1. O autor descreve lembranças de sua infância sobre procissões religiosas que ocorriam em sua cidade, incluindo a procissão de Santa Catarina.
2. Ele comenta que a procissão de Santa Catarina foi "desativada" quando ele retornou anos depois, e que a cidade passou por mudanças nos costumes e na tradição religiosa.
3. Surpreendentemente, o autor ouviu que a santidade de Santa Catarina, padroeira do estado de Santa Catarina, foi "cassada" pelos cânones
1. 1
JB NEWSRede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal
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Informativo Nr. 1149
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Loja Templários da Nova Era nr. 91
Quintas-feiras às 20h00 - Templo: Obreiros da Paz - Canasvieiras
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Florianópolis (SC) - sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Índice:
Bloco 1 - Almanaque
Bloco 2 - Opinião: Mario Gentil Costa - " A Santa Cassada "
Bloco 3 - Ir Paulo Roberto " On Line " - Simbologia dos Ornamentos - Última Parte - A Corda de 81 Nós.
e as Duas Borlas
Bloco 4 - IrJosé Ronaldo Viega Alves - Pavimento Mosaico e algumas questões envolvendo a ...
Bloco 5 - IrJean Michel Mathonière - O Companheirismo e Maçonaria, qual o parentesco?
Bloco 6 - IrCezar Vaz - Os Essênios ( palestra )
Bloco 7 - Destaques JB - ( Resposta do Desafio 8 )
Pesquisas e artigos desta edição:
Arquivo próprio - Internet - Colaboradores
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias e www.google.com.br
Os artigos constantes desta edição não refletem necessariamente a opinião
deste informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
Hoje, 25 de outubro de 2013, 298º dia do calendário gregoriano. Faltam 67 para acabar o ano.
Dia da Fonte dos Desejos (Islândia); Dia da Democracia; Dia do Dentista e Dia do Sapateiro
Se não deseja receber mais este informativo ou alterou o seu endereço eletrônico, por favor, comunique-nos
2. 2
1415 - Guerra dos Cem Anos: Batalha de Azincourt.
1521 - María Pacheco se rende, entregando Toledo em honrosas condições às tropas de Carlos I, com
o que termina a Guerra das Comunidades.
1533 - Carlos I nomeia a Fernández de Oviedo primeiro cronista das Índias
1555 - Carlos V abdica do trono imperial e de suas posses alemãs em seu irmão Fernando.
1636 - João Maurício de Nassau parte do porto de Texel em direção ao Brasil.
1671 - Giovanni Domenico Cassini descobre Jápeto, lua de Saturno.
1747 - Assinatura do Pacto de Família, que estabeleceu uma aliança defensiva
entre Espanha e França.
1833 - Espanha: Aprova-se o decreto de criação da Caixa de Poupanças de Madri.
1836 - França: Instala-se na Praça da Concórdia em Paris o obelisco de Tebas, do templo de Karnak,
presente do Vice-rei de Egito, Mehemed Alí.
1837 - Argentina: Executados publicamente em Buenos Aires o ex-governador de Córdoba, José
Vicente Teinafé, seu irmão Guillermo e o capitão Santos Pérez, acusados do assassinato do
general Facundo Quiroga.
1863 - O exército guatemalteco, depois de um sítio de 25 dias, conquista e saqueia a cidade de San
Salvador.
1868 - Guerra de Cuba: os insurrectos cubanos são recusados pelas tropas espanholas no combate de
Baire.
1905 - Revolução russa: Greve geral ferroviária no Império czarista.
1917
Irlanda - Eamón de Valera é eleito presidente.
Rússia (calendário juliano) - Os bolcheviques assumem o poder (calendário gregoriano: 7 de
novembro).
1936 - Hitler assina aliança com o ditador italiano fascista Benito Mussolini.
1939 - Segunda Guerra Mundial: Primeiro voo ao serviço da RAF do bombardeiro
britânico Handley-Page Halifax.
1941 - Segunda Guerra Mundial: Início da ofensiva alemã contra Moscovo, durante a Operação
Barbarrossa, na Segunda Guerra Mundial.
1942 - Segunda Guerra Mundial: Prisioneiros judeus são deportados da Noruega para Auschwitz.
1944
Segunda Guerra Mundial: Combates de rua em Cherbourg. A cidade russa de Vitebsk é libertada.
Segunda Guerra Mundial: Navios japoneses afundam o contratorpedeiro norte-americano USS
Hoel.
Segunda Guerra Mundial: Pilotos japoneses realizam missões kamikazes nas proximidades de
Leyte.
1945
Japão entrega Taiwan à República da China.
Lançamento à água do submarino britânico HMS Aeneas.
1 - almanaque
Eventos Históricos
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas.
3. 3
1949 - O quadrimotor Havilland Comet, primeiro avião de reação destinado a transporte de
passageiros, realiza um voo de prova Londres-Tripoli-Londres em 6 horas e 36 minutos, duas vezes
mais rápido que os aviões convencionais.
1951
Grã-Bretanha: O Partido Conservador ganha as eleições legislativas.
Egipto forma um comando militar unificado com a Síria e a Jordânia.
1964 - Anos de Chumbo: os governadores da Guanabara, Carlos Lacerda e de Minas
Gerais, Magalhães Pinto, civis que apoiaram os golpistas, rompem com o presidente militar.
1965 - Guerra Colonial: Católicos divulgam o Manifesto dos 101, reclamando o respeito pelo
princípio da autodeterminação dos povos.
1969 - O general Médici foi eleito presidente do Brasil.
1971 - A República Popular da China foi admitida na ONU e Taiwan suspensa da organização.
1977
Espanha: O Governo e a oposição firmaram os Pactos da Moncloa.
Lançamento do computador VAX por Digital Equipment Corporation.
1979 - Foram aprovados os estatutos de autonomia da Catalunha e do País Basco (Euskadi)
em referendo.
1980 - Descoberto em Cádiz o circo romano mais antigo de Espanha.
1983 - Invasão de Granada pelas forças norte-americanas. Ronald Reagan defende a intervenção com
a necessidade da defesa dos interesses norte-americanos.
1993 - Investigadores da Universidade George Washington, EUA, realizam a primeira clonagem de
embriões humanos.
2001 - A Microsoft lança o Windows XP.
2002 - O Exército israelita ocupa novamente a cidade de Jenin, na Cisjordânia.
2003 - Sport Lisboa e Benfica inaugura o novo Estádio da Luz.
2004 - Lançamento do jogo Grand Theft Auto: San Andreas, o jogo mais vendido do console de
vídeo-game PlayStation 2.
2007 - Airbus A380 faz o seu voo inaugural entre Singapura e Sydney, na Austrália.
Brasil
1821 - Aniversário do município de São Sebastião do Paraíso - Minas Gerais.
1831 - Aniversário da cidade de Alegrete - Rio Grande do Sul
1831 - Aniversário do município de Caçapava do Sul - Rio Grande do Sul.
1908 - Aniversário e Centenário do município de Penápolis - São Paulo.
1941 - Aniversário do município de Flórida Paulista - São Paulo.
Aniversário do município de Joaçaba - Santa Catarina.
1897 - Aniversário do município de Jequié - Bahia.
1875 - Aniversário do município de Guanhães - Minas Gerais.
Cazaquistão
Proclamação de República do Cazaquistão.
Islândia
Islândia - Dia da Fonte dos Desejos.
feriados e eventos cíclicos
4. 4
(Fontes: “O Livro dos Dias” 17ª edição e arquivo pessoal)
1822 Bilhete de D. Pedro I a Gonçalves Ledo, mandando abrir os trabalhos do Grande Oriente
Brasileiro na 2ª. Feira seguinte, dia 28. Não foi possível pela perseguição de José Bonifácio.
1822 Data no termo de encerramento das atividades do Grande Oriente Brasileiro, conforme o
Livro de Ouro
1895 Registrada em Cartório a nova Constituição de 1892 do Grande Oriente do Brasil,
obedecendo à lei federal que obrigava ao registro de todas as sociedades beneficentes, políticas,
religiosas e outras.
1937 O Conselho de Segurança propõe fechar a Maçonaria brasileira por considerá-la hostil ao
regime de Vargas.
1970 Assembléia da Grande Loja da Guanabara finalmente suspende o Grão-Mestre Wilson do Vale
Fernandes, por muitos desmandos, arbitrariedades e irregularidades. Suas falcatruas são
expostas em dossiê intitulado Livro Negro.
1996 Fundação da ARLS Cavaleiros da Luz nr. 64, de Florianópolis – GLSC
fatos maçônicos do dia
Academia Maçônica de Letras do Brasil.
Arcádia Belo Horizonte
www.academiamaconicadeletrasdobrasil.blogspot.com
5. 5
Mario Gentil Costa,
O autor é médico em Florianópolis.
Contato: magenco@terra.com.br
http://magenco.blog.uol.com.br
"A SANTA CASSADA"
Domingo de tarde. Desperto com o repicar de sinos... Muitos sinos.
De repente, lá do fundo de minhas lembranças mais remotas, trazido por um reflexo quase
descondicionado pelos anos, ressurge, vívido, o cenário de uma procissão. Sinônimo de
préstito, cortejo ou acompanhamento religioso, procissão era o que não faltava no meu tempo
de garoto; havia muitas. Essa, a do Senhor dos Passos, que atiçou minha memória, era uma
delas. Prestigiadíssima, descia do Hospital de Caridade, no sábado, em direção à Catedral e,
no domingo, subia de volta à ladeira, reproduzindo ao longo do trajeto as estações da Paixão
de Cristo.
Havia duas outras, a do Senhor Morto e a de Corpus Christi, também muito concorridas.
E, por fim, as menores, menos votadas, entre as quais a de São Sebastião e a de Santa
Catarina. Dessa última, guardei uma lembrança viva, pois passava justamente pela minha rua.
Faz tanto tempo, e ainda sou capaz de cantarolar parte do hino que louvava a santa:
“Virgem mártir, flor divina,
Recendente ao pé da cruz,
Salve Santa Catarina,
Salve esposa de Jesus...”
............................................
Do resto, eu me esqueci. Fui estudar fora e, quando retornei, anos após, a procissão de
Santa Catarina não acontecia mais; fora “desativada”... Se registrei esse vazio na rotina do
meu antigo calendário litúrgico, devo tê-lo enterrado bem fundo num escaninho da mente, em
alguma de suas últimas e emboloradas prateleiras. Tratei de tocar a vida adiante e dar conta de
meus afazeres. Simplesmente, não prestei atenção ao fato... ou não lhe dei importância. E, por
acaso, não era para esquecer? A cidade foi crescendo, os costumes mudando; a tradição
morrendo e as procissões sumindo. O adro da Catedral transformou-se em estacionamento de
automóveis; a escadaria, em arquibancada de poluentes shows de roque-pauleira, enormes e
atordoantes caixas de som, abertas a todo volume, a competir de modo inconcebível com
missas e novenas e a tornar impraticável qualquer ânimo de recolhimento ou oração; o largo à
2 - OPINIão
" A Santa Cassada " ( Mario Gentil Costa )
6. 6
frente, mais largo que outrora, virou pátio de feiras, de quermesses e barraquinhas de toda
sorte.
E, por último, a nossa querida Santa Catarina, padroeira deste “estadinho modelar”,
teve, segundo ouvi de fonte limpa, - e por incrível que pareça! - sua santidade cassada pelos
cânones eclesiásticos com a justificativa tardia e estapafúrdia - pois viveu no século XIV - de
que “seu processo de canonização deixa margem a dúvidas, e sua pureza carece de provas
irrecusáveis...” Diga-se, de passagem, que ela não era italiana como a outra, a de Siena; era
egípcia, de Alexandria. Fosse italiana e, talvez, tivesse tido melhor sorte. Vieram-me logo à
mente estas perguntas:
“Será que toda a imensa legião de „santos‟ do numeroso batalhão celeste estaria livre
da mesma dúvida?” Tenho certeza de que com São Paulo, todo poderoso, o Vaticano não teria
coragem de fazer a mesma coisa. Os paulistas não permitiriam. Mas..., com São José..., quem
sabe? Que se cuidem os josefenses! Qualquer dia desses, podem dormir com ele e acordar
sem ele. Pois, se depender de provas..., quem garante? Basta provar-se, como se desconfia
com justíssima razão, de que foi o pai natural de Jesus, legítimo sob todos os aspectos, como,
aliás, deve ter sido. Ou será que dá pra crer naquela história?...
Resta, então, indagar:
“Quando será que este estadinho tão pacato, tão trabalhador e tão exemplar terá o
prestígio que merece, se não no cenário político - que esse não tem mesmo - ao menos junto
às esferas celestiais?”
É a eterna lei da oferta e da procura, do investimento-retorno, do custo-benefício... a
exercer seus múltiplos e insondáveis efeitos sobre os mais variados aspectos do
comportamento humano. Os tempos mudaram, e o que se vê hoje, como sintoma e diagnóstico
da perda irreparável, é uma catedral cada vez mais vazia por dentro e mais cheia por fora. Não
será esta uma reação involuntária do inconsciente coletivo catarinense à extemporânea
cassação de sua santa? Eis uma indagação que ficará para sempre sem resposta...
Mario Gentil Costa - MaGenCo (2013)
7. 7
Este Bloco é produzido às sextas-feiras
pelo Ir. Paulo Roberto VM
da ARLS Rei David nr. 58 (GLSC) - Florianópolis
Contato: prp.ephraim58@terra.com.br
Paulo Roberto
Simbologia dos Ornamentos
(Última Parte)
Este é o encerramento do assunto “Simbologia dos Ornamentos”, em se tratando
da “Corda com 81 Nós e Duas Borlas”.
Esperamos que tenhamos atingido o objetivo de tentarmos uma vez mais, esclarecer
aos que nos honram lendo nossos artigos, buscando, talvez, um pouco mais de
subsídios, às dúvidas que se têm, no conviver, dos Templos Maçônicos.
A Corda de 81 Nós equidistantes e Duas Borlas, aparece junto às paredes do Templo,
correndo ao longo da cornija (termo usado em arquitetura, referindo-se a uma faixa
horizontal que se destaca da parede), partindo da Coluna do Norte para contornar o
Oriente e terminar na Coluna do Sul, formando, portanto, um “U”, com as extremidades
no Ocidente, ao nível das Colunas “B” e “J”, arrematadas por Duas Borlas.
Segundo Varoli, “No Rito Escocês Antigo e Aceito salvo exceções de alguns Rituais, a
corda devia conter 81 nós equidistantes. Do Artigo II da Constituição e Regulamentos
do Soberano Grande Conselho dos Príncipes do Real Segredo para os Orientes de
Paris e Berlim, edição de 1762, resultava que, para se chegar ao último grau escocês,
que naquele tempo era o 25º, seria preciso o decurso de um mínimo de 81 meses de
atividade maçônica”. “Os Rituais não discriminam a posição de cada virtude
representada nas Borlas. Daí a melhor regra é aquela que segue a lógica. Assim sendo,
a Temperança e a Coragem devem corresponder às Borlas dos cantos do Ocidente.
Por sua vez, a Justiça e a Prudência, deverão ser representadas pelas Borlas do
Oriente (estando, a Justiça, sempre do mesmo lado do Orador, conforme o apregoado
em cada Rito)”.
Esta alusão citada por Varoli é feita, por seguir alguns autores que se referiram à
colocação de duas Borlas também no Oriente, o que, atualmente, não nos parece tão
adequado.
Convém realçarmos que o número 81 tem uma significação importante, dentro da
Maçonaria.
Ragon diz que, “segundo o Escocês Trinitário, o 81 é um número místico, inclusive, que
os personagens „anjos‟ o adoram”.
Em um dos graus filosóficos se declara que o número 81 é muito respeitado pelos
Príncipes de Mercy (Mercê) – 26º, porque exprime a tríplice aliança, que se viu no dia
em que Salomão consagrou o Templo a Deus, bem como a idade de Hiram Abiff.
Existe também uma lenda dos graus filosóficos, dizendo que o rei Salomão, após a
morte de Hiram Abiff, formou um séquito de 81 mestres, que ficaram encarregados de
3 - Paulo Roberto - " On Line "
Simbologia dos Ornamentos - Última Parte -
Corda com 81 Nós e Duas Borlas
8. 8
dar prosseguimento às obras do Templo, dividindo-os em três grupos, que eram
dirigidos pelos três mestres, com os quais, ele mais simpatizava e respeitava; tratando-
se de: Stolkin, Adonhiram e Berechiel.
Em um Dicionário antigo, o de Figueiredo, se encontra uma referência a “Bazequiel –
um dos intendentes escolhidos por Salomão para administrar os 81 mestres
encarregados da conclusão das obras do Templo”.
Também em uma das faces da pedra cúbica, de início, se encontram os números 9, 27
e 81, cuja raiz é igual a 3, bem como uma série de 81 letras próprias a comporem as
palavras representadas pelas quatro iniciais I A I N.
Alude-se também ao fato, de que Zorobabel chefiou os 81 mestres, quando, do seu
retorno a Jerusalém, trabalhou na reconstrução do Templo, que fora então, destruído.
Alexandre Rousselin Corb De Saint-Albin nos legou a seguinte versão: “Jerusalém
tendo sido novamente retomada pelos muçulmanos, os maçons (construtores) foram
daquele local, totalmente expulsos e infelizmente, perderam a maior parte dos
preciosos escritos que lhe foram confiados; escolheram, então, entre eles, uma
delegação de 81 Príncipes do Real Segredo, hoje, 32º grau, para irem a Upsal (a)
depositar na cave das Três Coroas os preciosos restos dos arquivos da Ordem.
No ano de 1295, os Príncipes Maçons, depois de haverem mostrado, nas diferentes
Cruzadas que teve lugar, tudo o que se pode esperar de coragem, virtude e
resignação, se estabeleceram na Palestina, de onde foram expulsos, assim como, o
restante dos Cruzados que ali se haviam refugiado sete anos antes. Devendo ter sido
nessa época que eles retiraram da cave o tesouro escondido e o foram depositar e,
também, se estabelecer na Escócia.
Praticamente obrigados, algum tempo depois, a se separarem, renovaram seus votos
de tudo sacrificar para a conservação do referido local, assim como, de se reunirem à
primeira Cruzada, para reconquistar o Templo e se apoderar novamente, do antigo
depósito do tesouro sagrado”.
Como bem podemos ver apenas se trata, de mais uma lenda a respeito do número 81.
A tradição foi buscar a origem da nossa Corda com 81 Nós na corda que circundava o
recinto reservado às assembleias políticos-judiciais dos Germanos. Ao que se dizem,
as suas reuniões eram feitas a céu aberto, em lugar consagrado, preferivelmente em
uma eminência (platô, elevação etc), natural ou artificial. A área demarcada era
cercada por estacas ou pelas lanças dos presentes, que eram fixadas na terra e
amarradas solidamente, umas às outras, pelos nós de uma corda. Assim se formava um
recinto sagrado, uma espécie de Templo, cuja entrada se verificava pelo vão livre das
duas lanças ou estacas existentes nas extremidades da corda, onde ficava postado um
arauto com a missão de impedir a entrada às pessoas não qualificadas.
Nicola Aslan informa: “Os templos egípcios, hebraicos e gregos eram colocados dentro
de um recinto e separados do terreno profano, que os circundava. Nos tempos
primitivos, a separação era feita por uma corda; posteriormente, por uma vala. É esta a
origem da corda de 81 nós, à qual o simbolismo maçônico deu interpretação diferente”.
Também se lembra, a propósito, os antigos canteiros de obras dos maçons operativos.
A esse respeito, escreveu Varoli: “O nome canteiro, em português, pode significar
cercado de obra ou de jardim, ou escultor em pedra, talhador de pedra, marmorista ou
artista de trabalhos de cantaria”. Como os canteiros, antigamente, fossem pavilhões e
cercados de madeira, que os obreiros erguiam ao lado ou junto das construções ou
cantaria, o nome do local ou oficina se confundiu, na língua portuguesa, com o artista
que entalhava pedras ou fazia trabalhos de cantaria.
Os canteiros dos maçons operativos eram cercados retangulares ou quadrados de
paliçadas fincadas no chão e amarradas por uma ou várias cordas, ou por meio de
inserções nos elos de uma corrente de ferro ou cadeia de união. A estrutura tinha uma
entrada ampla marcada por dois postes ou madeiros altos, junto dos quais ficavam os
zeladores (Wardens - Vigilantes em inglês). Quem cuidava das telhas era o Cobridor ou
Telhador (em inglês - Tyler ou Tile, telha); os dicionários assinalam Tyler com as
(traduções de Telhador e Porteiro de Loja Maçônica). Neste ato o Aprendiz Maçom
9. 9
começa a entender a significação histórica da Corda de 81 Nós e da Cadeia de União
que os maçons formam entre outros itens mais, para comunicar a Palavra Semestral.
Por outro lado, se uma Loja não estiver coberta, ou se uma coversa entre maçons
estiver sendo ouvida por profanos, costuma-se dizer, jocosamente, que está Chovendo
ou que há Goteiras. Se o local está abrigado e isolado, deve-se dizer aqui não Chove.
A Corda de 81 Nós, porém, assumiu a significação de que os maçons se entendem
unidos universalmente, isto é, que formam uma cadeia que envolve os quatro pontos
cardeais do mundo. A Corda de 81 Nós possui uma significação conjugada com as
romãs das Colunas “B” e “J”.
Segundo Wirth: “Sua representação pintada é, entretanto bem fria relativamente à
realização vivente da cadeia fraternal pelos Irmãos, formando o círculo e se tomando
pela mão, cruzando os braços, a fim de ser mais aproximados uns dos outros”. Esse
símbolo emocionante manifesta as aspirações supremas de uma confraternidade, que
quer fazer circular através de todos os humanos uma corrente coesa de união afetiva.
Uma experiência de vinte séculos prova que não é suficiente pregar a fraternidade
para levar os homens a se amarem realmente, uns aos outros. Uma doutrina generosa,
difundida por toda a parte, produz seguramente seu efeito, pelo menos teórico, como
as belas ideias emitidas pelos filósofos e escritores.
Quando os maçons tiverem aprendido em Loja a pensar com justeza, sua Cadeia de
União intelectual fará irradiar através do mundo uma luz misteriosa, que acabará de
esclarecer os espíritos menos preparados pela propaganda escrita ou falada. “E como
eles saberão emocionar os corações pela transmissão de ondas de uma
sentimentalidade vigorosa, cumprirão sua Grande Obra de harmonia e de fraternidade
universal”.
Convém, também, citarmos Plantagenet: “Muitas vezes os maçons terminam seus
trabalhos e suas cerimônias formando entre eles uma longa Cadeia sem fim,
denominada Cadeia de União”. Dizer que ela simboliza a Universalidade da Ordem e
que lembra a cada um que todos os verdadeiros maçons, seja qual for o seu país de
origem, não formam senão uma só família de Irmãos, espalhada sobre a superfície da
Terra, é, imaginarmos o supérfluo. Poder-se-ia dizer, entretanto, que nisso não param
suas virtudes. Por uma elementar associação de ideias, aquele que tomou o lugar na
referida Cadeia pensa no ferreiro: a Palavra de Passe que o evoca lhe torna ao espírito
e eis que se lembrará uma vez mais que é ele mesmo, modelando o puro metal de sua
consciência no fogo ardente de seu ideal, que forja esses anéis de que é, ao mesmo
tempo, a matéria e a força, o metal passivo e o Obreiro consciente.
Da mesma forma, a Cadeia de União aproxima efetivamente os corações, ao mesmo
tempo em que reanima nas consciências o sentimento de solidariedade que nos une e
da interdependência que nos liga. Podemos todos fazer a experiência e não há
nenhuma dúvida que aquele que participa conscientemente e sem reticências da
Cadeia Ritualística ressente-se ele próprio - na falta de uma transmissão certa do
vizinho - dos efeitos sugestivos e reconfortantes. Não é, portanto, sem intenção que
esta cerimônia foi introduzida no Ritual. “Ela parece preparar, portanto, felizmente, o
ambiente propício para fazer do encerramento dos trabalhos, uma outra coisa, muito
mais séria, do que uma simples formalidade”.
É bom que lembremos que, segundo um antigo e velho Ritual, a Palavra Semestral, foi
passada, pela primeira vez, em 23 de outubro de 1773, em Cadeia de União formada
por 81 Irmãos, em uma Loja em que, na referida data, na decoração da abóbada do
Templo, se registrou o surgimento da Corda de 81 Nós.
10. 10
O PAVIMENTO MOSAICO E ALGUMAS QUESTÕES
ENVOLVENDO A ETERNA DUALIDADE: O BEM E O MAL
Irm.·. José Ronaldo Viega Alves
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
Contato: ronaldoviega@hotmail.com
“Mas eu continuava sob a maldição da minha dualidade de propósitos e
logo que se desfez o primeiro impulso e penitência, a minha parte inferior
começou a grunhir, exigindo sua satisfação.”
(„O Médico e o Monstro: o estranho caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde‟ -
Robert Louis Stevenson)
INTRODUÇÃO
Assis Carvalho disse certa vez que há símbolos que marcam a sua presença
entre os demais com uma força tal, que não há como descrevê-los em poucas linhas.
O Pavimento Mosaico, ou Quadriculado, no REAA, é um desses símbolos, que
vem suscitando ao longo do tempo inúmeras discussões. Algumas giram em torno da sua
nomenclatura correta, outras se referem as suas origens, e outras, ainda, sobre o seu
posicionamento e disposição na Loja: em diagonal ou tabuleiro de xadrez. No entanto, eu acho
que a grande discussão mesmo, envolve as ligações todas que esse símbolo consegue sugerir,
principalmente sobre a questão dos opostos, e dizendo isso, correndo riscos, ao levar em
conta, as sábias considerações do saudoso Irmão Theobaldo Varoli quando assim se referiu
aos símbolos maçônicos: “A Maçonaria autêntica jamais admitiu a interpretação licenciosa ou
puramente subjetiva de qualquer símbolo por ela adotado. Diante de um símbolo, o Maçom não
deve portar-se como um doente num consultório de psicanálise, como também não deve
arrastar suas interpretações ao sabor de suas crenças pessoais.”
Entre uma gama de significados que são atribuídos a esse que é um dos
ornamentos da Loja, o Pavimento Mosaico tem na representatividade exposta dos seus
ladrilhos pretos e brancos, a dualidade, a lei dos contrastes que são inerentes a nossa própria
existência, o bem e o mal que irão permear os caminhos que escolhermos na vida, a luz e as
trevas que sempre se farão presentes, as alegrias e as dores, mas, que também de forma
paradoxal, digamos, podem encerrar a idéia de um delicado equilíbrio onde estão sustentadas
as energias positivas e as negativas, as mesmas que conduzem a uma coesão das forças que
regem o Universo. Com o propósito de entender um pouco mais dessa dualidade, da sua
atuação, das suas influências em nosso meio, ou dos variados conceitos filosóficos ou
religiosos que estão atrelados a ela, a exemplo do maniqueísmo e do livre-arbítrio, é que será
desenvolvido o presente trabalho. Afinal, a presença de opostos e de contrastes, fazem parte
da nossa vida, sendo que em algumas das etapas da mesma, são fundamentais para o nosso
crescimento psíquico.
4 - o pavimento mosaico e algumas questões
envolvendo a eterna dualidade: o bem e o mal
Ir José Ronaldo Viega Alves
11. 11
SOBRE AS ORIGENS DO PAVIMENTO MOSAICO
Parece não haver dúvidas, que a origem do Pavimento Mosaico é a Suméria,
região da Mesopotâmia onde a religião um dia acabou adquirindo extrema importância, a ponto
de tornar-se a base para toda religiosidade cósmica do mundo da Antiguidade e da mitologia
Greco-Romana.
De acordo com Castellani, o Pavimento Quadriculado, o mesmo que
conhecemos por Pavimento Mosaico, e proveniente da Suméria, como é consenso, era
composto de quadrados brancos e negros intercalados, para exatamente representar os
opostos, onde, a idéia principal envolvia o dia e a noite, já que o culto era solar, e outras
representações envolvendo dualidades como o bem e o mal, a virtude e o vício, o espírito e a
matéria. Na Mesopotâmia, o pavimento era considerado terreno sagrado, sendo uma
antecâmara dos santuários, portanto, somente percorrido pelo Sacerdote em dias importantes
de cumprimento do calendário religioso. Importante salientar que nem todos os demais povos
adotaram o pavimento, sendo que os hebreus não o utilizavam e ele não existia no Templo de
Jerusalém. Houve autores que chegaram sim, a confundir o Pavimento Mosaico com o Santo
dos Santos do Templo de Salomão.
Na Ilha de Creta, Sir Arthur Evans, durante escavações arqueológicas, deparou-
se com muitos fragmentos de pavimentos quadriculados usados nos palácios, que através das
pesquisas revelaram-se elementos decorativos. Mosaicos estavam presentes na arte e na
arquitetura romanas, em desenho e esculturas da China, Índia, Babilônia, Egito, etc. Além do
mais, vários desses povos adotaram esse pavimento comprovadamente como elemento de
decoração, sem qualquer conotação religiosa. A verdade é que, como disse Varoli, o
simbolismo contido no contraste do preto e branco é peculiar à Maçonaria Especulativa, e é a
partir daí que ele começa a ganhar sua importância entro da nossa Simbologia.
O Pavimento Quadriculado recebeu o nome de Pavimento Mosaico, em virtude
da lenda existente, onde Moisés durante o êxodo, em determinada ocasião, teria assentado no
chão do Tabernáculo (que era o templo portátil dos hebreus durante a sua peregrinação pelo
deserto em direção à Palestina), pequenas pedras coloridas.
Castellani falou também da etimologia da palavra, dizendo o seguinte: “o
vocábulo mosaico quando usado como substantivo significa pavimento feito de
pequenas pedras, ou de outras peças, que, pela disposição de suas cores, dão aparência
de desenho; por outro lado, quando usado como adjetivo, ele é alusivo a Moisés e, por
extensão ao Judaísmo e ao Hebraísmo. Na expressão Pavimento Mosaico, para mosaico
é o adjetivo referente ao substantivo pavimento, sendo, portanto, alusiva a Moisés,
realmente. O resto é invenção. Para evitar essas confusões e considerando-se que a
origem do pavimento é sumeriana e não hebraica, é que é preferível denominar-se
Pavimento Quadriculado a esse adorno do Templo maçônico, inclusive porque o termo
já teve referências na literatura maçônica mundial (Checkered flooring).”
O PAVIMENTO MOSAICO NA MAÇONARIA
Na Maçonaria o Pavimento Mosaico, ou Quadriculado, não possui exatamente o
significado de sagrado, a ponto de que seja proibido pisá-lo. E é bom que se diga aqui, que ele
está na Loja, pelo fato de que a Loja é a representação do Universo, Universo onde nós
pisamos e onde ao final das contas os contrastes existentes se harmonizam. Portanto, é para
ser pisado, com respeito, é claro, e para ser lembrado também, que o homem muda
parcialmente do branco para o preto e vice-versa, mas, que no fundo somos todos iguais. A
questão é buscar uma harmonia, tal como a que existe no Universo.
Com relação ao espaço que ele ocupa no Templo Maçônico, Castellani diz que
ele recobre todo o solo do Templo e não somente a passagem entre as Colunas. Neste caso, a
Orla Denteada é colocada bem junto ao rodapé para efeito de guarnição do pavimento. É dito
também que este pavimento não possui a importância que alguns autores místicos quiseram
atribuir-lhe, já que antigos rituais escoceses nem sequer o mencionam, o que vem demonstrar
também uma finalidade decorativa, não tão essencial à Ritualística e à Simbologia maçônica.
12. 12
O Pavimento deve ser formado por quadrados brancos e negros em diagonal e
não como é comumente usado, imitando um tabuleiro de xadrez.
Aliás, neste presente trabalho, não me deterei nas incursões de Jules Boucher
sobre o Pavimento Mosaico, até pelo fato de que ele faz comentários na sua obra clássica “A
Simbólica Maçônica” do ponto de vista, no meu entender, de um tabuleiro de xadrez, além de
que essa configuração atende em princípio, e mais especificamente, ao Rito Moderno ou
Francês.
Kennyo Ismail, faz o seguinte comentário: “Convencionou-se imaginar que o
“Santo dos Santos” do Templo de Salomão”, por também ser um local de juízo, possuía um
Pavimento Mosaico. Essa teoria não tem fundamento na Bíblia, onde, consta que todo o piso
do Templo era de madeira de cedro, mas, é baseada em uma breve passagem do Talmud, que
permite uma interpretação de que os lugares mais sagrados dos templos tinham o Pavimento
Mosaico.”
Importante, é também destacar, baseado nas considerações de K. Ismail, que
até o final da Idade Média não se tinha conhecimento das cores dos antigos Pavimentos
Mosaicos, e somente a partir do século XVI, quando o rei Henrique VIII determinou a confecção
de uma bíblia em inglês, surgiu aquela que ficou conhecida como a “Bíblia de Genebra”, pelo
fato de nessa cidade ter sido confeccionada. Essa versão trouxe muitas novidades em termos
de ilustrações, e entre elas a do Templo de Salomão, onde o Pavimento Mosaico era composto
de quadrados intercalados em preto e branco. Com certeza, o tipo de impressão na época era
em preto e branco, mas, com o tempo essa visão do Pavimento acabou firmando-se. Quando
surgiram os templos maçônicos, já inspirados no Templo de Salomão, esse foi o modelo
adotado. No REAA, houve o entendimento de que todo o piso pertencente ao Templo de
Salomão era um Pavimento Mosaico, isso baseado nas ilustrações medievais, mas, ainda
assim, há algumas variações, pois, a perda do conhecimento da origem de tais símbolos no
tempo, e mais a influência de outros Ritos, fizeram com que seja possível encontrar em alguns
Templos do REAA no Brasil, Pavimentos Mosaicos restritos ao retângulo central e constituído
também de Orla Dentada. Sem dúvida, devemos sempre levar em consideração que na
Maçonaria, o Templo de Salomão, é apenas um grande símbolo e não a reprodução exata da
obra do Rei Salomão.
Na interpretação de Nicola Aslan, o Pavimento Mosaico tem um simbolismo
muito extenso na Maçonaria, sendo o lugar onde ele vem representar “as classes, as opiniões
e os sistemas religiosos que se confundem na Maçonaria, sendo o emblema da estreita união
que deve existir entre todos os maçons, apesar das diferenças”.
Como já foi possível avaliar até aqui, há uma variedade de interpretações e
discussões girando em torno desse símbolo que é o Pavimento Mosaico na Maçonaria. Mas,
será que ainda há outras interpretações? E assim sendo, o verdadeiro aprendizado não se dá
quando podemos comparar os contrastes e as diferenças?
O PAVIMENTO MOSAICO E A DUALIDADE
Definamos dualidade: “é a propriedade ou caráter do que é duplo ou que contém
em si duas naturezas, duas substâncias ou dois princípios. Por sua vez, dualismo é: um
conceito da filosofia e teologia, que se baseia em dois princípios ou duas realidades opostas e
que são irredutíveis entre si.
De acordo com Raimundo D‟Elia Junior: “A batalha do preto com o branco,
cientes que nenhum predomina no Mosaico Maçônico, está ligada à Iniciação, quando se
permanece um período vendado e depois sem venda, fazendo com que a Luz recebida na
Iniciação revele, pela retina, todas as magníficas cores contidas no arco-íris, desvendando
assim o mistério da dualidade existente no ser humano, que o conduz para o bem ou para o
mal. Portanto, simplesmente não existe meio termo entre o que é, e o que não é.”
Com relação aos preceitos do homem, e que podem ser positivos ou negativos,
a ligação com o Pavimento mosaico se dará assim: as pedras brancas são os preceitos
positivos e as pedras pretas serão os negativos. Complementando, e conforme o que dispôs
Joaquim de Figueiredo em seu Dicionário de Maçonaria: “Reflete a polaridade positiva e
negativa da natureza, e a dualidade do bem e do mal, por cujo labirinto deve o iniciado
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encaminhar-se oscilante ou decidido, mas sempre perigosamente, para a perfeição.” Devemos
entender, ainda, que a disposição das cores preto e branco no Pavimento Mosaico, fazem
lembrar-nos que os seres humanos mesmo sendo diferentes em raça, credo ou cor, são todos
iguais perante o G.·.A.·.D.·.U.·..
E ainda arrematando com o próprio Raimundo D‟Elia Junior: “Para a
Humanidade, lado a lado caminham o bem e o mal, a humildade e a vaidade, a busca por
uma vida melhor e a ganância desenfreada, infelizmente, com base no custe o que custar,
e de salve-se quem puder!”
O PAVIMENTO MOSAICO E O LIVRE-ARBÍTRIO
Vejamos algumas posições filosóficas sobre a questão envolvendo o livre-
arbítrio. Para Espinosa e Nietzsche, o livre-arbítrio não existe, é uma ficção. Não dá para
alguém pensar de modo isento, isento da própria maneira de ver o mundo e da própria história
de vida. Erasmo de Roterdã escreveu uma obra chamada “Sobre o Livre-Arbítrio”, onde
defendeu que se erramos, o fazemos por nossa própria opção. Martinho Lutero escreveu o
“Servo-Arbítrio”, onde afirma que Ele tampouco é responsável pelo mal, e o mal deve ser
imputado somente ao homem. Basicamente, retoma a questão da predestinação, que já havia
sido exposta por Santo Agostinho, ou seja, Deus tudo sabe e tudo previu. A verdade mesmo, é
que não lidamos com verdades absolutas.
Como disse o teólogo Walter Chantry: “Apesar do grande louvor que é dado ao
„livre-arbítrio‟, temos visto que a vontade do homem não é livre para escolher um curso
contrário aos propósitos de Deus, nem é livre para agir em contrário a sua própria natureza
moral. A sua vontade não determina os acontecimentos de sua vida, nem as circunstâncias
dela. Escolhas éticas não são formadas por um mente neutra, são sempre ditadas pelo que
constitui a sua personalidade.”
Eu quero crer que a escolha certa efetuada pelo Maçom, a opção do Maçom,
será o produto da sua transformação advinda da Iniciação, da sua renovação, do novo homem
gestado a partir dali. Para o homem dominado pelas paixões, por seus instintos e vícios, não
existe o livre-arbítrio, da forma, pelo menos, como existe para homem que é virtuoso.
O PAVIMENTO MOSAICO E O MANIQUEÍSMO
O que é o Maniqueísmo? É interpretado geralmente como sendo uma filosofia
dualística que divide o mundo entre o Bem e o Mal. De um lado está a matéria, que é
considerada má. O espírito é considerado bom.
Pelo fato de possuir uma natureza igualitária, o Maniqueísmo atraiu muitos
seguidores. Aqueles pertencentes às populações oprimidas estavam entre os seus seguidores.
Entre os ensinamentos de Mani, o profeta persa que criou essa antiga religião, não existia
prática discriminatória, não havia distinções entre etnias, pobres e ricos, ou entre educados e
analfabetos. Com base em ensinamentos simples, que não requeriam aprendizados difíceis, o
sábio utilizou-se de conceitos como a personificação da luz e da escuridão, assim como, de
bem e do mal. Então, fundamentalmente, considera-se o Maniqueísmo como uma filosofia
dualística, pelo fato, de fazer uma divisão do mundo entre dois princípios opostos que são o
Bem e o Mal. Novamente, temos uma proximidade com a simbologia exposta no símbolo
maçônico que é o Pavimento Mosaico.
Ainda, o Zoroastrismo ou Masdeísmo, religião nascida na Pérsia, também
diferenciou-se pelo monoteísmo e pelo dualismo cosmológico, ou o que pode ser entendido
como uma batalha sendo travada no mundo entre as forças benignas e as malignas. O papel
do bem, ensinava Zaratustra, o profeta persa fundador do Masdeísmo, não é apenas opor-se
ao mal, mas também transformar o mal em bem. O homem é o único responsável pelas suas
escolhas. Também ensinava que cabia a cada um lutar contra os maus pensamentos e as más
ações, trabalho que jamais estaria concluído, pois, estaria sempre na dependência de um
esforço diário e constante. Vejo aqui, uma semelhança com o desbastar da pedra bruta, que
analogamente é um trabalho que exige o mesmo tipo de comprometimento.
Essas definições acabam ainda, encontrando consonância na Cabala, pois, de
maneira semelhante podemos encontrar ecos nas palavras do Rav. Michael Laitman, quando
14. 14
se pronunciando sobre uma série de passos a serem cumpridos para chegarmos ao que ele
chamou de admirável mundo novo, e que eu acrescento aqui, o mundo melhor que a
Maçonaria e o Maçom de maneira similar almejam: “Em síntese, a crise não está realmente
ocorrendo no exterior. Mesmo que certamente pareça ocupar um espaço físico, ela está
acontecendo dentro de nós. A crise é luta titânica entre o bem (o altruísmo) e o mal (o
egoísmo).“
O maniqueísmo clássico, remanescente, talvez, já não se sustente sozinho nos
tempos em que vivemos, pois, muitos dogmas religiosos tem sido questionados com rigor, mas,
e a luta maior hoje parece que é travada no íntimo de cada um dualisticamente entre o ter e o
ser.
O APRENDIZ, A PEDRA BRUTA E A QUESTÃO DO BEM E DO MAL
A questão da edificação e do aprimoramento do ser humano, ou do homem-
Maçom, no trabalho do Aprendiz desbastando a Pedra Bruta, deixa perceber de um ângulo
iniciático, o que o pesquisador e Maçom Carlos Raposo chama de outro entendimento: Malho e
Cinzel atuando em conformidade com o Princípio Hermético da Polaridade que diz que “tudo é
duplo”. “Se uma forma de assimilação do Grau de Aprendiz o mostra trabalhando a Pedra
Bruta, outro entendimento, de ordem ainda superior, nos fala que o Aprendiz, sendo a própria
Pedra a ser desbastada, „sofrerá‟ ação do Grande Escultor, que fará uso dos elementos
necessários à realização da Obra final. (...) no trabalho de lapidação da Pedra Bruta duas
vontades parecem agir de modo concomitante: a primeira vontade seguirá os desígnios do
Criador, que é soberana; a vontade secundária partiria da própria Pedra, ou do indivíduo a ser
trabalhado, no caso, o Aprendiz. Em ambas possibilidades, intenta-se obter o produto final na
forma de uma Pedra Justa e Perfeita. Ela é Justa, pois está adequada a Sua Obra, e é Perfeita,
pois também está em conformidade com a Perfeição de Seu Plano Maior. O livre-arbítrio que,
em princípio, parece dirigir a vontade do Aprendiz, nada mais é do que a faculdade que lhe dá
a chance de estar em harmonia com a vontade Maior que o criou. Nesse caso, as duas
vontades, sendo harmônicas, passam a ser uma única Vontade. Então, poderíamos entender o
Bem como sendo a capacidade do Aprendiz de por a própria vontade em sintonia com a
vontade Superior enquanto o Mal simplesmente representaria a opção contrária a esta.”
CONCLUSÕES
O pano de fundo para os conceitos aqui abordados são evidentemente a
dualidade evidenciada no símbolo Maçônico que é o Pavimento Mosaico, a mesma dualidade
que nos acompanha durante as nossas vidas, ainda como profanos e depois como Maçons,
sobre as escolhas que temos de fazer. Não podemos esquecer em nenhum momento que ao
fazermos as nossas escolhas, estamos lidando com as nossas concepções de mundo, de
como vemos os outros seres humanos, de como nos relacionamos, e ainda considerando os
nossos costumes. O Irmão João Ivo Girardi em seu Vade-Mécum maçônico, no verbete
Pavimento de Mosaico da Maçonaria, reproduziu o que segue de uma das suas fontes: “5.
Os Irmãos das Colunas observam frontalmente esse Pavimento para ter sempre presente o
simbolismo do dualismo. O dualismo impõe uma escolha; não se pode abarcar ao mesmo
tempo a presença e a ausência, o dia e a noite, enfim o dualismo está em toda parte. Fixando-
se o pavimento, descobre-se que inexistem cores; o negro é a ausência absoluta de cor; o
branco é a sua polarização (concentração de todas as cores); isso ensina que o maçom deve
buscar o colorido além da fixação para o piso, mas erguer os olhos para contemplar a
natureza colorida. O maçom atento, curioso e observador está sempre aprendendo, indo a sua
Loja.”
Devemos atentar também para o fato de que os símbolos maçônicos apontam
para um objetivo que é comum a todos aos Maçons, pois, fazem lembrá-los constantemente do
quanto devem estar voltados para o polimento da pedra bruta, e do quanto devem trabalhar
dentro e fora das suas Lojas.
É dito a nós, Maçons do REAA, que é pelos ladrilhos do Pavimento Mosaico que
regulamos os nossos passos, e aí se justifica a disposição desses ladrilhos em diagonal. Ainda
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conforme Aslan: “As pedras brancas e pretas do mosaico são ligadas por um cimento, Símbolo
da união de todos os maçons do mundo, e invisível para o Profano, que só vê os ladrilhos, isto
é, a “via larga”, a “via exotérica”. O Iniciado, ao contrário, segue uma via estreita, mais fina que
o fio da navalha, é a “via esotérica”, que passa entre o branco e o preto e, portanto, não tem
obstáculos em seu caminho.”
Bem no início do trabalho, coloquei uma passagem do clássico do escritor inglês
R. L. Stevenson, popularmente conhecido como “O Médico e o Monstro”, e que veio a ser
depois, tema recorrente também do Cinema. A história é uma das minhas preferidas desde
que eu era um garoto. É bem possível que as reverberações dessas leituras ou desses filmes
tenham contribuído para a feitura deste trabalho, pois, visualizei no símbolo maçônico ora
analisado e aqui abordado, toda a sua representação da dualidade, o dilema posto de escolher
entre o certo e o errado, ou a velha luta entre as forças do o bem e as forças do mal... Mas, o
tema é tão rico, tão metafísico, que mesmo fazendo a escolha que julgamos certa, ainda
haveria a possibilidade de revê-la, isso mesmo, de outro ponto de vista, ou seja: quem me
garante que a Natureza não tem um modo de funcionar onde a minha opção, a minha decisão,
a minha escolha não a tenha contrariado? Ou que as grandes verdades do Universo muitas
vezes são expressas somente através dos paradoxos?
É deveras um tema muito provocante, e sem soluções cabais, por enquanto.
Aliás, sobre as escolhas disse Sartre: “A escolha é possível num sentido, mas o que não é
possível é não escolher.”
Referências Bibliográficas
Internet:
“O Mito do Livre-Arbítrio” – Walter Chantry – Tradução de Wellington Ferreira – Editora Fiel
“Significado de Dualidade” – Disponível em: www.significados.com.br/dualidade/
Livros:
Cadernos de Pesquisas – 19 – Editora Maçônica “A Trolha“ Ltda. – 2001
ASLAN, Nicola. “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. - 2012
CASTELLANI, José. “Consultório Maçônico – Cadernos de Estudos Maçônicos “- Editora Maçônica “A
Trolha” Ltda. – 1990 e “Dicionário de Termos Maçônicos” – Ed. Maçônica “A Trolha” Ltda. – 1995
FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. “Dicionário de Maçonaria” Editora Pensamento
D’ELIA JUNIOR, Raymundo. “Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz” – Madras Editora Ltda. 2010
LAITMAN, Michael. “A Revelação da Cabala” – Imago Editora - 2008
ISMAIL, Kennyo. “Desmistificando a Maçonaria” – Ed. Universo dos Livros – 2012
STEVENSON, Robert Louis. “O Médico e o Monstro: o estranho caso do Dr. Jekyll e Mr. Hyde” –
Editora Clube o Livro Ltda. 1986
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” 1° Tomo (Aprendiz) - Editora “A Gazeta
Maçônica” – (Não traz o ano da edição)
Revistas:
“Discutindo Filosofia” n° 10 / “Filosofia” n° 57/Grandes Temas do Conhecimento-Filosofia n° 4 e n° 16
“A Trolha” n° 20 e n° 155.
“Sexto Sentido” Especial-Maçonaria n° 14
16. 16
O Companheirismo e Maçonaria,
qual o parentesco?
Tradução José Filardo
Por Jean-Michel Mathonière
Liderando as perguntas que são feitas com maior frequência sobre o Companheirismo
existe a de seu parentesco com a Maçonaria. Para os não iniciados, o uso do mesmo
símbolo – o esquadro e compasso entrelaçados – reforça a ideia induzida pelo lado
misterioso e elitista das duas organizações, que seriam de alguma forma duas faces da
mesma entidade oculta. Para os maçons, há a firme convicção de que existe um
parentesco estreito e que eles seriam primos-irmãos dos Companheiros. Muitos
admitem até mesmo a ideia de que a Maçonaria teria pedido emprestado do
Companheirismo a maioria de seus graus azuis… O fato de que por algum tempo os
historiadores dessas duas sociedade tenham combatido essa ideia perturba um pouco
os espíritos sem, contudo, conseguir fazer tábula rasa das ideias recebidas. Os Maçons
continuam fascinados pelos descendentes dos construtores de catedrais seriam os
Companheiros, uma tradição que permanece evidente para o espírito, mas que continua
a ser vista historicamente em termos de filiações iniciáticas. Sem voltar aos velhos
tempos onde faltam arquivos cruelmente, qual é exatamente essa relação entre o
Companheirismo e a Maçonaria? Concentremo-nos em alguns aspectos desta questão
complexa.
A Dupla filiação
Sem dúvida, não é inútil lembrar que, antes de nossos dias, as potências maçônicas e as
sociedades de companheirismo não tinham qualquer ligação. E mesmo que um grande número
de companheiros cultivassem um antimaçonismo pelo menos sólido – atitude herdada do
período Vichista durante o qual o companheirismo francês conheceu uma profunda revolta e
5- O Companheirismo e Maçonaria, qual o parentesco?
Ir Jean Michel Mathonière - Tradução: José Filardo
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dissensões. Assim, em um grande número de Sociedade do Dever, a dupla filiação é
estritamente proibida e descobrir que esta regra foi violada leva à expulsão. Em outros
companheirismos, esta é uma escolha que se enquadra, felizmente na esfera da liberdade
individual e não provoca outra observação que avisar o companheiro que quer se tornar um
maçom da dificuldade que ele poderá encontrar para cumprir todas as suas obrigações, tanto
companheiristicas e maçônicas quanto familiares. Sábia atitude caso exista… Podemos
também observa que a dupla filiação é, por assim dizer, tradição em alguns círculos da União
de Companheirismo (muitos de seus fundadores, em 1889, eram maçons), enquanto que é
mais rara no seio da Federação de Companheirismo de Ofício da Construção, inclusive junto
aos Gavots (Companheiros carpinteiros e serralheiros do Dever da Liberdade, às quais era
filiado o famoso Agricol Perdiguier, ele mesmo iniciado em Maçonaria em 1845).
Se voltarmos no passado, esse fenômeno de dupla filiação sofreu mudanças substanciais,
dependendo do ofício e dos ritos dos companheiros, e também segundo os períodos. Assim,
ao longo do século XIX, a filiação à Maçonaria é muito comum, se não quase sistemática entre
os canteiros Companheiros Estrangeiros (o ramo que se afirma de Salomão), enquanto
relativamente comum entre os canteiros Companheiros Itinerantes (o outro ramo, o dos “filhos”
Mestre Jacques) antes da Revolução de 1789 e sob o Império, ela então torna-se muito rara.
Mesmo entre os Companheiros carpinteiros, onde a dupla filiação é moeda corrente entre os
“Índios”, sem ser desconhecida entre os “Soubise“
Quais eram as razões para a dupla filiação no passado? Trata-se do reconhecimento implícito
de um parentesco? Não. Dois casos principais parecem emergir a partir do estudo de fontes
documentais: de um lado, é um fato relativamente bem conhecida a partir de meados do século
XIX, o desejo dos Companheiros que concluíram seu Tour de France e não tendo, portanto,
nesta altura, mais contatos com a sua sociedade, de cultivar uma sociabilidade fraterna
baseada em símbolos em parte comuns; por outro lado, e esse é um fato que ainda não foi
provado, a necessidade de os artesãos itinerantes de ter um máximo de “rede”, a fim de lidar
com os perigos do Tour de France. Claramente, muitos Companheiros do início do século XIX
ingressam na Maçonaria antes mesmo da sua partida no caminho ou durante o mesmo, não só
para ter uma rede de assistência mútua – esta é a vocação primária das sociedades de
companheirismo -, mas duas! Em uma cidade onde seu companheirismo não tem uma sede e
onde eles não podem receber garantia de caminho seguro se estiverem sem emprego –
sacramento precioso lhes é “devido” se eles estão regulares – e lhes resta ainda o recurso à
fraternidade maçônica … Juntemos a esses dois motivos, para o período do Império, o
ingresso na Maçonaria através de lojas militares, muitos Companheiros tendo passado pelas
forças armadas.
Semelhanças verdadeiras e falsas
Se é indiscutível que o emblema básico do esquadro, da régua e do compasso entrelaçados,
acompanhado nos Companheiros de outros elementos que caracterizam o ofício foi usado por
algumas corporações, desde antes da chegada da Maçonaria em França, é importante não ver
nisso uma indicação de uma a influência de uma sobre a outra, e muito menos ainda a prova
de uma origem Companheiristica da Maçonaria. Na verdade, os Companheiros assim como os
maçons usavam esse símbolo para se referir à quinta Arte Liberal, a Geometria, o que para uns
como para os outros era fundamental. Porque considerar este símbolo comum como uma
indicação de um parentesco orgânico, quando é simplesmente um dos sinais da existência de
um substrato cultural comum, o da arquitetura? Os mesmos instrumentos geométricos foram
usados na época, assim como mais recentemente, como símbolos de Artes e das Ciências, ou
como emblemata moral, sem, no entanto que esse seja o emblema de organizações pouco ou
menos iniciáticas. Não nos esqueçamos que o compasso é, assim como a serpente, o símbolo
da Prudência …
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Mais preocupante para os maçons estão alguns trechos de rituais dos Companheiros que
foram publicados, principalmente em 1901 na obra clássica de Etienne Martin Saint-Leon, Le
Compagnonage. Painéis de ritual inteiros podiam ser colocado em paralelo com o ritual
maçônico! Diabos! Não é essa, conforme acreditava Jean-Pierre Bayard, a prova incontestável
de parentesco entre as duas ordens? Não; simplesmente, são os muitos empréstimos feitos
pelas corporações de companheiros, ao longo do século XIX, de fontes maçônicas, fossem
elas iconográficas, rituais ou lendárias. Porque, ao contrário das ideias recebidas da maioria
dos maçons, foram os companheiros que se “abeberaram” de suas tradições, e não o inverso!
Por quê? São esses empréstimos o resultado do fenômeno da dupla filiação acima
mencionado? Ao fazê-lo, os Companheiros teriam reconhecido a anterioridade da tradição
maçônica sobre a sua própria? Não e não … Não havia necessidade que os companheiros de
“dupla filiação” traíssem seus juramentos maçônicos: desde o final do século XVIII, era possível
para quem quer que pudesse ler encontrar em biblioteca a essência dos rituais maçônicos. E
muitos Companheiros sabiam ler … Em testemunho existem nas bibliotecas, exemplares
clássicos, tais como obras de Guillemain de Saint Victor, revestidas de ex-libris
companheiristicos. Um pouco mais tarde, eles farão da pitoresca história da Maçonaria e as
sociedades secretas antigas e modernas de Clavel (1843) um dos seus livros favoritos, como
evidenciam os empréstimos que fazem as estampas companheiristicas dessa época nas belas
gravuras que ilustram essa obra (cf. Laurent Bastard, Imagens dos Companheiros do Tour de
France).
Por que esses empréstimos? Os antigos ritos e lendas Companheiristicas eram relativamente
sóbrios, de essência cristã. O que está descrito na resolução dos doutores da Sorbonne em
1655 sobre “práticas pecaminosas, sacrílegas e supersticiosas” de Companheiros seleiros,
sapateiros, chapeleiros, cortadores e alfaiates, eram em sua maior parte encenações da
Paixão, o neófito sendo assemelhado ao Cristo que deveria sofrer antes de morrer e depois
renascer. A chegada da Maçonaria especulativa e a evolução das mentalidades sob a
Revolução vão abalar essa estrutura ritual que se manteve estável até o final do século XVIII.
Naturalmente, os Companheiros tentarão dar aos seus ritos e lendas a moda e a mentalidade
do seu tempo, e enriquecê-los com muitos detalhes e aventuras. Um pouco antes de 1870,
lemos em uma carta de Jules Napoleão Bastard, um companheiro tanoeiro, que viria a se
tornar maçom alguns anos mais tarde, as seguintes linhas relativas às reformas a serem
introduzidas na sociedade Companheiristica (principalmente estendendo a recepção para dar-
lhe mais carga emocional) e que resumem muito bem o fascínio exercido então pelo modelo
maçônico sobre os Companheiros:
“Mas o que temos para poder ensinar um homem? Nada, nossos escritos não são tão
complicados; faltam grandes coisas [...] O que é preciso? Um livro perfeitamente escrito,
contendo detalhes de onde se originam as sociedades companheiristicas, a classificação de
cada corpo de Estado, ampliar a recepção, aumentar nossos reconhecimentos [...]
Caminhemos sobre as pegadas dos maçons, sem imitar os princípios; nada há a ser
emprestado deles [...] Para a nossa recepção, assistamos a ela com uma vestimenta
adequada, isto é, vestidos de casaco, cartola, munidos de nossas cores. Tenhamos também o
avental azul bordado em branco e vermelho, onde as ferramentas do ofício estarão abaixo, as
duas colunas do templo e o compasso e o esquadro [...] um véu representando as duas
colunas do templo, o ramo de oliveira, um compasso e um esquadro [...] o cão de Pérignan,
um túmulo atrás do véu, todos os companheiros sentados e o primeiro da cidade interrogará o
neófito, o introduzirá com os olhos vendados na referida câmara, o deixará entregue a estas
reflexões, tendo diante de si um esquife coberto com uma mortalha e duas cores brancas
representando a cruz, duas varas sobre o esquife, uma arma e um punhal, o sol e a lua
pintados no vidro em forma de lanterna. Estes são os Passos de que precisamos. “
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Devemos ressaltar que, precisamente, apesar das precauções de oratória em relação à
Maçonaria, os detalhes que são dados sobre vestir um avental e a decoração do templo são
empréstimos puramente maçônicos…
O substrato cultural comum
Na verdade, o primeiro erro a ser cometido quando se discute esta questão sensível do
parentesco entre a Maçonaria e o Companheirismo é considerá-la como um todo homogêneo.
Ora, este não é absolutamente o caso, especialmente se você volta nos séculos. É mais
apropriado falar de companheirismos, no plural. Na verdade, se alguma forma de parentesco
deve ser procurada, ele não é entre a tradição maçônica e todos os companheirismos
indistintamente, mas em primeiro lugar com as sociedades de canteiros, ou cortadores de
pedras (os “maçons” no velho sentido da palavra ). Não é também entre a Maçonaria
especulativa, como ela se europeizou em meados do século XVIII e as guildas de
companheiros franceses (os Itinerantes e os Estrangeiros), mas entre as lojas operativas
escocesas e Inglesas das quais se reivindica à tradição especulativa e as corporações de
companheiros europeias de cortadores de pedras.
E o problema não é ficar obcecado sobre o parentesco ritual, mas identificar e compreender
melhor o substrato cultural de todas essas organizações, se elas possuíam ou não um caráter
iniciático, que é o de o ofício e as artes e ciências estar relacionados com ele. Esta exploração,
sérias e metódicas, promete com certeza belas descobertas. Foi isso que procurei mostrar na
exposição A Regra e o Compasso, onde se descobrem principalmente as extraordinárias
fontes francesas de um símbolo como a pedra cúbica…
Para ir mais longe
Sobre o simbolismo maçônico:
- O Plano Secreto de Hiram; fundamentos operativos e perspectivas especulativa do painel de
loja de Jean-Michel Mathonière, Editions Dervy, 2012.
- A Regra e o Compasso, Jean-Michel Mathonière, o catálogo da exposição de mesmo nome,
publicado pelo Museu da Maçonaria, 2013.
Sobre o simbolismo do Companheirismo:
- A Serpente compassiva; iconografia e simbolismo do brasão dos Companheiros pedreiros de
Jean-Michel Mathonière, Editions La Nef Solomon, 2010. Disponível em
http://www.compagnons.info
- Imagens de companheiros do Tour de France de Laurent Bastard na casa de Jean-Cyrille
Godefroy
Sobre o autor
Jean-Michel Mathonière
Autor
Diretor do Centro de Estudo das guildas de companheiros (Avignon)
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Os Essênios
A Grande Fraternidade Branca
(essência da palestra proferida pelo Ir. Cezar Vaz
na Loja Alvorada da Sabedoria -Florianópolis- no dia 22.10.13)
As diversas escolas místicas do Egito, que se uniram no que constitui a grande
fraternidade branca, tomaram diferentes nomes em diferentes partes do mundo, de acordo com
o idioma de cada nação e com as peculiaridade do pensamento religioso e espiritual do povo
em geral.
Em Alexandria, adotaram o nome de Essênios, que deriva realmente a palavra egípicia
"kashai", que significa secreto.
Já na Síria chamava-se "asaya", que significa médico e na Grécia de "therapeutes".
É importante dizer, que os essênios eram um ramo iluminada fraternidade da grande
loja branca, que nasceu no Egito nos anos que precederam Akhenaton, Faraó do Egito e
grande fundador da primeira religião moneteísta, o qual apoiou e encorajou a existência de
uma fraternidade secreta voltada ao ensino das verdades místicas da vida.
No egíto, às margens do Lago Moeris, o mestre Moria-el, o ilustre, estabeleceu a lei do
batismo, como passo espiritual no processo de iniciação.
Outro centro importante da fraternidade essênia, foi estabelecido primeiro na Palestina,
em Engadi, perto do Mar Morto; mudaram posteriormente, para antigas edificações no Monte
Carmel, preocupação com os manuscritos secretos para a preservação de tradições e
registros, que constituía a base de seus ensinamentos.
Uma das leis importantes, tinha como filosofia:
6 - os essênios
Ir Cezar Vaz - (Palestra)
21. 21
“não julgar, para não ser julgado”.
Existiam dez princípios básicos nos seus artigos de fé:
1º- Deus é princípio; seus tributos só se manifestam através da matéria, ao homem exterior.
2º- O poder na glória do domínio de Deus não aumenta nem diminui segundo a crença ou a
descrença do homem: e Deus não põe de parte e suas leis para agradar a humanidade.
3º- O ego no homem é de Deus, uno com Deus, sendo consequentemente imortal e eterno.
4º- As formas do homem e da mulher são manifestações da verdade de Deus, mas Ddeus não
está manifesto na forma do homem da mulher como um ser.
5º- O corpo do homem é um templo no qual habita a alma, por cujas janelas vemos as criações
e evoluções de deus.
6º- Por ocasião da transição ou separação do corpo e da alma, a alma entra naquele estado
secreto em que nenhuma das condições da terra tem qualquer encanto, mas a brisa suave e o
poder do espírito tanto oferecem conforto e consolo para os extenuados ou anciosos que
estão a espera de novas atividades.
Aqueles, entretanto, que fracassam em utilizar as bençãos e dons de Deus, que
seguem os ditames do tentador, dos falsos profetas e das ardilosas doutrinas dos iníquos,
permanecem no seio da terra até que sejam libertos dos poderes aprisionadores do
materialismo, purificados e enviados ao reino secreto.
7º- Guardar o dia santo da semana, para que a alma possa comungar em espírito e ascender
e entrar em contato com deus, descansando de todos os labores e usando de bom
discernimento em todas as ações.
8º- Manter silêncio nas disputas, fechar os olhos diante do mal, e fechar os ouvidos aos
blasfemadores.
9º- Preservar as doutrinas contra os profanos, jamais falar delas aqueles que não estejam
preparados ou qualificados para compreendê-las, estar sempre pronto a revelar ao mundo o
conhecimento que possa capacitar o homem a elevar-se a maiores alturas.
10º- Permanecer fiel as amizades e a todas as relações fraternas, até a morte; em qualquer
circunstâncias ligada a confiança, nunca abusar do poder ou privilégio recebido; e em todas as
relações humanas, ser benévolo e capaz de perdoar, mesmo aos inimigos da fé.
Abrigos para o cuidado de pobres e doentes foram estabelecidos pelos essênios em
várias comunidades, especialmente em período de fome e epidemias. esses locais eram
chamados de beth-saida.
Foi deste tipo de trabalho que se originaram os abrigos e hospitais que se tornaram
comuns séculos mais tarde. uma equipe especial de pessoas ligadas a esses locais passou a
ser conhecida pelo nome de hospitaleiros.
Juramento dos Essênios
Ao entrar no 4º grau de seu processo na organização:
“Prometo, na presença de meus superiores e dos irmãos da ordem, sempre praticar a
humildade diante de Deus e mostrar justiça a todos os homens; não causar mal a
qualquer criatura viva, por minha própria vontade ou a mando de outros; a sempre
22. 22
abominar o mal, e prestar auxílio com retidão e justiça; devotar fidelidade a todos os
homens, particularmente aqueles que sejam meus superiores em sabedoria; e, ao ser
colocado em posição de autoridade, jamais abusarei dos privilégios ou do poder que me
for temporariamente outorgado, nem tentarei humilhar outros pela exibição mundana da
minha capacidade mental ou física; a verdade sempre terá a minha veneração e me
esquivarei dos que se comprazem na falsidade; manterei as mãos limpas de qualquer
furto, e manterei a alma livre da contaminação do lucro material; dominarei minhas
paixões, e jamais me entregarei a ira ou a qualquer demonstração exterior de emoções
malévolas; jamais revelarei as doutrinas secretas de nossa fraternidade, mesmo com o
risco da própria vida, a não ser aqueles que forem dignos; jamais comunicarei essas
doutrinas de outra forma que em que foram por mim recebidas; nada acrescentarei ou
subtrairei dos ensinamentos, e sempre tentarei preservá-los em sua prístima pureza, e
efenderei, integridade dos livros e registros de nossa ordem, os nomes dos mestres,
legisladores e de meus superiores.”
Ao entrar no 4º grau ( grau final de iniciação) de seu processo na organização, eram
bem versados em astronomia elementar, astrologia, história natural, geometria, química
elementar e alquimia, religião comparada, misticísmo e leis naturais.
Frequentemente faziam as maiores curas pela simples aposição de mãos ou instruindo
o paciente a retirar-se para o silêncio do lar e dormir, enquanto a cura era conduzida
metafisicamente.
Todos os irmãos essênios e as mulheres a eles associadas prometiam educar seus
filhos de acordo com os ensinamentos e princípios que constituíam a base da crença essênia,
e a criar cada filho dentro do escopo da organização até o décimo segundo ano de vida,
quando a criança era aceita condicionalmente até completar vinte e um anos, época em que os
varões eram admitidos ao primeiro grau, atingindo o quarto grau por volta dos trinta e quatro
anos. as mulheres eram admitidas como associados aos vinte e um anos, e permaneciam
nessa categoria pelo resto de suas vidas, se provassem ser dignadas por seu modo de viver.
Os essênios esperavam anciosamente pela vinda de um grande salvador que nasceria
dentro da organização, e seria a reencarnação do maior de seus líderes do passado.
Através de seu conhecimento altamente desenvolvido e do contato íntimo com o
cósmico, eles estavam bem informados sobre os acontecimentos futuros; a literatura da
fraternidade essênia e a literatura de muitos países contêm referências de profetas entre os
essênios.
Maném, por exemplo, foi um de seus profetas, famoso por profetizar que Herodes se
tornaria rei.
Assim verificamos que a lista de essênios proeminentes inclui tecelões, carpinteiros,
viticultores, jardineiros, mercadores, e os que contribuíam para o bem-estar do público. Nunca
existiu na organização, o armeiro, o açogueiro ou aquele que se dedicasse a qualquer prática
ou negócio ligado à destruição do menor ser vivo.
Os essênios não eram judeus por nascimento, raça ou religião e frequentemente foram
chamados gentios em muitos escritos sagrados, inclusive na Bíblia cristã.
bibliografia de apoio: Spencer Lews, F.R.C -Ph.D.
23. 23
Agradecimentos
A.‟. G.‟. D.‟. G.‟. A.‟. D.‟. U.‟.
A R L S OTÁVIO ROSA nº3184
Rito Adonhiramita
Fundada em 12 de setembro de 1997
Fazenda Paraíso da Serra
Or.’. São Pedro de Alcântara –SC
Federada ao GOB – Jurisdicionada ao GOB-SC
Palestrante: Ir.’. Cezar Vaz
Colaborador: Ir.’.Valberio Francisco dos Santos
Lojas Aniversariantes do GOB/SC
Data Nome Oriente
26.10.96 Arquitetos Do Vale - 2996 Blumenau
26.10.08 Amigos Da Liberdade - 3967 Palhoça
27.10.97 Atalaia -3116 Itajaí
28.10.95 Luz Do Atlântico Sul - 2894 Baln. Camboriú
03.11.99 Delta do Norte - 3273 Florianópolis
04.11.81 Palmeira da Paz - 2121 Blumenau
12.11.99 União E Justiça - 3274 Chapecó
15.11.01 Verdes Mares - 3426 Camboriú
15.11.96 Verde Vale - 3838 Blumenau
19.11.80 União Brasileira - 2085 Florianópolis
19.11.04 Verdade e Justiça - 3646 Florianópolis
21.11.69 Jerônimo Coelho - 1820 Florianópolis
22.11.95 Luz da Verdade - 2933 Lages
24.11.92 Nereu de O. Ramos - 2744 Florianópolis
25.11.04 Luz e Frat Rionegrinhense -3643 Rio Negrinho
25.l1.06 Obreiros da Terra Firme - 3827 Florianópolis
29.11.11 Ciência e Misticismo - 4177 São José
7 - destaques jb
Resenha Geral
24. 24
Lojas Aniversariantes da GLSC
Data Nome Oriente
25/10 Cavaleiros da Luz Florianópolis
28/10 Delta do Universo, nr. 98 Florianópolis
28/10 Jack Matl, nr. 49 Rio Negrinho
05/11 União do Vale, nr. 69 Blumenau
10/11 Arte Real Santamarense, nr. 83 Santo Amaro da Imperatriz
14/11 Obreiros da Liberdade, nr. 17 Xaxim
14/11 29 de Setembro nr.38 São Miguel do Oeste
17/11 14 de Julho nr. 3 Florianópolis
17/11 Rei David nr. 58 Florianópolis
17/11 Templários da Arte Real nr. 44 Blumenau
18/11 Ottokar Dörffel nr. 59 Joinville
19/11 Ordem e Progresso nr. 65 Joaçaba
19/11 Manoel Gomnes nr. 24 Florianópolis
19/11 Fraternidade Lourenciana nr. 86 São Lourenço do Oeste
Lojas Aniversariantes do GOSC
Data Nome Oriente
26/10/1975 Acácia das Neves nr. 22 São Joaquim
30/10/2002 Frank Shermann Land nr. 100 Florianópolis
02/11/1991 Seixas Neto nr. 45 Florianópolis
03/11/1971 Acácia dos Campos nr. 17 Campos Novos
03/11/2010 Colunas da Sabedoria nr. 130 Joinville
07/11/2001 Zodiacal nr. 89 Zodiacal
11/11/2005 Harmonia e Perseverança Itajaí
15/11/1979 Ciência e Trabalho Tubarão
22/11/1997 Templários da Liberdade Pinhalzinho
25/11/1977 Fraternidade Catarinense Florianópolis
25. 25
LOJAS SIMBÓLICAS - SANTA CATARINA
CALENDÁRIO DE ordens do dia - EVENTOS - CONVITES
OCASIÃO LOJA
SIMBÓLICA
ENDEREÇO ORDEM DO DIA- EVENTO
DATA HORA
25.10.13 20h00
Loja
Universo II
nr. 57 -
GLSC
Condomínio Monte
Verde Florianópolis
AM - Apresentação PA referente à 3ª Instrução
- Entrega do Complemento II
- Marcar data para o debate 22/11/2013
-----------------------------------------------------------------------------
- CM Apresentação PA 2ª Instrução de CM
Entrega do Complemento II
- Marcar data do debate do Complemento II, para
06/12/2013
26.10.13 17:00
União Nave-
gantina 3460
- GOB/SC
R. Gracelides Coelho
Reiser, 333 -
Centro/Navegantes/SC.
INICIAÇÃO: Cley Angeli de Souza; Renato Calda;
Solon Moreira dos Santos
26.10.13 GOB/SC
Mineral Água Park -
Brusque-SC. Inscrição:
WWW.gob-sc.org.br
XIV Encontro da Família Maçônica.
26.10.13 16:00
Acquarius
2768 -
GOB/SC
R. Vidal Ramos, 310,
Florianópolis/SC
INICIAÇÃO
26.10.13 17h00
14 de Julho
nr. 3 - GLSC
Condomínio Monte
Verde Florianópolis
Iniciação de Murilo Gouvea dos Reis, Jean
Diego Soares e Edson Antonio Nery de Castro
27.10.13 12h00
Padre Roma
(GLSC)
Entrevero beneficente (Educandário São José)
30.10.13 20:00
Ciência e
Misticismo
4.177-GOBSC
R. Gabriel Marciano 01 -
Jardim dos Lordes - CEP
88.103-216 São José/SC
ELEVAÇÃO: Juliano Menezes, Ivânio G. Cevey, Fábio A.
de Brito, Roberto R. Menezes Jr.
11.11.13 20:00
Harmonia e
Fidelidade
4129 -
GOBSC
Av. Gov. Celso Ramos,
707, 1º Andar - Centro -
Itapema-SC (ao lado
Matriz Sto. Antônio)
Sagração Do Templo
DESAFIO8 - A RESPOSTA
Aquilino R. Leal
Em uma de nossas viagens em direção à bela cidade de Florianópolis com suas não menos
belas praias, curtindo a vida e com a intenção de visitar o „bro‟ Jeronimo – o editor do JB
NEWS, a minha mulher Vilma em dado momento reparou que na estrada estávamos passando
por certo marco quilométrico indicado por dois algarismos; como a estrada era uma reta,
continuamos mantendo a velocidade do carro constante e não é que exatamente meia hora
depois a mulher observou outro marco quilométrico com os mesmos algarismos do primeiro
porémem ordem trocada; achamos aquilo uma mera curiosidade e continuamos a manter carro
com a mesma velocidade e constante. Passada mais meia hora, tivemos outra surpresa: o
marco quilométrico que agora víamos tinha os mesmos algarismos do primeiro, na mesma
ordem do primeiro mas com um zero (0) entre eles...
Fica a pergunta: Qual era a velocidade do carro, por hipótese constante?
26. 26
A RESPOSTA/SOLUÇÃO
Como a velocidade do carro é constante, a distância percorrida pelo veículo a cada um dos
intervalos de 30 minutos foia mesma - no esquema adiante tal distância está representada pela
letra d enquanto os marcos quilométricos porxy, yx e x0y respectivamente, onde x e y são
dígitos decimais.
Da figura abaixo:yx = xy + d, mas d = x0y – yx, então
yx = xy + x0y – yx ou 2.yx = xy + x0y[1]
.
Por outro lado, qualquer número do sistema decimal pode ser decomposto segundo as
potencias de sua base, no caso 10; assim:
xy = 10.x + y (x dezenas e y unidades);
yx = 10.y + x (y dezenas e x unidades);
x0y = 100.x + y (x centenas, 0 dezenas e y unidades).
Assim, a expressão2.yx = xy + x0y pode ser escrita como:
2.(10.y + x) = 10.x + y + 100.x + y 18.y = 108.x y =6.x, ou seja, o dígito y é seis vezes
maior que o dígito x.
Parece que a solução é indeterminada; apenas parece já que tanto x como y não podem ser
nulos, caso contrário o problema não teria sentido. Por outro lado o valor de x não pode ser
superior a 1 para obrigar a y manter-se entre 0 e 9 (valores possíveis para um dígito decimal).
Disso tudo só resta a opção x = 1 e y = 6, sendo assim temos:
Marco 1: 16 xy = 16
Marco 2: 61 yx = 61 e
Marco 3: 106 x0y = 106.
Consequentemente d =45 km (106 – 61 ou 61 – 16); 45 km percorridos em meia hora, portanto
a velocidade do nosso carro era de 90 km/h que é a resposta tão esperada.
Através de tentativas também podemos chegar ao mesmo resultado ainda de forma não tão
elegante quanto apresentada acima.
Vejamos.
Principiamos com x valendo 1 (o valor 0 não tem sentido já que as indicações dos marcos
quilométricos sempre iniciam com um algarismo significativo); por outro lado yterá de ser maior
que x para validar as duas indicações yx e x0y seguintes.
De acordo com essas diretrizes elaboramos a tabela adiante com todas as possibilidades
permitidas onde claramente percebemos que o caso em que as distâncias d1 e d2 são iguais,
conforme está implícito no enunciado, ocorre para o caso em que x=1 e y=6 e o resto é... resto!
xy yx x0y d1=yx—xy e d2=x0y-yx d1=d2?
12 21 102 9 81 N
13 31 103 18 72 N
14 41 104 27 63 N
15 51 105 36 54 N
16 61 106 45 45 S
17 71 107 54 36 N
18 81 108 63 27 N
19 91 109 72 18 N
23 32 203 9 171 N
27. 27
24 42 204 18 162 N
25 52 205 27 153 N
26 62 206 36 144 N
27 72 207 45 135 N
28 82 208 54 126 N
29 92 209 63 117 N
34 43 304 9 261 N
35 53 305 18 252 N
36 63 306 27 243 N
37 73 307 36 234 N
38 83 308 45 225 N
39 93 309 54 216 N
45 54 405 9 351 N
46 64 406 18 342 N
47 74 407 27 333 N
48 84 408 36 324 N
49 94 409 45 315 N
56 65 506 9 441 N
57 75 507 18 432 N
58 85 508 27 423 N
59 95 509 36 414 N
67 76 607 9 531 N
68 86 608 18 522 N
69 96 609 27 513 N
78 87 708 9 621 N
79 97 709 18 612 N
89 98 809 9 711 N
[1] Esta igualdade era esperada devido à teoria das progressões aritméticas (P.A.) onde um termo da
progressão, a partir do segundo, é a média aritmética entre seu antecedente e seu consequente –
Aquilino R. Leal.
Este é mais um desafio enviado pelo Irmão Aquilino R. Leal, que escreve todas as
quartas-feiras e domingos para o JB NEWS, e publicado no sábado próximo
passado.
RESPOSTAS/SOLUÇÕES RECEBIDAS DOS LEITORES
Respostas recebidas e certas:
ADAUTO REZENDE VAZ
PLACET 23.776. GLMMG.
A.'.R.'.L.'.S.'. FRATERNOS DE CONCEIÇÃO 011
CONCEIÇÃO DA APARECIDA - MG
HOMERO LUIGGIPEDROLLO
ACACIAJOINVILENSE-1937 - GOB
GUILHERME MARTINS DE SOUZA LEITE
ARLS PUREZA LUZ E VERDADE
ORIENTE DE RIBEIRÃO PRETO- SP
MARCILIO TESTA M.'. I.'. GRAU 33
ARLS CRIVO DA RAZÃO NO
. 3017 DO OR.'. DE SÃO PAULO - SP
28. 28
Soluções recebidas:
IR JORGE ABRUNHOSA - JJA@EXITOBRASIL.COM.BR
LOJA JACQUES DE MOLAY NO
. 47 – ORIENTE DE NOVA FRIBURGO/RJ – GLMERJ
O Ir nos enviou a solução abaixo, típica de quem entende de física/matemática...
Suspeitamos até que o Ir lecione/escreva sobre essas duas disciplinas.
Solução Proposta
Dados disponíveis:
S = Deslocamento = Temos 3 marcos como referencias quilométricas (Km)
V = Velocidade = constante (MRU = Movimento Retilíneo Uniforme) (Km/h)
T = Tempo = (h)
Em T = 0 (Inicio)
Primeiro marco = X * 10 + Y*100 = 10X + Y = Expressão numérica genérica de um número no
sistema decimal de contagem com dois dígitos.
Nota: X e Y são números inteiros situados no intervalo compreendido entre 0 e 9.
Em T = 0,5 h (meia hora)
Segundo marco = Y *10 + X = 10Y + X = Expressão numérica genérica de um número no
sistema decimal de contagem com dois dígitos, neste caso intercambiando-se as posições dos
dígitos.
Em T = h (uma hora)
Terceiro marco = X*102 + 0*10+ Y = 100 X +Y = Expressão numérica genérica de um número
no sistema decimal de contagem com três dígitos, considerando-se que foi interposto um digito
de valor 0 (zero) entre os dígitos X e Y do primeiro marco.
Por definição física V = S/T = Distancia percorrida/T decorrido
Montando-se um sistema de duas equações para a determinação das duas incógnitas (X e Y):
V = (Segundo marco – Primeiro marco) / T decorrido = (10Y+X-10X-Y)/ 0,5 H =
V (Km/h) = (9Y-9X) / 0,5 (Equação 1)
Ainda,
V = (Terceiro marco-Primeiro marco) / T decorrido = (100X+Y-10Y-X)/0,5 H =
V (Km/h) = 99X-9Y / 0,5 (Equação 2)
Igualando-se ambas as equações tem-se :9Y-9X =99X-9Y = 108X = 18Y
Logo Y = 6 X
Assim substituindo-se Y na Equação 1, tem-se:
V = (9*6X – 9X) / 0,5
V = 45X/0,5 = 90X
Importante: Lembremo-nos que X e Y são números inteiros contidos no intervalo entre 0 e 9.
Assim temos para:
X = 0
Y = 6x = 0
V = 90X = 0 (veiculo parado, o que não é o caso)
X= 1
Y = 6X = 1
V = 90 Km/h
X= 2
Y = 12 !!!! (O que não serve, posto que Y por definição está contido no intervalo entre 0 e 9)
O mesmo para outros valores de X. Assim a única solução que atende ao enunciado é :
V = 90 Km/h (noventa quilômetros/hora)
Verificando-se a solução:
Marco 1 = 10X + Y = 16 X = 16 Km
Marco 2 = 10Y + X = 61X = 61 Km
Marco 3 = 100X + Y = 106X = 106 Km
O Ir apenas cometeu um pequeno deslize em sua correspondência: desde o século passado levamos o
nome de nosso avô paterno, ou seja AQUILINO e não QUIRINO, o que, de sobremaneira, também nos
honraria.
29. 29
Rádio Sintonia 33 e JB News.
Música, Cultura e Informação 24 horas/dia, o ano inteiro.
Rede Catarinense de Comunicação da Maçonaria Universal.
Acesse www.radiosintonia33.com.br
1 - segue foto 360º do Templo Piratininga.
http://lojapiratininga.com.br/piratininga-foto360/
2 - Há certas mágicas ou truques que nos deixam embasbacados. Essa, no
caso, é uma... -
http://vitaminl.tv/video/70
3 - Haja sincronismo
http://www.flixxy.com/top-secret-drum-corps-2012.htm
4 - Os amigos deste homem invadiram a sua casa e substituíram a instalação de
água por cerveja. As torneiras da cozinha, da pia do banheiro e até o chuveiro
serviam cervejinha da boa e ainda por cima fresquinha. Os amigos instalaram
câmeras em todo o lado para ver a reação dele e da sua mulher.
http://www.youtube.com/watch?v=Jazrxe4tBFo
30. 30
Um cachorro chamado
"Leão" senta-se para
um segundo dia
consecutivo
junto da sepultura de
sua dona, que morreu
no desastre de
deslizamentos de terra
perto de Rio de Janeiro
em 15 de janeiro de
2011
fechando a cortina