1. O documento analisa o contexto histórico e social do Romantismo no Brasil, as características do estilo literário romântico e apresenta informações sobre a obra Iracema e seu autor José de Alencar.
2. Alencar foi um importante escritor e político brasileiro do século XIX, conhecido principalmente por seus romances indianistas como O Guarani e Iracema.
3. O documento fornece detalhes sobre a vida e obra de Alencar para contextualizar a análise da obra Iracema.
O documento resume a biografia e importância do escritor brasileiro José de Alencar para a literatura nacional. Destaca sua obra prima Iracema como um romance indianista que idealizou um romance entre a índia Iracema e o colonizador português Martim para simbolizar a formação do povo brasileiro a partir do encontro das culturas indígena e européia.
João da Ega é apresentado como amigo e confidente de Carlos da Maia em Os Maias. Ega é descrito como um dândio e representante do realismo em oposição ao romantismo de Alencar. Sua personalidade rebelde e questionadora é destacada no documento.
O documento descreve o enredo central da obra "Viagens na Minha Terra", de Almeida Garrett. O enredo gira em torno do drama amoroso entre os personagens Joaninha e Carlos, ambientado no contexto da guerra civil portuguesa entre constitucionalistas e absolutistas na primeira metade do século XIX. A história de amor termina em tragédia com a morte de Joaninha após revelações sobre o passado turbulento de sua família. A obra utiliza este enredo para reflexões do autor sobre o progresso de Portugal e a transição entre o antigo regime
Camilo Castelo Branco escreveu a novela "Amor de Perdição" em 1861, baseando-se na história de amor do seu tio Simão no início do século XIX. A obra descreve o romance proibido entre Simão e Teresa e como a sociedade conservadora do tempo se opôs ao seu amor, representando a luta entre valores tradicionais e ideias liberais emergentes.
Parte 1 - O guerreiro português Martim se perde durante uma caçada e encontra a índia Iracema, apaixonando-se por ela. Parte 2 - Iracema e Martim fogem juntos, traindo o noivo índio dela. Parte 3 - Eles constroem uma cabana e tem um filho, mas Iracema morre no parto. Parte 4 - Martim cria sozinho o filho no local onde enterrou Iracema, dando origem ao nome do estado do Ceará.
Livro capitães da areia, de jorge amado análiseKarin Cristine
O documento resume a estrutura e linguagem do livro "Capitães da Areia", de Jorge Amado. O romance é dividido em 3 partes e apresenta um narrador onisciente que simpatiza com os personagens. A linguagem é coloquial e o ritmo da narrativa é descontraído.
O documento resume a obra "Memorial do Convento" de José Saramago, descrevendo as principais linhas de ação, personagens, espaços e período histórico coberto pela narrativa. A história decorre no início do século XVIII e envolve a construção do Convento de Mafra por ordem do Rei D. João V, bem como as vidas entrelaçadas dos personagens Baltasar, Blimunda e o Padre Bartolomeu.
O documento resume a biografia e importância do escritor brasileiro José de Alencar para a literatura nacional. Destaca sua obra prima Iracema como um romance indianista que idealizou um romance entre a índia Iracema e o colonizador português Martim para simbolizar a formação do povo brasileiro a partir do encontro das culturas indígena e européia.
João da Ega é apresentado como amigo e confidente de Carlos da Maia em Os Maias. Ega é descrito como um dândio e representante do realismo em oposição ao romantismo de Alencar. Sua personalidade rebelde e questionadora é destacada no documento.
O documento descreve o enredo central da obra "Viagens na Minha Terra", de Almeida Garrett. O enredo gira em torno do drama amoroso entre os personagens Joaninha e Carlos, ambientado no contexto da guerra civil portuguesa entre constitucionalistas e absolutistas na primeira metade do século XIX. A história de amor termina em tragédia com a morte de Joaninha após revelações sobre o passado turbulento de sua família. A obra utiliza este enredo para reflexões do autor sobre o progresso de Portugal e a transição entre o antigo regime
Camilo Castelo Branco escreveu a novela "Amor de Perdição" em 1861, baseando-se na história de amor do seu tio Simão no início do século XIX. A obra descreve o romance proibido entre Simão e Teresa e como a sociedade conservadora do tempo se opôs ao seu amor, representando a luta entre valores tradicionais e ideias liberais emergentes.
Parte 1 - O guerreiro português Martim se perde durante uma caçada e encontra a índia Iracema, apaixonando-se por ela. Parte 2 - Iracema e Martim fogem juntos, traindo o noivo índio dela. Parte 3 - Eles constroem uma cabana e tem um filho, mas Iracema morre no parto. Parte 4 - Martim cria sozinho o filho no local onde enterrou Iracema, dando origem ao nome do estado do Ceará.
Livro capitães da areia, de jorge amado análiseKarin Cristine
O documento resume a estrutura e linguagem do livro "Capitães da Areia", de Jorge Amado. O romance é dividido em 3 partes e apresenta um narrador onisciente que simpatiza com os personagens. A linguagem é coloquial e o ritmo da narrativa é descontraído.
O documento resume a obra "Memorial do Convento" de José Saramago, descrevendo as principais linhas de ação, personagens, espaços e período histórico coberto pela narrativa. A história decorre no início do século XVIII e envolve a construção do Convento de Mafra por ordem do Rei D. João V, bem como as vidas entrelaçadas dos personagens Baltasar, Blimunda e o Padre Bartolomeu.
Viagens na Minha Terra - Almeida GarrettMilena Castro
O documento descreve a obra "Viagens na minha terra" de Almeida Garrett. O livro é composto por relatos de uma viagem de Lisboa a Santarém, notas históricas e sociais, e a inserção de uma novela sentimental. A novela apresenta personagens que representam visões de Portugal e sua sociedade, e termina de forma pessimista sobre o futuro do país. Ao todo, a obra fornece reflexões políticas e literárias de Garrett sobre Portugal no século XIX.
Esta aula aborda em poucas linhas o surgimento do Neorrealismo em Portugal, delineando seus principais autores e características do movimento literário.
A obra Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco conta a história de Simão e Teresa, dois jovens de famílias rivais que se apaixonam. No entanto, o pai de Teresa se opõe ao seu amor e a fecha num convento. Simão mata o primo de Teresa, Baltasar, e é condenado à prisão. Tanto Simão quanto Teresa acabam morrendo devido ao seu amor proibido, enquanto Mariana, que ama Simão em segredo, comete suicídio após a morte dele
Este documento resume características da poesia de Antero de Quental, incluindo sua inquietação espiritual e procura por um sentido para a existência humana, além de aceitar uma entidade vaga como Deus. Também discute a dualidade em sua personalidade entre seu espírito crítico como filósofo e seu temperamento mórbido.
O romance conta a história de amor entre Martim, um português, e Iracema, uma índia tabajara. Devido às diferenças étnicas e ao ciúme de Irapuã, chefe da tribo, eles fogem juntos com a ajuda de Poti. Iracema morre após dar à luz Moacir, o primeiro brasileiro, fruto da união do branco com a índia. O romance exalta a natureza e a cultura indígena no Brasil do século XVII.
Seminário apresentado pelos alunos da 3ª série A, da E. E. Profa. Irene Dias Ribeiro, em Ribeirão Preto - SP - Brasil, na Disciplina de Língua Portuguesa - Profa. Maria Inês de Souza Vitorino Justino
Neste conto, a morte para de matar e causa várias crises sociais, como no sistema de saúde e na economia. As pessoas só envelhecem e adoecem, sem poderem morrer. Uma máfia surge para levar os doentes para outro país para que possam falecer. Na terceira parte, a morte decide voltar a matar, mas se apaixona por um músico e para de ser a morte.
Este documento descreve a gênese do romance Memorial do Convento de José Saramago. A obra foi concebida no início dos anos 1980 após Saramago visitar o Mosteiro da Batalha e ficar impressionado com a referência aos 50 mil homens que trabalharam para construí-lo. A inspiração maior veio quando ele percebeu a coincidência cronológica entre a construção do mosteiro e as experiências do Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão com uma máquina voadora. O propósito do romance foi amadurecendo
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...FilipaFonseca
O documento fornece uma introdução sobre um poema de Ricardo Reis intitulado "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio". Apresenta brevemente Ricardo Reis e as características da sua poesia, como o horacianismo, epicurismo e estoicismo. Resume em seguida o conteúdo do poema, dividindo-o em quatro partes que abordam a efemeridade da vida, a inutilidade dos compromissos, a busca da tranquilidade e a ausência de perturbação face à morte
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de AzevedoBlogSJuniinho
O livro descreve a vida nos cortiços no Rio de Janeiro no século XIX, focando na disputa entre João Romão, dono de um cortiço, e o comerciante Miranda. João Romão explora seus empregados para enriquecer, enquanto Miranda representa a burguesia ascendente. A história também mostra as rivalidades e romances entre os moradores pobres do cortiço, como a relação entre a mulata Rita Baiana e o português Jerônimo.
Este documento fornece um resumo da vida e obra do poeta português Luís de Camões. Apresenta os objetivos de aprendizagem relacionados à poesia camoniana, incluindo formas poéticas tradicionais e renascentistas. Discute as principais características do Renascimento e como influenciaram a obra de Camões.
Texto de apoio sobre os heterónimos Fernando PessoaDiogo Reis
Este documento descreve os três principais heterónimos de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Caeiro é descrito como o poeta da natureza e do presente, Reis como o poeta clássico e moderado, e Campos como o poeta modernista e sensacionista da vida urbana e industrial. O documento analisa as visões de mundo e estilos literários distintos de cada heterónimo.
O documento resume a obra "Amor de Perdição" de Camilo Castelo Branco, descrevendo sua estrutura, personagens, enredo e temas principais. A obra trata de um amor impossível entre Simão e Teresa de famílias rivais em Viseu, Portugal, que acaba em tragédia com a morte dos dois protagonistas após enfrentarem a oposição familiar e serem separados.
O documento resume a obra Iracema de José de Alencar, considerada fundadora da literatura indianista brasileira. Conta a história de amor entre o colonizador português Martim e a índia Iracema, ambientada no Ceará do século XVII. Detalha os principais elementos da obra como a idealização do índio, a linguagem poética e o enredo que termina com a morte de Iracema após o nascimento de seu filho Moacir.
A novela Amor de Perdição, escrita por Camilo Castelo Branco em 1862, conta a história de amor proibido entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque em Portugal no século XIX. Devido à rivalidade entre as famílias Botelho e Albuquerque, o romance entre os dois é impedido e leva a conflitos e trágicos desfechos para os personagens.
O poema descreve um encontro entre Ricardo Reis e Lídia à beira de um rio. Reis reflete sobre a fugacidade da vida e do amor diante da certeza da morte, levando-o a uma atitude de indiferença estoica. No final, antevê a própria morte e a de Lídia, encontrando na lembrança pacífica dela após a morte um consolo para o sofrimento causado pela brevidade da vida.
Seminário realizado pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Vale do Curtume.
Professor: Cleiton Batista
Alunos: Clara Martins Pedrosa
Flávio Matheus Morais de Sousa
Fco. Andherson Farias Carvalho
Maria Eduarda de Paula Farias
Nicholas do Nascimento Leitão
Pedro Luan Abreu do Santos Mota
Este documento resume o romance "Os Maias" de Eça de Queirós. A narrativa acompanha a vida da família Maia ao longo de quatro gerações no século XIX português e usa a história de amor trágica entre Carlos Maia e Maria Eduarda para criticar a sociedade burguesa da época através da representação de espaços sociais e crítica de costumes. A linguagem e estrutura do romance permitem uma análise profunda dos personagens e da sociedade portuguesa do período.
Este documento resume o enredo e personagens principais do romance Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco. O romance se passa em Portugal no século XIX e conta a história de amor impossível entre Simão e Teresa, separados por rivalidades entre suas famílias. Outros personagens importantes são Mariana, que ama Simão em silêncio, e Baltasar, o primo interesseiro de Teresa. A obra é considerada uma obra-prima do ultrarromantismo português.
Pessoa sente uma profunda nostalgia e saudade da sua infância em Lisboa, marcada por uma forte relação com a sua mãe. Ele refugia-se nessa infância imaginada para escapar das insatisfações do presente. Vários poemas ilustram esta fascinação pelo passado perdido, como "Pobre velha música" onde evoca memórias musicais da mãe, e "Não sei, ama, onde era" que representa um diálogo sobre a fugacidade da felicidade infantil.
A história conta o romance entre Iracema, uma indígena tabajara, e Martim, um guerreiro português. Após se apaixonarem, fogem juntos e constróem uma cabana na praia. Iracema engravida mas acaba falecendo após dar à luz ao filho Moacir. Martim enterra Iracema no local que viria a se chamar Ceará e cria seu filho como o primeiro cearense.
1) Iracema, uma bela índia tabajara, encontra o branco Martim perdido na mata e o acolhe. 2) Os dois se apaixonam, mas seu amor é impedido pelo chefe Irapuã. 3) Para ficarem juntos, Iracema e Martim fogem com a ajuda de Poti, mas são perseguidos por Irapuã.
Viagens na Minha Terra - Almeida GarrettMilena Castro
O documento descreve a obra "Viagens na minha terra" de Almeida Garrett. O livro é composto por relatos de uma viagem de Lisboa a Santarém, notas históricas e sociais, e a inserção de uma novela sentimental. A novela apresenta personagens que representam visões de Portugal e sua sociedade, e termina de forma pessimista sobre o futuro do país. Ao todo, a obra fornece reflexões políticas e literárias de Garrett sobre Portugal no século XIX.
Esta aula aborda em poucas linhas o surgimento do Neorrealismo em Portugal, delineando seus principais autores e características do movimento literário.
A obra Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco conta a história de Simão e Teresa, dois jovens de famílias rivais que se apaixonam. No entanto, o pai de Teresa se opõe ao seu amor e a fecha num convento. Simão mata o primo de Teresa, Baltasar, e é condenado à prisão. Tanto Simão quanto Teresa acabam morrendo devido ao seu amor proibido, enquanto Mariana, que ama Simão em segredo, comete suicídio após a morte dele
Este documento resume características da poesia de Antero de Quental, incluindo sua inquietação espiritual e procura por um sentido para a existência humana, além de aceitar uma entidade vaga como Deus. Também discute a dualidade em sua personalidade entre seu espírito crítico como filósofo e seu temperamento mórbido.
O romance conta a história de amor entre Martim, um português, e Iracema, uma índia tabajara. Devido às diferenças étnicas e ao ciúme de Irapuã, chefe da tribo, eles fogem juntos com a ajuda de Poti. Iracema morre após dar à luz Moacir, o primeiro brasileiro, fruto da união do branco com a índia. O romance exalta a natureza e a cultura indígena no Brasil do século XVII.
Seminário apresentado pelos alunos da 3ª série A, da E. E. Profa. Irene Dias Ribeiro, em Ribeirão Preto - SP - Brasil, na Disciplina de Língua Portuguesa - Profa. Maria Inês de Souza Vitorino Justino
Neste conto, a morte para de matar e causa várias crises sociais, como no sistema de saúde e na economia. As pessoas só envelhecem e adoecem, sem poderem morrer. Uma máfia surge para levar os doentes para outro país para que possam falecer. Na terceira parte, a morte decide voltar a matar, mas se apaixona por um músico e para de ser a morte.
Este documento descreve a gênese do romance Memorial do Convento de José Saramago. A obra foi concebida no início dos anos 1980 após Saramago visitar o Mosteiro da Batalha e ficar impressionado com a referência aos 50 mil homens que trabalharam para construí-lo. A inspiração maior veio quando ele percebeu a coincidência cronológica entre a construção do mosteiro e as experiências do Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão com uma máquina voadora. O propósito do romance foi amadurecendo
Ricardo Reis - Análise do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"...FilipaFonseca
O documento fornece uma introdução sobre um poema de Ricardo Reis intitulado "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio". Apresenta brevemente Ricardo Reis e as características da sua poesia, como o horacianismo, epicurismo e estoicismo. Resume em seguida o conteúdo do poema, dividindo-o em quatro partes que abordam a efemeridade da vida, a inutilidade dos compromissos, a busca da tranquilidade e a ausência de perturbação face à morte
PORTUGUÊS: O cortiço, Aluísio de AzevedoBlogSJuniinho
O livro descreve a vida nos cortiços no Rio de Janeiro no século XIX, focando na disputa entre João Romão, dono de um cortiço, e o comerciante Miranda. João Romão explora seus empregados para enriquecer, enquanto Miranda representa a burguesia ascendente. A história também mostra as rivalidades e romances entre os moradores pobres do cortiço, como a relação entre a mulata Rita Baiana e o português Jerônimo.
Este documento fornece um resumo da vida e obra do poeta português Luís de Camões. Apresenta os objetivos de aprendizagem relacionados à poesia camoniana, incluindo formas poéticas tradicionais e renascentistas. Discute as principais características do Renascimento e como influenciaram a obra de Camões.
Texto de apoio sobre os heterónimos Fernando PessoaDiogo Reis
Este documento descreve os três principais heterónimos de Fernando Pessoa: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Caeiro é descrito como o poeta da natureza e do presente, Reis como o poeta clássico e moderado, e Campos como o poeta modernista e sensacionista da vida urbana e industrial. O documento analisa as visões de mundo e estilos literários distintos de cada heterónimo.
O documento resume a obra "Amor de Perdição" de Camilo Castelo Branco, descrevendo sua estrutura, personagens, enredo e temas principais. A obra trata de um amor impossível entre Simão e Teresa de famílias rivais em Viseu, Portugal, que acaba em tragédia com a morte dos dois protagonistas após enfrentarem a oposição familiar e serem separados.
O documento resume a obra Iracema de José de Alencar, considerada fundadora da literatura indianista brasileira. Conta a história de amor entre o colonizador português Martim e a índia Iracema, ambientada no Ceará do século XVII. Detalha os principais elementos da obra como a idealização do índio, a linguagem poética e o enredo que termina com a morte de Iracema após o nascimento de seu filho Moacir.
A novela Amor de Perdição, escrita por Camilo Castelo Branco em 1862, conta a história de amor proibido entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque em Portugal no século XIX. Devido à rivalidade entre as famílias Botelho e Albuquerque, o romance entre os dois é impedido e leva a conflitos e trágicos desfechos para os personagens.
O poema descreve um encontro entre Ricardo Reis e Lídia à beira de um rio. Reis reflete sobre a fugacidade da vida e do amor diante da certeza da morte, levando-o a uma atitude de indiferença estoica. No final, antevê a própria morte e a de Lídia, encontrando na lembrança pacífica dela após a morte um consolo para o sofrimento causado pela brevidade da vida.
Seminário realizado pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Vale do Curtume.
Professor: Cleiton Batista
Alunos: Clara Martins Pedrosa
Flávio Matheus Morais de Sousa
Fco. Andherson Farias Carvalho
Maria Eduarda de Paula Farias
Nicholas do Nascimento Leitão
Pedro Luan Abreu do Santos Mota
Este documento resume o romance "Os Maias" de Eça de Queirós. A narrativa acompanha a vida da família Maia ao longo de quatro gerações no século XIX português e usa a história de amor trágica entre Carlos Maia e Maria Eduarda para criticar a sociedade burguesa da época através da representação de espaços sociais e crítica de costumes. A linguagem e estrutura do romance permitem uma análise profunda dos personagens e da sociedade portuguesa do período.
Este documento resume o enredo e personagens principais do romance Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco. O romance se passa em Portugal no século XIX e conta a história de amor impossível entre Simão e Teresa, separados por rivalidades entre suas famílias. Outros personagens importantes são Mariana, que ama Simão em silêncio, e Baltasar, o primo interesseiro de Teresa. A obra é considerada uma obra-prima do ultrarromantismo português.
Pessoa sente uma profunda nostalgia e saudade da sua infância em Lisboa, marcada por uma forte relação com a sua mãe. Ele refugia-se nessa infância imaginada para escapar das insatisfações do presente. Vários poemas ilustram esta fascinação pelo passado perdido, como "Pobre velha música" onde evoca memórias musicais da mãe, e "Não sei, ama, onde era" que representa um diálogo sobre a fugacidade da felicidade infantil.
A história conta o romance entre Iracema, uma indígena tabajara, e Martim, um guerreiro português. Após se apaixonarem, fogem juntos e constróem uma cabana na praia. Iracema engravida mas acaba falecendo após dar à luz ao filho Moacir. Martim enterra Iracema no local que viria a se chamar Ceará e cria seu filho como o primeiro cearense.
1) Iracema, uma bela índia tabajara, encontra o branco Martim perdido na mata e o acolhe. 2) Os dois se apaixonam, mas seu amor é impedido pelo chefe Irapuã. 3) Para ficarem juntos, Iracema e Martim fogem com a ajuda de Poti, mas são perseguidos por Irapuã.
Análise a respeito da obra de José de Alencar, Iracema.Brenno Rodrigues
O romance narra o amor proibido entre a índia Iracema e o colonizador português Martim. Apesar das proibições e da oposição de Irapuã, chefe da tribo que ama Iracema, os dois acabam se unindo e tendo um filho, porém Iracema acaba morrendo de tristeza após perder sua família e povo.
1. Narra a lenda da origem do povo brasileiro através do romance entre o guerreiro português Martim e a índia Iracema. 2. Iracema se apaixona por Martim, mas não pode se casar com ele segundo os costumes de sua tribo. 3. Iracema guia Martim em sua fuga e morre de tristeza ao ver Martim se afastar dela cultural e emocionalmente.
José de Alencar foi um escritor brasileiro nascido no Ceará em 1829. Ficou conhecido por seus romances indianistas, incluindo "O Guarani" e "Iracema". Este último, publicado em 1865, narra a história de amor entre a índia Iracema e o colonizador português Martim, resultando no nascimento do primeiro brasileiro, Moacir. A obra celebra a miscigenação na formação do povo brasileiro.
Iracema é um romance de José de Alencar publicado em 1865 que narra o encontro entre a índia Iracema e o colonizador português Martim, resultando no nascimento do primeiro cearense, Moacir. A obra usa alegoricamente esta história de amor para representar a colonização do Brasil e seus impactos sobre os povos indígenas.
A LEITURA LITERÁRIA NA FORMAÇÃO DOCENTE EM LETRAS: O PROJETO “CICLO LITERATUR...Ellen Oliveira
Este artigo traz à discussão o projeto Ciclo Literatura Comentada, que vem sendo desenvolvido desde fevereiro de 2012, na Faculdade São Luís de França, tendo como participantes estudantes do curso de Letras de diversas instituições de ensino superior do estado de Sergipe. O projeto que surgiu como uma proposta da monitoria da disciplina Teoria da Literatura teve como pivô uma reflexão sobre os problemas envolvendo a formação literária dos estudantes do curso, em tese, futuros professores de Língua Portuguesa e Literatura. Como tal, esses acadêmicos deverão enfrentar o desafio de formar ou contribuir para a formação de leitores literários. Decorrente dessa reflexão, o projeto em pauta foi idealizado tendo-se em vista contribuir para a prática da leitura entre os estudantes de Letras, constituindo-se como uma proposta de ensino de Literatura direcionada à formação de leitores literários. Em suma, fruto desse projeto ainda em andamento, o presente artigo compreende, além de considerações em torno da importância dessa prática à formação do estudante de Letras, uma análise de base estatística com a qual se busca responder às seguintes questões: 1. O que os acadêmicos participantes desse ciclo entendem por literatura? 2. O que os motivou a participar do projeto? 3.Qual nível de familiaridade desses estudantes com a leitura literária?
Palavras-chave: Ciclo Literatura Comentada; Prática de Leitura; Formação de Leitores Literários.
O documento discute figuras de linguagem como comparação, metáfora, metonímia, personificação e hipérbole, fornecendo exemplos de cada uma. Explica que essas figuras são recursos comuns na comunicação que transmitem mensagens de forma não literal. Pede também que o leitor identifique e explique exemplos dessas figuras em frases dadas.
I - Martim encontra Iracema banhando-se e se apaixona por ela. II - Eles vivem um romance, mas o chefe da tribo Irapuã ameaça matar Martim com ciúmes. III - Para protegê-lo, Iracema foge com Martim pela mata e acaba se casando com ele, dando à luz um filho.
Martim se casa com a índia Iracema após se perder de seus companheiros durante uma caçada. Eles têm um filho chamado Moacir, mas Martim fica cada vez mais depressivo e saudoso de sua terra natal. Quando Martim parte para a guerra, Iracema dá à luz sozinha e fica profundamente triste. À beira da morte, Iracema recebe a visita de Martim, que retorna apreensivo da batalha.
O livro conta a história de amor entre Iracema, uma índia da tribo Tabajara, e Martin, um guerreiro branco. Apesar da oposição de Irapuã, chefe dos Tabajaras e pretendente de Iracema, os dois se apaixonam. Com a ameaça constante de Irapuã, acabam fugindo com a ajuda de Poti, herói dos Pitiguaras. Iracema acaba engravidando de Martin, mas acaba morrendo ao dar à luz ao filho Moacir, em meio às dificulda
O documento resume o enredo e elementos da narrativa do romance "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo. Augusto se apaixona por Carolina durante uma visita à casa de sua avó, lembrando um juramento de amor que fizera há sete anos com uma garota na praia. Embora proibido de vê-la, acaba descobrindo que Carolina é a mesma garota, possibilitando o final feliz entre os dois personagens.
O romantismo, José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedokelvinhosm
O Romantismo surgiu no Brasil após a independência, com artistas empenhados em definir a cultura brasileira. Um de seus traços era o nacionalismo, explorando o indianismo, o regionalismo e a pesquisa histórica.
O poema fala sobre Deus chamando alguém pelo nome, provando seu amor eterno e prometendo nunca esquecê-lo ou deixá-lo, e que está à porta esperando para entrar no coração da pessoa e ficar com ela para sempre.
O documento resume a obra Senhora de José de Alencar, dividida em quatro partes que descrevem o amor contrariado entre Aurélia e Fernando. A primeira parte apresenta Aurélia como uma jovem rica que propõe pagar Fernando para se casar, sem revelar ser a mulher que ele abandonou quando pobre. Nas partes seguintes, explora a história de amor do passado e os jogos de poder no casamento por interesse.
O documento discute a obra de José de Alencar, classificando-o como crítico e romancista. Apresenta os principais gêneros literários e características dos romances de Alencar, como priorizar as relações humanas e apresentar heróis e heroínas humanizados, vítimas de pressões sociais. Resume os enredos de "Senhora" e "Lucíola", mostrando temas como crítica social e amor versus dinheiro.
O documento é um resumo da obra "Cinco Minutos" de José de Alencar. Narra a história de amor entre o narrador e Carlota através de cartas que eles trocam. Carlota está doente e acredita que vai morrer em breve. No final, ela se recupera e casa-se com o narrador na Itália.
1) O romance Senhora retrata a sociedade carioca do século XIX e conta a história de amor entre Aurélia e Fernando, cuja união é impedida quando Adelaide compra a posse de Fernando por trinta contos de réis. 2) Fernando se submete à decisão mas trabalha para reunir o dinheiro e resgatar sua liberdade. 3) No final, Fernando devolve o dote para Aurélia e ela o nomeia como único herdeiro em seu testamento, provando seu amor um pelo outro.
Iracema, rita baiana e flor diálogos e metáforas de nação em iracema, de josé...UNEB
1) O documento é uma monografia que analisa como três romances brasileiros - Iracema, O Cortiço e Dona Flor e Seus Dois Maridos - usam personagens femininas para representar metáforas da nação brasileira sob diferentes estilos literários.
2) A monografia discute como esses romances, pertencentes aos movimentos romântico, naturalista e modernista respectivamente, retratam a nação através das personagens Iracema, Rita Baiana e Flor.
3) Ela argumenta que essas personagens femininas servem de
José de Alencar (1829-1877) foi um escritor brasileiro considerado o maior romancista do período romântico no Brasil. Nasceu no Ceará e mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança. Formou-se em Direito em São Paulo, mas se dedicou principalmente à literatura, escrevendo romances, peças de teatro e artigos políticos. Suas principais obras incluem os romances históricos O Guarani e Iracema, que retratam a cultura indígena, e os rom
E. MÉDIO 2 MANHÃ LITERATURA 08 03 2023 ROMANTISMO NO BRASIL (1).pdfElizeth608
O documento resume o contexto histórico e as características do Romantismo no Brasil e na Europa. O Romantismo surgiu na Inglaterra e Alemanha no século XVIII como uma reação às revoluções burguesas. No Brasil, acompanhou o processo de independência e estimulou a literatura nacionalista, com ênfase na natureza e identidade cultural. A poesia romântica evoluiu por três gerações com temas que incluíam o nacionalismo, amor e denúncia da escravidão.
O documento descreve o contexto histórico e as principais características do movimento literário Romantismo. O Romantismo surgiu como reação ao Iluminismo e exaltou as emoções e o indivíduo. Destacou a natureza, o amor impossível e a fuga da realidade através da imaginação e do passado.
2011 2 – língua portuguesa roamantismo_históriaLilian Lima
O documento resume o movimento romântico no Brasil e em Portugal no século XIX. Apresenta os principais autores românticos como Almeida Garrett e Alexandre Herculano em Portugal e Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias no Brasil. Também discute temas e características do romantismo como nacionalismo, sentimentalismo e liberdade formal.
Romantismo contexto histórico e característicasVIVIAN TROMBINI
O documento resume o contexto histórico e as principais características do movimento romântico, incluindo sua ênfase na subjetividade, emoção e individualidade em reação aos padrões clássicos. Também destaca as três principais correntes românticas na Alemanha, Inglaterra e França e como influenciaram a literatura brasileira moderna.
O documento descreve o contexto histórico e as principais características do Romantismo. O movimento surgiu na Europa no século XVIII como uma reação contra o racionalismo dos séculos anteriores, valorizando a subjetividade, a natureza e formas de evasão como sonho e passado histórico. O Romantismo se expressou não apenas na literatura, mas também na música, pintura e outras artes.
1) O Romantismo surgiu no contexto da ascensão da burguesia e da Revolução Francesa, que trouxe maior liberdade de expressão.
2) Um novo público leitor mais amplo surgiu com os esforços de alfabetização, permitindo que os escritores sobrevivessem das vendas de suas obras.
3) Os artistas românticos se sentiam livres mas também inseguros em produzir para o mercado, enquanto exaltavam a arte como sagrada.
1) O Romantismo surgiu no contexto da ascensão da burguesia e da Revolução Francesa, que trouxe maior liberdade de expressão.
2) Isso permitiu o surgimento de um novo público leitor mais amplo e diversificado.
3) O Romantismo enfatizou o individualismo, o sentimentalismo e o culto à natureza como forma de evasão da realidade.
O documento descreve o Quinhentismo, período literário do século XVI no Brasil que abrange as primeiras manifestações literárias sobre o país, principalmente obras de viajantes e do jesuíta José de Anchieta. Também resume o período Barroco no século XVII, marcado por conflitos, e apresenta seus principais características e representantes, como Gregório de Matos. Por fim, aborda o período Arcadista do século XVIII, influenciado pelo neoclassicismo, e seus autores, como Basílio da Gama.
O documento discute a literatura do século XIX no Brasil e na Europa, desde o Romantismo até o Simbolismo. Apresenta o contexto socioeconômico do Romantismo e sua temática, incluindo a idealização da natureza e da morte como forma de evasão. Também aborda o Realismo/Naturalismo e seu enfoque na realidade social da época.
O documento resume a vida e obra do escritor brasileiro José de Alencar. O Guarani foi um de seus romances mais famosos, publicado em 1857, que retratava a história e cultura indígena brasileira e ajudou a definir a identidade nacional. O romance teve grande influência na literatura brasileira e inspirou a ópera de mesmo nome de Carlos Gomes.
O documento apresenta um resumo sobre o movimento Romantismo no século XVIII na Europa e no Brasil. O Romantismo surgiu como uma reação ao racionalismo do período neoclássico e enfatizava o subjetivismo e a expressão das emoções. No Brasil, autores como Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e principalmente José de Alencar ajudaram a desenvolver uma literatura nacional romântica com temas indianistas e regionais.
Senhora é um romance de José de Alencar publicado em 1875 que retrata o conflito amoroso entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas na sociedade carioca do século XIX. Aurélia, uma mulher rica, propõe casamento a Fernando em troca de dinheiro, sem revelar sua identidade. Após o casamento, Aurélia revela que se vingou de Fernando por ele tê-la abandonado anteriormente para se casar com outra mulher por interesse financeiro. Ao longo da obra, os sentimentos de Aurélia em relação a Fernando, que
Este documento apresenta a introdução de um livro sobre a história da literatura brasileira escrito por José Veríssimo. A introdução descreve que a literatura brasileira colonial seguiu estritamente a literatura portuguesa, sem características que a diferenciassem. Somente no século XIX, com o Romantismo, a literatura brasileira começou a expressar um espírito nacional diferenciado.
O documento descreve as origens e características do Romantismo, movimento cultural que surgiu na Europa no século XVIII em oposição ao Classicismo. No Brasil, o Romantismo nasceu após a independência e foi marcado pelo nacionalismo, exaltando símbolos nacionais. Dividiu-se em três gerações de poetas: a primeira exaltou valores nacionais; a segunda apresentou temas como o mal do século e o pessimismo; a terceira envolveu-se com questões políticas e sociais.
O documento descreve os principais aspectos do Romantismo no século XIX, incluindo suas origens na ascensão da burguesia após revoluções como a Revolução Francesa. Discutem-se características como a liberdade de criação, o individualismo e o sentimentalismo. Também são abordados os principais autores e obras do Romantismo no Brasil, que buscou desenvolver uma literatura nacional enquanto reproduzia modelos europeus.
O documento discute o movimento romântico em Portugal no século XIX. O romantismo português surgiu após as invasões francesas e a fuga da corte real para o Brasil, buscando definir uma nova identidade cultural. Os primeiros românticos, como Almeida Garrett e Alexandre Herculano, usaram a literatura para resgatar o passado histórico de Portugal. O fado também surgiu nesse período como expressão musical nacional.
O documento descreve o movimento Romantismo no Brasil, desde seu surgimento no século XIX até suas principais características e expoentes. Apresenta as três fases do Romantismo brasileiro, destacando escritores como Gonçalves Magalhães, Gonçalves Dias e Castro Alves. Também aborda o desenvolvimento da prosa no período, em especial o folhetim e o romance, com ênfase na obra A Moreninha de Joaquim Manuel de Macedo.
O documento descreve o surgimento e desenvolvimento do Romantismo em Portugal no século XVIII. Influenciado pelas revoluções francesa e industrial, o Romantismo promoveu a liberdade de expressão contra os padrões clássicos. Escritores como Almeida Garrett e Alexandre Herculano assimilaram aspectos românticos em suas obras, ajudando a difundir o movimento em Portugal.
O documento descreve o contexto e origens do Romantismo na Europa. A ascensão da burguesia levou a maior liberdade de expressão e alfabetização, criando um novo público leitor para os escritores românticos. O movimento se caracterizou pelo individualismo, sentimentalismo e culto à natureza, com ênfase nos sentimentos e na subjetividade contra a racionalidade clássica.
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Folheto | Centro de Informação Europeia Jacques Delors (junho/2024)Centro Jacques Delors
Estrutura de apresentação:
- Apresentação do Centro de Informação Europeia Jacques Delors (CIEJD);
- Documentação;
- Informação;
- Atividade editorial;
- Atividades pedagógicas, formativas e conteúdos;
- O CIEJD Digital;
- Contactos.
Para mais informações, consulte o portal Eurocid:
- https://eurocid.mne.gov.pt/quem-somos
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9267
Versão em inglês [EN] também disponível em:
https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=48197&img=9266
Data de conceção: setembro/2019.
Data de atualização: maio-junho 2024.
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Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
1. Análise de obras literárias
iracema
josé martiniano de
alencar júnior
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2.
3. SumÁrio
1. Contexto social e HISTÓRICO..................................................... 7
2. Estilo literário da época............................................................ 8
3. O AUTOR.................................................................................................. 12
4. A OBRA..................................................................................................... 14
5. EXERCÍCIOS............................................................................................ 28
AOL-11
7. 7
IracemaAOL-11
1. Contexto social e HISTÓRICO
Avinda de D. João VI para o Brasil e as consequentes transformações ocor-
ridas em nosso quadro cultural, como a inauguração da Biblioteca Pública (hoje
Biblioteca Nacional), a criação de cursos médico-cirúrgicos na Bahia e no Rio de
Janeiro, a Academia da Marinha e a Academia Militar, o Real Horto (Jardim
Botânico) e o Museu Real, contribuíram para a inserção de um ensino técnico e
científico em nosso meio, embora visasse sobretudo à reorganização do Exército e
da Marinha. Acriação de escolas e de cursos profissionais visava a uma resposta
imediata para os problemas do governo português recém-transladado ao Brasil.
Anova configuração do meio brasileiro, que adquiria aspectos urbanos, necessi-
tava de determinados profissionais. A independência política, realizada catorze
anos após a chegada de D. João VI, e as lutas para sustentá-la contra Portugal,
como os problemas militares externos (a Cisplatina) e internos (a Confederação
do Equador), colocaram a questão política e militar em primeiro plano, apresen-
tando como único empreendimento cultural do Primeiro Império a criação das
Faculdades de Ciências Jurídicas e Sociais, em 1827, em Olinda e em São Paulo.
No período da Regência (1831-1840), foi criado o Colégio Pedro II.
No dia 13 de maio de 1808, começou a funcionar no Brasil a primeira tipo-
grafia, que imprimia livros científicos e um jornal, A Gazeta do Rio de Janeiro.
Aos poucos, numa terra de analfabetos, foram-se criando um público leitor e as
condições necessárias para a consolidação de uma literatura.
ApósaIndependênciadoBrasil,em1822,cresceuentreosintelectuaisbrasilei-
ros o sentimento de nacionalismo e o desejo de criar uma literatura identificada com
as raízes históricas do país e do seu povo, com o intuito de diferenciá-la da literatura
portuguesa. Os escritores românticos brasileiros ansiavam por criar uma literatura
quecontivesseoselementosessenciaisdaculturabrasileira;surgiu,então,aprimeira
geração romântica, que trabalhava os temas do indianismo e do nacionalismo.
O teatro romântico brasileiro surgiu dentro do programa de nacionalização
da literatura.
9. 9
IracemaAOL-11
A palavra romântico deriva do latim romanice e significa “à maneira dos
romanos”. No século XII, o termo rommant referia-se à língua vulgar, ou seja,
toda língua que não fosse o latim.
Das acepções da palavra romantismo, convém distinguir: 1) a palavra ro-
mantismo deriva de romântico (romantic), que, por sua vez, deriva de romance
(roman). O adjetivo romântico designava, na Inglaterra do século XVII, as narrati-
vas fantasiosas das novelas de cavalaria; 2) no século XVIII, na França, designava
paisagens selvagens e pitorescas; 3) no século XIX, naAlemanha, designava uma
tendência artística contrária ao Classicismo.
Como o adjetivo romântico é empregado sem muito rigor, normalmente
ocorrem algumas confusões, porque ora designa um estado de espírito, uma
atitude, estando, portanto, presente em todas as épocas, ora designa uma escola
literária do início do século XIX.
Como escola literária, o Romantismo surgiu naAlemanha, com a publicação
da revista Athenäeum, editada pelos irmãos Schlegal, de 1798 a 1800, em Iena,
espalhando-se daí para o restante do mundo.
Na Inglaterra, o Romantismo teve início em 1798, com a edição de
Lyrical Ballads, de autoria conjunta de Wordsworth e Coleridge. Na França, o
Romantismo passou a ter plena aceitação em 1820, com Méditations, do poeta
Lamartine.
Em Portugal, o ano de 1825, com a publicação de Camões, de Almeida
Garrett, marcou o início do Romantismo português. O Romantismo no Brasil teve
início em 1836, com a publicação de Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves
de Magalhães.
O Romantismo valoriza, sobremaneira, o idealismo e o espiritualismo. Por
idealismo, entenda-se o primado do sujeito sobre o objeto, ou seja, o universo
interior é mais importante que a realidade exterior e, por isso, as emoções im-
portam mais que a realidade, a subjetividade vale mais que a realidade externa,
e as emoções falam mais alto que a razão. Por espiritualismo, entenda-se que a
realidade é o espírito e a matéria (o real) é inferior ao espírito, devendo apenas
servi-lo.
O Romantismo valoriza a noite, o sonho, a dor, a arte e a natureza como
formas de fugir da realidade, de negar a razão. Para os românticos, em oposição
ao Iluminismo do século XVIII, não é a razão que leva o homem ao conhecimen-
to do infinito, mas o sentimento e a fantasia. Por isso, cabe ao poeta, e não ao
racionalista, a descoberta do sentido da vida.
O homem romântico encontra-se no limiar de dois mundos: pela alma, está
ligado ao divino, e aí reside sua grandeza; pelo corpo, está preso à matéria, e aí
10. 10
José Martiniano de Alencar Júnior
reside sua desgraça. Sua metade matéria o prende ao mundo físico, o que faz
com que ele sinta uma profunda nostalgia do infinito e do divino, e toda separa-
ção, seja da infância, do lar, da amada ou da pátria, desperta nele a saudade do
infinito. Por isso, para ele a vida é insuportável, e a morte é vista como solução
para o sofrimento. Como os cristãos chamam o mundo terreno de século, vem
daí o “mal do século”, isto é, a consciência de que este mundo é apenas sofri-
mento e, portanto, o melhor a fazer é abandoná-lo, seja através do sonho, seja
através da morte, vista como “a recompensa da vida”. O homem nasceu para a
dor, não para a alegria.
Para o romântico, o sentimento mais importante é o amor, porque liga o
homem ao infinito. Todo o amor terreno é apenas a superfície do amor infinito,
que só pode ser alcançado pela morte. Daí a morte completar o amor, pois só
no infinito o homem pode viver a plenitude do sentimento amoroso. Por isso,
o final feliz não é importante, porque a única felicidade possível reside na co-
munhão com o infinito. O sentimento elevado ao infinito é o que o romântico
chama de sublime.
Como a alma do homem não é deste mundo, ele se rebela contra toda re-
gra que deseje prendê-lo, pois acredita que a sua alma é livre. Nada, portanto,
pode prendê-lo, nem as regras da sociedade nem as regras da criação literária.
Daí a ideia de ruptura com todas as regras da arte e com tudo o que aprisiona
o homem.
A relação do homem com sua parte divina pode ocorrer por intermédio
da nação, que o romântico entende como um povo que se organiza politicamente
num território, em decorrência de uma vontade divina. Por isso, a inspiração vem
do povo, e o artista é nacionalista, devendo saber traduzir, em seus textos, a
“alma do povo”. Não é por acaso que, no Romantismo, surgiu uma ciência que
procurava investigar a sabedoria popular, recebendo o nome de folclore.
O individualismo romântico não é contrário ao sentimento nacionalista,
porque, em sua solidão, o romântico sente simpatia por todos os seres do universo
e em particular pelo ser humano. Em seu egocentrismo, ele se sente integrado
ao cosmos.
O movimento romântico brasileiro coincide com o momento decisivo de
autonomia da pátria. Os escritores tomam para si a missão de reconhecer e va-
lorizar o passado brasileiro, conferindo à literatura cores locais e esforçando-se
para criar uma literatura legitimamente brasileira, capaz de revelar as qualidades
grandiosas da pátria que se tornara independente. Neste sentido, José deAlencar
aparece na literatura brasileira como o consolidador do romance, realizando, na
11. 11
IracemaAOL-11
prosa de ficção, sobretudo em romances como O Guarani e Iracema, a tendência
nacionalista que vinha sendo reclamada pela crítica.
O gosto pelo teatro foi uma das características marcantes do Romantismo
em todos os países. No Brasil, coube a Gonçalves de Magalhães a encenação da
primeira tragédia, intitulada Antônio José ou O poeta e a inquisição, no dia 13 de
março de 1863, no palco do Constitucional Fluminense, no Rio de Janeiro, sob
os cuidados do ator João Caetano.
O grande nome do teatro romântico brasileiro é Martins Pena, considerado
o inventor da comédia de costumes brasileira.
O teatro de José de Alencar é marcado por uma preocupação moral. A
comédia O demônio familiar apresenta a figura do menino escravo Pedro, o “de-
mônio familiar”, como um malandro e aproveitador, capaz apenas de fazer o
mal para a família brasileira.
Resumo das principais características românticas
• Liberdade de expressão
• Escapismo, fuga da realidade por meio de um retorno à infância e ao pas-
sado histórico e por meio do sonho e da morte.
• Individualismo, egocentrismo
• Subjetivismo, valorização das emoções
• Nacionalismo
• Idealização da realidade
12. 12
José Martiniano de Alencar Júnior
3. O AUTOR
José Martiniano de Alencar Júnior nasceu em
Mecejana, Ceará, no dia primeiro de maio de
1829. Era primogênito dos sete filhos de um
padre que largou a batina, após conhecer
uma prima, para se casar.
Seu pai, José Martiniano de Alencar,
foi um importante político, tendo sido sena-
dor e presidente da província do Ceará.
José de Alencar estudou Direito
na faculdade do Largo São Francisco,
em São Paulo, onde travou amizade
com Álvares de Azevedo, Aureliano
Lessa e Bernardo Guimarães, com
quem fundou a famosa Epicureia,
uma sociedade “etílico-literária-
-charutesca”, que marcou época
naquela faculdade.
Formado em Direito, exer-
ceu a advocacia, seguindo tam-
bém uma promissora carreira política, sendo ministro da Justiça de Pedro II e
deputado por vários mandatos. Entretanto, teve o seu nome vetado pelo próprio
imperador a uma cadeira no Senado, em razão de uma desavença literária envol-
vendo o poeta Gonçalves de Magalhães (1811-1882), que havia publicado o seu
poema épico-indianista, Confederação dos Tamoios, sob as expensas de Pedro II.
Ao declarar que sua obra se tornaria o símbolo da poesia brasileira (assim como
Os lusíadas, de Camões, simbolizavam a poesia de Portugal), recebeu críticas
negativas deAlencar em artigos assinados sob o pseudônimo de Ig. Pedro II saiu
em defesa do amigo poeta, com o artigo Um outro amigo do poeta. Não satisfeito,
proibiu Alencar de assumir o Senado, alegando que ele ainda era jovem para tal
cargo. Inconformado,Alencar retrucou, perguntando ao imperador como alguém
de 14 anos poderia, então, ter assumido o Império.
Decepcionado com a política, passou a dedicar-se com mais frequência
à carreira literária (e também à jornalística), explorando o romance, a crônica,
o teatro, a poesia e a crítica literária, tornando-se o mais completo escritor do
Romantismo brasileiro. José de Alencar morreu no Rio de Janeiro, em 12 de de-
zembro de 1877, acometido pela tuberculose.
13. 13
IracemaAOL-11
Obras
Romances sociais
1856 – Cinco minutos
1857 – A viuvinha
1862 – Lucíola
1864 – Diva
1870 – A pata da gazela
1872 – Sonhos D’Ouro
1875 – Senhora
1893 – Encarnação
Romances indianistas
1857 – O Guarani
1865 – Iracema
1874 – Ubirajara
Romances regionalistas
1870 – O gaúcho
1871 – O tronco do ipê
1874 – Til
1875 – O sertanejo
Romances históricos
1865 – As minas de prata
1871 – Guerra dos mascates
1873 – Alfarrábios
Narrativa autobiográfica
1893 – Como e por que sou romancista
Teatro
1857 – O crédito
1857 – Verso e reverso
1857 – O demônio familiar
1858 – As asas de um anjo
1860 – Mãe
1867 – A expiação
1875 – O jesuíta
Crítica literária e polêmica
1856 – Cartas sobre a Confederação dos
Tamoios
1865 – Ao imperador: cartas políticas de
Erasmo e novas cartas políticas de
Erasmo
1866 – Ao povo: cartas políticas de Erasmo
1866 – O sistema representativo
Crônica
1874 – Ao correr da pena
15. 15
IracemaAOL-11
CARACTERÍSTICAS GERAIS
José de Alencar soube como ninguém explorar o espaço que lhe era con-
cedido no jornal. Criou colunas para suas crônicas, publicou seus romances de
folhetim, já que era muito difícil conseguir quem os editasse em livros – vale
a pena lembrarmos que a primeira editora nacional só surgiu no começo do
século XX, fundada por Monteiro Lobato (1882-1948). Também não se deixou
intimidar, escrevendo críticas e criando polêmicas, que fizeram dele um dos
nomes mais respeitados, admirados e temidos no meio jornalístico da época.
Alguns de seus romances, como Senhora e Lucíola, já deixavam transpa-
recer, devido aos temas tratados, características realistas; já outros, como O
Guarani e Iracema, fizeram de Alencar o maior romancista romântico de nossa
literatura. O primeiro, quando publicado no Diário do Rio de Janeiro, sob a forma
de folhetim, causou tanto impacto, furor e frenesi na época que era comum
ver pessoas em círculo escutando um leitor de boa voz contar o capítulo do
dia. Já Iracema, uma das obras-primas de nossa literatura, é considerada um
verdadeiro poema em prosa (ou uma prosa poética?), devido à beleza e à rara
sensibilidade com que nos é contada a história de Martim e Iracema.
Conhecedor de nossa cultura indígena – assim como Gonçalves Dias (1823-
1864) na poesia –, Alencar, como vimos, escreveu três romances indianistas: O
Guarani (este também com valor histórico, daí ser considerado o introdutor do
romance histórico na literatura brasileira), Iracema e Ubirajara. Em O Guarani, te-
mos a figura do índio assimilando a cultura europeia de Ceci e de sua família; em
Iracema, temos o contrário, isto é, a figura do europeu, no caso Martim, assimilan-
do a cultura indígena de Poti e Iracema. Em Ubirajara, temos somente a presença
do índio, já que, ao contrário das duas anteriores, que se passam por volta de
1600, esta se passa antes de 1500, portanto sem a presença do elemento branco.
Por isso, consideramos Ubirajara o mais aborígene romance de Alencar.
Quanto à linguagem, Alencar adotou a coloquial. Assim, encontramos
alguns erros que não ferem gravemente a nossa gramática, mas que foram du-
ramente criticados pelo seu conterrâneo Franklin Távora (1842-1888), autor de
O cabeleira e iniciador da literatura regionalista nordestina. Távora, que lutava
por uma literatura tipicamente brasileira (e essa literatura, para ele, obrigato-
riamente tinha de ser a nordestina, única região que não havia sido influen-
ciada pelos costumes europeus, apesar das invasões holandesas e francesas),
não se conformava que um cearense, assim como ele, escrevesse de maneira
europeizada. Trocaram, então, farpas literárias: Távora sob o pseudônimo de
Semprônio, Alencar, sob o de Cincinato.
16. 16
José Martiniano de Alencar Júnior
CARACTERÍSTICAS DE IRACEMA
O poeta modernista Manuel Bandeira (1886-1968), em seu livro Louvações, ho-
menageou José de Alencar e sua obra Iracema pelo centenário de sua publicação:
Louvo o Padre, louvo o Filho
E louvo o Espírito Santo.
Idem louvo, exalto e canto
O prosador, grande filho
Do Norte, e que no deserto
Do romance nacional
Ergueu, escorreito e diserto,
Seu mundo, – um mundo imortal.
Além, muito além da serra
Que lá azula no horizonte,
Inventou a donzela insonte,
Símbolo da nossa terra,
E escreveu o que é mais poema
Que romance, e poema menos
Que um mito, melhor que Vênus:
A doce, a meiga Iracema.
E o mito inda está tão jovem
Qual quando o criou Alencar.
Debalde sobre ele chovem
Os anos, sem o alterar.
Nem uma ruga no canto
Dos olhos de moço brilho!
Louvo o Padre, louvo o Filho
E louvo o Espírito Santo
Para muitos, a palavra Iracema é o anagrama de América, isto é, o novo
mundo nascido do cruzamento do Velho Mundo com o Mundo Selvagem. Temos,
então, a seguinte equação:
Velho Mundo (Europa / Martim) + Mundo Selvagem (Indígena / Iracema)
= Novo Mundo (América / Moacir).
17. 17
IracemaAOL-11
Tendo como subtítulo Lenda do Ceará, daí não possuir o mesmo valor
histórico contido em O Guarani (que trata da fundação do Rio de Janeiro), Ira-
cema é, portanto, uma obra alegórica sobre a colonização do Ceará, podendo,
perfeitamente, representar toda a colonização brasileira. Desse modo, podemos
considerar Moacir, o filho do sofrimento, não só o primeiro cearense, mas o
primeiro brasileiro.
São características românticas presentes em Iracema: nacionalismo; idea-
lização do índio como um herói (aí entra também a figura do guerreiro branco,
Martim); sentimentalismo exagerado; retorno ao passado; e sentimento de reli-
giosidade cristã, como podemos perceber neste trecho:
O cristão repeliu do seio a virgem indiana. Ele não deixará o rastro da desgraça
na cabana hospedeira. Cerra os olhos para não ver, e enche sua alma com o nome e a
veneração de seu Deus:
– Cristo!... Cristo!...
Quanto ao foco narrativo
Narrado em terceira pessoa, o narrador, dotado de onisciência, isto é, sabe
de tudo o que acontece com os seus personagens, mostra-se tão inspirado quanto
qualquer exaltado poeta do período, deixando pelo caminho de sua narrativa
um rastro de mensagens de amizade, amor, sabedoria, felicidade e família, que
podemos sintetizar nesta fala de Poti:
– O guerreiro sem amigo é como a árvore solitária que o vento açouta no meio do
campo; o fruto dela nunca amadurece. A felicidade do varão é a prole, que nasce dele e
faz seu orgulho; cada guerreiro que sai de suas veias é mais um galho que leva seu nome
às nuvens, como a grimpa do cedro. Amado de Tupã, é o guerreiro que tem uma esposa,
um amigo e muitos filhos; ele nada mais deseja senão a morte gloriosa.
Quanto à linguagem
Como bem disse Manuel Bandeira, Alencar escreveu um romance que
se parece mais com um poema. Isso porque o romancista-poeta se utilizou de
recursos estilísticos, principalmente de símiles e metáforas da fauna e da flora
de nossa natureza, para a caracterização de seus personagens, tanto no aspecto
físico quanto no emocional, fazendo com que eles surgissem amalgamados a
essa natureza.
– O gavião paira nos ares. Quando o nambu levanta, ele cai das nuvens e rasga as
entranhas da vítima. O guerreiro tabajara, filho da serra é o gavião.
– O guerreiro pitiguara é a ema que voa sobre a terra; nós o seguiremos como suas
asas – disse Iracema.
– As lágrimas da mulher amolecem o coração do guerreiro, como o orvalho da
manhã amolece a terra.
18. 18
José Martiniano de Alencar Júnior
Quanto ao tempo
O romance Iracema se passa por volta de 1600, já com a presença do colo-
nizador europeu. Essa é uma época de lutas entre os portugueses e os invasores
franceses e holandeses.
Tempos depois, quando veio Albuquerque, o grande chefe dos guerreiros brancos,
Martim e Camarão partiram para as margens do Mearim a castigar o feroz tupinambá
e expulsar o branco tapuia.
Quanto ao espaço
As ações se passam no território cearense. A tribo Tabajara (senhor das
aldeias) domina o interior da província. Já a tribo Pitiguara ou Potiguara (senhor
dos vales) domina o litoral (daí uma tribo de pescadores ou, pejorativamente, os
comedores de camarão, segundo os seus inimigos).
Poti saudou o amigo e falou assim:
– Antes que o pai de Jacaúna e Poti, o valente guerreiro Jatobá, mandasse sobre
todos os guerreiros pitiguaras o grande tacape da nação estava na destra de Batuireté,
o maior chefe, pai de Jatobá. Foi ele que veio pelas praias do mar até o rio do jaguar, e
expulsou os tabajaras para dentro das terras, marcando a cada tribo seu lugar; depois
entrou pelo sertão até a serra que tomou seu nome.
ENREDO
O primeiro capítulo, na verdade, é o último, em que Martim, seu filho,
Moacir, e o cão partem para Portugal, logo após a morte de Iracema. Mas vamos
ao enredo:
Martim, o guerreiro branco, vive entre os índios pitiguaras e tem o guer-
reiro Poti como um irmão. Os pitiguaras vivem no litoral, daí serem chamados
também de senhores das palmeiras. Numa caçada com Poti, Martim se perde do
amigo, entrando na área habitada pelos inimigos tabajaras, tribo da índia Irace-
ma. E é justamente ela, ao sair do seu banho, quem o encontra e, pensando ser
talvez ele algum mau espírito da floresta, atira nele sua flecha, acertando-o de
raspão no rosto.
Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu.
Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.
Mas Iracema percebe que Martim não era um espírito, tampouco um inimi-
go, e o amor entre eles nasce de maneira repentina. Preocupada com o ferimento,
Iracema leva Martim para sua tribo, apresentando-o ao pajé e seu pai, Araquém,
como um convidado de Tupã.
19. 19
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A virgem aponta para o estrangeiro e diz:
– Ele veio, pai.
– Veio bem. É Tupã que traz o hóspede à cabana de Araquém.
Assim dizendo, o Pajé passou o cachimbo ao estrangeiro; e entraram ambos na
cabana.
Iracema era a responsável por preparar o licor da jurema, uma bebida
alucinógena que, segundo a crença, fazia com que os índios entrassem em con-
tato com Tupã, o seu deus, e com outros sonhos. Mas para isso ela tinha de se
manter virgem.
Iracema voltara com as mulheres chamadas para servir o hóspede de Araquém, e
os guerreiros vindos para obedecer-lhe.
– Guerreiro branco – disse a virgem –, o prazer embale tua rede durante a noite; e o
sol traga luz a teus olhos, alegria à tua alma.
E assim dizendo, Iracema tinha o lábio trêmulo, e úmida a pálpebra.
– Tu me deixas?
– As mais belas mulheres da grande taba contigo ficam.
– Para elas a filha de Araquém não devia ter conduzido o hóspede à cabana do Pajé.
– Estrangeiro, Iracema não pode ser sua serva. É ela que guarda o segredo da jurema
e o mistério do sonho. Sua mão fabrica para o Pajé a bebida de Tupã.
Por estar Martim com saudade de sua pátria e de seus pais, e sabendo ainda
que ele deixara a sua noiva em Portugal, Iracema lhe prepara a bebida, para que
ele os visse e matasse assim a sua saudade.
– Bebe!
Martim sentiu perpassar nos olhos o sono da morte; porém logo a luz inundou-lhe
os seios d’alma; a força exuberou em seu coração. Reviveu os dias passados melhor do que
os tinha vivido: fruiu a realidade de suas mais belas esperanças.
Ei-lo que volta à terra natal, abraça a velha mãe, revê mais lindo e terno o anjo
puro dos amores infantis.
Irapuã, chefe dos tabajaras, ao saber da presença do branco em sua tribo
e de seu envolvimento com Iracema, por quem era apaixonado, enciúma-se e o
desafia para um combate.
– O coração aqui no peito de Irapuã ficou tigre. Pulou de raiva. Veio farejando a
presa. O estrangeiro está no bosque, e Iracema o acompanhava. Quero beber-lhe o sangue
todo: quando o sangue do guerreiro branco correr nas veias do chefe tabajara, talvez o
ame a filha de Araquém.
20. 20
José Martiniano de Alencar Júnior
Iracema protege Martim da ira de Irapuã. Mas o seu desejo é vê-lo longe
dos campos tabajaras e revela-lhe o seu segredo:
– Guerreiro branco, Iracema é filha do Pajé, e guarda o segredo da jurema. O
guerreiro que possuísse a virgem de Tupã morreria.
Caubi é destinado por seu pai, Araquém, a ser o guia de Martim, levando-
-o em segurança até a presença de Poti. Entretanto, os tabajaras os perseguem e
Iracema tem de voltar à cabana de seu pai, onde Martim é escondido.
Quem seus olhos primeiro viram, Martim, estava tranquilamente sentado em
uma sapopema, olhando o que passava ali. Contra, cem guerreiros tabajaras com Irapuã
à frente, formavam arco. O bravo Caubi os afrontava a todos, com o olhar cheio de ira e
as armas valentes empunhadas na mão robusta.
O chefe exigira a entrega do estrangeiro, e o guia respondera simplesmente:
– Matai Caubi antes.
A filha do Pajé passara como uma flecha: ei-la diante de Martim, opondo também
seu corpo gentil aos golpes dos guerreiros. Irapuã soltou o bramido da onça atacada na
furna.
– Filha do Pajé – disse Caubi em voz baixa –, conduz o estrangeiro à cabana: só
Araquém pode salvá-lo.
Iracema prepara novamente o licor da jurema para Martim, que desta vez
sonha em possuir a bela índia.
– Vai, e torna com o vinho de Tupã.
Quando Iracema foi de volta, já o Pajé não estava na cabana; tirou a virgem do
seio o vaso que ali trazia oculto sob a carioba de algodão entretecida de penas. Martim
lhe arrebatou das mãos, e libou as gotas do verde e amargo licor.
Agora podia viver com Iracema, e colher em seus lábios o beijo, que ali viçava
entre sorrisos, como o fruto na corola da flor. Podia amá-la, e sugar desse amor o mel e
o perfume, sem deixar veneno no seio da virgem.
(...)
A filha de Araquém escondeu no coração a sua ventura. Ficou tímida e inquieta,
como a ave que pressente a borrasca no horizonte. Afastou-se rápida, e partiu.
As águas do rio banharam o corpo casto de recente esposa.
Tupã já não tinha sua virgem na terra dos tabajaras.
Os guerreiros tabajaras vão ao encontro de Araquém no bosque sagrado
para o ritual do mistério da jurema. O pajé decreta a cada guerreiro um sonho
enquanto distribui a bebida de Tupã preparada por Iracema:
Este, grande caçador, sonha que os veados e as pacas correm de encontro às suas
flechas para se transpassarem nelas (...).
21. 21
IracemaAOL-11
Outro, fogoso em amores, sonha que as mais belas virgens tabajaras deixam a
cabana de seus pais e o seguem cativas de seu querer (...).
O herói sonha tremendas lutas e horríveis combates, de que sai vencedor, cheio de
glória e fama.
Enquanto estão sob o efeito da bebida, Iracema, proibida de presenciar o
ritual, aproveita para levar Martim ao encontro de Poti. Ao transporem as terras
dos tabajaras, pisando já na dos pitiguaras, a índia dos lábios de mel revela a
Martim que o que houve entre eles não tinha sido um sonho, portanto ela não
era mais virgem, muito menos a protegida de Tupã. E já se considerava mulher
de Martim, que a aceita como tal. Mas os índios tabajaras, já refeitos do ritual
sagrado, perseguem-nos novamente. Quando tudo parecia perdido, surgem os
guerreiros pitiguaras, chefiados por Jacaúna, irmão de Poti, que derrotam os
tabajaras. Iracema se entristece ao ver os cadáveres de seus irmãos no campo de
batalha, enquanto os sobreviventes fugiam envergonhados.
Iracema silvou como a boicininga; e arrojou-se contra a fúria do guerreiro tabajara.
A arma rígida tremeu na destra possante do chefe e o braço caiu-lhe desfalecido.
Soava a pocema da vitória. Os guerreiros pitiguaras conduzidos por Jacaúna e Poti
varriam a floresta. Fugindo, os tabajaras arrebataram seu chefe ao ódio da filha de Araquém
que o podia abater, como a jandaia abate o prócero coqueiro roendo-lhe o cerne.
Os olhos de Iracema, estendidos pela floresta, viram o chão juncado de cadáveres
de seus irmãos; e longe o bando dos guerreiros tabajaras que fugiam nuvem negra de
pó. Aquele sangue que enrubescia a terra, era o mesmo sangue brioso que lhe ardia nas
faces de vergonha.
O pranto orvalhou seu lindo semblante.
Martim afastou-se para não envergonhar a tristeza de Iracema.
Ao chegarem ao litoral, Martim e Iracema se hospedam na tribo Pitiguara.
Mas a índia não se sente à vontade vivendo numa tribo inimiga da sua. Partem,
então, à procura de uma terra que não fosse dominada pela grande nação “dos
comedores de camarão”. Com o auxílio de Poti, Martim constrói a cabana na
terra em que nasceria o próprio Alencar, Mecejana.
– Estes campos são alegres, e ainda mais serão quando Iracema neles habitar. Que
diz teu coração?
– O coração da esposa está sempre alegre junto de seu guerreiro e senhor.
Seguindo pela margem do rio, o cristão escolheu um lugar para levantar a ca-
bana. Poti cortou esteios dos troncos da carnaúba; a filha de Araquém ligava os leques
da palmeira para vestir o teto e as paredes; Martim cavou a terra e fabricou a porta das
fasquias da taquara.
Quando veio a noite, os dois esposos armaram a rede em sua nova cabana; e o amigo
no copiar que olhava para o nascente.
22. 22
José Martiniano de Alencar Júnior
Iracema dá a Martim a notícia de sua gravidez:
Travou da mão do esposo, e impôs no regaço:
– Teu sangue já vive no seio de Iracema. Ela será mãe de teu filho.
– Filho, dizes tu? – exclamou o cristão em júbilo.
Ajoelhou ali e cingindo-a com os braços, beijou o seio fecundo da esposa.
Mas um mensageiro pitiguara, mandado por Jacaúna, convoca Poti para
uma grande batalha: Irapuã havia feito uma aliança com os brancos tapuias,
como eram chamados os franceses pelos pitiguaras, para combater a grande
nação de Jacaúna. Martim, guerreiro branco, deixa Iracema grávida, partindo
ao lado de Poti.
Caminhando, caminhando, chegaram os guerreiros à margem de um lago, que
havia nos tabuleiros.
O cristão parou de repente e voltou o rosto para as bandas do mar: a tristeza saiu
de seu coração e subiu à fronte.
– Meu irmão – disse o chefe –, teu pé criou raiz na terra do amor, fica. Poti voltará
breve.
– Teu irmão te acompanha – ele disse –; e sua palavra é como a seta de teu arco:
quando soa, é chegada.
– Queres tu que Iracema te acompanhe às margens do Acaracu?
– Nós vamos combater seus irmãos. A taba dos pitiguaras não terá para ela mais
que tristeza e dor. A filha dos tabajaras deve ficar.
Novamente os pitiguaras derrotam os tabajaras, irmãos de Iracema:
Martim e seu irmão haviam chegado à taba de Jacaúna, quando soava a inúbia: eles
guiaram ao combate os mil arcos de Poti. Ainda dessa vez os tabajaras, apesar da aliança
dos brancos tapuias do Mearim, foram levados de vencida pelos valentes pitiguaras.
Nunca tão disputada vitória e tão renhida pugna, se pelejou nos campos que regam
o Acararu e o Camucim; o valor era igual de parte a parte, e nenhum dos dois povos fora
vencido, se o deus da guerra, o torvo Aresqui, não tivesse decidido dar estas plagas à raça
do guerreiro branco, aliada dos pitiguaras.
Ao retornar, Martim encontra Iracema triste, pois percebe que o seu amado
tem o pensamento em sua terra natal e na noiva que deixara por lá:
– O que espreme as lágrimas do coração de Iracema?
– Chora o cajueiro quando fica tronco seco e triste. Iracema perdeu sua felicidade,
depois que te separaste dela.
– Não estou eu junto de ti?
23. 23
IracemaAOL-11
– Teu corpo está aqui; mas tua alma voa à terra de teus pais, e busca a virgem
branca, que te espera.
Martim doeu-se. Os grandes olhos negros que a indiana pousara nele o tinham
ferido no íntimo.
– O guerreiro branco é teu esposo, ele te pertence.
Sorriu em sua tristeza a formosa tabajara:
– Quanto tempo há que retiraste de Iracema teu espírito? Dantes, teu passo te
guiava para as frescas serras e alegres tabuleiros: teu pé gostava de pisar a terra da feli-
cidade, e seguir o rasto da esposa. Agora só buscas as praias ardentes, porque o mar que
lá murmura vem dos campos em que nasceste; e o morro das areias, porque do alto se
avista a igara que passa.
Iracema tem consciência de que faz do seu amado um infeliz. Martim parte
novamente para guerrear ao lado dos pitiguaras. Enquanto Martim guerreia,
nasce o seu filho. Iracema dá-lhe o nome de Moacir:
Iracema, sentindo que se lhe rompia o seio, buscou a margem do rio, onde crescia
o coqueiro.
Estreitou-se com a haste da palmeira. A dor lacerou suas entranhas; porém logo o
choro infantil inundou sua alma de júbilo.
A jovem mãe, orgulhosa de tanta ventura, tomou o tenro filho nos braços e com
ele arrojou-se às águas límpidas do rio. Depois suspendeu-o à teta mimosa; seus olhos o
envolviam de tristeza e amor.
– Tu és Moacir, o nascido de meu sofrimento.
Caubi, irmão de Iracema, aparece, dando-lhe notícias de Araquém,
que nunca mais ergueu a cabeça depois que a filha partiu. Iracema pede
a Caubi que conte ao pai sobre a morte da filha, para, assim, aliviar o seu
sofrimento.
Iracema não tem leite para amamentar o seu filho. Filhotes de cachorro
sugam o seu peito e:
A feliz mãe arroja de si os cachorrinhos, e cheia de júbilo mata a fome ao filho. Ele
é agora duas vezes filho de sua dor, nascido dela e também nutrido.
Ao retornar para Iracema, Martim a encontra enfraquecida e ela, com gran-
de esforço, entrega-lhe Moacir. Antes de morrer, faz um último pedido:
– Enterra o corpo de tua esposa ao pé do coqueiro que tu amavas. Quando o
vento do mar soprar nas folhas, Iracema pensará que é tua voz que fala entre seus
cabelos.
24. 24
José Martiniano de Alencar Júnior
Martim, seu filho, Moacir, e o cão partem para Portugal. Algum tempo
depois, voltam e colonizam o Ceará.
O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí a pre-
destinação de uma raça.
(...)
Afinal volta Martim de novo às terras, que foram de sua felicidade, e são agora de
amarga saudade.
(...)
Era sempre com emoção que o esposo de Iracema revia as plagas onde fora tão feliz,
e as verdes folhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara.
PERSONAGENS
Iracema (lábios de mel) – Índia tabajara, responsável por preparar o licor
da jurema, bebida que provoca alucinações em seus guerreiros. Apaixona-se por
Martim, colonizador português, com quem perde a sua virgindade, quebrando a
tradição da jurema. Iracema representa o amor e a abnegação, morrendo em favor
da colonização europeia. Como sabemos, Iracema é o anagrama de América. Na
descrição abaixo, note que a natureza serve de recurso para a caracterização da
índia, entretanto a índia é superior à natureza:
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da
graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque
como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do
Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal
roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
Martim (filho de guerreiro) – Português que passa a viver entre os índios
pitiguaras. Seu nome deriva de Marte, deus da guerra, daí dar mais importância
às batalhas do que propriamente ao amor que nutria por Iracema.
E é a própria Iracema quem o batiza com o nome indígena de Coatiabo,
isto é, guerreiro pintado.
Aliás, Martim não sente remorso nenhum em lutar contra os tabajaras, tribo
a que pertencia Iracema. Historicamente, Martim Soares Moreno participou das
lutas contra os holandeses e franceses que invadiram o Nordeste brasileiro.
Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro estranho, se é guerreiro e
não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar,
nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe
o corpo.
25. 25
IracemaAOL-11
Poti (camarão) – Guerreiro pitiguara, amigo de Martim. Convertido ao
cristianismo, recebeu o nome de Antônio Filipe Camarão. Historicamente,
participou, ao lado dos portugueses, da guerra contra os invasores holandeses,
com a patente de capitão-mor dos índios. Em Iracema, Poti simboliza a amizade
sincera e inquebrantável.
O valente Poti, resvalando pela relva, como o ligeiro camarão, de que ele tomara
o nome e a viveza, desapareceu no lago profundo. A água não soltou um murmúrio, e
cerrou sobre ele sua onda límpida.
Araquém – Pajé dos tabajaras e pai de Iracema. Recebe Martim em sua tribo,
julgando-o ser um convidado de Tupã. Simboliza a sabedoria adquirida com a
velhice (como todo pajé em uma tribo). É o responsável, no bosque sagrado, por
distribuir os sonhos no momento em que os guerreiros tabajaras bebem o licor
da jurema, preparado por Iracema. Com a partida da filha, sua cabeça vergou para
o peito e não se ergueu mais.
O ancião fumava à porta, sentado na esteira de carnaúba, meditando os sagrados
ritos de Tupã. O tênue sopro da brisa carmeava, como frocos de algodão, os compridos e
raros cabelos brancos. De imóvel que estava, sumia a vida nos olhos cavos e nas rugas
profundas.
Caubi (senhor do caminho) – Irmão de Iracema. É designado por seu
pai, Araquém, para ser o guia de Martim até o encontro com Poti. Mais tarde,
reencontra a irmã, quando, pela primeira vez, Martim a deixara para guerrear,
trazendo-lhe notícias de seu pai, Araquém.
– Filha de Araquém, escolhe para teu hóspede o presente da volta e prepara o mo-
quém da viagem. Se o estrangeiro precisa de guia, o guerreiro Caubi, senhor do caminho,
o acompanhará.
Andira (morcego) – Índio tabajara, irmão do pajé Araquém. Assim como
o irmão, é prudente, mas acaba sendo ofendido por Irapuã, por este não aceitar
o seu conselho de não ir atrás dos pitiguaras e esperá-los para o combate.
– Andira, o velho Andira, bebeu mais sangue na guerra do que já beberam cauim
nas festas de Tupã, todos quantos guerreiros alumia agora a luz de seus olhos. Ele viu mais
combates em sua vida, do que as luas lhe despiram a fronte. Quanto crânio de potiguara
escalpelou sua mão implacável, antes que o tempo lhe arrancasse o primeiro cabelo? E
o velho Andira nunca temeu que o inimigo pisasse a terra de seus pais; mas alegrava-se
quando ele vinha, e sentia com o faro da guerra a juventude renascer no corpo decrépito,
como a árvore seca renasce com o sopro do inverno. A nação tabajara é prudente. Ela
deve encostar o tacape da luta para tanger o membi da festa. Celebra, Irapuã, a vinda
dos emboabas e deixa que cheguem todos aos nossos campos. Então Andira te promete o
banquete da vitória.
26. 26
José Martiniano de Alencar Júnior
Irapuã (mel redondo) – Chefe dos tabajaras e apaixonado por Iracema. Daí
o seu ciúme doentio, o seu ódio por Martim e o desejo de matá-lo a qualquer
custo.Assim como Poti e Martim, Irapuã também é um personagem histórico, só
que é inimigo declarado dos portugueses e aliado dos franceses que invadiram
o Maranhão.
Desabriu, enfim, Irapuã a funda cólera:
– Fica tu, escondido entre as igaçabas de vinho, fica, velho morcego, porque temes
a luz do dia, e só bebes o sangue da vítima que dorme. Irapuã leva a guerra no punho de
seu tacape. O terror que ele inspira voa com o rouco som do boré. O potiguara já tremeu
ouvindo o rugir na serra, mais forte que o ribombo do mar.
Jacaúna (jacarandá preto) – Grande chefe dos pitiguaras e irmão de Poti.
Outro personagem histórico, foi amigo de Martim Soares Moreno, lutando ao seu
lado contra os holandeses e franceses.Assim comoAraquém, Jacaúna representa
a boa hospitalidade. Seu colar de guerra fazia voltas em seu pescoço, exibindo
os dentes dos inimigos por ele derrotados.
– Jacaúna é um grande chefe, seu colar de guerra dá três voltas ao peito. O tabajara
pertence ao guerreiro branco.
Moacir (filho do sofrimento) – Filho de Iracema e Martim, simboliza não
só o primeiro cearense, mas o primeiro brasileiro. Com a morte de Iracema,
Martim o leva para Portugal, para depois retornarem, dando início à colonização
europeia.
O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí a pre-
destinação de uma raça?
QUATRO ÍNDIAS E UM SÓ DESTINO
O sofrimento que só vê o seu alívio com a morte não é exclusivo da índia
Iracema. Outras três índias também foram marcadas em nossa literatura por essa
tragicidade: Lindoia, Moema e Ci.
Lindoia, personagem de O Uraguai, poema épico do árcade José Basílio
da Gama (1740-1795), protagoniza a parte mais importante da obra ao se deixar
picar por uma serpente no seio. Após a morte de seu marido e chefe Cacambo,
envenenado a mando do padre Balda, Lindoia não se submete às ordens do sa-
cerdote, que a obrigava a ser casar com Baldeta (filho do padre Balda com uma
índia), optando, então, por morrer.
O mesmo acontece com Moema – personagem de Caramuru, outro poema
épico do também árcade frei José de Santa Rita Durão (1722-1784) –, que se dei-
xa afogar quando seguia a nado o navio que levava o seu grande amor, Diogo
Álvares Correia, e a índia Paraguaçu para a França, onde se casariam.
27. 27
IracemaAOL-11
Ci – personagem de Macunaíma, do modernista Mário de Andrade (1893-
1945) –, chefe das amazonas, é seduzida por Macunaíma, apaixona-se por ele, mas
“sobe ao céu por um cipó” após perder o seu filho recém-nascido, que mamara
em seu peito envenenado pela grande Cobra Preta.
Portanto, quatro índias unidas pelo mesmo sofrimento, que se desencadeia,
inevitavelmente, para a morte, como podemos notar nos três trechos a seguir:
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindoia.
(...)
O desgraçado irmão, que ao despertá-la
Conhece, com que dor! no frio rosto
Os sinais do veneno, e vê ferido
Pelo dente sutil o brando peito.
(...)
E por todas as vezes repetido
O suspirado nome de Cacambo.
Inda conserva o pálido semblante
Um não sei quê de magoado e triste,
Que os corações mais duros enternece
Tanto era bela em seu rosto a morte.
O Uraguai
Tão dura ingratidão menos sentira
E esse fado cruel e doce me fora,
Se o meu despeito triunfar não vira
Essa indigna, essa infame, essa traidora.
Por serva, por escrava, te seguira.
Se não temera de chamar senhora
A vil Paraguaçu, que, sem que o creia,
Sobre ser-me inferior, é néscia e feia.
Enfim, tens coração de ver-me aflita,
Flutuar, moribunda, entre estas ondas;
A um ai somente, com que aos meus respondas.
Bárbaro, se esta fé teu peito irrita,
Nem o passado amor teu peito incita
28. 28
José Martiniano de Alencar Júnior
(Disse, vendo-o fugir) ah, não te escondas
Dispara sobre mim teu cruel raio...”
E indo a dizer o mais, cai num desmaio.
Perde o lume dos olhos, pasma e treme,
Pálida a cor, o aspecto moribundo;
Com a mão já sem vigor, soltando o leme,
Entre as salsas escumas desce ao fundo.
Mas na onda do mar, que, irado, freme
Tornando a aparecer desde o profundo,
– Ah, Diogo cruel! – disse com mágoa, –
E sem mais vista ser, sorveu-se na água
Caramuru
Terminada a função a companheira de Macunaíma toda enfeitada ainda, tirou do
colar uma muiraquitã famosa, deu-a pro companheiro e subiu pro céu por um cipó. É
lá que Ci vive agora nos trinques passeando, liberta das formigas, toda enfeitada ainda,
toda enfeitada de luz, virada uma estrela. É a Beta do Centauro.
Macunaíma
5. EXERCÍCIOS
1. UFMG
Todas as personagens de Iracema, de José de
Alencar, estão corretamente explicadas, exceto:
a) A filha de Araquém escondeu no coração a sua
ventura. Ficou tímida e quieta como a ave que
pressente a borrasca no horizonte.
= Iracema entrega-se a Martim.
b) Iracema preparou as tintas. O chefe, embebendo as
ramas da pluma, traçou pelo corpo os riscos vermelhos e pretos, que ornavam a grande
nação pitiguara.
= O chefe pinta Martim, preparando-o para o combate com os tabajaras.
c) Iracema, sentindo que se lhe rompia o seio, buscou a margem do rio, onde crescia o coqueiro.
= Iracema prepara-se para dar à luz Moacir.
d) O guerreiro branco é hóspede de Araquém. A paz o trouxe aos campos do Ipu, a paz
o guarda.
= Iracema protege Martim da fúria de Irapuã.
e) Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol
não deslumbra, sua vista perturba-se.
= Martim aparece pela primeira vez a Iracema, que saía do banho.
29. 29
IracemaAOL-11
2. IME-RJ
Na visão romântica de José de Alencar, o índio é:
a) descrito como um ser preguiçoso, que passa o tempo sentado à porta da cabana.
b) um defensor árduo dos animais que são por ele atraídos.
c) idealizado para assumir características europeias.
d) exterminado para que os cristãos povoem as nossas terras.
e) nenhuma das repostas anteriores.
3. Fatec-SP
Em Iracema, de José de Alencar, observa-se que o autor:
a) procurou ser fiel à tradição histórica, e suas personagens foram participantes
de episódios reais da colonização brasileira.
b) procurou basear-se na história da colonização para recompor, em termos
poéticos, as origens do Ceará.
c) procurou explorar o lado pitoresco e sentimental da vida dos índios, na época
em que os portugueses ainda não haviam chegado.
d) procurou enfatizar o problema da destruição da cultura indígena pelo domínio
português.
e) procurou negar a existência de conflitos culturais entre colonizadores e nativos.
4. PUC-SP
Iracema constitui com O Guarani e Ubirajara a trilogia dos romances indianistas
de José de Alencar. Na poesia, Gonçalves Dias também exaltou o índio em textos
como I-Juca Pirama, Leito de folhas verdes, Marabá, O canto do piaga, além do poema
épico Os Timbiras. Pergunta-se: o que representou o indianismo na literatura
romântica brasileira?
5.
Leia o trecho abaixo:
Estreitou-se com a haste da palmeira. A dor lacerou suas entranhas; porém logo o choro
infantil inundou sua alma de júbilo. A jovem mãe, orgulhosa de tanta ventura, tomou o
tenro filho nos braços e com ele arrojou-se às águas límpidas do rio. Depois suspendeu-o
à teta mimosa; seus olhos então o envolviam de tristeza e amor.
– Tu és Moacir, o nascido de meu sofrimento.
Considere atentamente as seguintes afirmações, que se referem não só ao texto
anterior como também ao contexto do romance Iracema.
I. A protagonista divide-se entre a tristeza e a alegria: esta, pelo nascimento do
filho mestiço; aquela, por sentir que não viverá para vê-lo crescer.
30. 30
José Martiniano de Alencar Júnior
II. Um dos procedimentos estilísticos de Alencar em seu romance está nas su-
gestivas aproximações entre expressões em tupi e o significado em português,
como a que se dá na fala da protagonista.
III. O nascimento de Moacir representa, simbolicamente, a heroica, mas inútil,
resistência dos guerreiros tabajaras à colonização do branco europeu.
Das afirmações anteriores:
a) apenas II é verdadeira.
b) apenas III é verdadeira.
c) apenas I e II são verdadeiras.
d) apenas II e III são verdadeiras.
e) I, II e III são verdadeiras.
6. Fuvest-SP
Sobre o romance indianista de José de Alencar, pode-se afirmar que:
a) analisa as reações psicológicas da personagem como um efeito das influências
sociais.
b) é um composto resultante de formas originais do conto.
c) dá forma ao herói, amalgamando-o à vida da natureza.
d) representa contestação política ao domínio português.
e) mantém-se preso aos modelos legados pelos clássicos.
7. Unisul-SC
Assinale a alternativa incorreta a respeito de Iracema, de José de Alencar.
a) Nela aponta-se a confluência dos gêneros literários lírico e épico.
b) É uma exaltação da flora, da fauna e da terra brasileiras.
c) Retrata a luta pela colonização do Ceará, no início do século XVII.
d) É uma obra essencialmente lírica, pois é repleta de elementos sonoros.
e) Iracema pode ser considerada a personagem-símbolo da terra-mãe que seduz
o estrangeiro.
8. Fuvest-SP
Iracema faz parte da tríade indianista de José de Alencar, juntamente com outros
dois romances.
a) Quais?
b) Cada um desses romances teria uma finalidade histórica. Qual teria sido a
intenção do autor com Iracema?
31. 31
IracemaAOL-11
9. UFMG
Leia a afirmativa a seguir, em que José de Alencar critica a visão dos cronistas
europeus sobre os indígenas:
Os historiadores, cronistas e viajantes da primeira época, se não de todo o período
colonial, devem ser lidos à luz de uma crítica severa (...) Homens cultos, filhos de uma
sociedade velha e curtida por longo trato de séculos, queriam esses forasteiros achar nos
indígenas de um mundo novo e segregado da civilização universal uma perfeita confor-
midade de ideias e costumes.
Apesar de sua visão crítica, Alencar, em Iracema, adota a mesma atitude, quando:
a) apresenta metaforicamente o índio como representante do homem
brasileiro.
b) atribui às personagens indígenas um comportamento baseado em códigos
europeus.
c) recupera para a literatura a memória da fauna, da flora e da toponímia indí-
genas.
d) tenta ser fiel ao espírito da língua indígena na composição das imagens.
10.
Assinale a alternativa incorreta a respeito de Iracema, de José de Alencar.
a) O livro faz parte de um painel que mostra a contribuição de brancos, índios e
negros na constituição da nacionalidade brasileira, ao lado de romances como
O gaúcho e As minas de prata.
b) Esta obra corresponde ao desejo de José de Alencar de escrever um livro que
tratasse das origens da nacionalidade brasileira, característica comum aos
projetos românticos brasileiros.
c) As personagens indígenas são idealizadas como boas ou más, conforme o
apoio que davam ou não ao colonizador português, num maniqueísmo bas-
tante comum ao Romantismo.
d) “– Senhor de Iracema, cerra seus ouvidos para que ela não ouça.” – esta é
uma fala de Iracema. O uso da terceira pessoa dirigida a ela própria é um
recurso do autor para tentar recriar a linguagem que ele considerava próxima
à indígena.
e) Símiles de elementos da terra – vegetais e animais – e da linguagem indígena
dão à narrativa um certo exotismo buscado pelo autor, aproximando-a, ao
mesmo tempo, do mito.
32. 32
José Martiniano de Alencar Júnior
Gabarito
1. B
2. C
3. B
4. O índio, para o Romantismo brasileiro, tem
a mesma simbologia que o cavaleiro medieval
para o Romantismo português, isto é, o símbolo
da nacionalidade, do heroísmo de uma pátria
livre.
5. C
6. C
7. D
8.
a) O Guarani e Ubirajara
b) Narrar a lenda da fundação do Ceará e a
mistura das raças indígena (Iracema) e branca
(Martim), criando o primeiro brasileiro (Moa-
cir).
9. B
10. A