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JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
O JB News saúda os Irmãos leitores de Limeira (SP) – Fé, Honra e Trabalho.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrNewton Agrella - “Água”
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Johann Wolfgang von Goethe
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Breves Ensinamentos sobre a Humildade e a Simplicidade, com
base no Talmud
Bloco 5-IrHercule Spoladore - O Areópago de Itambé e sua Influência nas Revoluções Brasileiras
Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – O Thau, a Serpente de Bronze e a Marca de Cain ....
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 23 de outubro. Versos do Ir e Poeta Sinval Santos da
Silveira
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 2/30
23 de outubro
4004 a.C. – Segundo o irlandês James Ussher, a Terra começou a ser criada às 9 horas deste
dia.
425 – Valentiniano III ascendeu ao trono romano do ocidente com seis anos de idade.
1458 – Conquista de Alcácer Ceguer, pelo rei D. Afonso V, de Portugal.
1724 – Nasceu em Londres, Thomas Dunkerley, filho ilegítimo de George III, seguiu uma
carreira naval, tendo-se tornado um proeminente maçon nos Graus Simbólicos, no Real Arco nos
Modernos e nos Cavaleiros Templários, onde em 1791 foi nomeado seu G.M. Nacional. Foi iniciado
em janeiro de 1754 na Loja Three Tuns nº 31 em Portsmouth, tendo-se mudado para a Loja nº
160 de Londres, foi designado G.M. provincial de Hampshire e mais tarde de Essex,
Dorset, Essex, Gloucester, Somerset, Southampton, Bristol e ilha de Wight. Publicou numerosos
Charges, Pranchas e canções maçónicas (19/11/1795).
1817 – Nasceu em Toucy, Yonne, Pierre Larousse, gramático, lexicógrafo, livreiro
e editor francês, editou na Librairie Larousse, numerosos dicionários e a Grande
Enciclopédia Larousse (2/1/1875).
1819 – Nasceu em Lisboa, Anselmo José Braancamp, magistrado, político e
estadista, estudou na Univ. de Coimbra, envolveu-se na Patuleia, deputado, gov. civil
dos distritos do Sul, ministro e pres. do ministério, iniciado maçon (13/11/1885).
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 295 dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante)
Faltam 69 dias para terminar este ano bissexto
Dia das Missões, dia da Juventude Missionária, dfia da Aviação e dia do Aviador
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
EFEMÉRIDES DO DIA -Ir Daniel Madeira de Castro (Lisboa)
(Fonte: Livro das Efemérides - Históricas, Políticas, Maçônicas e Sociais - 2016)
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 3/30
1823 – Anunciada uma lista de acusação de 150 maçons na Madeira, membros de três Lojas, na
prática a burguesia da Ilha, condenados com penas de dois meses de prisão a degredo para Porto Santo,
Cabo Verde e Angola, ou a degredo perpétuo para Moçambique.
1839 – Faleceu em Lisboa, José Ferreira Pinto Basto, maçon (16/9/1774).
1842 – Instalada a Loja Regeneração, do Porto, no R.E.A.A..
1875 – Foi fundada em Lisboa a Sociedade de Geografia de
Lisboa, tendo como fundadores vários maçons, como: Cândido de
Figueiredo, Fonseca Benevides, Teófilo Braga e Mendes Leal.
1906 – Faleceu em Aix-la-Provence, Paul Cézanne (19/1/1839).
1908 – Instalada em Gândara dos Olivais, a Loja Portugal, n° 294 do G.O.L., no
R.E.A.A., abateu colunas em 26/9/1911.
1913 – Nasceu em Lisboa, Hermínia Silva Leite Guerreiro, cantora de fado e actriz,
começou a cantar nas sociedades de recreio, em 1929 destacou-se na revista no parque
Mayer, a sua voz castiça e a espontaneidade, valeram-lhe o reconhecimento do público,
renovou a arte de cantar o fado, revestindo a melodia de contornos alegres, populares e
alfacinhas, no cinema participou em Aldeia da Roupa Branca, O Costa do Castelo e Um
Homem do Ribatejo
(13/6/1993).
1931 – Faleceu em Lisboa, João Rodrigues Alves Coelho, natural de Arganil onde nasceu em
1882, músico ligeiro de revistas e operetas, iniciado maçon em 1926 na Loja Tolerância, de
Lisboa, com o nome simbólico de Wagner. Nasceu em Arganil em 1882.
1940 – Realizou-se a cimeira de Hendaya, entre Franco e Hitler, onde aquele pediu um
império em África, como condição da participação de Espanha na guerra.
1956 – Iniciou-se a revolta húngara contra a ocupação soviética.
1961 – Faleceu em Aveiro, Alberto Souto, maçon (23/71888).
1989 – Proclamada a república da Hungria, significando o rompimento total com o comunismo e com a
esfera de influência da U.R.S.S..
2002 – Sequestro de 800 pessoas num teatro em Moscovo, por um grupo armado independentista
tchetcheno, na operação de resgate, que durou três dias, as forças russas provocaram a morte de 50
guerrilheiros e de 115 reféns.
1724 Nasce Thomas Dunkerley, filho ilegítimo do rei George II, Maçom incansável, e figura destacada nos
Graus Simbólicos, no Real Arco e nos Cavaleiros Templários.
1980 Fundação da Loja Obreiros de Macaé nr. 2075 GOERJ/GOB
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
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O Ir Newton Agrella -
M I Gr 33 escreve aos domingos.
É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464
e Loja Estrela do Brasil nr. 3214
REAA - GOSP - GOB
newagrella@gmail.com
"ÁGUA"
Somos água em nossa compleição material e espiritual, especialmente porque
somos filhos de um planeta chamado "Terra" cuja composição é de cerca de 3
quartos de água.
Assim como a Terra, o corpo humano é composto 70% de Água, o que nos
remete à importância vital deste elemento.
A água que nos conduz pelos oceanos, singrando mares e ganhando os destinos
mais longínquos do planeta é nossa energia inspiradora para as mais diversas
atividades humanas.
É o elemento que simboliza a origem da vida, a fecundidade, a fertilidade, a
transformação, a purificação, a força, e a limpeza.
Não é por acaso que para grande parte das cerimônias iniciáticas o ser humano
se submete a água como agente de ligação e de transição de estado.
Do ponto de vista religioso em muitos credos a água simboliza a purificação e a
cura.
Isto se aplica não somente as religiões mais praticadas no mundo Ocidental
assim como no Oriente.
O rio Ganges na Índia é um exemplo dessa adoração e veneração pela água
que cura, transforma e remete o ser humano após sua morte, de seu estado
carnal para o espiritual - quando corpos são cremados e lançados nas águas do
referido rio como um processo de desintegração física e de caminhada espiritual
e de regeneração.
O Catolicismo por exemplo, vale-se da água durante a cerimônia do batismo que
quando jorrada sobre a cabeça da criança tem como finalidade "lavar" os
pecados e integra-la ao seio do cristianismo numa profunda ligação entre o ser
humano e Deus.
2 – Água
Newton Agrella
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 5/30
Essa simbologia tem seu valor associado ao poder sagrado.
Vale destacar que no antigo testamento, a água representava um símbolo de
vida enquanto no novo testamento ela passa a simbolizar o espírito, a vida
espiritual.
No Taoismo, religião com milhões de praticantes no Oriente a água se
traduz como um elemento associado ao feminino, o chamado "Yin" e
simboliza a sabedoria e as virtudes; enquanto o fogo é o elemento
masculino, "Yang".
Já no folclore Judaico, no momento da criação do mundo, Deus dividiu
as águas em inferiores e superiores para distinguir o feminino do
masculino, a segurança da insegurança.
Para os Vedas (antiga religião hindu) a água é o símbolo da Gênese, ou seja; do
nascimento e é chamada de "mâtrimâh", que significa "a mais materna".
Na Alquimia, a água é o segundo dos quatro elementos, depois da terra, e
simboliza a purificação.
No processo de Iniciação Maçônico e em especial no Rito Escocês Antigo e
Aceito, que é o mais difundido e praticado no Brasil, a Água se revela com um
dos elementos marcantes durante a chamada "terceira viagem" .
Nessa viagem a Água é passada ao candidato com o conceito da pureza da vida
maçônica, posto que para o Maçom o oceano é tido como um símbolo do povo,
ao qual o maçom deverá estar devotado.
Sem entrarmos no mérito conceptista e ritualístico, a prova finaliza com uma
ablução, que faz relembrar o batismo praticado por algumas religiões.
A água na qual o candidato mergulhou as suas mãos, serve de representação,
de imagem do vasto oceano.
Rizzardo da Camino cita com propriedade que "....a prova da Água, na terceira
viagem do candidato, faz menção ao elemento indispensável à vida, da qual os
oceanos constituem os depósitos.
Na atmosfera está o grande manancial que umedece a Terra com o constante
orvalho noturno, benção dos Céus, como sugere o Salmo 133 ...." :
"Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de
Arão, e que desce à orla das suas vestes.
Como o orvalho de Hermon, e como o que desce sobre os montes de Sião,
porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre"
Brindemos à Água como ciclo renovador e regenerador de Vida !
Fraternalmente
Newton Agrella
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O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”
Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico
“Aquiles Garcia” 2016 da GLSC.
Escreve às quartas-feiras e domingos.
JOHANN WOLFGANG von GOETHE
“Onde há muita luz, as sombras são mais profundas.”
O maior poeta da Alemanha. Em 1775, o duque Carlos Augusto de Weimar fez desse grande
homem seu ministro, onde uma carreira de estadista combinada à sua carreira de homem de letras e
sábia bem conhecida.
Desde jovem, Goethe se interessou pelo Hermetismo, mas segundo o seu biógrafo recente, ele só
teria se tornado maçom por exigência do duque, assim como teria entrado para a Ordem dos
Iluminados com o único objetivo de informar seu senhor sobre os projetos dessa sociedade.
Motivações assim tão prosaicas são surpreendentes. Alguns poemas maçônicos deixados por Goethe
e o seu conto esotérico A Serpente Verde dão uma impressão totalmente diferente. Goethe foi
iniciado em 1780, na Loja Amália, de Weimar. Escreveu seis livros ao todo, poesias líricas, épicas,
elegíacas e satíricas, dramas, ensaios e novelas - histórias fantásticas a respeito de mitos imortais,
diabos e deuses. Finalmente, reuniu todo esse gênio numa obra prima e deu Fausto ao mundo.
Levou trinta anos para escrever a primeira metade e vinte e cinco anos para completar a segunda.
A propósito de Goethe ao escrever Fausto era compreender a Humanidade - medir seus poderes e
definir seus deveres. A nota principal do poema soa no prólogo. Deus e o Diabo fazem uma aposta
sobre a alma do Homem. O Diabo não respeita os mortais. É o céptico eterno, o espírito da negação.
Crê que não ser é melhor que ser. Não vê senso no jogo incessante do destino que cria os homens
apenas para destruí-los. Preferiria o vácuo eterno ao mundo feito para uma desnecessária viagem
através do tempo e do espaço. Sua ocupação, portanto, é opor-se à criação e negar a bondade dos
homens e dos deuses. Até o velho Dr. Fausto, o mais ilustre e o mais reto dos mortais, afirma o
Diabo, pode cair às palavras manhosas, bastando que o espírito mau se dê ao trabalho de tentá-lo.
Mas Deus é mais sabido. É verdade, admite que a vista do Homem é imperfeita e que ele sempre luta
em meio a uma neblina de semi-escuridão. Luta e peça durante toda a sua existência.
No entanto, embora pecando, caminha instintivamente para a luz. E assim concordam que o
Diabo deve tentar Fausto e ver se pode destruir a parte imortal de sua alma. De acordo com a aposta,
o Diabo será declarado vencedor se Fausto achar o momento que passa tão belo que não queira
passar para o momento seguinte. Na primeira metade da história, Goethe relata como o Diabo
restaura a juventude de Fausto e tenta-o com muitas das egoísticas alegrias da vida: a beleza, a
riqueza, a sensualidade, o desleixo e os prazeres sem responsabilidade do amor. Mas em todas as
suas peregrinações não encontra um único momento de felicidade, nem um único momento ao qual
possa dizer: Verweile doch, du bist só schon (Fica mais um pouco, és tão belo). O Diabo oferece-lhe
3 – Johann Wolfgang von Goethe
João Ivo Girardi
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 7/30
cidades, reinados, castelos, belas mulheres, gloriosas realizações e fama eterna. Mas ele não se
satisfaz. Os prazeres da juventude não lhe trouxeram senão desilusão.
Atingido pela cegueira, está finalmente disposto a desistir da sua busca crônica da felicidade. Mas
o que é estranho é que no mesmo momento em que renuncia à felicidade, encontra-a. Começa um
projeto de drenagem dos pântanos próximo ao mar e de adaptação para que possam ser habitados. Aí
construirá novos lares, sobre solo livre, para milhões de pessoas que gozarão melhor de sua
liberdade, conquistando-a de novo pelo labor cotidiano. Esta ideia encheu-o de alegria. É a meta
semi-olvidada para qual o caminhou inconscientemente através da vida. É, por fim, o momento
dourado ao qual pode dizer: Fica mais um pouco, és tão belo. E agora que chegara o momento
supremo da vida, a vida chegava ao fim.
O Diabo ganhara, aparentemente. Reclama a alma de Fausto como preço de sua vitória. Mas os
anjos descem entre uma chuva de rosas e levam sua alma para o céu. Fausto errara gravemente, era
certo, mas no meio de todos os seus erros lutara instintivamente pela luz. A primeira a se encontrar
com ele no céu foi Margarida. Pecara e morrera pelos pecados de Fausto. Mas tudo fora perdoado
esquecido. Sua missão agora era mostrar-lhe o caminho. Porque a Mulher é a eterna Salvadora do
Homem. E assim, tendo completado a obra suprema de sua vida. Goethe, como Fausto, estava
preparado para dormir. Por fim, a 16 de março de 1832 fechou os olhos e a Canção de sua vida
desvaneceu no silêncio eterno. Suas últimas palavras audíveis foram: Mais Luz! (Fonte: A História
da Raça Humana, Henry Thomas).
MAÇONARIA
1. Johann Wolfgang von Goethe nasceu em Frankfurt (1749) e faleceu em Weimar (1832). É um
lugar comum sempre repetido o se dizer que Goethe é o maior homem de letras e o maior maçom
da Alemanha. As influências maçônicas na obra de Goethe mereceriam um estudo profundo. Aqui
só podemos apresentar um ligeiro esboço do que foi a presença da Maçonaria nas extensas atividades
desse extraordinário poeta, dramaturgo, romancista, cientista e homem de Estado.
Como romancista, foi um dos precursores do movimento romântico com Os Sofrimentos do
Jovem Werter, tendo escrito também A Missão Teatral de Wilhelm Meister, Os Anos de
Aprendizagem de Wilhelm Meister, Os Anos de Viagem de Wilhelm Meister e As Afinidades Eletivas.
Como dramaturgo, escreveu o Fausto I e o Fausto II, duas obrar primas que se revelaram mais do
que suficientes para inscrever definitivamente seu nome no rol dos grandes vultos da Literatura
Universal. Entre seus escritos para o teatro merecem referência também O Grão-Cofta, Ifigênia em
Tauride, Egmont e Torquato Tasso.
Como poeta, deixou obras primas como o Divã Ocidental e Oriental,que contribuiu para despertar
o interesse da Europa pela literatura do Oriente Islâmico. Legou-nos também epopéias como
Hermann e Dorotéia e inúmeros poemas líricos, elegias, epigramas e canções (Lieder). Como
cientista, fez pesquisas em Botânica e Mineralogia, elaborou uma Teoria da Cores em que se
manifesta em frontal oposição à Ótica newtoniana, e, no campo da Anatomia Humana, cabe-lhe a
glória de ter descoberto o osso intermaxilar. Como homem de Estado, serviu por longos anos seu
amigo, o Grão-Duque Carlos Augusto de Weimar, como conselheiro, ministro e assessor de assuntos
culturais, artísticos e educacionais. Em seus textos autobiográficos, como Poesia e Verdade, A
Campanha da França, O Cerco da Maiença e Viagens na Itália revela-se como uma testemunha
privilegiada dos derradeiros anos do Ancien Regime, da Revolução Francesa e das Guerras
Napoleônicas. Suas ideias artísticas, literárias e filosóficas ficaram registradas nas Conversações com
o secretário e amigo Eckermann que as anotou cuidadosamente.
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Goethe foi submetido às provas da Iniciação Maçônica no dia 23 de junho de 1780 na Loja
Amalia zu drei Rosen (Amália das Três Rosas) de Weimar. Desde então, a Maçonaria se torna
uma influência constante em sua produção literária, ao lado de outros temas iniciáticos que o
fascinavam como a Cabala, a Alquimia e a Tradição Rosa-Cruz. É interessante lembrar que, por
outro lado, considerava-se um paranormal, capaz de entrar em contacto com o mundo invisível.
Sabemos também que ele se fez iniciar, juntamente com o Grão-Duque Carlos Augusto, na Ordem da
Estrita Observância Templária, e que participou, também da controvertida sociedade secreta
conhecida como Os Iluminados da Baviera.
Não foi ele exatamente um maçom assíduo aos trabalhos de sua Oficina, mas esteve presente
na mesma nos momentos decisivos de sua história e dedicou vários de seus poemas à Maçonaria,
como o que apresentamos abaixo, onde é evidente a influência da temática do Terceiro Grau:
Nostalgia Bem-Aventurada: Não o digas a ninguém, exceto aos sábios, /Pois a multidão está
sempre pronta para ridicularizar. /Eu quero louvar o ser vivente /Que aspira morrer na chama. /No
frescor das noites de amor, /Onde recebes e doas tua vida, /Um sentimento estranho te arrebata,
/Quando brilha o archote imóvel. /Não mais permaneces encerrado /Na tenebrosa sombra; /E um
desejo vivo te arrebata, /Rumo a mais elevados esponsais. /Nenhuma distância te faz hesitar, /Tu
acorres a voar, fascinado pela chama. /E, finalmente, amante da luz, /Ó borboleta! – Eis que és
consumida! /Enquanto não tiveres compreendido /Este ‘Morre e transforma-te!’, /Não passarás de
um obscuro passante /Sobre a terra tenebrosa.
A primeira obra de Goethe onde está presente a influência maçônica é a comédia O Grão-Copta
(1791) que aborda de maneira crítica e sarcástica a figura de José Bálsamo, conhecido como Conde
de Cagliostro, que percorreu as cortes da Europa nos fins do século XVIII, intitulando-se Grão-
Mestre da Maçonaria Egípcia e envolvendo-se em grandes escândalos antes de terminar seus dias
numa masmorra da Inquisição Romana. Na peça vemos uma cena de iniciação ao Rito Egípcio de
Cagliostro, em que o autor ridiculariza o charlatanismo e a superstição, e não, evidentemente, a
Maçonaria séria. Em 1784 começou a trabalhar no poema Geheimnisse (Os Mistérios) que restou
inacabado. No fragmento que chegou até nós, vemos mescladas influências maçônicas e
rosacrucianas. Nele é contada a história de um peregrino, o Irmão Marcos, que chega a um misterioso
edifício erigido em um vale perdido, na porta do qual se vê a misteriosa imagem de algumas Rosas
enlaçadas em uma Cruz. Quem terá enlaçado estas Rosas na Cruz? – indaga a si mesmo, intrigado
com o mistério. Marcos é então recepcionado por uma misteriosa confraria formada por doze
cavaleiros reunidos em torno de um Superior de nome Humanus. Representam eles todas as religiões
e seu objetivo é perpetuar e dar a conhecer uma mensagem sagrada, pois cada religião detém uma
parte da Verdade, que deve convergir com as demais e com elas se fundir.
A ideia central do poema é a de que todas as religiões e filosofias confluem para um pequeno
número de ideias comuns, ligadas ao conceito de Humanidade. Em 1795 vemos Goethe tentando
escrever uma sequência para a ópera maçônica de Mozart A Flauta Mágica. Goethe via em Mozart,
iniciado na Maçonaria quatro anos depois dele, uma espécie de irmão espiritual. O que o empolgou
na ópera mozarteana foi justamente sua mensagem iniciática de cunho maçônico. Não encontrando
nenhum compositor suficientemente genial para compor uma música digna de ombrear com a de
Mozart para sua obra, Goethe desistiu de terminá-la. Ainda em 1795 escreve Goethe o enigmático
Märchen (O Conto), mais conhecido como O Conto da Serpente Verde, texto obscuro pleno de
imagens alquímicas em que podemos discernir também passagens inspiradas pelo Ritual do Mestre
Maçom. O ciclo de romances centrado no personagem Wilhelm Meister é a obra goetheana em que
mais patente se mostra a influência maçônica. O ciclo narra a trajetória do jovem Meister que deixa
uma posição social confortável para se dedicar a sua grande paixão, o teatro. No início da obra é um
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 9/30
rapaz imaturo, no fim um homem amadurecido e cheio de experiência e sabedoria. Podemos ver no
nome do personagem uma alusão ao Mestre Maçom e interpretar o complicado enredo da série como
uma alegoria da marcha do Aprendiz rumo à Maestria.
Nos momentos mais críticos de sua jornada, Wilhelm Meister é ajudado por uma organização
misteriosa, a Sociedade da Torre, onde é fácil perceber uma discreta alusão à Maçonaria. A Ordem
Maçônica também está presente em As Afinidades Eletivas. No Fausto, a obra prima de Goethe onde
um velho sábio é rejuvenescido através de um pacto com o diabo (Mefistófeles) e termina por ter a
alma salva após uma longa caminhada em busca de algo que o faça se sentir realizado, existem
também veladas alusões à Ordem Maçônica, ao lado de um simbolismo alquímico bastante evidente..
O seguinte pensamento goetheano praticamente resume a visão que o poeta tem da Maçonaria: Nossa
associação tem o dever de desenvolver, no Eu de cada um de seus membros, o sentimento
religioso, sem nenhuma referência particular. As últimas palavras de Goethe, proferidas instantes
antes de fechar definitivamente os olhos para este mundo, no dia 22 de março de 1832, foram: Mehr
Licht! ou seja: Mais Luz! Uma breve frase plena de ressonâncias simbólicas associadas à Maçonaria.
(Fonte: Revista Maçônica - A Verdade Nº 431 - Julho/Agosto de 2002).
2. Luvas: (...) Quando Goethe foi iniciado (23 de Junho de 1780), ofereceu o par de luvas brancas
que recebeu na Loja à condessa Von Stein e observou a ela que, se o presente era insignificante,
pelo menos um maçom não poderia ofertá-lo mais do que uma única vez em sua vida. As. Luvas
Brancas são usadas na Maçonaria como símbolos de pureza, de inocência, de candura.
3. Complemento GLSC: O germânico e imortal gênio da Literatura Universal - Goethe -, que
além de poeta era também maçom, conhecia com perfeição todo o simbolismo maçônico; perpetuou
esse conhecimento com estas palavras, poeticamente escritas:
A conduta do Maçom, modelo é de existência, cuja luta dura toda a vida dos homens. /O futuro
guarda no íntimo de seu seio alegrias e tristezas; porém, nós Maçons avançamos para ele sem que
nada nos acovarde. /Ante nossos olhos se abre o velado e sombrio portal aonde os mortais chegam a
seu termo. Sobre nossas cabeças dormem estrelas silenciosas; sob nossos pés, tumbas silenciosas.
/E, enquanto contemplamos ansiosos esse presságio de terror, acercam-se o fantasma e o horror
para encher de dúvidas e temores perturbadores os mais valentes. /Mas ouve o clamor da opinião
dos mundos e dos séculos. /Elegei bem, porque a eleição é breve mas infinita. Oh! Valentes! No
silêncio da Eternidade certos Olhos os contemplam. Aqui tudo é pleno de recompensa; trabalha com
empenho e coragem e não percais a esperança. (CII2ºIMM - O Simbolismo da Palavra Perdida).
Finalizando: Este verbete é uma homenagem a mais nova Oficina da Grande Loja de Santa Catarina:
A Loja Wolfgang Goethe Nº 113, do Oriente de Joinville. Parabéns Irmãos pela homenagem
prestada a este grande personagem da literatura mundial. Como disse o grande poeta: Escolha bem.
O momento da escolha é breve, mas as consequências são para sempre.
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O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve às quartas-feiras e domingos.
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Santana do Livramento – RS
ronaldoviega@hotmail.com
BREVES ENSINAMENTOS SOBRE A HUMILDADE
E A SIMPLICIDADE, COM BASE NO TALMUD
“A pessoa só é humilde, nas raríssimas ocasiões em que é – no absoluto anonimato.
Quando a luz dos refletores, hoje gigantescos e em toda a parte, se acende sobre a
humildade, a mesma vai pro brejo. E a vaidade, consciente ou inconscientemente
reprimida, surge imensa, irrefreável, cobrando todos os seus direitos, juros e lucros
cessantes. Embora continue escondida (para quem não conhece a natureza humana)
sob um blindado de falsa humildade”. (Millôr Fernandes)
INTRODUÇÃO
Num mundo, tal como esse que vivemos hoje em dia, onde é possível
constatarmos cada vez mais a materialidade se sobrepondo à espiritualidade, onde “ter” é
sempre mais relevante que “ser”, onde o orgulho, as vaidades e a prepotência são estimuladas
a torto e a direito, num primeiro exame, portanto, superficial, seria fácil estabelecer uma relação
direta do humilde com aquele que nada de valor possui e que, vive em completa pobreza
material.
Recorrendo a um dicionário podemos constatar que a “humildade” tem várias
acepções, e entre elas, podemos encontrar desde a que diz respeito a ausência completa de
orgulho, até as que podem significar também, “pobreza’ e “modéstia”.
Mas, nada é tão simples assim: a humildade é uma nobre aquisição do espírito, e
de parte daqueles que reúnem qualidades outras, como sejam, a complacência, a tolerância, a
benevolência e a indulgência. Isso está longe de significar que tais qualidades ou virtudes
abundem em nosso mundo, pelo contrário, todas atravessam por um período (longo) de
escassez. É só olhar para os lados, quando dispostos a enxergarmos. Sendo do espírito, a
humildade se contrapõe à materialidade, esta última, cada vez mais presente no mundo de
hoje. E quem é pobre ou é modesto, cedo ou tarde vai se deparar e conhecer a arrogância, a
prepotência e a soberba bem de perto, pois, a história tem registrado que (salvo exceções)
quem detém o poder, manda e não pede. O dia-a-dia da maioria das pessoas simples e
4 – Breves Ensinamentos sobre a Humildade e a Simplicidade,
com base no Talmud - José Ronaldo Viega Alves
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 11/30
humildes, e aqui, independentes de época, são riquíssimos em exemplos do tipo: “Você sabe
com quem está falando”?
DEFINIÇÃO DE HUMILDADE
Humildade vem do termo latino humilitas. É a qualidade do ser humilde, e que
contrasta com a atitude da arrogância. A humildade é uma condição onde inexiste a arrogância
e o orgulho é rejeitado. A humildade pode ser considerada ainda, uma atitude de modesta
auto-estima.
Do ponto de vista maçônico, na definição do Irmão Nicola Aslan em seu dicionário
enciclopédico está posto: “Virtude que conduz o indivíduo à consciência de suas limitações, de
suas fraquezas e do seu pouco mérito, pelo que não se deixa lisonjear pelos elogios. É uma
das virtudes mais recomendadas pela Maçonaria e serve de base para alguns de seus Graus.”
Ainda, em outro dicionário maçônico, de autoria do Irmão João Ivo Girardi, podemos ler com
relação a este verbete:
“4. Humildade não significa servilismo, ela é uma virtude e não um defeito. Uma demonstração
de humildade é dada em nossas Lojas, quando após a Venerabilidade e, em seguida um ano
de Mestre Instalado (como Venerável mais Moderno) o Irmão passa a ocupar um cargo no
Ocidente como Guarda do templo, uma função hierarquicamente inferior.”
Convenhamos que essa situação, não deve ser muito comum, não é mesmo?
OS ENSINAMENTOS DO TALMUD SOBRE A HUMILDADE E A SIMPLICIDADE
A humildade (anavá, em hebraico) é tida como mais difícil e a mais bela das
qualidades, assim como, por ser entregue à mais íntima consciência da pessoa, é a mais fugaz
de todas as qualidades.
Vejamos a seguir, um processo espiritual, retirado do Talmud, que diz assim: “O
estudo conduz à precisão, a precisão conduz à vigilância, a vigilância conduz ao asseio, o
asseio conduz à moderação, a moderação conduz à pureza, a pureza conduz à virtude, a
virtude conduz à humildade, a humildade conduz ao medo do pecado, o medo do pecado
conduz à santidade, a santidade conduz ao espírito sagrado, e o espírito sagrado conduz à
vida eterna.”
Na verdade, cada um desses passos é um processo espiritual por si só, e que
devem ser colocados em prática por todos aqueles que escolheram o caminho judaico da
iluminação, mas, nada que não sirva de exemplo para os seres humanos na sua totalidade.
Podemos perceber que está evidenciada aí a relação virtude-humildade, assim como, o quanto
ela é fundamental para que o homem judeu alcance a condição de um “tzadik” (que em
hebraico, significa homem justo, probo). A humildade, já consubstanciada então, em virtude, é
um dos predicados fundamentais.
E o homem Maçom, o que segue os preceitos da Ordem, o que lapida a sua pedra
bruta constantemente, o que tem consciência do trabalho que deve realizar, este sabe e tem o
dever de fortalecer, através do exercício ininterrupto, a humildade, pois, então estará
exercitando também a sua tolerância, base para a aceitação do outro.
Quando utilizada uma linguagem mais moderna, o processo espiritual visto
anteriormente pode exibir a seguinte roupagem: “o aprendizado conduz ao respeito, o respeito
conduz à generosidade, a generosidade conduz a atos de bondade amorosa, os atos de
bondade amorosa conduzem à moderação no estilo de vida, a moderação no estilo de vida
conduz à pureza de pensamentos, a pureza de pensamentos conduz à alegria, a alegria
conduz ao desprendimento, o desprendimento conduz à reverência, a reverência conduz à
equanimidade, a equanimidade conduz a estados mentais extraordinários, e os estados
mentais extraordinários conduzem à vida eterna. (consciência de Deus).”
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No excerto acima, quando é citada a “moderação no estilo de vida”, certamente se
está falando em algo que remete à simplicidade, ou em uma condição que seria básica para o
homem moderno, onde muitos são dados à ostentação gratuita. Aliás, no mundo em que
vivemos hoje em dia, parece que a ordem mesmo é exibir o máximo que um puder, seja poder,
posses ou influências
CONCLUSÃO
Aos olhos do Cristianismo, a humildade também é vista como uma das virtudes
principais, pois, nos resguarda do orgulho.
No que tange às opiniões de alguns filósofos, nem todos são unânimes em louvá-la
como sendo uma virtude. Nietzche viu-a como uma qualidade que os poderosos louvam nos
fracos, mas, pelo fato de que ela serve-os na finalidade de mantê-los sob sua sujeição. E aqui,
podemos ver como Nietzche captou bem a marcha da humanidade. Ou seja, desde que o
mundo é mundo...
Voltando ao que o Maçom deve buscar e desejar, assim como, às atitudes do
Maçom perante a sociedade, não será exigido dele que (com base nos processos escritos
acima) busque atingir a iluminação no seu sentido judaico e, portanto, religioso, mas, que ele
extraia daí o máximo do que eles podem propiciar esses ensinamentos, ou na ordem
apresentada (seder, em hebraico), a de que o homem para estar o mais próximo da justiça e da
probidade, deve se comportar de forma a combinar a humildade e a simplicidade, pois,
ninguém conseguirá exercer a humildade se não se colocar como diminuto que é ante a
grandeza do universo. Enquanto formos prisioneiros dos nossos egos, dos nossos pequenos
mundos, não sairemos da “concha escura que representa o EU”. Devemos ser humildes,
devemos também, falar, escrever e agir com simplicidade. Devemos, nós Maçons, usar da
moderação em nosso estilo de vida, o que vai condizer melhor com a nossa condição. Quando
lemos ou ouvimos que, “A Maçonaria é, portanto, o progresso contínuo, por ensinamentos, por
uma série de Graus, por promoções sucessivas, visando incutir no íntimo dos homens a LUZ
ESPIRITUAL e DIVINA que, afugentando os baixos sentimentos de materialismo, de
sensualidade e de mundanismo, invocando, sempre, o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO,
os torne dignos de si mesmos, da Família, da Pátria e da Humanidade.”, estamos realmente
almejando e buscando isso tudo, não?
Ou podemos cogitar aqui que alguns Maçons possam desejar Graus e Cargos com
outras intenções que não sejam as do curso natural da evolução do homem-Maçom?
CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS:
Revistas:
ESPIRITISMO & CIÊNCIA ESPECIAL” - N° 61 – Mythos Editora
Livros:
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Editora Maçônica “A Trolha”
Ltda. 2012
CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” - Vol. 3 - Editora Hagnos - 2008
COOPER, David A. “A CABALA e a Prática do Misticismo Judaico” – Editora Campus – 2006
GIRARDI, Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite – Vade-Mécum Maçônico“ – Nov Letra Gráfica e Editora Ltda. 2008
PEQUENO DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO “KOOGAN-LAROUSSE” - Editora Larousse do Brasil - 1980
ROTMAN, Flávio. “AMÉM – O Povo Judeu Fez um Pacto com Deus” -Editora leitura - 2006
RITUAL E INSTRUÇÕES DO GRAU DE APRENDIZ-MAÇOM DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO –
2010-2013 – GORGS
UNTERMAN, Alan. “Dicionário Judaico de Lendas e Tradições” Jorge Zahar Editor – 1992
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O Ir Hercule Spoladore –
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
hercule_spolad@sercomtel.com.br
“O AREÓPAGO DE ITAMBÉ E SUA INFLUÊNCIA
NAS REVOLUÇÕES BRASILEIRAS”.
Subtema: JOÃO RIBEIRO (Pessoa de Mello Montenegro),
O MENTOR DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
O Iluminismo ou Ilustração caracterizou-se no século XVIII, também chamado ”século da
luzes” pelas suas influências culturais em todos os segmentos da sociedade humana da
época ensinando o Homem a liberar-se dos excessos das autoridades, dos preconceitos
das tradições das convenções e retirando-lhe a viseira intelectual que lhe embaçava a
mente, fazendo com que ele enxergasse o mundo de forma real, pelo menos mais real
do que vislumbrava naquela época tão sufocada pela ignorância quando os homens do
poder espiritual e temporal faziam questão de submeter a humanidade incauta a toda
sorte de escravidão talvez até como autodefesa de seus interesses. Sabiam que se o
Homem se instruísse por pouco que fosse ele acabaria por modificar o mundo e esse
mesmo poder ruiria por terra.
Este movimento caracterizou-se por apresentar várias tendências, tornando a Filosofia
mais divulgada, fazendo com que o povo tivesse mais conhecimento da razão,
vulgarizou a ciência empírica, divulgou conceitos sociais e políticos adequados e entre
eles o respeito ao ser humano e a liberdade dos povos.
As idéias liberais e a propagação do conceito de democracias livres, alguns dos frutos
imediatos e diretos da cultura iluminista, que pautou pelo domínio da razão, revisou
todos os valores que até então norteavam o pensamento humano. Esta transformação
social tomou conta de toda a Europa alem de, como conseqüência se propagar por
todas as colônias que a maioria dos países daquele continente possuía em outras partes
do mundo aonde exploravam seus míseros habitantes, exaurindo-lhes todas as riquezas
naturais e a maioria das vezes, escravizando-os física ou culturalmente.
Entre os continentes explorados contavam-se as Américas do Norte e do Sul.
Estas idéias também chegaram ao Brasil para se implantar aqui definitivamente com
muito suor e sangue, através dos estudantes, filhos de brasileiros e de portugueses, um
pouco mais abastados que podiam mandar seus filhos estudarem na Europa
especialmente nas faculdades de Coimbra em Portugal, Montpellier na França, e de
Londres na Inglaterra além de outras universidades.
5 –“O AREÓPAGO DE ITAMBÉ E SUA INFLUÊNCIA
NAS REVOLUÇÕES BRASILEIRAS” - Hercule Spoladore
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Estes jovens ao voltar ao Brasil, não trouxeram apenas seus diplomas de um curso
superior, mas trouxeram também um pensamento novo, totalmente liberal, humano,
racional de valorização do ser humano em si e essencialmente libertário com relação a
sua condição de colônia de Portugal. Instigados por estas idéias e ainda pelos sucessos
da Independência dos Estados Unidos em 1776 e pela Revolução Francesa em 1789,
nasceu no coração e na mente daqueles jovens um desejo ainda maior de liberdade
deste país.
O mesmo fenômeno ocorreu mais ou menos na mesma época em toda a América
Latina.
A grande maioria destes moços foi iniciada em lojas maçônicas na Europa. Ao
regressarem à Pátria iniciaram uma doutrinação lenta e constante que foi aumentando
aos poucos culminando com a Independência do Brasil talvez não da maneira em que
eles tanto sonharam, ou seja, na forma republicana, mas de qualquer forma, em fim,
livres.
A maneira de propagar estes novos conceitos foi a de se reunirem secretamente, já que
eram inimigos da Coroa em potencial e também para se precaver contra a repressão
das autoridades portuguesas. As organizações libertárias eram formadas por maçons e
não maçons. Havia inicialmente clubes secretos, academias e pseudolojas maçônicas e
outras entidades afins. Ressalte-se que as lojas maçônicas fundadas no final de “século
das luzes" especialmente no seu último quarto não eram lojas como as conhecemos
hoje, pois atualmente funcionamos com uma ritualística bem definida, em templos
ornamentados e bem decorados, com todos os símbolos presentes e em tempo de paz.
As lojas daquela época eram eminentemente políticas revolucionárias, e eram tempos
de revoluções que poderiam acontecer a qualquer momento. Acreditamos mesmo que
as iniciações não obedeciam ao rigor que seguimos nos tempos atuais.
Como estes agrupamentos se confundiam especialmente quanto as suas
denominações, sabemos que os maçons pertenceram a todos eles alem das lojas
maçônicas, as quais eram filiados. Faremos uma listagem cronológica destes.
movimentos com alguma dificuldade as vezes, quanto às datas de suas fundações, já
que existem discrepâncias entre os autores, justamente por falta de maiores
informações da época, pois tudo era secreto.
Inicialmente apenas para registrar, mencionaremos uma provável loja maçônica ou
organização paramaçônica que existiu, chamada Academia Brasílica dos Esquecidos,
fundada em 07.03.1724 e que teria sido a primeira loja maçônica do Brasil segundo
alguns autores. É muito pouco provável porque não se tem respaldo histórico e
documental. O primeiro iniciado teria sido o Padre Gonçalo Soares de França e os
outros membros da Loja foram o Coronel Sebastião da Rocha Pitta e o Desembargador
Caetano de Brito alem de outros filiados. Como esta Loja não teve muita atividade ela
adormeceu em 04/02/1725, data esta em que suas atas foram queimadas.
As Lojas ou academias, ou outras organizações que citaremos a seguir, tiveram desde o
seu inicio, atividades francamente político conspirativas.
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a) Academia dos Renascidos. Fundada em 17.01.1759 em Salvador Bahia. A sua divisa
era “Multiplicabo Dies”, o seu selo uma Phenix com a inscrição “Ut vivam” Nesta
academia reuniam-se intelectuais que falavam de coisas estranhas e se comportavam
de maneira diferente. Possivelmente, já estariam usando algum tipo de ritual, sem
dúvida.
b) Sociedade Literária do Rio de Janeiro fundada em 1786 por Inácio da Silva Alvarenga
e Basílio da Gama, que segundo os autores era uma loja maçônica disfarçada. Era
protegida pelo vice-rei de Portugal Dom Luiz de Vasconcelos, membro da Academia de
Letras de Lisboa e grande iluminista. Foi substituído pelo Conde de Resende, este por
sinal inimigo dos iluministas, dissolveu a dita sociedade em 1794.
Domingos Vidal Barboza, um dos inconfidentes teria pertencido a este grupo.
c) Inconfidência Mineira (1792), talvez o maior movimento pró independência
considerado pela História. Dela fizeram parte, dois maçons comprovadamente filiados:
José Álvares Maciel e Domingos Vidal Barboza. Muito embora na realidade este levante
tenha sido mais uma conspiração de inconfidentes endividados perante a Corte, a
chama da liberdade foi apregoada em todo o seu transcorrer e Tiradentes sem ter sido
Maçom é o nosso mito da Independência.
d) Fundação do Areópago de Itambé pelo Dr. Manuel de Arruda Câmara em 1796.
Desta instituição nasceu o germe revolucionário de 1817 e também da Confederação do
Equador de 1824, sendo que, este último movimento revolucionário ocorreu numa fase
em que o Brasil já estava politicamente livre de Portugal Muitos destes movimentos
estão citados porque existiu alguma coisa
existem registros, houve alguma movimentação, os patriotas tentaram fazer uma
revolução, mas em realidade por algum problema não foi levada à ação, sendo que as
vezes o movimento morreu no próprio nascedouro. Mas com relação ao Areópago, este
foi comprovadamente o berço de verdadeiros patriotas e idealistas dispostos a darem a
sua própria vida em favor da causa que abraçaram com tanto ardor e que tiveram
sucesso, pois suas idéias prevaleceram finalmente.
O Areópago de Itambé, sociedade secreta criada propositalmente entre a divisa de
Pernambuco com a Paraíba, longe dos maiores centros foi a primeira e verdadeira
escola de revolucionários do Brasil, onde os ensinamentos foram teóricos, profundos e
duradouros. Pregavam uma revolução doutrinada que no seu devido tempo iria inflamar
a colônia trazendo sua liberdade em forma de república. O Areópago foi dissolvido em
1801, mas deixou a sua marca indelével. Era uma entidade paramaçônica.
Em 14.07.1797 teria sido fundada uma loja maçônica a bordo da fragata francesa “La
Preneuse” na Bahia, pelo comandante Larcher denominada “Cavaleiros da Luz” Seus
fundadores teriam sido: José da Silva Lisboa, Padre Agostinho Gomes, Cypriano Barata,
Ignácio Bulcão, Francisco Muniz Barreto, Domingos da Silva Lisboa, José Borges
Barros e o tenente Hermógenes de Aguiar Pantoja. Hoje, modernamente se rejeita esta
possibilidade, pois foi comprovado que tal fragata francesa apenas aproximou-se das
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nossas costas, mas não foi fundada qualquer Loja a bordo como querem alguns
historiadores. Não há registro deste provável evento.
e) Em 1800 o Bispo Dom José da Cunha Azeredo Coutinho funda o Seminário de Olinda
que também foi um núcleo importante de doutrinação, pois no corpo docente se
destacaram os Padres João Ribeiro o Padre Miguel Joaquim de Almeida Castro o
“Padre Miguelinho” e Frei José Laboreiro já conhecidos como padres revolucionários e,
como tais, puderam influenciar a juventude que estudava no Seminário. Mas não era
uma loja maçônica. Era uma organização paramaçônica.
f) Loja “Reunião” ou União” fundada possivelmente em 29/07/1800. em Niterói. Esta
seria a primeira Loja regular fundada no Brasil, ocasião em que o comandante
Landolphe representante do Círculo do Oriente da Ilha de França esteve presente e deu
o reconhecimento necessário. através de uma Carta Constitutiva.
g) em 1802 funda-se em Pernambuco a Academia Suassuna que veio substituir o
Areópago e que passou para a história como a “Conspiração dos Suassunas”
Pretendiam chamar sobre si a proteção de Napoleão Bonaparte. Esta conspiração não
passou para a diante, pois houve delação sendo os principais lideres do movimento,
foram presos. Já estava ali, entretanto, a semente do Areópago germinando. Foram
seus fundadores, os Padres Francisco de Paula Cavalcanti Frei Caneca e Padre
Miguelinho.
Em 05.07.1802 funda-se a Loja “Virtude e Razão”, na Bahia que seria segundo alguns
autores, a sucessora da Loja “Cavaleiros da Luz”.
Em 1804 são fundadas no Rio de Janeiro as Lojas “Consciência “e “Filantropia”.
Em 1809 funda-se em Olinda a Loja “Regeneração”, sendo considerada como a primeira
loja regular de Pernambuco. Ela foi fundada pelo Padre João Ribeiro, Padre Luiz José
Cavalcanti, Padre Miguel Joaquim de Almeida Castro.
Em 1812 funda-se na Praia Grande na freguesia de São Gonçalo a Loja “Distinctiva”.
Em 1812 funda-se em Recife a Loja “Restauração”.
Em 1813 funda-se na Bahia o Grande Oriente Brasileiro formado pelas Lojas
“Humanidade” “Virtude e Razão” e “União”, lojas estas, todas de Salvador, sendo
proclamado seu Grão-Mestre Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Este Grande Oriente
teve vida efêmera.
Cita-se em vários livros uma Grande Loja Provincial de Pernambuco formada pelas
Lojas “Restauração” ”Patriotismo” e “Guatimozim”, mas não são claras as datas de
fundação. Estas Lojas teriam sido fundadas a partir de 1812. Juntamente com estas
Lojas foram criadas mais duas “Pernambuco do Oriente” e “Pernambuco do Ocidente”.
Os negociantes Antônio Gonçalves da Cruz (Cabugá) e Domingos José Martins teriam
fundado as Lojas “Pernambuco do Oriente” e “Pernambuco do Ocidente depois de
1814.”.
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Em 1815 funda-se no Rio de Janeiro a Loja “Comercio e Artes”.
Em 1816 é instituída em Olinda a Academia Paraíso, continuadora dos ideais do
Areópago de Itambé e da Academia dos Suassunas, fundada pelo padre Miguelinho e o
Dr. José Luiz de Mendonça. A ela é atraído o espírito liberal do Padre João Ribeiro e
ainda vem se ajuntar ao grupo Domingos Martins. Trabalharam no Hospital de Paraíso
que Paes Barreto administrava e lá surgiu a Academia do Paraíso. Todos os
participantes desta Academia, foram figuras importantes na Revolução de 1817.
Nesta mesma época fundam-se outras academias, a saber: Academia de Igarassu, na
residência do capitão-mor Francisco de Moraes Cavalcanti e a Academia Universidade
Democrática na residência do Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrade. Ele foi associado
à Academia de Paraíso. Na casa do negociante Antônio Gonçalves da Cruz (Cabula) foi
fundada mais uma academia. Algumas destas academias depois se transformaram em
lojas. Em 1819 funda-se o Rio de Janeiro o “Clube Recreativo e Literário da Velha
Guarda” por Gonçalves Ledo que durou até 1821.
Em 17 de junho de 1822 funda-se no Rio de Janeiro a partir do desmembramento da
Loja “Comercio de Artes” mais duas Lojas: “Esperança de Nicteroy” e “União e
Tranquilidade”, o Grande Oriente Brasiliano, era antes de mais nada um clube
revolucionário cujos membros iriam influir decisivamente na Independência do Brasil.
Todas estas entidades nominadas quer seja em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro ou
em outros locais havia algo em comum: Maçons e Independência do Brasil de
preferência na forma republicana. E esta liberdade não foi fácil de consegui-la. A luta
pela sua concretização durou várias décadas, muito sangue se derramou. Mas ela foi
envolvente e aumentou qual uma bola de neve. Entretanto, não fosse a obstinação de
nossos heróis ela não teria sido conquistada. Hoje pouco se conhece sobre este período
de ouro da história deste país. A maioria destes abnegados que deram a sua vida pela
Pátria são pouco conhecidos. Só se menciona para uso didático a Inconfidência Mineira
e o famoso Grito do Ypiranga. Os heróis pernambucanos estão mal lembrados.
Entre tantos heróis e mitos que desfilam perante nossos olhos, aquela máxima histórica
que enfatiza que os precursores são quase sempre sacrificados, também acontece eu
em Pernambuco.
Dentro do tema proposto escolhemos o nome de um grande brasileiro que nem sempre
esteve citado como o principal nos relatos históricos, mas foi sem sombra de dúvida o
MENTOR da Revolução Pernambucana de 1817. PADRE JOÃO RIBEIRO (Pessoa de
Mello Montenegro)
Este ilustre brasileiro nasceu em Tracunhaem em 1766. Foi um menino pobre, de
origem bastante humilde, porem de uma inteligência rara e alem disso dotado por Deus
de um dom fora do comum, para o desenho. Graças a este talento, foi descoberto e
apadrinhado nada menos por um dos mais importantes pernambucanos “de coração” da
época, ou seja, pelo botânico, mineralogista, médico e Frade Carmelita Calçado, sócio
da Academia Real de das Ciências de Lisboa, maçom Dr. Manuel de Arruda Câmara
(Frei Manuel do Coração de Jesus) nascido em Pombal na Paraíba em 1752 e falecido
em 1810, fundador do Areópago de Itambé, em 1796 considerado como o principal
PRECURSOR da Revolução de 1817.
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Evidentemente João Ribeiro não teria as mínimas chances de progredir em sua vida,
caso não fosse pinçado do meio em que vivia pelo Dr. Arruda Câmara. João Ribeiro
mostrou-se um verdadeiro artista desenhando as plantas e minérios para seu Mestre.
Acompanhou o seu mecenas por todas as partes do país em suas pesquisas científicas,
auxiliando-o com seus desenhos fiéis e perfeitos Dada a sua dedicação o Dr. Arruda
Câmara deu o nome da arvore da mangabeira de Riberia Sorbilis Tornou-se o seu
amado discípulo e seu sucessor com relação às idéias de liberdade, alem de seu
confidente.
Graças a sua inteligência o acervo que conhecimentos que foi adquirindo foram muito
grandes. Participou da criação do Areópago de Itambé, sendo um dos seus fundadores,
mas, nesta época ainda não havia sido iniciado na Maçonaria. Somente chegou a ver a
luz em 1807 em Lisboa, juntamente com os Padres Miguel Joaquim de Almeida Castro
(Padre Miguelinho) e o Padre José Luiz Cavalcanti, aliás, este último, sugeriu-lhe
posteriormente a fundar uma loja no Engenho Paulista nas imediações de Olinda, a qual
levou o nome de “Regeneração” a qual teria sido a primeira loja regular de Pernambuco.
O Padre João Ribeiro quis ser ordenado sacerdote. Para tanto se matriculou no
Seminário de Olinda, onde lecionou por certo tempo, para posteriormente matricular-se
no Colégio dos Nobres em Lisboa.
Para conseguir transferir-se para Lisboa, valeu-se da amizade que o Dr. Arruda Câmara
tinha com o Bispo José Joaquim da Cunha de, Azeredo Coutinho, que era Bispo de
Olinda, nascido em Campos, maçom grau 33, fundador do Colégio de Olinda que o
encaminhou com muitas recomendações para Portugal onde acabou por se ordenar
sacerdote e também conhecer os mistérios da Sublime Ordem.
João Ribeiro era uma pessoa afável, bastante erudito, conhecia as ciências físicas, e
filosofia. Era cortês e bondoso, amigo dos pobres e desvalidos. O povo o idolatrava,
queria-o tão bem como se fora um iluminado. Ele era um admirador da filosofia do
maçom francês Condorcet pertencente à Loja “Nove Irmãs”, mas mesmo assim era um
religioso assumido. O seu prestígio social e político que ele foi um dos componentes do
Governo Provisório quando eclodiu a Revolução. Ele não tinha ambições, era antes de
tudo um revolucionário puro e que queria ver os direitos humanos respeitados.
“Arruda Câmara faleceu em 02.10.1810 e deixou uma carta para João Ribeiro onde ele
menciona uma obra secreta que deveria ser enviada para a América Inglesa por ela
conter coisas importantes que não convém o feroz despotismo ter dela o meu
conhecimento” e ainda refere na mesma carta ”remete logo a minha circular aos Amigos
da América Inglesa e Espanhola, sejam sempre unidos com esses nossos irmãos
americanos porque tempo virá de sermos todos um, e enquanto não for assim,
sustentem uns aos outros”.
Em 1811 João Ribeiro teria ficado sob a proteção do Governador de Pernambuco
Caetano Pinto, quando se fundou em Olinda o Horto destinado ao cultivo de plantas
indígenas e plantas exóticas vindas da Ásia e Oceania, tais como fruta-pão, pimenta do
Malabar, muscadeiras, girofeiros, lilases, caneleiros, corais da Índia, cacaueiro e a cana
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caiana. O Governador escolheu João Ribeiro, mas a Corte não lhe deu razão,
nomeando um outro padre de origem francesa.
A Revolução de 1817 foi totalmente de caráter liberal e republicana. É necessário frisar
que Pernambuco vinha mostrando características regionais especiais próprias dentro da
nossa História, pois pelo fato de ter expulsado os holandeses e mesmo a “Guerra dos
Mascates” de 1710, fez com que os pernambucanos se contaminassem mais cedo que
as demais partes da colônia com os desejos de autonomia e nacionalismo. A
Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa vieram ainda mais atiçar os
sentimentos libertários.
O Areópago de Itambé foi o reinicio dos sentimentos de liberdade.
Em 1816 a situação econômica na região não era nada boa. A vinda da Família Real
trouxe problemas, com um aumento abusado de impostos. O algodão e o açúcar
estavam com sua produção abaixo que nos últimos dez anos. Esta crise fez com que as
idéias revolucionárias aumentassem ainda mais e fossem bem aceitas.
O planejamento do levante, também chamado por alguns como a Revolução dos
Padres, já que havia cerca de setenta padres envolvidos foi feito através de sucessivas
reuniões na residência do patriota maçom Domingos José Martins, nascido no Espírito
Santo e radicado em Pernambuco desde 1814. As sociedades secretas incendiando as
opiniões. Revolução marcada para o dia 05.04.1817. Governador Caetano Pinto
informado, não tomou providências imediatas. Porem vendo o movimento crescer
manda prender várias pessoas citadas como conspiradores: Domingos José Martins,
Antônio Gonçalves da Cruz, Padre João Ribeiro, o cirurgião Guimarães Peixoto, os
militares Domingos Teotônio José de Barros Lima (Leão Coroado), Pedro da Silva
Pedroso, José Mariano de Albuquerque Cavalcanti, Antônio Henriques Rabelo e Manuel
de Souza Teixeira.
Era o dia 06 de Março de 1817. No quartel houve um incidente que precipitou o início da
Revolução. Quando foi dada a voz de prisão pelo comandante o brigadeiro Joaquim
Barbosa de Castro ao capitão José de Barros Lima, este reagiu transfixando seu
superior com um florete matando-o. Estava deflagrada a Revolução de 1817.
A seguir os revoltosos soltam da cadeia, os presos civis. O Governador capitula e
refugia-se na Fortaleza do Baron, mas tem permissão para partir para o Rio de Janeiro.
É organizada uma Junta Governativa Provisória. Fazem parte dela os seguintes
cidadãos: Domingos José Martins, José Luiz de Mendonça, Domingos Teotônio Jorge e
o Padre João Ribeiro. Adotaram o sistema republicano de governo, adotaram uma
bandeira e elaboraram uma lei orgânica, considerada como a primeira constituição no
Brasil redigida por brasileiros. Segundo alguns autores o autor desta lei orgânica teria
sido o Frei Caneca. O movimento se alastra para as capitanias vizinhas. Mas as
dificuldades começam. Os emissários enviados aos Estados Unidos, Inglaterra e Rio da
Prata não foram bem sucedidos. Foram-lhe negadas armas. O Padre Roma tentando
entrar na Bahia para aliciar os baianos, é preso por ordem do Conde de Arcos e
sumariamente fuzilado. A repressão começa para valer. Os revoltosos vão sendo
derrotados e executados Padre Miguelinho, Domingos José Martins e tantos outros. O
Governo imperial torna-se senhor da situação. Conseguem apesar de presos se safar
com vida, o Frei Caneca, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva, irmão carnal de
José Bonifácio, Francisco Muniz Tavares além de outros. Mas, a grande maioria dos
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revoltosos foi passada pelas armas, após terem sido torturados. O Bispo Azeredo
Coutinho não sofreu punições de qualquer espécie.
O Padre João Ribeiro, talvez o mais inflamado dos revoltosos, vê com pesar e
sofrimento ruir por terra todo o seu sonho, de um Brasil livre. Ainda não era chegado o
momento. Na noite de 19 para 20 de maio os revoltosos abandonam Recife. dirigindo-se
para o norte. João Ribeiro determina acabar com sua própria vida. Dirigiu-se para o
Engenho Paulista, próximo a Olinda e ingere uma porção de veneno, que trazia consigo,
mas este não teve o efeito desejado. Então com auxilio de uma corda enforcou-se na
própria capela do engenho. O proprietário do engenho mandou enterrar o corpo do
padre no chão da própria capela. O general português Cogominho de Lacerda, mandou
desenterrar o cadáver do suicida, e decepou-lhe as mãos.
A cabeça foi enviada ao Governador Rodrigo Lobo que determinou que ela fosse
exposta no Pelourinho.
Os estudiosos da história da Maçonaria brasileira deveriam estudar melhor o papel
destes padres maçons, revolucionários, que formaram uma frente poderosa como
precursores da independência do Brasil. Quase não se fala neles e eles foram
importantes.
Londrina, 29.03.96 - Hercule Spoladore
Tema apresentado no VIII Encontro Nacional de
Membros Correspondentes da Loja de Pesquisas Maçônicas
“Brasil” - Realizado em Recife-PE
BIBLIOGRAFIA
AARÃO, Manoel “História da Maçonaria no Brasil”.
CASTELLANI, José “Os Maçons que fizeram a História do Brasil” - , Editora “A
Gazeta Maçônica” São Paulo
DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DO BRASIL
Editora Melhoramentos, São Paulo, SP................................................. 1976,4 ed.
ENCICLOPÉDIA HISTÓRICA DO BRASIL - vol. III
Block Editores. Rio de Janeiro - RJ
GRANDE ENCICLOPEDIA DELTA-LAROUSSE
Editora Delta, S.A. Rio de Janeiro - 1973
FAGUNDES, Morivalde C. “A Maçonaria e as forças secretas da secretas da Revolução”
. Editora Aurora - Rio de Janeiro
MARTINS, Joaquim Dias “Os Mártires Pernambucanos”.
TAVARES, Francisco Muniz “História da Revolução Pernambucana de 1817”
Editora Governo do Estado de Pernambuco- Recife – 1969
PROBER, Kurt “Cadastro Geral das Lojas Maçônicas do “Brasil"Editora IBM do Brasil - Rio de Janeiro–
1975
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 21/30
O Irmão João Anatalino Rodrigues
escreve às quintas-feiras e domingos
jjnatal@gmail.com -
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
O THAU, A SERPENTE DE BRONZE
E A MARCA DE CAIN- SIMBOLISMO MAÇÔNICO
“Moisés orou pelo povo e o Senhor disse-lhe: Faz uma serpente de bronze e põe-na no meio
do povo como sinal. E aquele que, sendo ferido, olhar para ela, viverá.”Números, 21;11
A serpente de bronze
O que foi esse curioso remédio que Moisés aplicou ao seu famélico e perdido povo, quando
este começou a ser atacado pelas serpentes no deserto? A Bíblia diz que os israelitas estavam
impacientes com a longa e penosa jornada pelo deserto e começaram a reclamar. “ E o povo falou
contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para morrermos no deserto?
pois aqui não há pão e não há água: e a nossa alma tem fastio deste miserável pão.”(Números,
21:5)
Consta que Jeová não gostou nada dessas reclamações e castigou os rebeldes israelitas
mandando contra eles uma praga de serpentes cujas picadas ardiam feito brasa. E muitos
morreram em consequência disso.
Então foram pedir a Moisés que os livrasse dessa praga, reconhecendo que as tais serpentes
tinham sido um castigo pela rebeldia que haviam mostrado contra os desígnios do Grande
Arquiteto do Universo. .
“Então disse o Senhor a Moisés: Fazei uma serpente de bronze, e colocai-a sobre uma haste;
assim, todo aquele que for mordido, ao olhar para ela viverá. Fez, pois, Moisés uma serpente de
bronze, e pendurou-a em uma haste; e sucedia que, tendo uma serpente mordido a alguém,
quando esse olhava para a serpente de bronze, vivia.”(Números, 21:6,7)
Evidentemente não passa pela cabeça de ninguém, pelo menos se esse alguém tiver um mínimo de
discernimento, que essa passagem bíblica possa estar se referindo a algum fato verídico que se
passou tal qual se descreve na Bíblia. Se assim fosse ele estaria em clara contradição com um dos
mais claros preceitos do próprio Grande Arquiteto do Universo, que proibiu taxativamente que
seus escolhidos fizessem, ou cultuassem imagens de quaisquer coisas vivas sobre a terra, sendo
esse, a idolatria, um pecado capital punido com a mais horrível morte, ou seja, a lapidação. Por
que então, o próprio Senhor, que se mostrava tão severo em relação á idolatria, não admitindo
sequer um pensamento de infidelidade a esse respeito, iria recomendar um remédio tão idólatra
para o seu povo? Também é difícil imaginar que a picada de uma serpente terrivelmente
peçonhenta como são as terríveis chifrudas e as najas que infestam os desertos do Oriente Médio
6 – O Thau, a Serpente de Bronze e a Marca de Cain – Simbolismo
Maçônico - João Anatalino Rodrigues
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 22/30
pudessem ser curadas com um recurso tão xamânico como esse preconizado pelo cronista
bíblico.
O Thau
A Serpente de Bronze é claramente uma metáfora. Ela é o símbolo que representa o Thau, o
seja, o emblema da “mudança de estrutura”, a troca de um estado por outro, o abandono de uma
crença e a adoção de outra, ação essa fundamentalmente necessária para mudarmos uma situação
que nos incomoda, por outra que poderá nos deixar mais felizes.
Na natureza, a principal representante desse simbolismo são as cobras. A certa altura de suas
existências elas abandonam suas velhas peles, trocando-as por novas. É a renovação da vida que
assim se processa. Assim, o que Deus quis dizer a Moisés, mandando que ele fizesse uma serpente
de bronze e a colocasse num pedestal para que o povo pudesse olhar para ela e se curar do veneno
das “serpentes ardentes” era simplesmente um comando para que os israelitas mudassem suas
crenças. Pois se os israelitas continuarem acreditando nos deuses egípcios, sacrificando ao seus
ídolos, iriam todos morrer naquele deserto.
Esse simbolismo assume um sentido mais claro quando se sabe o que significa o ícone da
cobra enroscada numa haste, que se tornou o símbolo da medicina e da sabedoria hermética que
releva a modificação espiritual do recipiendário, obtida pela iniciação. Esse símbolo é conhecido
pela letra hebraica Thau. Ela é a última letra do alfabeto hebraico (‫,)ת‬ e no
nosso alfabeto corresponde ao T. Por assimilação visual dá-se a essa letra o
significado de cruz, embora na língua hebraica ela esteja conectada mais
com o sentido da audição, ou seja, significa ouvir.
Desde os tempos mais antigos essa letra (‫)ת‬ tem, para o povo de Israel,
uma conotação de marca, sinal, ou seja, ela é um símbolo que significa
“assinalar”. Foi com um Tau que Deus mandou marcar as portas das casas
israelitas na noite em que Abbadon, o Anjo da Morte, passou pelo Egito e
matou os primogênitos das famílias egípcias, como castigo pela teimosia do
faraó em não querer libertar os filhos de Israel. (Êxodo 12:20).
Essa simbologia era usada também pelos egípcios, onde a serpente era um símbolo da força
regenerativa e do poder transcendental atribuído aos faraós. Nesse sentido, ela era representada
pela Uraeus, a serpente cósmica que simbolizava os ciclos da natureza em sua eterna repetição.
Por isso a Uraeus, a cobra que engolia o próprio rabo, era um dos símbolos representativos das
casas reais, que os usavam para representar a eternidade do Egito como Estado e das suas próprias
dinastias como perenes. A Uraeus era sempre colocada na mitra do faraó, como marca
representativa da sua realeza e do seu poder..
O próprio Rio Nilo, aliás, era visto como uma serpente que fertilizava e dava vida ao país. Por
isso, nos rituais de sagração dos reis egípcios, os chamados festivais Sed, era costume a realização
de rituais em que os leprosos, sinal de degeneração física e espiritual, eram curados pelo toque do
cajado mágico do faraó, o rei-sacerdote, promovendo a regeneração da pessoa afetada. Uma
dessas cenas de cura pelo cajado mágico do faraó encontra-se reproduzida na tumba de Kheruef, a
camareira da rainha Tiye, esposa de Amenhotep III, pai do faraó Akhenaton.
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 23/30
A Marca de Cain
Por outro lado, uma tradição cabalística sugere que a marca posta na testa de Cain, também foi
uma cruz em forma de Thau. O quer dizer que a Marca de Cain, tão comentada em prosa, verso e
romance, não é uma “marca de maldade”, mas sim, a marca de Deus, posta sobre a cabeça da
humanidade, em forma de conhecimento, ciência, capacidade especulativa, livre arbítrio e
liberdade de pensamento, pois essa tradição ensina que foram os descendentes de Cain (Jubal,
Jabel e Tubal-Cain) que trouxeram as ciências para o seio da humanidade. (Gênesis, 4;17).
É que nessa tradição, a aquisição do conhecimento, das ciências profanas, sempre foi visto
como sendo um pecado, uma rebelião do homem contra Deus, rebelião essa patrocinada pelo anjo
rebelde Lúcifer. Essa visão está patente, por exemplo, nas profecias de Ezequiel onde o profeta
diz: “Passa pela cidade, por Jerusalém, e marca com um THAU a fronte dos homens que gemem
e choram por todas as práticas abomináveis que se cometem”(Ezequiel 9, 1-7). Nessa homilia, o
profeta vituperava as autoridades civis e religiosas de Israel, que segundo ele, adotaram uma falsa
sabedoria e haviam se esquecido dos preceitos dados por Jeová. E aqueles que fossem marcados
com o Thau eram os “limpos e puros” que deviam escapar do castigo de Deus.
O significada da lenda
Essa tradição também é cultivada na Maçonaria através da Lenda das Colunas de
Bronze. Para os hermetistas, o Thau, ou seja, a serpente enroscada numa vara, era
conhecido como o Cajado de Hermes, o símbolo da regeneração. Hermes era o deus
das mutações, por isso os alquimistas o adotaram como seu principal símbolo. Daí a
alquimia ser chamada de ciência hermética por excelência. E por inferência, sendo a
medicina a ciência que tem por objetivo a promoção da cura (regeneração) do
organismo humano, esse símbolo foi adotado pelos praticantes dessa profissão.
Com essas informações é possível começar a entender o emblemático episódio
da Serpente de Bronze em seu significado hermético, simbólico e iniciático. Pois
fora desse contexto ele não teria nenhum sentido. Na verdade, esse episódio é uma metáfora que
significa a necessidade de se “despir da antiga crença” e adotar uma nova para poder sair de um
estado (psicológico ou físico) que nos incomoda e entrar num novo. É como faz a serpente na sua
ação de “trocar” de pele. Nesse simbolismo, o cronista bíblico utiliza as duas alegorias, para
mostrar aos israelitas o poder de Deus e sua doutrina regeneradora. Como se sabe, a lepra era das
principais doenças daqueles tempos. Sua principal manifestação era a ardência que essa doença
provocava na pele dos afetados. Dessa forma, converter-se ao culto de Jeová significava a “a
cura“ para todos os males. Aqueles que ostentassem a “marca de Jeová” ficariam livres de todos
os males, especialmente a lepra (a picada da serpente) ardente.
Na Maçonaria, a Lenda da Serpente de Bronze é uma importante alegoria que veicula profundos
ensinamentos iniciáticos. Ela é tomada no sentido simbólico de regeneração espiritual,
fortalecimento de caráter e demonstração de fé, como símbolo da medicina que cura, de doutrina
que leva o Irmão a emular suas virtudes e mitigar os seus vícios.
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(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
03.10.1981 Ação e Fraternidade Gasparense nr. 26 Gaspar
17.10.1969 São João Batista nr. 14 Orleans
19.10.2000 Gênesis nr. 47 Florianópolis
20.10.1977 Duque de Caxias nr. 21 Florianópolis
22.10.1970 Sentinela do Oeste nr. 17 Chapecó
25.10.1978 Harmonia e Fraternidade nr. 22 Joinville
25.10.1996 Cavaleiros da Luz nr. 64 Florianópolis
28.10.1989 Jack Malt nr. 49 Rio Negrinho
28.10.2008 Delta do Universo nr. 98 Florianópolis
Data Nome da Loja Oriente
05/10/1991 Zezinho Cascaes Braço do Norte
12/10/1994 Fraternidade Serrana São Joaquim
13/10/2004 Portal da Serra Bom Retiro
15/10/1985 Lealdade, Ação e Vigilância Florianópolis
16/10/1951 Estrela do Planalto Curitibanos
18/10/1997 Acácia das Gaivotas Bal. Gaivota
20/10/2008 Construtores da Paz Chapecó
21/10/1972 General Bento Gonçalves Araranguá
22/10/1997 Sol do Oriente Camboriú
26/10/1975 Acácia das Neves São Joaquim
30/10/2002 Frank Shermann Land Florianópolis
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de setembro
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GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
03.10.03 Delta de Ingleses - 3535 Florianópolis
06.10.81 Prof. Clementino Brito - 2115 Florianópolis
13.10.07 Luz de São Joaquim - 3884 São Joaquim
15.10.93 Cidade Azul - 2779 Tubarão
15.10.05 Estácio de Sá -3763 Florianópolis
17.10.08 Luz de Órion - 3951 Itapema
23.10.00 Luz e Harmonia - 3347 Brusque
26.10.96 Arquitetos do Vale - 2996 Blumenau
26.10.08 Amigos da Liberdade - 3967 Palhoça
27.10.97 Atalaia -3116 Itajaí
28.10.95 Luz do Atlântico Sul - 2894 Baln. Camboriú
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Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
Para o dia 23 de outubro:
A Prudência
É uma virtude de comportamento.
O prudente prevê o que lhe poderá acontecer se não estiver alerta. Essa virtude pode
ser considerada como uma ação de “legítima defesa”, porque a Prudência é atributo
da defesa. Prever um acontecimento não significa premonição.
Quem enceta uma viagem de automóvel, se antes de inicia-la não observa como está
de combustível, fatalmente ficará sem motor, e de nada lhe valerá imprecar contra
alguém, pois o único responsável foi ele que não foi prudente.
Em nossos dias, de tanta confusão social e familiar, neste mundo tão complicado,
quem não for prudente.
A prudência é necessária em todas as circunstâncias e ela faz parte de um feixe de
exigências, como a previsão, o conhecimento, a pesquisa etc.
A parábola das virgens imprudentes tem sido o alerta clássico para todos; há dois mil
anos, portanto, que a humanidade segue o conselho do divino Mestre.
O imprudente perderá a oportunidade que espera.
A Maçonaria cultiva as virtudes, e no feixe amplo está a Prudência, que é sinônimo de
precaução, alerta, vigília e tudo o mais.
O Maçom Prudente guarda os sigilos da instituição e assim evitará a profanação. A
Prudência não “ampara” somente a primeira pessoa, mas protege o grupo todo.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 315.
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Loja Comendador Gomes da Silva nr. 90 – Frutal - MG
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 28/30
1–
Um dominó de 15 mil peças está
fazendo sucesso na internet..
2 –
Um dominó de 15 mil peças está
fazendo sucesso na internet..
3 –
Tente reconhecer essas famosas
cidades por outro ângulo!
4 – Toulouse (França):
<http://www.imagensviagens.com/toulouse.htm>
5 – A Bahia em francês.Vejam o belo vídeo sobre a Bahia.
youtube.com/watch_popup?v=AXRZwNTSais&feature=player_popout#t=22s
6 – mazônia Venezuelana:
AMAZONIA VENEZUELANA.ppsx
7 – Filme do dia: “Daniel Boone ”- dublado
https://www.youtube.com/watch?v=pOBMM42nCR4
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 29/30
O Irmão e poeta Sinval Santos da
Silveira * escreve aos domingos
neste espaço
Foi tão cruel o abandono, que só a
indiferença sobreviveu.
Um profundo sulco, em meu peito se
abriu.
Não existe poeta ou doutor, que possa curar
esta dor.
O afeto que era meu, foi ceifado, morreu.
Minha voz emudeceu, e o coração chorou.
JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 30/30
Li, naqueles lábios, que tantas vezes beijei,
um sarcástico sorriso de desprezo.
Conversei com os meus sentimentos, caminhei
do nascente ao poente, meditei...
Vi luzes de cores diferentes, parecendo alucinação.
Hoje, posso compreender.
Eram imagens do universo, querendo me proteger !
De forças desconhecidas, me fortaleci.
Vi um cerco de estranhas figuras, como
sombras em movimento.
Nada falaram, nem prometeram.
Minha dor, passou.
Meu sofrimento, também.
Restou, apenas, o esquecimento, que o
tempo já prometeu.
Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG:
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis

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  • 1. JB NEWS Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Editoria: Ir Jeronimo Borges Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente Academia Catarinense Maçônica de Letras Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte O JB News saúda os Irmãos leitores de Limeira (SP) – Fé, Honra e Trabalho. Saudações, Prezado Irmão! Índice do JB News nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Bloco 1-Almanaque Bloco 2-IrNewton Agrella - “Água” Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Johann Wolfgang von Goethe Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Breves Ensinamentos sobre a Humildade e a Simplicidade, com base no Talmud Bloco 5-IrHercule Spoladore - O Areópago de Itambé e sua Influência nas Revoluções Brasileiras Bloco 6-IrJoão Anatalino Rodrigues – O Thau, a Serpente de Bronze e a Marca de Cain .... Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 23 de outubro. Versos do Ir e Poeta Sinval Santos da Silveira
  • 2. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 2/30 23 de outubro 4004 a.C. – Segundo o irlandês James Ussher, a Terra começou a ser criada às 9 horas deste dia. 425 – Valentiniano III ascendeu ao trono romano do ocidente com seis anos de idade. 1458 – Conquista de Alcácer Ceguer, pelo rei D. Afonso V, de Portugal. 1724 – Nasceu em Londres, Thomas Dunkerley, filho ilegítimo de George III, seguiu uma carreira naval, tendo-se tornado um proeminente maçon nos Graus Simbólicos, no Real Arco nos Modernos e nos Cavaleiros Templários, onde em 1791 foi nomeado seu G.M. Nacional. Foi iniciado em janeiro de 1754 na Loja Three Tuns nº 31 em Portsmouth, tendo-se mudado para a Loja nº 160 de Londres, foi designado G.M. provincial de Hampshire e mais tarde de Essex, Dorset, Essex, Gloucester, Somerset, Southampton, Bristol e ilha de Wight. Publicou numerosos Charges, Pranchas e canções maçónicas (19/11/1795). 1817 – Nasceu em Toucy, Yonne, Pierre Larousse, gramático, lexicógrafo, livreiro e editor francês, editou na Librairie Larousse, numerosos dicionários e a Grande Enciclopédia Larousse (2/1/1875). 1819 – Nasceu em Lisboa, Anselmo José Braancamp, magistrado, político e estadista, estudou na Univ. de Coimbra, envolveu-se na Patuleia, deputado, gov. civil dos distritos do Sul, ministro e pres. do ministério, iniciado maçon (13/11/1885). Nesta edição: Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e www.google.com.br Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. 1 – ALMANAQUE Hoje é o 295 dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Quarto Minguante) Faltam 69 dias para terminar este ano bissexto Dia das Missões, dia da Juventude Missionária, dfia da Aviação e dia do Aviador Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado. Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária. EFEMÉRIDES DO DIA -Ir Daniel Madeira de Castro (Lisboa) (Fonte: Livro das Efemérides - Históricas, Políticas, Maçônicas e Sociais - 2016)
  • 3. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 3/30 1823 – Anunciada uma lista de acusação de 150 maçons na Madeira, membros de três Lojas, na prática a burguesia da Ilha, condenados com penas de dois meses de prisão a degredo para Porto Santo, Cabo Verde e Angola, ou a degredo perpétuo para Moçambique. 1839 – Faleceu em Lisboa, José Ferreira Pinto Basto, maçon (16/9/1774). 1842 – Instalada a Loja Regeneração, do Porto, no R.E.A.A.. 1875 – Foi fundada em Lisboa a Sociedade de Geografia de Lisboa, tendo como fundadores vários maçons, como: Cândido de Figueiredo, Fonseca Benevides, Teófilo Braga e Mendes Leal. 1906 – Faleceu em Aix-la-Provence, Paul Cézanne (19/1/1839). 1908 – Instalada em Gândara dos Olivais, a Loja Portugal, n° 294 do G.O.L., no R.E.A.A., abateu colunas em 26/9/1911. 1913 – Nasceu em Lisboa, Hermínia Silva Leite Guerreiro, cantora de fado e actriz, começou a cantar nas sociedades de recreio, em 1929 destacou-se na revista no parque Mayer, a sua voz castiça e a espontaneidade, valeram-lhe o reconhecimento do público, renovou a arte de cantar o fado, revestindo a melodia de contornos alegres, populares e alfacinhas, no cinema participou em Aldeia da Roupa Branca, O Costa do Castelo e Um Homem do Ribatejo (13/6/1993). 1931 – Faleceu em Lisboa, João Rodrigues Alves Coelho, natural de Arganil onde nasceu em 1882, músico ligeiro de revistas e operetas, iniciado maçon em 1926 na Loja Tolerância, de Lisboa, com o nome simbólico de Wagner. Nasceu em Arganil em 1882. 1940 – Realizou-se a cimeira de Hendaya, entre Franco e Hitler, onde aquele pediu um império em África, como condição da participação de Espanha na guerra. 1956 – Iniciou-se a revolta húngara contra a ocupação soviética. 1961 – Faleceu em Aveiro, Alberto Souto, maçon (23/71888). 1989 – Proclamada a república da Hungria, significando o rompimento total com o comunismo e com a esfera de influência da U.R.S.S.. 2002 – Sequestro de 800 pessoas num teatro em Moscovo, por um grupo armado independentista tchetcheno, na operação de resgate, que durou três dias, as forças russas provocaram a morte de 50 guerrilheiros e de 115 reféns. 1724 Nasce Thomas Dunkerley, filho ilegítimo do rei George II, Maçom incansável, e figura destacada nos Graus Simbólicos, no Real Arco e nos Cavaleiros Templários. 1980 Fundação da Loja Obreiros de Macaé nr. 2075 GOERJ/GOB Fatos maçônicos do dia Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
  • 4. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 4/30 O Ir Newton Agrella - M I Gr 33 escreve aos domingos. É membro ativo da Loja Luiz Gama Nr. 0464 e Loja Estrela do Brasil nr. 3214 REAA - GOSP - GOB newagrella@gmail.com "ÁGUA" Somos água em nossa compleição material e espiritual, especialmente porque somos filhos de um planeta chamado "Terra" cuja composição é de cerca de 3 quartos de água. Assim como a Terra, o corpo humano é composto 70% de Água, o que nos remete à importância vital deste elemento. A água que nos conduz pelos oceanos, singrando mares e ganhando os destinos mais longínquos do planeta é nossa energia inspiradora para as mais diversas atividades humanas. É o elemento que simboliza a origem da vida, a fecundidade, a fertilidade, a transformação, a purificação, a força, e a limpeza. Não é por acaso que para grande parte das cerimônias iniciáticas o ser humano se submete a água como agente de ligação e de transição de estado. Do ponto de vista religioso em muitos credos a água simboliza a purificação e a cura. Isto se aplica não somente as religiões mais praticadas no mundo Ocidental assim como no Oriente. O rio Ganges na Índia é um exemplo dessa adoração e veneração pela água que cura, transforma e remete o ser humano após sua morte, de seu estado carnal para o espiritual - quando corpos são cremados e lançados nas águas do referido rio como um processo de desintegração física e de caminhada espiritual e de regeneração. O Catolicismo por exemplo, vale-se da água durante a cerimônia do batismo que quando jorrada sobre a cabeça da criança tem como finalidade "lavar" os pecados e integra-la ao seio do cristianismo numa profunda ligação entre o ser humano e Deus. 2 – Água Newton Agrella
  • 5. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 5/30 Essa simbologia tem seu valor associado ao poder sagrado. Vale destacar que no antigo testamento, a água representava um símbolo de vida enquanto no novo testamento ela passa a simbolizar o espírito, a vida espiritual. No Taoismo, religião com milhões de praticantes no Oriente a água se traduz como um elemento associado ao feminino, o chamado "Yin" e simboliza a sabedoria e as virtudes; enquanto o fogo é o elemento masculino, "Yang". Já no folclore Judaico, no momento da criação do mundo, Deus dividiu as águas em inferiores e superiores para distinguir o feminino do masculino, a segurança da insegurança. Para os Vedas (antiga religião hindu) a água é o símbolo da Gênese, ou seja; do nascimento e é chamada de "mâtrimâh", que significa "a mais materna". Na Alquimia, a água é o segundo dos quatro elementos, depois da terra, e simboliza a purificação. No processo de Iniciação Maçônico e em especial no Rito Escocês Antigo e Aceito, que é o mais difundido e praticado no Brasil, a Água se revela com um dos elementos marcantes durante a chamada "terceira viagem" . Nessa viagem a Água é passada ao candidato com o conceito da pureza da vida maçônica, posto que para o Maçom o oceano é tido como um símbolo do povo, ao qual o maçom deverá estar devotado. Sem entrarmos no mérito conceptista e ritualístico, a prova finaliza com uma ablução, que faz relembrar o batismo praticado por algumas religiões. A água na qual o candidato mergulhou as suas mãos, serve de representação, de imagem do vasto oceano. Rizzardo da Camino cita com propriedade que "....a prova da Água, na terceira viagem do candidato, faz menção ao elemento indispensável à vida, da qual os oceanos constituem os depósitos. Na atmosfera está o grande manancial que umedece a Terra com o constante orvalho noturno, benção dos Céus, como sugere o Salmo 133 ...." : "Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermon, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre" Brindemos à Água como ciclo renovador e regenerador de Vida ! Fraternalmente Newton Agrella
  • 6. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 6/30 O Ir. João Ivo Girardi joaogira@terra.com.br da Loja “Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do “Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite” Premiado com a Comenda do Mérito Cultural Maçônico “Aquiles Garcia” 2016 da GLSC. Escreve às quartas-feiras e domingos. JOHANN WOLFGANG von GOETHE “Onde há muita luz, as sombras são mais profundas.” O maior poeta da Alemanha. Em 1775, o duque Carlos Augusto de Weimar fez desse grande homem seu ministro, onde uma carreira de estadista combinada à sua carreira de homem de letras e sábia bem conhecida. Desde jovem, Goethe se interessou pelo Hermetismo, mas segundo o seu biógrafo recente, ele só teria se tornado maçom por exigência do duque, assim como teria entrado para a Ordem dos Iluminados com o único objetivo de informar seu senhor sobre os projetos dessa sociedade. Motivações assim tão prosaicas são surpreendentes. Alguns poemas maçônicos deixados por Goethe e o seu conto esotérico A Serpente Verde dão uma impressão totalmente diferente. Goethe foi iniciado em 1780, na Loja Amália, de Weimar. Escreveu seis livros ao todo, poesias líricas, épicas, elegíacas e satíricas, dramas, ensaios e novelas - histórias fantásticas a respeito de mitos imortais, diabos e deuses. Finalmente, reuniu todo esse gênio numa obra prima e deu Fausto ao mundo. Levou trinta anos para escrever a primeira metade e vinte e cinco anos para completar a segunda. A propósito de Goethe ao escrever Fausto era compreender a Humanidade - medir seus poderes e definir seus deveres. A nota principal do poema soa no prólogo. Deus e o Diabo fazem uma aposta sobre a alma do Homem. O Diabo não respeita os mortais. É o céptico eterno, o espírito da negação. Crê que não ser é melhor que ser. Não vê senso no jogo incessante do destino que cria os homens apenas para destruí-los. Preferiria o vácuo eterno ao mundo feito para uma desnecessária viagem através do tempo e do espaço. Sua ocupação, portanto, é opor-se à criação e negar a bondade dos homens e dos deuses. Até o velho Dr. Fausto, o mais ilustre e o mais reto dos mortais, afirma o Diabo, pode cair às palavras manhosas, bastando que o espírito mau se dê ao trabalho de tentá-lo. Mas Deus é mais sabido. É verdade, admite que a vista do Homem é imperfeita e que ele sempre luta em meio a uma neblina de semi-escuridão. Luta e peça durante toda a sua existência. No entanto, embora pecando, caminha instintivamente para a luz. E assim concordam que o Diabo deve tentar Fausto e ver se pode destruir a parte imortal de sua alma. De acordo com a aposta, o Diabo será declarado vencedor se Fausto achar o momento que passa tão belo que não queira passar para o momento seguinte. Na primeira metade da história, Goethe relata como o Diabo restaura a juventude de Fausto e tenta-o com muitas das egoísticas alegrias da vida: a beleza, a riqueza, a sensualidade, o desleixo e os prazeres sem responsabilidade do amor. Mas em todas as suas peregrinações não encontra um único momento de felicidade, nem um único momento ao qual possa dizer: Verweile doch, du bist só schon (Fica mais um pouco, és tão belo). O Diabo oferece-lhe 3 – Johann Wolfgang von Goethe João Ivo Girardi
  • 7. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 7/30 cidades, reinados, castelos, belas mulheres, gloriosas realizações e fama eterna. Mas ele não se satisfaz. Os prazeres da juventude não lhe trouxeram senão desilusão. Atingido pela cegueira, está finalmente disposto a desistir da sua busca crônica da felicidade. Mas o que é estranho é que no mesmo momento em que renuncia à felicidade, encontra-a. Começa um projeto de drenagem dos pântanos próximo ao mar e de adaptação para que possam ser habitados. Aí construirá novos lares, sobre solo livre, para milhões de pessoas que gozarão melhor de sua liberdade, conquistando-a de novo pelo labor cotidiano. Esta ideia encheu-o de alegria. É a meta semi-olvidada para qual o caminhou inconscientemente através da vida. É, por fim, o momento dourado ao qual pode dizer: Fica mais um pouco, és tão belo. E agora que chegara o momento supremo da vida, a vida chegava ao fim. O Diabo ganhara, aparentemente. Reclama a alma de Fausto como preço de sua vitória. Mas os anjos descem entre uma chuva de rosas e levam sua alma para o céu. Fausto errara gravemente, era certo, mas no meio de todos os seus erros lutara instintivamente pela luz. A primeira a se encontrar com ele no céu foi Margarida. Pecara e morrera pelos pecados de Fausto. Mas tudo fora perdoado esquecido. Sua missão agora era mostrar-lhe o caminho. Porque a Mulher é a eterna Salvadora do Homem. E assim, tendo completado a obra suprema de sua vida. Goethe, como Fausto, estava preparado para dormir. Por fim, a 16 de março de 1832 fechou os olhos e a Canção de sua vida desvaneceu no silêncio eterno. Suas últimas palavras audíveis foram: Mais Luz! (Fonte: A História da Raça Humana, Henry Thomas). MAÇONARIA 1. Johann Wolfgang von Goethe nasceu em Frankfurt (1749) e faleceu em Weimar (1832). É um lugar comum sempre repetido o se dizer que Goethe é o maior homem de letras e o maior maçom da Alemanha. As influências maçônicas na obra de Goethe mereceriam um estudo profundo. Aqui só podemos apresentar um ligeiro esboço do que foi a presença da Maçonaria nas extensas atividades desse extraordinário poeta, dramaturgo, romancista, cientista e homem de Estado. Como romancista, foi um dos precursores do movimento romântico com Os Sofrimentos do Jovem Werter, tendo escrito também A Missão Teatral de Wilhelm Meister, Os Anos de Aprendizagem de Wilhelm Meister, Os Anos de Viagem de Wilhelm Meister e As Afinidades Eletivas. Como dramaturgo, escreveu o Fausto I e o Fausto II, duas obrar primas que se revelaram mais do que suficientes para inscrever definitivamente seu nome no rol dos grandes vultos da Literatura Universal. Entre seus escritos para o teatro merecem referência também O Grão-Cofta, Ifigênia em Tauride, Egmont e Torquato Tasso. Como poeta, deixou obras primas como o Divã Ocidental e Oriental,que contribuiu para despertar o interesse da Europa pela literatura do Oriente Islâmico. Legou-nos também epopéias como Hermann e Dorotéia e inúmeros poemas líricos, elegias, epigramas e canções (Lieder). Como cientista, fez pesquisas em Botânica e Mineralogia, elaborou uma Teoria da Cores em que se manifesta em frontal oposição à Ótica newtoniana, e, no campo da Anatomia Humana, cabe-lhe a glória de ter descoberto o osso intermaxilar. Como homem de Estado, serviu por longos anos seu amigo, o Grão-Duque Carlos Augusto de Weimar, como conselheiro, ministro e assessor de assuntos culturais, artísticos e educacionais. Em seus textos autobiográficos, como Poesia e Verdade, A Campanha da França, O Cerco da Maiença e Viagens na Itália revela-se como uma testemunha privilegiada dos derradeiros anos do Ancien Regime, da Revolução Francesa e das Guerras Napoleônicas. Suas ideias artísticas, literárias e filosóficas ficaram registradas nas Conversações com o secretário e amigo Eckermann que as anotou cuidadosamente.
  • 8. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 8/30 Goethe foi submetido às provas da Iniciação Maçônica no dia 23 de junho de 1780 na Loja Amalia zu drei Rosen (Amália das Três Rosas) de Weimar. Desde então, a Maçonaria se torna uma influência constante em sua produção literária, ao lado de outros temas iniciáticos que o fascinavam como a Cabala, a Alquimia e a Tradição Rosa-Cruz. É interessante lembrar que, por outro lado, considerava-se um paranormal, capaz de entrar em contacto com o mundo invisível. Sabemos também que ele se fez iniciar, juntamente com o Grão-Duque Carlos Augusto, na Ordem da Estrita Observância Templária, e que participou, também da controvertida sociedade secreta conhecida como Os Iluminados da Baviera. Não foi ele exatamente um maçom assíduo aos trabalhos de sua Oficina, mas esteve presente na mesma nos momentos decisivos de sua história e dedicou vários de seus poemas à Maçonaria, como o que apresentamos abaixo, onde é evidente a influência da temática do Terceiro Grau: Nostalgia Bem-Aventurada: Não o digas a ninguém, exceto aos sábios, /Pois a multidão está sempre pronta para ridicularizar. /Eu quero louvar o ser vivente /Que aspira morrer na chama. /No frescor das noites de amor, /Onde recebes e doas tua vida, /Um sentimento estranho te arrebata, /Quando brilha o archote imóvel. /Não mais permaneces encerrado /Na tenebrosa sombra; /E um desejo vivo te arrebata, /Rumo a mais elevados esponsais. /Nenhuma distância te faz hesitar, /Tu acorres a voar, fascinado pela chama. /E, finalmente, amante da luz, /Ó borboleta! – Eis que és consumida! /Enquanto não tiveres compreendido /Este ‘Morre e transforma-te!’, /Não passarás de um obscuro passante /Sobre a terra tenebrosa. A primeira obra de Goethe onde está presente a influência maçônica é a comédia O Grão-Copta (1791) que aborda de maneira crítica e sarcástica a figura de José Bálsamo, conhecido como Conde de Cagliostro, que percorreu as cortes da Europa nos fins do século XVIII, intitulando-se Grão- Mestre da Maçonaria Egípcia e envolvendo-se em grandes escândalos antes de terminar seus dias numa masmorra da Inquisição Romana. Na peça vemos uma cena de iniciação ao Rito Egípcio de Cagliostro, em que o autor ridiculariza o charlatanismo e a superstição, e não, evidentemente, a Maçonaria séria. Em 1784 começou a trabalhar no poema Geheimnisse (Os Mistérios) que restou inacabado. No fragmento que chegou até nós, vemos mescladas influências maçônicas e rosacrucianas. Nele é contada a história de um peregrino, o Irmão Marcos, que chega a um misterioso edifício erigido em um vale perdido, na porta do qual se vê a misteriosa imagem de algumas Rosas enlaçadas em uma Cruz. Quem terá enlaçado estas Rosas na Cruz? – indaga a si mesmo, intrigado com o mistério. Marcos é então recepcionado por uma misteriosa confraria formada por doze cavaleiros reunidos em torno de um Superior de nome Humanus. Representam eles todas as religiões e seu objetivo é perpetuar e dar a conhecer uma mensagem sagrada, pois cada religião detém uma parte da Verdade, que deve convergir com as demais e com elas se fundir. A ideia central do poema é a de que todas as religiões e filosofias confluem para um pequeno número de ideias comuns, ligadas ao conceito de Humanidade. Em 1795 vemos Goethe tentando escrever uma sequência para a ópera maçônica de Mozart A Flauta Mágica. Goethe via em Mozart, iniciado na Maçonaria quatro anos depois dele, uma espécie de irmão espiritual. O que o empolgou na ópera mozarteana foi justamente sua mensagem iniciática de cunho maçônico. Não encontrando nenhum compositor suficientemente genial para compor uma música digna de ombrear com a de Mozart para sua obra, Goethe desistiu de terminá-la. Ainda em 1795 escreve Goethe o enigmático Märchen (O Conto), mais conhecido como O Conto da Serpente Verde, texto obscuro pleno de imagens alquímicas em que podemos discernir também passagens inspiradas pelo Ritual do Mestre Maçom. O ciclo de romances centrado no personagem Wilhelm Meister é a obra goetheana em que mais patente se mostra a influência maçônica. O ciclo narra a trajetória do jovem Meister que deixa uma posição social confortável para se dedicar a sua grande paixão, o teatro. No início da obra é um
  • 9. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 9/30 rapaz imaturo, no fim um homem amadurecido e cheio de experiência e sabedoria. Podemos ver no nome do personagem uma alusão ao Mestre Maçom e interpretar o complicado enredo da série como uma alegoria da marcha do Aprendiz rumo à Maestria. Nos momentos mais críticos de sua jornada, Wilhelm Meister é ajudado por uma organização misteriosa, a Sociedade da Torre, onde é fácil perceber uma discreta alusão à Maçonaria. A Ordem Maçônica também está presente em As Afinidades Eletivas. No Fausto, a obra prima de Goethe onde um velho sábio é rejuvenescido através de um pacto com o diabo (Mefistófeles) e termina por ter a alma salva após uma longa caminhada em busca de algo que o faça se sentir realizado, existem também veladas alusões à Ordem Maçônica, ao lado de um simbolismo alquímico bastante evidente.. O seguinte pensamento goetheano praticamente resume a visão que o poeta tem da Maçonaria: Nossa associação tem o dever de desenvolver, no Eu de cada um de seus membros, o sentimento religioso, sem nenhuma referência particular. As últimas palavras de Goethe, proferidas instantes antes de fechar definitivamente os olhos para este mundo, no dia 22 de março de 1832, foram: Mehr Licht! ou seja: Mais Luz! Uma breve frase plena de ressonâncias simbólicas associadas à Maçonaria. (Fonte: Revista Maçônica - A Verdade Nº 431 - Julho/Agosto de 2002). 2. Luvas: (...) Quando Goethe foi iniciado (23 de Junho de 1780), ofereceu o par de luvas brancas que recebeu na Loja à condessa Von Stein e observou a ela que, se o presente era insignificante, pelo menos um maçom não poderia ofertá-lo mais do que uma única vez em sua vida. As. Luvas Brancas são usadas na Maçonaria como símbolos de pureza, de inocência, de candura. 3. Complemento GLSC: O germânico e imortal gênio da Literatura Universal - Goethe -, que além de poeta era também maçom, conhecia com perfeição todo o simbolismo maçônico; perpetuou esse conhecimento com estas palavras, poeticamente escritas: A conduta do Maçom, modelo é de existência, cuja luta dura toda a vida dos homens. /O futuro guarda no íntimo de seu seio alegrias e tristezas; porém, nós Maçons avançamos para ele sem que nada nos acovarde. /Ante nossos olhos se abre o velado e sombrio portal aonde os mortais chegam a seu termo. Sobre nossas cabeças dormem estrelas silenciosas; sob nossos pés, tumbas silenciosas. /E, enquanto contemplamos ansiosos esse presságio de terror, acercam-se o fantasma e o horror para encher de dúvidas e temores perturbadores os mais valentes. /Mas ouve o clamor da opinião dos mundos e dos séculos. /Elegei bem, porque a eleição é breve mas infinita. Oh! Valentes! No silêncio da Eternidade certos Olhos os contemplam. Aqui tudo é pleno de recompensa; trabalha com empenho e coragem e não percais a esperança. (CII2ºIMM - O Simbolismo da Palavra Perdida). Finalizando: Este verbete é uma homenagem a mais nova Oficina da Grande Loja de Santa Catarina: A Loja Wolfgang Goethe Nº 113, do Oriente de Joinville. Parabéns Irmãos pela homenagem prestada a este grande personagem da literatura mundial. Como disse o grande poeta: Escolha bem. O momento da escolha é breve, mas as consequências são para sempre.
  • 10. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 10/30 O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves* escreve às quartas-feiras e domingos. Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna” Santana do Livramento – RS ronaldoviega@hotmail.com BREVES ENSINAMENTOS SOBRE A HUMILDADE E A SIMPLICIDADE, COM BASE NO TALMUD “A pessoa só é humilde, nas raríssimas ocasiões em que é – no absoluto anonimato. Quando a luz dos refletores, hoje gigantescos e em toda a parte, se acende sobre a humildade, a mesma vai pro brejo. E a vaidade, consciente ou inconscientemente reprimida, surge imensa, irrefreável, cobrando todos os seus direitos, juros e lucros cessantes. Embora continue escondida (para quem não conhece a natureza humana) sob um blindado de falsa humildade”. (Millôr Fernandes) INTRODUÇÃO Num mundo, tal como esse que vivemos hoje em dia, onde é possível constatarmos cada vez mais a materialidade se sobrepondo à espiritualidade, onde “ter” é sempre mais relevante que “ser”, onde o orgulho, as vaidades e a prepotência são estimuladas a torto e a direito, num primeiro exame, portanto, superficial, seria fácil estabelecer uma relação direta do humilde com aquele que nada de valor possui e que, vive em completa pobreza material. Recorrendo a um dicionário podemos constatar que a “humildade” tem várias acepções, e entre elas, podemos encontrar desde a que diz respeito a ausência completa de orgulho, até as que podem significar também, “pobreza’ e “modéstia”. Mas, nada é tão simples assim: a humildade é uma nobre aquisição do espírito, e de parte daqueles que reúnem qualidades outras, como sejam, a complacência, a tolerância, a benevolência e a indulgência. Isso está longe de significar que tais qualidades ou virtudes abundem em nosso mundo, pelo contrário, todas atravessam por um período (longo) de escassez. É só olhar para os lados, quando dispostos a enxergarmos. Sendo do espírito, a humildade se contrapõe à materialidade, esta última, cada vez mais presente no mundo de hoje. E quem é pobre ou é modesto, cedo ou tarde vai se deparar e conhecer a arrogância, a prepotência e a soberba bem de perto, pois, a história tem registrado que (salvo exceções) quem detém o poder, manda e não pede. O dia-a-dia da maioria das pessoas simples e 4 – Breves Ensinamentos sobre a Humildade e a Simplicidade, com base no Talmud - José Ronaldo Viega Alves
  • 11. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 11/30 humildes, e aqui, independentes de época, são riquíssimos em exemplos do tipo: “Você sabe com quem está falando”? DEFINIÇÃO DE HUMILDADE Humildade vem do termo latino humilitas. É a qualidade do ser humilde, e que contrasta com a atitude da arrogância. A humildade é uma condição onde inexiste a arrogância e o orgulho é rejeitado. A humildade pode ser considerada ainda, uma atitude de modesta auto-estima. Do ponto de vista maçônico, na definição do Irmão Nicola Aslan em seu dicionário enciclopédico está posto: “Virtude que conduz o indivíduo à consciência de suas limitações, de suas fraquezas e do seu pouco mérito, pelo que não se deixa lisonjear pelos elogios. É uma das virtudes mais recomendadas pela Maçonaria e serve de base para alguns de seus Graus.” Ainda, em outro dicionário maçônico, de autoria do Irmão João Ivo Girardi, podemos ler com relação a este verbete: “4. Humildade não significa servilismo, ela é uma virtude e não um defeito. Uma demonstração de humildade é dada em nossas Lojas, quando após a Venerabilidade e, em seguida um ano de Mestre Instalado (como Venerável mais Moderno) o Irmão passa a ocupar um cargo no Ocidente como Guarda do templo, uma função hierarquicamente inferior.” Convenhamos que essa situação, não deve ser muito comum, não é mesmo? OS ENSINAMENTOS DO TALMUD SOBRE A HUMILDADE E A SIMPLICIDADE A humildade (anavá, em hebraico) é tida como mais difícil e a mais bela das qualidades, assim como, por ser entregue à mais íntima consciência da pessoa, é a mais fugaz de todas as qualidades. Vejamos a seguir, um processo espiritual, retirado do Talmud, que diz assim: “O estudo conduz à precisão, a precisão conduz à vigilância, a vigilância conduz ao asseio, o asseio conduz à moderação, a moderação conduz à pureza, a pureza conduz à virtude, a virtude conduz à humildade, a humildade conduz ao medo do pecado, o medo do pecado conduz à santidade, a santidade conduz ao espírito sagrado, e o espírito sagrado conduz à vida eterna.” Na verdade, cada um desses passos é um processo espiritual por si só, e que devem ser colocados em prática por todos aqueles que escolheram o caminho judaico da iluminação, mas, nada que não sirva de exemplo para os seres humanos na sua totalidade. Podemos perceber que está evidenciada aí a relação virtude-humildade, assim como, o quanto ela é fundamental para que o homem judeu alcance a condição de um “tzadik” (que em hebraico, significa homem justo, probo). A humildade, já consubstanciada então, em virtude, é um dos predicados fundamentais. E o homem Maçom, o que segue os preceitos da Ordem, o que lapida a sua pedra bruta constantemente, o que tem consciência do trabalho que deve realizar, este sabe e tem o dever de fortalecer, através do exercício ininterrupto, a humildade, pois, então estará exercitando também a sua tolerância, base para a aceitação do outro. Quando utilizada uma linguagem mais moderna, o processo espiritual visto anteriormente pode exibir a seguinte roupagem: “o aprendizado conduz ao respeito, o respeito conduz à generosidade, a generosidade conduz a atos de bondade amorosa, os atos de bondade amorosa conduzem à moderação no estilo de vida, a moderação no estilo de vida conduz à pureza de pensamentos, a pureza de pensamentos conduz à alegria, a alegria conduz ao desprendimento, o desprendimento conduz à reverência, a reverência conduz à equanimidade, a equanimidade conduz a estados mentais extraordinários, e os estados mentais extraordinários conduzem à vida eterna. (consciência de Deus).”
  • 12. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 12/30 No excerto acima, quando é citada a “moderação no estilo de vida”, certamente se está falando em algo que remete à simplicidade, ou em uma condição que seria básica para o homem moderno, onde muitos são dados à ostentação gratuita. Aliás, no mundo em que vivemos hoje em dia, parece que a ordem mesmo é exibir o máximo que um puder, seja poder, posses ou influências CONCLUSÃO Aos olhos do Cristianismo, a humildade também é vista como uma das virtudes principais, pois, nos resguarda do orgulho. No que tange às opiniões de alguns filósofos, nem todos são unânimes em louvá-la como sendo uma virtude. Nietzche viu-a como uma qualidade que os poderosos louvam nos fracos, mas, pelo fato de que ela serve-os na finalidade de mantê-los sob sua sujeição. E aqui, podemos ver como Nietzche captou bem a marcha da humanidade. Ou seja, desde que o mundo é mundo... Voltando ao que o Maçom deve buscar e desejar, assim como, às atitudes do Maçom perante a sociedade, não será exigido dele que (com base nos processos escritos acima) busque atingir a iluminação no seu sentido judaico e, portanto, religioso, mas, que ele extraia daí o máximo do que eles podem propiciar esses ensinamentos, ou na ordem apresentada (seder, em hebraico), a de que o homem para estar o mais próximo da justiça e da probidade, deve se comportar de forma a combinar a humildade e a simplicidade, pois, ninguém conseguirá exercer a humildade se não se colocar como diminuto que é ante a grandeza do universo. Enquanto formos prisioneiros dos nossos egos, dos nossos pequenos mundos, não sairemos da “concha escura que representa o EU”. Devemos ser humildes, devemos também, falar, escrever e agir com simplicidade. Devemos, nós Maçons, usar da moderação em nosso estilo de vida, o que vai condizer melhor com a nossa condição. Quando lemos ou ouvimos que, “A Maçonaria é, portanto, o progresso contínuo, por ensinamentos, por uma série de Graus, por promoções sucessivas, visando incutir no íntimo dos homens a LUZ ESPIRITUAL e DIVINA que, afugentando os baixos sentimentos de materialismo, de sensualidade e de mundanismo, invocando, sempre, o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, os torne dignos de si mesmos, da Família, da Pátria e da Humanidade.”, estamos realmente almejando e buscando isso tudo, não? Ou podemos cogitar aqui que alguns Maçons possam desejar Graus e Cargos com outras intenções que não sejam as do curso natural da evolução do homem-Maçom? CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS: Revistas: ESPIRITISMO & CIÊNCIA ESPECIAL” - N° 61 – Mythos Editora Livros: ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2012 CHAMPLIN, R.N. “Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia” - Vol. 3 - Editora Hagnos - 2008 COOPER, David A. “A CABALA e a Prática do Misticismo Judaico” – Editora Campus – 2006 GIRARDI, Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite – Vade-Mécum Maçônico“ – Nov Letra Gráfica e Editora Ltda. 2008 PEQUENO DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO “KOOGAN-LAROUSSE” - Editora Larousse do Brasil - 1980 ROTMAN, Flávio. “AMÉM – O Povo Judeu Fez um Pacto com Deus” -Editora leitura - 2006 RITUAL E INSTRUÇÕES DO GRAU DE APRENDIZ-MAÇOM DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO – 2010-2013 – GORGS UNTERMAN, Alan. “Dicionário Judaico de Lendas e Tradições” Jorge Zahar Editor – 1992
  • 13. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 13/30 O Ir Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”- Londrina – PR – escreve aos domingos hercule_spolad@sercomtel.com.br “O AREÓPAGO DE ITAMBÉ E SUA INFLUÊNCIA NAS REVOLUÇÕES BRASILEIRAS”. Subtema: JOÃO RIBEIRO (Pessoa de Mello Montenegro), O MENTOR DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 O Iluminismo ou Ilustração caracterizou-se no século XVIII, também chamado ”século da luzes” pelas suas influências culturais em todos os segmentos da sociedade humana da época ensinando o Homem a liberar-se dos excessos das autoridades, dos preconceitos das tradições das convenções e retirando-lhe a viseira intelectual que lhe embaçava a mente, fazendo com que ele enxergasse o mundo de forma real, pelo menos mais real do que vislumbrava naquela época tão sufocada pela ignorância quando os homens do poder espiritual e temporal faziam questão de submeter a humanidade incauta a toda sorte de escravidão talvez até como autodefesa de seus interesses. Sabiam que se o Homem se instruísse por pouco que fosse ele acabaria por modificar o mundo e esse mesmo poder ruiria por terra. Este movimento caracterizou-se por apresentar várias tendências, tornando a Filosofia mais divulgada, fazendo com que o povo tivesse mais conhecimento da razão, vulgarizou a ciência empírica, divulgou conceitos sociais e políticos adequados e entre eles o respeito ao ser humano e a liberdade dos povos. As idéias liberais e a propagação do conceito de democracias livres, alguns dos frutos imediatos e diretos da cultura iluminista, que pautou pelo domínio da razão, revisou todos os valores que até então norteavam o pensamento humano. Esta transformação social tomou conta de toda a Europa alem de, como conseqüência se propagar por todas as colônias que a maioria dos países daquele continente possuía em outras partes do mundo aonde exploravam seus míseros habitantes, exaurindo-lhes todas as riquezas naturais e a maioria das vezes, escravizando-os física ou culturalmente. Entre os continentes explorados contavam-se as Américas do Norte e do Sul. Estas idéias também chegaram ao Brasil para se implantar aqui definitivamente com muito suor e sangue, através dos estudantes, filhos de brasileiros e de portugueses, um pouco mais abastados que podiam mandar seus filhos estudarem na Europa especialmente nas faculdades de Coimbra em Portugal, Montpellier na França, e de Londres na Inglaterra além de outras universidades. 5 –“O AREÓPAGO DE ITAMBÉ E SUA INFLUÊNCIA NAS REVOLUÇÕES BRASILEIRAS” - Hercule Spoladore
  • 14. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 14/30 Estes jovens ao voltar ao Brasil, não trouxeram apenas seus diplomas de um curso superior, mas trouxeram também um pensamento novo, totalmente liberal, humano, racional de valorização do ser humano em si e essencialmente libertário com relação a sua condição de colônia de Portugal. Instigados por estas idéias e ainda pelos sucessos da Independência dos Estados Unidos em 1776 e pela Revolução Francesa em 1789, nasceu no coração e na mente daqueles jovens um desejo ainda maior de liberdade deste país. O mesmo fenômeno ocorreu mais ou menos na mesma época em toda a América Latina. A grande maioria destes moços foi iniciada em lojas maçônicas na Europa. Ao regressarem à Pátria iniciaram uma doutrinação lenta e constante que foi aumentando aos poucos culminando com a Independência do Brasil talvez não da maneira em que eles tanto sonharam, ou seja, na forma republicana, mas de qualquer forma, em fim, livres. A maneira de propagar estes novos conceitos foi a de se reunirem secretamente, já que eram inimigos da Coroa em potencial e também para se precaver contra a repressão das autoridades portuguesas. As organizações libertárias eram formadas por maçons e não maçons. Havia inicialmente clubes secretos, academias e pseudolojas maçônicas e outras entidades afins. Ressalte-se que as lojas maçônicas fundadas no final de “século das luzes" especialmente no seu último quarto não eram lojas como as conhecemos hoje, pois atualmente funcionamos com uma ritualística bem definida, em templos ornamentados e bem decorados, com todos os símbolos presentes e em tempo de paz. As lojas daquela época eram eminentemente políticas revolucionárias, e eram tempos de revoluções que poderiam acontecer a qualquer momento. Acreditamos mesmo que as iniciações não obedeciam ao rigor que seguimos nos tempos atuais. Como estes agrupamentos se confundiam especialmente quanto as suas denominações, sabemos que os maçons pertenceram a todos eles alem das lojas maçônicas, as quais eram filiados. Faremos uma listagem cronológica destes. movimentos com alguma dificuldade as vezes, quanto às datas de suas fundações, já que existem discrepâncias entre os autores, justamente por falta de maiores informações da época, pois tudo era secreto. Inicialmente apenas para registrar, mencionaremos uma provável loja maçônica ou organização paramaçônica que existiu, chamada Academia Brasílica dos Esquecidos, fundada em 07.03.1724 e que teria sido a primeira loja maçônica do Brasil segundo alguns autores. É muito pouco provável porque não se tem respaldo histórico e documental. O primeiro iniciado teria sido o Padre Gonçalo Soares de França e os outros membros da Loja foram o Coronel Sebastião da Rocha Pitta e o Desembargador Caetano de Brito alem de outros filiados. Como esta Loja não teve muita atividade ela adormeceu em 04/02/1725, data esta em que suas atas foram queimadas. As Lojas ou academias, ou outras organizações que citaremos a seguir, tiveram desde o seu inicio, atividades francamente político conspirativas.
  • 15. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 15/30 a) Academia dos Renascidos. Fundada em 17.01.1759 em Salvador Bahia. A sua divisa era “Multiplicabo Dies”, o seu selo uma Phenix com a inscrição “Ut vivam” Nesta academia reuniam-se intelectuais que falavam de coisas estranhas e se comportavam de maneira diferente. Possivelmente, já estariam usando algum tipo de ritual, sem dúvida. b) Sociedade Literária do Rio de Janeiro fundada em 1786 por Inácio da Silva Alvarenga e Basílio da Gama, que segundo os autores era uma loja maçônica disfarçada. Era protegida pelo vice-rei de Portugal Dom Luiz de Vasconcelos, membro da Academia de Letras de Lisboa e grande iluminista. Foi substituído pelo Conde de Resende, este por sinal inimigo dos iluministas, dissolveu a dita sociedade em 1794. Domingos Vidal Barboza, um dos inconfidentes teria pertencido a este grupo. c) Inconfidência Mineira (1792), talvez o maior movimento pró independência considerado pela História. Dela fizeram parte, dois maçons comprovadamente filiados: José Álvares Maciel e Domingos Vidal Barboza. Muito embora na realidade este levante tenha sido mais uma conspiração de inconfidentes endividados perante a Corte, a chama da liberdade foi apregoada em todo o seu transcorrer e Tiradentes sem ter sido Maçom é o nosso mito da Independência. d) Fundação do Areópago de Itambé pelo Dr. Manuel de Arruda Câmara em 1796. Desta instituição nasceu o germe revolucionário de 1817 e também da Confederação do Equador de 1824, sendo que, este último movimento revolucionário ocorreu numa fase em que o Brasil já estava politicamente livre de Portugal Muitos destes movimentos estão citados porque existiu alguma coisa existem registros, houve alguma movimentação, os patriotas tentaram fazer uma revolução, mas em realidade por algum problema não foi levada à ação, sendo que as vezes o movimento morreu no próprio nascedouro. Mas com relação ao Areópago, este foi comprovadamente o berço de verdadeiros patriotas e idealistas dispostos a darem a sua própria vida em favor da causa que abraçaram com tanto ardor e que tiveram sucesso, pois suas idéias prevaleceram finalmente. O Areópago de Itambé, sociedade secreta criada propositalmente entre a divisa de Pernambuco com a Paraíba, longe dos maiores centros foi a primeira e verdadeira escola de revolucionários do Brasil, onde os ensinamentos foram teóricos, profundos e duradouros. Pregavam uma revolução doutrinada que no seu devido tempo iria inflamar a colônia trazendo sua liberdade em forma de república. O Areópago foi dissolvido em 1801, mas deixou a sua marca indelével. Era uma entidade paramaçônica. Em 14.07.1797 teria sido fundada uma loja maçônica a bordo da fragata francesa “La Preneuse” na Bahia, pelo comandante Larcher denominada “Cavaleiros da Luz” Seus fundadores teriam sido: José da Silva Lisboa, Padre Agostinho Gomes, Cypriano Barata, Ignácio Bulcão, Francisco Muniz Barreto, Domingos da Silva Lisboa, José Borges Barros e o tenente Hermógenes de Aguiar Pantoja. Hoje, modernamente se rejeita esta possibilidade, pois foi comprovado que tal fragata francesa apenas aproximou-se das
  • 16. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 16/30 nossas costas, mas não foi fundada qualquer Loja a bordo como querem alguns historiadores. Não há registro deste provável evento. e) Em 1800 o Bispo Dom José da Cunha Azeredo Coutinho funda o Seminário de Olinda que também foi um núcleo importante de doutrinação, pois no corpo docente se destacaram os Padres João Ribeiro o Padre Miguel Joaquim de Almeida Castro o “Padre Miguelinho” e Frei José Laboreiro já conhecidos como padres revolucionários e, como tais, puderam influenciar a juventude que estudava no Seminário. Mas não era uma loja maçônica. Era uma organização paramaçônica. f) Loja “Reunião” ou União” fundada possivelmente em 29/07/1800. em Niterói. Esta seria a primeira Loja regular fundada no Brasil, ocasião em que o comandante Landolphe representante do Círculo do Oriente da Ilha de França esteve presente e deu o reconhecimento necessário. através de uma Carta Constitutiva. g) em 1802 funda-se em Pernambuco a Academia Suassuna que veio substituir o Areópago e que passou para a história como a “Conspiração dos Suassunas” Pretendiam chamar sobre si a proteção de Napoleão Bonaparte. Esta conspiração não passou para a diante, pois houve delação sendo os principais lideres do movimento, foram presos. Já estava ali, entretanto, a semente do Areópago germinando. Foram seus fundadores, os Padres Francisco de Paula Cavalcanti Frei Caneca e Padre Miguelinho. Em 05.07.1802 funda-se a Loja “Virtude e Razão”, na Bahia que seria segundo alguns autores, a sucessora da Loja “Cavaleiros da Luz”. Em 1804 são fundadas no Rio de Janeiro as Lojas “Consciência “e “Filantropia”. Em 1809 funda-se em Olinda a Loja “Regeneração”, sendo considerada como a primeira loja regular de Pernambuco. Ela foi fundada pelo Padre João Ribeiro, Padre Luiz José Cavalcanti, Padre Miguel Joaquim de Almeida Castro. Em 1812 funda-se na Praia Grande na freguesia de São Gonçalo a Loja “Distinctiva”. Em 1812 funda-se em Recife a Loja “Restauração”. Em 1813 funda-se na Bahia o Grande Oriente Brasileiro formado pelas Lojas “Humanidade” “Virtude e Razão” e “União”, lojas estas, todas de Salvador, sendo proclamado seu Grão-Mestre Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Este Grande Oriente teve vida efêmera. Cita-se em vários livros uma Grande Loja Provincial de Pernambuco formada pelas Lojas “Restauração” ”Patriotismo” e “Guatimozim”, mas não são claras as datas de fundação. Estas Lojas teriam sido fundadas a partir de 1812. Juntamente com estas Lojas foram criadas mais duas “Pernambuco do Oriente” e “Pernambuco do Ocidente”. Os negociantes Antônio Gonçalves da Cruz (Cabugá) e Domingos José Martins teriam fundado as Lojas “Pernambuco do Oriente” e “Pernambuco do Ocidente depois de 1814.”.
  • 17. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 17/30 Em 1815 funda-se no Rio de Janeiro a Loja “Comercio e Artes”. Em 1816 é instituída em Olinda a Academia Paraíso, continuadora dos ideais do Areópago de Itambé e da Academia dos Suassunas, fundada pelo padre Miguelinho e o Dr. José Luiz de Mendonça. A ela é atraído o espírito liberal do Padre João Ribeiro e ainda vem se ajuntar ao grupo Domingos Martins. Trabalharam no Hospital de Paraíso que Paes Barreto administrava e lá surgiu a Academia do Paraíso. Todos os participantes desta Academia, foram figuras importantes na Revolução de 1817. Nesta mesma época fundam-se outras academias, a saber: Academia de Igarassu, na residência do capitão-mor Francisco de Moraes Cavalcanti e a Academia Universidade Democrática na residência do Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrade. Ele foi associado à Academia de Paraíso. Na casa do negociante Antônio Gonçalves da Cruz (Cabula) foi fundada mais uma academia. Algumas destas academias depois se transformaram em lojas. Em 1819 funda-se o Rio de Janeiro o “Clube Recreativo e Literário da Velha Guarda” por Gonçalves Ledo que durou até 1821. Em 17 de junho de 1822 funda-se no Rio de Janeiro a partir do desmembramento da Loja “Comercio de Artes” mais duas Lojas: “Esperança de Nicteroy” e “União e Tranquilidade”, o Grande Oriente Brasiliano, era antes de mais nada um clube revolucionário cujos membros iriam influir decisivamente na Independência do Brasil. Todas estas entidades nominadas quer seja em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro ou em outros locais havia algo em comum: Maçons e Independência do Brasil de preferência na forma republicana. E esta liberdade não foi fácil de consegui-la. A luta pela sua concretização durou várias décadas, muito sangue se derramou. Mas ela foi envolvente e aumentou qual uma bola de neve. Entretanto, não fosse a obstinação de nossos heróis ela não teria sido conquistada. Hoje pouco se conhece sobre este período de ouro da história deste país. A maioria destes abnegados que deram a sua vida pela Pátria são pouco conhecidos. Só se menciona para uso didático a Inconfidência Mineira e o famoso Grito do Ypiranga. Os heróis pernambucanos estão mal lembrados. Entre tantos heróis e mitos que desfilam perante nossos olhos, aquela máxima histórica que enfatiza que os precursores são quase sempre sacrificados, também acontece eu em Pernambuco. Dentro do tema proposto escolhemos o nome de um grande brasileiro que nem sempre esteve citado como o principal nos relatos históricos, mas foi sem sombra de dúvida o MENTOR da Revolução Pernambucana de 1817. PADRE JOÃO RIBEIRO (Pessoa de Mello Montenegro) Este ilustre brasileiro nasceu em Tracunhaem em 1766. Foi um menino pobre, de origem bastante humilde, porem de uma inteligência rara e alem disso dotado por Deus de um dom fora do comum, para o desenho. Graças a este talento, foi descoberto e apadrinhado nada menos por um dos mais importantes pernambucanos “de coração” da época, ou seja, pelo botânico, mineralogista, médico e Frade Carmelita Calçado, sócio da Academia Real de das Ciências de Lisboa, maçom Dr. Manuel de Arruda Câmara (Frei Manuel do Coração de Jesus) nascido em Pombal na Paraíba em 1752 e falecido em 1810, fundador do Areópago de Itambé, em 1796 considerado como o principal PRECURSOR da Revolução de 1817.
  • 18. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 18/30 Evidentemente João Ribeiro não teria as mínimas chances de progredir em sua vida, caso não fosse pinçado do meio em que vivia pelo Dr. Arruda Câmara. João Ribeiro mostrou-se um verdadeiro artista desenhando as plantas e minérios para seu Mestre. Acompanhou o seu mecenas por todas as partes do país em suas pesquisas científicas, auxiliando-o com seus desenhos fiéis e perfeitos Dada a sua dedicação o Dr. Arruda Câmara deu o nome da arvore da mangabeira de Riberia Sorbilis Tornou-se o seu amado discípulo e seu sucessor com relação às idéias de liberdade, alem de seu confidente. Graças a sua inteligência o acervo que conhecimentos que foi adquirindo foram muito grandes. Participou da criação do Areópago de Itambé, sendo um dos seus fundadores, mas, nesta época ainda não havia sido iniciado na Maçonaria. Somente chegou a ver a luz em 1807 em Lisboa, juntamente com os Padres Miguel Joaquim de Almeida Castro (Padre Miguelinho) e o Padre José Luiz Cavalcanti, aliás, este último, sugeriu-lhe posteriormente a fundar uma loja no Engenho Paulista nas imediações de Olinda, a qual levou o nome de “Regeneração” a qual teria sido a primeira loja regular de Pernambuco. O Padre João Ribeiro quis ser ordenado sacerdote. Para tanto se matriculou no Seminário de Olinda, onde lecionou por certo tempo, para posteriormente matricular-se no Colégio dos Nobres em Lisboa. Para conseguir transferir-se para Lisboa, valeu-se da amizade que o Dr. Arruda Câmara tinha com o Bispo José Joaquim da Cunha de, Azeredo Coutinho, que era Bispo de Olinda, nascido em Campos, maçom grau 33, fundador do Colégio de Olinda que o encaminhou com muitas recomendações para Portugal onde acabou por se ordenar sacerdote e também conhecer os mistérios da Sublime Ordem. João Ribeiro era uma pessoa afável, bastante erudito, conhecia as ciências físicas, e filosofia. Era cortês e bondoso, amigo dos pobres e desvalidos. O povo o idolatrava, queria-o tão bem como se fora um iluminado. Ele era um admirador da filosofia do maçom francês Condorcet pertencente à Loja “Nove Irmãs”, mas mesmo assim era um religioso assumido. O seu prestígio social e político que ele foi um dos componentes do Governo Provisório quando eclodiu a Revolução. Ele não tinha ambições, era antes de tudo um revolucionário puro e que queria ver os direitos humanos respeitados. “Arruda Câmara faleceu em 02.10.1810 e deixou uma carta para João Ribeiro onde ele menciona uma obra secreta que deveria ser enviada para a América Inglesa por ela conter coisas importantes que não convém o feroz despotismo ter dela o meu conhecimento” e ainda refere na mesma carta ”remete logo a minha circular aos Amigos da América Inglesa e Espanhola, sejam sempre unidos com esses nossos irmãos americanos porque tempo virá de sermos todos um, e enquanto não for assim, sustentem uns aos outros”. Em 1811 João Ribeiro teria ficado sob a proteção do Governador de Pernambuco Caetano Pinto, quando se fundou em Olinda o Horto destinado ao cultivo de plantas indígenas e plantas exóticas vindas da Ásia e Oceania, tais como fruta-pão, pimenta do Malabar, muscadeiras, girofeiros, lilases, caneleiros, corais da Índia, cacaueiro e a cana
  • 19. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 19/30 caiana. O Governador escolheu João Ribeiro, mas a Corte não lhe deu razão, nomeando um outro padre de origem francesa. A Revolução de 1817 foi totalmente de caráter liberal e republicana. É necessário frisar que Pernambuco vinha mostrando características regionais especiais próprias dentro da nossa História, pois pelo fato de ter expulsado os holandeses e mesmo a “Guerra dos Mascates” de 1710, fez com que os pernambucanos se contaminassem mais cedo que as demais partes da colônia com os desejos de autonomia e nacionalismo. A Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa vieram ainda mais atiçar os sentimentos libertários. O Areópago de Itambé foi o reinicio dos sentimentos de liberdade. Em 1816 a situação econômica na região não era nada boa. A vinda da Família Real trouxe problemas, com um aumento abusado de impostos. O algodão e o açúcar estavam com sua produção abaixo que nos últimos dez anos. Esta crise fez com que as idéias revolucionárias aumentassem ainda mais e fossem bem aceitas. O planejamento do levante, também chamado por alguns como a Revolução dos Padres, já que havia cerca de setenta padres envolvidos foi feito através de sucessivas reuniões na residência do patriota maçom Domingos José Martins, nascido no Espírito Santo e radicado em Pernambuco desde 1814. As sociedades secretas incendiando as opiniões. Revolução marcada para o dia 05.04.1817. Governador Caetano Pinto informado, não tomou providências imediatas. Porem vendo o movimento crescer manda prender várias pessoas citadas como conspiradores: Domingos José Martins, Antônio Gonçalves da Cruz, Padre João Ribeiro, o cirurgião Guimarães Peixoto, os militares Domingos Teotônio José de Barros Lima (Leão Coroado), Pedro da Silva Pedroso, José Mariano de Albuquerque Cavalcanti, Antônio Henriques Rabelo e Manuel de Souza Teixeira. Era o dia 06 de Março de 1817. No quartel houve um incidente que precipitou o início da Revolução. Quando foi dada a voz de prisão pelo comandante o brigadeiro Joaquim Barbosa de Castro ao capitão José de Barros Lima, este reagiu transfixando seu superior com um florete matando-o. Estava deflagrada a Revolução de 1817. A seguir os revoltosos soltam da cadeia, os presos civis. O Governador capitula e refugia-se na Fortaleza do Baron, mas tem permissão para partir para o Rio de Janeiro. É organizada uma Junta Governativa Provisória. Fazem parte dela os seguintes cidadãos: Domingos José Martins, José Luiz de Mendonça, Domingos Teotônio Jorge e o Padre João Ribeiro. Adotaram o sistema republicano de governo, adotaram uma bandeira e elaboraram uma lei orgânica, considerada como a primeira constituição no Brasil redigida por brasileiros. Segundo alguns autores o autor desta lei orgânica teria sido o Frei Caneca. O movimento se alastra para as capitanias vizinhas. Mas as dificuldades começam. Os emissários enviados aos Estados Unidos, Inglaterra e Rio da Prata não foram bem sucedidos. Foram-lhe negadas armas. O Padre Roma tentando entrar na Bahia para aliciar os baianos, é preso por ordem do Conde de Arcos e sumariamente fuzilado. A repressão começa para valer. Os revoltosos vão sendo derrotados e executados Padre Miguelinho, Domingos José Martins e tantos outros. O Governo imperial torna-se senhor da situação. Conseguem apesar de presos se safar com vida, o Frei Caneca, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e Silva, irmão carnal de José Bonifácio, Francisco Muniz Tavares além de outros. Mas, a grande maioria dos
  • 20. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 20/30 revoltosos foi passada pelas armas, após terem sido torturados. O Bispo Azeredo Coutinho não sofreu punições de qualquer espécie. O Padre João Ribeiro, talvez o mais inflamado dos revoltosos, vê com pesar e sofrimento ruir por terra todo o seu sonho, de um Brasil livre. Ainda não era chegado o momento. Na noite de 19 para 20 de maio os revoltosos abandonam Recife. dirigindo-se para o norte. João Ribeiro determina acabar com sua própria vida. Dirigiu-se para o Engenho Paulista, próximo a Olinda e ingere uma porção de veneno, que trazia consigo, mas este não teve o efeito desejado. Então com auxilio de uma corda enforcou-se na própria capela do engenho. O proprietário do engenho mandou enterrar o corpo do padre no chão da própria capela. O general português Cogominho de Lacerda, mandou desenterrar o cadáver do suicida, e decepou-lhe as mãos. A cabeça foi enviada ao Governador Rodrigo Lobo que determinou que ela fosse exposta no Pelourinho. Os estudiosos da história da Maçonaria brasileira deveriam estudar melhor o papel destes padres maçons, revolucionários, que formaram uma frente poderosa como precursores da independência do Brasil. Quase não se fala neles e eles foram importantes. Londrina, 29.03.96 - Hercule Spoladore Tema apresentado no VIII Encontro Nacional de Membros Correspondentes da Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil” - Realizado em Recife-PE BIBLIOGRAFIA AARÃO, Manoel “História da Maçonaria no Brasil”. CASTELLANI, José “Os Maçons que fizeram a História do Brasil” - , Editora “A Gazeta Maçônica” São Paulo DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DO BRASIL Editora Melhoramentos, São Paulo, SP................................................. 1976,4 ed. ENCICLOPÉDIA HISTÓRICA DO BRASIL - vol. III Block Editores. Rio de Janeiro - RJ GRANDE ENCICLOPEDIA DELTA-LAROUSSE Editora Delta, S.A. Rio de Janeiro - 1973 FAGUNDES, Morivalde C. “A Maçonaria e as forças secretas da secretas da Revolução” . Editora Aurora - Rio de Janeiro MARTINS, Joaquim Dias “Os Mártires Pernambucanos”. TAVARES, Francisco Muniz “História da Revolução Pernambucana de 1817” Editora Governo do Estado de Pernambuco- Recife – 1969 PROBER, Kurt “Cadastro Geral das Lojas Maçônicas do “Brasil"Editora IBM do Brasil - Rio de Janeiro– 1975
  • 21. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 21/30 O Irmão João Anatalino Rodrigues escreve às quintas-feiras e domingos jjnatal@gmail.com - www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br O THAU, A SERPENTE DE BRONZE E A MARCA DE CAIN- SIMBOLISMO MAÇÔNICO “Moisés orou pelo povo e o Senhor disse-lhe: Faz uma serpente de bronze e põe-na no meio do povo como sinal. E aquele que, sendo ferido, olhar para ela, viverá.”Números, 21;11 A serpente de bronze O que foi esse curioso remédio que Moisés aplicou ao seu famélico e perdido povo, quando este começou a ser atacado pelas serpentes no deserto? A Bíblia diz que os israelitas estavam impacientes com a longa e penosa jornada pelo deserto e começaram a reclamar. “ E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para morrermos no deserto? pois aqui não há pão e não há água: e a nossa alma tem fastio deste miserável pão.”(Números, 21:5) Consta que Jeová não gostou nada dessas reclamações e castigou os rebeldes israelitas mandando contra eles uma praga de serpentes cujas picadas ardiam feito brasa. E muitos morreram em consequência disso. Então foram pedir a Moisés que os livrasse dessa praga, reconhecendo que as tais serpentes tinham sido um castigo pela rebeldia que haviam mostrado contra os desígnios do Grande Arquiteto do Universo. . “Então disse o Senhor a Moisés: Fazei uma serpente de bronze, e colocai-a sobre uma haste; assim, todo aquele que for mordido, ao olhar para ela viverá. Fez, pois, Moisés uma serpente de bronze, e pendurou-a em uma haste; e sucedia que, tendo uma serpente mordido a alguém, quando esse olhava para a serpente de bronze, vivia.”(Números, 21:6,7) Evidentemente não passa pela cabeça de ninguém, pelo menos se esse alguém tiver um mínimo de discernimento, que essa passagem bíblica possa estar se referindo a algum fato verídico que se passou tal qual se descreve na Bíblia. Se assim fosse ele estaria em clara contradição com um dos mais claros preceitos do próprio Grande Arquiteto do Universo, que proibiu taxativamente que seus escolhidos fizessem, ou cultuassem imagens de quaisquer coisas vivas sobre a terra, sendo esse, a idolatria, um pecado capital punido com a mais horrível morte, ou seja, a lapidação. Por que então, o próprio Senhor, que se mostrava tão severo em relação á idolatria, não admitindo sequer um pensamento de infidelidade a esse respeito, iria recomendar um remédio tão idólatra para o seu povo? Também é difícil imaginar que a picada de uma serpente terrivelmente peçonhenta como são as terríveis chifrudas e as najas que infestam os desertos do Oriente Médio 6 – O Thau, a Serpente de Bronze e a Marca de Cain – Simbolismo Maçônico - João Anatalino Rodrigues
  • 22. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 22/30 pudessem ser curadas com um recurso tão xamânico como esse preconizado pelo cronista bíblico. O Thau A Serpente de Bronze é claramente uma metáfora. Ela é o símbolo que representa o Thau, o seja, o emblema da “mudança de estrutura”, a troca de um estado por outro, o abandono de uma crença e a adoção de outra, ação essa fundamentalmente necessária para mudarmos uma situação que nos incomoda, por outra que poderá nos deixar mais felizes. Na natureza, a principal representante desse simbolismo são as cobras. A certa altura de suas existências elas abandonam suas velhas peles, trocando-as por novas. É a renovação da vida que assim se processa. Assim, o que Deus quis dizer a Moisés, mandando que ele fizesse uma serpente de bronze e a colocasse num pedestal para que o povo pudesse olhar para ela e se curar do veneno das “serpentes ardentes” era simplesmente um comando para que os israelitas mudassem suas crenças. Pois se os israelitas continuarem acreditando nos deuses egípcios, sacrificando ao seus ídolos, iriam todos morrer naquele deserto. Esse simbolismo assume um sentido mais claro quando se sabe o que significa o ícone da cobra enroscada numa haste, que se tornou o símbolo da medicina e da sabedoria hermética que releva a modificação espiritual do recipiendário, obtida pela iniciação. Esse símbolo é conhecido pela letra hebraica Thau. Ela é a última letra do alfabeto hebraico (‫,)ת‬ e no nosso alfabeto corresponde ao T. Por assimilação visual dá-se a essa letra o significado de cruz, embora na língua hebraica ela esteja conectada mais com o sentido da audição, ou seja, significa ouvir. Desde os tempos mais antigos essa letra (‫)ת‬ tem, para o povo de Israel, uma conotação de marca, sinal, ou seja, ela é um símbolo que significa “assinalar”. Foi com um Tau que Deus mandou marcar as portas das casas israelitas na noite em que Abbadon, o Anjo da Morte, passou pelo Egito e matou os primogênitos das famílias egípcias, como castigo pela teimosia do faraó em não querer libertar os filhos de Israel. (Êxodo 12:20). Essa simbologia era usada também pelos egípcios, onde a serpente era um símbolo da força regenerativa e do poder transcendental atribuído aos faraós. Nesse sentido, ela era representada pela Uraeus, a serpente cósmica que simbolizava os ciclos da natureza em sua eterna repetição. Por isso a Uraeus, a cobra que engolia o próprio rabo, era um dos símbolos representativos das casas reais, que os usavam para representar a eternidade do Egito como Estado e das suas próprias dinastias como perenes. A Uraeus era sempre colocada na mitra do faraó, como marca representativa da sua realeza e do seu poder.. O próprio Rio Nilo, aliás, era visto como uma serpente que fertilizava e dava vida ao país. Por isso, nos rituais de sagração dos reis egípcios, os chamados festivais Sed, era costume a realização de rituais em que os leprosos, sinal de degeneração física e espiritual, eram curados pelo toque do cajado mágico do faraó, o rei-sacerdote, promovendo a regeneração da pessoa afetada. Uma dessas cenas de cura pelo cajado mágico do faraó encontra-se reproduzida na tumba de Kheruef, a camareira da rainha Tiye, esposa de Amenhotep III, pai do faraó Akhenaton.
  • 23. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 23/30 A Marca de Cain Por outro lado, uma tradição cabalística sugere que a marca posta na testa de Cain, também foi uma cruz em forma de Thau. O quer dizer que a Marca de Cain, tão comentada em prosa, verso e romance, não é uma “marca de maldade”, mas sim, a marca de Deus, posta sobre a cabeça da humanidade, em forma de conhecimento, ciência, capacidade especulativa, livre arbítrio e liberdade de pensamento, pois essa tradição ensina que foram os descendentes de Cain (Jubal, Jabel e Tubal-Cain) que trouxeram as ciências para o seio da humanidade. (Gênesis, 4;17). É que nessa tradição, a aquisição do conhecimento, das ciências profanas, sempre foi visto como sendo um pecado, uma rebelião do homem contra Deus, rebelião essa patrocinada pelo anjo rebelde Lúcifer. Essa visão está patente, por exemplo, nas profecias de Ezequiel onde o profeta diz: “Passa pela cidade, por Jerusalém, e marca com um THAU a fronte dos homens que gemem e choram por todas as práticas abomináveis que se cometem”(Ezequiel 9, 1-7). Nessa homilia, o profeta vituperava as autoridades civis e religiosas de Israel, que segundo ele, adotaram uma falsa sabedoria e haviam se esquecido dos preceitos dados por Jeová. E aqueles que fossem marcados com o Thau eram os “limpos e puros” que deviam escapar do castigo de Deus. O significada da lenda Essa tradição também é cultivada na Maçonaria através da Lenda das Colunas de Bronze. Para os hermetistas, o Thau, ou seja, a serpente enroscada numa vara, era conhecido como o Cajado de Hermes, o símbolo da regeneração. Hermes era o deus das mutações, por isso os alquimistas o adotaram como seu principal símbolo. Daí a alquimia ser chamada de ciência hermética por excelência. E por inferência, sendo a medicina a ciência que tem por objetivo a promoção da cura (regeneração) do organismo humano, esse símbolo foi adotado pelos praticantes dessa profissão. Com essas informações é possível começar a entender o emblemático episódio da Serpente de Bronze em seu significado hermético, simbólico e iniciático. Pois fora desse contexto ele não teria nenhum sentido. Na verdade, esse episódio é uma metáfora que significa a necessidade de se “despir da antiga crença” e adotar uma nova para poder sair de um estado (psicológico ou físico) que nos incomoda e entrar num novo. É como faz a serpente na sua ação de “trocar” de pele. Nesse simbolismo, o cronista bíblico utiliza as duas alegorias, para mostrar aos israelitas o poder de Deus e sua doutrina regeneradora. Como se sabe, a lepra era das principais doenças daqueles tempos. Sua principal manifestação era a ardência que essa doença provocava na pele dos afetados. Dessa forma, converter-se ao culto de Jeová significava a “a cura“ para todos os males. Aqueles que ostentassem a “marca de Jeová” ficariam livres de todos os males, especialmente a lepra (a picada da serpente) ardente. Na Maçonaria, a Lenda da Serpente de Bronze é uma importante alegoria que veicula profundos ensinamentos iniciáticos. Ela é tomada no sentido simbólico de regeneração espiritual, fortalecimento de caráter e demonstração de fé, como símbolo da medicina que cura, de doutrina que leva o Irmão a emular suas virtudes e mitigar os seus vícios.
  • 24. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 24/30 (as letras em vermelho significam que a Loja completou ou está completando aniversário) GLSC - http://www.mrglsc.org.br GOSC https://www.gosc.org.br Data Nome da Loja Oriente 03.10.1981 Ação e Fraternidade Gasparense nr. 26 Gaspar 17.10.1969 São João Batista nr. 14 Orleans 19.10.2000 Gênesis nr. 47 Florianópolis 20.10.1977 Duque de Caxias nr. 21 Florianópolis 22.10.1970 Sentinela do Oeste nr. 17 Chapecó 25.10.1978 Harmonia e Fraternidade nr. 22 Joinville 25.10.1996 Cavaleiros da Luz nr. 64 Florianópolis 28.10.1989 Jack Malt nr. 49 Rio Negrinho 28.10.2008 Delta do Universo nr. 98 Florianópolis Data Nome da Loja Oriente 05/10/1991 Zezinho Cascaes Braço do Norte 12/10/1994 Fraternidade Serrana São Joaquim 13/10/2004 Portal da Serra Bom Retiro 15/10/1985 Lealdade, Ação e Vigilância Florianópolis 16/10/1951 Estrela do Planalto Curitibanos 18/10/1997 Acácia das Gaivotas Bal. Gaivota 20/10/2008 Construtores da Paz Chapecó 21/10/1972 General Bento Gonçalves Araranguá 22/10/1997 Sol do Oriente Camboriú 26/10/1975 Acácia das Neves São Joaquim 30/10/2002 Frank Shermann Land Florianópolis 7 – Destaques (Resenha Final) Lojas Aniversariantes de Santa Catarina Mês de setembro
  • 25. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 25/30 GOB/SC – http://www.gob-sc.org.br/gobsc Data Loja Oriente 03.10.03 Delta de Ingleses - 3535 Florianópolis 06.10.81 Prof. Clementino Brito - 2115 Florianópolis 13.10.07 Luz de São Joaquim - 3884 São Joaquim 15.10.93 Cidade Azul - 2779 Tubarão 15.10.05 Estácio de Sá -3763 Florianópolis 17.10.08 Luz de Órion - 3951 Itapema 23.10.00 Luz e Harmonia - 3347 Brusque 26.10.96 Arquitetos do Vale - 2996 Blumenau 26.10.08 Amigos da Liberdade - 3967 Palhoça 27.10.97 Atalaia -3116 Itajaí 28.10.95 Luz do Atlântico Sul - 2894 Baln. Camboriú
  • 26. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 26/30 Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴ MI da Loja Razão e Lealdade nº 21 Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO, cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6) Para o dia 23 de outubro: A Prudência É uma virtude de comportamento. O prudente prevê o que lhe poderá acontecer se não estiver alerta. Essa virtude pode ser considerada como uma ação de “legítima defesa”, porque a Prudência é atributo da defesa. Prever um acontecimento não significa premonição. Quem enceta uma viagem de automóvel, se antes de inicia-la não observa como está de combustível, fatalmente ficará sem motor, e de nada lhe valerá imprecar contra alguém, pois o único responsável foi ele que não foi prudente. Em nossos dias, de tanta confusão social e familiar, neste mundo tão complicado, quem não for prudente. A prudência é necessária em todas as circunstâncias e ela faz parte de um feixe de exigências, como a previsão, o conhecimento, a pesquisa etc. A parábola das virgens imprudentes tem sido o alerta clássico para todos; há dois mil anos, portanto, que a humanidade segue o conselho do divino Mestre. O imprudente perderá a oportunidade que espera. A Maçonaria cultiva as virtudes, e no feixe amplo está a Prudência, que é sinônimo de precaução, alerta, vigília e tudo o mais. O Maçom Prudente guarda os sigilos da instituição e assim evitará a profanação. A Prudência não “ampara” somente a primeira pessoa, mas protege o grupo todo. Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 315.
  • 27. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 27/30 Loja Comendador Gomes da Silva nr. 90 – Frutal - MG
  • 28. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 28/30 1– Um dominó de 15 mil peças está fazendo sucesso na internet.. 2 – Um dominó de 15 mil peças está fazendo sucesso na internet.. 3 – Tente reconhecer essas famosas cidades por outro ângulo! 4 – Toulouse (França): <http://www.imagensviagens.com/toulouse.htm> 5 – A Bahia em francês.Vejam o belo vídeo sobre a Bahia. youtube.com/watch_popup?v=AXRZwNTSais&feature=player_popout#t=22s 6 – mazônia Venezuelana: AMAZONIA VENEZUELANA.ppsx 7 – Filme do dia: “Daniel Boone ”- dublado https://www.youtube.com/watch?v=pOBMM42nCR4
  • 29. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 29/30 O Irmão e poeta Sinval Santos da Silveira * escreve aos domingos neste espaço Foi tão cruel o abandono, que só a indiferença sobreviveu. Um profundo sulco, em meu peito se abriu. Não existe poeta ou doutor, que possa curar esta dor. O afeto que era meu, foi ceifado, morreu. Minha voz emudeceu, e o coração chorou.
  • 30. JB News – Informativo nr. 2.214 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de outubro de 2016 Pág. 30/30 Li, naqueles lábios, que tantas vezes beijei, um sarcástico sorriso de desprezo. Conversei com os meus sentimentos, caminhei do nascente ao poente, meditei... Vi luzes de cores diferentes, parecendo alucinação. Hoje, posso compreender. Eram imagens do universo, querendo me proteger ! De forças desconhecidas, me fortaleci. Vi um cerco de estranhas figuras, como sombras em movimento. Nada falaram, nem prometeram. Minha dor, passou. Meu sofrimento, também. Restou, apenas, o esquecimento, que o tempo já prometeu. Veja mais poemas do autor, Clicando no seu BLOG: http://poesiasinval.blogspot.com * Sinval Santos da Silveira - MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 – Florianópolis