O artigo discute sobre a importância de se evitar comportamentos de "chefia" nas lojas maçônicas, onde um irmão se coloca acima dos demais. Defende que as lojas devem ter líderes, no plural, e não chefes, valorizando a liderança coletiva e o trabalho em equipe. Também ressalta a necessidade de os irmãos se colocarem ao lado dos demais e não na frente, servindo de exemplo positivo nos cargos exercidos.
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O autismo não limita as pessoas. Mas o preconceito sim, ele limita a forma com que as vemos e o que achamos que elas são capazes. - Letícia Butterfield.
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Jb news informativo nr. 1246
1. JB NEWSRede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
www.radiosintonia33 – www.jbnews33.com.br
Informativo Nr. 1.246
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Loja Templários da Nova Era nr. 91
Reuniões: quintas-feiras às 20h00 –
(em recesso – Retorno dia 06.03.14)
Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Florianópolis (SC), quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Pesquisas e artigos desta edição:
Arquivo próprio - Internet - Colaboradores
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br
Os artigos constantes desta edição não refletem necessariamente a opinião
deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Hoje é o 29º. dia do Calendário Gregoriano. Faltam 336 para acabar o ano de 2014 e 134 para início da Copa do Mundo.
Dia do Jornalista e Dia da Incontinência Urinária (Portugal)
Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos.
Índice:
Bloco 1 - Almanaque –
Bloco 2 - Opinião: Ir Sérgio Quirino Guimarães – Chefe Maçônico
Bloco 3 – IrPaulo Roberto – Maçons Célebres – Bento da Silva Lisboa - Visconde de Cairú -
Bloco 4 –Ir Aquilino R. Leal – A origem do diabo
Bloco 5 - IrUbyrajara de Souza Filho – Quebrando a Egrégora
Bloco 6 - IrJosé Ronaldo Viega Alves – Alquimia e Maçonaria: das influências e dos paralelismos
Bloco 7 – Destaques JB - (Resenha Final)
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BANQUETE MAÇÔNICO
SOBRE O AUTORCONTATO
Origens, preparação Ritualística
Livro de grande utilidade para Veneráveis Mestres e demais oficiais das Lojas
Maçônicas Brasileiras, discorre sobre usos e costumes dos “comes e bebes”,
desvenda os mistérios da interpretação esotérica do Banquete Ritualístico,
realizado tanto no Simbolismo como no Filosofismo Maçônico. Apresenta
gráficos demonstrativos das posições das mesas de banquetes realizados nos
Solstícios de Inverno e Verão. Ensina como planejar, organizar e executar uma
Loja de Mesa ou Loja de Banquete, nos diversos Ritos Maçônicos, adotados
pelo GOB. Além disto, oferece um ABC do Banquete, um glossário de palavras
e termos ligados à ritualística do Ágape Maçônico. Apresenta, ainda, diversas
peças de arquitetura, artigos sobre o significado da Loja de Mesa, bem como
oferece vários tipos de cardápios já testados em Lojas de Banquete, em vários
Grandes Orientes Estaduais e do Distrito Federal. A obra “Banquete Maçônico”
com 408 páginas é de autoria do Irmão Helio P. Leite.
Livros indicados
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3. JB News – Informativo nr. 1.246 Florianópolis (SC) quarta-feira, 29 de janeiro de 2014. Pág. 3/29
904 - É eleito o Papa Sérgio III.
1712 - Início das negociações do Tratado de Utrecht que pôs fim à guerra de sucessão espanhola.
1810 - A invasão de Andaluzia pelos franceses provoca o descrédito da Junta Central, que põe seus poderes
no Conselho de Regência, constituído na ilha do Leão (atual São Fernando, em Cadiz).
1825 - É fundada a faculdade de medicina do Porto.
1834 - Combate de Pernes entre liberais e absolutistas.
1861 - Kansas torna-se 34º estado norte-americano.
1886 - Karl Benz, inventa o primeiro motor automóvel movido a gasolina.
1888 - Um incêndio destrói o Teatro Variedades de Madri.
1890 - Equador e Estados Unidos reconhecem a República do Brasil (v. Proclamação da República
Brasileira).
1929 - Leon Trotski chega à Istambul após ser expulso da União Soviética.
1942 - Homologado o Protocolo do Rio de Janeiro que estabeleceu fronteiras provisórias entre o Equador e
Peru.
1943 - os presidentes Roosevelt, dos EUA, e Getúlio Vargas, do Brasil, se encontram na cidade de Natal, no
Rio Grande do Norte. Tratam, entre outras, do envio de tropas brasileiras para combater na Europa.
1948 - O delegado soviético do Conselho de Segurança da ONU, Andrei Gromiko, pede a destruição de todas
as bombas atômicas existentes no mundo.
1960 - O Presidente Juscelino Kubitschek recebe Dwight Eisenhower, presidente dos Estados Unidos, em
Brasília. A visita do líder norte-americano foi um dos pontos marcantes de seu governo.
1963 - A Comunidade Econômica Européia repulsa a petição de ingresso da Grã-Bretanha.
1979 - A província de Cidade Real passa por graves inundações, devido a chuvas torrenciais.
1981 - Adolfo Suárez abandona seu cargo de presidente do Governo espanhol e do Partido União do Centro
Democrático.
1984 - O tenente Guillermo Quintana Lacacci, ex-capitão de Madri, é assassinado pelo ETA.
1986 - Um avião DC-3 da Aerocalifórnia cai perto do aeroporto de Mochis (México), causando a morte de
seus 21 ocupantes.
1991 - O Congresso da Somália Unificada nomeia Alí Mahdi Mohamed como novo presidente do país.
1999 - Um quadro de Velázquez é adquirido por um colecionador anônimo, na cerimônia de homenagem aos
400 anos após sua morte. O primeiro ato ocorreu quando a Christie's leiloou o quadro Santa Rufina por US$
8,1 milhões.
2005 - Gilberto Gil é aplaudido pelo discurso em defesa do Software Livre no Fórum Social Mundial.
2006 - Tempestade de neve no Algarve.
Eventos Culturais e de Média
1945 - Fundação do jornal desportivo português A Bola, por Cândido de Oliveira
1959 - Os estúdios Disney lançam o longa-metragem A Bela Adormecida, clássico dos desenhos animados.
1972 - Era Fundada no Espírito Santo a Escola de Samba Unidos de Jucutuquara, uma das maiores do estado,
atualmente acumulando 5 títulos (1990, 2002, 2004, 2006 e 2007).
2002 - Entra no ar a primeira edição do programa Big Brother Brasil.
Eventos Desportivos
1956 - Fundação do Esporte Clube Lucas.
1964 - Início dos Jogos Olímpicos de Inverno em Innsbruck, Áustria.
1976 - Fundação do Joinville Esporte Clube.
1981 - O piloto Emerson Fittipaldi,
campeão mundial de Fórmula 1, anuncia que vai abandonar as pistas. Mas acaba
mudando de modalidade e indo para a Fórmula Indy.
Brasil: Dia do Jornalista
Portugal: Dia da Incontinência Urinária
Eventos Históricos - Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
feriados e eventos cíclicos
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1781 Nasce, em Lisboa, Francisco José de Souza Soares de Andréa. Fez carreira militar no Brasil, tendo
alcançado o marechalato e recebido o título de Barão de Caçapava. Governou a Província de Santa
Catarina entre os anos de 1839 a 1840.
1869 Morre, na capital catarinense, o padre Joaquim Gomes de Oliveira Paiva, o Arcipreste Paiva. Foi
ilustre orador sacro, político e literato.
1953 Lei nº 817, desta data, criou a Comarca de Videira.
1920 Fundação da Loja Tupy nr. 955 de Araçatuba (GOB/SP)
1929 Fundação da Loja Libertas nr. 35 de São Paulo (GLESP)
1990 Fundação do Grande Oriente do Estado da Bahia
Históricos de santa catarina:
fatos maçônicos do dia - Fonte: O Livro dos Dias (Ir. João Guilherme) e acervo pessoal
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Ir Sérgio Quirino Guimarães
ARLS Presidente Roosevelt 025
Belo Horizonte - Minas Gerais
Contato: quirino@roosevelt.org.br
Assunto: 391 - Chefe Maçônico
Saudações, estimado Irmão!
Você conhece algum
“CHEFE MAÇÔNICO ?”
Um dos grandes entraves para o desenvolvimento dos trabalhos em Loja esta no comportamento
que os Irmãos tomam após a posse nos cargos. Não estou falando especificamente do VM,
devemos tomar muito cuidado com os outros ―Chefes da Loja‖. Alguns exemplos: O Orador é o
―Chefe da Lei‖ não passa uma sessão sequer que não cite um artigo que possa punir algum Irmão.
O Secretário é o ―Chefe da Escrita‖, seus balaústres são enormes devido a sua verborréia léxica: -
Nosso querido Venerável Mestre, no momento adequado prescrito em nosso ritual anunciou que o
resultado do Tronco de Solidariedade percorrido nas poderosas colunas dessa Oficina, rendeu a
quantia de 8 quilos de medalhas cunhadas, transformadas pelo
instalado na Cadeira de Salomão em 8 reais. O Mestre de
Cerimônias é o ―Chefe do Tempo‖, circula em Loja como se
estivesse carregando o ataúde de um presidente, um passo uma
parada, um passo uma parada. Sem contar é claro os excessos
de ―luminosidade‖ dos dirigentes das Lojas e de outras
dignidades e oficiais. Vamos tratar desse assunto não com a
intenção de critica, afinal MAÇONS NÃO SE PREOCULPAM EM FAZER PARTE DOS
PROBLEMAS, DEVENOS FAZER PARTE DA SOLUÇÃO. O primeiro ponto é nos localizarmos,
estamos em frente aos Irmãos ou ao lado deles? Em breve todas as Lojas estarão em plena força e
vigor e só construíram algo positivo para a sociedade e para seus membros se todos
compreenderem a transitoriedade dos cargos e a força do trabalho coletivo. Uma Loja Maçônica não
tem chefe, quem tem chefe é índio! As Lojas devem ter líderes (observem o plural)! Líderes. Lojas
que tem ―chefes‖ estão sempre em desarmonias, já aquelas que valorizam as lideranças estão
sempre edificando. Precisamos mudar o paradigma, o que vamos fazer e quem vai fazer. A regra
deve ser ao contrário! Primeiro, QUEM VAI FAZER e depois O QUE VAI SER FEITO. O ponto de
partida é descobrimos as qualidades e potenciais dos Irmãos e só aí então traçamos projetos
exeqüíveis. Cada Obreiro no exercício de cargos deve dar o melhor de si, sem excesso, o mesmo
sal que valoriza a comida, pode estragar a refeição. Uma Loja Maçônica é um laboratório onde
temos condições especiais para experiências de liderança. Anualmente o Grande Conselho da
Ordem DeMolay para o Estado de Minas Gerais promove um Curso de Líderes para nossos
sobrinhos, este ano para uma platéia de mais 180 DeMolays nosso Irmão André Tomé
(www.andretome.com.br) brilhantemente nos ensinou muitas coisas que gostaria de compartilhar
com os Irmãos, que os mesmo reflitam e ponham em prática:
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Se você ainda tem chefe é porque está no tempo das cavernas
Dar o melhor de si e servir de exemplo
Primeiro aprendemos a ouvir, depois a falar. Ouça seus liderados
Seja líder de si mesmo; conheça seus sentimentos
Aprenda a gostar das pessoas, para lidar com pessoas é necessário ter sempre visão positiva
Respeite o posicionamento de cada um, as divergências produzem questionamentos que
culminam em mudanças
Esteja livre de problemas pessoais em seu ambiente de liderança, resolva suas questões
internas antes de tentar resolver os problemas alheios
―Mãos na massa‖ – os conselhos motivam, mas os exemplos arrastam pessoas. Participe
ativamente das atividades
Mantenha o foco nos trabalhos, conheça nossas regras, saiba o momento e o assunto certo a ser
tratado. O mais antigo documento comprovadamente maçônico no mundo é conhecido como ―Carta
de Bolonha‖ é datado de 1248. Seu nome original é ―Statuta et Ordinamenta Societatis Magistrorum
Tapia et Lignamilis‖. Foi redigido originalmente em latim por um escrivão público, sob ordem do
Prefeito de Bolonha, Bonifaci di Cario. Em seu conteúdo fica claro que essa Maçonaria Operativa
Italiana já era tradicional, antiga, contendo sólida estrutura e hierarquia, bem anterior à data de
registro da Carta. Encerro este artigo alertando os ―Chefes do Ego‖, aqueles Irmãos que em toda
reunião tem que se manifestar e invariavelmente a palavrinha ―eu‖ apresenta-se inúmeras vezes, a
eles invoco o 25º artigo da Carta de Bolonha.
XXV - Que não se deve levantar em uma reunião de mestres para dar seu parecer mais que sobre o
que for proposto pelos oficiais ou pelo maceiro
Estatuímos e ordenamos que ninguém da sociedade deva se levantar para falar e dar sua opinião
em uma reunião mais que sobre o que for proposto pelos oficiais ou pelo maceiro. E quem
transgredir [esta regra], que seja sancionado em 12 soldos bolonheses, e que pague.
Academia Maçônica de Letras do Brasil.
Arcádia Belo Horizonte
www.academiamaconicadeletrasdobrasil.blogspot.com
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Este Bloco é produzido às quartas-feiras
pelo Ir. Paulo Roberto VM
da ARLS Rei David nr. 58 (GLSC) - Florianópolis
Contato: prp.ephraim58@terra.com.br
Paulo Roberto
Bento da Silva Lisboa
(2º barão de Cairu)
Diplomata brasileiro.
*Bahia (BA), 4 de fevereiro de 1793.
†Rio de Janeiro (RJ), 26 de dezembro de 1864.
Bento da Silva Lisboa era filho de José da Silva Lisboa e Ana Benedita de Figueiredo,
casando-se mais tarde com Dna. Ana Rita Lisboa.
No ano de 1840 foi, em missão diplomática, contratar o casamento do imperador D. Pedro II com
Dna. Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias.
Em 1846, através de Decreto Imperial foi nomeado ministro de Negócios Estrangeiros (hoje, Ministro
das Relações Exteriores).
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Entre suas homenagens e honrarias, sabe-se que foi agraciado com o Grau de Comendador da
Imperial Ordem de Cristo; também, consta, em seus pouquíssimos dados à uma biografia, como,
sendo um dos membros fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Na Instituição Maçônica existem registros da ocupação do cargo de Soberano Grande Comendador
do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria do Brasil.
Relatórios – elaboração, apresentação e discussão...
Relatório do ano de 1832 apresentado à Assembleia Geral Legislativa em sessão ordinária, de
1833, mas precisamente em 26 de abril de 1833;
Relatório da Repartição dos Negócios Estrangeiros, apresentado à Assembleia Geral Legislativa,
na 4ª sessão da 6ª legislatura, pelo respectivo Ministro e Secretário de Estado Bento da Silva
Lisboa, na data de 4 de maio de 1846;
Relatório da Repartição dos Negócios Estrangeiros, apresentado à Assembleia Geral Legislativa,
na 4ª sessão da 6ª legislatura, pelo respectivo Ministro e Secretário de Estado Bento da Silva
Lisboa, em 5 de maio de 1847.
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A ORIGEM DO DIABO1
Aquilino R. Leal*
(O Ir Aquilino escreve neste espaço
às quartas-feiras e domingos)
Quando pergunto a qualquer pessoa se Deus é onipresente, onisciente e onipotente, e
elas normalmente respondem que sim, concluo com a seguinte pergunta: Então, quem é
o Diabo? Elas ficam sem resposta… Ora, esse Demônio, tão difundido pelas religiões
judaico-cristãs, não existe. O conceito de bem ou mal é relativo, está intrinsecamente
ligado ao ser humano, dentro de cada um de nós e não fora. O Diabo só existe dentro de
nossos corações frágeis e reina naqueles que não dominam suas emoções e navegam
conforme a maré dos acontecimentos, sem rumo certo.
Na Kabbalah, o Diabo é o caminho que leva de Hod (a Razão) a Tiferet (a Iluminação). É
o caminho da esquerda, o entendimento de que para atingirmos a iluminação devemos
encarar nossos erros e medos de frente e nos tornarmos responsáveis por tudo que fazemos, de maneira fria.
O arcano do tarot representa nossas paixões, vontades verdadeiras e intrínsecas, removidas de falsidade ou
falsas hipocrisias. Talvez por isso seja tão temida entre os leigos que mexem com o tarot, que o associaram à
―maldade‖. Seu signo associado é Capricórnio, o signo da tradicionalidade, da severidade, das linhas
corretas.
Para tentarmos compreender como surgiu a figura do mal, do Diabo, falaremos
sobre alguns deuses:
O Deus Pan é muitas vezes chamado de
Fauno, Sylvanus, Lupercus, o Diabo (no
Tarô). Seu lado feminino é a Fauna; é Exú
(na Umbanda), o Orixá fálico; Capricórnio
(na Astrologia); Dionísius (deus do vinho);
Baco (dos famosos bacanais). Muitas
vezes é comparado aos deuses caçadores; ou ainda,
a Tupã (Pajé, Caboclo).
O deus Pan é uma antiquíssima divindade grega, cultuada originalmente na região da
Arcádia (uma área rural muito importante na antiguidade, pois foi o local onde muitas das
Escolas de Hermetismo se reuniam).
Pan é o guarda dos rebanhos que, tem por missão fazer multiplicar. Deus dos bosques e
dos pastos, protetor dos pastores, veio ao mundo com chifres, orelhas e pernas de bode.
Pan é filho de Mercúrio.
A explicação para a alegoria de um deus misto (bode+humano) ser filho de Mercúrio é
1
Fonte: http://ponteoculta.blogspot.com.br; imagens extraídas de uma apresentação power-point com o mesmo título.
(Nota: Aquilino R. Leal)
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muito simples: era bastante natural que o mensageiro dos deuses, sempre considerado intermediário,
estabelecesse a transição entre os deuses de forma humana e os anteriores, de forma animal.
Parece, contudo, que o nascimento de Pan provocou certa emoção em sua mãe, que ficou assustadíssima
com tão esquisita conformação. De acordo com Hesíodo, quando Mercúrio apresentou o filho aos demais
deuses, todo o Olimpo desatou a rir.
As ninfas zombavam incessantemente do pobre Pan, por causa do seu rosto repulsivo, e o infeliz deus, ao
que se diz, tomou a decisão de nunca amar. Mas Cupido é cruel, e afirma uma tradição que Pan, desejando
um dia lutar corpo a corpo com ele, foi vencido e abatido diante das ninfas que riam.
Existem diversas lendas associadas a Pan. Uma delas diz respeito à flauta que sempre o
acompanhava. Esta história diz o seguinte: Certa vez, Pan se apaixonou pela ninfa Sirinx,
mas não foi correspondido. Sendo assim, Sirinx vivia fugindo do deus metade homem
metade bode, até que se escondeu dele em um lago e se afogou. No lugar da sua morte,
nasceram hastes de junco que Pan cortou e transformou em uma flauta de sete tubos, a
qual se tornou um atributo dele. Sirinx, então, imortalizava-se.
Pan também era o deus da fertilidade, da sexualidade masculina desenfreada e do desejo
carnal. Como o nome do deus significava ―tudo‖, no mais amplo sentido da natureza: a
fertilidade.
Para os alquimistas e para os estudiosos da filosofia, Pan passou a ser considerado um
símbolo do Universo e a personificação da Natureza; e, mais recentemente, representante de todos os
deuses. Celebrar a Pan é celebrar a natureza, a sexualidade de maneira primal, a bebida, o prazer e a boa
música. Suas festas eram marcadas por cantos, danças, vinhos e ritos de magia sexual envolvendo fertilidade
e prosperidade, dedicadas às plantações, colheitas e rebanhos.
Os romanos tinham um panteão de deuses que foi, em sua maioria, ―herdado‖ da cultura grega. Portanto,
quase todos os deuses romanos possuem seus correspondentes gregos.
Sylvanus e Faunus eram divindades latinas cujas características são muito parecidas com as de Pan, que nós
podemos considerá-las como o mesmo personagem com nomes diferentes.
Entre os romanos, faunos eram deidades de florestas selvagens com pequenos chifres,
pernas de cabra e um pequeno rabo. Eles acompanhavam o deus Faunus, eram alegres,
habilidosos, e viviam sempre cantando e se divertindo. Faunos são análogos aos sátiros
gregos.
Faunos é o deus da natureza selvagem e da fertilidade, também considerado o doador dos
oráculos. Como o protetor dos rebanhos, ele também é chamado
Lupercus (‖aquele que protege dos lobos‖).
Uma tradição particular conta que Faunus era o rei de Latium, o filho de
Picus e neto do deus Saturno. Depois de sua morte, ele foi divinizado como Fatuus, e
surgiu um culto pequeno em torno da sua pessoa, na floresta sagrada de Tibur (Tivoli).
Em 15 de fevereiro (a data de fundação do templo), seu festival, o Lupercalia, era célebre.
Sacerdotes(chamados Luperci) vestiam peles de cabra e caminhavam pelas ruas de Roma
batendo nos espectadores com cintos feitos de pele de cabra. Outro
festival dedicado à sua homenagem era o Faunalia, realizado próximo
das épocas de colheita, para invocar seus atributos de prosperidade.
Sua contraparte feminina é a Fauna, a deusa das florestas. Ao contrário de Pan, que
possuía os atributos da virilidade associados ao bode, Fauna era a senhora das matas e
de todas as plantas. Suas seguidoras eram as Ninfas e as Dríades (que curiosamente
possuem a mesma origem etmológica da palavra Druida – significando ―aqueles que
conhecem as árvores‖ ).
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Para os católicos (e posteriormente os evangélicos), os chifres passaram a representar o Demônio, o cordeiro
ou cabrito, que era sacrificado em redenção do pecado. Mas os chifres sempre foram sinais de algo Divino.
Na Babilônia, o grau de importância dos deuses era identificado pelo número de chifres atribuídos a eles.
Moisés fora representado plasticamente com chifres na testa (na famosíssima estátua de Michelangelo), bem
como o próprio Alexandre, o Grande, encomendara uma pintura do seu retrato, mostrando-se com chifres de
carneiro na testa.
Os antigos judeus conheciam esse simbolismo, recebido das mitologias circunvizinhas. Se‘irim geralmente
pode ser traduzido por bode. Habitam os lugares altos, os
desertos, as ruínas… No Gênesis, lemos que os filhos de Jacó
degolaram um bode para com seu sangue manchar a túnica de
José (Gn. 37:31).
O termo vulgar ―bode‖ é designado pela mesma palavra que se
emprega em outras partes para designar um sátiro. A palavra
hebraica sa‘ir significa propriamente ―o peludo‖ e se aplica tanto ao
bode como a qualquer outro sátiro, elemental ou divindade inferior,
na mentalidade popular.
O termo ―levar chifres‖ como pejorativo veio mais tarde, por conta
dos romanos. As rainhas guerreiras celtas possuíam haréns de homens responsáveis por lhe dar prazer
enquanto o rei estivesse em batalhas (de maneira análoga aos haréns tão comuns de mulheres). Isto, para os
romanos (e, posteriormente para os católicos), era um absurdo. Na sua visão machista, os reis celtas que
permitiam estes concubinos eram ―menos homens‖ que os guerreiros romanos e começaram a espalhar a
associação entre o ―portar chifres‖ (lembrem-se do que já falamos sobre a simbologia dos chifres de alce e os
reis europeus) e o ―sua mulher dormiu com outro homem‖.
Um desdobramento interessante que falarei no futuro é a história de Gwenhwyfar, uma destas rainhas, que
deu origem posteriormente à personagem chamada Guinevere, esposa do rei Arthur.
O Deus Cornífero celta é representado por um ser com cabeça humana, chifres e pernas de
cabra ou cervo. Ele é o guardião das entradas e do círculo mágico que é
traçado para se começar o ritual. É o deus pagão dos bosques, o rei do
carvalho e senhor das matas. É o deus que morre e sempre renasce (o
Senhor das Estações do ano). Seus ciclos de morte e vida representam
nossa própria existência. Os chifres e a capa vermelha representavam o
rito de iniciação (eu falei sobre isso nas colunas anteriores), tanto que
estão presentes até os dias de hoje na figura alegórica da Coroa e da
Capa Vermelha dos Reis europeus.
Mas por que essa imagem diabólica tão horripilante? O chifre
apresentava conotação sagrada, como um sinal ―divino‖, desde dez mil anos a.C., no
período Neolítico (thanks TH13), representando também fertilidade e vitalidade. Acreditava-se que os chifres
recebiam poderes especiais vindos das estrelas e dos céus (a
simbologia da cauda formada pelos cometas). Basta observar
as histórias da Cornucópia, que eram chifres das quais
brotavam frutas, verduras e vegetais suficientes para alimentar
a todos, em um sinal de fartura e prosperidade.
Existem várias versões do Deus Cornífero, como o Deus
Cernunnos (versão celta e galo-romana). Na religião pagã
Wicca, criada por Gerald Gardner, acredita-se que o Deus
Cornífero seja o guardião das entradas e do círculo dos ritos.
Segundo a Wicca, o Deus Cornífero nasceu da grande Deusa, divindade suprema para os wiccanianos,
representada por várias faces.Uma das versões do Deus Cornífero é a que o considera protetor dos pastores
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e dos rebanhos. Uma versão do Deus Osíris – considerado pelos egípcios o deus da agricultura e da vida
para além da morte.
Em algumas cavernas da França, foram encontradas pinturas do período Paleolítico, com homens
fantasiados de veado, representando o Deus Cernunnos. Muitas vezes, ele era representado em imagens,
acompanhado de uma serpente, e em tempos mais modernos, com uma bolsa cheia de moedas.
Geralmente, ele é representado sentado e de pernas cruzadas, talvez assumindo a posição de um xamã
(vamos falar mais sobre xamanismo e suas relações com os druidas nas próximas colunas).Considerado
também o deus da caça e da floresta, hoje é um deus ou ser divino quase
esquecido, lembrado apenas nas religiões pagãs.
Podemos perceber claramente que nenhum destes deuses nunca foi
relacionado a um ser ―infernal‖. Mas nos dias atuais, em que imaginamos o
Diabo ou um ser infernal, o que nos vem à mente é uma imagem
demoníaca, maléfica, um ser com chifres e pernas de cabra.
Existiu conspiração religiosa na deturpação da imagem do Deus
Cernunnos? Teriam criado essa farsa apenas para acabar com as antigas
religiões? A resposta parece óbvia.
"O homem que não tem os olhos abertos para o mistério
passará pela vida sem ver nada." (Albert Einstein)
*Material assinado pelo Ir Aquilino R. Leal, engenheiro, professor
universitário, autor de dois livros técnicos e de mais de mil artigos
publicados em diversas revistas técnicas sobre eletrônica.
Iniciado em 03/09/1976 no Templo Tiradentes (São Cristóvão - Rio de
Janeiro - Brasil) é fundador de duas Lojas Maçônicas, entre elas a Loja
Stanislas de Guaita 165 - Rio de Janeiro, ambas trabalhando no REAA.
Colaborador permanente do semanário FOLHA MAÇÔNICA
(folhamaconica@gmail.com) com três colunas e com duas colunas no
mesário espanhol RETALES DE MASONEIRA além de recentemente colaborar
com o diário JB NEWS.
Gerencia o PONTO CULTURAL DO FOLHA MAÇÔNICA
(http://sdrv.ms/QobWqH) onde estão postados mais de 16 mil títulos sobre a Ordem e afins
para livremente baixar.
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QUEBRANDO A EGRÉGORA
Ir. Ubyrajara de Souza Filho
Pertenço ao grupo de irmãos que citou várias vezes ―egrégora‖
em suas ―Peças de Arquitetura‖, inclusive em livro editado: em
um tópico sobre a ―Cadeia de União‖. Os depoimentos de vários
irmãos e as leituras de diversos textos destacando os benefícios
daquela forma de energia e de seus efeitos sobrenaturais
marcaram um significativo período de minha vida maçônica.
Entretanto, com o passar dos anos, persistindo em minha
caminhada pela ―busca da verdade‟, depararei com diversos
textos, estudos e opiniões de outros pesquisadores maçônicos
contestando o disseminado conceito de ―egrégora‟. Diante de minha inquietude, resolvi arregaçar as
mangas e realizar uma pesquisa pessoal sobre o tema. Debrucei-me sobre vários textos: artigos,
livros, citações etc. (maçônicas e não maçônicas), e procurei o ―confronto‟ entre os pensadores.
Em nome da verdade, devo admitir que não encontrei absolutamente nada que comprove, justifique
ou explique de forma coerente e racional a existência das ―egrégoras‖.
Inicialmente, vale o registro de que não encontrei o termo ―egrégora‖ em nenhuma passagem nas
versões na língua portuguesa de alguns principais Livros Sagrados que pesquisei: a Bíblia (católica
e protestante), o Torá, o Bhagavad-Gita e o Alcorão; e nem em livros referentes ao kardecismo (―O
Evangelho segundo Kardec‖) e budismo (―A Bíblia do Budismo‖). Nenhuma dessas obras
relacionadas fazem qualquer citação ao termo ―egrégora‖. Da mesma forma, afirmo que nenhum
dos rituais maçônicos que tive acesso, nos três graus simbólicos: Schröder, REAA, YORK, Brasileiro
e Moderno, assim como os rituais dos Altos Graus do REAA e do Brasileiro, em nenhum deles,
aparece a citação do termo ―egrégora‟, muito menos de suas benesses.
Após complementar a pesquisa com diversas consultas à internet, conclui que existe um consenso
entre os irmãos que questionam o uso do termo ―egrégoras‖ na Maçonaria, de que o seu
aparecimento no meio esotérico remonta a 1824 com o ocultista Eliphas Levi que a definiu como
―capitães das almas‖, e que, posteriormente, teve o seu sentido ―adaptado‟ às diversas
interpretações esotéricasmísticas-ocultistas que foram agregadas à Maçonaria ao longo dos anos
por autores maçônicos franceses que, ao final do século XIX, insistiram em transformar a Maçonaria
em um braço esotérico do espiritismo, tal como os seus antecessores ingleses insistiram em
cristianizá-la.
As doutrinas que aceitam a existência das ―egrégoras‖, de diferentes formas, afirmam que elas
estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas
assembléias religiosas, ―plasmada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais dos
membros do grupo, na forma de uma poderosa entidade autônoma que adquire individualidade e
interfere nas vidas e nos destinos das pessoas, sendo capaz de realizar no mundo visível as suas
aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora‖.
Após ler e refletir bastante sobre o tema fiz algumas observações e alguns questionamentos que
divido com os irmãos. Não considero nenhum absurdo aceitar que a reunião de várias pessoas,
mentalizando e direcionando os seus pensamentos para o alcance de um objetivo comum possa
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gerar uma energia ―positiva‟ que proporcionará ―aos membros desse grupo‟ uma sensação de
bem estar, de alívio de tensão ou algo similar; também aceito que o contato físico – como na Cadeia
de União – amplie essas sensações, pois serve para renovar e fortalecer o companheirismo que
deve existir entre os irmãos, relembrando-lhes sempre que o objetivo primário da Maçonaria é nos
unir de modo que formemos um só corpo, uma só vontade e um só espírito. Mas, como aceitar, ou
crer, que a ―energia‟ emanada de nossas mentes possa plasmar uma ―entidade‟ movida por
vontade própria que irá interferir – para o bem ou para o mal – nas vidas e nos destinos das
pessoas? Ou que seja capaz de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo
invisível pela coletividade geradora. Como isso poderia acontecer sem considerarmos o fator
―sobrenatural‟?
Aceitar tal fato, sem questionamento, é fugir do racional. É mais lógico fundamentar essa crença à
interferências de conceitos superficiais ou subjetivos ligados a superstição, que não necessitam ser
demonstrados, mas nos proporcionam uma falsa sensação de segurança. A maçonaria nos orienta a
não nos entregarmos às superstições; logo, não podemos desprezar a lógica e a razão aceitando
passivamente ilusórias promessas de felicidade e proteção advindas de ―entidades‟ sobrenaturais
plasmadas em nossas sessões.
Concluindo, entendo que as chamadas ―egrégoras‖ são quimeras sustentadas por forças
motivadoras da superstição, e como tal se deve evitar a utilização dessa expressão na maçonaria,
de modo a não contribuirmos à perpetuação e validação de uma falsa ―entidade psíquica‟ gerada
pela equivocada crença no desconhecido, que, na verdade, camufla a necessidade de mantermos
um controle racional sobre os nossos temores. Mas essa decisão é pessoal e passa pela
conscientização de cada um.
O maçom deve ser livre para investigar a verdade, crer naquilo que melhor lhe confortar, e deve
utilizar as suas ―descobertas‟ para o seu próprio crescimento pessoal. As palavras, e até mesmo os
equivocados conceitos por trás delas, se esvaecem ante o objetivo maior da maçonaria de formar
livres pensadores.
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ALQUIMIA E MAÇONARIA:
DAS INFLUÊNCIAS E DOS PARALELISMOS
Ir José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
―Acrescentaremos que os nossos conhecimentos de química são rudimentares, pelo que não
podemos apreciar as teorias dos antigos alquimistas, do ponto de vista científico moderno. O
simbolismo da alquimia não se refere exclusivamente às verdades de ordem iniciática; não obstante,
preferimos não buscar nele outra coisa. Continuamos convencidos de que este é o terreno mais
sólido. Não consideramos a alquimia como um fim, porém a consideramos como um meio poderoso
para chegar, por ela, ao discernimento do verdadeiro, e, por este, à realização do bem. A Iniciação é
uma só, embora cada escola iniciática use Símbolos próprios. Aprendamos comparando, passando
de um simbolismo a outro, e a luz se fará em nosso espírito.‖ (Palavras de Limousin, citadas por
Oswald Wirth no prólogo do seu livro ―El Simbolismo Hermético‖)
Introdução
Até onde saberíamos definir o que é a Alquimia? Nada de muito profundo, com certeza.
Do pouco que falarmos, basearemos nos resquícios da memória de alguma remota leitura ou
daquilo que um dia possamos ter ouvido em alguma sessão de instrução (o que não é muito comum,
no máximo algumas pálidas referências) e com muito esforço, um pouco daquela noção geral de que
é uma ciência muito antiga, que originou a Química (?) e que possui relações com a Ordem Rosa-
Cruz e a Maçonaria. Os Irmãos mais estudiosos e mais curiosos, com certeza, podem ir mais longe,
mas, eles são as exceções da regra.
Uma observação: para além, muito além das definições categóricas, existe aquela
coisa do encanto, do aspecto mágico que a simples menção da palavra Alquimia suscita e nos
arrebata, podendo fazer despertar uma enorme paixão por tudo que com ela se relacione.
Impossível resistir às expressões associadas ao universo da Alquimia como: Arte do Amor, Pedra
Filosofal, Ouro Potável, Elixir da Juventude, Tábua de Esmeralda, etc.
Depois de recorrermos aos alfarrábios veremos que o termo Alquimia procede do árabe
―al-kimiyya‖, que por sua vez tem raízes no grego e que é grafada de duas maneiras distintas:
―chymia‖ e ―chemeia‖, sendo que ―chymia‖ significa fundição e moldagem e tem relação com
―chyma‖ que é fluido. ―Chemeia‖, por sua vez, significa ―arte egípcia‖, o que coloca a Alquimia então,
com as suas prováveis origens envolvendo a filosofia grega somada aos legados culturais do Egito e
da Mesopotâmia. Com o tempo, passou a significar para alguns dos seus estudiosos, o conjunto de
práticas, técnicas e conhecimentos químicos que tiveram lugar principalmente na Idade Média e na
Renascença. Ainda, e fundamentalmente compreenderia a busca da pedra filosofal, a substância
aquela com a capacidade de transformar os metais em ouro.
Em tempos mais modernos, Carl Gustav Jung, desenvolveu um novo conceito onde a
alquimia é vista como um processo de individuação, o que significa dizer uma transformação interior.
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A Alquimia: uma História Fascinante
Ao longo da sua história, a Alquimia foi mal compreendida em determinados
momentos, chegando a ser classificada por alguns como um esforço inútil visando a pura e simples
transformação do chumbo em ouro. A verdade é que basicamente, a Alquimia, é a ciência oculta da
matéria e as suas transformações.
A grande obra, o grande objetivo da Alquimia é a obtenção e a produção da substância
aquela que irá aperfeiçoar rapidamente a matéria a partir de um simples contato, ou seja, a Pedra
Filosofal, e que, merece ser dito aqui, do ponto de vista da ciência atual tem sido considerada como
tarefa impossível.
A questão é que, observadores renomados do Renascimento relatam ter testemunhado
o processo da transmutação dos metais em diversas ocasiões, assim como, outros relatos positivos
surgidos em um período mais recente: no início da Idade moderna. Será que a matéria pode conter
propriedades que a ciência ainda não descobriu?
No cadinho que guarda as origens da Alquimia misturam-se então: filosofia grega,
legados de culturas antigas, segredos da metalurgia do Egito e da Mesopotâmia, magia, religião e
espiritualidade. Da fusão resultante de conceitos sagrados e práticos a filosofia grega soube
acrescentar a busca constante por unidades fundamentais, por uma substância ou uma essência
com que os filósofos gregos pudessem explicar o mundo. Paralelamente ao começo da Alquimia,
nessa mesma Grécia, emergia uma escola filosófica que ficou conhecida como Estoicismo, que
falava de ―pneuma‖, o que pode ser traduzido por ―sopro‖, e que respondia por um semi-material que
havia moldado a tudo, sendo que, responsável por produzir todas as coisas, essa ―Coisa Única‖ ou o
seu conceito, foi incorporada definitivamente ao pensamento alquímico.
Depois dos gregos foi a vez dos árabes contribuírem com importantes textos, a
exemplo do legado da escola alquímica de Harã, e após um tempo passarem a ser considerados os
pioneiros no uso do cobre como ingrediente do processo alquímico. No séc. VIII quando os árabes
conquistaram o Império Persa, sendo ainda contemplados a partir daí, com os conhecimentos
alquímicos dos pagãos e cristãos descendentes de exilados outrora fugidos do Império Romano que
ali residiam. Do ponto de vista da história da Alquimia, é um marco: inicia-se a longa e criativa
tradição da alquimia árabe, onde destacaram-se entre outros, os alquimistas Geber e Rhazes.
Somente no ano 1144, a partir da tradução de um texto árabe importante por Robert
Chester, é que os estudiosos e ocultistas europeus tiveram acesso à tradição alquímica. Menos de
um século depois, as primeiras obras de autores europeus entraram em circulação. Nos últimos
séculos a Alquimia se espalhou por vários campos do conhecimento. Com o surgimento de
ideologias científicas no final do séc. XVII e início do XVIII a Alquimia retirou-se para os bastidores,
apagando-se bastante. Goethe havia flertado com a Alquimia ou Grande Arte, como também é
conhecida, além de outras personalidades e intelectuais. Ordens ocultistas como a alemã Ordem da
Cruz Áurea e Rosa incluíam tradições alquímicas. A homeopatia, durante o seu processo de criação,
inspirou-se muito em idéias alquímicas da Antiguidade, principalmente as de Paracelso.
A América, já em seus primórdios contava com alquimistas, tanto que um movimento
underground do séc. XVIII que combinava estudos de Alquimia, misticismo cristão e tentativas de
localizar tesouros enterrados por meios mágicos, acabou um tempo depois por dar origem à Igreja
Mórmon, entre outros movimentos espirituais que acabaram florescendo nos Estados Unidos da
América.
Com Carl Gustav Jung, ligeiramente mencionado anteriormente, uma nova
interpretação surgiu para a Alquimia, onde ele e seus seguidores enxergaram-na como uma antiga
arte de transformação psicológica disfarçada na linguagem da metalurgia. O resultado, a partir dessa
nova visão é que ela ficou bastante popular, permitindo uma reinterpretação sem que houvesse um
choque direto com os conceitos da ciência materialista do mundo moderno. Além do mais, por
influência das teorias de Jung, muitos projetos psicológicos e espirituais utilizaram-se das idéias e
imagens alquímicas, sendo que, em muitos casos, muitos desses projetos não guardavam relação
nenhuma com a Alquimia, pelo menos, no sentido aquele, que os velhos alquimistas um dia haviam
dado a ela.
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Será que a Alquimia possui ainda praticantes em nossa época atual? Evidente que a
Alquimia nos tempos modernos é praticada e tem seus seguidores, sendo que muitos deles são
seguidores dos trabalhos de Albert Reidel (1911-1984).
A Alquimia e a Química: Qual a Relação?
No começo do presente trabalho fiz menção ao fato de atrelarmos a origem da Química
à Alquimia, e esta citação foi seguida de um ponto de interrogação. Por quê? Vejamos o que diz
Yedda Pereira dos Santos, na introdução ao seu livro ―Dicionário de Alquimia‖, sobre o assunto:
―Afirmam os entendidos, que a Alquimia não é o embrião da Química. Por causa dela a Química
pode ter tido o seu início e seu desenvolvimento, nos resultados obtidos pelo curioso, ao tentarem
descobrir o processo do magistério. Os métodos e finalidades da Alquimia são únicos, o que não
quer dizer que não seja uma ciência, já que tem se repetido várias vezes nos laboratórios por
pessoas que conseguiram traduzir suas alegorias e símbolos, tão confusamente explicados nos
antigos textos, e tiveram paciência suficiente para concluir suas etapas. A técnica do trabalho
alquímico, apesar de exigir toda abnegação, dedicação e cuidado, não dá uma garantia de sucesso,
seu êxito depende de fatores, não levados em conta pela ciência moderna. Há uma lei, considerada
dispensável por nossos atuais pesquisadores, e fundamental para os alquimistas: a Influência
Cósmica. Há que se respeitar a época precisa, própria para sua manipulação, sendo que, sem esse
cuidado, nada se consegue.‖
Ainda, para ficarmos conhecendo melhor dos propósitos da Alquimia, ilustramos com
um parágrafo de Aslan referente ao verbete ALQUIMIA , e retirado do seu dicionário: ―A Alquimia
pretendia conhecer os segredos da Potência criadora da natureza, procurando reproduzir os corpos
pelo conhecimento das leis que presidiram a sua formação. Em suas origens, encontram-se os três
elementos que lhe modelaram a estrutura: prática industrial, misticismo oriental e explicação racional
e filosófica. Os alquimistas distinguiam os metais nobres, inalteráveis ao fogo, e os imperfeitos, que
perdiam a sua ductiblidade e o seu brilho pelo calor, ambos compostos dos mesmos princípios.
Cada metal afastava-se mais ou menos do ouro, segundo o estado mais ou menos grosseiro do
Enxofre (princípio macho) e do Mercúrio (princípio fêmea) que, segundo eles, o metal continha.
Sobre o enxofre e o Mercúrio giravam todas as combinações que eles viam realizar e as
transformações que julgavam possíveis. O Mercúrio era a matéria-prima de todos os metais, era
contido em outros metais, ou deles podendo ser extraído, ou, também, um metal podia ser
convertido em Mercúrio. Era o sêmen mineral e pensavam que todos os metais, dentro da terra,
eram constituídos de Mercúrio e de Enxofre. A variedade do Enxofre e do Mercúrio é que formava a
numerosa família mineral. O Sal era o princípio neutro. O conhecimento dos sais era a chave da arte
por meio da qual o alquimista imitava a natureza. (...) Foram os alquimistas que, a custa de muito
trabalho e vencendo dificuldades sem conta, amontoaram os materiais que compõem a química
moderna. Deve-se a eles a descoberta dos ácidos sulfúrico, clorídrico, nítrico, do amoníaco, dos
álcalis, do álcool, do éter, do azul da Prússia, etc.‖
Podemos considerar então, com base no exposto até o momento, que a partir do fato
conhecido de que os alquimistas em suas buscas acabaram por descobrir novas substâncias, assim
como inventaram novos instrumentos para serem utilizados em seus procedimentos experimentais,
estava criada uma ponte fazendo a ligação entre a Alquimia e a Química, pelo menos com relação
aos primórdios da Química propriamente dita, já que a mesma se utilizou disso tudo posteriormente,
sem nenhuma dúvida.
A Maçonaria, a Alquimia e Alquimia Interior
Quando li pela primeira vez em meu Ritual de Aprendiz, no capítulo ―Decoração do
Templo‖, uma descrição sucinta que é feita ali sobre o Mar de Bronze, e da qual transcrevo a parte a
seguir ―(...) A bacia, para conter água de abluções, deve ter válvula e dreno. (...) Representa a
presença, no interior do Templo, do elemento alquímico ‗Água‘. Usado na Ritualística.‖, que
posteriormente juntei a outras descobertas e estabeleci as relações, foi que percebi a existência de
uma porta para ser aberta mais tarde.
Em primeiro lugar, devemos considerar que a partir do séc. XVIII, elementos alheios ao
profissionalismo arquitetônico ou à arte de construir, onde se incluem os hermetistas, cabalistas,
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ocultistas além de outros foram sendo incorporados à Maçonaria Especulativa, então em seu
nascedouro, acabaram fazendo valer alguns dos seus conceitos, idéias e símbolos, ou influenciando
a Maçonaria como um todo.
Vejamos um pouco mais do conteúdo disposto por Nicola Aslan em seu dicionário e
que se refere ao verbete Alquimia: ―Concordamos em parte com os autores desta obra (a obra a
que ele se refere é o ‗The Freemason‘s Pocket Reference Book‘), de que a Maçonaria Especulativa,
na Inglaterra, recebeu insignificante influência da Alquimia. Não se pode contudo dizer o mesmo,
quanto ao desenvolvimento da Ordem, em França. Na verdade, os maçons Especulativos franceses
foram buscar na Alquimia, no Hermetismo e na Cabala, que então se confundiam, os elementos
necessários que formaram grande parte das doutrinas e do simbolismo maçônicos, cuja influência
repercutiu nos Altos Graus e, muito particularmente nos de R.E.A.A. A partir deste momento as
duas Maçonarias tiveram um desenvolvimento muito diferente: enquanto a inglesa permanecia
vinculada ao simbolismo operativo e bíblico, a francesa se enriquecia ao adotar, também, o
simbolismo e as doutrinas filosóficas dos alquimistas, hermetistas e cabalistas, abrindo assim,
caminho para o estudo da filosofia e das ciências sociais.‖
Movido que estive pela curiosidade, em leituras posteriores, soube que o filósofo grego
Tales de Mileto havia proferido um dia que ‖tudo é água‖, e isso no sentido de que todas as coisas
são originárias do elemento água, e também, que a água na alquimia tem um sentido muito
grandioso, pois, é a base de todo o processo efetuado no laboratório, sendo que dela se originam os
elementos que surgem após o processo de sublimação de seus vapores que são o mercúrio, o
enxofre e a quintessência.
E voltando ao meu Ritual do Aprendiz, lembrei da referência à água. Pergunto, então:
Quanto haverá para ser estudado e dissecado na relação Alquimia-Maçonaria, ou na relação Arte do
Amor (nome com que é conhecida a Alquimia) com a Arte Real? Se os alquimistas viam na sua
forma de conhecimento uma maneira de descobrir segredos do cosmo que iriam conduzi-los ao
conhecimento de si próprios, aí já começa a ficar perceptível um pouco do paralelismo existente
entre a Alquimia e a Maçonaria. Há muita coisa sim, e lá na Câmara das Reflexões, bem no começo
de tudo, estava outro tanto para ser devidamente descoberto. Voltando no tempo, todos que
vivemos a Iniciação sabemos o quanto isso mexe com a nossa mente.
A Câmara de Reflexões é parte fundamental na vida do homem maçônico, eis que,
esse momento é de fundamental importância no processo nascimento-renascimento do homem que
ali entrou e o homem que dali saiu. Ali, simbolicamente, ―morremos‖ para a vida profana e
―renascemos‖ para a vida maçônica.
Numa ligeira definição do ambiente em seu todo, é o lugar onde o candidato
permanece para realizar a sua primeira viagem simbólica que é a da terra. Diríamos ainda, que ele é
iluminado apenas pela fraca luz proveniente de uma vela, que tem uma única porta para entrar e
sair, que as suas paredes são escuras e que em seu interior iremos encontrar a ampulheta, um galo
encimando a faixa onde se lê ―Vigilância e Perseverança‖, a caveira e os ossos, o pão, a água, o sal
e o enxofre. Também inscrições do tipo ―Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te.‖, ―Se tens receio
que descubram teus defeitos, não estarás bem entre nós.‖, ‖Se tens medo, não vás adiante.‖, ou
aquela que é a mais instigante talvez, a sigla V.I.T.R.I.O.L, e que particularmente interessa-nos para
o presente artigo, pois, tem relação direta com a Alquimia.
Qual o significado de V.I.T.R.I.O.L? São as letras iniciais correspondentes à
expressão latina Visita Interiora Terrae, Rectificando, Invenies Ocuultum Lapidem, que
traduzida tem o seguinte significado: ―Visita o interior da terra e, retificando, encontrarás a pedra
oculta.‖
João Ivo Girardi em seu dicionário apresenta uma interpretação extraída do ―Manual de
Aprendiz‖ de Magister que, assim se manifestou sobre a expressão: ―Desce nas profundezas da
terra, debaixo da superfície da aparência exterior que esconde a realidade interior das coisas e
revela; retificando o teu ponto de vista e a tua visão mental com o esquadro da razão e do
discernimento espiritual, encontrarás aquela pedra oculta ou filosofal que constitui o Segredo dos
Sábios e a verdadeira sabedoria.‖ Aí está mais uma vez o rico simbolismo proveniente dessa
expressão alquímica onde, em outras palavras deixa implícito sobre o trabalho do Aprendiz-Maçom,
que é o que realmente importa , o desbastar da pedra bruta de forma contínua buscando eliminar
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todas as imperfeições da sua personalidade, a construção do Homem-Maçom, do homem solidário,
fraterno, tolerante, do homem que é bondade, do homem que tem o coração de ouro.
Por sua vez o grande pesquisador maçônico, e que não era Maçom, o Padre Alberton,
assim se manifestou sobre a expressão: ―... é uma antiga fórmula alquímica e hermética que convida
para a busca do EGO profundo, isto é, da alma humana, no silêncio da meditação. E isto quer
significar que, ao descer às profundezas do seu EU, o profano visita o interior da terra a fim de
encontrar e retificar, por meio das purificações por que passa, a Pedra dos Sábios, para transformá-
la em Pedra Filosofal, ARS MAGNA ...‖.
A exemplo de Pacheco Júnior que falou sobre a Câmara de Reflexão para se voltar a
ela quando possível, ou como sendo um lugar que não pode ser esquecido pelo Iniciado, o fato de
estar escrevendo sobre este assunto faz com que eu recorde de maneira muito nítida as impressões
que ali colhi, assim como, os pensamentos que perpassaram a minha mente quando estive
recolhido àquele lúgubre compartimento.
As relações da Maçonaria com a Alquimia ficam evidentes do ponto de vista simbólico:
o alquimista procurava o ouro alquímico, a pedra filosofal, capaz de lhe proporcionar a grande
transformação interior, ou de posse da ―prima-materia‖ eliminar as suas impurezas separando os
seus componentes, para depois finalmente reuni-los tendo passado pelo processo maior de fazer do
fixo o volátil e do volátil o fixo, para ao final de todos os processos obter a pedra filosofal, o maçom
também tem o seu estágio de Matéria Prima, para começar a cumprir logo após a sua Iniciação que
é o ―desbastar da Pedra Bruta‖, e onde estará buscará sobretudo o seu conhecimento interior.
Vejamos os ensinamentos contidos na ―Sexta Palavra aos Filósofos‖ do grande
alquimista Nicolas Flamel, numa linguagem esotérica:
―E sobre esse assunto diz Hermes: converte e mudas as naturezas, e encontrarás o que procuras. O
que é real, pois, em nossa arte, fazemos primeiramente de uma coisa espessa uma coisa sutil; ou
seja, do corpo fazemos água, de uma coisa úmida fazemos uma seca; a saber, da água fazemos a
terra, e desta maneira mudamos e convertemos as naturezas; porque de coisa material fazemos
uma coisa espiritual, e de uma espiritual fazemos uma corporal (...) Após, o que, nós fazemos como
que o que estiver em cima se torne análogo ao que estiver embaixo; isto é, que o espírito seja feito
corpo, e que o corpo seja feito espírito, e como se constata na sublimação, pois então o que está em
cima se tornará como o que está embaixo, e vive-versa, e tudo se converteu em terra. Hermes diz,
estribado nisto: o que está em ciam por sublimação é como o que está em cima por descensão; e o
que está embaixo pro defluxo é como o que está em cima por ascensão, para preparar atos
miraculosos de uma coisa. A água e a terra estão no lugar baixo; o ar e o fogo sobem aos altos‖.
As provas simbólicas que tem relação com os quatro elementos fundamentais dos
ensinamentos de Aristóteles e que são a terra, o ar, a água e o fogo, são outras das influências
alquímicas presentes na Maçonaria e desenvolvidas durante a iniciação em alguns Ritos, onde
certamente destaca-se o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Conclusão:
Não haveria como negar um paralelismo existente entre a Maçonaria e a Alquimia,
pois, ambas são conhecidas como artes reais, além do mais, a Grande Obra da Vida é a descoberta
do conhecimento, caminho para o aperfeiçoamento moral e espiritual. É de se crer que o verdadeiro
objeto da transmutação procurado pelos alquimistas era o interior do seu próprio ser, onde a
mudança se deveria operar.
Isso traduzido significa dizer ainda que o alquimista via execução da Grande Obra e
por meio dos processos alquímicos desenvolvidos em laboratório tais como a dissolução, a
coagulação, a cocção, a sublimação e projeção, buscava conseguir o Ouro dos Filósofos ou a
Pedra Filosofal, que podemos interpretar também como sendo a própria perfeição.
Por outro lado, o Maçom com o desbastar da sua pedra-bruta e buscando transformá-la
em pedra polida, também está perseguindo a perfeição.
Se a Alquimia transmite toda a idéia de renascimento pela regeneração, o Maçom a
exemplo das antigas iniciações egípcias onde o neófito entrava numa câmara e assumia a posição
de morto para simbolicamente morrer para o mundo profano e assumir seu renascimento, o maçom
durante a sua Iniciação compreendendo as quatro provas, renasce também, ainda que a Iniciação
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em si tenha perdido muito da sua sacralidade. Era para ser uma cerimônia muito mais marcante
também, do que é atualmente. A questão seria captar melhor o processo todo das transformações
alquímicas em seu simbolismo.
A Câmara de Reflexão é uma porta de entrada para aquele que vai ser iniciado
Maçom, e a porta de entrada para quem deseja saber a partir de onde a Alquimia começa a fazer
presença na Maçonaria. Este trabalho quer ser mais uma introdução ao universo da Alquimia e da
Maçonaria, onde, sem dúvidas restam muitos aspectos para serem explorados. Quem sabe, tenha
conseguido despertar um pouco da curiosidade dos Irmãos, e quem sabe alguns resolvam descobrir
um pouco dos mistérios da Alquimia, ou saber exatamente o porquê de um Maçom após a sua
Iniciação no Templo Físico ter a missão de começar a trabalhar imediatamente como sendo um
alquimista, buscando a sua regeneração, a que se dará mediante a vitória final de Mercúrio sobre
Saturno, a missão alquímica mais verdadeira que é a de modificar o seu Templo Interior. A real
Iniciação.
Referências Bibiográficas:
Internet:
“Maçonaria e Alquimia... Artes Reais...” Nuno Raimundo – disponível em: Pedra-de-
buril.blogspot.com/2012/...maconaria-e-alquimia-artes-reais.ht...
Revistas:
“A Trolha”, n° 250
Livros:
O PRUMO – 1970-2010 Coletânea de Artigos – Grau 1 – Aprendiz – Volume II – “Câmara de Reflexões”, artigo do
Irmão Augusto César Zeferino
Ritual e Instruções do Grau de Aprendiz-Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito – Porto Alegre, RS – 2010-2013 –
GORGS
ALAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” Volume 1 – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. 2012
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite – Vade-Mécum Maçônico” - Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. 2008
GREER, John Michael. “Dicionário Enciclopédico do Pensamento Esotérico Ocidental” – Editora Pensamento - Cultrix
Ltda. 2003
MARQUES, Leonardo Arantes & COUTINHO, Emilia Aparecida dos Santos. “Compêndio de Religiões e
Espiritualidades” – Ícone Editora Ltda. – 2010
MONTEIRO, Eduardo Carvalho. “A Maçonaria e as Tradições Herméticas” – Editora maçônica “A Trolha” Ltda. 2002
SANTOS, Yedda Pereira dos. “Dicionário de Alquimia – A Chave da Vida” – Madras Editora Ltda. 2012
21. JB News – Informativo nr. 1.246 Florianópolis (SC) quarta-feira, 29 de janeiro de 2014. Pág. 21/29
Vem aí o VI Chuletão Templário!
A promoção filantrópica anual da Loja
“Templários da Nova Era”
Lojas Aniversariantes do GOSC
Data Nome Oriente
11.02.1980 Toneza Cascaes Orleans
13.02.2011 Entalhadores de Maçaranduba Massaranduba
17.02.2000 Samuel Fonseca Florianópolis
21.02.1983 Lédio Martins São José
21.02.2006 Pedra Áurea do Vale Taió
22.02.1953 Justiça e Trabalho Blumenau
22. JB News – Informativo nr. 1.246 Florianópolis (SC) quarta-feira, 29 de janeiro de 2014. Pág. 22/29
Lojas Aniversariantes do GOB/SC
Data Nome Oriente
06.02.06 Ordem e Progresso - 3797 Navegantes
11.02.98 Energia e Luz -3130 Tubarão
29.02.04 Luz das Águas - 3563 Corupá
Lojas Aniversariantes da GLSC
Data Nome Oriente
15/02 Pedreiros da Liberdade Florianópolis
21/02 Fraternidade Lagunense Laguna
Acesse a Fundação Hermon
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CALENDÁRIO DE ordens do dia – EVENTOS – CONVITES
Data Hora Loja Endereço Evento – Ordem do Dia
28.01.14 20h00
Loja Alvorada da Sabedoria –
GOB/SC
Templo Albergue
Noturno –
Florianópolis
Palestra do Ir Edison Barsanti
(Grande Secretário de Cultura do
GOB-Brasília – Tema: “Os
Segredos da Maçonaria Operativa”
10.02.14 20h30
Loja União e Fraternidade do
Mercosul nr. 70
Templo da Loja
fraternidade
Catarinense – SC 401
Florianópolis
Palestra do Ir Gilberto Goulart
Tema: “A Independência dos
Estados Unidos da América e a
Revolução Francesa”
21.02.14 20h00 GLSC – GOB/SC – GOSC
Templo da GLSC
Campeche
Florianópolis
Abertura do Ano Maçônico pelas
três Potências de Santa Catarina
24.02.14 20h30
Loja União e Fraternidade do
Mercosul nr. 70
Templo da Loja
Fraternidade
Catarinense – SC 401
Florianópolis
Palestra do Ir. Eleutério Nicolau da
Conceição. Tema: “Som, Luz e
Percepção”
05.03.14 20h00 2ª Inspetoria Litúrgica - SC
Loja Padre Roma II, nr.
34 – Barreiros – São
José
Posse dos Presidentes dos Graus
Filosóficos
09.03.14 16h00 Loja Solidariedade Içarense, nr. 73 Içara – SC Sessão Magna de Iniciação
11.03.14 20h00
Loja Maçônica de Pesquisas
“Quatuor Coronati, Pedro Campos
de Miranda”
Templo Nobre da
GLMMG – Belo
Horizonte
Primeira reunião do ano
14.03.14
09h00 Grande Loja Maçônica do Pará Belém
Comemoração dos 185 anos do
Supremo Conselho do Grau 33 do
REAA da Maçonaria para a
República Federativa do Brasil
20.03.14 20h00 Loja Arte Real Santamarense nr. 83
Santo Amaro da
Imperatriz – SC
Sagração do Templo
28.03.14 20h00 Loja Sol do Oriente nr. 107 (GLSC) Balneário Rincão – SC
Sessão Magna de Instalação da
Loja
30.03.14 11h00 VI Chuletão Templário
Centro de Eventos da
ACM – SC-401 –
Florianópolis
VI Chuletão Templário – Evento
Filantrópico da Loja Templários da
Nova Era nr. 91
08.04.14 20h00
Loja Maçônica de Pesquisas
“Quatuor Coronati, Pedro Campos
de Miranda”
Templo Nobre da
GLMMG – Belo
Horizonte
Reunião
26.07.14 CMSB – 2014 Belo Horizonte http://www.cmsb2014.com.br
Rádio Sintonia 33 & JB News. 24 horas com você.
Música, Cultura e Informação o ano inteiro.
Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal.
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24. JB News – Informativo nr. 1.246 Florianópolis (SC) quarta-feira, 29 de janeiro de 2014. Pág. 24/29
Irmão Pedro Juk
Mais uma vez conversamos via telefone com o Irmão Pedro Juk . Sentimos muita firmeza
em sua voz e sua recuperação tem ultrapassado expectativas. O Irmão Pedro Juk deverá
estar retornando às atividades profanas e maçônicas possivelmente até o mês de maio.
Do Irmão Cícero, da Academia Paraibana de Letras Maçônicas
CCar.'. IIr.'.
Abaixo, retransmito texto de nosso Irm.'. Mário Del Rey, Membro Correspondente de nossa Academia
Paraibana de Letras Maçônicas, que lançou a sua mais nova obra intitulada "GLADIADORES - UM
ESPETÁCULO MORTAL", a obra mais completa produzida no mundo até hoje sobre os
gladiadores. Devido ao grande número de textos e ilustrações (1750 figuras) a obra foi dividida
em 4 volumes, conf. links abaixo.
Um grande abraço fraternal a todos.
Acad.'. Cícero Caldas
Secretário
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: mdelrey <mdelrey@uol.com.br>
Assunto: Livros MDR
Para: titonopb@gmail.com
Querido Irmão Cícero,
Abaixo estão os sites dos 4 volumes da minha última obra.
Abraços fraternais,
Mario Del Rey
Volume 1
http://www.amazon.com/Gladiadores-espetáculo-mortal-Portuguese-Edition-
ebook/dp/B00GZUEBY0/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1386578930&sr=8-1&keywords=Gladiadores+um+espetáculo+mortal
Volume 2
http://www.amazon.com/Gladiadores-espetácul o-mortal-Portuguese-Edition-
ebook/dp/B00H6YOL1M/ref=sr_1_3?ie=UTF8&qid=1386578930&sr=8-3&keywords=Gladiadores+um+espetáculo+mortal
Volume 3
http://www.amazon.com/Gladiadores-espetáculo-mortal-Portuguese-Edition-
ebook/dp/B00H6YOM3E/ref=sr_1_4?ie=UTF8&qid=1386578930&sr=8-4&keywords=Gladiadores+um+espetáculo+mortal
Volume 4
http://www.amazon.com/Gladiadores-espetáculo-mortal-Portuguese-Edition-ebo
ok/dp/B00H6YOH9I/ref=sr_1_2?ie=UTF8&qid=1386578930&sr=8-2&keywords=Gladiadores+um+espetáculo+mortal —
with Mario Del Rey.
Gladiadores um espetáculo mortal (Portuguese Edition)
www.amazon.com
GLADIADORES – UM ESPETÁCULO MORTAL É a obra mais completa produzida no mundo até hoje sobre os gladiadores. Devido ao grande
número de textos e ilustrações (1750 figuras) a obra foi dividida em 4 volumes. Este VOLUME I terá um texto longo e 656 ilustra&#x...
25. JB News – Informativo nr. 1.246 Florianópolis (SC) quarta-feira, 29 de janeiro de 2014. Pág. 25/29
A Loja Alvorada da Sabedoria nr. 4285, de Florianópolis, apresentou ontem a sua
primeira Sessão do ano de 2014 com a palestra do Ir Edison Barsanti (foto) Grande
Secretário Geral Adjunto de Educação e Cultura do GOB, Brasília e membro da Academia
Campinense Maçônica de Letras.
Com Casa cheia, o Ir Barsanti discorreu sobre “Os Segredos da Maçonaria
Operativa”, com o título alternativo “Vesica Piscis. Catedrais: Maçons Operativos”.
À sessão estiveram presentes várias autoridades maçônicas, presidente e diversos membros da
Academia Catarinense Maçônica de Letras, além de irmãos das três potências maçônicas. O
Irmão Roberto Borbinha registrou os links fotográficos abaixo. Várias fotos, no entanto, por
problemas técnicos na formação desses links, acabaram sendo perdidas:
https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/LojaAlvoradaDaSabedoriaPal
estraDoIrEdisonBarsanti280114?authkey=Gv1sRgCMC-
5LzbwJSJ9AE#slideshow/5974126881792758802
https://picasaweb.google.com/103634428674850958508/Desktop02?authkey=Gv1sRg
COuDnbyo2KbR0gE#slideshow/5974128928391979778
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Caro Ir
Já que me permitiu a liberdade em outro tempo....Mais um templo com Janelas.
Cade o pavimento mosaico? Esta lá! Só que mais elaborado. Um dos templos do Free Masson Hall
de Belfast – Irlando do Norte. Grande TFA
Homero L. Pedrollo
Acácia Joinvilense 1937 GOB-SC
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1 – Assista E Pergunte-Se: Por Que Ninguém Fala Nada A Respeito???
Por Que Não Se Discute A Possibilidade De Popularizar Isto???
http://youtu.be/KBUGAUGqaY4
2 – A Turma Indo Para O Bar
http://www.youtube.com/embed/G0PekTUmBdY?feature=player_embedded
3 - Beleza de música, dança e sensualidade.
http://www.youtube.com/watch?v=03m-OMxHJGs&feature=share
4 – É Preciso Ter Muita Coragem (Ou Nenhum Amor À Vida) E Não Há Espaço Para Erro !!!!
Clique abaixo e ligue o som.
http://www.youtube.com/v/zok7LltWU0E?hl=...version=3&rel=0
5 – Aparece um grego vindo de algum lugar e pede a execução da internacionalmente
conhecida Zorba, The Greek... Otawa, no Canadá, é uma cidade cosmopolita, veja o que
acontece: Zorba!!!! Foi por ocasião do Festival Grego!
Espetacular. Como o ser humano se comunica em qualquer parte do mundo através da
música e da dança...
CLICAR AQUI
6 - Tsunami Legendado em Portugues
http://www.youtube.com/watch?v=tjJurHgYzpM
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