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JB NEWSRede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
www.radiosintonia33 – jbnews@floripa.com.br
Informativo Nr. 1.180
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Loja Templários da Nova Era nr. 91
Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Florianópolis (SC) – segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Índice:
Bloco 1 -Almanaque
Bloco 2 -Opinião: Mario Gentil Costa – “O Xará “
Bloco 3 - Ir Kennyo Ismail – O Ângulo do Compasso na Maçonaria
Bloco 4 -Ir José Ronaldo Viega Alves – O Trabalho Maçônico e o Trabalho profano sob a influência dos
mitos de Cronos e Kayrós.
Bloco 5 –Ir João Anatalino – Roupagem
Bloco 6 – Ir Sérgio QCuirino Guimarães - Milho na Maçonaria
Bloco 7 - Destaques JB -
Pesquisas e artigos desta edição:
Arquivo próprio - Internet - Colaboradores
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br
Os artigos constantes desta edição não refletem necessariamente a opinião
deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Hoje, 25 de novembro de 2013, 329º dia do calendário gregoriano. Faltam36 para acabar o ano.
Dia de Santa Catarina, padroeira ndo Estado; do Doador de Sangue; Dia da Madrinha; Dia da Baiana de Acarajé
Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos
 1120 - Naufrágio do White Ship, onde morre Guilherme Adelin, herdeiro de Henrique I
de Inglaterra.
 1185 - Eleito o Papa Urbano III, sucedendo o Papa Lúcio III.
 1277 - Eleito o Papa Nicolau III, sucedendo o Papa João XXI
 1435 - Ratificação por D. Duarte dos Tratados entre D. João I e os monarcas ingleses,
Ricardo II, Henrique IV e Henrique V.
 1615 - Filipe IV de Espanha casa-se com Isabel de Bourbon.
 1845 - Nasce, em Póvoa de Varzim, o escritor Eça de Queirós.
 1861 - Assinado um tratado de Amizade entre Portugal e a China, negociado por Isidoro
Guimarães em Pequim. Inaugurada a Exposição Industrial do Porto, no Palácio da
Bolsa.
 1865 - A vila de São paulo do Muriahé, hoje apenas Muriaé, é elevada à categoria de
cidade
 1875 - O Reino Unido adquire o controlo do Canal do Suez, através da compra de
176.602 acções ao Egipto.
 1889 - O governo britânico entrega uma nota ao governo português protestando pela
decisão de Portugal de considerar os territórios entre Angola e Moçambique como
dependentes da soberania portuguesa.
 1897 - A Espanha concede autonomia política e administrativa a Porto Rico.
 1900 - 39ª eleições gerais portuguesas, com nova vitória do partido no governo. As
listas monárquicas vencem em Lisboa e no Porto, não sendo eleitos deputados
republicanos, mesmo que a sua votação tenha aumentado.
 1911 - D. Manuel Vieira de Matos, bispo da Guarda é entregue ao poder judicial,
acusado de desrespeitar a Lei da Separação do Estado da Igreja.
 1914 - Redução dos custos de armazenagem dos géneros alimentícios no porto de
Lisboa.
 1914 - Parte para o Brasil, Duarte Leite, o primeiro embaixador formal da República no
Rio de Janeiro.
 1917 - Primeira Guerra Mundial: Batalha de Cambrai - A maior parte dos avanços
efectuados pela força blindada britânica são perdidos devido aos contra-ataques
alemães.
 1925 - Ezra Taft Benson, do Conselho dos Doze Apóstolos (mórmons), é nomeado
Secretário de Estado (Ministro) da Agricultura de Dwight D. Eisenhower, Presidente
dos Estados Unidos.
 1925 - Em Portugal é extinto o Ministério do Trabalho.
 1933 - Na Alemanha, manifestação de protesto do movimento de resistência contra a
política nazista em matéria eclesiástica.
 1936 - Assinatura do Pacto Anti-Komintern pela Alemanha e o Japão, acordo que tinha
como objectivo a oposição ao desenvolvimento do comunismo.
1 - almanaque
Eventos Históricos
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas.
 1939 - Segunda Guerra Mundial: Embarcações alemãs libertam minas ao largo da costa
sudoeste da Suécia, dentro do limite das suas águas territoriais. Os governos italiano,
sueco, japonês e dinamarquês protestam junto do ministério dos Negócios Estrangeiros
britânico a propósito da política de represálias decidida na sequência da libertação de
minas alemãs nas costas britânicas.
 1940 - Segunda Guerra Mundial: O navio Patria explode e afunda-se no porto de Haifa,
Palestina, na sequência de uma sabotagem efectuada por vários membros da
organização sionista Irgun Zvai Leumi para impedir que seja utilizado pelos Britânicos
para deportar judeus palestinianos.
 1940 -Segunda Guerra Mundial: Voo inaugural em Hatfield do protótipo do avião De
Havilland Mosquito.
 1941 - Segunda Guerra Mundial: A Croácia adere ao Pacto Anti-Komintern. A
Dinamarca é forçada a assiná-lo.
 1942 - Segunda Guerra Mundial: Frente dos Balcãs. Sabotagem do viaduto de
Gorgopotamos, sobre a linha de caminho de ferro que liga Atenas a Salónica, por onde
passa uma grande parte dos abastecimentos destinados a Rommel, por resistentes gregos
de dois movimentos de oposição às ordens de agentes britânicos do S.O.E..
 1943 - Segunda Guerra Mundial: Aprovação pelo comando supremo aliado do plano da
Operação Shingle que prevê um desembarque no sector de Anzio, de detrás das linhas
alemãs.
 1943 - Segunda Guerra Mundial: Frente do Pacífico. 5 contratorpedeiros norte-
americanos interceptam no mar das Ilhas Salomão, perto do cabo Saint-Georges (Nova-
Bretanha), um esquadrão japonês de 5 contratorpedeiros que transportam soldados e
material para a ilha de Buka. Três contratorpedeiros japoneses são afundados.
 1944 - Segunda Guerra Mundial: Um míssil V-2 atinge o armazém comercial de
Woolworth na zona leste de Londres, fazendo 160 vítimas.
 1944 - Segunda Guerra Mundial: Frente do Pacífico. Filipinas. Os Task Groups 38.2 e
38.3 comandados pelos contra-almirantes Bogan e Sherman atacam os aeródromos ao
centro de Luçon bem como a frota japonesa em redor da ilha. Os cruzadores Kumano e
Yasoshima são afundados. Os Japoneses enviam toda a sua restante força aérea contra
os norte-americanos, os aviões kamikazes danificam os porta-aviões USS Intrepid, USS
Essex e USS Hancock, bem como porta-aviões ligeiro USS Cabot, enquanto o USS
Independence é danificado devido à explosão de um aparelho norte-americano aquando
da aterragem.
 1961 - O Papa João XXIII cria a Prelazia de Abaeté do Tocantins, no Pará.
 1964 - Guerra Colonial: O Comité de Libertação da OUA reconhece o MPLA como
único representante do povo angolano.
 1966 - Aprovação do actual Código Civil Português.
 1974 - Assinatura, em Argel, entre Portugal e o MLSTP, de um acordo para a
independência de São Tomé e Príncipe.
 1975 - Independência do Suriname.
 1975 - Em Portugal, um golpe militar põe fim ao PREC.
 1999 - Criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Brasil.
 2007 - Desabamento da arquibancada do Estádio Octávio Mangabeira, em Salvador, na
Bahia.
 Dia do Doador Voluntário de Sangue no Brasil.
 Martírio de Santa Catarina (retirado do calendário oficial do Vaticano em 1969 mas
ainda celebrado).
 Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
 Emancipação do município de Guapimirim.
 Feriado municipal de Santa Catarina, Cabo Verde.
 Dia da Baiana de acarajé.
 Dia da Madrinha
(Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 17ª edição e arquivo pessoal)
1778 Iniciado o Grande Convento das Galias liderado por Jean-Baotiste Willermoz que rompe a idéia de
filiação Templária.
1937 O general Newton Cavalcanti aconselha Getúlio Vargas, na implantação do Estado Novo, a fechar as
Lojas Maçônicas. Muitas adormecem só retornando anos depois.
1950 A Loja Maçônica Lealdade 2ª Anápolis - GO, foi agraciada com comenda e título tal como
:Benemérita da Ordem, concedida pela Grande Oriente do Brasil
1970 A Assembléia da Grande Loja da Guanabara suspende o Grão-Mestre Wilson do Vale Fernandes, por
muitos desmandos e irregularidades
1977 Fundada a Loja “Fraternidade Catarinense” Nr. 9 (GOSC) ao Oriente de Florianópolis
1991 A Loja Maçônica Filhos de Salomão nr. 013, é Federada ao Grande Oriente do Brasil e
Jurisdicionada ao Grande Oriente do Distrito Federal - GODF
.
Rádio Sintonia 33 e JB News.
Música, Cultura e Informação 24 horas/dia, o ano inteiro.
Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal.
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fatos maçônicos do dia
Mario Gentil Costa - Florianópolis.
Contato: magenco@terra.com.br
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“ O Xará ”
Seu nome era João. E era também sua sina, sua cruz. Um problema
intransponível de que não tinha como escapar. Via-se cercado de Joões por todos os
lados. Não sabia mais o que fazer.
- Como vais, Xará?
- Bem, obrigado.
- Gostaste da caninha?
- Que caninha?
- Aquela que te mandei.
- Não sei de caninha alguma... - já respondia contrariado.
- Mas meu empregado disse que entregou...
- Onde? Quando?
- Na barbearia..., mês passado, como tínhamos combinado...
- Tô esperando até hoje...
- Mas o barbeiro disse que te entregou...
- Pra mim, não.
- Tô te dizendo!
- Ah, não enche o saco. Tá cheio de João por aí. Decerto ele entregou pra
outro...
E assim o nosso João ia sendo confundido com seus homônimos. Se, pelo
menos, seu sobrenome fosse Junqueiro Guerra, tudo bem; João Junqueiro Guerra não
deveriam existir dois numa mesma cidade; seria coincidência demais. Mas o problema
adquiria contornos insolúveis no sobrenome: da Silva.
O catálogo telefônico da modesta urbe onde ele morava, como é óbvio, não era
dos mais volumosos e, no entanto, trazia, a cada ano, uma pilha crescente de Joões
da Silva com mínimas variações nos sobrenomes maternos, via de regra reduzidos à
primeira letra - S. (de Souza, Santos, Silveira), P. (de Pereira, Pinto e Pires), O. (de
Oliveira), B. (de Batista e outros que tais), C. (de Carlos, Cândido), F. (de Francisco) e,
finalmente, J. (de José). Só de “Silvas” continha 15 colunas; quatro páginas
incompletas, para não exagerar. E o que era triste: - nosso João, para cúmulo do azar,
não tinha sido registrado com o nome ilustre da família de sua progenitora, que era
Bernhardt, de origem franco-alemã.
Em contrapartida, vingara-se nos filhos, um casal. Dera ao menino o nome de
Bernardo e, à menina, de Bernarda. Só não pudera evitar os apelidos que a gurizada,
adepta inconsciente da simplicidade e da síntese, logo lhes sapecara: um virara Nado,
e outra, por questão de semelhança e bom-senso, Nada..., freqüentemente reduzidos,
ambos, ao carinhoso diminutivo de Nadinho e Nadinha...
2 - Opinião - “ O Xará “
Mario Gentil Costa
João Bernhardt da Silva era, portanto e por extenso, a denominação distintiva
a que faria jus se tivesse sido registrado corretamente com o sobrenome da mãe.
A propósito, lembrava-se vagamente de ouvi-la contar que, entre os ancestrais
da família Bernhardt, houvera, outrora, uma riquíssima atriz de teatro chamada Sara,
mulher famosa e bela, espécie de diva dos palcos internacionais. Segundo o relato,
Sara, em sua única temporada no Rio de Janeiro a convite do Imperador, viera
acompanhada de um primo, que, perdidamente apaixonado por uma mulata carioca,
decidira ficar no Brasil, originando-se, desse amor inusitado, uma prole cujo derradeiro
descendente seria sua mãe. Essa era a versão que chegara, meio mal contada, até
João da Silva...
“Isso é coisa do passado” - dizia ele com fingida displicência quando
perguntado, não conseguindo, todavia, ocultar um indisfarçado orgulho de suas raízes.
De fato, no íntimo, não acreditava muito na veracidade da história materna; “um
passado incerto, provavelmente sonhado por meus obscuros e expatriados
ancestrais...” Era esta a desconfiança que o dominava, e que, infelizmente, não sabia
expressar com palavras tão incomuns. Mas o pensamento, conquanto nebuloso, lhe
ocorria na essência. E, de qualquer modo, não valia a pena dizê-lo em voz alta. Que
ficasse a dúvida no espírito do interlocutor; isso já bastava para massagear seu
humilde e calejado ego de João...
Seu pai, que era José da Silva, bem que tentara transferir-lhe o título materno,
mas, pouco lido e letrado, no balcão do cartório, no dia do registro, não fora capaz de
soletrá-lo diante do escrivão, que, menos versado ainda, tratara de simplificar a coisa:
- Olha, qué um conselho, seu José? Vamo deixá isso de fora; é muito
complicado. Pra que arranjá confusão pr’a pobre da criança?
- Tá certo. Despôs..., isso aqui é Brasil. De mais a mais, s’eu nem sei como se
prenonceia..., pra que arranjá sarna pr’o menino se coçá. Vamo deixá assim mesmo:
João da Silva tá bom; todo mundo entende...
E João da Silva ficou sem o Bernhardt, que, de um jeito ou de outro, na lista
telefônica, seria reduzido a um mero B. e, afinal de contas, não teria mudado muito a
confusão, pois só de João B. da Silva, na cidadezinha havia 12 enfileirados, de
acordo com o regulamento, numa suposta e estranha ordem alfabética de difícil
explicação:
Silva, João B. da
Silva, João B. da
Silva, João B. da
Silva, João B. da
Silva, João B. da
..........................
Não foram poucas as vezes em que se viu envolvido em dificuldades por causa
do nome. Até com a polícia tivera de se haver certa feita, -”que não gostava de
lembrar” -, quando foi confundido com outro João da Silva, procurado por um crime
bárbaro que abalara a opinião pública e agitara a mesmice da pachorrenta comarca.
Na ocasião, desfeita a dúvida após uma dolorosa via-crúcis de testemunhas, álibis,
depoimentos e prisão preventiva que lhe renderam enorme aflição e uma úlcera no
duodeno, procurou um advogado com o objetivo de conseguir suprimir o “da Silva” e
substituí-lo por “Bernhardt.”
“Aí, sim, nunca mais teria preocupações”... - foi o que pensou.
Mas a resposta veio rápida e terminante:
- Não é possível, seu João. No máximo se poderia acrescentar o Bernhardt,
mas no meio. Não se pode remover o nome paterno... Além disso, o senhor nem
imagina a trabalheira de mudar toda a sua documentação...
- Quer saber de uma coisa, doutor? “Não se pode” porque eu sou pobre... - foi
o “despacho despachado” com que João, já aborrecido, encerrou o assunto.
O advogado tratou de calar-se; sabia que, no fundo, aquela era uma verdade
indiscutível. Entretanto, sem perspectiva de uma compensação financeira adequada,
sufocou a consciência e não se animou a enfrentar um processo tão complicado.
E a última palavra, como sempre, ficou para o João, que, diante do silêncio
embaraçado do causídico, declarou em plena barbearia, alto-e-bom-som, para que
todos ouvissem:
- Não tem importância, doutor. Quando eu ganhar na loteria, resolvo essa
parada num instante...
E, de barba feita, virou-lhe as costas e saiu, assobiando uma modinha popular
que estava em voga na estação de rádio. Entrou na loja ao lado, que era um misto de
engraxataria, cigarraria e casa lotérica, mas, como não tinha motivos para acreditar na
sorte e estava quase sem dinheiro, limitou-se a comprar cigarros e lustrar suas
surradas botinas. O tempo passou, e ele se esqueceu do assunto.
Um dia, o nosso pobre João da Silva, que, apesar da humildade hereditária,
era um cidadão honesto e cumpridor dos seus deveres, foi chamado a um dos dois
bancos da cidade, onde mantinha uma modesta conta. E o gerente, que não queria
perder fregueses, - já não muito numerosos na redondeza -, declarou, escolhendo as
palavras:
- Pois é, meu caro. Estamos com este pequeno problema: seu cheque
ultrapassa o saldo. Vai depositar a diferença ou quer fazer um papagaio?
E estendeu-lhe o papel. João, assustado, respondeu, antes de lê-lo:
- Este cheque não foi assinado por mim, doutor.
- Como não é? Tem sua assinatura...
- Deixe ver. Tá parecida, mas não é minha... - respondeu ele, depois de olhar
demoradamente.
- Não é? Mas a numeração do talão confere...
- Decerto me roubaram...
- E como não deu pela falta?
- Ah, eu quase não uso isso. Pago tudo com dinheiro...
O gerente, contrafeito e já antevendo dificuldades, retrucou com cautela, pois
conhecia seu pavio curto:
- Seu João, não me leve a mal, mas o senhor poderia assinar seu nome aqui
neste rascunho? Só para a gente comparar? Afinal, se o talão é seu...
João, a contragosto, tomou a caneta esferográfica que lhe era oferecida e
assinou, devagar e cuidadosamente, para não cometer erros: João da Silva.
O leitor, acostumado a assinar seus cheques com a rapidez e a desenvoltura
automáticas de pessoa instruída que é, há de convir em que é bem mais fácil imitar a
assinatura de um semi-analfabeto, - que, a rigor, não passa de um garrancho escrito
com lentidão e incerteza -, do que sua bela e floreada firma, da qual tanto se orgulha.
E um clima de dúvida, cruel e impiedosa, cristalizou-se no ar. Mas João, que,
apesar de tudo, zelava por seu nome corriqueiro, logo solucionou a questão e, olhos
fitos no gerente, declarou orgulhosamente:
- Tô vendo que não acredita em mim, doutor. E já que é assim, vou pagar. Se o
cheque era meu...
- Sinto muito, mas o senhor compreende. Sou apenas um gerente...
- Eu sei que a responsabilidade é minha - repetiu com a maior dignidade,
emendando com indisfarçada resignação, sem deixar, todavia, de imprimir à voz uma
velada inflexão crítica: - O banco é que não pode perder... Nunca!
- Isso é praxe, seu João. Não sei o que dizer...
- Então não diga nada. Só queria lhe pedir um favor...
- Pois não! Estou às suas ordens...
- Encerre minha conta.
- Mas seu João, por favor... Não era isso que eu pretendia. Parece que não me
entendeu...
- Não, eu entendi perfeitamente.
- Eu apenas...
- Eu compreendo, doutor. Mas prefiro assim.
O gerente, sem escolha, calou-se, e ele saiu de cabeça erguida. Ao chegar à
rua, enfiou inconscientemente a mão no bolso à procura de cigarros. Não sobrava um.
E estava louco para fumar. Entrou na cigarraria. Comprou um maço. Deu uma
profunda tragada. Já ia saindo, quando, de repente, através do vidro, viu um colorido
bilhete da Loteria Federal, cujo número, no jogo do bicho, corresponderia ao do burro.
Não conseguiu desgrudar os olhos do mesmo. E, num impulso imperioso, comprou-o
inteiro com o último dinheiro que lhe restava.
No dia seguinte, estava rico. A notícia espalhou-se como um rastilho de
pólvora. João da Silva, como num passe de mágica, era a figura mais ilustre, o
potentado da cidade. Alugou o salão do clube e ofereceu uma festa a que
compareceram, obsequiosos, o vigário, que estava na campanha do tijolinho para
elevar, ainda mais alta, a torre da matriz; o neutro e isento delegado, que,
“cumprindo seu dever...”, prendera-o sem provas por suspeita de assassinato; o
advogado que não quisera defendê-lo nem ajudá-lo a trocar de nome; o João da
caninha, trazendo-lhe, de presente, um genuíno conhaque francês V.S.O.P.; os dois
ansiosos gerentes de banco; o ilustre presidente do partido da situação
oferecendo-lhe uma candidatura nas próximas eleições; o prestativo e filantrópico
representante da LBV; o virtuoso e desapegado pastor da Igreja Universal do
Reino de Deus; Sua Excelência, o prefeito, que, em vibrante discurso, lhe acenou
com o título de cidadão benemérito e o nomeou seu assessor especial; e um sem
número de “novos e espontâneos amigos”...
E tudo mudou rapidamente. Inclusive seu nome, que, graças ao empenho
“desinteressado” de outro advogado, recém-chegado à comarca, era agora
irreconhecível. Até a nova lista telefônica, “já no prelo, mas, felizmente, ainda em
tempo hábil...”, segundo declararam seus responsáveis, foi compreensiva e
imediatamente alterada e agora anunciava, em negrito maiúsculo:
BERNHARDT, JOÃO DA SILVA (Por extenso e contrariando a praxe, em
homenagem póstuma a seu pai, cuja intenção, afinal, fora ingênua e pura).
Toda sua imensa fortuna foi parar no banco concorrente. É supérfluo dizer que
o gerente do primeiro, que lhe cobrara o cheque indevido, foi substituído e sumiu; e
que o antigo advogado deixou a cidade com destino ignorado...
Quanto ao João, sabe-se que “tá nas Oropa..., numa tal de Paris”..., aonde
foi escarafunchar seu propalado parentesco com Sara Bernhardt. E, a se confirmarem
as notícias divulgadas com exclusividade no matutino local, era tudo verdade...
De acordo com um sensacional furo de reportagem, estaria em jogo, além de
uma vultosa e inesperada herança - pois a artista tivera apenas um filho que morrera
em seguida sem deixar descendentes - um verdadeiro título de nobreza, um baronato
com palacete, brasão e tudo, de modo que é mais que provável que novas mudanças -
de simples Bernhardt para von Bernhardt - tenham que ser introduzidas nos
registros do cartório, na documentação correspondente e na lista telefônica seguinte...,
que, das páginas B, transferiria “prazerosamente” nosso João para as páginas V,
figurando, então, também em negrito, dessa vez em letras góticas:
VON BERNHARDT, JOÃO DA SILVA.
Segundo declarações antecipadas do prefeito em entrevista dada à estação de
rádio local, a legitimar-se tão auspiciosa perspectiva, “nada disso constituirá
problema...” Repetindo as franciscanas palavras do mandatário, ouvidas por toda a
população no sistema de alto-falante da praça da matriz, “é dando que se recebe, e
a comunidade está sempre aberta ao diálogo...”
Mario Gentil Costa - MaGenCo (2013)
O ÂNGULO DO COMPASSO NA MAÇONARIA
Ir Kennyo Ismail
Um leitor enviou um
interessante questionamento:
“Qual o ângulo em que deve ser aberto o
Compasso e por quê?”
Antes de tratar do tema especificamente,
devemos nos lembrar que os símbolos não
são fórmulas fixas, variando de formas e
significados conforme o tempo e as
culturas e, no caso maçônico, também
conforme os “achismos” dos ritualistas e
autores. Por esse motivo, pode-se
encontrar significados e explicações
diferentes para um determinado símbolo
maçônico conforme variações de país,
obediência, rito, época, etc.
No caso do ângulo de abertura do
Compasso, você encontrará por aí várias
opções, cada uma com sua respectiva
teoria e seus defensores:
- O compasso aberto em 45° nos três
graus simbólicos;
- O compasso aberto em 60° nos três
graus simbólicos;
- O compasso aberto em 72° nos três
graus simbólicos.
- O compasso aberto em 30° no Ap, em
45° no Comp, e em 60° no Mestre;
- O compasso aberto em 30° no Ap, em
60° no Comp, e em 90° no Mestre;
Veja que os ângulos variam entre 30° e
90°. Será que há algum motivo oculto
para isso? Nenhum, além do fato que em
menos de 30° ou mais de 90° o desenho
do Compasso com o Esquadro fica um
tanto quanto desarmônico!
Você poderá encontrar vários diferentes
significados para o(s) ângulo(s) do
Compasso. Segue os mais comuns:
- Teoria dos “30°, 45°, 60°”: representa
o alcance do conhecimento humano. O
Maçom aumenta seu intelecto conforme o
grau, mas nunca ultrapassa 1/6 (60° em
360°), que seria o “limite humano”. – Em
resumo, chamam o Aprendiz de retardado
mental;
- Teoria dos “30°, 60°, 90°”: representa
a relação do espírito com a matéria, em
que o Aprendiz começa com o Compasso
mais fechado, mostrando que a matéria
está prevalecendo, e o Compasso vai se
abrindo a cada grau, mas chegando ao
máximo no ângulo da matéria (esquadro),
de 90°. – Será que se abrir mais do que
90°, o maçom morre?!?;
- Teoria dos “72°”: representa o ângulo
interno das pontas do Pentagrama,
símbolo presente na Estrela Flamígera e
desvendado por Pitágoras. - Mas o
Esquadro e o Compasso não têm juntos
06 pontas?.
Das teorias do Compasso com
ângulo fixo nos três graus, a teoria de
60° é a mais forte, presente na
maioria dos rituais e gravuras atuais.
Essa teoria se reforça nas seguintes
questões:
3 – o ângulo do compasso na maçonaria"
Ir Kennyo Ismail
- É comum relacionar o símbolo do
Esquadro e Compasso com o do
Hexagrama (estrela de seis pontas), ou
melhor, a Estrela de Davi, que é um
símbolo muitas vezes relacionado ao
GADU e ao Templo de Salomão. As 06
pontas do exagrama possuem o ângulo
interno de 60°.
- O triângulo perfeito, que seria o
símbolo maior da Maçonaria, com 3
lados iguais, é composto por 3 ângulos
internos de 60°.
- Considerando o Esquadro como
símbolo da retidão e o Compasso como
símbolo da perfeição, o Esquadro forma
o triângulo-retângulo, 90° (retidão), e o
Compasso em 60° forma o triângulo-
perfeito (perfeição).
Porém, apesar de mais coerente e
comum, a teoria do ângulo de 60° não é
a correta. Aliás, nenhuma pode ser
considerada como a verdadeira, a
original.
Infelizmente, vê-se na Maçonaria uma
tendência em adicionar à nossa
simbologia significados extras, ocultos,
inexistentes. O Compasso é apenas mais
um típico exemplo disso. Uma breve
análise de gravuras maçônicas de
Esquadro e Compasso do século XVIII
e XIX, quando do nascimento das
primeiras Obediências e Ritos, é o
bastante para comprovar que não havia
uma conformidade no ângulo de
abertura do Compasso. O símbolo era
sempre composto de um Compasso
aberto e um Esquadro, mas pouco
importando o ângulo do compasso que,
conforme as gravuras, era sempre
inexato: 32°, 44°, 56°, 64°, etc.
Enfim, essa preocupação “numerológica”
é coisa bem mais recente, apenas outro
“enxerto” em nossos rituais.
A FORMA DA LOJA
Os rituais antigos registram que a forma da Loja é a de um “quadrado oblongo”. Talvez
você esteja pensando: “Como é possível um quadrado ser oblongo? Aí não seria quadrado, e
sim retângulo! Esse termo está errado!”
Se você pensou algo parecido, saiba que muitos ritualistas ao longo dos últimos séculos
pensaram como você. Esses ritualistas também acharam o termo de certa forma
contraditório e foram substituindo-o ao longo do tempo. Hoje, vê-se “quadrilongo” e até a
aberração “retângulo alongado”! Ora, se é retângulo, então já é alongado, não é mesmo?
A verdade é que o quadrado oblongo, o quadrilongo e o retângulo são apenas nomes
diferentes para a mesma figura geométrica. Nenhum deles está errado, nem mesmo o
“quadrado oblongo”, o mais antigo deles. Entenda o porquê:
Procure na bíblia a palavra “retângulo”. Aliás, não procure porque você não encontrará. Isso
não significa que não há objetos e construções retangulares descritos na bíblia.
Simplesmente, o termo não existia.
Para que se entenda melhor a questão, deve-se compreender o verdadeiro significado da
palavra “quadrado”. Quadrado vem do “quadratus”, que é o particípio passado do verbo em
latim “quadrare”, que significa “esquadrar”. Assim sendo, quadrado, no sentido original,
era toda forma geométrica de quatro lados formada por ângulos retos. Quando os quatro
lados eram do mesmo tamanho, o quadrado era “quadrado perfeito”, e quando dois lados
paralelos eram maiores que os outros dois, era “quadrado oblongo”. A palavra retângulo
veio surgir muito tempo depois.
Mas quais as medidas corretas?
“Sem simetria e proporção não pode haver princípios na concepção de qualquer templo.”
Vitrúvio
O quadrado oblongo, como todo retângulo, pode ter qualquer tamanho, desde que dois lados
paralelos sejam maiores do que os outros dois. Um templo maçônico, tendo a forma de um
quadrado oblongo, também pode ter qualquer tamanho, conforme o espaço físico, interesse
e recursos financeiros permitem. Mas a questão que interessa aos maçons é se há uma
proporção correta a ser respeitada, como bem sinalizou Vitrúvio, autor das primeiras obras
que detalham as Ordens de Arquitetura, tão importantes para a Maçonaria.
Nesse sentido, existem duas teorias:
A primeira é de que a proporção é de 1×2, ou seja, as paredes do Norte e do Sul devem ter o
dobro do comprimento das paredes do Oriente e Ocidente. Essa teoria se sustenta na
proporção conhecida como “ad quadratum”, de origem romana e que foi muito usada na
construção de igrejas góticas.
A segunda teoria, e mais aceita, é da Proporção Áurea, que é de aproximadamente 1×1,618.
Essa famosa proporção, também conhecida como Proporção de Ouro e Divina Proporção,
foi utilizada na concepção do Parthenon e adotada por artistas como Giotto. Também está
presente na natureza, como em algumas partes do corpo humano e nas colméias, além de
vários outros exemplos envolvendo o crescimento biológico, o que torna tal proporção
ainda mais intrigante. Pitágoras, figura extremamente importante na Maçonaria, registrou a
presença da Proporção Áurea no Pentagrama, tornando esse o símbolo de sua Escola. O
próprio Vitrúvio era fã devoto da proporção. O retângulo feito com base na Proporção
Áurea é chamado de “Retângulo de Ouro”. Para se ter uma ideia de sua influência e
aplicação até nos dias de hoje, os cartões de crédito convencionais respeitam a Proporção
Áurea.
Desvendado o “mistério do quadrado oblongo”, é importante observar que a Maçonaria
apenas declara que o templo tem tal formato, sem explicitar qual seria a proporção
adequada. Mas se você é adepto de uma das proporções e não encontrá-la no templo de sua
Loja, não se preocupe. Afinal de contas, não se fazem mais templos como antigamente.
O TRABALHO MAÇÔNICO E O TRABALHO PROFANO
SOB A INFLUÊNCIA DOS MITOS DE CRONOS E KAYRÓS
Irm.·. José Ronaldo Viega Alves
ronaldoviega@hotmail.com
Loja Saldanha Marinho. “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
“O que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei. Se quiser explicar, já não sei.
Porém atrevo-me a declarar, sem receio de contestação, que se nada sobreviesse,
não haveria tempo futuro e, se agora nada houvesse, não existiria tempo presente. (...)
Os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das presentes, presente
das futuras.” (Santo Agostinho)
Introdução
O mundo moderno faz com que o Tempo viva exibindo cada uma das
suas muitas singularidades. Entre os tempos sabidos e conhecidos, há o tempo para
ser lembrado, para ser vivido, para ser desejado, o para ser temido e para ser
imaginado, assim como, há o tempo que passa muito rapidamente e o tempo que se
arrasta.
Já na Antiguidade, o tempo era fator de preocupação e de profundas
inquirições filosóficas. É da Grécia Antiga, da sua rica Mitologia, que os nomes de dois
dos seus deuses relacionados ao Tempo chegaram até os dias de hoje: Cronos e
Kayrós. Há uma simbologia muito interessante envolvendo seus nomes, o que pode
ajudar-nos a refletir melhor sobre o que vem a ser o que hoje chamamos de ditadura
do tempo.
Digamos que até um século atrás, a idéia relacionada ao tempo era
essencialmente a do calendário, os dias e as noites sucedendo-se, e ponto final.
Agora, em pleno século XXI, muita coisa mudou, e o tempo ganhou uma nova
dimensão: vivemos a Era da Informação, onde a velocidade tem de ser permanente.
A SÍNDROME DA PRESSA É A DOENÇA DO MUNDO MODERNO. Deixamo-nos
contaminar a tal ponto com um CORRER E CORRER que, é muito difícil andar MAIS
DEVAGAR. Se atentarmos detidamente para o que vem acontecendo, veremos que
ninguém sairá ileso dessa situação. Cadê o tempo para pensar? Cadê o tempo para
ficar de pernas para o ar, não fazendo simplesmente nada? Ah! O ócio! Isso soa
como sendo antiocidental, e além do mais é antimoderno. O fator tempo exerce tanta
pressão no homem moderno que, há ainda um risco pior: corrermos de maneira
desesperada o tempo todo buscando ganhar um “tempinho” livre no final, e quando ele
estiver disponível, não sabermos como preenchê-lo ou aproveitá-lo da melhor
maneira.
E é dentro de um leque de discussões que se abrem, onde o Tempo é
objeto, que podemos fazer a seguinte pergunta: Onde é que a Maçonaria se encaixa
nisso tudo?
4 - o trabalho maçônico e o trabalho profano
sob a influência dos mitos de cronos e kayrós -
Ir José Ronaldo Viega Alves
A Régua De 24 Polegadas: Uma Lição Sobre O Tempo
Sabemos que as Ordens Iniciáticas tem como escopo, despertar aquele
potencial que dorme no interior dos seres humanos, assim como, sabemos que
nesses tempos atuais há uma crise global de valores, o que por si só justifica tal
importância, no sentido de não deixarem com que o homem se torne um alienado ou
se desumanize cada vez mais. Sabemos que há uma busca, uma procura por novas
possibilidades e modos de pensar, e esses novos modos talvez nem sejam tão novos
assim, pois, residem em velhas sabedorias nativas, relacionadas àqueles que tinham
uma consciência planetária, coisa que vem se perdendo há um bom tempo. Sabemos
que faz falta um redescobrimento, faz falta parar para pensar, e assim, sairmos do
frenesi desse mundo cada vez mais louco, voltando à percepção de que somos partes
de um todo, e além do mais, temos de partilhar o nosso destino comum de seres
humanos em harmonia.
Do “Vade-Mécum Maçônico”, de autoria do Irmão João Ivo Girardi
transcrevo as seguintes passagens sobre o verbete Régua de 24 Polegadas: “1.
Utilizada pelos maçons operativos para medir e delinear os trabalhos, como para
traçar linhas retas, a Régua foi dividida pelo maçons especulativos em 24 partes
medindo uma polegada cada uma. Simbolizando assim as 24 hora do dia, pretende
induzi-los a empregá-las com critério, na meditação, no trabalho e no descanso físico
e moral. (...) Indispensável nas Lojas maçônicas, é instrumento de trabalho e de
medida do tempo, no sentido que as horas não devem ser mal empregadas na
ociosidade e em ocupações egoísticas, mas parte delas deve ser empregada no
estudo e na meditação, parte no trabalho, parte no recreio e no repouso; todas, porém,
no serviço da humanidade.2. Um dos instrumentos simbólicos do trabalho do
Aprendiz. Símbolo da razão e o caráter cognitivo da mente humana. (...) Com este
instrumento o Aprendiz planeja o seu trabalho na Pedra Bruta num ato racional. As 24
polegadas são medida do tempo que o maçom deve saber distribuir seus afazeres
durante s 24 horas do dia.”
Como vimos acima, o Maçom deve ter sempre à mão a sua régua para
poder, simbolicamente, melhor administrar as 24 horas do seu dia. Ocorre que, num
mundo em constante mutação como o mundo moderno, paradoxalmente, as 24 horas
que perfaziam um dia lá da Maçonaria Operativa, definitivamente não são as mesmas
comparadas as de agora, pois, o ritmo de vida então, era bem mais lento. Não, o
tempo não se dilatou, e talvez a concepção que possuímos em mente de que ele é
linear, faz com que vivamos a pressão constante de uma continuidade que não deve
ser interrompida. Será que os Maçons estão imunizados contra as ansiedades e
medos que a modernidade trouxe consigo e ante essa perspectiva de um tempo
sempre escasso e fugaz?
No âmbito dos nossos templos podemos sim, sentir esse hábito do
mundo moderno que é a pressa, se interpondo seguidamente. Quando vemos alguns
dos Irmãos consultando seus relógios durante o tempo reservado à
instrução,(convenhamos que a repetição e o pouco entusiasmo dos que as ministram,
às vezes, fazem-nas fastidiosas...) ou durante a discussão de algum assunto na hora
da palavra, podemos até supor que somos sim, escravos dos nossos relógios. A
questão é saber, como ficará, numa projeção para o futuro, o tempo dispensado ao
desbaste da Pedra Bruta, à construção do Templo Interior, à transformação necessária
que se requer do homem-maçom para que venha a se tornar um agente de mudanças
no mundo conturbado dos nossos dias, se o tempo que ele pode dispensar à Ordem,
é cada vez mais restrito? O trabalho maçônico visando o aperfeiçoamento exige
tempo, um tempo que iremos retirar do Cronos e transformar em Kayrós. Se fugirmos
da rotina e da ilusão unilinear do tempo, isso fará com que vislumbremos melhor o
futuro que queremos, e as mudanças que são possíveis para a construção do mundo
que almejamos. Mas, tem que haver algumas adequações. Voltando ao raciocínio
anterior, quantos dos Irmãos estando fisicamente presentes em Loja, muitas vezes já
estão com os seus velozes pensamentos postos no dia de amanhã? Somos todos
engolidos pelos nossos relógios, e pelos afazeres do mundo moderno, isso é uma
constatação. Tem de haver mudanças, enquanto há tempo. É possível, que
estejamos dizendo que não temos tempo, pelo fato de estarmos empregando-o em
coisas que parecem mais importantes, indispensáveis e também pelas quais nos
tomamos de um entusiasmo bem grande. Mas, será?
Ainda, muitos dos Irmãos, de maneira confessa, comparecem no
Templo, dizendo que precisam “recarregar as baterias”, ou até mesmo, dizendo que o
objetivo de estarem ali é pelo “relax” proporcionado, quando não se animam a traduzir
pela ansiada trégua em suas atribulações diárias. Esses Irmãos não estão de todo
errados, pois, estão tentando fazer do seu Cronos um Kayrós, conceitos de tempo
vindos dos gregos aos quais fiz referência na introdução, e que veremos maiores
definições logo abaixo. Ou, estarão tentando trabalhar, no sentido simbólico, com a
sua régua de 24 polegadas? É necessário meditarmos mais, e lembremos que a
meditação pode inspirar-nos com soluções. Fugir da continuidade linear que nos tem
escravizados, romper com a rotina, discutir e refletir sobre os males do mundo
modernos em nossa Loja, e isso para entender o mundo. Eis que, a partir do
entendimento de como o mundo passou a funcionar, é que poderemos agir no sentido
de transformá-lo.
O Tempo Cronos
Cronos é o tempo medido pelo relógio, o tempo da rotina. No mundo
moderno, durante o cotidiano, e conforme o consultor empresarial Wellington Moreira
“Cronos traduz a necessidade atual do homem em mensurar os processos de
trabalho, planejar suas atividades nos mínimos detalhes e calcular todas as
possibilidades para cumprir seus propósitos. O problema é que, pressionadas por
planejamentos e agendas muitas vezes inexeqüíveis, cada vez mais pessoas tem se
tornado escravas das inúmeras metas que estabeleceram para si ou suas
organizações. É claro que o homem necessita orientar produtivamente seu tempo,
afinal de contas o planejamento e a organização são imprescindíveis para qualquer
tipo de desenvolvimento humano ou social.”
O Tempo Cronos é governado pela quantidade de tarefas diárias a
serem cumpridas, por tudo que elegemos como prioridades, por tudo que é
burocrático e por tudo que representa esse mundo administrativo ao qual estamos
presos.
O Tempo Kayrós
Nas palavras do educador e filósofo Rubem Alves: “o tempo pode ser
medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração.”
Sem dúvida, o que pode ser medido com as batidas do coração é o tempo kayrós. Eis
que, o tempo kayrós não se importa com a hora que o relógio está marcando, mas
com o momento que se está vivendo. Ainda, pode ser traduzido como o tempo certo
para fazer as coisas, tanto que se for dito “estar em Kayrós”, estará sendo designada
aí, a qualidade do tempo, o que em outras palavras significa “estar bem sincronizado
em relação à totalidade.”
Sintetizando os conceitos de Cronos e Kayrós, é dizer que Kayrós é o
deus da ocasião oportuna, do tempo certo, em oposição a Cronos que é o deus do
tempo.
Cronos, O Mundo Moderno E O Maçom
Quando as prioridades são muitas, ou quando não se consegue
estabelecer quais são elas, vive-se uma escravidão sob o jugo de Cronos. Quando é
muito difícil controlar as ansiedades e os desejos, principalmente esses que envolvem
o ato de consumir durante todo o tempo, também somos escravos de Cronos.
Quando em Loja, meus Irmãos, se a sessão se estende um pouco além
do normal e ficamos impacientes, é porque Cronos está no comando e, não somos
donos do nosso tempo. Será que no dia seguinte, voltando à faina, ainda somos os
mesmos maçons que fomos iniciados um dia, cônscios dos conhecimentos e
experiências adquiridos na Ordem, dos princípios maçônicos que deverão reger
nossos comportamentos, da fraternidade, enfim, da moral e da ética, para fazermos
frente aos obstáculos? Admitamos, bem antes de refletir sobre isso, que somos seres
imperfeitos, por isso a busca da perfeição. Admitamos que a pressa é inimiga da
perfeição, e admitamos que caminhamos cada vez mais para sermos imediatistas e
fazer tudo mecanicamente.
Mas, existe um tempo Kayrós durante a sessão maçônica que serve
para espiritualizar-nos, e que seria o tempo aquele que valeu a pena esperar, o que
vem na hora certa, o tempo de Deus: o tempo de realização da Cadeia de União.
As Relações Sociais no Mundo Moderno
O mundo moderno vem caracterizando-se pelas relações transitórias,
líquidas e descartáveis. O domínio do efêmero e do instantâneo. Antigamente dizia-se
“agora é moda tal coisa...”, mas, sabíamos de antemão que era coisa passageira.
Agora, parece que as superficialidades estão aí e vieram para ficar, entre elas, o
consumismo exacerbado e o hedonismo.
Como já foi dito por um escritor desses tempos atuais: “Um dos
aspectos negativos da pós-modernidade está na constatação de que o “eu” pode se
tornar uma espécie de deus. O homem pós-moderno sente que, ninguém pensa como
ele, ninguém faz parte do seu mundo, e ele não é responsável por ninguém.” Muito do
calor humano já não se faz presente, então, aquilo que em outros tempos era o
caminho e o motivo para o diálogo, acabou se esfriando a ponto de os indivíduos
viverem cada vez mais isolados. Nas redes sociais, a hipocrisia, a intolerância, as
vaidades e as conversas fúteis chegam a entupir o tráfego. A mesma pressa e ânsia
utilizadas para ir adicionando, é utilizada para ir descartando relações. O mundo
moderno...
E a Maçonaria?
Uma Instituição como a Maçonaria que tem assentadas os seus pilares
na amizade e na fraternidade entre os seus membros, vem assistindo às modificações
que se processam no mundo profano, onde a presença física de amigos acaba sendo
substituída em muitas situações pelas suas presenças abstratas nos computadores.
Como a Maçonaria vê essa realidade que aí está e que só tende a piorar num futuro?
A Maçonaria não poderá ser fragilizada um dia, por essas influências todas em seu
ideário? De onde emergirão os seus futuros membros, de que sociedade dita moderna
ou que esteja livre dessas impaciências e outros males afins, se não dessa que aí
está, para preencherem as fileiras de uma Ordem que prega,em princípio, a
tolerância?
Citando o Irmão Francisco Cezar de Lucas Pucci: “Qualquer mudança,
como nós Maçons bem sabemos, passa por um ato de vontade. (...) O que conduz
alguém a se Iniciar na Arte Real é essa Vontade? Como discernir entre as várias
motivações possíveis (algumas não tão nobres )? Mais: como desenvolver essa
Vontade de forma que ela cresça e contamine seu ambiente?”
Por outro lado, como transmitir o saber maçônico, os ensinamentos
reservados àqueles que sendo iniciados na Maçonaria, deverão ser conscientizados
do papel que devem exercer como agentes de mudanças, de construtores sociais, da
idéia de um novo homem e de uma humanidade melhor?
Os ensinamentos maçônicos envolvem tempo, já que não obedecem as
regras comuns, com seus programas previamente determinados. Os ensinamentos
são frutos de uma longa tradição que são repassados e que se completam de forma
autodidática a partir do momento em que o Iniciado dá continuidade à busca, ao
estudo e à meditação. E novamente citando o Irmão Francisco C. L.Pucci: ”O projeto
de lapidar o Homem e o muno é um projeto secular, não é algo para prazo
determinado. Por isso, ele depende mais de Vontade e Atitudes do que de
instrumentos e medidas. Ser secular, contudo, não significa que não deva começar já.”
A questão é que iremos esbarrar no fator tempo, o tempo de que um
homem moderno irá dispor para si e para a Maçonaria. E lá na sindicância, na
indagação referente ao que possa ser um impeditivo do postulante participar
assiduamente dos trabalhos, o tempo necessário para dedicar-se aos trabalhos
maçônicos, sempre é respondido que não há nenhum problema. No entanto, o tempo,
outra vez o tempo, se encarrega de desmentir isso para muitos.
“Na Maçonaria Especulativa, o Maçom vai à Loja para especular,
estudar e aprender, e volta ao mundo para trabalhar e aplicar o que aprendeu. O
Mestre Maçom Especulativo não é mais um construtor material como o eram os
mestres maçons operativos. Ele será antes de tudo um homem moralmente sadio, em
busca da luz da verdade, dedicado à construção do edifício moral da humanidade.”
Fica evidente que os Irmãos pertencentes à Maçonaria Especulativa
ampliaram os seus horizontes, implantando a idéia de uma fraternidade que contemple
a humanidade como um todo. Além do mais, ao contrário dos operativos que eram um
tanto individualistas em seus propósitos, os especulativos denotam em sua essência
elevados princípios de altruísmo e filantropia. Mas, a meu ver isto também já está
mudando, pois, a sociedade atual está ficando cada vez mais materialista e
individualista. A pergunta é: Como a Maçonaria não deixará se contaminar com os
comportamentos e atitudes modernos, se os seus membros são oriundos e convivem
quase que todo o tempo num mundo que vem sendo dominado por essas
características?
O Trabalho Profano Nos Tempos Modernos
Tanto o trabalho como o tempo livre ganharam significados e valores
diversos se considerada a época histórica. Em tempos bem mais remotos, em
sociedades mais antigas, onde eram utilizados escravos, o trabalho físico chegava a
ser considerado degradante. Trabalhar era negar o ócio, o tempo livre e o lazer.
Posteriormente, com o a surgimento de uma ética protestante, o ócio foi considerado
uma negação de Deus. O que abriu espaço para menos tempo livre, e mais trabalho.
O ócio foi também considerado o vilão do sistema capitalista. Aí o tempo livre, deixa
de ser livre para que os trabalhadores se ocupem com algo imposto pela indústria. Ou
seja, produção e consumo. Na sociedade moderna, o trabalho é valorizado somente
como atividade produtiva, onde os trabalhadores possuem pouquíssimo tempo para o
seu lazer.
Nos últimos tempos, e aqui surge um paradoxo, as pessoas são
incentivadas a trabalhar para que ganhem dinheiro e consumam o tempo todo, mas,
enquanto uns trabalham muito, outros tantos, não encontram um emprego. E dos que
trabalham, outros tantos também, não trabalham para viver ou para atender as suas
necessidades, pois, vivem somente para trabalhar, para enriquecer e num processo de
acumulação que não termina nunca, sempre querendo mais. Num mundo onde as
pessoas se comportam assim, o que pode ser feito para mudar?
Trabalho Maçônico
Utilizemo-nos novamente do dicionário do Irmão João Ivo Girardi, para
refletirmos sobre o seguinte que está posto no verbete Trabalho Maçônico: 1.Latu
sensu. Exercício de alguma atividade ou função na Maçonaria, de natureza manual,
intelectual e espiritual. A própria terminologia maçônica demonstra sua profunda e alta
identificação com o trabalho: cada Loja é uma Oficina, cada Maçom, um Obreiro o
templo da humanidade, e a Ordem Maçônica, um Colméia ativa em todo o mundo, dia
e noite. 2. (...) “os profanos concebem a esperança de serem nossos Irmãos, porque
prestam culto à Virtude e, detestando a ociosidade, prometem contribuir com o seu
trabalho para a liberdade e fraternidade social”.
Na Maçonaria, a pressa é inimiga da perfeição
O fato de a Maçonaria ser denominada Especulativa poderia sugerir
então, que ela é mais contemplativa, mais filosófica, que os ensinamentos não se
processam da noite para o dia, e que o galgar dos degraus da Escada de Jacó devem
obedecer aos interstícios que são de praxe, para que os ensinamentos calem fundo.
Nada de pressa.
Mas, como fica esse tempo maçônico, como se administra esse tempo maçônico,
dentro do outro tempo que estamos vivendo, onde tudo é para ontem? Como chegar
ao ideal para os Maçons, em uma sessão maçônica, onde o tempo Cronos
conseguisse andar no mesmo ritmo do tempo Kayrós? E como fica a posição da
Maçonaria, defensora que foi sempre do progresso e da inovação? Se a Maçonaria
precisa mudar os seus métodos, isso tem que ser em função dessa pressa que
corrompe o mundo moderno, mas, até onde a Maçonaria pode mudar sem corromper
também as suas origens e os seus propósitos? A questão é que esse tipo de assunto
tem de começar a ser debatido em Loja, sem consultas aos relógios, sob pena de
cada vez mais o ideário da Maçonaria ficar comprometido.
Há tempos atrás, o Irmão Pedro Juk, escreveu um artigo que foi
publicado na revista “A Trolha” com o título de “Maçonaria: Como Compreendê-la” .
Eu, relendo esse artigo, encontrei algumas passagens que tratei de pinçá-las para
que integrassem o presente trabalho, pois, enfatizam os muitos aspectos do fator
pressa na Maçonaria dos dias atuais. Vejamos: “Por assim ser e, sob este ponto de
vista, a Instituição equivocadamente aparece em franco desenvolvimento, se
comparado o seu valor com o apressado (grifo meu) aumento das suas fileiras e o
aparecimento de novas Lojas – o quadro descritivo é verdadeiramente sombrio,
embora o paradigma maçônico ainda sobreviva. (...) Em primeira análise, o que está
faltando mesmo é o Maçom descobrir e conhecer profundamente o que é Maçonaria,
libertando-se de certas peias que prejudicam uma análise objetiva da realidade física,
a fim de que se possa chegar a um denominador comum e não a uma verdade
subjetiva. (...) A ritualística que disciplina o Obreiro, não raras vezes é sofrível e
tratada com desdém – cada um faz a sua maneira – e com uma pressa (grifo meu) de
causar inveja a redatores de jornais matutinos. A justificativa é dada em nome da
modernidade. A mudança de Grau é feita mais com base nos regulamentos do que no
verdadeiro ensinamento. Iniciações em quantidade e pressa (grifo meu)- talvez para
melhorar uma arrecadação monetária – em vez de se preocupar com o verdadeiro
sentido iniciático e solene do momento. (...) Então, como formar o Maçom na Loja
Simbólica, se muitas vezes a própria Maçonaria, no seu verdadeiro sentido nem
mesmo é compreendida e respeitada? (...) O aprimoramento do homem é feito dentro
da Loja com calma e determinação – a pressa é inimiga da perfeição, tanto quanto a
prudência á a mãe de todas as virtudes.”
Ocorre que o tempo de que um homem pode dispor torna-se exíguo em
função dos seus compromissos todos. E isso pesa sobre os seus ombros. É
necessário discutir as mudanças que podem caber em nossa Instituição, para
exatamente preservá-la da pressa avassaladora dos nossos tempos. A Maçonaria
deve ser mantida, porém mudanças às vezes são necessárias. A Maçonaria caminha
a passos bem mais lentos e não acompanhou ou não incorpora tecnologia, optando
por manter suas tradições e métodos mais conservadores, mas, é óbvio que os
princípios basilares devem ser mantidos. Será que não está na hora da Maçonaria
pensar no uso dessas novas metodologias (algumas, já nem são tão novas...) para
uma aproximação maior com a sociedade em geral, para informar sobre os seus
nobres propósitos, e dentro da Loja, para despertarmos mais entusiasmo em nossas
sessões, para receber os egressos de uma sociedade que não é mais aquela de
alguns tempos atrás, e para que sobre para nós todos, mais tempo Kayrós?
Fontes Bibliográficas:
Internet:
“As Duas Faces do Tempo” – Wellington Moreira – Disponível em:
http://www.caputconsultoria.com.br/index.php?pag=ver_artigos&id=227
“Pressa nos faz escravos do tempo e afeta o bem-estar” - Edilson Camargo – disponível em:
www.apj.inf.br/detalhe_noticia.php
“Maçonaria Operativa e Maçonaria Especulativa” – Irmão Ambrósio Peters – disponível em:
www.samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/apo715ma%E7...
Revistas:
FILOSOFIA - Ciência e Vida - N° 26 – “Trabalho, Ócio e Capitalismo” – Mário Antonio da
Silva- e n° 42 – “Trabalho Como Conceito Filosófico” – Kátia Santos – Escala Educacional
MENTE E CÉREBRO – n° 192 – Scientific American
“A TROLHA” n°223, 314 e 323
Livros:
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite - Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra
Gráfica e Editora Ltda. - 2008
GREGÓRIO, Fernando César. “Intuição & Maçonaria” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.
2004
O TEMPO – Obra Coletiva – ORDEM ROSACRUZ – AMORC - 2010
PUCCI, Francisco Cezar de Luca. “Pedra por Pedra” – Ed. Maçônica “A Trolha” Ltda. 2004
ROCHA, Reinaldo. “Cristianismo Com a Cara do Brasil” – Editora Betânia - 2002
ROTULAGEM
João Anatalino [jjnatal@gmail.com]
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
Como você consegue trabalhar com os rótulos? Ou por outra. Você se dá conta dos
rótulos que coloca nas coisas e nas pessoas? Como é que você trabalha com os
rótulos desagradáveis que os outros colocam em você?
Nunca lhe chamaram de gordo (a), baixinho (a), chato (a), babaca, trouxa, careca,
boiola etc.? E também há outros rótulos que significam coisas boas, que assumimos
com prazer, como gato (a), bonito (o), pedra noventa, educado (a), gente fina, amigão,
etc. E há os rótulos sociais, familiais, profissionais e gentílicos, dos quais não temos
como escapar, tais como padre, pastor, médico, advogado, pai, mãe, irmão, rotariano,
maçom, cristão, muçulmano, judeu, rico, pobre, negro, índio etc.
É impossível evitar a rotulagem de coisas e pessoas. Até porque ela é uma
conseqüência desse princípio de lógica descoberto por Aristóteles, chamado Princípio
da Identidade. Ele nos diz que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa; e se
não fosse assim, a nossa mente voltaria ao primitivo estado em que Deus a tirou para
colocar ordem no universo, ou seja, o caos inicial em que “tudo estava em tudo, o que
havia em baixo era igual ao que estava em cima e o que estava dentro era igual ao
5 - rotulagem
Ir João Anatalino
que estava fora”, como diziam os discípulos de Hermes. Pensando bem, esse princípio
não foi enunciado por Aristóteles,mas por Deus mesmo, no Eden, quando Ele mandou
Adão dar nome aos animais.
Ordo ab chaos. Para por ordem no caos; foi para isso que Deus nos deu a lógica. É
bom que assim seja, que as coisas sejam devidamente identificadas e recebam
rótulos. Até porque a rotulagem é uma ferramenta imprescindível para que nós
possamos efetuar a nossa programação neurolingüística. Mas devemos tomar muito
cuidado com ela e ter sempre consciência do que está “por dentro” dos rótulos. O que
significa rotular uma pessoa de negro, por exemplo, ou incompetente, por outra?
Significa que, no primeiro caso, estamos falando de uma pessoa que tem a pele
escura e no segundo que estamos nos referindo a alguém que não obteve o resultado
que esperávamos que ele conseguisse. Mas conforme a programação neurolingüística
que tivermos feito desse rótulo, estaremos associando a ele uma crença, um
julgamento e um sentimento. Sim, pois não há julgamento sem crença, nem
sentimento sem um julgamento anterior.
Originalmente, você, eu e todas as criaturas do mundo somos apenas pessoas que
fazemos coisas e obtemos resultados, bons ou ruins. Mas quando nos colam, ou nós
mesmos colamos em nós um rótulo, passamos a ser outra coisa, além de apenas
pessoas. Passamos a ostentar um qualificativo. Em termos psicológicos, também
colamos nos outros e em nós mesmos alguns rótulos que nos fazem bem ou mal.
Infeliz, idiota, mesquinho, ignorante, ridículo, fracassado, burro, são alguns rótulos que
identificam pessoas que fizeram alguma ação, que aos olhos de quem os rotula, assim
lhes pareceu ser. No caso associou-se o resultado de um ato à pessoa que o
cometeu, e eis a desgraça feita. A reciproca também é verdadeira. Se colamos em nós
um rótulo de felicidade, de elegância, de bem sucedido, educado, competente, etc,
existe uma grande probabilidade que venhamos a acreditar nisso e passarmos a agir
da forma como as pessoas (ou nós mesmos) nos vêem. Dê um bom nome ao seu cão,
diz o ditado popular.
Eis alguns rótulos que algumas empresas colocam em seus empregados e às vezes
os deixam malucos. Assessor da Diretoria; Diretor de Operações; Gerente Junior,
Operador Senior, Assessor Para Assuntos Internos, etc. Ora, o que realmente
significam esses rótulos? O sujeito pode encher o peito para dizer: Sou Consultor
Júnior do Chefe de Operações. E se você for uma pessoa educada dirá: ah! Que legal,
parabéns. Mas intimamente estará se perguntando: Que diabo significa isso?
Muitos rótulos afetam a verdadeira identidade da pessoa. Quando a coisa vai muito
longe, perguntar quem realmente está por trás do rótulo acaba sendo de somenos
importância. É mais fácil dizer “aquele careca”, “aquele baixinho gordinho”, do que
chamar o indivíduo pelo nome ou identificá-lo pelo que ele faz.
É comum a identidade de uma pessoa se perder atrás do rótulo que lhe é posto. Saber
o que realmente somos se torna muito importante dentro de um processo desses, pois
muitas vezes a saúde da nossa mente depende disso. E esse resgate de identidade
só pode ser feito quando conseguimos responder com alguma convicção á três
perguntas básicas: quem sou? Qual o propósito das minhas ações? Existe algum
significado no que faço e na pessoa que sou? Se você tiver conseguido responder a
essas perguntas com segurança, os rótulos que lhe colocaram, e os que você também
se colocou, se transformarão em úteis placas de orientação. Muitas vezes é preciso
fazer isso para começar a entender porque as coisas acontecem como acontecem. Na
vida maluca que criamos para nós mesmos é muito mais fácil se perder do que se
achar.
Milho na Maçonaria
ANO 07 - ARTIGO 47 - NÚMERO SEQUENCIAL 435 - 24 DE NOVEMBRO DE 2013
Sérgio Quirino Guimarães
Delegado Geral do Grão-Mestre –
G.’.L.’.M.’.M.’.G.’. 0 xx 31 8853-2969
quirino@roosevelt.org.br (assuntos maçônicos)
quirino@glmmg.org.br (assuntos ligado à Delegacia)
Ano 07 - artigo 47 - número sequencial 435
Sinto muito. Me perdoe. Sou grato. Te amo.
Quatro frases que transformam qualquer realidade negativa. Pratique!
Saudações, estimado Irmão!
Estou na Mesorregião Central Mineira, e trataremos do
MILHO NA MAÇONARIA
Neste fim de semana estive nas cidades de São Gotardo, Dores do Indaiá e Luz. Vendo
os bonitos milharais pela janela do carro, recordei uma passagem do livro “O Pequeno
Livro da Franco Maçonaria” de Sangeet Duchane.
O autor informa que durante a Construção do Templo de Jerusalém, cada classe de
trabalhadores era remunerada em locais distintos e de forma diferenciada. Os
Companheiros recebiam porções de milho, vinho e óleo.
Antes de passarmos para a explicação, peço ao Irmão que não perca o foco no
simbolismo desta passagem. Se existia ou não, lá, naquela época, o zea mays, abati,
auati, avati ou teosinto, não vem ao caso. Tratemos a situação como Maçons
Especulativos e não como Maçons Cientistas.
O vinho representa renovação e saúde, o óleo, a alegria e consagração e o milho
simboliza fartura e ressurreição. Pelo número de grãos é fácil compreender o simbolismo
da fartura e a ressurreição, não no sentido místico-religioso, mas na concepção literal da
palavra: Ressurreição, em latim: resurrectio, em grego: anastasis, significa literalmente
"levantar", “elevar-se”.
6 – milho na maçonaria
Sérgio Quirino Guimarães
Há uma palavra que é a transliteração de um vocábulo hebraico (‫,)שבולת‬ que pode ser
compreendido como milho (“espiga de grãos”) que foi usado como senha para identificar
aqueles em quem se poderia confiar, ou seja, quem seriam seus verdadeiros
companheiros.
A passagem esta no Livro dos Juízes, capítulo 12, versículos 4 a 6:
4 Depois ajuntou Jefté todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim, e os
homens de Gileade feriram a Efraim; porque este lhes dissera: Fugitivos sois de Efraim,
vós gileaditas que habitais entre Efraim e Manassés.
5 E tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e quando algum dos fugitivos
de Efraim dizia: Deixai-me passar; então os homens de Gileade lhe perguntavam: És tu
efraimita? E dizendo ele: Não;
6 então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete, porque não o podia
pronunciar bem. Então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão. Cairam de
Efraim naquele tempo quarenta e dois mil.
Mas creio que Albert G. Machey, no livro “O Simbolismo da Maçonaria” foi mais instrutivo:
“Espiga de milho como símbolo de plenitude. O que está de acordo com a derivação
hebraica da palavra, e com a sua utilização em todas as antigas nações. A palavra dagan
(que significa milho) deriva do verbo dagah (aumentar, multiplicar)”.
E é isto que devemos aprender com o milho. Que sejamos a semente que produzira
outras centenas de sementes. Que nosso progresso, a verdadeira elevação se de
pelo verdadeiro companheirismo. No compartilhar o pão e na compreensão da
importância dos relacionamentos.
SUGESTÃO PARA O QUARTO-DE-HORA-DE-ESTUDO
O Fazendeiro e o Milho
Ano após ano, um fazendeiro bem sucedido ganhava o troféu “Milho Gigante”, numa feira
de agricultura de seu município.
Ele chegava à feira com uma amostra do milho e saía vencedor com uma faixa azul
atravessada em seu peito.
O milho produzido por aquele fazendeiro ficava melhor a cada ano.
Mais um ano, mais um troféu.
O fazendeiro ganhou novamente a faixa e, ao subir no palanque para recebê-la, um
repórter quis saber como ele cultivava o seu qualificado e valioso produto.
O fazendeiro, então, respondeu:
- Eu compartilho a semente do milho gigante com os meus vizinhos.
O repórter continuou sem entender e perguntou mais:
- Mas como o senhor pode compartilhar a sua melhor semente com seus vizinhos,
sabendo que eles vão competir com o senhor aqui na feira, a cada ano?
O fazendeiro ficou em silêncio por alguns minutos e, então, respondeu:
- Você não sabe? O vento carrega o pólen do milho maduro de um campo para o outro.
Se meus vizinhos cultivarem um milho inferior, a polinização vai piorar continuamente a
qualidade da minha plantação. Se eu quiser cultivar um milho bom, eu tenho que ajudar
os meus vizinhos a também cultivarem um bom milho
LIÇÃO DE VIDA:
Na prática de nossa vida, também é assim.
Aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz.
Aqueles que querem viver bem precisam ajudar os outros a também viverem bem.
E, aqueles que querem ser felizes, devem ajudar aos outros a encontrar a felicidade, pois
o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de todos.
Irradie energia para as pessoas. Colabore para que o local, em que você vive, seja um
ambiente agradável, compartilhando o seu bom humor e as boas coisas com os demais.
AGRADECIMENTOS: Muito obrigado aos Irmãos da ARLS Deus, Caminho da
Sabedoria 195, do oriente de São Gotardo, da ARLS Luz, Amor e Vida 044 do oriente
de Dores do Indaiá e da ARLS Luz Fraternal do oriente de Luz. Fiquei encantado
pelo carinho e organização dos trabalhos executados pelas Oficinas. Não é a toa
que as bandeiras dos municípios retratam a força dos frutos da terra, assim
também é nestas Lojas, semeiam com confiança e tratam com afinco, o resultado é
uma colheita farta e de qualidade
TFA
Quirino
Lojas Aniversariantes da GLSC
Data Nome Oriente
02/12 Fraternidade e Justiça Blumenau
02/12 Lauro Mullher São José
06/12 Fraternidade Criciumense Criciúma
07/12 Voluntas Florianópolis
09/12 Igualdade Criciumense Criciumense
11/12 Xaver Arp Joinville
13/12 Padre Roma II São José
14/12 Montes de Sião Chapecó
Lojas Aniversariantes do GOSC
Data Nome Oriente
25/11/1977 Fraternidade Catarinense Florianópolis
01/12/2004 Lysis Brandão da Rocha Florianópolis
01/12/2009 Poço Grande do Rio Tubarão Tubarão
11/12/1993 Phoenix Jaraguá do Sul
13/12/1983 Nova Aurora Criciúma
18/12/1991 Obreiros da Paz Fraiburgo
20/12/2003 Luz Templária Curitibanos
22/12/1992 Ademar Nunes Florianópolis
21/12/1999 Silvio Ávila Içara
7 - destaques jb
Resenha Geral
Lojas Aniversariantes do GOB/SC
Data Nome Oriente
24.11.92 Nereu de O. Ramos – 2744 Florianópolis
25.11.04 Luz e Frat Rionegrinhense -3643 Rio Negrinho
25.l1.06 Obreiros da Terra Firme – 3827 Florianópolis
29.11.11 Ciência e Misticismo – 4177 São José
01.12.04 LUZ DE SÃO MIGUEL - 3639 São Miguel do Oeste
02.12.06 COLUNAS DE ANTÔNIO CARLOS - 3824 Florianópolis
04.12.08 SEARA DE LUZ - 3961 Chapecó
05.12.85 25 DE AGOSTO - 2383 Chapecó
08.12.10 ESTRELA DO ORIENTE - 4099 Tubarão
11.12.96 JUSTIÇA E PAZ - 3009 Joinville
11.12.97 UNIÃO ADONHIRAMITA -3129 São Pedro de Alcântara
11.12.01 PAZ DO HERMON - 3416 Joinville
12.12.96 FÊNIX DO SUL - 3041 Florianópolis
13.12.52 CAMPOS LOBO - 1310 Florianópolis
13.13.11 LUZ DO ORIENTE - 4173 Morro da Fumaça
16.12.96 A LUZ VEM DO ORIENTE - 3014 Castelo Branco
16.12.03 PHILANTROPIA E LIBERDADE - 3557 Brusque
17.12.96 LUZ DO OCIDENTE - 3015 Chapecó
17.12.96 PERSEVERANÇA - 3005 Florianópolis
20.12.77 XV DE NOVEMBRO - 1998 Caçador
28.12.96 LIVRE PENSAR - 3153 Piçarras
28.12.96 LUZ DE NAVEGANTES - 3033 (30/06/2010) Navegantes
LOJAS SIMBÓLICAS – SANTA CATARINA
CALENDÁRIO DE ordens do dia – EVENTOS – CONVITES
Data Hora Loja Endereço Evento – Ordem do Dia
25.11.13 20h00 Loja Pedreiros da Liberdade nr. 75 -
GLSC
Condomínio
Itacorubí
Palestra com o Dr. Ivan Moritz
sobre “A saúde do homem
maduro”
26.11.13 Luz Esotérica 3050, União e Trabalho
do Iguaçu 2243, e União e Trabalho
do Iguaçu – GOB/SC
Porto União Pompas Fúnebres em
homenagem ao Ir Hilário
Schmidt.
26.11.13 20h00 Loja Alvorada da Sabedoria, 4185
GOB/SC
Florianópolis
(Albergue Noturno)
“Ilha de Santa Catarina,
Primeiros Tempos” – Palestra
do Ir Eleutério Nicolau da
Conceição – Membro da
Academia Catarinense
Maçônica de Letras e MI da
Loja Alferes Tiradentes
29.11.13 20h00 Loja Verde Vale, 3838 –
GOB/SC
Condomínio
Humanitas
Blumenau
~
Sessão Pública Comemorativa
ao 7º. Aniversário.
Palestrantes: Roberto Rafaeli
da Cruz e Carlos Alberto
Luvizotto
30.11.13 18h30 Fraternidade Acadêmica Ciência e
Artes 3685 GOB/SC
Rua Francisco
Vegini, 234– Jaraguá
do Sul-SC.
Pompas Fúnebres:
Homenagem ao Ir:.Mickael
Egert
02.12.13 20h00 Loja Solidariedade, 28 – GLSC Condomínio Monte
Verde
Sessão Magna de Exaltação
03.12.13 20h00 Loja Pitágoras, 15 – GLSC Condomínio Monte
Verde
Sessão Magna de Exaltação
09.12.13
20h00 Loja Solidariedade, 28 – GLSC Condomínio Monte
Verde
Sessão Magna de Elevação
14.12.13 20h00 Grande Loja de Santa Catarina Campeche GLSC Jantar de final de ano
19.12.13 20h00 Loja Templários da Nova Era, 91 –
GLSC
Canasvieiras –
Florianópolis
Sessão Solsticial no Templo
20.12.13 20h00 Loja Templários da Nova Era, 91
GLSC
Condomínio Monte
Verde
Jantar Ritualístico Solsticial
Altos Graus
Do Irmão Édio Coan (GLSC):
Caros IIr:.do Kadosch e Consistório. Neste sábado, 23/11/2013, houve a Iniciação no
Grau 19. Parabenizamos os Iir:. Iniciados:
Arabutan Rabelo Ávila (L94)
Floriano José Martins (L15)
Gerson Luiz Santos Soares (L106)
Gilberto da Rocha Linhares (L31)
José Carlos Bail (L31)
José Jorge Kloppel (51)
José Miguel dos Santos (L43)
Júlio César Fleury (L15)
Pedro Jonas Martins (L97)
Ruy Antônio Angonese (L106)
Roberto Luís de F. dos Santos Jr. (L106)
Rud Nelson Ferreira (L43)
Vagner Wollinger Conceição (L64)
Desejo sucesso e muita disposição nos Graus que estão por vir.
Fraterno Abraço. Édio Coan - Sap:. Mestre
1 – romântico-mais visto no mundo
http://www.youtube.com/watch?v=a-rdR3qRv48
2 – Antes de separar o casamento assista esse vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=QtV3FXadAGM
3 – Lição de vida _ Impossivel não chorar
http://www.youtube.com/watch?v=8m-Ldge_fuc
4 - A Conselheira Amorosa (filme dublado)
http://www.youtube.com/watch?v=2aEiAYM7rZI
Capela Rosslyn que se encontrava em obras de restauração quando da visita
do JB News em 25 de novembro de 2011, exatamente há dois anos.
fechando a cortina

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Jb news informativo nr. 1180

  • 1. JB NEWSRede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal www.radiosintonia33 – jbnews@floripa.com.br Informativo Nr. 1.180 Filiado à ABIM sob nr. 007/JV Loja Templários da Nova Era nr. 91 Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC Florianópolis (SC) – segunda-feira, 25 de novembro de 2013 Índice: Bloco 1 -Almanaque Bloco 2 -Opinião: Mario Gentil Costa – “O Xará “ Bloco 3 - Ir Kennyo Ismail – O Ângulo do Compasso na Maçonaria Bloco 4 -Ir José Ronaldo Viega Alves – O Trabalho Maçônico e o Trabalho profano sob a influência dos mitos de Cronos e Kayrós. Bloco 5 –Ir João Anatalino – Roupagem Bloco 6 – Ir Sérgio QCuirino Guimarães - Milho na Maçonaria Bloco 7 - Destaques JB - Pesquisas e artigos desta edição: Arquivo próprio - Internet - Colaboradores – Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br Os artigos constantes desta edição não refletem necessariamente a opinião deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores. Hoje, 25 de novembro de 2013, 329º dia do calendário gregoriano. Faltam36 para acabar o ano. Dia de Santa Catarina, padroeira ndo Estado; do Doador de Sangue; Dia da Madrinha; Dia da Baiana de Acarajé Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos
  • 2.  1120 - Naufrágio do White Ship, onde morre Guilherme Adelin, herdeiro de Henrique I de Inglaterra.  1185 - Eleito o Papa Urbano III, sucedendo o Papa Lúcio III.  1277 - Eleito o Papa Nicolau III, sucedendo o Papa João XXI  1435 - Ratificação por D. Duarte dos Tratados entre D. João I e os monarcas ingleses, Ricardo II, Henrique IV e Henrique V.  1615 - Filipe IV de Espanha casa-se com Isabel de Bourbon.  1845 - Nasce, em Póvoa de Varzim, o escritor Eça de Queirós.  1861 - Assinado um tratado de Amizade entre Portugal e a China, negociado por Isidoro Guimarães em Pequim. Inaugurada a Exposição Industrial do Porto, no Palácio da Bolsa.  1865 - A vila de São paulo do Muriahé, hoje apenas Muriaé, é elevada à categoria de cidade  1875 - O Reino Unido adquire o controlo do Canal do Suez, através da compra de 176.602 acções ao Egipto.  1889 - O governo britânico entrega uma nota ao governo português protestando pela decisão de Portugal de considerar os territórios entre Angola e Moçambique como dependentes da soberania portuguesa.  1897 - A Espanha concede autonomia política e administrativa a Porto Rico.  1900 - 39ª eleições gerais portuguesas, com nova vitória do partido no governo. As listas monárquicas vencem em Lisboa e no Porto, não sendo eleitos deputados republicanos, mesmo que a sua votação tenha aumentado.  1911 - D. Manuel Vieira de Matos, bispo da Guarda é entregue ao poder judicial, acusado de desrespeitar a Lei da Separação do Estado da Igreja.  1914 - Redução dos custos de armazenagem dos géneros alimentícios no porto de Lisboa.  1914 - Parte para o Brasil, Duarte Leite, o primeiro embaixador formal da República no Rio de Janeiro.  1917 - Primeira Guerra Mundial: Batalha de Cambrai - A maior parte dos avanços efectuados pela força blindada britânica são perdidos devido aos contra-ataques alemães.  1925 - Ezra Taft Benson, do Conselho dos Doze Apóstolos (mórmons), é nomeado Secretário de Estado (Ministro) da Agricultura de Dwight D. Eisenhower, Presidente dos Estados Unidos.  1925 - Em Portugal é extinto o Ministério do Trabalho.  1933 - Na Alemanha, manifestação de protesto do movimento de resistência contra a política nazista em matéria eclesiástica.  1936 - Assinatura do Pacto Anti-Komintern pela Alemanha e o Japão, acordo que tinha como objectivo a oposição ao desenvolvimento do comunismo. 1 - almanaque Eventos Históricos Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas.
  • 3.  1939 - Segunda Guerra Mundial: Embarcações alemãs libertam minas ao largo da costa sudoeste da Suécia, dentro do limite das suas águas territoriais. Os governos italiano, sueco, japonês e dinamarquês protestam junto do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico a propósito da política de represálias decidida na sequência da libertação de minas alemãs nas costas britânicas.  1940 - Segunda Guerra Mundial: O navio Patria explode e afunda-se no porto de Haifa, Palestina, na sequência de uma sabotagem efectuada por vários membros da organização sionista Irgun Zvai Leumi para impedir que seja utilizado pelos Britânicos para deportar judeus palestinianos.  1940 -Segunda Guerra Mundial: Voo inaugural em Hatfield do protótipo do avião De Havilland Mosquito.  1941 - Segunda Guerra Mundial: A Croácia adere ao Pacto Anti-Komintern. A Dinamarca é forçada a assiná-lo.  1942 - Segunda Guerra Mundial: Frente dos Balcãs. Sabotagem do viaduto de Gorgopotamos, sobre a linha de caminho de ferro que liga Atenas a Salónica, por onde passa uma grande parte dos abastecimentos destinados a Rommel, por resistentes gregos de dois movimentos de oposição às ordens de agentes britânicos do S.O.E..  1943 - Segunda Guerra Mundial: Aprovação pelo comando supremo aliado do plano da Operação Shingle que prevê um desembarque no sector de Anzio, de detrás das linhas alemãs.  1943 - Segunda Guerra Mundial: Frente do Pacífico. 5 contratorpedeiros norte- americanos interceptam no mar das Ilhas Salomão, perto do cabo Saint-Georges (Nova- Bretanha), um esquadrão japonês de 5 contratorpedeiros que transportam soldados e material para a ilha de Buka. Três contratorpedeiros japoneses são afundados.  1944 - Segunda Guerra Mundial: Um míssil V-2 atinge o armazém comercial de Woolworth na zona leste de Londres, fazendo 160 vítimas.  1944 - Segunda Guerra Mundial: Frente do Pacífico. Filipinas. Os Task Groups 38.2 e 38.3 comandados pelos contra-almirantes Bogan e Sherman atacam os aeródromos ao centro de Luçon bem como a frota japonesa em redor da ilha. Os cruzadores Kumano e Yasoshima são afundados. Os Japoneses enviam toda a sua restante força aérea contra os norte-americanos, os aviões kamikazes danificam os porta-aviões USS Intrepid, USS Essex e USS Hancock, bem como porta-aviões ligeiro USS Cabot, enquanto o USS Independence é danificado devido à explosão de um aparelho norte-americano aquando da aterragem.  1961 - O Papa João XXIII cria a Prelazia de Abaeté do Tocantins, no Pará.  1964 - Guerra Colonial: O Comité de Libertação da OUA reconhece o MPLA como único representante do povo angolano.  1966 - Aprovação do actual Código Civil Português.  1974 - Assinatura, em Argel, entre Portugal e o MLSTP, de um acordo para a independência de São Tomé e Príncipe.  1975 - Independência do Suriname.  1975 - Em Portugal, um golpe militar põe fim ao PREC.  1999 - Criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Brasil.  2007 - Desabamento da arquibancada do Estádio Octávio Mangabeira, em Salvador, na Bahia.
  • 4.  Dia do Doador Voluntário de Sangue no Brasil.  Martírio de Santa Catarina (retirado do calendário oficial do Vaticano em 1969 mas ainda celebrado).  Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.  Emancipação do município de Guapimirim.  Feriado municipal de Santa Catarina, Cabo Verde.  Dia da Baiana de acarajé.  Dia da Madrinha (Fontes: “O Livro dos Dias” do Ir João Guilherme - 17ª edição e arquivo pessoal) 1778 Iniciado o Grande Convento das Galias liderado por Jean-Baotiste Willermoz que rompe a idéia de filiação Templária. 1937 O general Newton Cavalcanti aconselha Getúlio Vargas, na implantação do Estado Novo, a fechar as Lojas Maçônicas. Muitas adormecem só retornando anos depois. 1950 A Loja Maçônica Lealdade 2ª Anápolis - GO, foi agraciada com comenda e título tal como :Benemérita da Ordem, concedida pela Grande Oriente do Brasil 1970 A Assembléia da Grande Loja da Guanabara suspende o Grão-Mestre Wilson do Vale Fernandes, por muitos desmandos e irregularidades 1977 Fundada a Loja “Fraternidade Catarinense” Nr. 9 (GOSC) ao Oriente de Florianópolis 1991 A Loja Maçônica Filhos de Salomão nr. 013, é Federada ao Grande Oriente do Brasil e Jurisdicionada ao Grande Oriente do Distrito Federal - GODF . Rádio Sintonia 33 e JB News. Música, Cultura e Informação 24 horas/dia, o ano inteiro. Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal. Acesse www.radiosintonia33.com.br feriados e eventos cíclicos fatos maçônicos do dia
  • 5. Mario Gentil Costa - Florianópolis. Contato: magenco@terra.com.br http://magenco.blog.uol.com.br “ O Xará ” Seu nome era João. E era também sua sina, sua cruz. Um problema intransponível de que não tinha como escapar. Via-se cercado de Joões por todos os lados. Não sabia mais o que fazer. - Como vais, Xará? - Bem, obrigado. - Gostaste da caninha? - Que caninha? - Aquela que te mandei. - Não sei de caninha alguma... - já respondia contrariado. - Mas meu empregado disse que entregou... - Onde? Quando? - Na barbearia..., mês passado, como tínhamos combinado... - Tô esperando até hoje... - Mas o barbeiro disse que te entregou... - Pra mim, não. - Tô te dizendo! - Ah, não enche o saco. Tá cheio de João por aí. Decerto ele entregou pra outro... E assim o nosso João ia sendo confundido com seus homônimos. Se, pelo menos, seu sobrenome fosse Junqueiro Guerra, tudo bem; João Junqueiro Guerra não deveriam existir dois numa mesma cidade; seria coincidência demais. Mas o problema adquiria contornos insolúveis no sobrenome: da Silva. O catálogo telefônico da modesta urbe onde ele morava, como é óbvio, não era dos mais volumosos e, no entanto, trazia, a cada ano, uma pilha crescente de Joões da Silva com mínimas variações nos sobrenomes maternos, via de regra reduzidos à primeira letra - S. (de Souza, Santos, Silveira), P. (de Pereira, Pinto e Pires), O. (de Oliveira), B. (de Batista e outros que tais), C. (de Carlos, Cândido), F. (de Francisco) e, finalmente, J. (de José). Só de “Silvas” continha 15 colunas; quatro páginas incompletas, para não exagerar. E o que era triste: - nosso João, para cúmulo do azar, não tinha sido registrado com o nome ilustre da família de sua progenitora, que era Bernhardt, de origem franco-alemã. Em contrapartida, vingara-se nos filhos, um casal. Dera ao menino o nome de Bernardo e, à menina, de Bernarda. Só não pudera evitar os apelidos que a gurizada, adepta inconsciente da simplicidade e da síntese, logo lhes sapecara: um virara Nado, e outra, por questão de semelhança e bom-senso, Nada..., freqüentemente reduzidos, ambos, ao carinhoso diminutivo de Nadinho e Nadinha... 2 - Opinião - “ O Xará “ Mario Gentil Costa
  • 6. João Bernhardt da Silva era, portanto e por extenso, a denominação distintiva a que faria jus se tivesse sido registrado corretamente com o sobrenome da mãe. A propósito, lembrava-se vagamente de ouvi-la contar que, entre os ancestrais da família Bernhardt, houvera, outrora, uma riquíssima atriz de teatro chamada Sara, mulher famosa e bela, espécie de diva dos palcos internacionais. Segundo o relato, Sara, em sua única temporada no Rio de Janeiro a convite do Imperador, viera acompanhada de um primo, que, perdidamente apaixonado por uma mulata carioca, decidira ficar no Brasil, originando-se, desse amor inusitado, uma prole cujo derradeiro descendente seria sua mãe. Essa era a versão que chegara, meio mal contada, até João da Silva... “Isso é coisa do passado” - dizia ele com fingida displicência quando perguntado, não conseguindo, todavia, ocultar um indisfarçado orgulho de suas raízes. De fato, no íntimo, não acreditava muito na veracidade da história materna; “um passado incerto, provavelmente sonhado por meus obscuros e expatriados ancestrais...” Era esta a desconfiança que o dominava, e que, infelizmente, não sabia expressar com palavras tão incomuns. Mas o pensamento, conquanto nebuloso, lhe ocorria na essência. E, de qualquer modo, não valia a pena dizê-lo em voz alta. Que ficasse a dúvida no espírito do interlocutor; isso já bastava para massagear seu humilde e calejado ego de João... Seu pai, que era José da Silva, bem que tentara transferir-lhe o título materno, mas, pouco lido e letrado, no balcão do cartório, no dia do registro, não fora capaz de soletrá-lo diante do escrivão, que, menos versado ainda, tratara de simplificar a coisa: - Olha, qué um conselho, seu José? Vamo deixá isso de fora; é muito complicado. Pra que arranjá confusão pr’a pobre da criança? - Tá certo. Despôs..., isso aqui é Brasil. De mais a mais, s’eu nem sei como se prenonceia..., pra que arranjá sarna pr’o menino se coçá. Vamo deixá assim mesmo: João da Silva tá bom; todo mundo entende... E João da Silva ficou sem o Bernhardt, que, de um jeito ou de outro, na lista telefônica, seria reduzido a um mero B. e, afinal de contas, não teria mudado muito a confusão, pois só de João B. da Silva, na cidadezinha havia 12 enfileirados, de acordo com o regulamento, numa suposta e estranha ordem alfabética de difícil explicação: Silva, João B. da Silva, João B. da Silva, João B. da Silva, João B. da Silva, João B. da .......................... Não foram poucas as vezes em que se viu envolvido em dificuldades por causa do nome. Até com a polícia tivera de se haver certa feita, -”que não gostava de lembrar” -, quando foi confundido com outro João da Silva, procurado por um crime bárbaro que abalara a opinião pública e agitara a mesmice da pachorrenta comarca. Na ocasião, desfeita a dúvida após uma dolorosa via-crúcis de testemunhas, álibis, depoimentos e prisão preventiva que lhe renderam enorme aflição e uma úlcera no duodeno, procurou um advogado com o objetivo de conseguir suprimir o “da Silva” e substituí-lo por “Bernhardt.” “Aí, sim, nunca mais teria preocupações”... - foi o que pensou. Mas a resposta veio rápida e terminante: - Não é possível, seu João. No máximo se poderia acrescentar o Bernhardt, mas no meio. Não se pode remover o nome paterno... Além disso, o senhor nem imagina a trabalheira de mudar toda a sua documentação... - Quer saber de uma coisa, doutor? “Não se pode” porque eu sou pobre... - foi o “despacho despachado” com que João, já aborrecido, encerrou o assunto.
  • 7. O advogado tratou de calar-se; sabia que, no fundo, aquela era uma verdade indiscutível. Entretanto, sem perspectiva de uma compensação financeira adequada, sufocou a consciência e não se animou a enfrentar um processo tão complicado. E a última palavra, como sempre, ficou para o João, que, diante do silêncio embaraçado do causídico, declarou em plena barbearia, alto-e-bom-som, para que todos ouvissem: - Não tem importância, doutor. Quando eu ganhar na loteria, resolvo essa parada num instante... E, de barba feita, virou-lhe as costas e saiu, assobiando uma modinha popular que estava em voga na estação de rádio. Entrou na loja ao lado, que era um misto de engraxataria, cigarraria e casa lotérica, mas, como não tinha motivos para acreditar na sorte e estava quase sem dinheiro, limitou-se a comprar cigarros e lustrar suas surradas botinas. O tempo passou, e ele se esqueceu do assunto. Um dia, o nosso pobre João da Silva, que, apesar da humildade hereditária, era um cidadão honesto e cumpridor dos seus deveres, foi chamado a um dos dois bancos da cidade, onde mantinha uma modesta conta. E o gerente, que não queria perder fregueses, - já não muito numerosos na redondeza -, declarou, escolhendo as palavras: - Pois é, meu caro. Estamos com este pequeno problema: seu cheque ultrapassa o saldo. Vai depositar a diferença ou quer fazer um papagaio? E estendeu-lhe o papel. João, assustado, respondeu, antes de lê-lo: - Este cheque não foi assinado por mim, doutor. - Como não é? Tem sua assinatura... - Deixe ver. Tá parecida, mas não é minha... - respondeu ele, depois de olhar demoradamente. - Não é? Mas a numeração do talão confere... - Decerto me roubaram... - E como não deu pela falta? - Ah, eu quase não uso isso. Pago tudo com dinheiro... O gerente, contrafeito e já antevendo dificuldades, retrucou com cautela, pois conhecia seu pavio curto: - Seu João, não me leve a mal, mas o senhor poderia assinar seu nome aqui neste rascunho? Só para a gente comparar? Afinal, se o talão é seu... João, a contragosto, tomou a caneta esferográfica que lhe era oferecida e assinou, devagar e cuidadosamente, para não cometer erros: João da Silva. O leitor, acostumado a assinar seus cheques com a rapidez e a desenvoltura automáticas de pessoa instruída que é, há de convir em que é bem mais fácil imitar a assinatura de um semi-analfabeto, - que, a rigor, não passa de um garrancho escrito com lentidão e incerteza -, do que sua bela e floreada firma, da qual tanto se orgulha. E um clima de dúvida, cruel e impiedosa, cristalizou-se no ar. Mas João, que, apesar de tudo, zelava por seu nome corriqueiro, logo solucionou a questão e, olhos fitos no gerente, declarou orgulhosamente: - Tô vendo que não acredita em mim, doutor. E já que é assim, vou pagar. Se o cheque era meu... - Sinto muito, mas o senhor compreende. Sou apenas um gerente... - Eu sei que a responsabilidade é minha - repetiu com a maior dignidade, emendando com indisfarçada resignação, sem deixar, todavia, de imprimir à voz uma velada inflexão crítica: - O banco é que não pode perder... Nunca! - Isso é praxe, seu João. Não sei o que dizer... - Então não diga nada. Só queria lhe pedir um favor... - Pois não! Estou às suas ordens... - Encerre minha conta. - Mas seu João, por favor... Não era isso que eu pretendia. Parece que não me entendeu...
  • 8. - Não, eu entendi perfeitamente. - Eu apenas... - Eu compreendo, doutor. Mas prefiro assim. O gerente, sem escolha, calou-se, e ele saiu de cabeça erguida. Ao chegar à rua, enfiou inconscientemente a mão no bolso à procura de cigarros. Não sobrava um. E estava louco para fumar. Entrou na cigarraria. Comprou um maço. Deu uma profunda tragada. Já ia saindo, quando, de repente, através do vidro, viu um colorido bilhete da Loteria Federal, cujo número, no jogo do bicho, corresponderia ao do burro. Não conseguiu desgrudar os olhos do mesmo. E, num impulso imperioso, comprou-o inteiro com o último dinheiro que lhe restava. No dia seguinte, estava rico. A notícia espalhou-se como um rastilho de pólvora. João da Silva, como num passe de mágica, era a figura mais ilustre, o potentado da cidade. Alugou o salão do clube e ofereceu uma festa a que compareceram, obsequiosos, o vigário, que estava na campanha do tijolinho para elevar, ainda mais alta, a torre da matriz; o neutro e isento delegado, que, “cumprindo seu dever...”, prendera-o sem provas por suspeita de assassinato; o advogado que não quisera defendê-lo nem ajudá-lo a trocar de nome; o João da caninha, trazendo-lhe, de presente, um genuíno conhaque francês V.S.O.P.; os dois ansiosos gerentes de banco; o ilustre presidente do partido da situação oferecendo-lhe uma candidatura nas próximas eleições; o prestativo e filantrópico representante da LBV; o virtuoso e desapegado pastor da Igreja Universal do Reino de Deus; Sua Excelência, o prefeito, que, em vibrante discurso, lhe acenou com o título de cidadão benemérito e o nomeou seu assessor especial; e um sem número de “novos e espontâneos amigos”... E tudo mudou rapidamente. Inclusive seu nome, que, graças ao empenho “desinteressado” de outro advogado, recém-chegado à comarca, era agora irreconhecível. Até a nova lista telefônica, “já no prelo, mas, felizmente, ainda em tempo hábil...”, segundo declararam seus responsáveis, foi compreensiva e imediatamente alterada e agora anunciava, em negrito maiúsculo: BERNHARDT, JOÃO DA SILVA (Por extenso e contrariando a praxe, em homenagem póstuma a seu pai, cuja intenção, afinal, fora ingênua e pura). Toda sua imensa fortuna foi parar no banco concorrente. É supérfluo dizer que o gerente do primeiro, que lhe cobrara o cheque indevido, foi substituído e sumiu; e que o antigo advogado deixou a cidade com destino ignorado... Quanto ao João, sabe-se que “tá nas Oropa..., numa tal de Paris”..., aonde foi escarafunchar seu propalado parentesco com Sara Bernhardt. E, a se confirmarem as notícias divulgadas com exclusividade no matutino local, era tudo verdade... De acordo com um sensacional furo de reportagem, estaria em jogo, além de uma vultosa e inesperada herança - pois a artista tivera apenas um filho que morrera em seguida sem deixar descendentes - um verdadeiro título de nobreza, um baronato com palacete, brasão e tudo, de modo que é mais que provável que novas mudanças - de simples Bernhardt para von Bernhardt - tenham que ser introduzidas nos registros do cartório, na documentação correspondente e na lista telefônica seguinte..., que, das páginas B, transferiria “prazerosamente” nosso João para as páginas V, figurando, então, também em negrito, dessa vez em letras góticas: VON BERNHARDT, JOÃO DA SILVA. Segundo declarações antecipadas do prefeito em entrevista dada à estação de rádio local, a legitimar-se tão auspiciosa perspectiva, “nada disso constituirá problema...” Repetindo as franciscanas palavras do mandatário, ouvidas por toda a população no sistema de alto-falante da praça da matriz, “é dando que se recebe, e a comunidade está sempre aberta ao diálogo...” Mario Gentil Costa - MaGenCo (2013)
  • 9. O ÂNGULO DO COMPASSO NA MAÇONARIA Ir Kennyo Ismail Um leitor enviou um interessante questionamento: “Qual o ângulo em que deve ser aberto o Compasso e por quê?” Antes de tratar do tema especificamente, devemos nos lembrar que os símbolos não são fórmulas fixas, variando de formas e significados conforme o tempo e as culturas e, no caso maçônico, também conforme os “achismos” dos ritualistas e autores. Por esse motivo, pode-se encontrar significados e explicações diferentes para um determinado símbolo maçônico conforme variações de país, obediência, rito, época, etc. No caso do ângulo de abertura do Compasso, você encontrará por aí várias opções, cada uma com sua respectiva teoria e seus defensores: - O compasso aberto em 45° nos três graus simbólicos; - O compasso aberto em 60° nos três graus simbólicos; - O compasso aberto em 72° nos três graus simbólicos. - O compasso aberto em 30° no Ap, em 45° no Comp, e em 60° no Mestre; - O compasso aberto em 30° no Ap, em 60° no Comp, e em 90° no Mestre; Veja que os ângulos variam entre 30° e 90°. Será que há algum motivo oculto para isso? Nenhum, além do fato que em menos de 30° ou mais de 90° o desenho do Compasso com o Esquadro fica um tanto quanto desarmônico! Você poderá encontrar vários diferentes significados para o(s) ângulo(s) do Compasso. Segue os mais comuns: - Teoria dos “30°, 45°, 60°”: representa o alcance do conhecimento humano. O Maçom aumenta seu intelecto conforme o grau, mas nunca ultrapassa 1/6 (60° em 360°), que seria o “limite humano”. – Em resumo, chamam o Aprendiz de retardado mental; - Teoria dos “30°, 60°, 90°”: representa a relação do espírito com a matéria, em que o Aprendiz começa com o Compasso mais fechado, mostrando que a matéria está prevalecendo, e o Compasso vai se abrindo a cada grau, mas chegando ao máximo no ângulo da matéria (esquadro), de 90°. – Será que se abrir mais do que 90°, o maçom morre?!?; - Teoria dos “72°”: representa o ângulo interno das pontas do Pentagrama, símbolo presente na Estrela Flamígera e desvendado por Pitágoras. - Mas o Esquadro e o Compasso não têm juntos 06 pontas?. Das teorias do Compasso com ângulo fixo nos três graus, a teoria de 60° é a mais forte, presente na maioria dos rituais e gravuras atuais. Essa teoria se reforça nas seguintes questões: 3 – o ângulo do compasso na maçonaria" Ir Kennyo Ismail
  • 10. - É comum relacionar o símbolo do Esquadro e Compasso com o do Hexagrama (estrela de seis pontas), ou melhor, a Estrela de Davi, que é um símbolo muitas vezes relacionado ao GADU e ao Templo de Salomão. As 06 pontas do exagrama possuem o ângulo interno de 60°. - O triângulo perfeito, que seria o símbolo maior da Maçonaria, com 3 lados iguais, é composto por 3 ângulos internos de 60°. - Considerando o Esquadro como símbolo da retidão e o Compasso como símbolo da perfeição, o Esquadro forma o triângulo-retângulo, 90° (retidão), e o Compasso em 60° forma o triângulo- perfeito (perfeição). Porém, apesar de mais coerente e comum, a teoria do ângulo de 60° não é a correta. Aliás, nenhuma pode ser considerada como a verdadeira, a original. Infelizmente, vê-se na Maçonaria uma tendência em adicionar à nossa simbologia significados extras, ocultos, inexistentes. O Compasso é apenas mais um típico exemplo disso. Uma breve análise de gravuras maçônicas de Esquadro e Compasso do século XVIII e XIX, quando do nascimento das primeiras Obediências e Ritos, é o bastante para comprovar que não havia uma conformidade no ângulo de abertura do Compasso. O símbolo era sempre composto de um Compasso aberto e um Esquadro, mas pouco importando o ângulo do compasso que, conforme as gravuras, era sempre inexato: 32°, 44°, 56°, 64°, etc. Enfim, essa preocupação “numerológica” é coisa bem mais recente, apenas outro “enxerto” em nossos rituais. A FORMA DA LOJA Os rituais antigos registram que a forma da Loja é a de um “quadrado oblongo”. Talvez você esteja pensando: “Como é possível um quadrado ser oblongo? Aí não seria quadrado, e sim retângulo! Esse termo está errado!” Se você pensou algo parecido, saiba que muitos ritualistas ao longo dos últimos séculos pensaram como você. Esses ritualistas também acharam o termo de certa forma contraditório e foram substituindo-o ao longo do tempo. Hoje, vê-se “quadrilongo” e até a aberração “retângulo alongado”! Ora, se é retângulo, então já é alongado, não é mesmo? A verdade é que o quadrado oblongo, o quadrilongo e o retângulo são apenas nomes diferentes para a mesma figura geométrica. Nenhum deles está errado, nem mesmo o “quadrado oblongo”, o mais antigo deles. Entenda o porquê: Procure na bíblia a palavra “retângulo”. Aliás, não procure porque você não encontrará. Isso não significa que não há objetos e construções retangulares descritos na bíblia. Simplesmente, o termo não existia.
  • 11. Para que se entenda melhor a questão, deve-se compreender o verdadeiro significado da palavra “quadrado”. Quadrado vem do “quadratus”, que é o particípio passado do verbo em latim “quadrare”, que significa “esquadrar”. Assim sendo, quadrado, no sentido original, era toda forma geométrica de quatro lados formada por ângulos retos. Quando os quatro lados eram do mesmo tamanho, o quadrado era “quadrado perfeito”, e quando dois lados paralelos eram maiores que os outros dois, era “quadrado oblongo”. A palavra retângulo veio surgir muito tempo depois. Mas quais as medidas corretas? “Sem simetria e proporção não pode haver princípios na concepção de qualquer templo.” Vitrúvio O quadrado oblongo, como todo retângulo, pode ter qualquer tamanho, desde que dois lados paralelos sejam maiores do que os outros dois. Um templo maçônico, tendo a forma de um quadrado oblongo, também pode ter qualquer tamanho, conforme o espaço físico, interesse e recursos financeiros permitem. Mas a questão que interessa aos maçons é se há uma proporção correta a ser respeitada, como bem sinalizou Vitrúvio, autor das primeiras obras que detalham as Ordens de Arquitetura, tão importantes para a Maçonaria. Nesse sentido, existem duas teorias: A primeira é de que a proporção é de 1×2, ou seja, as paredes do Norte e do Sul devem ter o dobro do comprimento das paredes do Oriente e Ocidente. Essa teoria se sustenta na proporção conhecida como “ad quadratum”, de origem romana e que foi muito usada na construção de igrejas góticas. A segunda teoria, e mais aceita, é da Proporção Áurea, que é de aproximadamente 1×1,618. Essa famosa proporção, também conhecida como Proporção de Ouro e Divina Proporção, foi utilizada na concepção do Parthenon e adotada por artistas como Giotto. Também está presente na natureza, como em algumas partes do corpo humano e nas colméias, além de vários outros exemplos envolvendo o crescimento biológico, o que torna tal proporção ainda mais intrigante. Pitágoras, figura extremamente importante na Maçonaria, registrou a presença da Proporção Áurea no Pentagrama, tornando esse o símbolo de sua Escola. O próprio Vitrúvio era fã devoto da proporção. O retângulo feito com base na Proporção Áurea é chamado de “Retângulo de Ouro”. Para se ter uma ideia de sua influência e aplicação até nos dias de hoje, os cartões de crédito convencionais respeitam a Proporção Áurea. Desvendado o “mistério do quadrado oblongo”, é importante observar que a Maçonaria apenas declara que o templo tem tal formato, sem explicitar qual seria a proporção adequada. Mas se você é adepto de uma das proporções e não encontrá-la no templo de sua Loja, não se preocupe. Afinal de contas, não se fazem mais templos como antigamente.
  • 12. O TRABALHO MAÇÔNICO E O TRABALHO PROFANO SOB A INFLUÊNCIA DOS MITOS DE CRONOS E KAYRÓS Irm.·. José Ronaldo Viega Alves ronaldoviega@hotmail.com Loja Saldanha Marinho. “A Fraterna” Oriente de S. do Livramento – RS. “O que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei. Se quiser explicar, já não sei. Porém atrevo-me a declarar, sem receio de contestação, que se nada sobreviesse, não haveria tempo futuro e, se agora nada houvesse, não existiria tempo presente. (...) Os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das presentes, presente das futuras.” (Santo Agostinho) Introdução O mundo moderno faz com que o Tempo viva exibindo cada uma das suas muitas singularidades. Entre os tempos sabidos e conhecidos, há o tempo para ser lembrado, para ser vivido, para ser desejado, o para ser temido e para ser imaginado, assim como, há o tempo que passa muito rapidamente e o tempo que se arrasta. Já na Antiguidade, o tempo era fator de preocupação e de profundas inquirições filosóficas. É da Grécia Antiga, da sua rica Mitologia, que os nomes de dois dos seus deuses relacionados ao Tempo chegaram até os dias de hoje: Cronos e Kayrós. Há uma simbologia muito interessante envolvendo seus nomes, o que pode ajudar-nos a refletir melhor sobre o que vem a ser o que hoje chamamos de ditadura do tempo. Digamos que até um século atrás, a idéia relacionada ao tempo era essencialmente a do calendário, os dias e as noites sucedendo-se, e ponto final. Agora, em pleno século XXI, muita coisa mudou, e o tempo ganhou uma nova dimensão: vivemos a Era da Informação, onde a velocidade tem de ser permanente. A SÍNDROME DA PRESSA É A DOENÇA DO MUNDO MODERNO. Deixamo-nos contaminar a tal ponto com um CORRER E CORRER que, é muito difícil andar MAIS DEVAGAR. Se atentarmos detidamente para o que vem acontecendo, veremos que ninguém sairá ileso dessa situação. Cadê o tempo para pensar? Cadê o tempo para ficar de pernas para o ar, não fazendo simplesmente nada? Ah! O ócio! Isso soa como sendo antiocidental, e além do mais é antimoderno. O fator tempo exerce tanta pressão no homem moderno que, há ainda um risco pior: corrermos de maneira desesperada o tempo todo buscando ganhar um “tempinho” livre no final, e quando ele estiver disponível, não sabermos como preenchê-lo ou aproveitá-lo da melhor maneira. E é dentro de um leque de discussões que se abrem, onde o Tempo é objeto, que podemos fazer a seguinte pergunta: Onde é que a Maçonaria se encaixa nisso tudo? 4 - o trabalho maçônico e o trabalho profano sob a influência dos mitos de cronos e kayrós - Ir José Ronaldo Viega Alves
  • 13. A Régua De 24 Polegadas: Uma Lição Sobre O Tempo Sabemos que as Ordens Iniciáticas tem como escopo, despertar aquele potencial que dorme no interior dos seres humanos, assim como, sabemos que nesses tempos atuais há uma crise global de valores, o que por si só justifica tal importância, no sentido de não deixarem com que o homem se torne um alienado ou se desumanize cada vez mais. Sabemos que há uma busca, uma procura por novas possibilidades e modos de pensar, e esses novos modos talvez nem sejam tão novos assim, pois, residem em velhas sabedorias nativas, relacionadas àqueles que tinham uma consciência planetária, coisa que vem se perdendo há um bom tempo. Sabemos que faz falta um redescobrimento, faz falta parar para pensar, e assim, sairmos do frenesi desse mundo cada vez mais louco, voltando à percepção de que somos partes de um todo, e além do mais, temos de partilhar o nosso destino comum de seres humanos em harmonia. Do “Vade-Mécum Maçônico”, de autoria do Irmão João Ivo Girardi transcrevo as seguintes passagens sobre o verbete Régua de 24 Polegadas: “1. Utilizada pelos maçons operativos para medir e delinear os trabalhos, como para traçar linhas retas, a Régua foi dividida pelo maçons especulativos em 24 partes medindo uma polegada cada uma. Simbolizando assim as 24 hora do dia, pretende induzi-los a empregá-las com critério, na meditação, no trabalho e no descanso físico e moral. (...) Indispensável nas Lojas maçônicas, é instrumento de trabalho e de medida do tempo, no sentido que as horas não devem ser mal empregadas na ociosidade e em ocupações egoísticas, mas parte delas deve ser empregada no estudo e na meditação, parte no trabalho, parte no recreio e no repouso; todas, porém, no serviço da humanidade.2. Um dos instrumentos simbólicos do trabalho do Aprendiz. Símbolo da razão e o caráter cognitivo da mente humana. (...) Com este instrumento o Aprendiz planeja o seu trabalho na Pedra Bruta num ato racional. As 24 polegadas são medida do tempo que o maçom deve saber distribuir seus afazeres durante s 24 horas do dia.” Como vimos acima, o Maçom deve ter sempre à mão a sua régua para poder, simbolicamente, melhor administrar as 24 horas do seu dia. Ocorre que, num mundo em constante mutação como o mundo moderno, paradoxalmente, as 24 horas que perfaziam um dia lá da Maçonaria Operativa, definitivamente não são as mesmas comparadas as de agora, pois, o ritmo de vida então, era bem mais lento. Não, o tempo não se dilatou, e talvez a concepção que possuímos em mente de que ele é linear, faz com que vivamos a pressão constante de uma continuidade que não deve ser interrompida. Será que os Maçons estão imunizados contra as ansiedades e medos que a modernidade trouxe consigo e ante essa perspectiva de um tempo sempre escasso e fugaz? No âmbito dos nossos templos podemos sim, sentir esse hábito do mundo moderno que é a pressa, se interpondo seguidamente. Quando vemos alguns dos Irmãos consultando seus relógios durante o tempo reservado à instrução,(convenhamos que a repetição e o pouco entusiasmo dos que as ministram, às vezes, fazem-nas fastidiosas...) ou durante a discussão de algum assunto na hora da palavra, podemos até supor que somos sim, escravos dos nossos relógios. A questão é saber, como ficará, numa projeção para o futuro, o tempo dispensado ao desbaste da Pedra Bruta, à construção do Templo Interior, à transformação necessária que se requer do homem-maçom para que venha a se tornar um agente de mudanças no mundo conturbado dos nossos dias, se o tempo que ele pode dispensar à Ordem, é cada vez mais restrito? O trabalho maçônico visando o aperfeiçoamento exige tempo, um tempo que iremos retirar do Cronos e transformar em Kayrós. Se fugirmos da rotina e da ilusão unilinear do tempo, isso fará com que vislumbremos melhor o futuro que queremos, e as mudanças que são possíveis para a construção do mundo que almejamos. Mas, tem que haver algumas adequações. Voltando ao raciocínio
  • 14. anterior, quantos dos Irmãos estando fisicamente presentes em Loja, muitas vezes já estão com os seus velozes pensamentos postos no dia de amanhã? Somos todos engolidos pelos nossos relógios, e pelos afazeres do mundo moderno, isso é uma constatação. Tem de haver mudanças, enquanto há tempo. É possível, que estejamos dizendo que não temos tempo, pelo fato de estarmos empregando-o em coisas que parecem mais importantes, indispensáveis e também pelas quais nos tomamos de um entusiasmo bem grande. Mas, será? Ainda, muitos dos Irmãos, de maneira confessa, comparecem no Templo, dizendo que precisam “recarregar as baterias”, ou até mesmo, dizendo que o objetivo de estarem ali é pelo “relax” proporcionado, quando não se animam a traduzir pela ansiada trégua em suas atribulações diárias. Esses Irmãos não estão de todo errados, pois, estão tentando fazer do seu Cronos um Kayrós, conceitos de tempo vindos dos gregos aos quais fiz referência na introdução, e que veremos maiores definições logo abaixo. Ou, estarão tentando trabalhar, no sentido simbólico, com a sua régua de 24 polegadas? É necessário meditarmos mais, e lembremos que a meditação pode inspirar-nos com soluções. Fugir da continuidade linear que nos tem escravizados, romper com a rotina, discutir e refletir sobre os males do mundo modernos em nossa Loja, e isso para entender o mundo. Eis que, a partir do entendimento de como o mundo passou a funcionar, é que poderemos agir no sentido de transformá-lo. O Tempo Cronos Cronos é o tempo medido pelo relógio, o tempo da rotina. No mundo moderno, durante o cotidiano, e conforme o consultor empresarial Wellington Moreira “Cronos traduz a necessidade atual do homem em mensurar os processos de trabalho, planejar suas atividades nos mínimos detalhes e calcular todas as possibilidades para cumprir seus propósitos. O problema é que, pressionadas por planejamentos e agendas muitas vezes inexeqüíveis, cada vez mais pessoas tem se tornado escravas das inúmeras metas que estabeleceram para si ou suas organizações. É claro que o homem necessita orientar produtivamente seu tempo, afinal de contas o planejamento e a organização são imprescindíveis para qualquer tipo de desenvolvimento humano ou social.” O Tempo Cronos é governado pela quantidade de tarefas diárias a serem cumpridas, por tudo que elegemos como prioridades, por tudo que é burocrático e por tudo que representa esse mundo administrativo ao qual estamos presos. O Tempo Kayrós Nas palavras do educador e filósofo Rubem Alves: “o tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração.” Sem dúvida, o que pode ser medido com as batidas do coração é o tempo kayrós. Eis que, o tempo kayrós não se importa com a hora que o relógio está marcando, mas com o momento que se está vivendo. Ainda, pode ser traduzido como o tempo certo para fazer as coisas, tanto que se for dito “estar em Kayrós”, estará sendo designada aí, a qualidade do tempo, o que em outras palavras significa “estar bem sincronizado em relação à totalidade.” Sintetizando os conceitos de Cronos e Kayrós, é dizer que Kayrós é o deus da ocasião oportuna, do tempo certo, em oposição a Cronos que é o deus do tempo. Cronos, O Mundo Moderno E O Maçom Quando as prioridades são muitas, ou quando não se consegue estabelecer quais são elas, vive-se uma escravidão sob o jugo de Cronos. Quando é muito difícil controlar as ansiedades e os desejos, principalmente esses que envolvem o ato de consumir durante todo o tempo, também somos escravos de Cronos.
  • 15. Quando em Loja, meus Irmãos, se a sessão se estende um pouco além do normal e ficamos impacientes, é porque Cronos está no comando e, não somos donos do nosso tempo. Será que no dia seguinte, voltando à faina, ainda somos os mesmos maçons que fomos iniciados um dia, cônscios dos conhecimentos e experiências adquiridos na Ordem, dos princípios maçônicos que deverão reger nossos comportamentos, da fraternidade, enfim, da moral e da ética, para fazermos frente aos obstáculos? Admitamos, bem antes de refletir sobre isso, que somos seres imperfeitos, por isso a busca da perfeição. Admitamos que a pressa é inimiga da perfeição, e admitamos que caminhamos cada vez mais para sermos imediatistas e fazer tudo mecanicamente. Mas, existe um tempo Kayrós durante a sessão maçônica que serve para espiritualizar-nos, e que seria o tempo aquele que valeu a pena esperar, o que vem na hora certa, o tempo de Deus: o tempo de realização da Cadeia de União. As Relações Sociais no Mundo Moderno O mundo moderno vem caracterizando-se pelas relações transitórias, líquidas e descartáveis. O domínio do efêmero e do instantâneo. Antigamente dizia-se “agora é moda tal coisa...”, mas, sabíamos de antemão que era coisa passageira. Agora, parece que as superficialidades estão aí e vieram para ficar, entre elas, o consumismo exacerbado e o hedonismo. Como já foi dito por um escritor desses tempos atuais: “Um dos aspectos negativos da pós-modernidade está na constatação de que o “eu” pode se tornar uma espécie de deus. O homem pós-moderno sente que, ninguém pensa como ele, ninguém faz parte do seu mundo, e ele não é responsável por ninguém.” Muito do calor humano já não se faz presente, então, aquilo que em outros tempos era o caminho e o motivo para o diálogo, acabou se esfriando a ponto de os indivíduos viverem cada vez mais isolados. Nas redes sociais, a hipocrisia, a intolerância, as vaidades e as conversas fúteis chegam a entupir o tráfego. A mesma pressa e ânsia utilizadas para ir adicionando, é utilizada para ir descartando relações. O mundo moderno... E a Maçonaria? Uma Instituição como a Maçonaria que tem assentadas os seus pilares na amizade e na fraternidade entre os seus membros, vem assistindo às modificações que se processam no mundo profano, onde a presença física de amigos acaba sendo substituída em muitas situações pelas suas presenças abstratas nos computadores. Como a Maçonaria vê essa realidade que aí está e que só tende a piorar num futuro? A Maçonaria não poderá ser fragilizada um dia, por essas influências todas em seu ideário? De onde emergirão os seus futuros membros, de que sociedade dita moderna ou que esteja livre dessas impaciências e outros males afins, se não dessa que aí está, para preencherem as fileiras de uma Ordem que prega,em princípio, a tolerância? Citando o Irmão Francisco Cezar de Lucas Pucci: “Qualquer mudança, como nós Maçons bem sabemos, passa por um ato de vontade. (...) O que conduz alguém a se Iniciar na Arte Real é essa Vontade? Como discernir entre as várias motivações possíveis (algumas não tão nobres )? Mais: como desenvolver essa Vontade de forma que ela cresça e contamine seu ambiente?” Por outro lado, como transmitir o saber maçônico, os ensinamentos reservados àqueles que sendo iniciados na Maçonaria, deverão ser conscientizados do papel que devem exercer como agentes de mudanças, de construtores sociais, da idéia de um novo homem e de uma humanidade melhor? Os ensinamentos maçônicos envolvem tempo, já que não obedecem as regras comuns, com seus programas previamente determinados. Os ensinamentos são frutos de uma longa tradição que são repassados e que se completam de forma autodidática a partir do momento em que o Iniciado dá continuidade à busca, ao
  • 16. estudo e à meditação. E novamente citando o Irmão Francisco C. L.Pucci: ”O projeto de lapidar o Homem e o muno é um projeto secular, não é algo para prazo determinado. Por isso, ele depende mais de Vontade e Atitudes do que de instrumentos e medidas. Ser secular, contudo, não significa que não deva começar já.” A questão é que iremos esbarrar no fator tempo, o tempo de que um homem moderno irá dispor para si e para a Maçonaria. E lá na sindicância, na indagação referente ao que possa ser um impeditivo do postulante participar assiduamente dos trabalhos, o tempo necessário para dedicar-se aos trabalhos maçônicos, sempre é respondido que não há nenhum problema. No entanto, o tempo, outra vez o tempo, se encarrega de desmentir isso para muitos. “Na Maçonaria Especulativa, o Maçom vai à Loja para especular, estudar e aprender, e volta ao mundo para trabalhar e aplicar o que aprendeu. O Mestre Maçom Especulativo não é mais um construtor material como o eram os mestres maçons operativos. Ele será antes de tudo um homem moralmente sadio, em busca da luz da verdade, dedicado à construção do edifício moral da humanidade.” Fica evidente que os Irmãos pertencentes à Maçonaria Especulativa ampliaram os seus horizontes, implantando a idéia de uma fraternidade que contemple a humanidade como um todo. Além do mais, ao contrário dos operativos que eram um tanto individualistas em seus propósitos, os especulativos denotam em sua essência elevados princípios de altruísmo e filantropia. Mas, a meu ver isto também já está mudando, pois, a sociedade atual está ficando cada vez mais materialista e individualista. A pergunta é: Como a Maçonaria não deixará se contaminar com os comportamentos e atitudes modernos, se os seus membros são oriundos e convivem quase que todo o tempo num mundo que vem sendo dominado por essas características? O Trabalho Profano Nos Tempos Modernos Tanto o trabalho como o tempo livre ganharam significados e valores diversos se considerada a época histórica. Em tempos bem mais remotos, em sociedades mais antigas, onde eram utilizados escravos, o trabalho físico chegava a ser considerado degradante. Trabalhar era negar o ócio, o tempo livre e o lazer. Posteriormente, com o a surgimento de uma ética protestante, o ócio foi considerado uma negação de Deus. O que abriu espaço para menos tempo livre, e mais trabalho. O ócio foi também considerado o vilão do sistema capitalista. Aí o tempo livre, deixa de ser livre para que os trabalhadores se ocupem com algo imposto pela indústria. Ou seja, produção e consumo. Na sociedade moderna, o trabalho é valorizado somente como atividade produtiva, onde os trabalhadores possuem pouquíssimo tempo para o seu lazer. Nos últimos tempos, e aqui surge um paradoxo, as pessoas são incentivadas a trabalhar para que ganhem dinheiro e consumam o tempo todo, mas, enquanto uns trabalham muito, outros tantos, não encontram um emprego. E dos que trabalham, outros tantos também, não trabalham para viver ou para atender as suas necessidades, pois, vivem somente para trabalhar, para enriquecer e num processo de acumulação que não termina nunca, sempre querendo mais. Num mundo onde as pessoas se comportam assim, o que pode ser feito para mudar? Trabalho Maçônico Utilizemo-nos novamente do dicionário do Irmão João Ivo Girardi, para refletirmos sobre o seguinte que está posto no verbete Trabalho Maçônico: 1.Latu sensu. Exercício de alguma atividade ou função na Maçonaria, de natureza manual, intelectual e espiritual. A própria terminologia maçônica demonstra sua profunda e alta identificação com o trabalho: cada Loja é uma Oficina, cada Maçom, um Obreiro o templo da humanidade, e a Ordem Maçônica, um Colméia ativa em todo o mundo, dia e noite. 2. (...) “os profanos concebem a esperança de serem nossos Irmãos, porque
  • 17. prestam culto à Virtude e, detestando a ociosidade, prometem contribuir com o seu trabalho para a liberdade e fraternidade social”. Na Maçonaria, a pressa é inimiga da perfeição O fato de a Maçonaria ser denominada Especulativa poderia sugerir então, que ela é mais contemplativa, mais filosófica, que os ensinamentos não se processam da noite para o dia, e que o galgar dos degraus da Escada de Jacó devem obedecer aos interstícios que são de praxe, para que os ensinamentos calem fundo. Nada de pressa. Mas, como fica esse tempo maçônico, como se administra esse tempo maçônico, dentro do outro tempo que estamos vivendo, onde tudo é para ontem? Como chegar ao ideal para os Maçons, em uma sessão maçônica, onde o tempo Cronos conseguisse andar no mesmo ritmo do tempo Kayrós? E como fica a posição da Maçonaria, defensora que foi sempre do progresso e da inovação? Se a Maçonaria precisa mudar os seus métodos, isso tem que ser em função dessa pressa que corrompe o mundo moderno, mas, até onde a Maçonaria pode mudar sem corromper também as suas origens e os seus propósitos? A questão é que esse tipo de assunto tem de começar a ser debatido em Loja, sem consultas aos relógios, sob pena de cada vez mais o ideário da Maçonaria ficar comprometido. Há tempos atrás, o Irmão Pedro Juk, escreveu um artigo que foi publicado na revista “A Trolha” com o título de “Maçonaria: Como Compreendê-la” . Eu, relendo esse artigo, encontrei algumas passagens que tratei de pinçá-las para que integrassem o presente trabalho, pois, enfatizam os muitos aspectos do fator pressa na Maçonaria dos dias atuais. Vejamos: “Por assim ser e, sob este ponto de vista, a Instituição equivocadamente aparece em franco desenvolvimento, se comparado o seu valor com o apressado (grifo meu) aumento das suas fileiras e o aparecimento de novas Lojas – o quadro descritivo é verdadeiramente sombrio, embora o paradigma maçônico ainda sobreviva. (...) Em primeira análise, o que está faltando mesmo é o Maçom descobrir e conhecer profundamente o que é Maçonaria, libertando-se de certas peias que prejudicam uma análise objetiva da realidade física, a fim de que se possa chegar a um denominador comum e não a uma verdade subjetiva. (...) A ritualística que disciplina o Obreiro, não raras vezes é sofrível e tratada com desdém – cada um faz a sua maneira – e com uma pressa (grifo meu) de causar inveja a redatores de jornais matutinos. A justificativa é dada em nome da modernidade. A mudança de Grau é feita mais com base nos regulamentos do que no verdadeiro ensinamento. Iniciações em quantidade e pressa (grifo meu)- talvez para melhorar uma arrecadação monetária – em vez de se preocupar com o verdadeiro sentido iniciático e solene do momento. (...) Então, como formar o Maçom na Loja Simbólica, se muitas vezes a própria Maçonaria, no seu verdadeiro sentido nem mesmo é compreendida e respeitada? (...) O aprimoramento do homem é feito dentro da Loja com calma e determinação – a pressa é inimiga da perfeição, tanto quanto a prudência á a mãe de todas as virtudes.” Ocorre que o tempo de que um homem pode dispor torna-se exíguo em função dos seus compromissos todos. E isso pesa sobre os seus ombros. É necessário discutir as mudanças que podem caber em nossa Instituição, para exatamente preservá-la da pressa avassaladora dos nossos tempos. A Maçonaria deve ser mantida, porém mudanças às vezes são necessárias. A Maçonaria caminha a passos bem mais lentos e não acompanhou ou não incorpora tecnologia, optando por manter suas tradições e métodos mais conservadores, mas, é óbvio que os princípios basilares devem ser mantidos. Será que não está na hora da Maçonaria pensar no uso dessas novas metodologias (algumas, já nem são tão novas...) para uma aproximação maior com a sociedade em geral, para informar sobre os seus nobres propósitos, e dentro da Loja, para despertarmos mais entusiasmo em nossas sessões, para receber os egressos de uma sociedade que não é mais aquela de alguns tempos atrás, e para que sobre para nós todos, mais tempo Kayrós?
  • 18. Fontes Bibliográficas: Internet: “As Duas Faces do Tempo” – Wellington Moreira – Disponível em: http://www.caputconsultoria.com.br/index.php?pag=ver_artigos&id=227 “Pressa nos faz escravos do tempo e afeta o bem-estar” - Edilson Camargo – disponível em: www.apj.inf.br/detalhe_noticia.php “Maçonaria Operativa e Maçonaria Especulativa” – Irmão Ambrósio Peters – disponível em: www.samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/apo715ma%E7... Revistas: FILOSOFIA - Ciência e Vida - N° 26 – “Trabalho, Ócio e Capitalismo” – Mário Antonio da Silva- e n° 42 – “Trabalho Como Conceito Filosófico” – Kátia Santos – Escala Educacional MENTE E CÉREBRO – n° 192 – Scientific American “A TROLHA” n°223, 314 e 323 Livros: GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite - Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora Ltda. - 2008 GREGÓRIO, Fernando César. “Intuição & Maçonaria” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 2004 O TEMPO – Obra Coletiva – ORDEM ROSACRUZ – AMORC - 2010 PUCCI, Francisco Cezar de Luca. “Pedra por Pedra” – Ed. Maçônica “A Trolha” Ltda. 2004 ROCHA, Reinaldo. “Cristianismo Com a Cara do Brasil” – Editora Betânia - 2002 ROTULAGEM João Anatalino [jjnatal@gmail.com] www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br Como você consegue trabalhar com os rótulos? Ou por outra. Você se dá conta dos rótulos que coloca nas coisas e nas pessoas? Como é que você trabalha com os rótulos desagradáveis que os outros colocam em você? Nunca lhe chamaram de gordo (a), baixinho (a), chato (a), babaca, trouxa, careca, boiola etc.? E também há outros rótulos que significam coisas boas, que assumimos com prazer, como gato (a), bonito (o), pedra noventa, educado (a), gente fina, amigão, etc. E há os rótulos sociais, familiais, profissionais e gentílicos, dos quais não temos como escapar, tais como padre, pastor, médico, advogado, pai, mãe, irmão, rotariano, maçom, cristão, muçulmano, judeu, rico, pobre, negro, índio etc. É impossível evitar a rotulagem de coisas e pessoas. Até porque ela é uma conseqüência desse princípio de lógica descoberto por Aristóteles, chamado Princípio da Identidade. Ele nos diz que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa; e se não fosse assim, a nossa mente voltaria ao primitivo estado em que Deus a tirou para colocar ordem no universo, ou seja, o caos inicial em que “tudo estava em tudo, o que havia em baixo era igual ao que estava em cima e o que estava dentro era igual ao 5 - rotulagem Ir João Anatalino
  • 19. que estava fora”, como diziam os discípulos de Hermes. Pensando bem, esse princípio não foi enunciado por Aristóteles,mas por Deus mesmo, no Eden, quando Ele mandou Adão dar nome aos animais. Ordo ab chaos. Para por ordem no caos; foi para isso que Deus nos deu a lógica. É bom que assim seja, que as coisas sejam devidamente identificadas e recebam rótulos. Até porque a rotulagem é uma ferramenta imprescindível para que nós possamos efetuar a nossa programação neurolingüística. Mas devemos tomar muito cuidado com ela e ter sempre consciência do que está “por dentro” dos rótulos. O que significa rotular uma pessoa de negro, por exemplo, ou incompetente, por outra? Significa que, no primeiro caso, estamos falando de uma pessoa que tem a pele escura e no segundo que estamos nos referindo a alguém que não obteve o resultado que esperávamos que ele conseguisse. Mas conforme a programação neurolingüística que tivermos feito desse rótulo, estaremos associando a ele uma crença, um julgamento e um sentimento. Sim, pois não há julgamento sem crença, nem sentimento sem um julgamento anterior. Originalmente, você, eu e todas as criaturas do mundo somos apenas pessoas que fazemos coisas e obtemos resultados, bons ou ruins. Mas quando nos colam, ou nós mesmos colamos em nós um rótulo, passamos a ser outra coisa, além de apenas pessoas. Passamos a ostentar um qualificativo. Em termos psicológicos, também colamos nos outros e em nós mesmos alguns rótulos que nos fazem bem ou mal. Infeliz, idiota, mesquinho, ignorante, ridículo, fracassado, burro, são alguns rótulos que identificam pessoas que fizeram alguma ação, que aos olhos de quem os rotula, assim lhes pareceu ser. No caso associou-se o resultado de um ato à pessoa que o cometeu, e eis a desgraça feita. A reciproca também é verdadeira. Se colamos em nós um rótulo de felicidade, de elegância, de bem sucedido, educado, competente, etc, existe uma grande probabilidade que venhamos a acreditar nisso e passarmos a agir da forma como as pessoas (ou nós mesmos) nos vêem. Dê um bom nome ao seu cão, diz o ditado popular. Eis alguns rótulos que algumas empresas colocam em seus empregados e às vezes os deixam malucos. Assessor da Diretoria; Diretor de Operações; Gerente Junior, Operador Senior, Assessor Para Assuntos Internos, etc. Ora, o que realmente significam esses rótulos? O sujeito pode encher o peito para dizer: Sou Consultor Júnior do Chefe de Operações. E se você for uma pessoa educada dirá: ah! Que legal, parabéns. Mas intimamente estará se perguntando: Que diabo significa isso? Muitos rótulos afetam a verdadeira identidade da pessoa. Quando a coisa vai muito longe, perguntar quem realmente está por trás do rótulo acaba sendo de somenos importância. É mais fácil dizer “aquele careca”, “aquele baixinho gordinho”, do que chamar o indivíduo pelo nome ou identificá-lo pelo que ele faz. É comum a identidade de uma pessoa se perder atrás do rótulo que lhe é posto. Saber o que realmente somos se torna muito importante dentro de um processo desses, pois muitas vezes a saúde da nossa mente depende disso. E esse resgate de identidade só pode ser feito quando conseguimos responder com alguma convicção á três perguntas básicas: quem sou? Qual o propósito das minhas ações? Existe algum significado no que faço e na pessoa que sou? Se você tiver conseguido responder a essas perguntas com segurança, os rótulos que lhe colocaram, e os que você também se colocou, se transformarão em úteis placas de orientação. Muitas vezes é preciso fazer isso para começar a entender porque as coisas acontecem como acontecem. Na vida maluca que criamos para nós mesmos é muito mais fácil se perder do que se achar.
  • 20. Milho na Maçonaria ANO 07 - ARTIGO 47 - NÚMERO SEQUENCIAL 435 - 24 DE NOVEMBRO DE 2013 Sérgio Quirino Guimarães Delegado Geral do Grão-Mestre – G.’.L.’.M.’.M.’.G.’. 0 xx 31 8853-2969 quirino@roosevelt.org.br (assuntos maçônicos) quirino@glmmg.org.br (assuntos ligado à Delegacia) Ano 07 - artigo 47 - número sequencial 435 Sinto muito. Me perdoe. Sou grato. Te amo. Quatro frases que transformam qualquer realidade negativa. Pratique! Saudações, estimado Irmão! Estou na Mesorregião Central Mineira, e trataremos do MILHO NA MAÇONARIA Neste fim de semana estive nas cidades de São Gotardo, Dores do Indaiá e Luz. Vendo os bonitos milharais pela janela do carro, recordei uma passagem do livro “O Pequeno Livro da Franco Maçonaria” de Sangeet Duchane. O autor informa que durante a Construção do Templo de Jerusalém, cada classe de trabalhadores era remunerada em locais distintos e de forma diferenciada. Os Companheiros recebiam porções de milho, vinho e óleo. Antes de passarmos para a explicação, peço ao Irmão que não perca o foco no simbolismo desta passagem. Se existia ou não, lá, naquela época, o zea mays, abati, auati, avati ou teosinto, não vem ao caso. Tratemos a situação como Maçons Especulativos e não como Maçons Cientistas. O vinho representa renovação e saúde, o óleo, a alegria e consagração e o milho simboliza fartura e ressurreição. Pelo número de grãos é fácil compreender o simbolismo da fartura e a ressurreição, não no sentido místico-religioso, mas na concepção literal da palavra: Ressurreição, em latim: resurrectio, em grego: anastasis, significa literalmente "levantar", “elevar-se”. 6 – milho na maçonaria Sérgio Quirino Guimarães
  • 21. Há uma palavra que é a transliteração de um vocábulo hebraico (‫,)שבולת‬ que pode ser compreendido como milho (“espiga de grãos”) que foi usado como senha para identificar aqueles em quem se poderia confiar, ou seja, quem seriam seus verdadeiros companheiros. A passagem esta no Livro dos Juízes, capítulo 12, versículos 4 a 6: 4 Depois ajuntou Jefté todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim, e os homens de Gileade feriram a Efraim; porque este lhes dissera: Fugitivos sois de Efraim, vós gileaditas que habitais entre Efraim e Manassés. 5 E tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e quando algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar; então os homens de Gileade lhe perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não; 6 então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete, porque não o podia pronunciar bem. Então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão. Cairam de Efraim naquele tempo quarenta e dois mil. Mas creio que Albert G. Machey, no livro “O Simbolismo da Maçonaria” foi mais instrutivo: “Espiga de milho como símbolo de plenitude. O que está de acordo com a derivação hebraica da palavra, e com a sua utilização em todas as antigas nações. A palavra dagan (que significa milho) deriva do verbo dagah (aumentar, multiplicar)”. E é isto que devemos aprender com o milho. Que sejamos a semente que produzira outras centenas de sementes. Que nosso progresso, a verdadeira elevação se de pelo verdadeiro companheirismo. No compartilhar o pão e na compreensão da importância dos relacionamentos. SUGESTÃO PARA O QUARTO-DE-HORA-DE-ESTUDO O Fazendeiro e o Milho Ano após ano, um fazendeiro bem sucedido ganhava o troféu “Milho Gigante”, numa feira de agricultura de seu município. Ele chegava à feira com uma amostra do milho e saía vencedor com uma faixa azul atravessada em seu peito. O milho produzido por aquele fazendeiro ficava melhor a cada ano. Mais um ano, mais um troféu. O fazendeiro ganhou novamente a faixa e, ao subir no palanque para recebê-la, um repórter quis saber como ele cultivava o seu qualificado e valioso produto. O fazendeiro, então, respondeu: - Eu compartilho a semente do milho gigante com os meus vizinhos. O repórter continuou sem entender e perguntou mais: - Mas como o senhor pode compartilhar a sua melhor semente com seus vizinhos, sabendo que eles vão competir com o senhor aqui na feira, a cada ano? O fazendeiro ficou em silêncio por alguns minutos e, então, respondeu: - Você não sabe? O vento carrega o pólen do milho maduro de um campo para o outro. Se meus vizinhos cultivarem um milho inferior, a polinização vai piorar continuamente a qualidade da minha plantação. Se eu quiser cultivar um milho bom, eu tenho que ajudar os meus vizinhos a também cultivarem um bom milho
  • 22. LIÇÃO DE VIDA: Na prática de nossa vida, também é assim. Aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz. Aqueles que querem viver bem precisam ajudar os outros a também viverem bem. E, aqueles que querem ser felizes, devem ajudar aos outros a encontrar a felicidade, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de todos. Irradie energia para as pessoas. Colabore para que o local, em que você vive, seja um ambiente agradável, compartilhando o seu bom humor e as boas coisas com os demais. AGRADECIMENTOS: Muito obrigado aos Irmãos da ARLS Deus, Caminho da Sabedoria 195, do oriente de São Gotardo, da ARLS Luz, Amor e Vida 044 do oriente de Dores do Indaiá e da ARLS Luz Fraternal do oriente de Luz. Fiquei encantado pelo carinho e organização dos trabalhos executados pelas Oficinas. Não é a toa que as bandeiras dos municípios retratam a força dos frutos da terra, assim também é nestas Lojas, semeiam com confiança e tratam com afinco, o resultado é uma colheita farta e de qualidade TFA Quirino
  • 23. Lojas Aniversariantes da GLSC Data Nome Oriente 02/12 Fraternidade e Justiça Blumenau 02/12 Lauro Mullher São José 06/12 Fraternidade Criciumense Criciúma 07/12 Voluntas Florianópolis 09/12 Igualdade Criciumense Criciumense 11/12 Xaver Arp Joinville 13/12 Padre Roma II São José 14/12 Montes de Sião Chapecó Lojas Aniversariantes do GOSC Data Nome Oriente 25/11/1977 Fraternidade Catarinense Florianópolis 01/12/2004 Lysis Brandão da Rocha Florianópolis 01/12/2009 Poço Grande do Rio Tubarão Tubarão 11/12/1993 Phoenix Jaraguá do Sul 13/12/1983 Nova Aurora Criciúma 18/12/1991 Obreiros da Paz Fraiburgo 20/12/2003 Luz Templária Curitibanos 22/12/1992 Ademar Nunes Florianópolis 21/12/1999 Silvio Ávila Içara 7 - destaques jb Resenha Geral
  • 24. Lojas Aniversariantes do GOB/SC Data Nome Oriente 24.11.92 Nereu de O. Ramos – 2744 Florianópolis 25.11.04 Luz e Frat Rionegrinhense -3643 Rio Negrinho 25.l1.06 Obreiros da Terra Firme – 3827 Florianópolis 29.11.11 Ciência e Misticismo – 4177 São José 01.12.04 LUZ DE SÃO MIGUEL - 3639 São Miguel do Oeste 02.12.06 COLUNAS DE ANTÔNIO CARLOS - 3824 Florianópolis 04.12.08 SEARA DE LUZ - 3961 Chapecó 05.12.85 25 DE AGOSTO - 2383 Chapecó 08.12.10 ESTRELA DO ORIENTE - 4099 Tubarão 11.12.96 JUSTIÇA E PAZ - 3009 Joinville 11.12.97 UNIÃO ADONHIRAMITA -3129 São Pedro de Alcântara 11.12.01 PAZ DO HERMON - 3416 Joinville 12.12.96 FÊNIX DO SUL - 3041 Florianópolis 13.12.52 CAMPOS LOBO - 1310 Florianópolis 13.13.11 LUZ DO ORIENTE - 4173 Morro da Fumaça 16.12.96 A LUZ VEM DO ORIENTE - 3014 Castelo Branco 16.12.03 PHILANTROPIA E LIBERDADE - 3557 Brusque 17.12.96 LUZ DO OCIDENTE - 3015 Chapecó 17.12.96 PERSEVERANÇA - 3005 Florianópolis 20.12.77 XV DE NOVEMBRO - 1998 Caçador 28.12.96 LIVRE PENSAR - 3153 Piçarras 28.12.96 LUZ DE NAVEGANTES - 3033 (30/06/2010) Navegantes LOJAS SIMBÓLICAS – SANTA CATARINA CALENDÁRIO DE ordens do dia – EVENTOS – CONVITES Data Hora Loja Endereço Evento – Ordem do Dia 25.11.13 20h00 Loja Pedreiros da Liberdade nr. 75 - GLSC Condomínio Itacorubí Palestra com o Dr. Ivan Moritz sobre “A saúde do homem maduro” 26.11.13 Luz Esotérica 3050, União e Trabalho do Iguaçu 2243, e União e Trabalho do Iguaçu – GOB/SC Porto União Pompas Fúnebres em homenagem ao Ir Hilário Schmidt. 26.11.13 20h00 Loja Alvorada da Sabedoria, 4185 GOB/SC Florianópolis (Albergue Noturno) “Ilha de Santa Catarina, Primeiros Tempos” – Palestra do Ir Eleutério Nicolau da Conceição – Membro da Academia Catarinense Maçônica de Letras e MI da
  • 25. Loja Alferes Tiradentes 29.11.13 20h00 Loja Verde Vale, 3838 – GOB/SC Condomínio Humanitas Blumenau ~ Sessão Pública Comemorativa ao 7º. Aniversário. Palestrantes: Roberto Rafaeli da Cruz e Carlos Alberto Luvizotto 30.11.13 18h30 Fraternidade Acadêmica Ciência e Artes 3685 GOB/SC Rua Francisco Vegini, 234– Jaraguá do Sul-SC. Pompas Fúnebres: Homenagem ao Ir:.Mickael Egert 02.12.13 20h00 Loja Solidariedade, 28 – GLSC Condomínio Monte Verde Sessão Magna de Exaltação 03.12.13 20h00 Loja Pitágoras, 15 – GLSC Condomínio Monte Verde Sessão Magna de Exaltação 09.12.13 20h00 Loja Solidariedade, 28 – GLSC Condomínio Monte Verde Sessão Magna de Elevação 14.12.13 20h00 Grande Loja de Santa Catarina Campeche GLSC Jantar de final de ano 19.12.13 20h00 Loja Templários da Nova Era, 91 – GLSC Canasvieiras – Florianópolis Sessão Solsticial no Templo 20.12.13 20h00 Loja Templários da Nova Era, 91 GLSC Condomínio Monte Verde Jantar Ritualístico Solsticial Altos Graus Do Irmão Édio Coan (GLSC): Caros IIr:.do Kadosch e Consistório. Neste sábado, 23/11/2013, houve a Iniciação no Grau 19. Parabenizamos os Iir:. Iniciados: Arabutan Rabelo Ávila (L94)
  • 26. Floriano José Martins (L15) Gerson Luiz Santos Soares (L106) Gilberto da Rocha Linhares (L31) José Carlos Bail (L31) José Jorge Kloppel (51) José Miguel dos Santos (L43) Júlio César Fleury (L15) Pedro Jonas Martins (L97) Ruy Antônio Angonese (L106) Roberto Luís de F. dos Santos Jr. (L106) Rud Nelson Ferreira (L43) Vagner Wollinger Conceição (L64) Desejo sucesso e muita disposição nos Graus que estão por vir. Fraterno Abraço. Édio Coan - Sap:. Mestre 1 – romântico-mais visto no mundo http://www.youtube.com/watch?v=a-rdR3qRv48 2 – Antes de separar o casamento assista esse vídeo http://www.youtube.com/watch?v=QtV3FXadAGM 3 – Lição de vida _ Impossivel não chorar http://www.youtube.com/watch?v=8m-Ldge_fuc 4 - A Conselheira Amorosa (filme dublado) http://www.youtube.com/watch?v=2aEiAYM7rZI
  • 27. Capela Rosslyn que se encontrava em obras de restauração quando da visita do JB News em 25 de novembro de 2011, exatamente há dois anos. fechando a cortina