1. JB NEWS
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: Ir Jeronimo Borges
Academia Catarinense Maçônica de Letras
Academia Maçônica de Letras do Brasil – Arcádia de B. Horizonte
Loja Templários da Nova Era nr. 91(Florianópolis) - Obreiro
Loja Alferes Tiradentes nr. 20 (Florianópolis) - Membro Honorário
Loja Harmonia nr. 26 (B. Horizonte) - Membro Honorário
Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas (J. de Fora) -Correspondente
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas (P. Alegre) - Correspondente
O JB News saúda os Irmãos leitores de Petrolina - PE
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016
Bloco 1-Almanaque
Bloco 2-IrManoel Miguel – Maçonaria e Discriminação (Crônica semanal)
Bloco 3-IrJosé Anselmo Cícero de Sá – Considerações sobre “Ética e Corrupção”
Bloco 4-IrLaurindo Roberto Gutierrez – Os “Maçons” Inventados
Bloco 5-IrAlfério Di Giaimo Neto – O Balandrau e o Terno Preto
Bloco 6-IrRui Samarcos Lora - A Indelével Presença do Hebraico no REAA
Bloco 7-Destaques JB – Breviário Maçônico p/o dia 4 de outubro. Versos do Irmão e Poeta Raimundo
Augusto Corado
Zotovici
2. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 2/36
4 de outubro –(dia das aves e dos animais)
S. FRANCISCO DE ASSIS – Nascido na cidade de Assis, em 1182, os seus
pais fizeram-no renunciar a todos os bens paternos, na presença do bispo de
Assis, pela generosidade que usava para com os pobres. Aceitou tudo
prontamente despojou-se dos próprios vestidos. Dirigido pelo Espírito Santo
abraçou a vida evangélica, para conservar-se casto empreendeu
mortificações. Instituiu com os seus companheiros a primeira ordem, Ordem
dos Frades Menores Conventuais e a Ordem dos Frades Menores
Capuchinhos, com o fundamento da pobreza, humildade e simplicidade. Instituiu também a
segunda ordem só para mulheres, a Ordem das Clarissas, baseada na pobreza. Finalmente criou
a terceira ordem para homens e mulheres, a Ordem dos Franciscanos, aprovada a regra em
1233 pelo papa Honório III, seus membros teriam de fazer voto de pobreza, reformulada pelo
papa Leão XIII. Devido ao seu amor a Jesus e a Maria, o Senhor imprimiu-lhe de forma visível as
chagas, na última hora em 3/10/1226 em Assis, colocaram-no despido sobre a terra, entregando a
sua alma nas mãos dos anjos. Segundo a tradição católica o presépio surgiu em 1223, por sua
ação, que com permissão papal montou sobre palha a imagem do Menino Jesus, Maria e José, um
boi, um burro e outros animais vivos, para cenário da missa de Natal, padroeiro dos ecologistas,
de Itália, de Assis, dos animais e das associações de proteção dos animais.
Nesta edição:
Pesquisas – Arquivos e artigos próprios e de colaboradores e da Internet
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
1 – ALMANAQUE
Hoje é o 278º dia do Calendário Gregoriano do ano de 2016– (Lua Nova)
Faltam 88 dias para terminar este ano bissexto
Estamos na Semana da Vida.
Dia da Ecologia, dia das Aves e dos Animais,
dia Universal da Anistia e dia Mundial do Bartender
Se o Irmão não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
POR FAVOR, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem, para evitar
atropelos em nossas remesssas diárias. Obrigado.
Colabore conosco para evitar problemas na emissão de nossas mala direta diária.
EFEMÉRIDES DO DIA -Ir Daniel Madeira de Castro (Lisboa)
(Fonte: Livro das Efemérides - Históricas, Políticas, Maçônicas e Sociais - 2016)
3. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 3/36
1780 – A Loja-Mãe do Rito Escocês Filosófico outorgou ao duque de Montausier, maçon, os
poderes necessários para que pudesse instalar este sistema maçónicos nas Antilhas Francesas e
nas outras ilhas coloniais francesas na América.
1809 – Nasceu em Faro, Sebastião Francisco Severo Leão Drago Valente de Brito
Pinheiro Guarda da Ponte Correia de Lacerda Grim Cabreira, gen., participou nas
guerras civis do séc. XIX, desembarcou no Mindelo, liberal, setembrista, deputado,
promotor em S. Julião da Barra, local onde foi enforcado do Monumento a Gomes
Freire de Andrade, iniciado maçon, com o nome simbólico de Porlier, pertenceu à
Loja Civilização de Lisboa, da Conf. Maç. Portuguesa (12/1/18681).
1815 – Faleceu em Jouy-en-Josas, Christophe Philippe
Oberkampf, nascido em 1738 em Weissenbach, Baviera, industrial francês de
origem bávara, protestante, em 1759 fundou a primeira e fábrica de tecidos em
França, inovou com tecidos estampados, sucesso clamoroso em toda a Europa.
Depois abriu uma outra em Essones de tecidos de algodão, maçon francês.
1822 – Instalado como G.M. do G.O. do Brasil, D. Pedro I.
1824 – Proclamada a república do México.
1840 – Fundado em Lisboa o Montepio dos Empregados Públicos, associação mutualista, mais
tarde denominado Montepio Geral, intervieram na sua formação Francisco Manuel Álvares
Botelho e muitos maçons, destacando-se: António Maria do Couto, António Pretextato, Inácio
Virgolino Pereira de Sousa e António Dias de Azevedo.
1842 – Faleceu, José de Vasconcelos e Sá, barão de Albufeira, maçon (19/3/1772).
1853 – Inaugurado o monumento a Gomes Freire de Andrade, no local onde foi
enforcado em S. Julião da Barra, por iniciativa de Sebastião Cabreira, maçon.
1904 – Portugal e a Holanda assinaram um tratado fixando as fronteiras de Timor
Leste.
1907 – Faleceu em Hamburgo, Alfredo Keil, maçon (3/7/1850).
1910 – Morreu em Lisboa, Carlos Cândido dos Reis, maçon, suicidou-se com uma bala na
cabeça, em Lisboa, convencido do fracasso da revolução republicana
do 5 de Outubro (16/1/1852).
– Deflagrou a revolução republicana, com o bombardeamento do
Palácio das Necessidades e do Rossio, pelos cruzadores Adamastor e
S. Rafael, o rei D. Manuel II fugiu para Mafra, donde seguiu para a
Ericeira, e daqui fugiu para Gibraltar e finalmente para Inglaterra, os
maçons Afonso Palla e Sá Cardoso conduziram à Rotunda o Regimento
de Artilharia 1 e o maçon Machado Santos revoltou Infantaria 16. No número 135 da R. Saraiva de
Carvalho, foi lançada a primeira granada/bomba, uma lápide assinala o local onde explodiu, para a
implantação da República, disparada pelo Regimento de Artilharia 1, foi neste bairro que começou
o movimento revolucionário, no quartel de Campo de Ourique, estava instalado o Regimento de
Infantaria 16, que foi o primeiro regimento a aderir à revolução.
4. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 4/36
1934 - Nasceu em Fazenda do Banco, Água do Macuco, S.
Paulo, Francisco de Assis Carvalho, conhecido por Xico
Trolha, cidadão comum brasileiro, de origens humildes,
subiu a pulso, tornando-se numa das mais destacadas
figuras da Maçonaria brasileira. Começou como alfaiate e
começou a estudar para o liceu com 30 anos, licenciou-se em Ciências e
Letras e obteve o diploma de prof. de português e inglês, iniciado maçon
em 27/11/1965 na Loja Ciência e Trabalho, na Rolândia. Chegou ao Grau
33 no Rio Grande do Sul. Pertenceu ao quadro de mais de 20 Lojas, em
várias localidades, membro dos mais credenciados centros de estudos
maçónicos e foi Venerável da Loja de Pesquisas em Londrina, foi
distinguido com inúmeras distinções de entidades maçónicas brasileiras e
foi conferente em muitos seminários e congressos. Um dos maiores
escritores maçónicos do sec. XX no Brasil foi fundador em 10/4/1971 da revista e da editora A
Trolha, tendo publicado dezenas de livros, de que destacamos: Cargos em Loja, Ritos e Rituais,
Símbolos Maçónicos e Suas Origens, Maçonaria Dissecada, A Maçonaria – Usos e Costumes
(3/11/2002).
1945 – Leon Mauvais em nome do Partido Comunista Francês escreveu ao G.M. do G.O. de França
declarando que o P.C.F. decidira "admitir maçons desde que declarassem aceitar a sua doutrina,
conformar-se com as suas regras, ações, formas de organização e normas do PCF, que aplicará
sua própria política e disciplina, em todas as circunstâncias e motivos ".
1957 – A U.R.S.S. iniciou a era espacial lançando o satélite Sputnik.
1959 – Fotografada a Lua pelo foguetão soviético Lunik-3.
1966 – Independência do Lesoto.
1977 – Reconhecidos pelo Ministério da Educação os cursos da Univ. Católica.
1992 – Assinado em Roma o acordo geral de paz, entre o governo de
Moçambique e a Renamo que pôs fim a 16 anos de guerra.
1822 Ata da 17ª. Sessão do Grande Oriente Brasileiro, presidida por Gonçalves Ledo. Juramento e posse de
D. Pedro como Grão-Mestre do Grande Oriente Brasileiro. Domingos Alves Branco sugere e a
Assembleia aclama D. Pedro como Imperador do Brasil, título mais liberal do que o do rei.
1879 Falece o Ir Manuel Luiz Osório, 33º. Marquês do Herval, patrono da Arma de Cavalaria
1934 Nasce Francisco de Assis Carvalho, escritor maçônico de renome e editor de “A Trolha”. Xico Trolha
foi o grande disseminador da autêntica historiografia da Ordem.
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
5. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 5/36
Florianópolis vai sediar nos dias 14 e 15 de outubro o
XXIII Encontro de Estudos e Pesquisas Maçônicas
6. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 6/36
Irmão Manoel Miguel é
MM da Loja Colunas de São Paulo, 4145
CIM 293-759 - GOB/GOSP – São Paulo
Escritor – Palestrante – Coach em Saúde e Estilo de Vida
Autor do livro: Viver Mais Com Saúde e Felicidade
O Ir Manoel Gabriel escreve às terças-feiras neste espaço.
MAÇONARIA E DISCRIMINAÇÃO
Participei juntamente a Loja à qual pertenço, do ERAC, Encontro Regional de Aprendizes
e Companheiros, da I e II macrorregiões da grande São Paulo, promovido pelo Grande
Oriente do Estado de São Paulo. Em nossa sala tinham várias Lojas e cada uma delas
puderam apresentar uma prancha, com temas diferentes, de forma bem interessante.
Em uma das pranchas, surgiram pontos bastante polêmicos, dos quais boa parte dos
Maçons procuram se distanciar: Porque a Maçonaria não inicia pessoas com deficiências
ou limitações físicas? Por que a Maçonaria não inicia Mulheres, em Lojas mistas, por
exemplo? Por que os gays e lésbicas não são aceitos? Há discriminação entre nós?
Devemos mudar?
Diante das polêmicas que surgem todas as vezes que pontos como esses são levantados,
o irmão que estava conduzindo os trabalhos deu logo um jeito de desacelerar os ânimos
e dar o assunto como encerrado. Resolvi então falar algumas coisas a respeito dessas
indagações aqui nessa prancha, lembrando sempre os leitores que as minhas palavras
são minhas, um direito meu de me expressar, mas que pode divergir em parte ou no
todo, da visão dos ilustres irmãos leitores. São apenas um ponto de vista. Eu
particularmente, tenho a impressão de que a Maçonaria perdeu ou vem perdendo de
forma acelerada a base de seus princípios e objetivos. Não só isso. As frases prontas dos
rituais, com perguntas e respostas sobre o que é a Maçonaria e o que estamos fazendo
em Loja e fora dela enquanto Maçons, parecem escapar ao real conhecimento do que
estamos falando, mais ou menos como pronunciar uma reza padrão, decorada, sem a
mínima profundidade de conhecimento do significado, força e poder dessa reza. Não
fosse isso, perguntas como as apresentadas acima não teriam espaço no coração do
Maçom, para que fossem pensadas ou pronunciadas. Mas, como elas surgem, precisam
ser respondidas, já que o problema não seriam as perguntas, mas sim o vácuo interior
que permitiu o surgimento delas.
Para responder a essas perguntas, é preciso analisarmos vários fatores, entre eles, o que
temos como modelo de sociedade no momento, tanto a nível global quanto nacional,
comparando esse modelo com a estrutura e objetivos da Maçonaria em si.
2 – Maçonaria e Discriminação
- Manoel Miguel
7. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 7/36
MODELO GLOBAL DE SOCIEDADE.
Estamos vivendo uma época em que o foco da humanidade está fechado no
materialismo. Décadas atrás, a pirâmide das buscas era apontada para cima, e isso
estava em sintonia com a filosofia maçônica:
A busca pelo conhecimento se dava na base da pirâmide, mas o foco era para o
metafísico, substanciado na crença de uma vida futura, na existência de um Deus, na
prática de adoração e fé a esse Deus, em primeira instância. Vivemos assim até
praticamente o final do século XIX. Entretanto, as religiões modernas inseriram dogmas
e afirmações grosseiras, insustentáveis, em suas estruturas, dando brechas ao ceticismo,
à busca pelas verdades através do método científico, capaz de comprovar os equívocos
desses dogmas, o que passou a ser confundido com a fé no Ente Supremo, colocando
em cheque sua existência e fazendo o ceticismo crescer como massa sob efeito de
fermento. Para a grande maioria das pessoas, a prática religiosa passou a ser de
fachada, fictícia, mais para dizermos que seguimos um modelo, mas longe de praticá-lo
diligentemente.
Diante de tamanho descrédito, o foco da busca humana se inverte em todas as áreas do
conhecimento; a pirâmide vira suas costas para o macrocosmo, fazendo a inversão da
busca fechar o foco exclusivamente para a matéria:
Como a inversão de foco agora mira para baixo, é normal que uma quantidade muito
grande de Maçons siga a tendência, já que a essência maçônica parece ter se perdido ou
enfraquecido. Quando focamos diretamente alguma coisa, passamos a nos tornar
especialistas naquilo que buscamos. O foco na matéria possibilitou nossa especialização
enquanto materialistas. A contribuição dessa inversão no âmbito científico é
inquestionável, principalmente nas pesquisas espaciais, biológicas, químicas, mineração,
agropecuária, farmacêutica, física, eletrônica, digital, mecânica, produção, logística,
comunicação, computação e genética, entre tantas outras. Entretanto, para a filosofia
esotérica e espiritual ou simplesmente metafísica, foi um acidente fatal, pelo menos no
momento em que vivemos. Para a Maçonaria, penso que foi nesse momento que
passamos a perder um pouco nossa identidade e essência. Na visão de liderança em
todas as áreas, a pirâmide invertida virou vedete, sendo utilizada como modelo que
impressiona os Diretores, Presidentes, CEO’s, Coaches, autoridades eclesiásticas e até
Grão-Mestres e Veneráveis. Isso é errado? Certamente que não. É apenas a tendência e
modelo adotado no mundo moderno.
8. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 8/36
O MODELO IDEAL
Nós Maçons estamos acostumados com um modelo amplo, que valoriza o macrocosmo e
o microcosmo em harmonia, que seria o homem buscando o conhecimento e o domínio
do microcosmo a partir da visão emblemática do macrocosmo, como no desenho da
figura abaixo:
Esse modelo de busca permite ao homem avançar de forma completa em sua evolução
física, moral, intelectual e espiritual, exercendo de forma justa e perfeita sua evolução: A
alma aponta para o seu Criador, enquanto o intelecto busca ampliar o conhecimento da
parte mais densa, a matéria. Nesse modelo o homem crê que existe uma Verdade
Suprema, acima dos conhecimentos materiais, não sendo possível explicá-la a partir dos
métodos científicos.
O irmão Albert Pike (tradução livre), diz em seu livro Morals and Dogma que “É devido a
Força mal regulada que as revoluções fracassam. É por isso que, muitas vezes, lutas
dignas, vindas de cima para baixo, dominando o horizonte da Moral, Justiça, Sabedoria,
Razão e Direito, substanciadas por ideais puros como a neve que derrete com a luz e o
calor, formando riachos de águas puras, caindo de rocha em rocha numa longa viagem,
depois de ter refletido o céu em sua transparência e candura, depois de ter alimentando
centenas de afluentes, no majestoso caminho do triunfo, de repente são transformadas
em atoleiros, como um rio da Califórnia, açorado por bancos de areia.” A Força bem
regulada prescreve a base do conhecimento solidificada no que é metafísico, no
equilíbrio das vibrações entre o ativo e o passivo; nunca passivo-passivo ou ativo-ativo,
ou apenas positivo ou negativo. São mandatórias, a ressonância e a harmonia das
vibrações dos opostos. Com o foco apenas na parte densa, na matéria, é normal que
essa verdade seja posta em cheque. E aí, parece não haver limites que norteiam o
conhecimento. Tudo é normal. Tudo é permitido. Essa é a base da Maçonaria.
Dizemos em nossos rituais e nos livros sobre Maçonaria que somos uma sociedade
“iniciática”. Iniciática em quê? Vejo constantemente irmãos afirmando que “é preciso
desmistificar a Maçonaria”. Fico meio impressionado com esta afirmação, como o que
seria o significado dela, bem como se esses irmãos têm noção do que estão falando. E
muitos desses irmãos trilharam todos os altos graus, muitos foram ou são V∴M∴ e algo
mais. Pois bem, se precisamos “desmistificar” não seria mais preciso a iniciação. A
iniciação significa: colocar no caminho. Caminhos desmistificados não prescrevem
iniciação e qualquer profano pode trilhar. Outros dizem que Maçonaria é apenas uma
família. Se fosse para pensarmos assim, qual seria o motivo para que deixássemos nossa
família em casa e fôssemos para as Lojas? Família é formada por marido, mulher e
filhos. Se a Maçonaria significa “família”, logo não se justifica a iniciação, podendo
aceitar qualquer pessoa, sem exigências ou diferenciação de sexo, com limitações físicas,
etc., pois nas famílias temos tudo isso. A iniciação é mística, ritualística e esotérica,
assim como o é a Maçonaria e as sessões em Loja. A não ser que queiramos rever
nossos conceitos, nossa identidade e nossa essência. Seríamos então um clube,
9. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 9/36
agremiação ou associação de homens livres e de bons costumes? Também não. Para
isso não precisamos de iniciação e temos modelos de brilhantes instituições que
funcionam muito bem sem a iniciação.
POR QUE A MAÇONARIA SÓ ACEITA HOMENS?
A resposta curta seria: Porque é iniciática nos moldes emblemáticos do Templo de
Salomão e da ligação direta entre o macrocosmo e o microcosmo, constatados nos
estudos das escolas iniciáticas que a precederam. Mas é preciso deixarmos de olhar para
os mitos, as religiões, dogmas e crenças que temos hoje, indo escavar os escombros
sobre as quais a Maçonaria e as religiões estão construídas. Encontraremos escolas
iniciáticas do passado que aceitavam homens e mulheres, bem como encontraremos
escolas iniciáticas que não aceitavam mulheres. Não é simplesmente porque na
Maçonaria operativa, no trabalho braçal, pesado, a força do homem era fundamental.
Precisamos olhar o sentido esotérico de nossos trabalhos. A Terra e o céu (a abóboda
celeste, a terra, os planetas, o Sol, a Lua e o Zodíaco) são o verdadeiro Templo do
Grande Arquiteto do Universo. O céu é o emblema do plano superior e a Terra é o
emblema do plano inferior, sendo considerada o escabelo dos pés do Supremo Criador.
O Templo de Salomão era o emblema da somatória dos dois planos, dividido em três
partes, tendo repartições para visitação do povo e áreas restritas aos sacerdotes. Na
Loja Maçônica, temos três repartições também, mas estas representam apenas a parte
do Templo de Salomão que era restrita aos sacerdotes iniciados. Todo iniciado é um
sacerdote, posto no caminho para o aprimoramento e evolução em seu ministério,
dividido em três classes sacerdotais. Somente o sumo-sacerdote poderia adentrar ao
Santo dos Santos, local estritamente sagrado, onde Jeová descia à Arca do Concerto,
visitava o Sumo-Sacerdote e revelava a ele os ensinamentos e mistérios a serem
passados aos sacerdotes, e estes ao povo. Então, estamos aqui de passagem, habitando
um grande Templo, o Universo, e fomos iniciados, passando a pertencer a uma das três
ordens sacerdotais, semelhantes ao modelo do Templo de Salomão, onde o sacerdócio
era exercido por homens, a energia ativa, o princípio fálico como modelo sacerdotal. Não
havia sacerdotisa nesse modelo iniciático, mas sim, os filhos de Levi.
POR QUE A MAÇONARIA NÃO INICIA PESSOAS COM ALGUMA LIMITAÇÃO FÍSICA?
Sem entrar na explicação das vibrações energéticas, é preciso lembrarmos que no
Templo de Salomão eram oferecidas oferendas, animais, que eram queimados em
holocausto para expiação do pecado do povo. Esse trabalho era ministrado por
sacerdotes, sendo o animal a representação do próprio sacerdote, que não tinha
herança, possessões, bens, valores, etc., tampouco desfrutava dos prazeres da vida
mundana, dedicando-se exclusivamente do ministério e do sacerdócio, o que não deixa
de ser um martírio, um holocausto. Eles exerciam seus sacerdócios com prazer, privando
de suas próprias satisfações ou regalias em benefício do povo, que vinham até a eles
para serem perdoados. Não seria justo, na visão sacerdotal, impor tamanho sacrifício às
mulheres, crianças, viúvas, deficientes físicos e idosos. Estes, deviam desfrutar a vida,
ter alegria, prazer, regalias, e todos os benefícios do perdão, exercido através dos
sacerdotes. Assim como os animais oferecidos ao sacrifício não podiam ter manchas,
defeitos, ou algo que pudesse interferir nas vibrações energéticas superiores durante o
10. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 10/36
sacrifício, os sacerdotes também seguiam o mesmo padrão. Como todo Maçom é um
iniciado para o sacerdócio, devendo trabalhar em benefício da sociedade, que está nas
partes diferentes do grande Templo, a Terra, prescreve que seu sacerdócio seja puro,
sem manchas, com capacidade plena de exercer qualquer função requerida em benefício
do perdão e melhoria da humanidade. Esse foi, pelo menos, o modelo aparentemente
escolhido pela Maçonaria no Brasil e em muitos lugares do mundo. Entretanto, há
escolas maçônicas iniciáticas que agem de forma diferente, talvez por seguir modelos
diferentes de outras escolas iniciáticas, por ignorar esse princípio, ou por sofrer a
influência da pirâmide invertida, onde tudo não parece ter implicações. É bom que o
Maçom estude e conheça todas as escolas iniciáticas do passado, bem como os rituais e
como eram as iniciações. Afinal, o modelo iniciático aplicado aos sacerdotes do Templo
de Salomão não eram novos, possivelmente remetendo ao Egito. Além da Bíblia Sagrada
e do livro “Morals and Dogmas of the Ancient and Accepted Schottish Rite of
Freemasonry”, não me utilizei de nenhum outro livro no momento, fazendo uso apenas
do que já conheço de outros estudos que fiz anteriormente.
Os Maçons que conhecem a essência maçônica, o significado da iniciação, o valor e a
responsabilidade que o sacerdócio tem para com a humanidade, se contentam com o
fato de as mulheres estarem fora do sacerdócio, atuando como rainhas do lar e da
pátria, como campos de atração da beleza, do amor, da estabilidade e da paz. Ficam
satisfeitos em ver as crianças, os jovens, os velhos, as viúvas e os portadores de alguma
limitação física ou especiais, vivendo a vida plena, livres do sacrifício do holocausto.
Afinal, não estamos fazendo discriminação, já que todas essas pessoas mencionadas
estão no mesmo Templo, apenas em compartimentos diferentes, onde podem viver a
liberdade por nós assegurada diante do GADU. Somos homens que submetem suas
vontades em benefício da pátria e da humanidade, como os animais que eram
sacrificados para o perdão dos pecados dos povos. Temos um compromisso enorme com
a paz, com o progresso, com a moral, a ética, o místico, esotérico e espiritual. Somos
muito mais que religião e por isso não interferimos nelas.
Autor: Manoel Miguel – ARLS Colunas de São Paulo – 4145, GOSP/GOB. Or∴ de São Paulo. E-mail:
manoelmiguel@msn.com .
11. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 11/36
Irmão José Anselmo Cícero de Sá (33º. REAA)
MI da Loja Estrela da Distinção Maçônica Brasil nr. 953 (GOB/GOERJ)
Academia de Artes, Ciências e Letras do Estado do Rio de Janeiro
Cadeira nr. 29 - Patrono: Quintino Bocaiuva –
De seu livro: Tempo de Estudo Maçônico - Volume 4.
CONSIDERAÇÕES SOBRE “ÉTICA” E “CORRUPÇÃO”
A palavra ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma
pessoa). Ética é pois, um conjunto de valores morais e princípios que norteiam a
conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom
funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a
ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento
de justiça social.
A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e
culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e
princípios morais de uma sociedade e seus grupos.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país,
por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético. Em outro país,
esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. Aproveitando o
exemplo, a ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética. Além dos
princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de
determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica,
ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética
jornalística, ética na política, etc.
A ética é a referência a princípios humanitários fundamentais, comuns a todos os
povos, nações, religiões e outras tantas comunidades. A falta e a quebra da ética
ameaçam todos os setores e aspectos da vida e da cultura de um país, sobretudo
quando acontece na esfera política, o efeito é mais destruidor
Isto se dá porque a política é o ponto de equilíbrio de um país e o político deve
ser um exemplo para a sociedade. Quando a política não realiza sua função de ser a
3 – Considerações sobre “Ética e Corrupção”
José Anselmo Cícero de Sá
12. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 12/36
instância que faz valer a vontade e o interesse coletivo, rompe-se a confiabilidade e o
tecido político e social do país. O mesmo acontece quando a classe política apóia-se no
poder público para fazer valer seus interesses privados. Tema recorrente no Enem, a
ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da
humanidade.
Quanto a Corrupção para que possamos emitir uma melhor compreensão sobre o
tema, mister se faz que empreguemos o método filosófico da Maiêutica, através de 10
(dez) perguntas com as respectivas respostas. Assim teremos.
1ª) Qual a origem da corrupção no Brasil? – A corrupção tem raízes
profundas e históricas que estão associadas à nossa formação. O modelo de Estado e
sociedade que se desenvolveu no Brasil era semelhante à cultura política portuguesa.
Sérgio Buarque de Holanda em seu livro "Raízes do Brasil", quando fala
dessa formação, cita a nossa herança rural e patriarcal baseada no personalismo. Esses
elementos produziram uma dificuldade de separar o público do privado e de criar regras
impessoais de sociabilidade. A coisa pública sempre foi tratada como 'coisa nossa' e,
como sabemos, há uma enorme dificuldade de convivência social a partir de normas
impessoais. É nesse cenário - que o autor chama de cordialidade - que está à raiz da
corrupção.
2ª) O que significa corrupção? A palavra corrupção deriva do latim corruptus que,
numa primeira acepção, significa quebrado em pedaços e numa segunda acepção,
apodrecido, pútrido.
Por conseguinte, o verbo corromper significa tornar pútrido, podre. Numa
definição ampla, corrupção política significa o uso ilegal do poder político e financeiro
de organismos ou agências governamentais com o objetivo de transferir renda pública
ou privada de maneira criminosa para determinados indivíduos ou grupos de indivíduos
ligados por quaisquer laços de interesse comum como, por exemplo, negócios, localidade
de moradia, etnia ou de fé religiosa.
3ª) Quais os mecanismos para evitar a corrupção? – É preciso construir maior
transparência entre a sociedade civil e o poder público, de forma que a sociedade - por
meio de informação livre - possa exercer um maior controle sobre as ações dos poderes
públicos.
4ª) A corrupção que o Brasil vive é maior ou menor que no tempo do Império?
– É difícil precisar isso, pois as informações naquela época não eram livres. Entretanto,
sabe-se de casos de corrupção tanto no período colonial como no período imperial. A
corrupção era uma prática comum no Estado português e foi transferida para o Brasil
quando da chegada da Corte em 1808.
5ª) Há relatos sobre o primeiro caso de prisão devido a corrupção? – O primeiro
caso de corrupção no Brasil que se tem notícia remonta ao período colonial, quando um
funcionário público foi preso na Bahia por desviar dinheiro público. Ele contratou um
advogado que o defendeu e foi solto rapidamente. Na leitura de um dos poemas de
13. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 13/36
Gregório de Matos, nota-se que ele já falava de atos corruptos e ilegais na sociedade
colonial.
Senão vejamos: Há na poesia de Gregório de Matos (Patrono da Cadeira 16 da
ABL) a denúncia de uma sociedade de competição, esperteza e desonestidade em que a
honra e o prestígio se compram, porque “Neste mundo é mais rico o que mais rapa: /
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;/ Com sua língua, ao nobre o vil decepa:/ O
velhaco maior sempre tem capa” (MATOS, p. 42).
Gregório Matos denunciava um poder corrupto e incompetente que se legitimava
pela impiedade, pela promiscuidade e pela arrogância, quando escrevera os seguintes
versos sobre as questões sociais e axiológicas que o angustiavam.
Que falta nesta cidade? ... Falta Verdade.
Que mais por sua desonra? ... Falta Honra.
Falta mais que se lhe ponha? ... Falta Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, e vergonha.
A Câmara não acode?... Não pode.
Pois não tem todo o poder?... Não quer
E se o governo a convence?... Não vence.
Quem haverá que tal pense
Que uma Câmara tão nobre,
Não pode, não quer, não vence
6ª) A população brasileira é conivente com a corrupção? A população brasileira
padece do analfabetismo político, ou seja, é acometida de total desinteresse e
desconhecimento da esfera pública. Isso impede que as pessoas tenham consciência de
que a corrupção é um grande obstáculo para o desenvolvimento do País. Por exemplo,
em casos de desvio de verba pública, quem perde é a educação, a saúde, a infra-
estrutura, acentuando o atraso econômico.
7ª) Considerando os inúmeros escândalos de corrupção no Brasil,
principalmente dos políticos, qual o papel do cidadão para controlar e exigir as
punições necessárias? No estado de direito democrático, a principal arma do cidadão
é o voto, pois impede que políticos corruptos sejam eleitos ou reeleitos. A pressão
popular também pode sensibilizar o Poder Judiciário e impedir a impunidade.
8ª) Como o Ministério Público e as instituições não governamentais atuam no
controle e combate à corrupção? São instituições que procuram monitorar os casos
de corrupção e pressionar os poderes Legislativos e Judiciários no sentido de combater
essa prática. Outro ator social que adquiriu relevo no combate à corrupção nos últimos
tempos é, sem dúvida, o Ministério Público, que procura ser um fiscal das ações do
Poder Executivo.
14. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 14/36
9ª) Qual seria o melhor instrumento de combate à corrupção dos países
latinos? Seria o aperfeiçoamento e a reforma do sistema judiciário, tornando-o mais
rápido e eficiente, impedindo que se mantenha a cultura da impunidade.
10ª) Quais os tipos mais comuns de corrupção? Os tipos de corrupção mais
comuns são: suborno ou propina, nepotismo, extorsão e tráfico de influência,
os quais passaremos a descrever:
Suborno ou propina é a prática de prometer, oferecer ou pagar a uma
autoridade, governante, funcionário público, profissional da iniciativa privada, qualquer
quantidade de dinheiro ou quaisquer outros favores (monetários ou não) para que a
pessoa em questão deixe de se portar eticamente com seus deveres profissionais. No
caso dos políticos, por exemplo, é comum receberem contribuições de campanha e
outros pagamentos de grandes empresas para tomarem decisões em seu favor quando
eleitos. Na prática, pagar propina leva ao ato de subornar, o que é ilícito.
Nepotismos é o termo utilizado para designar o favorecimento de parentes em
detrimento de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação
ou elevação de cargos. Um exemplo comum de nepotismo ocorre quando um funcionário
é promovido por ter relações de parentesco com aquele que o promove, havendo
pessoas mais qualificadas e mais merecedoras da promoção. Em virtude de a legislação
brasileira permitir uma leitura relativizada de nepotismo como crime, em 2008 o
Supremo Tribunal Federal aprovou o entendimento de proibição da prática do nepotismo
nos três poderes.
Extorsão é o ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por
meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa,
dinheiro. Exemplo: Um político é descoberto em um esquema de corrupção por um
colega, este colega passa a exigir dinheiro ou ajuda de qualquer natureza para que este
não o denuncie.
Esta prática sempre revela, na verdade, duas ou mais pessoas corruptas em um
ato.
Tráfico de influência. Muito associado ao “lobby” (prática de influenciar, aberta
ou secretamente, as decisões do poder público em favor de seus interesses), que no
Brasil não é crime, o tráfico de influências é semelhante na prática, com a diferença de
que o que se busca obter são favores irregulares.
Vejamos algumas práticas que configuram o tráfico de influência: Utilização de
informação governamental privilegiada para fins pessoais ou de pessoas amigas ou
parentes; compra e venda de sentenças judiciárias, recebimento de presentes ou de
serviços de alto valor por autoridades, etc.
Não faltam expressões populares para designar os fenômenos espúrios que todos
conhecemos muito bem, tais como: "Herança maldita", "jeitinho brasileiro", "o país que
não é sério". O fato é que, depois de mais de 500 anos de acomodação, já está mais do
que na hora de a sociedade brasileira acordar.
15. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 15/36
Temos diante de nós a realidade sombria da permissividade e da tolerância no
tratamento da coisa pública e no conceito de civilidade e igualdade social dos cidadãos
brasileiros. Desde o tempo do Brasil Colônia, adotaram-se práticas pouco recomendáveis
para escapar dos altos impostos da Corte. Ora aproveitava-se da ineficácia da
fiscalização no imenso território nacional; ora da falta de comprometimento dos que
"cuidavam" da ordem e da arrecadação
Assim, a propina, o conchavo, o lobby (no mau sentido da palavra), a negociata e
o "acerto" vieram sendo consolidados como práticas corriqueiras de comerciantes e
empresários que aqui se propunham a fazer fortuna. Antes mesmo de Cabral chegar ao
Brasil, já havia por aqui gente que fazia suas próprias leis. Esses homens negociavam
diretamente com os índios e, em benefício próprio, desprezavam qualquer preceito ético.
Juntaram-se a esses os sobrenomes famosos dos donatários das capitanias hereditárias,
que compunham as elites da época.
Criou-se deste modo o cenário ideal para as preciosidades culturais do tipo "quem
te indicou"? "dá para dar um jeitinho?", "quanto eu levo nisso?" etc. A crise no que
concerne a grande parte dos políticos, cuja história sempre se norteou pelo combate ao
fisiologismo, pela defesa e respeito à coisa pública e à ética na política, desnudou alguns
mitos que tínhamos com relação à corrupção. Por exemplo:1°) A esquerda não se
corrompia, pois era imune às tentações da sociedade capitalista; 2ª) Somente as elites
roubavam; 3°) Governo popular será sempre confiável.
Com os recentes escândalos e a inabilidade dos diversos líderes políticos,
tentando colocar a sujeira embaixo do tapete, percebemos que o poder eleva o
pensamento dos homens a níveis tão assustadores que começam a se confundir com o
próprio Criador, colocando-se à parte e acima da lei. Alguns homens acreditam piamente
que os fins serão justificados em benefício da "causa". Ficou demonstrado que a
desonestidade era coisa de um determinado grupo que sempre se beneficiou dela. A
grande questão, hoje, não é solucionar a confusão política em que o país se viu
envolvido, mas reinventar a forma de disseminar os conceitos de moral e cívica nas
escolas.
Como estão sendo formados os médicos, advogados, engenheiros, professores,
economistas, publicitários? – os que vão construir o Brasil do futuro ou os que vão ser
“experts”, ricos e bem-sucedidos em suas profissões, mas com pomposas contas em
paraísos fiscais? – Necessitamos de um esforço ímpar para redimensionar a
responsabilidade do segmento educacional nessa questão tão sensível para a sociedade
brasileira.
Herdamos, sim, uma cultura de mercadores, traficantes de escravos e
clandestinos que aportavam pelos trópicos, mas herdamos também Os Lusíadas de
Camões, os poemas de Fernando Pessoa, de Castro Alves, de Casemiro de Abreu, de
Gonçalves Dias e de tantos outros vultos brasileiros a visão de mundo, a coragem e a
capacidade de superação dos desafios dos que fundaram este país.
16. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 16/36
Nós, brasileiros, não fizemos a lição de casa. Acomodamo-nos às idéias
mesquinhas daqueles que imaginam que, quando se lesa o Estado, não se está tirando
de ninguém, esquecendo-se que podemos definir o Estado através da figura do
silogismo, onde teremos que o Estado é “a sociedade politicamente organizada”,
(premissa maior); Sociedade é “a convivência permanente entre os indivíduos”
(premissa menor) e os Indivíduos “somos todos nós” (conclusão).
Não há Estado sem Nação e toda Nação tem de cuidar do que lhe pertence.
Sejam as estatais, os programas sociais ou até mesmo um simples “orelhão” da esquina.
Precisamos mais e mais analisar quais são os valores que realmente valem à pena. Há
que ser retirada da mente, principalmente dos jovens (que serão os futuros
governantes), a ilusão de que o dinheiro, a ostentação, os bens materiais e o “status”
são os verdadeiros valores da sociedade. Para conquistá-los o homem não mede
conseqüências.
Não podemos olvidar que a corrupção, o nepotismo e o desvio de dinheiro
público fazem parte de nossa história há mais de 500 anos. A diferença é que hoje a
imprensa, os políticos e os juristas de boa fé crescem nos debates públicos e na
preferência do eleitor.
Nunca houve tanta participação da sociedade organizada como na história
recente do país. Dentro do propósito de se fazer realmente uma grande “faxina” no país,
a educação constitui uma ferramenta valiosa, na medida em que é capaz de promover a
visão social e a inclusão. Quantos cursos, workshops, simpósios, congressos e seminários
nos cabem a realizar! Há muito a ser feito. Os educadores devem aprender com suas
“falhas” reorganizar nossos valores como filhos que são de um grande País e mostrar aos
jovens que as sociedades as quais se desenvolveram e que prosperaram; as
organizações que realmente se perpetuaram e transformaram seus líderes em ícones de
pensamentos e realizações foram aquelas que acreditaram nesses valores elevados. E
foram líderes como Mahatma Gandy, Dalay Lama, Churchill, Lincoln, Kennedy, Carter, De
Gaulle, Juscelino Kubitschek e tantos outros que nos inspiraram nesse momento difícil.
Chegou a hora de realizarmos um grande movimento em prol da ÉTICA e da
MORAL, para que estas duas grandes virtudes possam penetrar no coração do povo
brasileiro, e que nós possamos compreender e aceitar que a PAZ, A HARMONIA E A
CONCÓRDIA, formam a tríplice argamassa com que se ligam as nossas obras, como
também, tenhamos condições de elevar TEMPLOS A VIRTUDE E CAVAR MASMORRA
AOS VÍCIOS, augurando que os homens de “BONS COSTUMES” (cultivadores da
Ética e da Moral) possam ajudar a se erguer “DO BERÇO ESPLÊNDIDO EM QUE
DEITADO ESTEVE ETERNAMENTE, AQUELE A QUEM O HINO PÁTRIO, NUM
TRANSBORDAR DE BELEZA INCOVA COMO UM GIGANTE PELA PRÓPRIA
NATUREZA”.
17. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 17/36
Ir Laurindo Roberto Gutierrez
Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil* -Londrina –Pr –
Loja Pesquisas Chico da Botica-Porto Alegre
Os “Maçons” inventados
Recentemente li um texto, onde o autor proclamou ter sido Martin Luther King
maçon. Sabendo que os maçons são pródigos em “iniciar famosos à revelia” fui investigar o
fato, fazendo contato com a “Masonic Research Society” (Sociedade de Pesquisa Maçônica).
De lá, respondeu-me o Dr. Tom Lewis Jr, Past Master (lá não existe a figura do MI) da Loja
Mariner nº 2, oriente de Charleston – Carolina do Sul, e também membro da Loja Jackson nº 45
de Jackson - Tennessee.
Esclareceu-me o aclarado Irmão não existir na entidade qualquer registro pertinente à iniciação do
Reverendo M. L. King Jr. E aduziu que, havendo consultado seu Venerável Irmão Nelson e ao
Grão Mestre da Grande Loja, irmão T. A. Posey, também eles afirmaram não terem ouvido falar,
nem visto documento algum que pudesse indicar eventual iniciação do entelado Reverendo.
Aguardo resposta do Memorial Rev. Martin Luther King Jr.
Como membro de uma Loja de Pesquisa que sou, fui atrás de outras fontes, havendo encontrado
um texto do Dr. Brock H. Winters onde, em sua escrita, a exemplo dos demais consultados, nega
peremptóriamente a existência de qualquer fonte a indicar a iniciação daquele líder. Por mais
umas semanas, continuei a investigar em fontes diversas, e descobri que após 32 anos de sua
morte do Reverendo, numa ação totalmente absurda e sem precedentes , um Past Master da Loja
Prince Hall, da Georgia, fez Martin Luther King Jr. “Maçon at Sight” (Maçom de Vista). Uma
Ordem Iniciática, não pode prescindir do Batismo ritualístco.
Em face desse aloprado ato, que culmina desacreditar nossa Sublime Ordem, o PM “Most
Worshipful Master” da Loja Prince Hall, atual Grão Mestre da Grande Loja, da Georgia, Irmão B.
Barksdale, sustou a prática então adotada, pondo termo ao ato “post mortem”, por falta de
coerência do ato com a iniciação, vez que admitida unicamente em razão da fama e notoriedade
do falecido. Muitos famosos são apontados como Maçons por detratores da maçonaria, que
acham estarem prejudicando os indicados e a Maçonaria, em suas listas.
Fica o alerta; se um mestre disser ( AM e CM não dizem isso) que o Saci Pererê é maçom,
não acredite.
Conclusão: os Maçons (os mestres) gostam de dizer que vultos eméritos revelados no passado
foram Irmãos, talvez para se sentirem também famosos e importantes. Agindo dessa forma,
parecem estar atribuindo à Ordem uma sociedade estabilizada por homens mortos, com o que
desdenham a importância da iniciação e elevações, atos que conduzem o espírito às alturas,
autorizando serem reconhecidos como verdadeiros irmãos. O reverendo Luther King é apenas um
caso entre centenas, onde se inclui, Disney, Chaplin, Fernando Pessoa, Louis Armstrong,
Mandella, Obama, Tiradentes, Aleijadinho e Castro Alves, nenhum deles com comprovação, por
pífia que seja. Uma Ordem iniciática não pode prescindir da Cerimônia de Iniciação. Sem
essa passagem não existe Maçom. Será que o atual estado de “anemia” da Ordem, com
desprezo dos cerimoniais de iniciação, não tem origem nas veleidades desse tipo?
4– Os “Maçons” inventados
- Laurindo R. Gutierrez
18. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 18/36
M.'.I.'.Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017
Repasse: Ir Laurindo Gutierrez
Londrina - PR
O Balandrau e o Terno Preto
O Balandrau é uma vestimenta com tecido na cor preta, com mangas, fechada até o pescoço e é
talar, ou seja, cobre até o nível do tornozelo (calcanhar). É muito semelhante à “batina” dos
eclesiásticos da Igreja Católica Romana.
A origem é muito antiga, pois há evidencias de uso pelos membros do“Collegia Fabrorum” que
era um grupo de pessoas que acompanhavam as guarnições romanas, no século VI a.C. e que
reparava e reconstruía o que era destruído e danificado nas conquistas.
Posteriormente, foi usada pelos membros das “Associações Monásticas”, possivelmente herdeira
de muitos ensinamentos do “Collegia Fabrorum”.
Segundo Mestre Nicola Aslan, nos parece que o uso do Balandrau é uma peculiaridade da
Maçonaria brasileira, pois nenhum autor, fora do Brasil, se refere a ele como indumentária
maçônica. Tudo indica que o uso do Balandrau remonta à ultima metade do século XIX, tendo
sido introduzido na Maçonaria pelos Irmãos que faziam parte, ao mesmo tempo, de Lojas
maçônicas e de Irmandades Católicas, Irmãos estes que foram o pivô da famigerada “Questão
Religiosa”, suscitada no Brasil em 1872.
Aparentemente, essa vestimenta foi adotada pelos maçons brasileiros como substituto barato e
mais confortável do traje a rigor preto, sem objeção por parte das altas autoridades maçônicas.
Assim, o uso do balandrau não foi aprovado nem desaprovado, foi simplesmente tolerado, não
constituindo, portanto, um traje litúrgico (N. Aslan).
Entretanto, não podemos esquecer que, no REAA, o “Ir. Terrível” usa um Balandrau com um
capuz, também preto, a fim de não ser reconhecido pelos Neófitos.
Referente ao Terno preto, camisa branca e gravata preta (REAA) vamos buscar as informações nos
livros do Mestre Castellani: “na verdade é usado um “parelho” indumentária composta de duas
peças (paletó e calças) e, não de um “terno” composta de três peças (paletó, calças e colete)”.
5 – O Balandrau e o Terno Preto
- Alfério Di Giaimo Neto
19. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 19/36
Segundo ele, o uso dessa indumentária é devido, no Brasil, a majoritária formação católica dos
maçons brasileiros, que não se desligaram, pelo menos até agora, do “traje de missa”,
transformando as reuniões em verdadeiras convenções de agentes funerários.
Lembra ele que, o traje Maçônico é o AVENTAL. Em outras partes do mundo, principalmente em
regiões quentes, os maçons vão às sessões até em mangas de camisa, mas portando,
evidentemente, o Avental. E trabalham muito bem, pois a consciência do maçom não está no seu
traje. Como diz a velha sabedoria popular: “o hábito não faz o monge”.
Discutir tipo de traje a ser usado (com exceção do Avental) é algo que não leva a nada, pois o traje
masculino sofre variações através dos tempos e, inclusive, varia, de povo para povo, na mesma
época.
A própria Igreja, que é bastante conservadora, já abandonou certas exigências. A Maçonaria, por
ser evolutiva e progressista deveria ir pelo mesmo caminho. O balandrau, como roupa decente,
poderia, se quisessem, uniformizar o traje, o que é, também, uma maneira de mostrar a igualdade
maçônica (J. Castellani).
20. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 20/36
A Indelével Presença do Hebraico no REAA
Publicado pelo IrLuiz Marcelo Viegas
(https://opontodentrodocirculo.wordpress.com)
Autor: Ir Rui Samarcos Lora
Rui é Mestre Instalado da ‘Loja Atlântida nº 06
Grande Loja Maçônica do Distrito Federal
Introdução
Neste ensaio é apresentada a utilização do idioma hebraico pelo Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA),
sua aplicação e transliteração equivocada quanto a algumas palavras e a cabal necessidade de utilizá-lo
de forma correta, a fim de dar sentido às palavras e significado no uso, fortalecendo o simbolismo e a
essência do grau e do rito. No primeiro momento, é demonstrado um breve histórico do hebraico,
destacando sua ascensão e queda como idioma no Oriente Médio até seu esplendor com a formação do
6 – A Indelével Presença do Hebraico no REAA
Rui Samarcos Lora
21. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 21/36
Estado de Israel. Posteriormente, faz-se uma comparação com o aramaico e, subsequentemente, com o
surgimento dos sinais massoréticos. Por fim, apresenta-se breve resumo sobre o surgimento do hebraico
no rito e atual uso de algumas palavras, bem como seus significados, demonstrando a necessidade de se
empregar a forma correta de utilização dos termos hebraicos do REAA.
Hebraico: um Breve Histórico
Acredita-se que a palavra “hebraico” tenha sua origem remota no ancestral israelita Éber, descendente
dos patriarcas bíblicos Noé e Sem (GOROVITS; FRIDLIN, 2006). Na tradição judaica, Éber se recusou a
ajudar seu povo na construção da Torre de Babel, então sua língua/idioma não foi confundida como a de
todos os outros povos. Ele e sua família mantiveram o idioma original da época e por esta razão o idioma
levou o nome de hebraico, uma alusão ao seu nome, Éber (Heber). De toda forma, há outras posições
religiosas diferentes quanto a esta questão, mas para o estudo ora em apreço, manteremos essa versão
dos fatos, uma vez que o Rito não só coaduna como está embasado na tradição judaico-cristã.
Ademais da palavra “hebraico”, cabe citar outra palavra derivada do mesmo nome que é “hebreu”,
referência ao povo que tem o hebraico como idioma. Alguns acadêmicos afirmam que os hebreus
também receberam este nome por conta de seu ancestral remoto, ou seja, Éber. Outros já preferem
utilizar o significado do nome, isto é, “aquele que atravessa”, fazendo referência à raiz e possível
tradução do nome, isto é, “aquele que passa”, “atravessa para o outro lado”, característica marcante
daquele povo durante a época migratória na região.
Ainda utilizando das fontes e relatos bíblicos, podemos afirmar que o hebraico é um idioma oriental
pertencente ao tronco/família semítica de línguas. Sobre este tronco, devemos dizer que a palavra
“semita” também tem sua origem atribuída a um personagem bíblico, neste caso, Sem, isto é, como já
visto, um dos filhos de Noé, ancestral dos assírios e de muitos outros povos falantes de idiomas
semelhantes provenientes da região do Crescente Fértil. Por esta razão e muitas outras, o hebraico é
considerado Língua Sagrada pelo povo judeu, ou, em hebraico transliterado, Lashon HaKodesh, já que
os próprios judeus acreditam ter sido a língua escolhida para transmitir a mensagem de Deus à
humanidade.
Dito isto, cabe destacar que, passado os milhares de anos desde o estabelecimento do hebraico, pode-se
afirmar que o mesmo continua vivo e presente não só como idioma oficial do Estado de Israel, mas,
também, como língua litúrgica para toda a comunidade judaica no mundo e, especialmente neste
estudo, presente no Rito Escocês Antigo e Aceito. Por esta razão, considera-se essencial estudar sua
inserção nos rituais maçônicos do referido Rito, bem como seu correto emprego, face a conexão direta
do idioma com a moral filosófica apresentada em cada grau que permeia o rito mais utilizado pela
Maçonaria brasileira.
Assim, autores renomados dentro da Maçonaria têm escrito a respeito do idioma e sua presença na
Ordem, como é o caso de José Castellani (1993):
“(…) a esmagadora maioria das palavras utilizadas na ritualística maçônica é hebraica, no tocante às
palavras Sagradas e de Passe, que servem de reconhecimento entre os maçons e para quilatar a
perfeição da Loja composta.” (A Maçonaria e sua Herança Hebraica, CASTELANI, 1993.)
Portanto, nas linhas subsequentes deste artigo, serão abordados alguns pontos chaves para que se possa
não só entender o uso do idioma no Rito Escocês Antigo e Aceito, mas, também, para que seja
demonstrado como é importante que se use o idioma de forma correta, face aos equívocos correntes que
muito tem se perpetuado ao longo dos anos. É exatamente pela falta de pesquisa e estudo a respeito do
idioma e de sua utilização no seio da Maçonaria que o entendimento e significado do rito têm sido
prejudicados e, até mesmo, alterados, sobremaneira, a verdadeira pronúncia das palavras. O uso correto
do idioma e a correta transliteração das palavras empregadas pelo ritual podem abrilhantar e conferir ao
rito o verdadeiro objetivo almejado pelos seus criadores, tornando-o solene, alinhado com os princípios
maçônicos e devidamente formulado para a construção do edifício social de cada maçom.
Hebraico e Aramaico
Quando se fala a respeito do idioma hebraico, logo vem à mente das pessoas também o aramaico. Isso
tem gerado muita confusão a respeito dos dois idiomas. Muitos confundem o hebraico com o aramaico e
vice-versa. Ademais, poucos realmente se dedicam a conhecer a origem de cada idioma ou saber qual
dos dois surgiu primeiro. Por esta razão, antes de se abordar especificamente o uso das palavras no rito,
22. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 22/36
é importante esclarecer alguns aspectos referentes às duas línguas, bem como sua utilização e em que
contexto histórico um substituiu o outro. De igual forma, para entender a diferença e a história dos
mencionados idiomas, necessário abordar aspectos históricos e, quiçá, geográficos relacionados ao
Oriente Médio. Só assim será possível extrair a essência de cada um e pontuar as similaridades e
diferenças entre os dois idiomas semíticos da região em apreço.
Do ponto de vista maçônico, este estudo e pesquisa também se tornam necessários, a fim de demonstrar
que a herança hebraica, como já citado anteriormente, está indelevelmente presente no Rito Escocês
Antigo e Aceito, influenciando mormente o simbolismo e a ritualística de cada grau. Portanto, não é
possível compreender plenamente o significado e alegoria de cada “estágio” dentro da Maçonaria sem
uma mínima noção do idioma, do contexto e até mesmo do significado de cada palavra empregada. Por
outro lado, compreender não só a tradução das palavras hebraicas utilizadas no rito, mas, também,
entender o enredo e a forma com que são empregadas, dão ao simbolismo e ao aprendizado do maçom
uma visão completa do ensinamento filosófico dos trinta e três graus do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Passando para uma análise mais histórica a respeito da diferença entre hebraico e aramaico e deixando
o relato bíblico neste momento, acadêmicos têm discutido até que ponto o hebraico era uma língua
vernácula falada nos tempos antigos, após o exílio dos judeus na Babilônia, quando a língua
internacional predominante na região era o aramaico antigo. Sabe-se que por volta do século VI a.C., o
Império Neo-Babilônico conquistou o antigo Reino de Judá, destruindo boa parte de Jerusalém e
exilando sua população. Durante a captura babilônica muitos israelitas foram escravizados pelo Império
Babilônico e tiveram que apreender o idioma de seus captores: o aramaico (OSTLER, 2006).
Depois que Ciro, o Grande, Rei da Pérsia, conquistou a Babilônia, ele libertou os israelitas do cativeiro.
Com o regresso do povo para sua terra, uma versão local do aramaico passou a ser falada na região
juntamente com o hebraico. Este idioma passou a ser utilizado como língua comercial e aos poucos foi se
misturando a outros idiomas da região. Assim, aos poucos, o hebraico foi perdendo espaço para o
aramaico. Por volta do século III d.C., a sociedade utilizava o aramaico como língua oficial e o hebraico
ficou restrito ao uso em cerimonias religiosas, liturgia judaica e canções (SPOLSKY; SHOHAMY, 1999).
De toda forma, há muita discussão entre os teóricos, linguistas e arqueólogos com relação ao uso dos
idiomas na região, especialmente com relação à substituição de um pelo outro e a adoção de outros
idiomas. Aliás, não é pretensão deste artigo colocar um “ponto final” nas teorias ou discussões sobre a
origem e formação dos dois idiomas. Entretanto, importante notar que pesquisas recentes demonstram
que ambas as línguas coexistiram, simultaneamente, logo após o exílio dos israelitas na Babilônia,
levando-nos a acreditar que o hebraico deixou de ser falado por vota de 200 d.C (BORRÁS, 1999).
Com este cenário, passamos a observar um “país” com três idiomas, a saber: o hebraico; então ligado à
liturgia, à religião, às origens e história da época de ouro; o aramaico, que funcionava como a língua
internacional que possibilitava o contato com o restante do Oriente Médio; e, eventualmente, o grego,
que era uma segunda língua internacional para comunicação com o Império Romano juntamente com o
latim. Em resumo, temos: o grego como língua do governo, o hebraico como língua religiosa, e o
aramaico como sendo língua comercial (SPOLKY, 1985).
Com o passar dos anos, especialmente durante a época do Novo Testamento, o hebraico foi
praticamente extinto como língua falada na região, mas continuou a ser usado como língua litúrgica e
cerimonial para o povo judeu até o seu renascimento no século XIX. Cabe dizer, ainda, que o hebraico
foi utilizado para escrever o Pentateuco, a Torá, que os judeus religiosos consideram ter sido escrita na
época de Moisés, cerca de 3.300 anos atrás.
Com relação ao aramaico, cabe mencionar que este foi o idioma falado por Jesus, o Cristo,Yeshua, em
hebraico, e ainda hoje é a língua materna de algumas pequenas comunidades no Oriente Médio,
especialmente no interior da Síria. Importante mencionar que o aramaico também serviu como língua
para diversos impérios e administrações ao longo dos tempos na referida região. Também foi idioma
utilizado para religião, como foi o caso dos primórdios da religião cristã, naquela época ainda
considerada uma espécie de judaísmo reformado pregado por Jesus durante suas andanças na Galileia.
Com este uso do aramaico, percebe-se que vários dialetos foram formados a partir do idioma e, como
23. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 23/36
eram distintos entre si, alguns passaram até a ser considerado um novo idioma (SMART, 2013). A fim
de distinguir de maneira mais clara o uso do idioma, pode-se dizer, ainda, que, no caso do aramaico, o
mesmo serviu como língua comercial durante a época da escritura do Novo Testamento.
Atualmente é um idioma muito pouco falado, correndo risco de ser considerado idioma morto. Não
obstante, ainda podem ser encontrados falantes do idioma no interior da Síria, nos vilarejos cristãos
de Maalula e Yabrud. Isso talvez esteja associado a relatos de que Jesus tenha se hospedado por três
dias em Yabrud e, também, em outras aldeias da Mesopotâmia, como, por exemplo, Tur’Abdin no sul da
Turquia, por isso a influência do idioma até hoje é notada nessas comunidades (OKA, 2007).
Com o passar dos anos, o aramaico foi substituído, nos países muçulmanos, pelo árabe, com exceção de
Israel que viu o hebraico renascer no final do século XIX e começo do século XX. O hebraico é hoje o
idioma oficial do Estado de Israel e falado por mais de dez milhões de pessoas no mundo inteiro. Com o
ressurgimento do hebraico foram adotados alguns elementos dos idiomas árabe, latino, iídiche, e outras
línguas que acompanharam a Diáspora Judaica como língua falada pela maioria dos habitantes do
Estado de Israel.
A Solução Massoreta e o Problema Maçônico
Sobre o uso errôneo do hebraico, possíveis dificuldades de interpretação e mau emprego das palavras,
traduções e transliterações do idioma no REAA, importante conhecer o surgimento dos
sinais massoréticos no hebraico, uma vez que, sem o prévio conhecimento deles, dificilmente seria
possível ler o hebraico de maneira correta. É por esta razão que muitas palavras do REAA podem ter
mais de uma pronuncia, gerando confusão quanto ao emprego. Assim, na medida em que os referidos
sinais foram a solução para a perpetuidade do hebraico, hoje sem o seu estudo e conhecimento pode vir
a ser um problema para o entendimento das palavras na Maçonaria.
Antes de discutir as dificuldades encontradas pela Maçonaria com relação ao emprego correto do
hebraico, é mister esclarecer que a escrita hebraica antiga não possuía vogais. A vocalização das palavras
era transmitida pela tradição, isto é, de pai para filho, de geração em geração, como os costumes e
tradições do povo judeu. Dessa forma, quando uma palavra era escrita ou dita, ela era feita somente com
o uso de consoantes, mas por conta da tradição que era passada, sabia-se a verdadeira pronúncia da
palavra, sem a necessidade do emprego de vogais e assim funcionou por muitas gerações.
Com o passar do tempo e com a migração do povo judeu para outras regiões, inclusive com alteração do
idioma, surgiu o receio de que o idioma desaparecesse, assim como a pronúncia correta das palavras
fosse perdida, especialmente pela mudança do uso do hebraico para o aramaico na região. Isso
aconteceu não só com o idioma, como também ocorreu com a própria tradição oral, ou seja, com receio
de que toda a tradição oral um dia fosse perdida, resolveu-se escrever a tradução oral, o que foi reunido
em vários volumes chamados de Talmud, a fim de que os comentários e detalhes bíblicos não fossem
perdidos e esquecidos pelo povo judeu. No que diz respeito ao idioma hebraico, as primeiras
experiências com o uso de sinais vocálicos foram aplicadas, exatamente, no texto doTalmud.
A comunidade judaica exilada, no século V, desenvolveu pontos que ficavam acima das consoantes e
estes pontos passaram a ser “vogais”, ao menos davam o som e facilitavam a leitura do idioma. Com o
passar do tempo estes pontos foram alterados e passaram a vigorar debaixo das consoantes. Ademais,
uma série de comentários e anotações passou-se a ser feitas, a fim de que fosse possível preservar não só
o idioma, mas, também sua pronúncia correta. Essas notas eram chamadas de Massorá e os
responsáveis pelas notas passaram a ser chamados de Massoretas. Com isso, os sinais e acentos ficaram
conhecidos como sinais massoréticos. A padronização dos sinais e pontuação criados
pelosmassoretas se deu por volta do século X com o trabalho das famílias ben Asher e ben Naphtali. A
título de esclarecimento, interessante notar que o texto do Antigo Testamento que consta atualmente em
nossas Bíblias é baseado nos textos massoréticos.
Para a Maçonaria, a importância em se estudar este tópico reside no fato de muitas palavras hebraicas
usadas pelo REAA causarem questionamentos, dúvidas e formas diferentes de uso e aplicação, variando
conforme região, país e, até mesmo, Lojas. Uma das hipóteses que justifica o mau uso das palavras ou
pronúncias equivocadas de cada uma delas pode estar intimamente associada à falta da utilização dos
sinais massoréticos, causando duplicidade de interpretação nas palavras com relação ao uso de vogais,
mesmo sabendo ser possível ler as palavras sem os sinais. Um exemplo muito comum de divergências de
pronúncia é com relação à palavra Boaz. Em algumas Lojas a palavra em apreço é utilizada como Booz.
Isto pode acontecer por ausência dos sinais massoréticos, causando uma versão paralela, confusão ou
24. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 24/36
uma transliteração errônea da palavra do hebraico para outro idioma, chegando ao português de forma
errada.
Outro exemplo muito comum é o próprio uso do tetragrama sagrado, isto é, o nome de Deus (Yud-Hey-
Vav-Hey). Com a diversidade de traduções, passou-se a adotar várias formas de se ler o nome sagrado
de Deus, isto é: Yave, Jeová, Yafé, Javé, Jehová, dentre muitas outras. Como se pode perceber, a
divergência no nome se dá basicamente pela alteração das vogais, permanecendo as consoantes as
mesmas do nome. Neste ponto, recorda-se que as letras “y” e “j” assumem papéis diferentes dependendo
do idioma que faz a transliteração, por isso a letra hebraica “yud” torna-se “j” ou “y” na transliteração do
idioma. Assim, entender o uso correto das vogais empregadas pelos massoretas é fundamental para
evitar erro de pronuncia ou grafia. No caso do nome de Deus, acredita-se, ainda, na teoria de que, como
ele é impronunciável e religiosamente substituído por outros nomes, pode ser que propositadamente
os massoretas tenham retirado as vogais, evitando, assim, que o nome de Deus fosse pronunciado em
vão.
O Hebraico no REAA
Como visto no tópico anterior, a linguagem simbólica do REAA está repleta de palavras hebraicas
como Boaz, Jachin, Adonai, Yud, BenShorim, Jabulon, dentre muitas outras. Alguns autores acreditam
que estas palavras tenham surgido por meio de comentários e influência de leituras do Velho
Testamento. Outros afirmam que ilustres maçons judeus, no ato de criação do rito, aproveitaram para
inserir elementos e palavras comuns de influência hebraica, especialmente por conta da Kabalá, muito
em voga em ordens como a Maçonaria.
Boa parte destas citações e influência do idioma e tradição hebraica e até mesmo das palavras
empregadas no ritual maçônico estão relacionadas à construção do Templo de Salomão. Ademais, cabe
destacar que um dos maiores símbolos dos templos maçônicos é a presença física predominante dos
pilares/colunas “J” e “B”. Além disso, recorda-se que, como referência e registro maçônico de
documentos e datas, a ordem maçônica se utiliza muitas vezes do calendário lunar/hebraico,
empregando não só a data como os meses hebraicos, muitas vezes, diga-se de passagem, de forma
equivocada.
A fim de evitar especulações a respeito do tema, importante analisar alguns comentários de conhecidos
estudiosos do assunto para que se possa tirar algumas conclusões. No que diz respeito à presença do
hebraico no REAA, o antigo e renomado Soberano Grande Comendador, Albert Pike, afirma em sua
famosa obra, Moral e Dogma, o seguinte:
“Fed by the biblical roots of early Masonic rituals and encouraged by the wealth of material to be
found in the Scriptures, the early rituals of the Rite of Perfection were heavily laden with biblical
stories. Consistente with the theme of religious tolerance manifested early in Freemasonry, the
majority of the ritual outlines emphasized Old Testament stories. As these rituals wended their way
into the Scottish Rite, this emphasis was maintained, and Pike dared not make significant changes in
it. Further, encouraged by the mystical speculations of the Kabbalah, both the Pike Ritual and the
lectures in Moral and Dogma are heavily laden with Jewish symbolism and folk narratives.”(Morals
and Dogma of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry, PIKE, 2011, p. 1003)
Isto é, o REAA teria sido criado a partir de análises e estudo das escrituras sagradas, especialmente
influenciado pelo Velho Testamento. De fato, há uma profunda relação com o contexto bíblico,
principalmente no que diz respeito à construção do Templo de Salomão, como já dito, e, também, pela
influência e esoterismo presente na Kabalá. Assim, coube aos doutrinadores e elaboradores do rito dar
sentido e aderir diversos elementos e significados. Por sua vez, o hebraico não poderia ser deixado de
lado e a utilização de “palavras-chaves” no ritual foi uma forma de aproximar o ritual com o contexto
original do Livro da Lei. Dessa forma, adotou-se palavras e símbolos alusivos à tradição judaica e
preencheu -se o ritual com este significado que tanto diz respeito ao judaísmo.
Ainda sobre o tema, cabe dizer que Pike era fluente em dezesseis idiomas, inclusive o hebraico, o que
pode ter, de alguma forma, contribuído para a utilização de várias palavras. Ele também foi o
responsável por consolidar e unificar o REAA, conforme consta em sua biografia, a saber:
Mesmo antes de ser eleito Soberano Grande Comendador, Pike assumiu uma das lideranças intelectuais
do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao lado de outro eminente estudioso, Albert G. Mackey, sendo que este
último dedicou uma de suas maiores obras, o Léxico da Franco-Maçonaria, de 1869, a Albert Pike, em
seu prefácio.
25. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 25/36
Ao unir-se ao Supremo Conselho da Jurisdição Meridional, Albert Pike encontrou uma situação caótica:
os Rituais encontravam-se tão desorganizados que muitas Lojas adotaram procedimentos ritualísticos
próprios; a estrutura administrativa do Supremo Conselho não possuía qualquer controle sobre seus
membros e os serviços de benemerência inexistiam.
Pike, nesta tarefa hercúlea a que se propôs, fortaleceu os ensinamentos do Rito Escocês Antigo e Aceito,
expurgando todo o sectarismo e adversidade política do conteúdo dos Rituais, estabelecendo uma rota
de desenvolvimento intelectual, o que colocou o Supremo Conselho da Jurisdição Meridional na posição
de mais influente e atuante de todo o mundo. Ele engrandeceu o conteúdo das Instruções aos diversos
Graus com um amplo conhecimento das culturas antigas – conhecia fluentemente sânscrito, hebraico,
grego e latim – fundamentando e comprovando o que antes era apenas perceptível em nossos Rituais.
Assim como Pike, outro ilustre membro da Ordem, Albert Mackey, grande escritor e maçom de origem
alemã, foi um grande estudioso e linguista, também Oficial do Supremo Conselho e profundo estudioso
do simbolismo e tradições do oriente, como a filosofia judaica, por exemplo, e, especialmente leitor de
obras como o Talmude relacionadas àKabalá, o que só reforça a ideia de que esta influência poderia ter
contribuído de forma crucial para a inserção e delineamento da indelével presença do hebraico no
REAA.
Importante notar que muita especulação e confusão existem na criação e concepção dos ritos,
especialmente com relação à influência cabalista, como foi citado. De acordo com Cortez (2009), muitas
dessas citações podem ter surgido por meio de aproveitadores e charlatões que tinham interesses
particulares, causando controvérsias no que diz respeito à origem e, até mesmo, às influências que o
Rito Escocês sofreu ao longo dos anos. Uma das figuras que muito se fala a respeito dessas influências é
o controverso Conde Cagliostro, dando margem a informações e versões dos fatos que atrapalham uma
pesquisa mais séria e voltada para o real uso das palavras hebraicas, comprometendo assim, a
interpretação das alegorias e simbolismos, principalmente no que diz respeito ao uso do idioma
hebraico no rito.
Há, ainda, alguns estudiosos que afirmam que o rito teria sido criado por judeus e, por esta razão,
existem tantos elementos judaicos ao rito, mormente o idioma hebraico em suas diversas palavras de
passe, sagrada e de reconhecimento da Ordem. Sobre este aspecto, esta vertente está alinhada com o
pensamento de que o judeu Stephen Morin, um dos fundadores do REAA na América, teria incorporado
elementos judaicos ao rito durante sua criação. Entretanto, não há evidência comprovada a este
respeito, mas é provável que outros judeus maçons da época, como M. M. Hays e Isaac da Costa, por
exemplo, tenham, também, inserido elementos hebraicos ao rito (CORTEZ, 2009).
A respeito dessas tendências e especulações, uma das possíveis hipóteses no que tange a influência
judaica no rito consiste no fato de que a Maçonaria, ao ser introduzida na Carolina do Sul, teria sido
levada por um seleto grupo de judeus e isso pode ter gerado parte dos boatos e teorias que justificam a
influência do hebraico no REAA. Ainda assim, há controvérsias sobre a veracidade dessa informação
(MACKEY, 1879). Isto porque a Maçonaria teria sido introduzida na Carolina do Sul por volta do ano de
1736 (DE SAUSSURE , 1878). Já o REAA, com seu sistema de trinta e três graus, parece ter sido
instituído somente em 1786, em Charleston, alguns anos depois. De toda forma, a atual organização do
Supremo Conselho do REAA não estava concluída até 1801, isto é, mais de cinquenta anos depois. Sendo
assim, os judeus que receberam seus graus diretamente ou indiretamente de Morin nunca atingiram
qualquer grau maior do que o 25º do Rito de Perfeição (STEVENS, 1899).
Dificilmente será possível precisar a forma com a qual o hebraico foi introduzido no rito, mas há pontos
e tendências que nos ajudam a interpretar e desenvolver leituras e pesquisas que apresentam traços
mais claros a respeito dessa influência. Seja por maçons que tinham origem judaica, sejam por maçons
que vislumbravam em estudos como aKabalá e a história contida no Antigo Testamento, o importante
neste momento é dar o devido reconhecimento a marcante presença do hebraico no REAA, assim como
seguir com seu estudo e significado para cada etapa do ritual, assegurando o objetivo daqueles que
instituíram o que seria o manual de procedimentos para a conduta e o ensino dos princípios e moral
maçônicos dentro da Ordem.
26. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 26/36
“O Hebraico Maçônico”
Neste ponto, a fim de preservar e não quebrar o sigilo maçônico do ritual, a exemplo do que José
Castellani fez em seus livros, a saber: “A Maçonaria e sua Herança Hebraica” e “Shemá Israel”, será
citada neste item as palavras sem mencionar o grau e a ocasião em que se usam, apenas a título de
esclarecimento. Assim, inicialmente, pode-se mencionar como o que talvez seja uma das palavras
hebraica que mais se “visita” no REAA, isto é, o tetragrama sagrado Yud-Hei-Vav-Hei. A palavra em
apreço, impronunciável tanto no hebraico – pelo fato de nem sempre ser escrita com os
sinais massoréticos – como na Maçonaria, faz parte dos estudos e de muita discussão no seio do REAA.
A este respeito, devemos, ainda, lembrar que alguns rituais escrevem de maneira errada a transliteração
do referido nome, além de traduzir a letra “yud” como “yod”, perpetuando o erro em diversos rituais
brasileiros.
Uma das hipóteses aventadas para o emprego ou uso incorreto do hebraico e sua transliteração e, por
sua vez, pronúncia das palavras hebraicas, é o fato de os rituais não terem sido originalmente traduzidos
diretamente para o português ou, ainda, ter passado por diversas versões até chegar à forma que
conhecemos hoje. Dessa forma, as palavras hebraicas não sofreram alteração de transliteração para o
idioma. Como bem sabemos, o hebraico se utiliza de outro alfabeto e para aqueles que não dominam a
leitura é utilizada uma transliteração no idioma pátrio de como se deveria ler a palavra. Assim, por
exemplo, a letra yud, hoje utilizada como yod, poderia ter sido trazida de ritual americano onde a
pronuncia hebraica correta da letra seria grafada como yod e lida em inglês, pronunciada como yud.
Outro exemplo curioso e que gera discussões longas e até mesmo de cunho filosófico é a palavra Boaz,
como já mencionado. Muitos acreditam ser grafada como Booz, entretanto, talvez por razões e emprego
dos sinais massoréticos, dúvidas possam ter sido criadas quanto à correta pronúncia da palavra que,
buscando na versão original em hebraico, percebemos que a forma correta é Boaz.
Ao continuar com a análise, pode-se citar a curiosa palavra shibolet que por erro de acentuação muitos a
pronunciam como shibolé quando, na verdade, o acento é no “o”, isto é, shibólet, lembrando que há um
“t” no final pronunciado. Esta palavra, que nos concita estudar um pouco um “fenômeno linguístico”
muito interessante, demonstra a peculiaridade da letra hebraica shin, isto é, acrescida de um simples
“ponto”, ou seja, um sinal massorético similar ao “pingo do i”, assume a pronúncia sin. Daí temos duas
pronúncias no ritual: shibólet ou sibólet, sendo explicada a diferença por meio de uma lenda atribuída
ao grau em que ela é utilizada.
Esta peculiaridade da língua também pode ser percebida no uso da palavra “Palestina”, por exemplo.
Sem entrar no mérito político ou religioso, apenas levantando questões relacionadas à curiosidade da
língua, sabe-se que a palavra “Palestina” foi empregada pelos romanos para determinar o local onde os
filisteus habitavam. Em 638 d.C, um califa árabe muçulmano tomou a Palestina das mãos dos bizantinos
e a anexou ao império árabe-muçulmano. Os árabes adotaram o nome dado pelos romanos,
pronunciando-o como “Falastina”, ao invés de “Palestina”, pois na língua árabe não há o som de “p”. Isto
nos leva a refletir se a lenda atribuída à palavra sibólet também não está relacionada a esse fenômeno
linguístico.
Estes são alguns dos inúmeros exemplos de palavras hebraicas que encontramos no REAA. Fora o
emprego filosófico e moral delas, pode-se, ainda, atribuir estudos numerológicos por meio
da guemátria, arte milenar de decodificar letras em números, entretanto, este seria tema para outro
artigo, tendo em vista que envolveria questões esotéricas e numerológicas a respeito do simbolismo e
decodificação de palavras associando à moral e detalhamento dos graus.
Conclusão
A presença do idioma hebraico no Rito Escocês Antigo e Aceito é uma realidade. A influência de judeus,
estudiosos esotéricos, religiosos, herméticos, dentre muitos outros autores maçons contribuíram
sobremaneira para que o idioma fosse inserido em cada grau e lenda do rito, atribuindo significado,
conteúdo e alegoria cabal para interpretação e entendimento do sistema de graus criado.
Desafortunadamente, não será possível atribuir uma única história ou um único autor e motivo para o
uso do hebraico no rito. Como visto neste artigo, especulações, teorias mal explicadas e até mesmo
charlatões tentaram ao longo dos anos explicar a utilização e dar certa autoria para a criação e
significado ao uso do idioma. Pode-se afirmar, ainda, que será muito difícil comprovar como e onde
surgiu a influência do idioma hebraico, de onde surgiram e como surgiram as palavras hebraicas dos
trinta e três graus no REAA. Entretanto, a influência do relato bíblico do Antigo Testamento, em
especial no que diz respeito à construção do Templo de Salomão, é fonte primária para qualquer
pesquisa a respeito do tema.
27. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 27/36
Não obstante, a importância deste artigo é a de chamar a atenção para a necessidade de se estudar e
procurar a forma correta, bem como a tradução de cada palavra apresentada pelo nosso rito. A palavra
hebraica de cada grau é parte essencial para o entendimento completo do estudo a ser ministrado em
cada etapa do REAA. Não só as palavras, mas, também o simbolismo e alegoria de cada elemento
influenciado pela cultura hebraica. Com o passar do tempo e com a forma “automática” com que muitas
Lojas têm “atropelado” o ritual, esses pontos podem passar a cair no esquecimento, deixando de lado
uma das partes mais repletas de significado para a Ordem. Por esta razão, estudar o idioma, seu uso e
sua influência, é elemento fundamental para se entender o REAA e, por sua vez, a Maçonaria de uma
forma concatenada.
Autor: Rui Samarcos Lora
Rui é Mestre Instalado da ‘Loja Atlântida nº 06’ – Grande Loja Maçônica do Distrito Federal, membro
ativo da Loja ‘Holy Land nº 50’, jurisdicionada pela Grande Loja do Estado de Israel, especialista em
Ciências Políticas pela UnB (Universidade de Brasilia, 2006), bacharel em Relações Internacionais
pelo UniCEUB (Centro Universitário de Brasília, 2004), coordenador de Relações Internacionais do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Fonte: Revista Ciência e Maçonaria
Referências Bibliográficas
BENITEZ, J. J. Operação Cavalo de Tróia: Livro 1. São Paulo: Ed. Record, 1995. BORRÁS, J. T.
Jewish Studies at the turn of the Twentieth Century. 1999. BRIDGER, D. The New Jewish
Encyclopedia. New York: Editora Behrman House, 1962. CASTELLANI, J. A Maçonaria e sua Herança
Hebraica. Londrina: Editora A Trolha, 1993. CASTELLANI, J. Shemá Israel. São Paulo: Editora Gazeta
Maçônica, 1977. CORTEZ, J. R. P. A Maçonaria Escocesa. . Londrina: Editora A Trolha, 2009. DE
SAUSSURE, W. G. History of Freemasonry in South Carolina, Charleston, 1878. E-SWORD. The sword
of the lord with an eletronic edge. 2007. Software de Ferramentas e Comentários Bíblicos. GOROVITS,
D.; FRIDLIN, J. Bíblia Hebraica. Editora e Livraria Sefer LTDA. São Paulo: 2006. GOTTWALD, N. K.
Introdução socioliterária à Bíblia hebraica. Tradução de Anacleto Alvarez. São Paulo: Paulinas,
1988. MACKEY, A. G. Encyclopedia of Freemasonry And its Kindred Sciences. New York e Londres:
The Masonic History Company, 1879. OKA, S. Cury-Rad. Esfiha com Cajuína: Episódios do Folclore
Árabe-Florianense. Teresina: Ideia, 2007. OSTLER, N. Empires of the Word: A Language History of the
World. London e New York: Harper Perennial, 2006. PACHECO, M. G. Maçonaria. A indelével
presença da cabala no REAA. Porto Alegre: Editora Imprensa Livre, 2011. PIKE, A. Moral and Dogma
of the Ancient and Accepted Scottish Rite of Freemasonry. Washington, DC: Supreme Council, 33º,
S.J., 2011. RIBEIRO, J. G. C. Os Fios da Meada. Rio de Janeiro: Editora Zit, 2007. RODRIGUES, R.
Cartilha do Rito Escocês. Londrina: Editora A Trolha, 2010. SMART, J. R. Tradition and Modernity in
Arabic Language And Literature, 2013. SPOLKY, B. Jewish Multilingualism in the First centyry: An
Essay in Historical Sociolinguistics, Readings in the Sociology of Jewish Languages, Leiden: E.J.Brill,
1985, pp.35-50. SPOLSKY, Bernard; SHOHAMY, Elana Goldberg. The languages of Israel: policy,
ideology and practice. Bristol, UK: Multilingual Matters, 1999. STEVENS, A. C. Cyclopedia of
Fraternities: A Compilation of Existing Authentic Information and the Results of Original Investigation as
to the Origin, Derivation, Founders, Development, Aims, Emblems, Character, and Personnel of More
Than Six Hundred Secret Societies in the United States E. B. New York: Treat and Company, 1899.
28. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 28/36
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GLSC -
http://www.mrglsc.org.br
GOSC
https://www.gosc.org.br
Data Nome da Loja Oriente
03.10.1981 Ação e Fraternidade Gasparense nr. 26 Gaspar
17.10.1969 São João Batista nr. 14 Orleans
19.10.2000 Gênesis nr. 47 Florianópolis
20.10.1977 Duque de Caxias nr. 21 Florianópolis
22.10.1970 Sentinela do Oeste nr. 17 Chapecó
25.10.1978 Harmonia e Fraternidade nr. 22 Joinville
25.10.1996 Cavaleiros da Luz nr. 64 Florianópolis
28.10.1989 Jack Malt nr. 49 Rio Negrinho
28.10.2008 Delta do Universo nr. 98 Florianópolis
Data Nome da Loja Oriente
05/10/1991 Zezinho Cascaes Braço do Norte
12/10/1994 Fraternidade Serrana São Joaquim
13/10/2004 Portal da Serra Bom Retiro
15/10/1985 Lealdade, Ação e Vigilância Florianópolis
16/10/1951 Estrela do Planalto Curitibanos
18/10/1997 Acácia das Gaivotas Bal. Gaivota
20/10/2008 Construtores da Paz Chapecó
21/10/1972 General Bento Gonçalves Araranguá
22/10/1997 Sol do Oriente Camboriú
26/10/1975 Acácia das Neves São Joaquim
30/10/2002 Frank Shermann Land Florianópolis
7 – Destaques (Resenha Final)
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de setembro
29. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 29/36
GOB/SC –
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
Data Loja Oriente
03.10.03 Delta de Ingleses - 3535 Florianópolis
06.10.81 Prof. Clementino Brito - 2115 Florianópolis
13.10.07 Luz de São Joaquim - 3884 São Joaquim
15.10.93 Cidade Azul - 2779 Tubarão
15.10.05 Estácio de Sá -3763 Florianópolis
17.10.08 Luz de Órion - 3951 Itapema
23.10.00 Luz e Harmonia - 3347 Brusque
26.10.96 Arquitetos do Vale - 2996 Blumenau
26.10.08 Amigos da Liberdade - 3967 Palhoça
27.10.97 Atalaia -3116 Itajaí
28.10.95 Luz do Atlântico Sul - 2894 Baln. Camboriú
30. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 30/36
Do Irmão Marco Antônio Perottoni:
Caro Irmão:
Estamos, com muito prazer, encaminhado o nosso Boletim da Chico de nº
103, de setembro de 2016, na esperança de estar contribuindo com a
divulgação da cultura Maçônica.
Informamos que por motivos de passamento para o Oriente Eterno do Ir.’.
Carlos Gentil, momentaneamente estamos sem site para disponibilizar toda a
série de Boletins da Chico.
Assim que solucionarmos a situação voltaremos a disponibilizá-los.
No site
http://www.guiamaconicors.com.br/chico.da.botica/chico.da.botica.htm,
podem ser encontradas as edições até o número 99, de 31 de maio de 2016.
O Irmão também pode acessar todas as edições do Informativo JB News no
site http://www.jbnews33.com.br/informativos/
Também aproveitamos para informar, aos irmãos que desejarem manter
contato, nosso nove endereço de e-mail: marcoaperottoni@gmail,.com,
pois em breve estaremos desabilitando nossos endereços no Terra..
Caso seja de vossa liberalidade, solicitamos divulgar o mesmo em vossas
listas de Maçons, Lojas e Grupos.
Com nossos agradecimentos deixamos um TFA
Marco Antonio Perottoni
Loja Cônego Antonio das Mercês – GORGS
Loja Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas – GORGS
Porto Alegre - RS
Antes de imprimir pense em seu compromisso com o Meio Ambiente
Acesse o Boletim Nr. 103 neste link:
Binfo Chico 103 - 30 set 16.pdf
31. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 31/36
CONVOCAÇÃO e CONVITE
O Secretário da Loja, que subscreve, convoca todos os Irmãos do quadro, com base no
inciso V do Artº 116 do Regulamento Geral da Federação e convida todos os demais Irmãos, para
a 47ª Sessão da A.R.L.S. “Alvorada da Sabedoria” nº 4.285, dia 11 de outubro, terça-feira,
quando a palestra a cargo do Venerável Ir. Juarez Fonseca de Medeiros, PM da ARLS Templários
da Nova Era, nº 91, com o tema
“Formação do Estado Brasileiro”.
A sessão será no Templo II (Templo para Trabalhos de Emulação) da Fundação Unitas, a rua
Machado de Assis, 210, Estreito, Florianópolis.
Programação:
20:15 h: encontro no átrio do Templo;
20:30 h: início da sessão.
Após a sessão, será oferecido uma ágape com um bom whisky.
Ir. Ruben Luz da Costa, Secretário
Wisdom Dawn Lodge
32. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 32/36
Ir Marcelo Angelo de Macedo, 33∴
MI da Loja Razão e Lealdade nº 21
Or de Cuiabá/MT, GOEMT-COMAB-CMI
Tel: (65) 3052-6721 divulga diariamente no
JB News o Breviário Maçônico, Obra de autoria do saudoso IrRIZZARDO DA CAMINO,
cuja referência bibliográfica é: Camino, Rizzardo da, 1918-2007 - Breviário Maçônico /
Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014 - ISBN 978-85.370.0292-6)
Para o dia 4 de outubro: O Perjúrio
É a quebra de um juramento.
A Maçonaria, de modo prosaico, ameaça com os mais cruéis castigos aquele que
desonrar o seu juramento.
O Perjúrio é de difícil constatação, pois não envolve assuntos relevantes.
O Perjúrio pode ser banido da Ordem; contudo, isso nunca aconteceu porque os
juramentos prestados não passam de atos iniciáticos que cessaram junto com o
cerimonial.
Na realidade, porém, o maçom a todo momento falta aos “compromissos assumidos”,
como o principal, de amar o seu irmão.
A assistência que o maçom deve dar à sua Loja deveria ser plena e sem reserva; no
entanto, o que se vê é a displicência e o desinteresse.
Triste é constatarmos que o maçom da atualidade não é aquele Iniciado em que a
Ordem depositou sua confiança e esperança.
Oxalá todo maçom pudesse deter-se em um momento para meditar a respeito de sua
atuação e do seu comportamento.
É tão simples ser cordato, amistoso e fraterno! O mais difícil dos compromissos a
serem cumpridos, sem dúvida, é a tolerância!
Ela é o caminho mais curto para o extravasamento do amor fraterno.
Breviário Maçônico / Rizzardo da Camino, - 6. Ed. – São Paulo. Madras, 2014, p. 296.
33. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 33/36
Loja Igualdade – Fortaleza –
Sede do Grande Oriente Estadual do Ceará
-
34. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 34/36
1 – Quadros Famosos:
Quadros famosos.pps
2 – Vídeo de Bernard – (Maçonaria):
Video de Bernard - Maçonaria.mp4
3 – O Centro Velho de São Paulo:
O_CENTRO_VELHO_DE_SP_(espetacular)1.pps
4 – Inversão de Valores
Inversão de Valores.mp4
5 – Cidades Brasileiras da Olímpiada Rio-2016:
Cidades brasileiras da OlimpÃada Rio-2016.ppsx
6 - 2ª Feira- Deus / Natureza / Homem / Animais / Aves / Belezas Naturais
Aleluia – Canto de alegria e louvor a Deus!
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10154185465609331&substory_index=1&id=1
00001989242882
7 - Filme do dia- “Crocodile Dundee 3 Los Angeles” - Dublado
https://www.youtube.com/watch?v=zNPOR2ufJFA
35. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 35/36
QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO
-a beleza real reside lá onde ninguém pode vê-la-
Aniversário de 87 anos de Nelicio, “O BARBA”.
Autor: Raimundo A. Corado
Barreiras, 30 de janeiro de 2016.
O belo é algo muito pessoal;
E não se mede pela aparência;
Chega a parecer fenomenal;
É matéria e espirito em coerência.
Mesmo os calados, sisudos e pacatos;
Carregam em si, cândida humildade;
Enquanto os belos, nobres e arautos;
Podem vestir a camisa da crueldade.
Este senhor é uma viva reserva;
Que Deus sabiamente conserva;
Pacato, Barbudo e de pouca prosa.
Por fora, plebeu. Por dentro nobreza.
Ações, gestos e expressão de gentileza;
Parabéns “BARBA”, Nelicio Barbosa.
36. JB News – Informativo nr. 2.194 – Florianópolis (SC) – terça-feira, 4 de outubro de 2016 Pág. 36/36