Imagens Sussurradas: Um Estudo da Literatura e Outros Meios através da Animação “Ela e o Gato d’Ela” de Shinkai
Profa. Ma. Sandra Mina Takakura (UEPA)
Resumo:
As mininarrativas que relatam as experiências individuais tornam-se cada vez mais comuns atualmente. Tais narrativas acessam novas linguagens, às vezes atenuando os limites que delimitam os gêneros, chegando a transpor mídias como é o caso da animação “Ela e o Gato d’Ela: E os seus pontos de vista” (1999) de Makoto Shinkai (1973-). Este artigo objetiva demonstrar que há possibilidade de formação de novos gêneros que acabam por desconstruir as relações hierárquicas que compõem os parâmetros utilizados para se definir a literatura tradicionalmente. Dessa forma, foram estudadas as variadas vozes que são escutadas e “lidas” na obra através do fluxo de consciência (JAMES, 1892), do dialogismo (BAKHTIN 1997, 2008) e da intertextualidade (KRISTEVA, 1980,1984), sob uma perspectiva desconstrutivista (DERRIDA, 1986a, 1986b, 1988).
Palavras-chave: Animação, Intertextualidade, Pós-modernismo, Bakhtin, Derrida
O documento discute os conceitos de literariedade, mundo ficcional, autor, leitor e interpretação na teoria literária. Explica que o escritor cria um mundo ficcional a partir de sua percepção do mundo real, mas que este mundo passa a ser interpretado pelo leitor, que pode recriá-lo de forma diferente. Também diferencia texto literário de não literário e discute elementos como conotação e metalinguagem na obra literária.
Introdução de elemento teórico (Mikhail Bakhtin) seguida de aplicação de exemplo corriqueiro com a finalidade de identificar as principais caracteristicas, seus procedimentos e fundamentos.
O documento discute a intertextualidade na Linguística Textual, definindo-a como as relações entre um texto e outros textos prévios. Apresenta duas formas de intertextualidade: explícita, quando há citação da fonte; e implícita, quando o leitor deve reconhecer a fonte sem citação. Exemplifica modos como a intertextualidade constrói significados em textos.
A plurissignificação da linguagem literáriaEvilane Alves
O documento discute a linguagem literária e como escritores exploram os significados das palavras para criar novos sentidos e efeitos sonoros. Exemplifica isso com o poema "Cotidiano" de Chico Buarque, mostrando como as palavras ganham novos significados no contexto do poema. Também diferencia entre denotação e conotação e entre texto literário e não-literário.
O documento discute a importância da arte para o desenvolvimento da criticidade e reflexão humanas. Apresenta conceitos de arte como criação de valores estéticos que sintetizam emoções. Exemplifica diferentes formas artísticas como música, escultura, teatro e literatura. Esta é definida como imitação da realidade através da linguagem e pode assumir múltiplos significados em um texto.
o O documento discute diferentes gêneros textuais como crônica, fábula e teatro. Apresenta as principais características de cada um como: crônica possui narrativa curta sobre fatos cotidianos; fábula usa animais como personagens para transmitir uma lição moral; teatro apresenta diálogos entre personagens com introdução, complicação, clímax e desfecho.
A função metalinguística se concentra na mensagem sobre o código usado para comunicar. Isso pode ocorrer em várias formas de arte, onde o foco é o próprio código linguístico ou extralinguístico, como poesia, pintura e publicidade. A função metalinguística descreve o ato de criação ao invés de significar diretamente.
O documento descreve três tipos de textos: descritivo, narrativo e dissertativo. Resume suas principais características e fornece exemplos de cada um. O texto descritivo caracteriza objetos de forma estática, o narrativo relata acontecimentos de forma dinâmica, e o dissertativo expõe pontos de vista de forma abstrata e lógica.
O documento discute os conceitos de literariedade, mundo ficcional, autor, leitor e interpretação na teoria literária. Explica que o escritor cria um mundo ficcional a partir de sua percepção do mundo real, mas que este mundo passa a ser interpretado pelo leitor, que pode recriá-lo de forma diferente. Também diferencia texto literário de não literário e discute elementos como conotação e metalinguagem na obra literária.
Introdução de elemento teórico (Mikhail Bakhtin) seguida de aplicação de exemplo corriqueiro com a finalidade de identificar as principais caracteristicas, seus procedimentos e fundamentos.
O documento discute a intertextualidade na Linguística Textual, definindo-a como as relações entre um texto e outros textos prévios. Apresenta duas formas de intertextualidade: explícita, quando há citação da fonte; e implícita, quando o leitor deve reconhecer a fonte sem citação. Exemplifica modos como a intertextualidade constrói significados em textos.
A plurissignificação da linguagem literáriaEvilane Alves
O documento discute a linguagem literária e como escritores exploram os significados das palavras para criar novos sentidos e efeitos sonoros. Exemplifica isso com o poema "Cotidiano" de Chico Buarque, mostrando como as palavras ganham novos significados no contexto do poema. Também diferencia entre denotação e conotação e entre texto literário e não-literário.
O documento discute a importância da arte para o desenvolvimento da criticidade e reflexão humanas. Apresenta conceitos de arte como criação de valores estéticos que sintetizam emoções. Exemplifica diferentes formas artísticas como música, escultura, teatro e literatura. Esta é definida como imitação da realidade através da linguagem e pode assumir múltiplos significados em um texto.
o O documento discute diferentes gêneros textuais como crônica, fábula e teatro. Apresenta as principais características de cada um como: crônica possui narrativa curta sobre fatos cotidianos; fábula usa animais como personagens para transmitir uma lição moral; teatro apresenta diálogos entre personagens com introdução, complicação, clímax e desfecho.
A função metalinguística se concentra na mensagem sobre o código usado para comunicar. Isso pode ocorrer em várias formas de arte, onde o foco é o próprio código linguístico ou extralinguístico, como poesia, pintura e publicidade. A função metalinguística descreve o ato de criação ao invés de significar diretamente.
O documento descreve três tipos de textos: descritivo, narrativo e dissertativo. Resume suas principais características e fornece exemplos de cada um. O texto descritivo caracteriza objetos de forma estática, o narrativo relata acontecimentos de forma dinâmica, e o dissertativo expõe pontos de vista de forma abstrata e lógica.
Intertextualidade e a importância da leitura valdiceEdilson A. Souza
O documento discute a intertextualidade e a importância da leitura polifônica, analisando o poema 'Para cantar com o saltério'. Apresenta conceitos como coerência textual, intertextualidade e leitura polissêmica. Analisa como o poema estabelece diálogos implícitos com textos bíblicos sobre espera, fé e o retorno de Jesus."
O documento discute a literatura, sua linguagem e funções. A literatura atende necessidades humanas de expressão de forma não doutrinadora e reflexiva. A linguagem literária é imaginativa, usando figuras como metáfora e comparação, e também é afetiva e conceitual. As funções da literatura incluem ter várias interpretações possíveis, ser ficcionais mas próximas da realidade, usar linguagem figurada e ser subjetiva ao artista.
Este documento discute a relação entre texto e imagem no livro infantil. Aborda como a imagem era a forma dominante de comunicação antes da escrita e como a escrita passou a ter mais importância. Também analisa como texto e imagem se relacionam nos livros infantis contemporâneos, seja reforçando ou contradizendo um ao outro.
O documento discute os elementos básicos da comunicação, incluindo emissor, receptor, mensagem, código, situação e canal. Também aborda o texto, discurso e as funções intrínsecas do texto, como a função emotiva, conativa, referencial, metalinguística, fática e poética.
Este relatório descreve um projeto desenvolvido por uma aluna de Letras para a disciplina de Letras Interdisciplinar. O projeto consiste em um blog que fornece apoio conteudístico para alunos que fazem o ENADE, abordando diversos gêneros textuais como entrevistas, resumos e poemas. O relatório analisa a produção de textos dentro do projeto com base na teoria dos gêneros textuais.
O documento discute a linguagem literária e vários recursos estilísticos, incluindo o uso de imagens, comparações, metáforas e o sentido conotativo das palavras. É apresentado um poema de Cacaso que usa a metáfora de "todo mundo é toureiro" para representar como as pessoas escolhem enfrentar os desafios da vida.
O documento discute figuras de linguagem e como elas são usadas para dar mais expressividade à escrita. Explica que figuras de linguagem são recursos literários que representam ideias de forma indireta. Também apresenta exemplos de metáfora, comparação e personificação e discute como cada uma funciona.
a literatura como precursora dos novos "modos de escrever e de ler"AFMO35
O documento discute como a literatura antecipou as novas formas de ler e escrever resultantes da cultura digital. Obra como Ulisses, de James Joyce, e Avalovara, de Osman Lins, exemplificam como a literatura antecipou estruturas como o hipertexto e formas não lineares de narrativa. A literatura está um passo à frente das inovações tecnológicas e continua se reinventando.
O objetivo
deste artigo é discutir a possibilidade de ensaios não
escritos, ensaios em forma de enunciados audiovisuais.
Embora teoricamente seja possível imaginar ensaios
em qualquer modalidade de linguagem artística (pintura,
música, dança, por exemplo), uma vez que sempre
podemos encarar a experiência artística como forma de
conhecimento, vamos, por comodidade, nos restringir
neste texto apenas ao exame do ensaio cinematográfico.
Começando pelos pioneiros russos (Eisenstein, Vertov),
introdutores da idéia de um cinema conceitual, traçamos
uma trajetória do filme-ensaio na história do cinema,
com ênfase principalmente nas contribuições de Godard
e Bernadet.
O documento discute os níveis de leitura de um texto literário, sendo eles a leitura superficial e a leitura em profundidade. Também aborda os três principais gêneros literários - narrativo, lírico e dramático - e fornece características e exemplos de cada um. Por fim, apresenta referências bibliográficas sobre o assunto.
Figuras de linguagem - Profª. Zenia FerreiraAntonio Luiz
O documento discute diferentes tipos de figuras de linguagem e como elas são usadas em textos. Apresenta figuras de palavras como metáfora e sinestesia, figuras de harmonia como aliteração, e figuras de pensamento como hipérbole. Também explica como as figuras de linguagem são empregadas na propaganda para tornar a linguagem mais expressiva.
Tecnico em edificações senai matéria para prova resumão portuguêsMil Pereira
O documento discute conceitos fundamentais da literatura e linguagem. Aborda recursos linguísticos em textos literários como polissemia e figuras de linguagem. Também define os gêneros literários (épico, lírico e dramático) e distingue entre prosa e poesia. Por fim, diferencia texto literário de não literário e explica funções da linguagem.
O conto popular "O Compadre da Morte" é narrado em três frases:
A Morte torna-se madrinha de batismo de um homem e o presenteia com o dom de curar doentes, desde que observe a posição dela junto aos enfermos. Ele engana a Morte para salvar o filho do rei, mas acaba descobrindo que sua vida está perto do fim quando ela o leva até sua casa.
A metonímia é um processo cognitivo fundamental que permite a compreensão de conceitos através da associação com outros conceitos relacionados. Ela está presente não apenas na linguagem, mas em toda comunicação humana, como gestos e imagens. A metonímia funciona como um fractal, onde o todo está representado na parte. Ela contribui para a integração conceitual complexa através da compressão de projeções metonímicas.
Este documento descreve um plano de aulas de Português para o 10o ano focado em textos autobiográficos. O plano inclui 15 aulas com objetivos como compreender diferentes tipos de textos autobiográficos, identificar marcas desse gênero textual e produzir textos autobiográficos. As aulas abordarão memórias, diários e cartas, além de textos literários como a poesia de Camões. Atividades sugeridas são a leitura, a expressão oral e escrita sobre experiências pessoais
O documento discute os diferentes tipos de figuras de linguagem e como elas são usadas em diferentes contextos. Ele explica que figuras de linguagem conferem maior expressividade à linguagem e que podem ser encontradas em textos poéticos, publicitários e de psicoterapia. Ele também fornece exemplos de figuras como metáfora, hipérbole e personificação.
O documento discute estratégias de leitura e interpretação textual, definindo a leitura como uma atividade de produção de sentidos que leva em conta as experiências do leitor. Apresenta também o gênero textual da crônica, definido como o relato de um ou mais acontecimentos em determinado tempo, geralmente com tom de ironia. Por fim, inclui um pequeno exemplo de crônica.
O documento resume os principais tipos de texto, incluindo suas características, estruturas e elementos. Aborda textos narrativos, descritivos, expositivos, instrucionais, conversacionais, dramáticos e líricos.
Intertextualidade e a importância da leitura valdiceEdilson A. Souza
O documento discute a intertextualidade e a importância da leitura polifônica, analisando o poema 'Para cantar com o saltério'. Apresenta conceitos como coerência textual, intertextualidade e leitura polissêmica. Analisa como o poema estabelece diálogos implícitos com textos bíblicos sobre espera, fé e o retorno de Jesus."
O documento discute a literatura, sua linguagem e funções. A literatura atende necessidades humanas de expressão de forma não doutrinadora e reflexiva. A linguagem literária é imaginativa, usando figuras como metáfora e comparação, e também é afetiva e conceitual. As funções da literatura incluem ter várias interpretações possíveis, ser ficcionais mas próximas da realidade, usar linguagem figurada e ser subjetiva ao artista.
Este documento discute a relação entre texto e imagem no livro infantil. Aborda como a imagem era a forma dominante de comunicação antes da escrita e como a escrita passou a ter mais importância. Também analisa como texto e imagem se relacionam nos livros infantis contemporâneos, seja reforçando ou contradizendo um ao outro.
O documento discute os elementos básicos da comunicação, incluindo emissor, receptor, mensagem, código, situação e canal. Também aborda o texto, discurso e as funções intrínsecas do texto, como a função emotiva, conativa, referencial, metalinguística, fática e poética.
Este relatório descreve um projeto desenvolvido por uma aluna de Letras para a disciplina de Letras Interdisciplinar. O projeto consiste em um blog que fornece apoio conteudístico para alunos que fazem o ENADE, abordando diversos gêneros textuais como entrevistas, resumos e poemas. O relatório analisa a produção de textos dentro do projeto com base na teoria dos gêneros textuais.
O documento discute a linguagem literária e vários recursos estilísticos, incluindo o uso de imagens, comparações, metáforas e o sentido conotativo das palavras. É apresentado um poema de Cacaso que usa a metáfora de "todo mundo é toureiro" para representar como as pessoas escolhem enfrentar os desafios da vida.
O documento discute figuras de linguagem e como elas são usadas para dar mais expressividade à escrita. Explica que figuras de linguagem são recursos literários que representam ideias de forma indireta. Também apresenta exemplos de metáfora, comparação e personificação e discute como cada uma funciona.
a literatura como precursora dos novos "modos de escrever e de ler"AFMO35
O documento discute como a literatura antecipou as novas formas de ler e escrever resultantes da cultura digital. Obra como Ulisses, de James Joyce, e Avalovara, de Osman Lins, exemplificam como a literatura antecipou estruturas como o hipertexto e formas não lineares de narrativa. A literatura está um passo à frente das inovações tecnológicas e continua se reinventando.
O objetivo
deste artigo é discutir a possibilidade de ensaios não
escritos, ensaios em forma de enunciados audiovisuais.
Embora teoricamente seja possível imaginar ensaios
em qualquer modalidade de linguagem artística (pintura,
música, dança, por exemplo), uma vez que sempre
podemos encarar a experiência artística como forma de
conhecimento, vamos, por comodidade, nos restringir
neste texto apenas ao exame do ensaio cinematográfico.
Começando pelos pioneiros russos (Eisenstein, Vertov),
introdutores da idéia de um cinema conceitual, traçamos
uma trajetória do filme-ensaio na história do cinema,
com ênfase principalmente nas contribuições de Godard
e Bernadet.
O documento discute os níveis de leitura de um texto literário, sendo eles a leitura superficial e a leitura em profundidade. Também aborda os três principais gêneros literários - narrativo, lírico e dramático - e fornece características e exemplos de cada um. Por fim, apresenta referências bibliográficas sobre o assunto.
Figuras de linguagem - Profª. Zenia FerreiraAntonio Luiz
O documento discute diferentes tipos de figuras de linguagem e como elas são usadas em textos. Apresenta figuras de palavras como metáfora e sinestesia, figuras de harmonia como aliteração, e figuras de pensamento como hipérbole. Também explica como as figuras de linguagem são empregadas na propaganda para tornar a linguagem mais expressiva.
Tecnico em edificações senai matéria para prova resumão portuguêsMil Pereira
O documento discute conceitos fundamentais da literatura e linguagem. Aborda recursos linguísticos em textos literários como polissemia e figuras de linguagem. Também define os gêneros literários (épico, lírico e dramático) e distingue entre prosa e poesia. Por fim, diferencia texto literário de não literário e explica funções da linguagem.
O conto popular "O Compadre da Morte" é narrado em três frases:
A Morte torna-se madrinha de batismo de um homem e o presenteia com o dom de curar doentes, desde que observe a posição dela junto aos enfermos. Ele engana a Morte para salvar o filho do rei, mas acaba descobrindo que sua vida está perto do fim quando ela o leva até sua casa.
A metonímia é um processo cognitivo fundamental que permite a compreensão de conceitos através da associação com outros conceitos relacionados. Ela está presente não apenas na linguagem, mas em toda comunicação humana, como gestos e imagens. A metonímia funciona como um fractal, onde o todo está representado na parte. Ela contribui para a integração conceitual complexa através da compressão de projeções metonímicas.
Este documento descreve um plano de aulas de Português para o 10o ano focado em textos autobiográficos. O plano inclui 15 aulas com objetivos como compreender diferentes tipos de textos autobiográficos, identificar marcas desse gênero textual e produzir textos autobiográficos. As aulas abordarão memórias, diários e cartas, além de textos literários como a poesia de Camões. Atividades sugeridas são a leitura, a expressão oral e escrita sobre experiências pessoais
O documento discute os diferentes tipos de figuras de linguagem e como elas são usadas em diferentes contextos. Ele explica que figuras de linguagem conferem maior expressividade à linguagem e que podem ser encontradas em textos poéticos, publicitários e de psicoterapia. Ele também fornece exemplos de figuras como metáfora, hipérbole e personificação.
O documento discute estratégias de leitura e interpretação textual, definindo a leitura como uma atividade de produção de sentidos que leva em conta as experiências do leitor. Apresenta também o gênero textual da crônica, definido como o relato de um ou mais acontecimentos em determinado tempo, geralmente com tom de ironia. Por fim, inclui um pequeno exemplo de crônica.
O documento resume os principais tipos de texto, incluindo suas características, estruturas e elementos. Aborda textos narrativos, descritivos, expositivos, instrucionais, conversacionais, dramáticos e líricos.
Presentation by Andrew Nagy at Code4Lib 2007 in Athens, GA.
Villanova University’s Falvey Memorial Library has longed for a beautiful pig; however, we determined in early 2006 that pigs were only good at searching for truffles, so we decided to build our own OPAC.
After developing our own custom Digital Library from a Native XML Database, we quickly appreciated the ease of development with XQuery and XSLT. We then launched full speed ahead into the development of a new OPAC from scratch using XML technologies and MARCXML.
This presentation will describe the process of choosing an NXDB and optimizing it for large data set performance. Developing searches that take about 2 minutes to process and optimizing them down to about 2 seconds. I will also describe the development processes of the OPAC interface including the AJAX features we have implemented. I will share our success stories and our failures.
A revista "Planeta Bola" é um projeto de extensão da Universidade Estadual de Goiás da Unidade Universitária de São Luís de Montes Belos, intitulado "Revista Pedagógica: uma análise sociológica em Pedagogia", coordenado pela Prof. Ms. Andréa Kochhann e pelo Prof. Dr. Eleno Marques de Araújo, no ano de 2013 e 2014.
The document provides tips for preparing for and covering speeches, news conferences, meetings, and other public events as a reporter. It advises reporters to research topics using their organization's archives and legitimate news databases. For speeches, reporters are encouraged to obtain advance transcripts if possible and pre-interview speakers. At news conferences, reporters should strategically save their best questions for private interviews. When covering meetings, reporters should focus on extracting newsworthy elements like conflict, decisions, or votes. The document also reviews writing structures for articles covering these events.
Imagens sussurradas: Um Estudo da Literatura e Outros Meios através da Animaç...Sandra Mina
O documento apresenta um estudo da animação "Ela e o Gato d'Ela" de Makoto Shinkai através da perspectiva do fluxo de consciência do gato Chobi, que narra a vida cotidiana de sua dona de forma fragmentada, com vozes do autor e do homem japonês se entrelaçando. A obra explora temas como a solidão feminina e a passagem das estações para refletir sobre a existência e a percepção do tempo e do espaço.
Este documento discute se a intertextualidade faz parte da função metalinguística. Alguns argumentam que sim, pois a intertextualidade envolve referências a outros textos e isso seria uma forma de metalinguagem. Porém, outros apontam que a intertextualidade não necessariamente foca no código linguístico, enquanto a metalinguagem sim, portanto não devem ser confundidas. Permanece em aberto se há critérios precisos para definir os limites entre esses conceitos.
1) O documento apresenta a teoria da Semiotização Ficcional do Discurso, elaborada por Anazildo Vasconcelos da Silva, para analisar narrativas caboverdianas. 2) A teoria aborda como a produção literária transforma a língua natural em discurso ficcional através do processo de semiose literária. 3) A semiose literária cria um universo ficcional com lógicas próprias de personagem, espaço e acontecimento.
ENLOUQUECENDO O SUBJÉTIL: A NARRATIVA VISUAL DE EXTREMELY LOUD & INCREDIBLY C...Daniele Borges
Este trabalho analisa como a narrativa visual no romance Extremely Loud & Incredibly Close, de Jonathan Safran Foer, "enlouquece seu subjétil" ao utilizar recursos como fotografias, desenhos e disposição textual para contar a história. O livro usa diversos elementos visuais para expressar a subjetividade do narrador, um menino de 9 anos que perdeu o pai em 11 de setembro. Assim, a narrativa ultrapassa os limites tradicionais da literatura para incorporar fotografia e cinema.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
Simbad, H. (2021). Kutalesa kwa Bachelardiano a Kuzemba kwa Agostinho Neto: Um olhar Bachelardiano a Náusea de Agostinho Neto. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 1(Especial), 133–148. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/822
Este artigo analisa como a obra "Nas tuas mãos", da escritora portuguesa Inês Pedrosa, quebra o "pacto autobiográfico" através da criação de autobiografias fictícias de personagens que não correspondem à identidade real da autora. O artigo discute como a noção de verdade literária é complexa e como a autobiografia constrói uma "imagem do real" ao invés do real em si. A quebra do pacto autobiográfico é examinada principalmente através da autobiografia fictícia
1) O documento discute o conceito de intertextualidade e sua migração nos estudos literários desde sua introdução por Julia Kristeva em 1966.
2) A noção de intertextualidade tornou-se importante para a teoria literária e estudos comparativos ao mostrar como os textos se relacionam e influenciam uns aos outros através de citações, alusões e temas compartilhados.
3) Ao invés de "influências", a intertextualidade enfatiza como elementos de outros textos são apropriados e transformados de forma criativa em novos trabal
O documento analisa a obra "Lavoura Arcaica" de Raduan Nassar, abordando sua contextualização histórica e literária. A narrativa é apresentada sob a perspectiva do protagonista André e descrita como um fluxo contínuo sem parágrafos. Também são discutidas as categorias da narrativa proposta por Tzvetan Todorov e como elas se aplicam à obra, incluindo os níveis da história e discurso.
Este documento apresenta um resumo de uma tese sobre a reescrita da história das guerras de independência (1961-1974) nas literaturas angolana, moçambicana e portuguesa. O estudo analisa obras literárias destes países que abordam este tema histórico, colocando em destaque a perspectiva teórica da voz autoral e sua relação com o contexto histórico através de abordagens da narratologia e sociocrítica.
Análise do Mangá (quadrinho japonês) "Gantz" para a disciplina "Estética da Comunicação" do curso Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas.
O TREM DE FERRO QUE PASSA A ORALIDADE: uma análise que aborda a estética oral...Allan Diego Souza
O documento apresenta uma análise do poema "Trem de Ferro", de Manuel Bandeira, abordando a estética oral da obra. O objetivo é realizar uma leitura crítica que identifique os valores ideológicos presentes no discurso poético e questione a articulação estética realizada por ele. A atividade proposta será desenvolvida em 3 aulas com alunos do 1o ano do ensino médio e abordará aspectos do poema, como marcas de oralidade e contexto histórico, visando uma compreensão mais ampla
Este documento discute o romance Cães da Província de Luiz Antonio de Assis Brasil, que tem como protagonista o dramaturgo José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo-Santo. O resumo explora como a obra mistura ficção e história através da figura de Qorpo-Santo, questionando a verdade histórica e a construção da realidade por meio da linguagem.
Monografia: A constituição do espaço em "Vastas emoções e pensamentos imperfe...Pedro Lima
Este arquivo contém a minha monografia, intitulada "A constituição do espaço em 'Vastas emoções e pensamentos imperfeitos', de Rubem Fonseca." Tal trabalho foi apresentado ao final da minha graduação em Letras (Licenciatura em Português e Espanhol) na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Joao andre brito garboggini consideracoes sobre qorpo santo-lanterna de fogoGladis Maia
O documento discute uma dramaturgia audiovisual baseada nas obras do autor brasileiro Qorpo Santo, descrevendo o processo de transcriação de trechos de suas peças teatrais para um roteiro e storyboard audiovisual. O resumo apresenta a estrutura e personagens principais da peça audiovisual resultante, intitulada "Qorpo Santo - Lanterna de Fogo".
Este documento apresenta uma sequência didática de 18 encontros para trabalhar o gênero textual resenha com alunos do ensino médio utilizando a obra "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, como base. Os encontros abordam a leitura e análise de capítulos da obra, estudos dos elementos da narrativa e dos gêneros resumo e resenha.
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Este documento discute a micro-ficção como uma estratégia inovadora para promover a leitura e a escrita criativa para públicos jovens e adultos. Ele fornece exemplos de diferentes formas tradicionais de escrita breve como haikus, fábulas, aforismos e outras, e discute como essas formas influenciaram o desenvolvimento da micro-ficção.
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Este documento analisa a representação do escritor como intelectual em dois romances: A correspondência de Fradique Mendes de Eça de Queiróz e Nação Crioula de José Eduardo Agualusa. Ambos usam o personagem Fradique Mendes para construir projetos intelectuais diferentes para o escritor. No primeiro, Fradique endossa o discurso imperialista português da época. No segundo, escrito quase 100 anos depois, Fradique é reescrito para deslocar o ethos do escritor e produzir um novo modelo de su
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REGULAMENTO DO CONCURSO DESENHOS AFRO/2024 - 14ª edição - CEIRI /UREI (ficha...Eró Cunha
XIV Concurso de Desenhos Afro/24
TEMA: Racismo Ambiental e Direitos Humanos
PARTICIPANTES/PÚBLICO: Estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais, municipais, IEMA e IFMA (Ensino Fundamental, Médio e EJA).
CATEGORIAS: O Concurso de Desenhos Afro acontecerá em 4 categorias:
- CATEGORIA I: Ensino Fundamental I (4º e 5º ano)
- CATEGORIA II: Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano)
- CATEGORIA III: Ensino Médio (1º, 2º e 3º séries)
- CATEGORIA IV: Estudantes com Deficiência (do Ensino Fundamental e Médio)
Realização: Unidade Regional de Educação de Imperatriz/MA (UREI), através da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) e parceiros
OBJETIVO:
- Realizar a 14ª edição do Concurso e Exposição de Desenhos Afro/24, produzidos por estudantes de escolas públicas de Imperatriz e região tocantina. Os trabalhos deverão ser produzidos a partir de estudo, pesquisas e produção, sob orientação da equipe docente das escolas. As obras devem retratar de forma crítica, criativa e positivada a população negra e os povos originários.
- Intensificar o trabalho com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, buscando, através das artes visuais, a concretização das práticas pedagógicas antirracistas.
- Instigar o reconhecimento da história, ciência, tecnologia, personalidades e cultura, ressaltando a presença e contribuição da população negra e indígena na reafirmação dos Direitos Humanos, conservação e preservação do Meio Ambiente.
Imperatriz/MA, 15 de fevereiro de 2024.
Produtora Executiva e Coordenadora Geral: Eronilde dos Santos Cunha (Eró Cunha)
UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório...Manuais Formação
Manual da UFCD_7211_Os sistemas do corpo humano_ imunitário, circulatório, respiratório, nervoso e músculo-esquelético_pronto para envio, via email e formato editável.
Email: formacaomanuaisplus@gmail.com
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Slideshare Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, 2° TRIMESTRE DE 2024, ADULTOS, EDITORA BETEL, TEMA, ORDENANÇAS BÍBLICAS, Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com DEUS, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Comentários, Bispo Abner Ferreira, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
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1. XIII Congresso Internacional da ABRALIC
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08 a 12 de julho de 2013
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comuns atualmente. Tais narrativas acessam novas linguagens, às vezes atenuando os
limites que delimitam os gêneros, chegando a transpor mídias como é o caso da animação
“Ela e o Gato d’Ela: E os seus pontos de vista” (1999) de Makoto Shinkai (1973-). Este
artigo objetiva demonstrar que há possibilidade de formação de novos gêneros que
acabam por desconstruir as relações hierárquicas que compõem os parâmetros utilizados
para se definir a literatura tradicionalmente. Dessa forma, foram estudadas as variadas
vozes que são escutadas e “lidas” na obra através do fluxo de consciência (JAMES,
1892), do dialogismo (BAKHTIN 1997, 2008) e da intertextualidade (KRISTEVA,
1980,1984), sob uma perspectiva desconstrutivista (DERRIDA, 1986a, 1986b, 1988).
Palavras-chave: Animação, Intertextualidade, Pós-modernismo, Bakhtin, Derrida
1 Introdução
Terry Eagleton em sua obra The Event of Literature (2012, p.25) menciona pelo
menos cinco aspectos que são levados em conta para se pensar acerca da Literatura como:
o não compromisso com os fatos, sendo “ficcional”; a transcendências das experiências
retratadas e o engrandecimento da “experiência humana”; o uso da “linguagem elevada”
em detrimento da linguagem coloquial; a não aplicação “pragmática” do texto e a
valoração do texto escrito em detrimento da linguagem falada. Partindo desses
pressupostos, nota-se que a literatura contemporânea dificilmente se enquadra nos
preceitos delineados por Eagleton (2012), além do fato de que cada cultura acessa cada vez
mais novas formas de linguagens mesclando diferentes gêneros literários e por vezes
transpondo mídias. Uma vez que o texto literário deve ser necessariamente escrito de
acordo com as visões tradicionais, uma vez havendo a transposição do texto para o filme, a
obra final poderá ser considerada como sendo uma “adaptação” de uma obra literária
(HUCHEON, 2013; SANDERS, 2006). Tais noções tornam-se problemáticas, quando um
roteiro de animação não tem como base uma obra literária como é o caso da obra: “Ela e o
gato d’Ela: E os seus pontos de Vista” (1999) 1
, de Makoto Shinkai (1973-), o objeto de
estudo desse artigo. Portanto, a obra de Shinkai não pode ser vista como adaptação de uma
obra literária. Além do fato de que a obra foi produzida no formato de OVA (Original
Video Animation), mais especificamente, uma animação que foi lançada sem transmissão
prévia pela televisão ou projeção prévia no cinema e que foi distribuída diretamente no
formato de DVD para o público japonês.
Contrapondo-se aos conceitos tradicionais, Lamarque e Olsen (1994) deixam o
termo “texto” em favor da “obra literária”, levando em conta a intenção do autor em criar a
1
Tradução da autora, título original: “Kanojo to kanojo no neko: Their Standing Points”, o título é em língua
japonesa (Kanojo to kanojo no neko- Ela e o Gato d’Ela) e o subtítulo é em língua inglesa (Their Standing
Points- Seus Pontos de Vista).
2. XIII Congresso Internacional da ABRALIC
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obra literária e a possibilidade de seu estudo através da adoção de uma teoria. Pois, de
acordo com Lamarque e Olsen (1994, p. 256): “Adotar uma instância literária de um texto
é identificá-lo como uma obra literária e apreendê-la de acordo com as convenções das
práticas literárias”.2
Partindo do pressuposto de Lamarque e Olsen (1994, p.256), acerca da adoção da
prática do estudo literário, ou seja, de sua “apreciação”, nota-se que o foco do
leitorpúblico passa a ser a obra em si, sem que sejam excluídas as intenções de um “eu”
criadorautor. Assim torna-se possível realizar um estudo da animação de Shinkai levando
em conta as ferramentas da teoria literária, o que possibilita demonstrar aspectos literários
em uma animação e suas possíveis implicações no campo da teoria literária. A obra retrata
um drama cotidiano que longe de ser totalizadora, particulariza uma dor individual através
de uma narrativa menor (LYOTARD, 1984).
Este artigo tem como objeto de estudo a obra de Shinkai: “Ela e o gato d’Ela: E os
seus pontos de Vista” (1999). A animação narra a estória de uma jovem que adota um
gato, que nomeia como Chobi. A estória é narrada através da perspectiva de Chobi que
conta a rotina de sua dona. Na primavera, Chobi começa a namorar uma gatinha mais nova
chamada Mimi, que sente ciúmes da relação dele com a dona. Um belo dia a dona de
Chobi recebe um telefonema e fica a sugestão de que ela foi dispensada pelo namorado.
Chobi tenta consolá-la com as limitações de um gato. E, por fim a sua dona retorna à rotina
diária. A dona de Chobi não possui um nome na narrativa e muitos de suas falas são
projeções de linguagens escritas na tela. Da mesma forma, que Mimi e a dona de Chobi
têm todas as suas falas projetadas na tela, na forma de linguagem escrita. O
autordiretorroteirista Makoto Shinkai é quem dá a voz ao personagem Chobi que, por sua
vez é o narradorpersonagem da narrativa. Consequentemente, a voz do narrador torna-se
uma miríade de vozes diferentes incluindo as vozes do personagem e a do diretor,
acessando também a voz coletiva do povo japonês (DERRIDA, 1988).
Este estudo objetiva estudar a obra sob a perspectiva literária, e demonstrar dessa
forma que as escritas projetadas na tela, em sua interface com sequencias de animação
podem constituir um novo gênero que quebra os velhos padrões literários. Para isto são
estudadas as questões do narrador /autor (diretor) / personagem através das vozes presentes
na produção. O estudo do narrador em primeira pessoa seguirá o conceito de “fluxo de
consciência” (JAMES, 1892), pautando-se nos estudos acerca do dialogismo (BAKHTIN,
1984, 1992, 2008) e da noção de intertextualidade (KRISTEVA, 1980, 1984; ALLEN,
2011) sob a perspectiva desconstrutivista (DERRIDA, 1986a, 1986b, 1988).
2 Desconstruindo Shinkai
O nome do diretor pode ser compreendido da seguinte forma: o nome real do diretor
é Makoto Niitsu, sendo que ele se identifica como o diretor como Makoto Shinkai nessa
produção. A palavra Niitsu significa novo local onde se aportam os navios, portanto, porto
novo. Já Shinkai do diretor é formado por dois ideogramas “novo” e “mar/praia”, portanto
de acordo com a escrita o nome shinkai significa “mar novo”. Entretanto, à mesma
pronúncia “Shinkai” se atribui um sentido muito mais comum que na língua japonesa que
seria “mar profundo”. Dessa forma, shinkai significa profundezas do mar, enquanto que
makoto presente no nome real e no nome artístico significa “a verdade plena”, ideograma
2
Tradução da autora, original em inglês: “Adopting the literary stance towards a text is to identify it as a
literary work and apprehend it in accordance with the conventions of the literary practice.” (LAMARQUE E
OLSEN, 1994, p. 256)
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presente no Zen Budismo. Em língua ocidental o nome do diretor seria lido: Makoto
Shinkai o que daria o sentido de “as profundezas do mar da verdade”. No entanto, é
necessário ressaltar que em língua japonesa o nome de uma pessoa segue a ordem
sobrenome e nome; portanto, seria lido como: Shinkai Makoto, o que implica no seguinte
significado: “verdade [que vem] das profundezas do maroceano”. O signo representa a
ausência da coisa, portanto, o nome do diretor representa a ausência dele na obra
(DERRIDA, 1998). No entanto, Shinkai Makoto escrito na forma de ideograma indica a
“verdade” que vem do mar novo, enquanto que se for “falado” indica “a verdade” que vem
do fundo do mar, e se tem ainda o nome real Niitsu Makoto que indica “a verdade” que
vem do porto, portanto o signo Makoto/verdade plena flutua e permeia obra através das
profundezas do mar, pelo mar novo/superfície e pelo porto. A “verdade” se transita pelo
fundo do oceano onde o ambiente é fosco e onde a luz penetra com dificuldades a cada
centímetro que se mergulha. O ambiente escuro assinala que talvez nesse fundo do mar não
se encontre “uma verdade”, ou que “uma verdade” já não ilumina nenhuma existência.
Há um dizer muito comum na língua japonesa que é “uso kara deta makoto”, que
literalmente significa: “a verdade que saiu da mentira”, algo que inicialmente é uma
mentira torna-se verdade. Assistir à obra de Shinkai é dar esse mergulho sem saber se há
possibilidade de se encontrar a “verdade” ou se irá encontrar uma mentira que pode chegar
a se tornar “verdade” ao seu final. De acordo com Allen:
O ato de ler [...] nos faz mergulhar em uma rede de relações textuais.
Interpretar um texto, descobrir o significado, ou significados é traçar
essas relações. Ler, portanto, torna-se um processo de se mover entre os
textos. O sentido torna-se algo que existe entre um texto e todos os outros
textos que o mesmo faz referência ou relação, saindo de um texto
independente para uma rede de relações textuais. “O texto se torna um
intertexto.”3
(ALLEN, 2011, p.1).
O leitor público de OVA acessa por meio de uma tela de computador, do tablet, do
celular, ou do televisor que permite que a imagem seja projetada. Dessa forma, assistir a
animação de Shinkai, torna-se um ato de ler, pois certos meios como o computador, celular
e o tablet possibilitam a leitura de e-books, sendo que os e-books ganham cada vez mais
novos recursos inclusive o da animação. A produção de Shinkai usa o recurso de apresentar
os frames como se estes fossem uma apresentação de slides, de forma que a sequencia de
imagens torna-se lenta e fragmentada. A voz do narrador costura os frames simulando uma
sequencia coerente e contínua. Os frames de imagens são alternados por frames escuros.
Um dos recursos utilizados é o fade in, quando a imagem se apaga em uma tela branca ou
em uma tela escura.
A câmera mostra a sequencia através do olhar do narrador Chobi, que é um gato. É
sabido que os felinos não tem a capacidade de enxergar cores, mas tons de cinza. Portanto,
a animação contada pelo olhar de Chobi, é apresentada em escalas de cinza, ou seja, em
preto e branco. No momento em que a dona de Chobi chora ao desligar o telefone, a
imagem fica salpicada, lembrando um televisor com interferência na recepção de imagens.
Ao mostrar a interferência na imagem, o leitor e ou público são lembrados de que a
animação é uma realidade televisionada e mediada. Dessa forma, a obra mostra uma
realidade textual mediada, consequentemente a imagem suja que lembra uma interferência
3
Tradução da autora, original em inglês: ““The act of reading,[...]plunges us into a network of textual
relations. To interpret a text, to discover its meaning, or meanings, is to trace those relations. Reading thus
becomes a process of moving between texts. Meaning becomes something which exists between a text and
all the other texts to which it refers and relates, moving out from the independent text into a network of
textual relations. The text becomes the intertext.” (ALLEN, 2011, p.1) ”
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na transmissão, acaba por tentar estabelecer os limites do texto mediado e da realidade
mediada (DERRIDA, 1986a, 1986b, 1988).
2.1 Espaço e tempo na narrativa
A realidade textual mediada da animação é marcada por imagens da realidade como
os programas de TV com as previsões meteorológicas de todo o território japonês, que são
transmitidas matinalmente no Japão. Esta realidade do tempo e dos espaços reais, ou seja,
o real é mediado dentro da animação que por sua vez é também constrói uma realidade
mediada. Dessa forma, o real sendo mediado, consegue se infiltrar na narrativa. A
realidade torna-se textualmediada não restando nada além dele, ao mesmo tempo em que o
real ameaça quebrar os limites da realidade textual da animação.
A obra também segue o tempo percebido pelo japonês que tem a sua existência
marcada pelas mudanças de estações que marcam além do tempo, os espaços. Chobi, como
um bom japonês, narra a sua existência marcada pelas mudanças de estações: Chobi torna-
se o gato d’Ela na primavera; inicia o seu namoro com a Mimi no verão; assiste a sua dona
a ser dispensada pelo namorado no outono e vê a sua dona vestida de casaco como um
“grande gato” no inverno. A obra cria um microcosmo que dialoga com o cosmo real que é
o ambiente urbano no Japão, e com a cultura japonesa de perceber e de celebrar a vida
através das estações (TAKAKURA, 2012). O leitorpúblico japonês se projeta na tela
compartilhando os espaços intimistas onde a dona vive e assiste à sua previsão de tempo
diário. O leitor também escuta o barulho dos trens elétricos nas estações; olha os
fragmentos de gramas que persistem em meio às estações de trem e seus trilhos no verão;
escuta o barulho de cigarras que choram no outono; e assiste estático em meio aos flocos
de neve que caem no inverno. O leitor é convidado a entrar no cosmo televisionado e
mediado da animação.
A existência de Chobi está ligada ao da dona que lhe deu um nome e um lar, ao
mesmo tempo em que na animação a existência d’Ela está atrelada emocionalmente à
existência de Chobi. Shinkai não dá um nome à personagem feminina, referindo-se
somente à dona do gato por “Ela”. “Ela” pode representar as várias “elas” que saem das
casas de suas famílias no interior do Japão, para trabalharem nos grandes centros urbanos,
levando existências solitárias e vivendo os seus dramas cotidianos. “Elas” são mulheres
solteiras na faixa etária entre 20 a 30 anos que são consideradas indivíduos vulneráveis
pela sociedade japonesa, pois já não contam com a proteção de seus pais (figura paterna
principalmente) e ainda não contam com a proteção de seus maridos. Há um olhar
paternalista masculino protetor de Shinkai, quando Ela é retratada como um ser
vulnerável. Shinkai acessa os sentimentos d’Ela através da figura de Chobi, um gato macho
que é incapaz de protegê-la, mas que ao mesmo tempo é incapaz de feri-la. Apenas um ser
humano tem a capacidade dupla de proteger e de ferir a dona de Chobi, como é o caso do
ex-parceiro d’Ela.
O tempo é contado através da mobilidade das sombras projetadas pela luz do sol, este
que invadem os ambientes através das frestas. Assim, as sombras que se movimentam na
tela dão a sensação da mudança de tempo e das estações de ano. O recurso das sombras
também cria uma dinâmica espacial na tela, pois as sombras se movimentam mais
rapidamente do que os personagens em si. Esta diminuição de movimentos corporais
sugere a dificuldade encontrada pelo corpo em se locomover no fundo do mar (shinkai)
talvez em direção à superfície, ao porto e à praia, pois nesse ambiente somente as sombras
parecem não encontrar resistência para se movimentarem. Shinkai é figura que se faz
ausente na obra através da presença do signo e ora pela presença do gato que constrói a
narrativa. Shinkai é construído textualmente que transita pelo fundo do oceano, pelo porto,
pelas águas onde está a “verdade” ou a mentira que pode se tornar uma verdade. Shinkai
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representa uma figura paterna no discurso, um pai sem forças suficientes para proteger a
filha ou a criação. (DERRIDA, 1988)
O termo mimamoru em língua japonesa é resultante da aglutinação de dois verbos:
miru (olhar), mamoru (proteger) e significa “proteger com o olhar”. Quem protege com o
olhar vê com carinho um objeto e quer protegê-lo, mas que não consegue o fazer de fato.
Na impossibilidade de se proteger de fato o objeto, ao homem japonês só resta “proteger
com o olhar”: “mimamoru shikanai”, que é uma expressão ambígua de resignação. O leitor
é convidado a “assistir” a vulnerabilidade d’Ela, através do olhar protetor de
ChobiShinkaihomem japonês. O leitor então é convidado a se juntar a esse(s) sujeito(s)
diferente(s) que olha(m) com o(s) olhar(s) protetor(s), pois a própria condição de
leitorpúblico limita a capacidade de ação para somente assisti-la e protegê-la com o olhar
(DERRIDA, 1988).
2.2 Silêncio e voz
Chobi é o narrador que conta através de sua perspectiva o dia-a-dia d’Ela, sendo que:
“O primeiro e mais importante fato concreto que cada um afirmará pertencer a sua
experiência interior é o fato de que a consciência de algum modo flui. ‘Estados mentais’
sucedem-se uns aos outros nela” (JAMES, 1892). A narração feita por Chobi mesmo sendo
fluida é fragmentada e entrecortada por outras vozes. É necessário destrinchar essas vozes
que cortam a narrativa, sendo que uma delas é a do autor (diretorroteirista) Shinkai que:
Não só vê e sabe tudo quanto vê e sabe o herói em particular e todos os
heróis em conjunto, mas também vê e sabe mais do que eles, vendo e
sabendo até o que é por princípio inacessível aos heróis; é precisamente
esse excedente, sempre determinado e constante de que se beneficia a
visão e o saber do autor em comparação com cada um dos heróis, que
fornece o princípio de acabamento da existência deles, isto é, o todo da
obra. (BAKHTIN, Estética, 1992, p. 32-3).
Portanto, Shinkai lança o seu olhar sobre a obra e alterna as vozes com Chobi,
transmitindo a sua ideologia. Bakhtin afirma que “relações dialógicas permeiam no
enunciado, mesmo dentro de uma palavra individual, contanto que duas vozes se colidem
dialogicamente.” 4
(BAKHTIN, 1984, p. 184). Dessa forma, Chobi, Shinkai e o homem
japonês permeiam a obra através do falar do narrador. Há um jogo entre linguagens oral e
escrita, ou seja, textos que se intercruzam (KRISTEVA, 1980, 1984; ALLEN, 2011). Há
vozes que transcendem discursos dos personagens para se alcançar um discurso social e a
identidade de um grupo. Como resultado, o autor imprime consciência humana a um gato.
A estação era o começo da primavera e naquele dia estava chovendo.
[...]
É por isso que o cabelo dela, e o meu corpo também, estavam pesados
com a umidade.
O ar ao nosso redor estava saturado com a fragrância imensamente
prazerosa da chuva.
A Terra em seu eixo girava quietamente sem um som, e neste mundo, os
corpos dela e o meu continuavam a perder calor pacificamente.
[Não estou no momento, deixe sua mensagem, por favor.]
Naquele dia eu fui ajuntado por Ela.
É por isso que eu sou o gato d’Ela. (SHINKAI, 1999, Seção:
4
Original em inglês: ‘dialogic relationships can permeate inside the utterance, even inside the individual
word, as long as two voices collide with it dialogically’ (BAKHTIN, 1984, p. 184)
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Introdução5
).
A perspectiva temporal marca como o japonês percebe o tempo e o espaço, pois
toda a primavera é marcada por um período chuvoso chamado uki. Os grifos indicam a voz
de Shinkai que transmitem o seu gosto pela ciência, que destoa com o conteúdo da
narração feita por um gato. “O ar ao nosso redor estava saturado”, “[a] terra gira em seu
eixo” demonstram a mobilidade daquele universo, daquele mundo e daquela realidade que
permite o encontro do gato com Ela. A fala entre colchetes assinala a mensagem da
secretária eletrônica comum a todos os telefones residenciais no Japão. Trata-se de uma
voz, sem corpo, mas que permeia todas as casas daquele universo.
Bakhtin esboça em seu estudo de personagem que: "[...] não importa o que a sua
personagem é no mundo, mas, acima de tudo, o que o mundo é para a personagem e o que
ela é para si mesma" (BAKHTIN, 2008, p. 52). Mesmo que a obra tenha como narrador
um gato com conhecimentos limitados, Chobi compreende as dores de sua dona e a luta
diária d’Ela para existir no mundo retratado na obra.
Ela era carinhosa, como uma mãe e bonita, como uma namorada.
É por isso que eu rapidamente fiquei enamorado d’Ela.
Ela mora só e sai para o trabalho todas as manhãs.
Eu não sei dos detalhes do trabalho d’Ela, nem estou interessado. Mas
gosto muito do modo como Ela sai do quarto pela manhã.
O cabelo longo d’Ela, propriamente amarrados, o aroma evanescente de
maquiagem e perfume.
Ela coloca a mão d’Ela sobre minha cabeça e…
[eu vou e volto, ok?]
Assim ela traduz em voz, estica as costas e com um som prazeroso
ecoando de seus sapatos, abre a porta pesada de ferro. (SHINKAI, 1999,
Seção 2: Dias D’Ela).
Chobi a descreve como mulhernamoradamãe. Tal fato se explica uma vez que as
qualidades que o homem japonês busca na mulher japonesa além da beleza física são: ser
maternais e possuir habilidades de cuidar da casa enquanto o marido está ausente
trabalhando. O homem japonês foi visto durante longos anos no período pós-guerra como o
pilar único da casa, que trazia o sustento sozinho, entregando todo o salário à esposa que
administrava a casa e as finanças da família. Este quadro muda com a quebra da bolha
especulativa e o início do período que posteriormente se chamou de “Década Perdida” em
1991 que se estende até 2000 (AOKI, 2012; SANTOS, 2008). O homem japonês passa a
necessitar que a sua esposa de fato compartilhe a responsabilidade financeira da família
saindo para o mercado de trabalho. Esta perda de um status de poder masculino muda a
sociedade e os papeis do homem e da mulher inseridos nela.
Chobi desconhece a profissão da dona e nem tem interesse em saber, mas Chobi a
descreve como um ser feminino, pois mesmo saindo para trabalhar, não é embrutecida pelo
mercado. Enquanto o leitorpúblico escuta a narração de Chobi, apenas lê as falas d’Ela
projetadas na tela. Não se escuta a voz d’Ela, e esta alternância de palavras faladas por
Chobi e as palavras escritas que são as d’Ela, criam um efeito intimista para o público.
Como se o público lesseescutasse intimamente as palavras d’Ela: “Vou e volto, ok?” 6
Essa
alternância de linguagens cria uma fragmentação no fluxo de consciência do narrador. O
uso dessa saudação é clara indicação do relacionamento interfamiliar. Pois, os filhos
saúdam suas mães ao saírem para a escola pela manhã, os maridos saem de suas casas para
irem trabalhar saudando suas esposas, as mães saúdam os que ficam em casa, inclusive os
5
Grifos da autora.
6
Original em japonês: “ittekurukarane” (SHINKAI, 1999).
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seus animais de estimação ao saírem de casa. Trata-se de uma saudação de despedida
temporária com a certeza de que retornarão para as suas casas após cumprirem as suas
atividades fora dela. Esta saudação guarda em si a ideia de ida e de retorno certo. Chobi na
perspectiva de um gato assiste o dia-a-dia d’Ela, e interage com a dona.
E o verão marca outro momento, em que Chobi arranja uma parceira:
O verão chegou e eu também arranjei uma namorada.
Mimi, é a gatinha Mimi. Mimi é pequena e bonitinha, e muito boa em
pedir carinho, mas eu, eu prefiro uma mulher mais adulta como Ela.
[Diga Chobi.]
“O que é, Mimi?
[Casa comigo.]
Diga, Mimi. Já disse inúmeras vezes que eu tenho uma namorada adulta.
[Mentira.]
“Não é ‘mentira.”
[Deixa eu me encontrar com ela.]
“Não pode”.
[Por quê?]
Diga, Mimi. Já te disse inúmeras vezes, mas precisamos ter esse tipo de
conversa depois que você ficar mais adulta ou alguma coisa. Este tipo de
conversa continua infinitamente.
[Por favor, vem brincar comigo de novo.]
[Com certeza?]
[De verdade?]
[De verdade, de verdade?]
Desse modo o meu primeiro verão passa e gradativamente uma brisa mais
fria começa a soprar. (SHINKAI, 1999, Seção 3: Dias dele).
O narrador passa a ter as suas experiências como personagem, interagindo com a
Mimi produzindo uma quebra na narrativa. Se por um lado não há grandes ações, pois a
cena é basicamente um diálogo, por outro lado a cena produz uma dinâmica de interação
onde as linguagens escritas e faladas são intercaladas. Chobi narra e fala, enquanto que as
falas de Mimi, que estão marcadas entre colchetes são todas projetadas na tela, sem que a
mesma as fale. Essa ausência de som e presença de palavras escritas marcam os cortes no
fluxo de consciência de Chobi, através da inserção do fluxo de consciência de Mimi. Esse
relacionamento duplo que Chobi estabelece com a Mimi e com a sua dona, se diferencia
pelo fato de que com a Mimi ele pode assumir responsabilidades e, no entanto, não quer,
pois prefere uma mulher mais adulta como a dona. É importante salientar que o termo
“verdade” que a Mimi utiliza nesse trecho não é “makoto”, ou seja, a verdade plena, ligada
ao espiritual, mas sim o termo “hontou” que significa verdade fatual, amarrada na
realidade.
Os dias com Ela ganham um ar tenso:
Um dia como aquele, depois de um longo, longo telefonema, Ela chorou.
Não compreendi o motivo, mas Ela chorou um longo, longo tempo ao
meu lado.
Acho que não é ela, a culpada.
Eu apenas a assistia sempre. Ela é sempre carinhosa mais do que qualquer
pessoa, Ela é mais bonita que qualquer pessoa, Ela vive mais
sinceramente do que qualquer pessoa.
Posso escutar a voz d’Ela: Por favor, alguém; por favor, alguém; “Alguém
me salve, por favor.” (SHINKAI, 1999, Seção 4: Ela e a Solidão d’Ela.).
Chobi demonstra o seu carinho e companheirismo pela dona. Porém, um gato não
tem responsabilidades de cuidar e de proteger a sua dona, pois não cabe a Chobi esse papel
masculino. Ao contrário, o único personagem masculino que é o ex-parceiro d’Ela que
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provavelmente liga no início da narrativa e que não teve a sua chamada atendida está
ausente. O indivíduo que dispensa a dona de Chobi por telefone após um “longo
telefonema” está ausente. Shinkai parece ser uma figura textual que assume vários papéis,
através de sua ausência como ser humano, e sua presença como gato. Ser um gato implica
em dizer que não lhe cabe responsabilidades tipicamente masculinas de proteger a mulher
amada. Resta a Shinkai apenas lançar um olhar protetor embaçado pelas sombras, onde só
as sombras conseguem se mover, em um mundo que parece oferecer resistência às ações.
Shinkai, um sujeito pós-moderno fragmenta-se em: diretor, roteirista, Chobi, narrador,
personagem, e em uma figura paterna (HALL, 2009). Dessa forma, os fluxos de
consciência do autor, do narrador e dos personagens representam desconstruções de uma
desconstrução textual chamada Shinkai (DERRIDA, 1988).
A câmera mostra o mundo através do olhar da d’Ela no momento em que ela chora
ao desligar o telefone, após ter sido dispensada pelo namorado. As imagens de um mundo
desfocado pela dor causada pelo fim do relacionamento e pelas lágrimas que escorrem em
sua face invadem a tela por um momento. Nesse momento, ela sussurra a primeira fala que
também é projetada como linguagem escrita na tela: “Alguém me salve, [por favor].” 7
Na escuridão que não tem fim, nesse mundo que estamos a bordo
continua a girar.
A estação muda e é agora inverno.
O cenário de neve para mim deve ser o primeiro que eu já vi. Mas, eu
tenho a sensação de que já conheço desde muito tempo atrás.
As manhãs de inverno são tardes e até mesmo quando é tempo d’Ela sair
de casa, ainda está escuro lá fora.
A visão d’Ela enrolada em um casaco muito grosso e pesado parece mais
um grande gato.
Ela, cujo corpo se mistura ao aroma da neve e os dedos finos e gelados
d’Ela; o som de nuvens escuras que são arrastadas no céu, a alma d’Ela,
os meus sentimentos, e o nosso quarto, a neve inala o som de tudo. Mas,
apenas o som do trem que Ela embarca chega aos meus ouvidos eretos.
Eu, e provavelmente Ela também, acho que gostamos desse mundo.
(SHINKAI, 1999, Seção 5: Ela e o gato d’Ela) 8
.
Os grifos acima mostram novamente as palavras de Shinkai acerca do universo no
qual se vive como se estivesse numa nave, num navio ou no trem elétrico onde se embarca
rumo às existências temporárias. O tempo é marcado pelo inverno que muda as
vestimentas da dona de Chobi. Chobi, então, a descreve como se ela fosse um “grande
gato”. Numa sucessão de imagens, a animação mostra um mundo fragmentado onde os
sons são inalados pela neve e onde somente o som que interessa a Chobi chega aos seus
ouvidos. Ela então articula a sua segunda e última fala formando um coro com Chobi:
“Gostamos desse mundo” que é projetado na tela como linguagem escrita.
Ela fala apenas em dois momentos na animação: Quando pede socorro, após a
desilusão amorosa, e sua voz é escutada por Chobi/Shinkai e pelo público; e, no final da
animação quando Chobi e Ela falam juntos “gostamos deste mundo”, e suas vozes são
escutadas pelo público. Na cena final Shinkai parece falar através de ChobiEla uma
mensagem ao público japonês. Ainda que a existência seja solitária, há esperança de se
viver no mundo, que congrega o mundo mediado e fragmentado da animação e invadido
constantemente por um mundo do real que também é mediado. A realidade, o mundo e o
planeta da animação giram, as estações mudam e nada permanece. Assim como as
linguagens acessadas através das imagens, dos sons, das palavras escritas e faladas
7
Original em japonês: “dareka, dareka, tasukete” (SHINKAI, 1999).
8
Grifos da autora.
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deslizam na tela, as significações também deslizam. A realidade textual fragmentada
(des)construída por Shinkai mostra esse homem japonês fragmentado pós-moderno através
da ausência, sem que se dê um tom pessimista. Shinkai é esse homem textual que se
fragmenta, e desliza nos papéis de diretor, de roteirista, de autor, de gato, de narrador, e de
namorado d’Ela. A obra por vezes atravessa os limites do próprio texto ecoando nas
mentes do público. Dessa forma, uma experiência particular de desilusão amorosa acaba
por transcender o personagem, acessando a existência do indivíduo no mundo real. Essa
mensagem é fragmentada e de difícil apreensão ao ponto que não se pode falar em
“verdade” ou em “não verdade”.
Conclusão
A produção aborda uma narrativa menor sobre um drama cotidiano, de uma
experiência individual, que pode ser factível como muitos dramas do cotidiano que o
sujeito pós-moderno experimenta. Shinkai ao lançar uma obra no formato OVA, intenciona
que a animação seja assistida em local privado, dando um tom intimista à obra. Muito dos
leitores assistem os OVAs nas telas de seus computadores, ou até mesmo na tela de seus
celulares, tornando o gênero OVA um gênero que se aproxima muito da experiência de
“leitura” que é um ato “individual”, solitário e intimista. Apesar de o objetivo primeiro da
obra não ser o pragmatismo, ao final temos uma mensagem para os jovens que
experimentam a solidão no mundo urbano, para que estes não pensem em abreviar as suas
próprias vidas, para que continuem a viver.
O autor diretor roteirista Shinkai quando empresta a voz ao personagem Chobi cria
uma imagem textual de si que se faz presente através de sua ausência. Shinkai fragmenta-
se em diferentes vozes: diretor, roteirista, Chobi, narrador, cidadão japonês e ex-namorado.
Os personagens na obra têm a percepção da existência através das mudanças cíclicas
temporais como as estações do ano que são também percebidas no plano espacial, através
das mudanças de cenários. Shinkai acaba por criar uma nova linguagem para retratar a
fragmentação da sociedade.
Através do fluxo de consciência é possível notar os papéis instáveis do japonês
masculinoShinkai Chobi que não mais consegue proteger a mulher de forma tradicional
através de grandes ações, mas que ainda persiste em lançar um olhar protetor no sentido de
tentar suprir as novas demandas sentimentais dessa(s) mulher (es) que vive(m) solitária(s)
em meio ao mercado de trabalho num cenário urbano.
Por fim, a leitura da obra mostra que há quebra das relações hierárquicas entre as
linguagens faladas e escritas, pois a narração de Chobi alterna com as projeções de falas na
tela. A linguagem simples provindas de um gato se mescla com a linguagem de cunho
científico de Shinkai, quebrando o preceito de que a linguagem coloquial e ou a linguagem
científica se contrapõe à linguagem elevada artístico-literária. E, a experiência particular da
dona de um gato acaba por transcender para o nível da existência do indivíduo
fragmentado num cenário urbano pós-moderno. Portanto, novas formas de “leitura” de
“novos” textos que desconstroem as relações hierárquicas implicam em novas abordagens
de estudo que permitem desconstruir as relações entre autor, narrador, personagem e leitor.
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Sandra Mina TAKAKURA, Professora Mestra
Universidade do Estado do Pará (UEPA)
Departamento de Língua e Literatura – DLLT
e-mail: sandramita@hotmail.com