa diminuição do volume urinário e, às
vezes, anúria total. O doente pode ficar torporoso e em coma. A forma grave da
leptospirose é denominada doença de Weil. A evolução para a morte pode ocorrer em
cerca de 10% das formas graves.
As manifestações iniciais da leptospirose são semelhantes às de outras doenças,
como febre amarela, dengue, malária, hantavirose e hepatites. A presunção do
diagnóstico leptospirose é feita com base na história de exposição ao risco (inundações,
limpeza de bueiros e fossas, contato com animais de estimação) e na exclusão, através
de exames laboratoriais, da possibilidade de outras doenças. Mesmo que tenham
história de risco para leptospirose, pessoas que estiveram em uma área de transmissão
de febre amarela e malária, e que apresentem febre, durante ou após a viagem, devem
ter essas doenças investigadas. A leptospirose grave, que evolui com icterícia,
diminuição do volume urinário e sangramentos é semelhante à forma grave da febre
amarela. A diferenciação pode ser feita com facilidade através de exames laboratoriais.
A ícterícia é rara nos casos de dengue. Nas hepatites, em geral, quando surge a icterícia
a febre desaparece. É importante que a pessoa, quando apresentar-se febril após uma
exposição de risco para leptospirose, procure um Serviço de Saúde rapidamente. Não se
justifica a utilização generalizada de antibióticos para a população em períodos de
epidemias. É mais racional diagnosticar e tratar precocemente os casos suspeitos.
A confirmação do diagnóstico de leptospirose não tem importância para o tratamento da
pessoa doente, mas é fundamental para a adoção de medidas que reduzam o risco de
ocorrência de uma epidemia em área urbana. Pode ser feita através de exames
sorológicos (microaglutinação pareada, com uma amostra de sangue colhida logo no
início da doença e outra duas semanas após), ou do isolamento da bactéria em cultura
(que tem maior chance de ser feito durante a primeira semana de doença).
Tratamento
O tratamento da pessoa com leptospirose é feito fundamentalmente com hidratação.
Não deve ser utilizado medicamentes para dor ou para febre que contenham ácido
acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.), que podem aumentar o risco de
sangramentos. Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser
utilizados pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações
alérgicas. Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de doença, devem ser
empregados antibióticos (doxiciclina, penicilinas), uma vez que reduzem as chances de
evolução para a forma grave. As pessoas com leptospirose sem icterícia podem ser
tratadas no domicílio. As que desenvolvem meningite ou icterícia devem ser internadas.
As formas graves da doença necessitam de tratamento intensivo e medidas terapêuticas
como diálise peritonial para tratamento da insuficiência renal.
http://www.cives.ufrj.br/informacao/leptospirose/lep-iv.html

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002 leptospirose

  • 1. Leptospirose Fernando S. V. Martins & Terezinha Marta P.P. Castiñeiras A leptospirose é uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Leptospira interrogans. É uma zoonose (doença de animais) que ocorre no mundo inteiro, exceto nas regiões polares. Em seres humanos, ocorre em pessoas de todas as idades e em ambos os sexos. Na maioria (90%) dos casos de leptospirose a evolução é benigna. Transmissão A leptospirose é primariamente uma zoonose. Acomete roedores e outros mamíferos silvestres e é um problema veterinário relevante, atingindo animais domésticos (cães, gatos) e outros de importância econômica (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas). Esses animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a L. interrogans junto com a urina. O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção humana, em razão de existir em grande número e da proximidade com seres humanos. A L. interrogans multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal. A L. interrogans eliminada junto com a urina de animais sobrevive no solo úmido ou na água, que tenham pH neutro ou alcalino. Não sobrevive em águas com alto teor salino. A L. interrogans penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da ingestão de água e alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando a exposição é prolongada. Os seres humanos são infectados casual e transitoriamente, e não tem importância como transmissor da doença. A transmissão de uma pessoa para outra é muito pouco provável. Riscos No Brasil, como em outros países em desenvolvimento, a maioria das infecções ocorre através do contato com águas de enchentes contaminadas por urina de ratos. Nesses países, a ineficácia ou inexistência de rede de esgoto e drenagem de águas pluviais, a coleta de lixo inadequada e as conseqüentes inundações são condições favoráveis à alta endemicidade e às epidemias. Atinge, portanto, principalmente a população de baixo nível sócio-econômico da periferia das grandes cidades, que é obrigada a viver em condições que tornam inevitável o contato com roedores e águas contaminadas. A infecção também pode ser adquirida através da ingestão de água e alimentos contaminados com urina de ratos ou por meio de contato com urina de animais de estimação (cães, gatos), mesmo quando esses são vacinados. A limpeza de fossas domiciliares, sem proteção adequada, é uma das causas mais freqüentes de aquisição da doença. Existe risco ocupacional para as pessoas que têm contato com água e terrenos alagados (limpadores de fossas e bueiros, lavradores de plantações de arroz, trabalhadores de rede de esgoto, militares) ou com animais (veterinários, pessoas que
  • 2. manipulam carne). Em países mais desenvolvidos, com infra-estrutura de saneamento mais adequada, a população está menos exposta à infecção. É mais comum que a infecção ocorra a partir de animais de estimação e em pessoas que se expõem à água contaminada, em razão de atividades recreativas ou profissionais. No Brasil, entre 1996 e 2005, foram notificados 33.174 casos de leptospirose. Apenas os casos mais graves (ictéricos) são, geralmente, diagnosticados e, eventualmente, notificados. A leptospirose sem icterícia é, freqüentemente, confundida com outras doenças (dengue, "gripe"), ou não leva à procura de assistência médica. Os casos notificados, provavelmente, representam apenas uma pequena parcela (cerca de 10%) do número real de casos no Brasil. Leptospirose no Brasil Casos confirmados, por local de transmissão: 1996 - 2005 Região 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005* Total Norte 689 484 584 340 391 142 230 248 202 181 3.491 Nordeste 1.002 847 514 194 1.006 643 598 501 801 600 6.706 Sudeste 3.350 944 1.242 1.102 948 1.188 901 986 1.305 1.029 12.995 Sul 502 863 1.084 782 1.094 1.617 851 1.158 656 838 9.445 Centro-Oeste 36 160 25 15 48 44 38 54 68 49 537 Total 5.579 3.298 3.449 2.433 3.487 3.634 2.618 2.947 3.032 2.697 33.174 * dados sujeitos à revisão. Fonte: Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde, 2006. Medidas de proteção individual O Cives recomenda que o viajante que adote as medidas de proteção contra doenças adquiridas através do contato com a água e da ingestão de água e alimentos. O risco de adquirir leptospirose pode ser reduzido evitando-se o contato ou ingestão de água que possa estar contaminada com urina de animais. Deve ser utilizada apenas água tratada (clorada) como bebida e para a higiene pessoal. Bebidas como água mineral, refrigerantes e cervejas não devem ser ingeridas diretamente de latas ou garrafas, sem que essas sejam lavadas adequadamente (risco de contaminação com urina de rato). Deve ser utilizado um copo limpo ou canudo plástico protegido. Em caso de inundações, deve ser evitada a exposição desnecessária à água ou à lama. Pessoas que irão se expor ao contato com água e terrenos alagados devem utilizar roupas e calçados impermeáveis. O uso generalizado de antibióticos profiláticos é ineficaz para evitar ou controlar epidemias de leptospirose. Além de ser tecnicamente inadequado, desvia inutilmente recursos humanos e financeiros. A quimioprofilaxia está indicada apenas para indivíduos, como trabalhadores e militares em manobras, que irão se expor a risco em áreas de alta endemicidade por período relativamente curto (semanas). A vacina não confere imunidade permanente e não está disponível para seres humanos no Brasil. Em alguns países é utilizada a vacinação contra sorotipos específicos em pessoas sob exposição ocupacional em áreas de alto risco . Em animais, a vacina (disponível no Brasil) evita a doença, mas não impede a infecção nem a transmissão da leptospirose para seres humanos.
  • 3. Recomendações para áreas com risco de transmissão O acesso permanente à informação é essencial. É importante que a população seja esclarecida sobre as razões que determinam a ocorrência de leptospirose e o que deve ser feito para evitá-la. Deve ainda ter acesso fácil aos serviços de diagnóstico e tratamento. O risco de transmissão pode ser reduzido nos centros urbanos através da melhoria das condições de infra-estrutura básica (rede de esgoto, drenagem de águas pluviais, remoção adequada do lixo e eliminação dos roedores). A limpeza e dragagem de córregos e rios são medidas fundamentais para reduzir a ocorrência de inundações. Equipamentos de proteção, como botas e luvas impermeáveis, devem ser oferecidos às pessoas com risco ocupacional. Quando ocorrem inundações, deve ser evitado contato desnecessário com a água e com a lama. Se a residência for inundada, deve-se desligar a rede de eletricidade para evitar acidentes. O mesmo cuidado deve ser observado após inundações, antes do início da limpeza domiciliar, que deve ser feita com o uso de calçados e luvas impermeáveis. Em geral, não é necessário o tratamento adicional da água distribuída através de rede, mesmo durante epidemias. Quando há suspeita de contaminação da rede de água, a companhia responsável pela distribuição deve ser notificada. Nessas circunstâncias, a água deve ser tratada com cloro ou fervida. Como a eficácia do cloro pode ser reduzida pela presença de matéria orgânica, quando a água estiver turva a alternativa mais mais segura antes do consumo é a fervura, durante até um minuto. O mesmos cuidados devem ser adotados quando a água é proveniente de poços. O Cives recomenda que sejam observados os seguintes cuidados:  Ao escolher um local para residir, informar-se sobre a freqüência de inundações. Evitar locais sujeitos a inundações freqüentes.  Em caso de utilização de água de poços ou coletada diretamente de rios ou lagoas, estabelecer (com supervisão técnica especializada) uma infra-estrutura domiciliar mínima que permita o tratamento (cloração) da água utilizada para consumo e preparo de alimentos.  Seguir os cuidados de preparação higiênica de alimentos, incluindo o tratamento com água clorada. Os alimentos devem ser acondicionados em recipientes e locais à prova de ratos.  Acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa. Se não houver serviço de coleta, deve ser escolhido um local adequado para o destino final do lixo que permita o aterramento ou a incineração periódica. O acúmulo de lixo e entulho em quintais e terrenos baldios leva à proliferação de ratos. O despejo de lixo em córregos ou rios facilita a ocorrência de inundações.  Em caso de inundações, evitar a exposição desnecessária à água ou à lama.  Se a residência for inundada, desligar a rede de eletricidade para evitar acidentes.  Descartar alimentos que entraram em contato direto com água de enchentes e não possam ser fervidos.  Utilizar luvas e calçados impermeáveis quando for: o inevitável, nas enchentes, a exposição à água ou à lama. o realizada a limpeza da residência após uma inundação o feita a limpeza de fossas e bueiros.
  • 4. o efetuada a remoção de fezes e urina de animais de estimação.  Empregar hipoclorito de sódio a 2-2,5% (água sanitária), segundo as recomendações do fabricante, para limpeza de: o locais onde são criados animais de estimação. o residências, após uma inundação. Manifestações A maioria das pessoas infectadas pela Leptospira interrogans desenvolve manifestações discretas ou não apresenta sintomas da doença. As manifestações da leptospirose, quando ocorrem, em geral aparecem entre 2 e 30 dias após a infecção (período de incubação médio de dez dias). As manifestações iniciais são febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor de cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço e calafrios. Dor abdominal, náuseas, vômitos e diarréia são freqüentes, podendo levar à desidratação. É comum que os olhos fiquem acentuadamente avermelhados (hiperemia conjuntival) e alguns doentes podem apresentar tosse e faringite. Após dois ou três dias de aparente melhora, os sintomas podem ressurgir, ainda que menos intensamente. Nesta fase é comum o aparecimento manchas avermelhadas no corpo (exantema) e pode ocorrer meningite, que em geral tem boa evolução. A maioria das pessoas melhora em quatro a sete dias. Em cerca de 10% dos pacientes, a partir do terceiro dia de doença surge icterícia (olhos amarelados), que caracteriza os casos mais graves. Esses casos são mais comuns (90%) em adultos jovens do sexo masculino, e raros em crianças. Aparecem manifestações hemorrágicas (equimoses, sangramentos em nariz, gengivas e pulmões) e pode ocorrer funcionamento inadequado dos rins, o que causa diminuição do volume urinário e, às vezes, anúria total. O doente pode ficar torporoso e em coma. A forma grave da leptospirose é denominada doença de Weil. A evolução para a morte pode ocorrer em cerca de 10% das formas graves. As manifestações iniciais da leptospirose são semelhantes às de outras doenças, como febre amarela, dengue, malária, hantavirose e hepatites. A presunção do diagnóstico leptospirose é feita com base na história de exposição ao risco (inundações, limpeza de bueiros e fossas, contato com animais de estimação) e na exclusão, através de exames laboratoriais, da possibilidade de outras doenças. Mesmo que tenham história de risco para leptospirose, pessoas que estiveram em uma área de transmissão de febre amarela e malária, e que apresentem febre, durante ou após a viagem, devem ter essas doenças investigadas. A leptospirose grave, que evolui com icterícia, diminuição do volume urinário e sangramentos é semelhante à forma grave da febre amarela. A diferenciação pode ser feita com facilidade através de exames laboratoriais. A ícterícia é rara nos casos de dengue. Nas hepatites, em geral, quando surge a icterícia a febre desaparece. É importante que a pessoa, quando apresentar-se febril após uma exposição de risco para leptospirose, procure um Serviço de Saúde rapidamente. Não se justifica a utilização generalizada de antibióticos para a população em períodos de epidemias. É mais racional diagnosticar e tratar precocemente os casos suspeitos. A confirmação do diagnóstico de leptospirose não tem importância para o tratamento da pessoa doente, mas é fundamental para a adoção de medidas que reduzam o risco de ocorrência de uma epidemia em área urbana. Pode ser feita através de exames
  • 5. sorológicos (microaglutinação pareada, com uma amostra de sangue colhida logo no início da doença e outra duas semanas após), ou do isolamento da bactéria em cultura (que tem maior chance de ser feito durante a primeira semana de doença). Tratamento O tratamento da pessoa com leptospirose é feito fundamentalmente com hidratação. Não deve ser utilizado medicamentes para dor ou para febre que contenham ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.), que podem aumentar o risco de sangramentos. Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser utilizados pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas. Quando o diagnóstico é feito até o quarto dia de doença, devem ser empregados antibióticos (doxiciclina, penicilinas), uma vez que reduzem as chances de evolução para a forma grave. As pessoas com leptospirose sem icterícia podem ser tratadas no domicílio. As que desenvolvem meningite ou icterícia devem ser internadas. As formas graves da doença necessitam de tratamento intensivo e medidas terapêuticas como diálise peritonial para tratamento da insuficiência renal. http://www.cives.ufrj.br/informacao/leptospirose/lep-iv.html