3. O que é
sustentabilidade?
Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a
continuidade dos aspectos económicos, sociais, culturais e
ambientais da sociedade humana. Propõe-se ser um meio
de configurar a civilização e a atividade humanas, de tal forma
que a sociedade, os seus membros e as suas economias
possam preencher as suas necessidades e expressar o seu
maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a
biodiversidade e os ecossistemas naturais, planeando e
agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção
indefinida desses ideais. A sustentabilidade abrange vários
níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta
inteiro.
4. Sustentabilidade
Económica de Portugal
Se não houver sustentabilidade não haveré quem
empreste
Ganhos de eficiência - Cresciemento do valor por activo
(a ineficiencia do um sistema não transacionavel
repercurte-se na competitividade da economia, porque
intervem na formação de préços)
Sustentabilidade externa
Sustentabilidade das finanças publicas
Chave do acordo com a Troika: é necessário
crescimento do emprego (por causa das tensões
sociais)
5. Schumpeter
As transformações experimentadas pela economia
mundial desde a década de 1970 renovaram o
interesse por Joseph Alois Schumpeter cuja obra
escrita nos anos 30 foi ofuscada por Keynes .
A Crise de 2007/11 renova esse interesse.
Uma economia evolui num processo de destruição
criativa:
Faz melhor libertando recursos por criação criativa
Implementa os novos processos e mecanismos
6. Capitalismo
Seguindo a trilha de outros grandes economistas –
Adam Smith (1723-1790), David Ricardo (17721823), Karl Marx (1818-1883), para citar alguns deles –
, Schumpeter procurou compreender os movimentos
gerais da economia e o destino de um modo particular
de produzir em so- ciedade: o capitalismo.
Ao contrário dos economistas clássicos, Schumpeter
não considerava o crescimento da população, o
aumento da produção e a acumulação de recursos
como os fatores determinantes do desenvolvimento
económico. Nesse assunto, estava mais próximo de
Marx pelo papel relevante que atribuiu ao progresso
técnico na dinâmica capitalista.
7. Bases sob as quais atua
o mecanismo
económico
São elas: a propriedade privada, a divisão do trabalho e a livre
concorrência.
Na economia do ‗fluxo circular‘, segundo Schumpeter, a vida
económica transcorre monotonamente, em que cada bem
produzido encontra o seu mercado, período após período.
Isso, contudo, não significa concluir que inexista crescimento
econô- mico. Admitem-se incrementos na
produtividade, decorrentes de aperfeiçoamentos no processo
de trabalho e de mudanças tecnológicas contínuas na função
de produção. Entretanto, essa base tecnológica já é
conhecida, incorporada que foi com o tem- po na matriz
produtiva da economia. Os agentes econômicos apegam-se
ao estabelecido, e as adaptações às mudanças ocor- rem em
ambiente familiar e de trajetória previsível. Nessas circunstâncias, de acordo com Schumpeter, mudanças
económicas substanciais não podem ter origem no fluxo
circular, pois a reprodução do sistema está vinculada aos
negócios realizados em períodos anteriores.
8.
9. As mudanças económicas são
externas ao fluxo circular
A questão para Schumpeter é que as inovações
transformadoras não podem ser previstas ex ante.
Contudo, esses tipos de inovações, que são
originadas no próprio sistema, quando introduzidas
na atividade econômica, produzem mudanças que
são qualitativamente diferentes daquelas alterações
do dia-a-dia, levando ao rompimento do equilíbrio
alcançado no fluxo circular. Assim, a evolução
económica se caracteriza por rupturas e
descontinuidades com a situação presente e se
devem à introdução de novidades na maneira de o
sistema funcionar.
11. Crítica
Leon Walras, na qual esse autor lhe disse que a
vida económica seria apenas uma sucessão
adaptativa às ocorrências de ordem natural e social
que agem sobre ela. Para
Schumpeter, entretanto, adaptações, embora
possam produzir crescimento, não caracterizam em
si o desenvolvimento económico (TDE, p. 47). Este
último é, para ele, um fenómeno qualitativamente
diferente. A mesma avaliação de inadequação
teórica vale para a análise de equilíbrio parcial de
Alfred Marshall (1842-1924)
12. Modelo biológico
São tipos de mudanças económicas, de ordem
qualitativamente superior, que caracterizam, portanto, o
desenvolvimento económico. As inovações, diz
Stolper (1991), alteram a partir de dentro os
parâmetros do sistema o qual, sendo
evolucionário, não conhece o equilíbrio. E por ser
evolucionário, ele transcorre no tempo e, por isso, sua
natureza é histórica (Heertje, 1996). Para dar uma
dimensão ao leitor do significado de alterações
revolucionárias, como fenómeno totalmente estranho ao
que vem ocorrendo no dia-a-dia, Schumpeter faz uma
comparação entre a diligência e as ferrovias: ―Adicione
sucessivamente quantas diligências quiser, com isso
nunca terá uma estrada de ferro‖ (1911, pé de página, p.
47).
13. Análise dinâmica
Em ambiente em que ocorre variedade e seleção, o
enfoque analítico a ser aplicado tem mais analogia
com a teoria evolucionária, própria da biologia, do
que com a mecânica e o equilíbrio, encontrados na
física. Nesse caso, a análise tem de ser
dinâmica, em que se privilegia o desequilíbrio e o
tempo histórico e não estatico como eram as
análises do fluxo circular para determinar por
exemplo o preço.
De onde vêm as inovações que se repercutem na
atividade económica?
14. Inovação
“[A]s inovações no sistema económico não
aparecem, via de regra, de tal maneira que
primeiramente as novas necessidades surgem
espontaneamente nos consumidores e então o aparato
produtivo se modifica sob sua pressão. Não negamos a
presença desse nexo. Entretanto, é o produtor
que, igualmente, inicia a mudança económica, e os
consumidores são educados por ele, se necessário;
são, por assim dizer, ensinados a querer coisas
novas, ou coisas que diferem em um aspecto ou outro
daquelas que tinham o hábito de usar. Portanto, apesar
de ser permissível, e até mesmo necessário, considerar
as necessidades dos consumidores como uma força
independente e, de fato, fundamental na teoria do fluxo
circular, devemos tomar uma atitude diferente quando
15. Inovações como
novas combinações
As mudanças se originam, portanto, no lado da
produção, na maneira distinta de combinar materiais e
forças para produzir
Isso não implica transpor linearmente o enfoque da
biologia à economia, pois as leis aplicadas aos animais
não necessariamente se estendem aos seres humanos
e vice-versa, dado que o homem pode influir em sua
própria história as coisas a serem utilizadas na vida
diária das pessoas, mas, repita-se, não dizem respeito a
aperfeiçoamentos no já conhecido.
Trata-se de modos totalmente diferentes de dispor
materiais e forças. A esses modos diferentes
Schumpeter (1911, p. 48-9) chamou de inovações ou
de „novas combinações‟.
16. Novas combinações
1) Introdução de um novo bem – ou seja, um bem com que os
consumidores ainda não estejam familiarizados – ou de uma nova
qualidade de um bem.
2) Introdução de um novo método de produção, ou seja, um método
que ainda não tenha sido testado pela experiência no ramo próprio
da in- dústria de transformação, que, de modo algum, precisa ser
baseado numa descoberta cientificamente nova, e pode consistir
também em nova maneira de manejar comercialmente uma
mercadoria.
3) Abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado em que o
ramo particular da indústria de transformação do país em questão
não te- nha ainda entrado, quer esse mercado tenha existido antes
ou não.
4) Conquista de uma nova fonte de matérias-primas ou de bens
semimanufaturados, mais uma vez independentemente do fato de
que essa fonte já existia ou teve que ser criada.
5) Estabelecimento de uma nova organização de qualquer
indústria, como a criação de uma posição de monopólio (por
exemplo, pela trustificação) ou a fragmentação de uma posição de
monopólio.
17. Meios de produção
Schumpeter deixa explícito que os meios de
produção necessários às novas combinações não
estão ociosos, à espera para serem empregados
na produção de novos bens. Os recursos para
viabilizar as novas combinações já estão
disponíveis na sociedade, estando empregados em
atividades que compõem o fluxo circular. São as
novas maneiras de combiná-los, retirando-os dos
locais onde se acham empregados e alocando-os
em novas atividades, que se vão produzir, então, o
que Schumpeter chamou de desenvolvimento
económico.
18. Quem vai tomar a iniciativa
dessa mudança?
O empresário é uma figura que se distingue na
socie- dade por ser portador de uma energia e
capacidade de realizar coisas novas que não
estariam presentes de maneira difundida entre a
população.
O empresário não deve ser visto como o
tradicional capitalista que pertence à classe
burguesa, embora se junte a ela ao ser bemsucedido em sua empreitada. Nem pode ser
tomado como aquele que assume riscos.
19. Motivações do
empresário
‗Psicologia empresarial‘
Alguns fatores possíveis de suas motivações: a
ambição social, o snobismo, a conquista superior e
outras, mas não avança em maiores argumentos
teóricos para o aparecimento desse personagem
na paisagem económica.
O leitmotiv de sua ação empreendedora é um tipo
de ‗ato heróico‘, apenas quer ver as coisas
acontecerem, pela criação em si.
20. Rigor protestante e
meditação budista
IN HIS 1905 book, ―The Protestant Ethic and the Spirit
of Capitalism‖, Max Weber credited the Protestant ethic
with giving rise to capitalism. Now it sometimes seems
as if it is the Buddhist ethic that is keeping capitalism
going. The Protestants stressed rational calculation and
self-restraint. The Buddhists stress the importance of
―mindfulness‖—taking time out from the hurly-burly of
daily activities to relax and meditate. In today‘s
corporate world you are more likely to hear about
mindfulness than self-restraint.
21. Dinamismo
do sistema económico
O dinamismo do sistema econômico para
Schumpeter depende, assim, do surgimento do
empresário como criador de novas combinações.
Mais do que isso: é alguém que tem a habi- lidade
para que o novo seja implementado. Após as novas
combinações serem adicionadas ao fluxo regular
da atividade económica, o empresário perde esta
sua condição, passando, assim, a fazer parte da
classe capitalista ou da burguesia. É esse o sentido
que Schumpeter atribui ao termo empresário.
22. Poupança e Crédito
Para pôr em prática suas idéias ou insights, o em-
presário precisa ter acesso ao comando de meios de
produção. Em outras palavras, o que o empreendedor
necessita é de crédito. Nesse campo, Schumpeter vai
de encontro à sabedoria convencional da época para a
qual era necessária a existência de uma poupança
prévia que financiasse novos projetos de investi- mento.
A interpretação de Schumpeter, ao contrário, é de que o
empresário precisa é de poder de compra para pôr em
movi- mento os meios de produção para efetivar as
novas combina- ções. E esse poder de compra, diz
Schumpeter, pode ser criado ad hoc, não precisa ter
existido anteriormente.
23. ―Ainda que a resposta convencional à nossa questão
não seja certamente absurda, há no entanto um outro
método de obter dinheiro para esse propósito, que
chama nossa atenção, porque, diferentemente do
referido, não pressupõe a existência de resultados
acumulados do desenvolvimento anterior, e por isso
pode ser considerado como o único disponível dentro
de uma lógica estrita. Esse método de obter dinheiro é
a criação de poder de compra pelos bancos (...). É
sempre uma questão, não de transformar o poder de
compra que já existe em propriedade de alguém, mas
a criação de novo poder de compra a partir do nada –
a partir do nada mesmo que o contrato de crédito pelo
qual é criado o novo poder de compra seja apoiado em
garantias que não sejam elas próprias meio circulante
– que se adiciona à circulação existente. E essa é a
fonte a partir da qual as novas combinações
frequentemente são financiadas e a partir da qual
teriam que ser financiadas sempre, se os resultados do
desenvolvimento anterior não existissem de fato em
24. Liquidação do crédito
A liquidação do financiamento tomado dessa
maneira ocorrerá ex post, com os lucros
provenientes das inovações introduzidas na
atividade económica. É essa, então, a natureza dos
lucros; constituem-se em um prémio que a
sociedade paga aos inovadores por lhe
proporcionar acesso a novos bens e serviços.
25. Ciclos Económicos
Os altos e baixos na produção e no emprego – a
forma assumida pelo desenvolvimento econômico
no capitalismo, segundo Schumpeter – decorrem
de dois movimentos. No que se refere aos períodos
de expansão, esses se devem à própria difusão
das inovações. A introdução no mercado de um
novo produ- to ou processo gera lucros
extraordinários, o que atrai uma leva de imitadores
que procuram aproveitar as oportunidades abertas
pela inovação. Isso se manifestará na construção
de novas fábricas e na contratação de mão-de-obra
e compra de insumos. Os novos investimentos
levam ao boom na atividade em questão e em
outras secundárias.
27. Forma da inovação
Os investimentos em inovação ocorrem de forma
descontínua, em grupos ou bandos, dando
dinamismo à expansão.
A introdução de uma novidade de produtos ou
processos vem alterar as condições competitivas
daqueles empreendimentos já estabelecidos. As
inovações, ao se colocarem como alternativas a
produtos e processos antigos, fazem com que
esses últimos percam espaço no
mercado, tornando obsoleta a capacidade instalada
e destruindo postos de trabalho, espraiando-se
para outros se-ores relacionados e àqueles mais
distantes atingidos pelo efeito-renda negativo.
28. Clima de incerteza
nos negócios
Na ótica de Schumpeter, o processo de
concorrência apresenta ganhadores e
perdedores, não é um jogo de win-win. É uma
situação em que o sistema se deve ajustar às
inovações, gerando depressões na economia.
30. Crítica a Marx
Após identificar a forma como o desenvolvimento
econômico se manifesta sob o capitalismo, Schumpeter
debruça-se sobre os rumos que tomará a continuidade
dessa evolução. Essa avaliação vai aparecer, então, em
Capitalismo, Socialismo e Democracia.
Schumpeter concorda com Marx de que o destino do
capitalismo caminhava em direção ao socialismo. Mas o
móvel para tal não residia, segundo Schumpeter,nos
motivos estabelecidos por Marx (na luta de classes e no
processo histórico). Schumpeter mostra suas
discordâncias em relação a alguns aspectos da análise
marxista, incluindo aí a teoria do valor.
Aceita, contudo, muitos dos argumentos de
Marx, principalmente o seu método dialético de análise.
31. Luta de Classes
No plano politico a luta de classes – motor da história – é a
manifestação da oposição entre salários e lucros da esfera
económica. O acirramento dessa contradição emperra o
avanço económico, constituindo-se uma época de convulsões
sociais, até que uma nova classe – portadora do progresso –
assuma a hegemonia na sociedade (Marx, 1859).
Schumpeter não compartilhava dessa interpretação que Marx
faz do desenvolvimento do capitalismo. Para ele, o rumo do
sistema em direção ao socialismo se deveria às virtudes que
o capitalismo apresenta, não às suas contradições. Não há na
estrutura econômica dessa forma de organização social nada
que impeça o aumento da produção. Schumpeter não acredita
numa desaceleração dos investimentos devido a uma
pretensa queda na taxa de lucro.
32. Colapso do capitalismo
Schumpeter mais não fez do que mostrar a enorme admiração que nutria pela
obra de Marx: ao retomar a tese do colapso do capitalismo, Schumpeter aceita
tacitamente a "superioridade da economia marxista", para usar os termos de
Shibata e Oskar Lange, encarando o seu trabalho como uma tentativa de ajudar a
economia capitalista a sobreviver. A distinção que faz entre preferência e
prognóstico retoma, de certo modo, a distinção marxista entre economia
burguesa, mera técnica de adaptação, e a crítica da economia política.
Reconhecer que o sistema capitalista está ferido internamente de morte é o
mesmo que admitir o carácter ideológico da economia que visa adiar a sua morte.
Ora, a actual crise do sistema financeiro capitalista não é uma mera "crise
periódica", mas uma "crise sistémica" e, como tal, representa o fim da era
neoliberal iniciada nos anos 80. Ela revela claramente o colapso do
fundamentalismo de mercado: a economia de mercado entregue a si mesma é
autodestrutiva, porque, como dizia Marx, o verdadeiro inimigo mortal da "produção
capitalista é o próprio capital". Desde a grande crise de 1929 que a ideia de um
desenvolvimento do sistema capitalista, harmonioso e equilibrado, caiu
definitivamente em descrédito: o próprio Schumpeter pôs a tónica, tal como
Marx, na instabilidade fundamental do sistema capitalista. Para evitar o
colapso, sempre que é ameaçado por uma crise, o capitalismo precisa da
intervenção do Estado: "O controlo pelo governo dos mercados de trabalho e
capital, da política de preços e, por via dos impostos, da distribuição de
rendimentos, já está estabelecido e necessita só de ser complementado
sistematicamente por iniciativa governamental, indicando as linhas gerais de
produção (programas de construção de casas, investimento estrangeiro) de molde
a transformar, mesmo sem a nacionalização maciça das indústrias, o capitalismo
regulado ou agrilhoado em capitalismo guiado, o qual pode com quase igual
justiça ser apelidado de socialismo".
33. Destruição Criadora
No seu muito citado capítulo sobre a destruição
criadora, Schumpeter também refuta aquela crítica feita com
base na visão idílica da concorrência perfeita, defendida pela
teoria neoclássica, de que a grande empresa e as formas
monopólicas de mercado não favorecem o desempenho da
produção. Schumpeter ques- tiona mesmo a própria
existência de tal estrutura de mercado, duvidando de que ela
sequer tenha existido na realidade. Entre- tanto, mesmo que
se considerasse que a sua existência tenha ocorrido naquele
período que antecede a formação da grande empresa – por
volta de 1890 –, a situação não lhe seria favorável diante dos
avanços observados na economia em período posterior, quando, então, a presença da escala de grande porte na
produção manufatureira torna-se dominante. Ora, esse tipo de
interpretação, critica Schumpeter, deriva de emprego de
análise estática, mas o capitalismo, continua ele, é um
método de mu- dança econômica e não é, nem poder
ser, estacionário.
34. Criação de destruição
de Estruturas
Quando se olha a economia com uma visão
estática e se vê uma única empresa no
mercado, se associam os lucros extraordinários
que possa estar obtendo ao exercício do poder
monopolístico que desfruta, à custa dos
consumidores. Se olharmos, porém, dinamicamente, essa colocação única de mercado pode
se dever à introdução de algo novo na atividade
econômica e, portanto, é uma posição passageira.
Os lucros maiores que lhe são devidos provêem de
inovações, cujos ganhos desaparecem com o ingresso de novos competidores. A questão não é
como o sistema administra ditas
estruturas, mas como ele as cria e as destrói
(Schumpeter, 1942, p. 112)14.
35. Práticas Monopolistas
Schumpeter crítica à teoria neoclássica de que mercados
imperfeitos são relativamente ineficientes quando confrontados
com a concorrência perfeita.
A teoria do monopólio simples e discriminador ensina
que, excetuando-se um caso limite, o preço de monopólio é mais
alto e a produção de monopólio é menor do que o preço e a
produção em concorrência. Isso é verdade, desde que o método
e a organização da produção – e tudo o mais – sejam
exatamente os mesmos em ambos os casos. Na
realidade, entretanto, existem métodos superiores disponíve- is
ao monopolista que, ou não são de maneira alguma aces- síveis
a uma multidão de concorrentes, ou não lhe são prontamente
acessíveis; pois há vantagens da empresa que, embora não
estritamente inatingíveis competitivamente, são, na
verdade, asseguradas apenas pelo monopólio. Em outras
palavras, esse elemento da defesa da concorrência pode falhar
completamente porque os preços de monopólio não são
necessariamente mais altos ou as produções de
monopólio, necessariamente mais baixas do que seriam os
preços e a produção competitivos na eficiência organiza- cional e
produtiva ao alcance da firma compatível com a hipótese
36. O fim do Capitalismo
O que, então, levaria, para Schumpeter, ao ocaso do
capitalismo? Segundo Schumpeter, as causas não seriam
encontradas na dimensão económica do sistema. Nesse
quesito, a performance do capitalismo seria satisfatória. O seu
desaparecimento estaria associado a fatores encontrados em
outras esferas da sociedade: em âmbito sociocultural.
Em primeiro lugar, a grande empresa, ao burocratizar a
atividade de inovação, tornando-a uma tarefa rotineira
internalizada em seu departamento de P&D, substitui aquele
ímpeto individual do empresário na busca do novo – que
rompe com o status quo – pelas ações rotineiras de equipes
de especialistas alocadas especialmente a esse mister. A
grande empresa automatizada e burocratizada ao mesmo
tempo que expropria pe- quenos proprietários, leva a
burguesia a perder sua função na sociedade, ao facilitar a
socialização da produção. O socialismo é
alcançado, assim, não pela luta de classes, mas pela ação do
empresário inovador.
37. Fim do Capitalismo
Em segundo lugar, a dinâmica do processo
concorrencial é conducente à constituição de
grandes unidades produtivas e à eliminação de
pequenas empresas. A saída do circuito económico
de pequenos
proprietários, negociantes, agricultores e outros –
muitos deles oriundos de formas pretéritas de
produção – aniquila aquela camada social que dá
sustenta- ção política ao sistema e que defende a
propriedade individual contra uma forma mais
impessoal de propriedade dos meios de produção.
38. Fim do Capitalismo
O terceiro elemento a trabalhar contra a permanência do
capitalismo é a formação de uma camada de
intelectuais hostis a essa forma de organização social
que, mediante posições que ocupam na
sociedade, difundem idéias que criam uma atmosfe- ra
de rancor social contra o sistema.
A avaliação de Schumpeter de que o capitalismo não
so- breviveria, não era devida a algum tipo de desejo ou
fé. Schumpeter fazia questão de deixar claro que, em
suas análi- ses, raciocinava como economista, não com
valores políticos. Esse é um exercício de futuro e, como
tal, incerto.
O que a análise econômica nos ajuda, acrescenta
Schumpeter, é antever o que aconteceria se as
tendências que hoje observamos se mantivessem no
39. Legado de Schumpeter
A partir do início da década de 1980, cresce o interesse
pelas idéias de Schumpeter e uma das obras marcantes
nessa direção é An Evolutionary Theory of Economic
Change de Richard R. Nelson e Sidney
Winter, publicada em 1982, constituindo-se em um marco no pensamento do que viria ser a corrente neoschumpete- riana ou evolucionária. Novas categorias de
análise têm sido incorporadas à bagagem teórica do
economista. O conceito de rotina como norma de
comportamento, o processo de busca de inovações
como diferencial competitivo, o mercado como mecanismo de seleção e o papel das instituições e da
história vêm lançar novas luzes sobre a dinâmica
capitalista. Gradualmente, vários economistas e
cientistas sociais se vêm juntando à agenda de
pesquisa estabelecida por essa abordagem de
pensamento econômico
40. II Parte
Uma abordagem neo-schumpeteriana da Inovação Social
Sustentabilidade: O termo "sustentável" provém do latim
sustentare (sustentar; defender; favorecer, apoiar;
conservar, cuidar). Segundo o Relatório de Brundtland
(1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve "suprir
as necessidades da geração presente sem afetar a
possibilidade das gerações futuras de suprir as suas‖.
Inovação Social: A inovação social acontece quando se
encontram novas soluções para as necessidades sociais.
Para resolver os problemas da exclusão social, da falta de
qualidade de vida e da falta de participação cívica e
democrática, é necessário encontrar novas soluções e
reinventar as actuais para que tenham mais qualidade, mais
impacte e mais eficiência.
Gestão e Administração Local sustentável
41. Sustentabilidade
Sustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais
condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de
um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo
nível, por um determinado prazo. Em anos recentes, o conceito tornou-se um
princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de
necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das
necessidades das gerações futuras, o que requereu a vinculação da
sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em
princípio.
O princípio da sustentabilidade aplica-se a um único empreendimento, a uma
pequena comunidade (a exemplo das ecovilas), até o planeta inteiro. Para
que um empreendimento humano seja considerado sustentável, é preciso
que seja:
1.
ecológicamente correto
2.
económicamente viável
3.
socialmente justo
4.
culturalmente diverso
42.
Conceito de
sustentabilidade
O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano (United Nations Conference on the Human
Environment - UNCHE), realizada em Estocolmo de 5 a 16 de
junho de 1972, a primeira conferência das Nações Unidas
sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião
internacional para discutir as atividades humanas em relação
ao meio ambiente. A Conferência de Estocolmo lançou as
bases das ações ambientais em nível
internacional, chamando a atenção internacional
especialmente para questões relacionadas com a degradação
ambiental e a poluição que não se limita às fronteiras
políticas, mas afeta países, regiões e povos, localizados muito
além do seu ponto de origem. A Declaração de
Estocolmo, que se traduziu em um Plano de Ação, define
princípios de preservação e melhoria do ambiente
natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e
assistência técnica a comunidades e países mais pobres.
Embora a expressão "desenvolvimento sustentável" ainda
não fosse usada, a declaração, no seu item 6, já abordava a
necessidade imperiosa de "defender e melhorar o ambiente
humano para as atuais e futuras gerações" - um objetivo a
43. Conceitos
correlacionados
Sustentável significa apto ou passível de
sustentação, sustentado é aquilo que já tem
garantida a sustentação. É de imediata
compreensão que "sustentado" já carrega em si um
prazo de validade, no sentido de que não se
imagina o que quer que seja, no domínio do
universo físico, que apresente sustentação
perpétua (ad aeternu), de modo que, no
rigor, "sustentado" deve ser acompanhado sempre
do prazo ao qual se refere, sob risco de imprecisão
ou falsidade, acidental ou intencional. Tal rigor é
especialmente importante nos casos das políticas
ambientais ou sociais, sujeitos a vieses de
interesses divergentes.
44. Conceitos
correlacionados
Crescimento sustentado refere-se a um ciclo de
crescimento econômico constante e
duradouro, porque assentado em bases
consideradas estáveis e seguras. Dito de outra
maneira, é uma situação em que a produção
cresce, em termos reais, isto é, descontada a
inflação, por um período relativamente longo.
Gestão sustentável é a capacidade para dirigir o
curso de uma empresa, comunidade ou
país, através de processos que valorizam e
recuperam todas as formas de
capital, humano, natural e financeiro.
45. Conceitos
correlacionados
A sustentabilidade comunitária é uma aplicação do conceito de
sustentabilidade no nível comunitário. Diz respeito aos
conhecimentos, técnicas e recursos que uma comunidade utiliza
para manter sua existência tanto no presente quanto no futuro. Este
é um conceito chave para as ecovilas ou comunidades intencionais.
Diversas estratégias podem ser usadas pelas comunidades para manter
ou ampliar seu grau de sustentabilidade, o qual pode ser avaliado
através da ASC (Avaliação de Sustentabilidade Comunitária).
Sustentabilidade como parte da estratégia das organizações. O
conceito de sustentabilidade está intimamente relacionado com o da
responsabilidade social das organizações. Além disso, a ideia de
"sustentabilidade" adquire contornos de vantagem competitiva. Isto
permitiu a expansão de alguns mercados, nomeadamente o da
energia, com o surgimento das energias renováveis. Segundo Michael
Porter, "normalmente as companhias têm uma estratégia económica
e uma estratégia de responsabilidade social, e o que elas devem ter
é uma estratégia só". Uma consciência sustentável, por parte das
organizações, pode significar uma vantagem competitiva, se for
encarada integrar uma estratégia única da organização, tal como
defende Porter, e não como algo que concorre, à parte, com "a"
estratégia da organização, apenas como parte da política de imagem ou
de comunicação. A ideia da sustentabilidade, como estratégia de
aquisição de vantagem competitiva, por parte das empresas, é
refletida, de uma forma expressamente declarada, na elaboração do que
as empresas classificam como "Relatório de Sustentabilidade‖.
46. Investimento socialmente
responsável (ISR)
Investir de uma forma ética e sustentável é a base do chamado
ISR (ou SRI, do inglês Socially responsible investing). Em 2005, o
Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, em articulação
com a Iniciativa Financeira do PNUMA (PNUMA-FI ou, em
inglês, UNEP-FI) e o Pacto Global das Nações Unidas (UN Global
Compact), convidou um grupo de vinte grandes investidores
institucionais de doze países para elaborar os Princípios do
Investimento Responsável. O trabalho contou também com o
apoio de um grupo de 70 especialistas do setor financeiro, de
organizações multilaterais e governamentais, da sociedade civil e
da academia. Os princípios da PNUMA-FI foram lançados na
Bolsa de Nova York, em abril de 2006. Atualmente a PNUMA-FI
trabalha com cerca de 200 instituições financeiras, signatárias
desses princípios, e com um grande número de organizações
parceiras, visando desenvolver e promover as conexões entre
sustentabilidade e desempenho financeiro. Através de redes peerto-peer, pesquisa e treino, a PNUMA-FI procura identificar e
promover a adoção das melhores práticas ambientais e de
sustentabilidade em todos os níveis, nas operações das
instituições financeiras.
47. Banalização do conceito
O uso do termo "sustentabilidade" difundiu-se
rapidamente, incorporando-se ao vocabulário politicamente correto das
empresas, dos meios de comunicação de massa, das organizações da
sociedade civil, a ponto de se tornar quase uma unanimidade global. Por
outro lado, a abordagem do combate às causas da insustentabilidade
parece não avançar no mesmo ritmo, ainda que possa estimular a
produção de previsões mais ou menos catastróficas acerca do futuro e
aquecer os debates sobre propostas de soluções eventualmente
conflitantes. De todo modo, assim como acontecia antes de 1987, o
desenvolvimento dos países continua a ter como principal indicador, o
crescimento económico, traduzido como crescimento da produção
ou, se olhado pelo avesso, como crescimento (preponderantemente
não sustentável) da exploração de recursos naturais. As políticas
públicas, bem como a ação efetiva dos governos, ainda se norteia
basicamente pela crença na possibilidade do crescimento econômico
perpétuo e essa crença predomina largamente sobre a tese oposta, o
decrescimento econômico, cujas bases foram lançadas no início dos
anos 1970, por Nicholas Georgescu-Roegen. Segundo Amartya
Sen, Prémio Nobel de Economia 1998: "Não houve mudança
significativa no entendimento dos determinantes do progresso, da
prosperidade ou do desenvolvimento. Continuam a ser vistos como
resultado direto do desempenho económico.‖
48. A revolução
da Inovação Social
"Nos últimos 100 anos as pessoas foram ficando
familiarizadas com a ideia de inovação, ligando-a
sempre a avanços tecnológicos. E nem perceberam que
boa parte dos ganhos na saúde e na educação não
tinham uma origem tecnológica, mas sim numa maneira
diferente de organizar as coisas. A ideia de inovação
social é muito simples: inovar sistematicamente nas
soluções para os nossos problemas sociais.‖ Geoff
Mulgan
Entre os problemas sociais estão questões como a
exclusão social, a desigualdade, a organização dos
sistemas de saúde e de ensino, e o envelhecimento da
população.
49. Novo Paradigma
Do tecnológico para o social, a mudança de paradigma
de de-senvolvimento é evidente para Mulgan. "Muitos
decisores políticos e grandes empresas já perceberam
onde estão as maiores oportunidades económicas do
século 21: tratar dos mais velhos vai empregar muito
mais gente do que construir automóveis. Já hoje, os
green jobs são uma grande fonte de emprego no
mundo.‖
Os estudos económicos estimam que 50% a 80% do
crescimento económico mundial venha da inovação e do
conhecimento. Há sinais de que a inovação social tem
um papel cada vez maior nesse processo. 20% a 30%
do produto interno bruto estará ligado aos sectores da
saúde, da educação, das energias verdes e dos
cuidados com os mais velhos.
50. Inovação Social
Inovação e criatividade é hoje a proposta dos
Neo-Schumpeterianos
Criatividade e inovação (início no mercado)
Hayek como resposta ao fracasso do Estado
A Inovação Social é a melhor maneira de
aumentar a qualidade dos bens públicos
O mecanismo de informação user-producer
51. História da Inovação Social
Schumpeter adotou como vimos a ideia de inovação social
Ha mais de 100 anos que se iniciaram os estudos sobre a
problemática da inovação social
Trabalhos de Schumpeter
O Manual Oslo, já formula a inovação como agente do
crescimento económico referindo-se às combinações
possíveis combinações possíveis (inovação de
produtos, processo, marketing, novas organizações) O
Manual de Oslo, desenvolvido conjuntamente pelo Eurostat e
a OCDE, constitui parte de uma família de manuais dedicada
à mensuração e interpretação de dados relacionados a
ciência, tecnologia e inovação.
Horace Kallen – 1949 – inovação social
Hoje: Inovação Social é o novo conceito e mede os desafios
para resolver os problemas sociais
52. Trabalhos de
Schumpeter
O trabalho de Joseph Schumpeter influenciou bastante as teorias da
inovação. Seu argumento é de que o desenvolvimento econômico é
conduzido pela inovação por meio de um processo dinâmico em que
as novas tecnologias substituem as antigas, um processo por ele
denominado "destruição criadora". Segundo Schumpeter, inovações
"radicais" engendram rupturas mais intensas, enquanto inovações
"incrementais" dão continuidade ao processo de mudança.
Schumpeter (1934) propôs uma lista de cinco tipos de inovação:
i.
Introdução de novos produtos.
ii.
Introdução de novos métodos de produção.
iii. Abertura de novos mercados.
iv. Desenvolvimento de novas fontes provedoras de matériasprimas e outros consumos.
v.
Criação de novas estruturas de mercado em uma indústria.
53. Porque inovam as
Organizações?
É fundamental entender por que as empresas inovam. A
razão última é a melhoriade seu desempenho, por
exemplo pelo aumento da procura ou a redução dos custos.
Um novo produto ou processo pode ser uma fonte de
vantagem mercadológica para o inovador. No caso de
inovações de processo que aumentam a produtividade, a
empresa adquire uma vantagem de custo sobre seus
competidores permitindo uma margem sobre custos mais
elevado para o preço de mercado prevalecente
ou, dependendo da elasticidade da demanda, o uso de uma
combinação de preço menor e margem sobre custos maior
em relação a seus competidores, para ganhar fatias de
mercado e aumentar os lucros. No caso da inovação de
produto, a empresa pode ganhar uma vantagem competitiva
por meio da introdução de um novo produto, o que lhe
confere a possibilidade de maior demanda e maiores
margem sobre custos.
54. “Sunk cost”
Uma perspectiva schumpeteriana tende a enfatizar a
inovação como experimentação do mercado e a
procurar mudanças amplas e extensivas que
reestruturam fundamentalmente indústrias e mercados.
A Economia da corrente dominante ou os neoclássicos
vêem a inovação em termos de criação de ativos e de
experimentos de mercado. Nessa visão, a inovação é
um aspecto da estratégia de negócios ou uma parte do
conjunto de decisões de investimentos para criar
capacidade de desenvolvimento de produto ou para
melhorar a eficiência. Desenvolvimentos recentes
centram-se na idéia de "sunk costs", comprometimento
irrecuperável de recursos para entrar em novos
mercados ou para criar vantagens competitivas por meio
do reposicionamento da produção ou de seus resultados
na cadeia de valor (Sutton, 1992, 1998).
55. Apropriação
A apropriação é um importante fator em
inovação, dado que os resultados de pesquisas e
as novas tecnologias têm freqüentemente aspectos
de bem público pois os custos para torná-las
disponíveis a vários usuários são baixos se
comparados a seus custos de desenvolvimento.
Uma vez disseminada a inovação, não poderá mais
ser vedado aos usuários seu acesso futuro. Nesses
casos, a firma não pode captar todos os benefícios
gerados pela inovação realizada, o que diminui o
incentivo a investir nesse tipo de atividade. Assim, a
capacidade de proteger inovações terá uma
importante influência na atividade inovadora.
56. Posicionamento
competitivo
Outros trabalhos, notadamente em teoria da
organização industrial (por exemplo
Tirole, 1995), enfatizam a importância do
posicionamento competitivo. As empresas inovam
para defender sua atual posição competitiva assim
como para buscar novas vantagens em seu
mercado. Uma empresa pode ter um
comportamento reativo e inovar para evitar perder
mercado para um competidor inovador ou pode ter
um comportamento pró-ativo para ganhar posições
de mercado estratégicas frente a seus
competidores, por exemplo desenvolvendo e
tentando impor padrões tecnológicos mais altos
para os produtos que ela fabrica.
57. Decisão e incerteza
A decisão de inovar geralmente ocorre sob grande
incerteza (Rosenberg, 1994). Os desenvolvimentos
futuros em conhecimento e
tecnologia, mercados, demanda de produtos e usos
potenciais para tecnologias podem ser altamente
imprevisíveis, embora o nível de incerteza varie de
acordo com o setor, o ciclo de vida do produto e muitos
outros fatores.
A adoção de novos produtos ou processos ou a
implementação de novos métodos organizacionais e de
marketing são também carregados de incerteza. Além
do mais, a busca e a recolha de informações relevantes
podem consumir muito tempo e muitos recursos.
58. Incerteza
A incerteza pode levar as empresas ou as
entidades publicas a hesitarem em implementar
mudanças significativas quando elas encontram um
ambiente volátil, que aumenta as pressões para a
introdução de novos produtos, a busca de novos
mercados e a introdução de novas
tecnologias, práticas e métodos organizacionais em
seus processos de produção.
A incerteza também pode tornar difícil para as
empresas a obtenção de financiamento externo
para seus projetos de inovação.
59. Organização e eficiência
da organização
A literatura sobre a inovação organizacional (por exemplo
Lam, 2005) centra-se no papel das estruturas
organizacionais, dos processos de aprendizado e da
adaptação a mudanças na tecnologia e no meio-ambiente
(estas incluem a estrutura institucional e os mercados).
A estrutura organizacional de uma empresa pode afetar a
eficiência das atividades de inovação, sendo algumas
estruturas mais apropriadas a determinados ambientes. Por
exemplo, um grau maior de integração organizacional pode
melhorar a coordenação, o planejamento e a implementação
de estratégias de inovação. A integração organizacional pode
funcionar particularmente bem em indústrias caracterizadas
por mudanças incrementais em conhecimentos e em
tecnologias. Uma forma de organização mais livre e
flexível, que permite aos trabalhadores maior autonomia para
tomar decisões e definir suas responsabilidades, pode ser
mais efetiva na geração de inovações mais radicais.
60. Comportamento do consumidor
As teorias de marketing (por exemplo Hunt, 1983)colocam o foco
no comportamento do consumidor, nas trocas de mercado entre
compradores e vendedores, e nas abordagens normativas. Como
compradores e vendedores são heterogêneos, as empresas
enfrentam o grande desafio de adequar seus produtos à
demanda. A heterogeneidade dos consumidores também significa
que a diferenciação de produto é freqüentemente tão importante
para capturar a demanda quanto o desenvolvimento de novos
produtos. A demanda pode depender não apenas das
características objetivas dos produtos mas também de sua
imagem e de suas características sociais, que podem ser usadas
pelas empresas para influenciar a demanda por seus produtos.
Teorias normativas de marketing centram-se na implementação de
práticas de marketing. Um exemplo é o Modelo Marketing Mix (por
exemplo Perreault e McCarthy, 2005) que se baseia nos "4 Ps" do
marketing: produto, preço, promoção e posicionamento.
61. Os quatro “P”s
O "P" de Produto compreende mudanças na
concepção do produto e em sua embalagem com o
intuito de mudar ou aprimorar sua atratividade ou
para conquistar um novo mercado ou segmento de
mercado. Preço envolve o uso de métodos de
fixação de preços parabens e serviços de mercado.
Promoção abarca esforços promocionais realizados
pelas empresas para melhorar a imagem de seus
produtos ou para aumentar o reconhecimento de
seus produtos. O P final, posicionamento, diz
respeito aos tipos de canais de vendas que as
empresas escolhem para vender seus produtos e a
como esses canais de vendas são estruturados
para vender melhor seus produtos.
62. Difusão do Conhecimento
A difusão do conhecimento e da tecnologia é parte
central da inovação. O processo de difusão requer
com freqüência mais do que a mera adoção de
conhecimento e tecnologia, pois as empresas
adotantes aprendem e constroem novos
conhecimentos e tecnologias. Teorias da difusão
(por exemplo Hall, 2005) estão centradas nos
fatores que afetam as decisões das empresas
sobre a adoção de novas tecnologias, no acesso
das empresas a novos conhecimentos e na sua
capacidade de absorção.
63.
Abordagens
sociológicas novas
Visões sociológicas sobre a difusão de
tecnologias (por exemplo Rogers, 1995) ressaltam
os atributos das empresas que influenciam suas
decisões de adotar novos conhecimentos e
tecnologias, tais como a vantagem relativa de
uma nova tecnologia, sua compatibilidade com
as formas existentes de realizar as tarefas, sua
complexidade e a aptidão com a qual a empresa
avalia a nova tecnologia. Visões econômicas
sobre a difusão tendem a focar em custos e
benefícios da adoção de novas tecnologias. Esses
benefícios potenciais podem ser muitas vezes
estratégicos, assim como podem sustentar ou
adicionar vantagens sobre os competidores.
64.
Conexões entre
organizaçõespode
O acesso ao conhecimento e à tecnologia
depender em grande medida das conexões entre
empresas e organizações. Esse é particularmente o
caso para o conhecimento tácito que reside na mente
das pessoas, ou para a informação que se encontra nas
"rotinas" das organizações. A interação direta com
pessoas que possuem conhecimento tácito ou acesso a
rotinas é necessária para se obter tais tipos de
conhecimento.
Mesmo para a informação disponível e aberta, encontrá-
la pode ser um grande desafio, sobretudo quando
buscar novas informações é custoso demais. Assim, a
facilidade decomunicação, os canais efetivos de
informação e a transmissão de experiências, dentro e
entre as organizações, são muito importantes para a
difusão.
65. Abordagens
evolucionistas
As abordagens evolucionistas (Nelson e
Winter, 1982) vêem a inovação como um processo
dependente da trajetória, por meio do qual o
conhecimento e a tecnologia são desenvolvidos a
partir da interação entre vários atores e fatores. A
estrutura dessa interação afeta a trajetória futura da
mudança econômica. Por exemplo, a demanda de
mercado e as oportunidades de comercialização
influenciam quais produtos devem ser
desenvolvidos e quais são as tecnologias bemsucedidas.
66.
Abordagens
evolucionistas a visão
Muito próxima da abordagem evolucionista está
que assume a inovação como um sistema. A abordagem
dos sistemas de inovação (Lundvall, 1992;
Nelson, 1993) estuda a influência das instituições
externas, definidas de forma ampla, sobre as atividades
inovadoras de empresas e outros atores. Ela enfatiza a
importância da transferência e da difusão de
idéias, experiências, conhecimentos, informações e
sinais de vários tipos. Os canais e as redes de
comunicação pelas quais essas informações circulam
inserem-se numa base social, política e cultural que guia
e restringe as atividades e capacitações inovadoras. A
inovação é vista como um processo dinâmico em que o
conhecimento é acumulado por meio do aprendizado e
da interação. Esses conceitos foram introduzidos
inicialmente em termos de sistemas nacionais de
inovação, mas eles se aplicam também a sistemas
regionais e internacionais.
67. Abordagens
sistémicas
As abordagens sistêmicas da inovação alteram o
foco das políticas em direção a uma ênfase na
interação entre instituições e observam processos
interativos na criação, difusão e aplicação de
conhecimentos. Elas ressaltam a importância das
condições, regulações e políticas em que os
mercados operam e assim o papel dos governos
em monitorar e buscar a harmonia fina dessa
estrutura geral.
68. Manual de Oslo
A geração, a exploração e a difusão do conhecimento são
fundamentais para o crescimento econômico, o desenvolvimento
e o bem estar das nações. Assim, é fundamental dispor de
melhores medidas da inovação. Ao longo do tempo a natureza e
o panorama da inovação mudaram, assim como a necessidade
de indicadores que capturem tais mudanças e ofereçam aos
formuladores de políticas instrumentos apropriados de análise.
Um trabalho considerável foi realizado durante os anos 1980 e
1990 para desenvolver modelos e estruturas de análise para
estudos sobre inovação. Experimentos com pesquisas pioneiras
e seus resultados, juntamente com a necessidade de um
conjunto coerente de conceitos e instrumentos, levaram à
primeira edição do Manual de Oslo em 1992, centrada na
inovação tecnológica de produto e processo (TPP) na indústria
de transformação. O Manual se tornou referência para várias
pesquisas que examinaram a natureza e os impactos da
inovação no setor comercial, tais como o 'European Community
Innovation Survey' (CIS), atualmente em sua quarta edição. Os
resultados dessas pesquisas levaram a refinamentos na
estrutura do Manual de Oslo em termos de conceitos, definições
e metodologia, originando a segunda edição publicada em
1997, que, entre outras coisas, expandiu o tratamento para o
69. Manual de Oslo
http://www.terraforum.com.br/biblioteca/Documents/Man
ual%20de%20Oslo%20Areas%20de%20inovação%20%20DEFINIÇÕES%20DADOS%20PESQUISA.pdf
Desde então, a análise dos resultados de pesquisas e
de necessidades de políticas levaram ao lançamento de
outra revisão do manual, cujo resultado pode ser visto
nesta terceira edição. Como existe uma noção
crescente de que muita inovação no setor de serviços
não é capturada de maneira adequada pelo conceito
TPP, decidiu-se adicionar a questão das inovações não
tecnológicas nesta revisão. Dessa forma, o escopo do
que é considerado uma inovação foi agora expandido
para incluir dois novos tipos: inovação de marketing e
inovação organizacional. Esses são certamente
conceitos novos, mas eles já foram testados em vários
países da OCDE, com resultados promissores.
70. Manual de Oslo
É também uma novidade desta edição o esforço
em tratar a dimensão sistêmica da inovação, em
um capítulo centrado nas interações relativas à
inovação. Lições retiradas de outras pesquisas
também foram incorporadas com o objetivo de
refinar conceitos existentes e questões
metodológicas, tais como a mensuração dos
insumos e resultados da inovação, e também a
melhoria dos métodos de coleta de dados.
A inovação ocorre também em países fora da
região da OCDE: um número crescente de países
na América Latina, leste da Europa, Ásia e África
iniciaram a realização de pesquisas baseadas no
Manual de Oslo.
71. O nível de informação
Aceita-se amplamente que a inovação seja central para
o crescimento do produto e da produtividade. Assim
como a economia mundial evolui, o mesmo ocorre com
o processo de inovação. A globalização conduziu
empresas e estados a crises dramáticas no que diz
respeito ao acesso à informação e a novos mercados.
Ela também resultou em maior competição internacional
e em novas formas de organização para lidar com
cadeias de fornecimento global. Devido a vantagens em
tecnologias e maiores fluxos de informação, o
conhecimento é cada vez mais percebido como um
condutor central do crescimento econômico e da
inovação. Porém, ainda não se sabe como tais fatores
afetam a inovação.
72.
Inovação
Organizacional
O papel da inovação organizacional é ressaltado
por Lam (2005): "Os economistas supõem que a
mudança organizacional é uma resposta a uma
mudança técnica, quando de fato a inovação
organizacional poderia ser uma condição
necessária para a inovação técnica." As inovações
organizacionais não são apenas um fator de apoio
para as inovações de produto e processo; elas
mesmas podem ter um impacto importante sobre o
desempenho da firma. Inovações organizacionais
podem também melhorar a qualidade e a eficiência
do trabalho, acentuar a troca de informações e
refinar a capacidade empresarial de aprender e
utilizar conhecimentos e tecnologias.
73. Novas práticas de
Marketing
As empresas podem também alocar grandes quantidades de
recursos para pesquisas de mercado e para o
desenvolvimento de novas práticas de marketing, tais como
objetivar novos mercados ou segmentos de mercado e
desenvolver novos meios de promover seus produtos. Novas
práticas de marketing podem exercer um papel central no
desempenho das empresas. Práticas de marketing são
também importantes para o sucesso de novos produtos.
Pesquisas de mercado e contatos com os consumidores
podem atuar de forma crucial no desenvolvimento de produtos
e processos por meio da inovação conduzida pela demanda.
A inclusão da inovação organizacional e de marketing também
permite análises extensivas das interações entre diferentes
tipos de inovação, em particular da importância da
implementação de mudanças organizacionais para tirar
proveito de outros tipos de inovações.
74. Definições básicas
1. Introdução
2. Inovação
3. Principal tipo de inovação
4. Distinção entre os tipos de inovação
4.1 A distinção entre inovações de produto e de processo
4.2 A distinção entre inovações de produto e de marketing
4.3 A distinção entre inovações de serviços (produto) e de marketing
75.
4.4 A distinção entre inovações de processo e de marketing
4.5 A distinção entre inovações de processo e inovações
organizacionais
4.6 A distinção entre inovações de marketing e inovações
organizacionais
5. Mudanças que não são consideradas inovações
5.1 Interromper o uso de um processo, um método de
marketing ou organizacional,ou a comercialização de um
produto
5.2 Simples reposição ou extensão de capital
5.3 Mudanças resultantes puramente de alterações de preços
5.4 Personalização
5.5 Mudanças sazonais regulares e outras mudanças cíclicas
5.6 Comercialização de produtos novos ou substancialmente
melhorados
76. Tipos de inovação
Uma empresa pode realizar vários tipos de
mudanças em seus métodos de trabalho, seu uso
de fatores de produção e os tipos de resultados que
aumentam sua produtividade e/ou seu desempenho
comercial. O Manual de Oslo define quatro tipos de
inovações que encerram um amplo conjunto de
mudanças nas atividades das empresas: inovações
de produto, inovações de processo, inovações
organizacionais e inovações de marketing.
77. Tipos de Inovação
Inovações de produto envolvem mudanças significativas nas
potencialidades de produtos e serviços. Incluem-se bens e
serviços totalmente novos e aperfeiçoamentos importantes para
produtos existentes.
Inovações de processo representam mudanças significativas nos
métodos de produção e de distribuição.
As inovações organizacionais referem-se à implementação de
novos métodos organizacionais, tais como mudanças em
práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas
relações externas da empresa.
As inovações de marketing envolvem a implementação de novos
métodos de marketing, incluindo mudanças no design3 do
produto e na embalagem, na promoção do produto e sua
colocação, e em métodos de estabelecimento de preços de bens
e de serviços.
78. Aspectos setoriais e
regionais da inovação
Inovação em Serviços
Inovação nas indústrias de baixa e média
tecnologia
Inovação em pequenas e médias empresas
Inovação regional
Globalização
79. Aspectos setoriais
e regionais da inovação
Processos de inovação diferem muito de setor para setor em
termos de desenvolvimento, taxa de mudança
tecnológica, interações e acesso ao conhecimento, assim como
em termos de estruturas organizacionais e fatores institucionais
(por exemplo Malerba, 2005). Alguns setores são caracterizados
por rápidas mudanças e inovações radicais, outros por
mudanças menores e incrementais.
Em setores de alta tecnologia, a atividade de P&D possui um
papel central entre as atividades de inovação, enquanto outros
setores fiam-se em maior grau na adoção de conhecimento e de
tecnologia. Diferenças na atividade de inovação entre setores
(por exemplo, se as inovações são principalmente incrementais
ou radicais) também posicionam diferentes demandas na
estrutura organizacional das empresas, e fatores institucionais
como regulações e direitos de propriedade intelectual podem
variar bastante no tocante a seu papel e importância. É essencial
considerar essas diferenças para o delineamento de políticas.
Elas são também importantes para a mensuração, quando são
coletados dados que permitem a análise entre setores e regiões
e quando se assegura que uma estrutura de mensuração é
aplicável a um amplo conjunto de indústrias.
80. Inovação em Serviços
A importância da inovação no setor de serviços e da
contribuição do setor de serviços para o crescimento
econômico é crescentemente reconhecida e orientou
vários estudos sobre inovação em serviços (de Jong et
al., 2003; Hauknes, 1998; Howells e Tether, 2004;
também Miles, 2005).
O setor de serviços é diverso. Howells e Tether (2004)
classificam os serviços em quatro grupos: serviços que
lidam sobretudo com produtos (como transporte e
logística), os que trabalham com informação (tais como
os call centres), serviços baseados em conhecimento, e
serviços que lidam com pessoas (como cuidados com a
saúde). Embora essa diversidade deva ser
lembrada, diversas características gerais aplicam-se à
maioria dos serviços.
81. Inovação em Serviços
Um elemento fundamental acerca dos serviços é o fato
de que a distinção entre produtos e processos é com
freqüência obscura, com produção e consumo
ocorrendo simultaneamente. O desenvolvimento de
processos pode ser mais informal para serviços do que
para bens, com uma fase inicial consistindo de
pesquisa, união de idéias e avaliação
comercial, seguida pela implementação.
As atividades de inovação em serviços também tendem
a ser um processo contínuo, consistindo em uma série
de mudanças incrementais em produtos e processos.
Isso pode eventualmente complicar a identificação das
inovações em serviços em termos de eventos
isolados, isto é, como a implementação de uma
mudança significativa em produtos, processos e outros
métodos.
82. Inovação nas indústrias de
baixa e média tecnologia
A inovação nas indústrias de baixa e média tecnologia (BMTs)
recebem freqüentemente menos atenção do que a inovação em
indústrias de alta tecnologia. Entretanto, a inovação em BMTs
pode ter um impacto substancial no crescimento
econômico, devido ao peso desses setores na economia.
BMTs são geralmente caracterizadas pela inovação incremental
e pela adoção. Dessa forma, as atividades de inovação são
geralmente centradas na eficiência da produção, na
diferenciação de produto e no marketing (Von Tunzelmann e
Acha, 2005). Um importante aspecto da inovação nessas
indústrias é o fato de ela ser mais complexa do que a simples
adoção de novas tecnologias. Em muitos casos, as atividades de
inovação em BMTs envolvem aincorporação de produtos e
conhecimentos de alta tecnologia. Exemplos proeminentes são o
uso de TIC e de biotecnologia (por exemplo no processamento
de alimentos) no desenvolvimento de novos produtos e
processos de produção. O uso e a aplicabilidade de tecnologias
avançadas pelas BMTs podem estabelecer novas demandas
para as capacitações de sua força de trabalho e podem afetar
sua estrutura organizacional e suas interações com outras
empresas e instituições públicas de pesquisa.
83. Inovação em pequenas e
médias empresas
As pequenas e médias empresas (PMEs) possuem
necessidades mais especializadas em suas atividades.
Isso aumenta a importância de uma interação eficiente
com outras empresas e com instituições públicas de
pesquisa para P&D, troca de conhecimentos
e, potencialmente, para comercialização e atividades de
marketing.
O financiamento pode ser um fator determinante para a
inovação em PMEs, que não raro carecem de fundos
próprios para conduzir projetos de inovação e enfrentam
muito mais dificuldades para obter financiamento
externo do que as empresas maiores. As pesquisas
podem fornecer mais dados sobre o grau em que as
restrições financeiras afetam a capacidade de inovar
das PMEs.
84. Inovação regional
A noção de que fatores regionais podem influenciar a
capacidade inovadora das empresas levou a um interesse
crescente na análise da inovação no âmbito regional.
Diferenças regionais nos níveis de atividade de inovação
podem ser substanciais, e identificar as principais
características e fatores que promovem a atividade de
inovação e o desenvolvimento de setores específicos no
âmbito regional pode auxiliar o entendimento dos processos
de inovação e ser válido para a elaboração de políticas.
Os sistemas regionais de inovação podem desenvolver-se
paralelamente aos sistemas nacionais de inovação. A
presença, por exemplo, de instituições locais de pesquisa
pública, grandes empresas dinâmicas, aglomerações de
indústrias, capital de risco e um forte ambiente empresarial
pode influenciar o desempenho inovador das regiões. Isso
gera um potencial para contratos com
fornecedores, consumidores, competidores e instituições
públicas de pesquisa. A infraestrutura também exerce um
papel importante.
85. Globalização
Os sistemas nacionais de inovação fundamentam-se na idéia
de que muitos dos fatores que influenciam as atividades de
inovação são nacionais, tais como fatores
institucionais, cultura e valores. Ao mesmo tempo, é também
claro que os processos de inovação são, em muitos
sentidos, internacionais. Tecnologias e conhecimentos
circulam entre fronteiras. Empresas interagem com empresas
estrangeiras e universidades. Muitos mercados, em termos de
empresas e seus competidores, são globais. A internet
aumentou muito as oportunidades de comunicação e de
realização de negócios com empresas de outros países.
Empresas multinacionais são agentes centrais no processo de
globalização. Suas atividades transcendem as fronteiras
nacionais à medida que envolvem transferências
internacionais de capital, conhecimento e tecnologia.
O processo de globalização é também uma força poderosa
para a inovação. A competição internacional força as
empresas a aumentar sua eficiência e desenvolver novos
produtos. A globalização pode também mudar a estrutura
industrial das economias, impelindo-as a desenvolver novas
indústrias e a adaptar suas estruturas institucionais.
86. Ideia e disseminação
O processo dos 4 ii
Inovação social
Ideia
Intervenção
Implementação
Impacto
- Numa abordagem não normativa: a inovação social não é
necessariamente boa.
87. O escopo das inovações sociais: a
inovação social não tem que servir
toda a sociedade. Pode ser minoritária
e de pequena dimensão
- A. Hubert et all (BEPA) – distinge
3 tipos de social inovação:
inovação económica: produtos; processo;
medidas organizacionais; e marketing
88. - A. Hubert et all (BEPA) – distinge 3
tipos de social inovação
Inovação no Terceiro Setor: papeis
(indivíduos, organizações empresas);
relações (em ambiente profissional ou em
ambiente privado, networkas coletividades;
normas (quadro regulatórios); valores
(clientes, aneiras, comportamentos éticos
costumes) Por exemplo existe também ética
nos regimes totalitários
Inovação pelo sistema funcional:
economia; cultura; política; legislação
89. Inovação e
desglobalização
O aumento das bareiras à livre circulação de
capitais e a guerra cambial criam novas
oportunidades para a inovação dentro dos países
cujas economias se estão a fechar depois da crise
de 2007/2011
90. Inovação social: politicas públicas de
abertura de bases de dados públicas
Barreiras à abertura das bases de dados públicas: legislação; critica
à possibilidade de alguns fazerem dinheiro com informação publica...
Diretiva 2003/98/EC – reutilização das bases de dados publicas
Experiencia finlandesa com a base de dados do trafego
Criação da infra estrutura
Mudança de legislação
Marketing interno
Criar aplicações (que pode ser vendidas depois de
desenvolvidas e criar empregos ao mesmo tempo que cria
incentivos de melhoria dos serviços públicos)-
a participação popular
Inovações subsequentes que criaram novos empregos: criação
de visualizações atrativas; uso do twitter; uso de Google groups;
aplicações iphone.
Novas oportunidades de negócio
91. Parte III
Programa Estratégico para o
Empreendedorismo e a Inovação
Criação do Conselho Nacional
para o Em- preendedorismo e a
Inovação, designado por CNEI.
Em 16 de Dezembro de 2011.
92. Programa Estratégico para o
Empreendedorismo e a Inovação
Resolução do Conselho de Ministros n.o 54/2011 aprova o
Programa Estratégico +E+I.
O Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação
assenta em quatro pilares fundamentais, a sa- ber: (i) no
alargamento das competências da população, incluindo a
população jovem e a socialmente desprotegida, das empresas e
da Administração Pública; (ii) na dinami- zação da
inovação, designadamente ao nível de produto, processos e
tecnologia, por forma a promover a compe- titividade das
empresas portuguesas; (iii) no estímulo ao
empreendedorismo, promovendo um contexto favorável ao
surgimento de projectos empreendedores e ao seu sucesso; (iv) e
na promoção destes objectivos através de adequados
instrumentos de financiamento, com uma repartição justa dos
fundos disponíveis pelas iniciativas de excelência
93. Contexto Português
Reconhecendo-se à inovação um papel fundamental no
aumento da competitividade e na capacidade de
crescimento económico, verifica-se que estes objectivos
devem assumir uma dimensão particularmente relevante
e reforçada no contexto actual, em face das dificuldades
que se fazem sentir no quadro macroeconómico
nacional.
Os indicadores disponíveis sobre inovação demonstram
que Portugal se encontra numa posição de
desvantagem face à média da Organização para a
Cooperação e Desen- volvimento Económico
(OCDE), desigualdade que se agrava quando
comparado o caso português com o dos principais
líderes mundiais, sobretudo no que respeita ao impacto
económico da Investigação e Desenvolvimento (I&D).
94. Dificuldades estruturais
Destaca-se, em especial, a insuficiente capacidade
de rentabilização económica da I&D, visível nos
escassos registos de patentes e de outras formas
de protecção da propriedade intelectual e
industrial, nos níveis reduzidos de integração de
investigadores nas empresas e no limitado
investimento das empresas em I&D.
Assinala- -se, adicionalmente, o reduzido impacto
do capital de risco, circunstância que limita as
soluções de financiamento de novos projectos e
conduza um peso pouco significativo da ciência e
da tecnologia na globalidade da economia.
95. Envolvimento politico
central
Para reforço do carácter fundamental que o
empreendedorismo e a inovação devem assumir, a
existência de uma estrutura que reflicta, oriente e
proponha a definição, ao mais alto nível do Governo, de
forma transversal, em estreita articulação com o
Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e com
representantes da sociedade civil, as principais
directrizes das políticas nacionais para o
empreendedorismo e para a inovação.
No âmbito do Programa Estratégico para o
Empreendedorismo e a Inovação, aprovado pela
Resolução do Conselho de Ministros n.o 54/2011, de 16
de Dezembro, foi criado o CNEI
96. CNEI
O Conselho Nacional para o Empreendedorismo e
a Inovação, doravante designado por CNEI, tem
por missão aconselhar o Governo em matérias
relacionadas com a política nacional para o
empreendedo- rismo e para a
inovação, competindo-lhe, em particular, propor a
definição das áreas e dos sectores prioritários no
âmbito destas políticas, bem como a articulação
trans- versal e interministerial nas áreas da
inovação, do em- preendedorismo e da
investigação aplicada, em execução do Programa
Estratégico para o Empreendedorismo e a
Inovação, abreviadamente designado por Programa
Es- tratégico +E+I.
97. Programa Estratégico para o
Empreendedorismo e a Inovação + E, + I
Publicado em DR a 21 de Dezembro de 2011
O programa - a adopção de um modelo de definição das
políticas promotoras da inovação e do
empreendedorismo, que contribua de forma efectiva para a
capacidade de crescimento e nível de competitividade do país
ganha uma relevância ainda maior no actual contexto
económico. Assim, assume importância acrescida e
premência a adopção de uma visão integrada e transversal a
todas as áreas de actuação do Governo, com vista ao
desenvolvimento de políticas de inovação e
empreendedorismo.
É neste contexto que foi criado o Programa Estratégico para o
Empreendedorismo e a Inovação, abreviadamente designado
por Programa Estratégico +E+I, um programa estratégico
governamental, com forte envolvimento da sociedade
civil, que visa estimular o empreendedorismo e a inovação em
Portugal.
98. Visão
- Portugal deverá construir uma nova realidade
económica, competitiva e aberta ao mundo, alicerçada em
conhecimento e inovação, capital humano altamente qualificado
e forte espírito empreendedor. Apesar dos progressos que
aquelas matérias têm vindo a conhecer nas últimas
décadas, verifica-se que existem dificuldades estruturais, que
acarretam impactos negativos na capacidade de recuperação
económica. Destaca-se, por exemplo, a insuficiente capacidade
de rentabilização económica da Investigação e Desenvolvimento
(I&D), ou o reduzido impacto do capital de risco, circunstância
que limita as soluções de financiamento de novos projectos e
conduz a um peso pouco significativo da ciência e da tecnologia
na globalidade da economia.
Neste contexto, tem o Governo a forte convicção de que o
empreendedorismo e a inovação carecem de uma intervenção
prioritária e especialmente direccionada para as actividades de
índole empresarial, indo além dos campos da investigação e da
ciência.
99. Visão
As prioridades da estratégia
Europa2020 e da sua iniciativa
Innovation Union são referenciais
para o desenvolvimento da política
de inovação em Portugal para os
próximos anos. É essencial que os
sucessos passem a ser avaliados
por métricas concretas a
curto, médio e longo prazo, e não
apenas pelo investimento efectuado.
100. Objectivos Estratégicos
o Programa Estratégico +E+I ambiciona concretizar quatro
objectivos principais:
Uma sociedade mais empreendedora - o fomento da mudança
cultural, intergeracional, a favor do espírito de iniciativa e do
empreendedorismo deverá ser promovida e cultivada desde
cedo, e ser um dos motores de inovação. Esta cultura
empreendedora, criativa e inovadora deve estar enraizada no
sistema de ensino e promovida ao longo da vida das
pessoas, incentivando a auto-realização e o desenvolvimento de
competências;
Alargar a base de empresas inovadoras e com uma forte
componente exportadora - a sustentabilidade da economia
portuguesa deverá passar por um forte relacionamento entre as
empresas e o sistema científico e tecnológico, voltado para a
produção de bens e serviços com uma forte componente
exportadora. Será fundamental promover a difusão da inovação
nas empresas e criar as condições para que mais empresas
sejam capazes de inovar;
101. Objectivos Estratégicos
Um país em rede e inserido nas redes internacionais de
conhecimento, de inovação e de empreendedorismo - o
empreendedorismo é fundamental para o reforço do tecido
económico-empresarial nacional e o fomento da inovação com
forte valor económico, devendo ser criadas as condições para a
sua promoção, quer ao nível de um ambiente favorável quer ao
nível de soluções de financiamento adequadas. É essencial
aumentar a exposição das comunidades de empreendedorismo e
inovação a nível global e encorajar a partilha de experiências e
competências;
Melhor investimento, melhores resultados - para que Portugal se
afirme a nível internacional de forma competitiva é necessário
que se concentrem esforços nas empresas com maior potencial
inovador para que possam ser desenvolvidas capacidades e
competências competitivas e diferenciadoras
e, consequentemente, criar vantagens competitivas ao nível das
ofertas de mercado. Melhor investimento é também necessário
em áreas adjacentes à inovação e que são fundamentais para
que os produtos e serviços tenham sucesso nos mercados
(marketing, qualidade, gestão, internacionalização, etc.).
102. Áreas de Intervenção
Para cumprir os seus objectivos, o Programa Estratégico
+E+I aposta em quatro grandes áreas de intervenção:
1. Alargar conhecimentos e capacidades - o estímulo de
uma cultura e de competências para o empreendedorismo
deve ter origem a partir dos primeiros anos do sistema de
ensino, sendo fundamental a articulação entre a escola e a
sua envolvente. Estimular a aprendizagem ao longo da vida
e a capacidade da actualização de competências de acordo
com as exigências do mercado de trabalho é essencial para
atingir maiores níveis de inovação a médio e longo-prazo.
Neste sentido, destacam-se as seguintes prioridades que
visam reforçar e alargar as competências da população
portuguesa, incluindo a população jovem e a socialmente
desprotegida, das empresas e da Administração
Pública, para a inovação e empreendedorismo:
103. Áreas de Intervenção
Promover a criatividade, a literacia digital, a cultura
científica e tecnológica e o empreendedorismo em todos
os níveis de ensino;
Incentivar as empresas a melhorar as suas
competências de gestão e a sua capacidade de inovar e
de se internacionalizarem, através da aquisição de
competências específicas;
Aproveitar o potencial criativo e empreendedor dos
cidadãos, estimulando o seu envolvimento no desenho
de soluções, produtos ou serviços, quer públicos quer
privados;
Incentivar uma maior colaboração e interligação das
empresas com o sistema de ensino;
104. Áreas de Intervenção
2. Dinamizar a inovação - políticas de investimento na investigação científica
e na formação de técnicos e investigadores contribuíram para que a ciência
em Portugal represente uma área de progresso sustentado para o nosso
país. No entanto, há ainda pouca conversão desta excelência científica em
retorno económico. As iniciativas nesta área visam aumentar o retorno
económico aproximando ciência e economia e incentivando a inovação
empresarial, designadamente ao nível de produto, processos e
tecnologia, por forma a promover a competitividade das empresas
portuguesas.
A política de dinamização da inovação consubstanciase, designadamente, nas seguintes linhas de acção:
A promoção da ligação entre a investigação, a criatividade e a
inovação, através da conexão efectiva entre as empresas e as
universidades e a promoção da integração nacional nas redes globais de
conhecimento;
O estímulo da investigação orientada para a geração de valor económico
e da valorização dos recursos humanos na área tecnológica e o estímulo
do fomento do investimento na ciência
105. Áreas de Intervenção
3. Estimular o empreendedorismo - Portugal consegue taxas de empreendedorismo
razoáveis. No entanto, este empreendedorismo é, em média, de baixo valor
acrescentado, por vários motivos, entre os quais se salientam a fraca cultura de
cooperação, a falta de estratégia empresarial, a falta de visão de longo prazo, o défice
de competências, a pouca valorização do mérito e a punição do fracasso. As
iniciativas nesta área visam desenvolver um ecossistema favorável ao
empreendedorismo, nomeadamente, através da adopção das seguintes políticas:
O incentivo ao empreendedorismo qualificado para a internacionalização, ao
empreendedorismo social, ao empreendedorismo jovem e à criatividade na
economia;
A promoção da inovação social e o combate à aversão ao risco, promovendo o
espírito empreendedor e a autonomia desde os níveis básicos de ensino;
O estímulo ao intra-empreendedorismo;
A valorização da qualidade, do reconhecimento do mérito e da responsabilização
como paradigmas sociais;
106. Áreas de Intervenção
4. Promover o financiamento à inovação - a existência de instrumentos de
financiamento à inovação e empreendedorismo são essenciais para o
desenvolvimento de um ecossistema de inovação saudável. Em
Portugal, presentemente, a disponibilidade de financiamento sofisticado é limitada
e, nesse sentido, é necessário criar e atrair investimento sofisticado nacional e
internacional e facilitar acesso a investimento nos vários estágios de
desenvolvimento das empresas.
Devem adoptar-se políticas que promovam o adequado financiamento de
projectos empreendedores e inovadores, através da articulação das ofertas
públicas e privadas de financiamento, consubstanciadas, nomeadamente, nas
seguintes medidas:
Promoção do capital de risco nacional e estrangeiro e do capital de
desenvolvimento;
Promoção do contexto e da articulação de ofertas de financiamento público e
privado, adequadas ao empreendedorismo e à inovação;
Promoção da optimização da utilização dos mecanismos de financiamento do
Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
107. Medidas +E, +I
- as medidas propostas têm como objectivo
responder a um conjunto de constrangimentos que
se verificam nas diversas fases da cadeia de valor
da inovação e do empreendedorismo. Estas
medidas são apenas as primeiras medidas, dado
que o Programa Estratégico +E+I é um programa
aberto a iniciativas que ao longo do tempo se forem
mostrando mais adequadas à resolução dos
constrangimentos identificados. O Programa
Estratégico +E+I foi construído em colaboração
com vários actores da sociedade civil, sendo por
isso um programa da sociedade e para a
sociedade, requerendo o envolvimento de todos
para que se atinja o sucesso desejável.
108. Medidas +E, +I
1. Alargar conhecimentos e capacidades:
1.1 - Promover a Componente Experimental no Ensino Básico e no Ensino
Secundário - pretende-se melhorar o ensino experimental das ciências e
introduzir exigências acrescidas de trabalho em laboratório. Pretende-se
também estimular a criatividade, a menor aversão ao risco, o trabalho
colaborativo e estimular o desenvolvimento de actividades, contribuindo, deste
modo, para uma cultura de organização e de responsabilização desde os
primeiros anos do ensino básico.
1.2 - Iniciativa 'INOVA!' - Aprender a Empreender - visa-se estimular os jovens a
desenvolver iniciativas que contribuam para a resolução de problemas das
comunidades em que se inserem, podendo contemplar concursos regionais/nacionais.
1.3 - Recursos Humanos Científicos para o Crescimento Económico - medidas
de capacitação, focadas em proporcionar aos doutorados ferramentas e
capacidades necessárias a uma maior e mais fácil transição para carreiras não
académicas, dentro ou fora do sistema científico. Medidas de estímulo à I&D
empresarial, focadas em mobilizar recursos altamente qualificados para
aumentar a I&D em empresas
109. Medidas +E, +I
2 - Dinamizar a Inovação:
2.1 - 'Parcerias para o futuro' - pretende-se melhorar a articulação das unidades de
transferência de tecnologia das Universidades e Institutos Politécnicos, dos Centros
Tecnológicos e das restantes infra-estruturas tecnológicas, destinada a dotá-las de
escala e de níveis mínimos de competência e de promover a ligação às empresas.
2.2 - Incentivos à Valorização Económica do Conhecimento Científico - pretende-se
dinamizar um conjunto de iniciativas orientadas para estimular a interacção entre as
instituições de ensino superior e de I&D e as empresas, nomeadamente através de
iniciativas junto de investigadores, iniciativas relacionadas com projectos de I&D e
iniciativas direccionadas às empresas.
2.3 - Programas Científicos Temáticos/Prioritários - pretende-se contribuir para
identificar áreas temáticas de investigação, orientadas para as necessidades das
empresas e a criação de programas concertados, envolvendo bolsas de
doutoramento e projectos nestas áreas, com forte participação da indústria.
2.4 - Apoio ao registo de Patentes e estímulo ao seu Licenciamento - apoios ao
registo de propriedade intelectual, nomeadamente o registo de patentes com
potencial de mercado, estimulando o seu licenciamento, bem como apoio ao registo
de marcas, valorizando os registos internacionais.
110.
2.5 - Capacitação e Reforço de Competências Internas de Inovação nas Empresas
em Investigação e Desenvolvimento - Unidades de Inovação, Investigação e
Desenvolvimento - apoio financeiro à criação e consolidação nas empresas de
unidades estruturadas com características de permanência e dedicadas a actividades
de I&DT e de inovação, dotando-as das competências humanas e materiais próprias
indispensáveis à sua intervenção.
2.6 - Apoio à Participação de empresas em programas Internacionais de I&DT pretende-se desenvolver uma linha de financiamento para estimular a elaboração e o
desenvolvimento de candidaturas a programas internacionais de I&DT e actividades
de networking, aumentando a conectividade das nossas organizações e a sua
abertura a projectos de natureza colaborativa.
2.7 - Pólos de Competitividade e Internacionalização - pretende-se promover a
integração e articulação dos vários clusters que existem na economia. A criação de
'massa crítica' para a competitividade das empresas no mercado interno e externo é
um dos objectivos desta medida, valorizando uma cultura de orientação para
resultados.
2.8 - 'Vale +': Vale Inovação, Vale Energia, Vale Internacionalização - apoio às fases
iniciais dos processos de inovação das PME pela simplificação do acesso e pela
celeridade do processo de decisão associado. Consubstanciam-se em respostas nas
áreas da inovação (Vale Inovação), eficiência energética e ambiente (Vale
Energia), participação em certames internacionais (Vale Internacionalização).
2.9 - Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação - estrutura de
reflexão, de orientação e de promoção da articulação transversal e interministerial das
políticas de inovação, de empreendedorismo e de investigação aplicada. Esta
estrutura 'consultiva' estará sediada ao mais alto nível do Governo.
111. Medidas +E, +I
3 - Estimular o Empreendedorismo:
3.1 - Atracção de talento internacional e recursos humanos altamente
qualificados - criar incentivos para que empreendedores internacionais
de excelência iniciem as suas empresas em Portugal, nomeadamente
simplificando os aspectos relacionados com a residência.
3.2 - 'Iniciativa +E+I' - Reconhecimento público de iniciativas
dinamizadas pela sociedade civil - esta iniciativa visa conceder o apoio
institucional às iniciativas desenvolvidas por empresas, entidades de
I&D, Universidades, entidades públicas e privadas, que se insiram no
espírito do Programa Estratégico +E+I e que contribuam para estimular a
cultura e as práticas de empreendedorismo e inovação.
3.3 - Prémio Nacional de 'Talento, Empreendedorismo e Inovação' - esta
iniciativa pretende premiar, anualmente, os principais sucessos em
termos de inovação e empreendedorismo, valorizando os que privilegiem
os mercados internacionais. Pretende-se, também, reconhecer os
talentos que mais contribuem para o desenvolvimento criativo de cada
área.
112.
3.4 - Bolsa 'Empreender+Inovar+' - bolsa de empresários e
empreendedores de sucesso que ajudam os mais novos
empreendedores - potenciar a experiência de empresas e
empreendedores de sucesso para orientar os projectos na fase
de arranque, promovendo uma transferência de conhecimento e
promovendo as redes de conhecimento e de inovação. Pretendese também estimular a colaboração entre jovens
empreendedores e de gestores e empresários que não estão já
no mercado de trabalho.
3.5 - Desenvolver e implementar um programa de apoio à
internacionalização das indústrias culturais e criativas (ICC) criar um programa de apoio à internacionalização, com o
objectivo de promover a exportação dos produtos culturais
portugueses, com enfoque na actividade promocional, na
divulgação de oportunidades de negócio, na promoção do
networking, na disponibilização de informação e apoio técnico
para candidatura a incentivos e financiamentos, em cooperação
com instituições dedicadas à internacionalização e da diplomacia
económica.
113. Medidas +E, +I
4. Promover o Financiamento à Inovação:
4.1 - Restruturação dos Instrumentos públicos de
Capital de Risco - a medida consiste numa reforma
estrutural no sector de Capital de Risco e concretiza-se
com a reorganização das entidades públicas, com a
fusão das entidades existentes: i) num operador de
capital de risco, que investirá directamente nas PME; ii)
numa sociedade de investimento, que gerirá um fundo
de fundos.
4.2 - Incentivar Parcerias entre Investidores Nacionais e
Internacionais no domínio do financiamento da inovação
- criar incentivos para investidores nacionais formarem
parcerias com investidores internacionais, fomentar a
formação de redes internacionais de investidores e criar
condições atractivas ao investimento internacional.
114. Medidas +E, +I
5 - Modelo de Governança - a política de inovação requer uma
coordenação ao mais alto nível em termos de políticas
públicas, dada a sua natureza transversal e a articulação
temática e interministerial necessária para a sua efectivação.
Neste sentido, considera-se que, além das tradicionais
entidades e redes de coordenação criadas ao nível
executivo, há a necessidade de criar um órgão consultivo ao
mais alto nível (junto do Primeiro-Ministro), que contribua para
uma orientação estratégica das políticas de Inovação, uma
maior coerência do sistema nacional de inovação e uma
eficaz implementação do programa +E+I:
Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação
(CNEI): órgão com carácter consultivo, presidido pelo
Primeiro-Ministro, envolvendo membros do
Governo, personalidades reconhecidas do mundo empresarial
e académico;
115. Coordenação Executiva: Ministério da Economia e do
Emprego, suportado pela Rede de Coordenação do
Programa Estratégico +E+I, com competências de
coordenação interministerial;
Rede +E+I: responsável pelo acompanhamento
operacional do Programa, monitorização e ligação com
a Administração Pública e com a sociedade civil.
O CNEI será um órgão fundamental no
acompanhamento das políticas de inovação, sendo
também de esperar orientações estratégicas para uma
eficaz implementação das medidas e políticas do
Programa Estratégico +E+I.
A operacionalização das iniciativas no âmbito da política
de inovação envolverá, não só as entidades públicas
relevantes, como também as entidades da sociedade
civil mais ligadas ao empreendedorismo e à inovação.»
Foialuno de professoresrenomados, comoEugen von Böhm-Bawerk (1815-1914) e Friedrich von Wieser (1851-1926), colega de curso de Ludwig von Mises (1881-1973), tendotambémparticipado, segundoHaberler (1950), de grupos de estudos com jovensmarxistas: Otto Bauer, Rudolf Hilferding e outros.Duas das principaisobras de Schumpeter: a Teoria do DesenvolvimentoEconómico (TDE) e Capitalismo, Socialismo e Democracia (CSD)
Na TDE, para se aproximar do movimento da economia capita- lista, Schumpeter lançamão de artifício de análise, procedimentoessejápresenteem outros autores: trata-se do mecanismo do ‘fluxo circular’. A idéia de criarumaimagem mental, um tipo de ‘protótipo’ de sistemaeconómico a partir do qualvai se aprofundando o conhecimento, foiusadaanteriormentepor Adam Smith e Karl Marx. Na Riqueza das Nações , na parte emqueprocuraidentificarosdeterminantes do valor de troca das mercadorias, Smith mencionaumasociedadeimaginária, anterior aoca- pitalismo, a queele se referiucomo o ‘estágio rude e primitivo da sociedade’ que precede a acumulação de capital. Marx, porsuavez, em O Capital, naexplicação do excedente e do processo de acumulação, parte inicialmente de uma ‘economiamercantil simples’ para, então, introduzirelementospróprios do modo de produzircapitalista.
O desenvolvimentodessaidéialeva Schumpeter a procurarestabelecer de ondeprovêem as inovações, quem as produz e comosãoinseridasnaatividadeeconómica. Do plano, Schumpeter descarta a hipótese de queelas se originem no âmbito dos desejos e necessidades dos consumidores, emboraessessejamelementosimportantespara a adoção e difusão de novascombinações. Todavia, essesatoressãopassivosemrelaçãoàpesquisa e aodesenvolvimento de novosprodutos e processos. Apenasosincorporamaosseushábitosdiários.
Google offers an internal course called “search inside yourself” that has proved so popular that the company has created entry-level versions such as “neural self-hacking” and “managing your energy”. The search giant has also built a labyrinth for walking meditation. EBay has meditation rooms equipped with pillows and flowers. Twitter and Facebook are doing all they can to stay ahead in the mindfulness race. Evan Williams, one of Twitter’s founders, has introduced regular meditation sessions in his new venture, the Obvious Corporation, a start-up incubator and investment vehicle.The fashion is not confined to Silicon Valley: the mindfulness movement can be found in every corner of the corporate world. Rupert Murdoch has a well-developed bullshit detector. But earlier this year he tweeted about his interest in transcendental meditation (which he said “everyone recommends”). Ray Dalio of Bridgewater Associates and Bill Gross of PIMCO are two of the biggest names in the money-management business, and both are regular meditators. MrDalio says it has had more impact on his success than anything else.What got the mindfulness wagon rolling was the 1960s counter-culture, which injected a shot of bohemianism into the bloodstream of capitalism: witness the rise of companies such as Virgin, Ben & Jerry’s and Apple, whose co-founder, Steve Jobs, had visited India on a meditation break as a young man, and who often talked about how Zen had influenced the design of his products. But three things are making the wheels roll ever faster.The most obvious is omni-connectivity. The constant pinging of electronic devices is driving many people to the end of their tether. Electronic devices not only overload the senses and invade leisure time. They feed on themselves: the more people tweet the more they are rewarded with followers and retweets. Mindfulness provides a good excuse to unplug and chill out—or “disconnect to connect”, as mindfulness advocates put it. A second reason is the rat race. The single-minded pursuit of material success has produced an epidemic of corporate scandals and a widespread feeling of angst. Mindfulness emphasises that there is more to success than material prosperity. The third is that selling mindfulness has become a business in its own right.The movement has a growing, and strikingly eclectic, cohort of gurus. Chade-Meng Tan of Google, who glories in the job title of “jolly good fellow”, is the inspiration behind “search inside yourself”. SorenGordhamer, a yoga and meditation instructor, and an enthusiastic tweeter, founded Wisdom 2.0, a popular series of mindfulness conferences. Bill George, a former boss of Medtronic, a medical-equipment company, and a board member at Goldman Sachs, is introducing mindfulness at Harvard Business School in an attempt to develop leaders who are “self-aware and self-compassionate”.Many other business schools are embracing mindfulness. Jeremy Hunter of the Drucker management school at Claremont university teaches it to his students, as does Ben Bryant at Switzerland’s IMD. Donde Plowman of the University of Nebraska-Lincoln’s business school has even tried to quantify the mindfulness of management schools themselves. The flow of wisdom is not one-way: Keisuke Matsumoto, a Japanese Buddhist monk, took an MBA at the Indian School of Business in Hyderabad and is now applying its lessons to revitalise temples back home.As for its exploitation as a business, Arianna Huffington runs a mindfulness conference, a “GPS for the soul” app and a mindfulness corner of her Huffington Post. Chip Wilson, the boss of lululemon, a seller of yoga gear, has set up a website, whil.com, that urges people to turn off their brains for 60 seconds by visualising a dot. (“Power down, power up, and power forward.”)A walk in the countrysideDoes all this mindfulness do any good? There is a body of evidence that suggests that some of its techniques can provide significant psychological and physiological benefits. The Duke University School of Medicine has produced research that shows that, in America, an hour of yoga a week reduces stress levels in employees by a third and cuts health-care costs by an average of $2,000 a year. Cynics might point to the evidence that a walk in the countryside has similar benefits. They might also worry that Aetna, an insurer which wants to sell yoga and other mindfulness techniques as part of its health plans, is sponsoring some of the research that supports them. But it seems not unreasonable to suppose that, in a world of constant stress and distraction, simply sitting still and relaxing for a while might do you some good.The biggest problem with mindfulness is that it is becoming part of the self-help movement—and hence part of the disease that it is supposed to cure. Gurus talk about “the competitive advantage of meditation”. Pupils come to see it as a way to get ahead in life. And the point of the whole exercise is lost. What has parading around in pricey lululemon outfits got to do with the Buddhist ethic of non-attachment to material goods? And what has staring at a computer-generated dot got to do with the ancient art of meditation? Western capitalism seems to be doing rather more to change eastern religion than eastern religion is doing to change Western capitalism.
Teoria dos cicloseconomicos: Kondratieff (1935) identificouondaslongas de desenvolvimentocujaduração se manteriaaproximadamente entre 47 a 60 anos.
O pontosalientadopor Schumpeter équeessesinvestimentosocorrem de forma descontínua, emgruposoubandos, dandodinamismoàexpansão. Esseé um aspectoimportante, pois, para Schumpeter, se as inovaçõessurgissemaleatoriamente, com osinvestimentosdistribuindo-se de maneirauniforme no tempo, issonão se tornariaalgo mere- cedor de maioresatenções. Aocontrário, essesmovimentosocorrem com determinadaperiodicidade, embora o seu tempo de duraçãodependa de vários fatores10. A interrupçãonaconti- nuidade da expansão se deveàeliminação dos lucrosextraordi- náriospelaquedanospreços, devidoaoaumento da oferta.
Estanoção de capitalismopareceestarmuitodistante da análise de Marx, naqual a essência do capitalismonão reside no espírito de empresa (Sombart, Weber) ou no uso da moedaparafinanciarumasérie de trocas com o objectivo do lucro, mas numdeterminadomodo de produção: o sistemacapitalistaé um sistema de acordo com o qual a força de trabalho se transformanumamercadoria, que se vende e se compra no mercado, comoqualquer outro objecto de troca. O seurequisitohistóricoé, portanto, a concentração da propriedade dos meios de produçãonasmãos de umaclasseminoritária, a burguesia, e o aparecimentoconsequente de umaclassedestituída de propriedade, a maioria da populaçãotrabalhadora, para a qual a únicafonte de sobrevivênciaé a venda da suamão-de-obra. Este conceitopermitiu a Maurice Dobb localizarcorrectamente o nascimento do capitalismo: O capitalismonasceunaInglaterra, não no século XII comosugerePirenneoumesmo no século XIV com o seucomérciourbano e as suasligasartesanais, mas nasegundametade do século XVI e início do século XVII, quando o capital começou a invadir a produçãoemescalaconsiderável, querna forma de umarelaçãoamadurecida entre capitalistas e assalariados, querna forma menosdesenvolvida da subordinação dos artesãosdomésticos a um capitalista.
Marx, no prefácioàContribuiçãopara a Crítica da EconomiaPolítica de 1859, emqueapresentaoselementos de seumétodomaterialistahistórico, desenvolve a análise de que, emdeterminadaépoca da existência social, o desenvolvimento das forçasprodutivasentraemcontradição com as relações de produçãoquelhesdãofundamento. Nocapitalismo, a produçãocoletivadefronta-se com a apropriaçãoprivada dos frutosdessaprodução: a instituição da propriedadeprivadaentraemconflito com as forçasprodutivassocializadas.
Emcapítulosobre o desempenho do sistema no CSD, mostraque o processocapitalistaeleva o nível de bem-estar da população, estimandoàépocaque a renda per capita americanapoderiadobrar no período de 1928-1978, mantido o desempenhoapresentadopelaeconomia.
O conceito de destruiçãocriadora de Schumpeter guardaenormesemelhança com aquelapassagemnãomenoscitada de Marx e Engels do Manifesto Comu- nista: “A burguesia (...) realizoumaravilhassuperioresàspirâmidesegípcias, aosaquedutosromanos e àscatedraisgóticas. Levou a caboexpediçõesmaioresque as grandesinvasões e as Cruzadas. A burguesianãopodeexistirsemrevolu- cionarpermanentementeosinstrumentos de produção; portanto, as relações de produção, e assim, o conjunto das relaçõessociais(...) Todas as relaçõesimutá- veis e esclerosadas, com o seucortejo de representações e de concepçõesve- tustas e veneráveisdissolvem-se; as recém-constituídascorrompem-se antes de tomaremconsistência. Tudo o que era estável e sólidodesmancha no ar, tudo o que era sagradoéprofanado, e oshomenssãoobrigados a encarar com olhosdesiludidosseulugar no mundo e suasrelaçõesrecíprocas.” (Marx e Engels, 1848, p. 28-9).
Osverdadeirosconstrutores do socialismonãosãoosintelectuais e agitadoresque o defendem, mas os Vanderbilt, os Carnegie e osRockfeller. Esseresultadopodenãoagradar, emtodososaspectos, aossocialistasmarxistas, menosaindaaossocialistas de tipo popular (mais vulgar, diria Marx). Mas, no quedizrespeitoaoprognóstico, nãodifere do deles (Schumpeter, 1942, p. 176).
15 Contudo, nãoficaclaroquaisseriam o contexto e a dimensãoassumidapores- sascontestaçõesparaquesurtamosefeitosdesejados. Tobin (1991) mencionaqueradicais dos anos de 1970, com o passar do tempo, se tornaram yuppies.16 “Quandoummédicoprevêqueseupacientevaimorrer,issonãosignificaqueele o deseje” (Schumpeter, 1942, p. 88).17 Isso, como se viunaIntroduçãodestetexto, nãosignificouque Schumpeter se eximisse de terumaatuaçãopública. Vide tambémTsuru (1993).18 Schumpeter, obviamente, nãoestabeleceuuma data para o fim do capitalismo. As alegações de ‘fim da história’, com o fracasso da experiênciasoviética de soci- alismo, devemserconsideradascomohipótese e nãocomoaxioma.
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Éurgente a criação de novasestratégias e respostaspara resolver osproblemassociais, especialmentenasáreasemqueestes se estão a agravar (por ex., as alteraçõesclimáticas e o envelhecimento da população), nasáreasemqueosmodelosactuaisfalharamouestagnaram (por ex., a participaçãodemocrática, a justiça criminal ou a educação) e ondehánovaspossibilidadesquenãoestão a serexploradas (por ex., o usointeligente de tecnologianahabitação e nasaúde).
Uma empresapoderealizarváriostipos de mudançasemseusmétodos de trabalho, seuuso de fatores de produção e ostipos de resultadosqueaumentamsuaprodutividade e/ouseudesempenhocomercial. O Manual define quatrotipos de inovaçõesqueencerram um amploconjunto de mudançasnasatividades das empresas: inovações de produto, inovações de processo, inovaçõesorganizacionais e inovações de marketing.
A inovaçãopodetambémmelhorar o desempenho da empresapoiselafazaumentarsuacapacidade de inovar. Porexemplo, melhoramentosnosprocessos de produçãopodempermitir o desenvolvimento de um novo leque de produtos, e novaspráticasorganizacionaispodemmelhorar a capacidadeempresarial de adquirir e criarnovosconhecimentosquepoderãoserusadospara o desenvolvimento de outrasinovações.
O aprendizagemorganizacionaldepende de práticas e rotinas, padrões de interaçãodentro e fora da empresa, e da capacidade de mobilizarconhecimentotácito individual e promoverinterações. Tal aprendizadopodeserestimuladopormeio de um cuidadosoarranjo de práticas, rotinas e relacionamentosouatravés de umaorganizaçãomaisfluida e flexívelnaqualosindivíduossãoincentivados a desenvolvernovasidéias e formas de realizar as tarefas.
Muitosconhecimentossãocodificados e podemseracessados e usadossem a interaçãodireta com a fonte. As transferências de conhecimentoscodificadoscompreendem um grandecompartilhamento de difusão de tecnologia e osesforçosparapromover a codificação do conhecimentopodemterimpactosimportantesnaprodutividade, no crescimento e nainovação. Um exemploé o trabalhopara o estabelecimento de padrõestecnológicos.
O Manual de Oslo, desenvolvidoconjuntamentepelo Eurostat e a OCDE, constitui parte de umafamília de manuaisdedicadaàmensuração e interpretação de dados relacionados a ciência, tecnologia e inovação. Esse material compreendemanuais, diretrizes e guiassobre P&D (Manual Frascati), indicadores de globalização, patentes, a sociedade da informação, recursoshumanosem C&T (Manual Canberra) e estatísticas de biotecnologia.
Inovaçãotecnológica de produto e de processo (TPP)
(diagrama em circulo)
o sector publico na Finlândia levou cinco anos a abrir a informação dos transportes e os utilizadores levaram 1 hora para a usar
Resolução do Conselho de Ministrosn.o 55/2011O Programa do XIX GovernoConstitucionalaponta o empreendedorismo e a inovaçãocomoobjectivos priori- tários. Reconhecendo-se àinovação um papelfundamen- tal no aumento da competitividade e nacapacidade de crescimentoeconómico, verifica-se queestesobjectivosdevemassumirumadimensãoparticularmenterelevante e reforçada no contexto actual, em face das dificuldadesque se fazemsentir no quadromacroeconómiconacional.Osindicadoresdisponíveissobreinovaçãodemonstramque Portugal se encontranumaposição de desvantagem face àmédia da Organizaçãopara a Cooperação e Desen- volvimentoEconómico (OCDE), desigualdadeque se agravaquandocomparado o casoportuguês com o dos principaislíderesmundiais, sobretudo no querespeitaaoimpactoeconómico da Investigação e Desenvolvimento (I&D).Com efeito, verifica-se que, apesar dos progressosque o empreendedorismo e a inovaçãotêmvindo a conhecernasúltimasdécadas, existemdificuldadesestruturais, queacarretamimpactosnegativosnacapacidade de recupe- raçãoeconómica. Destaca-se, em especial, a insuficientecapacidade de rentabilizaçãoeconómica da I&D, visívelnosescassosregistos de patentes e de outrasformas de protecção da propriedadeintelectual e industrial, nosníveisreduzidos de integração de investigadoresnasempresas e no limitadoinvestimento das empresasem I&D. Assinala- -se, adicionalmente, o reduzidoimpacto do capital de risco, circunstânciaquelimita as soluções de financiamento de novosprojectos e conduza um peso poucosignificativo da ciência e da tecnologianaglobalidade da economia.Salienta-se, por outro lado, que, a nívelinternacional, paísesreconhecidamenteinovadorescontinuam a manterestasmatérias no centro da discussãopolítico-económica, contando com o envolvimento dos respectivoschefes de governonadefinição e nadiscussãodestaspolíticas.Nestamedida, torna-se altamenterecomendável, parareforço do carácter fundamental que o empreendedorismo e a inovaçãodevemassumir, a existência de umaestruturaquereflicta, oriente e proponha a definição, aomais alto nível do Governo, de forma transversal, emestreitaarticu- lação com o ConselhoNacional de Ciência e Tecnologia e com representantes da sociedade civil, as principais di- rectrizes das políticasnacionaispara o empreendedorismo e para a inovação.Estainiciativaétomada no âmbito do ProgramaEstra- tégicopara o Empreendedorismo e a Inovação, aprovadopelaResolução do Conselho de Ministrosn.o 54/2011, de 16 de Dezembro.Assim:Nostermos da alíneag) do artigo 199.o da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:1 — Estabelecerque o ConselhoNacionalpara o Em- preendedorismo e a Inovação, doravantedesignadopor CNEI, tem pormissãoaconselhar o Governoemmatériasrelacionadas com a políticanacionalpara o empreendedo- rismo e para a inovação, competindo-lhe, em particular, propor a definição das áreas e dos sectoresprioritários no âmbitodestaspolíticas, bemcomo a articulação trans- versal e interministerialnasáreas da inovação, do em- preendedorismo e da investigaçãoaplicada, emexecução do ProgramaEstratégicopara o Empreendedorismo e a Inovação, abreviadamentedesignadoporProgramaEs- tratégico +E+I.2 — Estabelecerque a composição e o funcionamento do CNEI devemrespeitar as seguintesorientações:a) O CNEI é um órgãoconsultivo do Governona de- pendência do membro do Governoresponsávelpelaárea da economia;b) O Primeiro-Ministro preside ao CNEI;c) O CNEI integra, nasuacomposição, osmembros do Governoresponsáveispelasáreas da economia e da ciên- cia, osdemaismembros do Governodesignadospelo Pre- sidente, membrosespecialistaspermanentes e membroses- pecialistasconvidados, em ambos oscasosrepresentativos dos órgãos e dos serviços da administraçãopública, compe- tentesnasmatérias do empreendedorismo e da inovação, do tecidoempresarialnacional, das fundações, das instituições e das associaçõesrelevantes e da comunidadecientífica;d) As funções dos membros do CNEI nãosãoremu- neradas.3 — Determinarque o CNEI funciona de forma articu- lada com o ConselhoNacional de Ciência e Tecnologianasmatériasrelevantes, devendo a respectivacomposição e funcionamentoreflectirtalarticulação.Presidência do Conselho de Ministros, 7 de Dezembro de 2011. — O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
Apesar dos progressosqueaquelasmatériastêmvindo a conhecernasúltimasdécadas, verifica-se queexistemdificuldadesestruturais, queacarretamimpactosnegativosnacapacidade de recuperaçãoeconómica. Destaca-se, em especial, a insuficientecapacidade de rentabilização eco- nómica da Investigação e Desenvolvimento (I&D), visívelnosescassosregistos de patentes e de outrasformas de protecção da propriedadeintelectual e industrial, nosníveisreduzidos de integração de investigadoresnasempresas e no limitadoinvestimento das empresasem I&D. Assinala- -se, adicionalmente, o reduzidoimpacto do capital de risco, circunstânciaquelimita as soluções de financiamento de novosprojectos e conduz a um peso poucosignificativo da ciência e da tecnologianaglobalidade da economia.Nestecontexto, tem o Governo a forte convicção de que o empreendedorismo e a inovaçãocarecem de uma inter- vençãoprioritária e especialmentedireccionadapara as actividades de índoleempresarial, indo além dos campos da investigação e da ciência. Pretende-se a promoção de umaatitudeinovadora, emtodas as suasvertentes, fazendodesta um factor primárionaavaliação dos projectosapoiadospordinheirospúblicos, considerado o bomposicionamento dos mesmosem face das melhorespráticasinternacionais.Tomando particular atençãoàsactividades de desen- volvimento de processos e de produtos, estáemcausa a melhorutilização do design, dos materiais e da tecnologiadisponível, a crescenteadequaçãofuncional dos produtos e o desenvolvimento de processosmaisrápidos de coloca- ção dos mesmos no mercado, designadamenteatravés da correcta e eficazutilização das tecnologias da informação e comunicação, do marketing e da inovaçãonasformas de gestão dos recursoshumanos e de financiamento.Com efeito, verifica-se queesta tem sidouma das principaisdebilidades do empreendedorismoemPortu- gal — existe um volume assinalável de projectosempreen- dedores, mas com um diminutoimpactonaeconomia. Torna-se, assim, essencial a promoção de um ambientequepromova o empreendedorismo e osconhecimentos de inovação e qualidadeenquantofactorescapitais da dinamização do tecidoempresarialportuguês e da inter- nacionalização da economiaportuguesa.Estaprioridade assume umarelevânciaacrescida no quedizrespeitoàpopulaçãojovem, bemcomoaossectores da populaçãosocialmentemaisdesprotegidos.Face a taisdesígniosnacionais, édecisiva a adopção de um modelo de definição das políticaspromotoras da ino- vação e do empreendedorismoqueresponda a essamesmaimportância. Énestequadroqueganharelevânciaacrescida e se tornapremente a adopção de umavisãointegrada e transversal a todas as áreas de actuação do Governo, com vista aodesenvolvimento das referidaspolíticas. Tal objectivoganhacorpo com o ProgramaEstratégicopara o Empreendedorismo e a Inovação, que a presenteresolução de Conselho de Ministrosaprova.
a composição e o funcionamento do CNEI devemrespeitar as seguintesorientações:a) O CNEI é um órgãoconsultivo do Governona de- pendência do membro do Governoresponsávelpelaárea da economia;b) O Primeiro-Ministro preside ao CNEI;c) O CNEI integra, nasuacomposição, osmembros do Governoresponsáveispelasáreas da economia e da ciên- cia, osdemaismembros do Governodesignadospelo Pre- sidente, membrosespecialistaspermanentes e membroses- pecialistasconvidados, em ambos oscasosrepresentativos dos órgãos e dos serviços da administraçãopública, compe- tentesnasmatérias do empreendedorismo e da inovação, do tecidoempresarialnacional, das fundações, das instituições e das associaçõesrelevantes e da comunidadecientífica;d) As funções dos membros do CNEI nãosãoremu- neradas.3 — Determinarque o CNEI funciona de forma articu- lada com o ConselhoNacional de Ciência e Tecnologianasmatériasrelevantes, devendo a respectivacomposição e funcionamentoreflectirtalarticulação.
ProgramaEstratégicopara o Empreendedorismo e a Inovação + E, + I1 - O programa - a adopção de um modelo de definição das políticaspromotoras da inovação e do empreendedorismo, quecontribua de forma efectivapara a capacidade de crescimento e nível de competitividade do paísganhaumarelevânciaaindamaior no actual contextoeconómico. Assim, assume importânciaacrescida e premência a adopção de umavisãointegrada e transversal a todas as áreas de actuação do Governo, com vista aodesenvolvimento de políticas de inovação e empreendedorismo.Énestecontextoquefoicriado o ProgramaEstratégicopara o Empreendedorismo e a Inovação, abreviadamentedesignadoporProgramaEstratégico +E+I, um programaestratégicogovernamental, com forte envolvimento da sociedade civil, que visa estimular o empreendedorismo e a inovaçãoem Portugal. Este Plano, transversal a todo o Governo, assume umavisãointegrada do tema e é um programaabertonamedidaemqueirádesenvolvendonovaspolíticasemfunção das necessidades e resultadosalcançados. Éumainiciativadeterminada a medir o seusucessopelosresultadosconcretos a curto, médio e longo-prazo, e nãoapenaspelolado dos investimentosconcretizados.2 - Visão - Portugal deveráconstruiruma nova realidadeeconómica, competitiva e abertaaomundo, alicerçadaemconhecimento e inovação, capital humanoaltamentequalificado e forte espíritoempreendedor. Apesar dos progressosqueaquelasmatériastêmvindo a conhecernasúltimasdécadas, verifica-se queexistemdificuldadesestruturais, queacarretamimpactosnegativosnacapacidade de recuperaçãoeconómica. Destaca-se, porexemplo, a insuficientecapacidade de rentabilizaçãoeconómica da Investigação e Desenvolvimento (I&D), ou o reduzidoimpacto do capital de risco, circunstânciaquelimita as soluções de financiamento de novosprojectos e conduz a um peso poucosignificativo da ciência e da tecnologianaglobalidade da economia.Nestecontexto, tem o Governo a forte convicção de que o empreendedorismo e a inovaçãocarecem de umaintervençãoprioritária e especialmentedireccionadapara as actividades de índoleempresarial, indo além dos campos da investigação e da ciência.As prioridades da estratégia Europa2020 e da suainiciativa Innovation Union sãoreferenciaispara o desenvolvimento da política de inovaçãoem Portugal paraospróximosanos. Éessencialqueossucessospassem a seravaliadospormétricasconcretas a curto, médio e longoprazo, e nãoapenaspeloinvestimentoefectuado.3 - ObjectivosEstratégicos - o ProgramaEstratégico +E+I ambicionaconcretizarquatroobjectivosprincipais:Uma sociedademaisempreendedora - o fomento da mudança cultural, intergeracional, a favor do espírito de iniciativa e do empreendedorismodeveráserpromovida e cultivadadesdecedo, e ser um dos motores de inovação. Estaculturaempreendedora, criativa e inovadoradeveestarenraizada no sistema de ensino e promovidaaolongo da vida das pessoas, incentivando a auto-realização e o desenvolvimento de competências;Alargar a base de empresasinovadoras e com uma forte componenteexportadora - a sustentabilidade da economiaportuguesadeverápassarpor um forte relacionamento entre as empresas e o sistemacientífico e tecnológico, voltadopara a produção de bens e serviços com uma forte componenteexportadora. Será fundamental promover a difusão da inovaçãonasempresas e criar as condiçõesparaquemaisempresassejamcapazes de inovar;Um paísemrede e inseridonasredesinternacionais de conhecimento, de inovação e de empreendedorismo - o empreendedorismoé fundamental para o reforço do tecidoeconómico-empresarialnacional e o fomento da inovação com forte valor económico, devendosercriadas as condiçõespara a suapromoção, queraonível de um ambientefavorávelqueraonível de soluções de financiamentoadequadas. Éessencialaumentar a exposição das comunidades de empreendedorismo e inovação a nível global e encorajar a partilha de experiências e competências;Melhorinvestimento, melhoresresultados - paraque Portugal se afirme a nívelinternacional de forma competitivaénecessárioque se concentremesforçosnasempresas com maiorpotencialinovadorparaquepossamserdesenvolvidascapacidades e competênciascompetitivas e diferenciadoras e, consequentemente, criarvantagenscompetitivasaonível das ofertas de mercado. Melhorinvestimentoétambémnecessárioemáreasadjacentesàinovação e quesãofundamentaisparaqueosprodutos e serviçostenhamsucessonosmercados (marketing, qualidade, gestão, internacionalização, etc.).3.1 - Áreas de Intervenção - paracumprirosseusobjectivos, o ProgramaEstratégico +E+I apostaemquatrograndesáreas de intervenção:Alargarconhecimentos e capacidades - o estímulo de umacultura e de competênciaspara o empreendedorismodeveterorigem a partir dos primeirosanos do sistema de ensino, sendo fundamental a articulação entre a escola e a suaenvolvente. Estimular a aprendizagemaolongo da vida e a capacidade da actualização de competências de acordo com as exigências do mercado de trabalhoéessencialparaatingirmaioresníveis de inovação a médio e longo-prazo. Nestesentido, destacam-se as seguintesprioridadesquevisamreforçar e alargar as competências da populaçãoportuguesa, incluindo a populaçãojovem e a socialmentedesprotegida, das empresas e da AdministraçãoPública, para a inovação e empreendedorismo:Promover a criatividade, a literacia digital, a culturacientífica e tecnológica e o empreendedorismoemtodososníveis de ensino;Incentivar as empresas a melhorar as suascompetências de gestão e a suacapacidade de inovar e de se internacionalizarem, através da aquisição de competênciasespecíficas;Aproveitar o potencialcriativo e empreendedor dos cidadãos, estimulando o seuenvolvimento no desenho de soluções, produtosouserviços, querpúblicosquerprivados;Incentivarumamaiorcolaboração e interligação das empresas com o sistema de ensino;Dinamizar a inovação - políticas de investimentonainvestigaçãocientífica e naformação de técnicos e investigadorescontribuíramparaque a ciênciaem Portugal representeumaárea de progressosustentadopara o nossopaís. No entanto, háaindapoucaconversãodestaexcelênciacientíficaemretornoeconómico. As iniciativasnestaáreavisamaumentar o retornoeconómicoaproximandociência e economia e incentivando a inovaçãoempresarial, designadamenteaonível de produto, processos e tecnologia, por forma a promover a competitividade das empresasportuguesas.A política de dinamização da inovaçãoconsubstancia-se, designadamente, nasseguinteslinhas de acção:A promoção da ligação entre a investigação, a criatividade e a inovação, através da conexãoefectiva entre as empresas e as universidades e a promoção da integraçãonacionalnasredesglobais de conhecimento;O estímulo da investigaçãoorientadapara a geração de valor económico e da valorização dos recursoshumanosnaáreatecnológica e o estímulo do fomento do investimentonaciência e nainovação, orientadasàcriação de valor económico;Estimular o empreendedorismo - Portugal conseguetaxas de empreendedorismorazoáveis. No entanto, esteempreendedorismoé, emmédia, de baixo valor acrescentado, porváriosmotivos, entre osquais se salientam a fracacultura de cooperação, a falta de estratégiaempresarial, a falta de visão de longoprazo, o défice de competências, a poucavalorização do mérito e a punição do fracasso. As iniciativasnestaáreavisamdesenvolver um ecossistemafavorávelaoempreendedorismo, nomeadamente, através da adopção das seguintespolíticas:O incentivoaoempreendedorismoqualificadopara a internacionalização, aoempreendedorismo social, aoempreendedorismojovem e àcriatividadenaeconomia;A promoção da inovação social e o combateàaversãoaorisco, promovendo o espíritoempreendedor e a autonomiadesdeosníveisbásicos de ensino;O estímuloao intra-empreendedorismo;A valorização da qualidade, do reconhecimento do mérito e da responsabilizaçãocomoparadigmassociais;Promover o financiamentoàinovação - a existência de instrumentos de financiamentoàinovação e empreendedorismosãoessenciaispara o desenvolvimento de um ecossistema de inovaçãosaudável. Em Portugal, presentemente, a disponibilidade de financiamentosofisticadoélimitada e, nessesentido, énecessáriocriar e atrairinvestimentosofisticadonacional e internacional e facilitaracesso a investimentonosváriosestágios de desenvolvimento das empresas.Devemadoptar-se políticasquepromovam o adequadofinanciamento de projectosempreendedores e inovadores, através da articulação das ofertaspúblicas e privadas de financiamento, consubstanciadas, nomeadamente, nasseguintesmedidas:Promoção do capital de risconacional e estrangeiro e do capital de desenvolvimento;Promoção do contexto e da articulação de ofertas de financiamentopúblico e privado, adequadasaoempreendedorismo e àinovação;Promoção da optimização da utilização dos mecanismos de financiamento do Quadro de ReferênciaEstratégicoNacional (QREN).4 - Medidas +E, +I - as medidaspropostastêmcomoobjectivo responder a um conjunto de constrangimentosque se verificamnasdiversasfases da cadeia de valor da inovação e do empreendedorismo. Estasmedidassãoapenas as primeirasmedidas, dado que o ProgramaEstratégico +E+I é um programaaberto a iniciativasqueaolongo do tempo se foremmostrandomaisadequadasàresolução dos constrangimentosidentificados. O ProgramaEstratégico +E+I foiconstruídoemcolaboração com váriosactores da sociedade civil, sendoporisso um programa da sociedade e para a sociedade, requerendo o envolvimento de todosparaque se atinja o sucessodesejável.4.1 - Alargarconhecimentos e capacidades:4.1.1 - Promover a Componente Experimental no EnsinoBásico e no EnsinoSecundário - pretende-se melhorar o ensino experimental das ciências e introduzirexigênciasacrescidas de trabalhoemlaboratório. Pretende-se tambémestimular a criatividade, a menoraversãoaorisco, o trabalhocolaborativo e estimular o desenvolvimento de actividades, contribuindo, destemodo, paraumacultura de organização e de responsabilizaçãodesdeosprimeirosanos do ensinobásico.4.1.2 - Iniciativa 'INOVA!' - Aprender a Empreender - visa-se estimularosjovens a desenvolveriniciativasquecontribuampara a resolução de problemas das comunidadesemque se inserem, podendocontemplarconcursos - regionais/nacionais.4.1.3 - RecursosHumanosCientíficospara o CrescimentoEconómico - medidas de capacitação, focadasemproporcionaraosdoutoradosferramentas e capacidadesnecessárias a umamaior e maisfáciltransiçãoparacarreirasnãoacadémicas, dentrooufora do sistemacientífico. Medidas de estímuloà I&D empresarial, focadasemmobilizarrecursosaltamentequalificadosparaaumentar a I&D emempresas.4.2 - Dinamizar a Inovação:4.2.1 - 'Parceriaspara o futuro' - pretende-se melhorar a articulação das unidades de transferência de tecnologia das Universidades e InstitutosPolitécnicos, dos CentrosTecnológicos e das restantes infra-estruturastecnológicas, destinada a dotá-las de escala e de níveismínimos de competência e de promover a ligaçãoàsempresas.4.2.2 - IncentivosàValorizaçãoEconómica do ConhecimentoCientífico - pretende-se dinamizar um conjunto de iniciativasorientadasparaestimular a interacção entre as instituições de ensino superior e de I&D e as empresas, nomeadamenteatravés de iniciativasjunto de investigadores, iniciativasrelacionadas com projectos de I&D e iniciativasdireccionadasàsempresas.4.2.3 - ProgramasCientíficosTemáticos/Prioritários - pretende-se contribuirparaidentificaráreastemáticas de investigação, orientadaspara as necessidades das empresas e a criação de programasconcertados, envolvendobolsas de doutoramento e projectosnestasáreas, com forte participação da indústria.4.2.4 - Apoioaoregisto de Patentes e estímuloaoseuLicenciamento - apoiosaoregisto de propriedadeintelectual, nomeadamente o registo de patentes com potencial de mercado, estimulando o seulicenciamento, bemcomoapoioaoregisto de marcas, valorizandoosregistosinternacionais.4.2.5 - Capacitação e Reforço de CompetênciasInternas de InovaçãonasEmpresasemInvestigação e Desenvolvimento - Unidades de Inovação, Investigação e Desenvolvimento - apoiofinanceiroàcriação e consolidaçãonasempresas de unidadesestruturadas com características de permanência e dedicadas a actividades de I&DT e de inovação, dotando-as das competênciashumanas e materiaisprópriasindispensáveisàsuaintervenção.4.2.6 - ApoioàParticipação de empresasemprogramasInternacionais de I&DT - pretende-se desenvolverumalinha de financiamentoparaestimular a elaboração e o desenvolvimento de candidaturas a programasinternacionais de I&DT e actividades de networking, aumentando a conectividade das nossasorganizações e a suaabertura a projectos de naturezacolaborativa.4.2.7 - Pólos de Competitividade e Internacionalização - pretende-se promover a integração e articulação dos vários clusters queexistemnaeconomia. A criação de 'massacrítica' para a competitividade das empresas no mercadointerno e externoé um dos objectivosdestamedida, valorizandoumacultura de orientaçãopararesultados.4.2.8 - 'Vale +': Vale Inovação, Vale Energia, Vale Internacionalização - apoioàsfasesiniciais dos processos de inovação das PME pelasimplificação do acesso e pelaceleridade do processo de decisãoassociado. Consubstanciam-se emrespostasnasáreas da inovação (Vale Inovação), eficiênciaenergética e ambiente (Vale Energia), participaçãoemcertamesinternacionais (Vale Internacionalização).4.2.9 - ConselhoNacionalpara o Empreendedorismo e a Inovação - estrutura de reflexão, de orientação e de promoção da articulação transversal e interministerial das políticas de inovação, de empreendedorismo e de investigaçãoaplicada. Estaestrutura 'consultiva' estarásediadaaomais alto nível do Governo.4.3 - Estimular o Empreendedorismo:4.3.1 - Atracção de talentointernacional e recursoshumanosaltamentequalificados - criarincentivosparaqueempreendedoresinternacionais de excelênciainiciem as suasempresasem Portugal, nomeadamentesimplificandoosaspectosrelacionados com a residência.4.3.2 - 'Iniciativa +E+I' - Reconhecimentopúblico de iniciativasdinamizadaspelasociedade civil - estainiciativa visa conceder o apoioinstitucionalàsiniciativasdesenvolvidasporempresas, entidades de I&D, Universidades, entidadespúblicas e privadas, que se insiram no espírito do ProgramaEstratégico +E+I e quecontribuamparaestimular a cultura e as práticas de empreendedorismo e inovação.4.3.3 - PrémioNacional de 'Talento, Empreendedorismo e Inovação' - estainiciativapretendepremiar, anualmente, osprincipaissucessosemtermos de inovação e empreendedorismo, valorizandoosqueprivilegiemosmercadosinternacionais. Pretende-se, também, reconhecerostalentosquemaiscontribuempara o desenvolvimentocriativo de cadaárea.4.3.4 - Bolsa 'Empreender+Inovar+' - bolsa de empresários e empreendedores de sucessoqueajudamosmaisnovosempreendedores - potenciar a experiência de empresas e empreendedores de sucessoparaorientarosprojectosnafase de arranque, promovendoumatransferência de conhecimento e promovendo as redes de conhecimento e de inovação. Pretende-se tambémestimular a colaboração entre jovensempreendedores e de gestores e empresáriosquenãoestãojá no mercado de trabalho.4.3.5 - Desenvolver e implementar um programa de apoioàinternacionalização das indústriasculturais e criativas (ICC) - criar um programa de apoioàinternacionalização, com o objectivo de promover a exportação dos produtosculturaisportugueses, com enfoquenaactividadepromocional, nadivulgação de oportunidades de negócio, napromoção do networking, nadisponibilização de informação e apoiotécnicoparacandidatura a incentivos e financiamentos, emcooperação com instituiçõesdedicadasàinternacionalização e da diplomaciaeconómica.4.4 - Promover o FinanciamentoàInovação:4.4.1 - Restruturação dos Instrumentospúblicos de Capital de Risco - a medidaconsistenumareformaestrutural no sector de Capital de Risco e concretiza-se com a reorganização das entidadespúblicas, com a fusão das entidadesexistentes: i) numoperador de capital de risco, queinvestirádirectamentenas PME; ii) numasociedade de investimento, quegerirá um fundo de fundos.4.4.2 - IncentivarParcerias entre InvestidoresNacionais e Internacionais no domínio do financiamento da inovação - criarincentivosparainvestidoresnacionaisformaremparcerias com investidoresinternacionais, fomentar a formação de redesinternacionais de investidores e criarcondiçõesatractivasaoinvestimentointernacional.5 - Modelo de Governança - a política de inovaçãorequerumacoordenaçãoaomais alto nívelemtermos de políticaspúblicas, dada a suanatureza transversal e a articulaçãotemática e interministerialnecessáriapara a suaefectivação.Nestesentido, considera-se que, além das tradicionaisentidades e redes de coordenaçãocriadasaonívelexecutivo, há a necessidade de criar um órgãoconsultivoaomais alto nível (junto do Primeiro-Ministro), quecontribuaparaumaorientaçãoestratégica das políticas de Inovação, umamaiorcoerência do sistemanacional de inovação e umaeficazimplementação do programa +E+I:ConselhoNacionalpara o Empreendedorismo e a Inovação (CNEI): órgão com carácterconsultivo, presididopeloPrimeiro-Ministro, envolvendomembros do Governo, personalidadesreconhecidas do mundoempresarial e académico;CoordenaçãoExecutiva: Ministério da Economia e do Emprego, suportadopelaRede de Coordenação do ProgramaEstratégico +E+I, com competências de coordenaçãointerministerial;Rede +E+I: responsávelpeloacompanhamentooperacional do Programa, monitorização e ligação com a AdministraçãoPública e com a sociedade civil.O CNEI será um órgão fundamental no acompanhamento das políticas de inovação, sendotambém de esperarorientaçõesestratégicasparaumaeficazimplementação das medidas e políticas do ProgramaEstratégico +E+I.A operacionalização das iniciativas no âmbito da política de inovaçãoenvolverá, nãosó as entidadespúblicasrelevantes, comotambém as entidades da sociedade civil maisligadasaoempreendedorismo e àinovação.»