1) O documento discute o conceito de intertextualidade e sua migração nos estudos literários desde sua introdução por Julia Kristeva em 1966.
2) A noção de intertextualidade tornou-se importante para a teoria literária e estudos comparativos ao mostrar como os textos se relacionam e influenciam uns aos outros através de citações, alusões e temas compartilhados.
3) Ao invés de "influências", a intertextualidade enfatiza como elementos de outros textos são apropriados e transformados de forma criativa em novos trabal
O documento discute a intertextualidade como um fenômeno de interação entre textos onde um texto incorpora elementos de outros textos. A intertextualidade ocorre nos níveis semântico, sintático e pragmático e depende da memória intertextual do leitor para compreender as referências. A intertextualidade confere densidade ao texto ao permitir múltiplos sentidos baseados nos textos referenciados de forma implícita ou explícita.
1) O documento discute conceitos de relações transtextuais como intertextualidade e paratextualidade. 2) A intertextualidade refere-se à presença efetiva de um texto em outro através de citações e referências. 3) O paratexto inclui elementos como títulos, prefácios e notas que estabelecem uma relação entre o texto literário e seu contexto.
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTECRFROEHLICH
O documento discute os conceitos de relações transtextuais e intertextualidade. Apresenta as cinco tipos de relações transtextuais segundo Genette: intertextualidade, paratextualidade, metatextualidade, hipertextualidade e arquitextualidade. Explana sobre a intertextualidade e paratextualidade, destacando autores como Bakhtin, Kristeva e Genette.
Relações transtextuais, segundo entendimento de Gérard GenetteCRFROEHLICH
1) O documento discute as relações transtextuais e como um texto literário se relaciona e é influenciado por outros textos.
2) A intertextualidade é definida como a presença efetiva de um texto em outro e a paratextualidade como a relação entre um texto e elementos como títulos e prefácios.
3) Elementos como epígrafes, títulos e paratextos fornecem informações importantes aos leitores e influenciam a recepção e interpretação da obra.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
Este artigo discute o conceito de intertextualidade e dialogismo, definindo-os como referências entre textos onde um autor constrói sua obra com referências a outras obras e autores. A intertextualidade surgiu nos estudos de Bakhtin e Kristeva e pode ocorrer por citação, alusão ou estilização entre diferentes mídias como literatura, artes plásticas e cinema. Exemplos de Rabelais e Cervantes ilustram como incorporaram elementos de outros textos em seus próprios trabalhos de forma dialógica.
O documento discute as teorias de Bakhtin sobre interdiscursividade e intertextualidade. Resume que a interdiscursividade ocorre quando há relações dialógicas entre enunciados, enquanto a intertextualidade é um tipo particular de interdiscursividade que envolve duas materialidades textuais distintas dentro de um texto. Também diferencia texto de enunciado e explica como Bakhtin via a linguagem de forma dialógica.
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiática e literária. Primeiro, apresenta definições de intertextualidade e interdiscursividade segundo autores como Charaudeau, Reyes e Fiorin. Segundo, fornece exemplos de intertextualidade explícita e implícita em textos literários e jornalísticos. Terceiro, analisa a presença de intertextualidade e interdiscursividade em charges e canções.
O documento discute a intertextualidade como um fenômeno de interação entre textos onde um texto incorpora elementos de outros textos. A intertextualidade ocorre nos níveis semântico, sintático e pragmático e depende da memória intertextual do leitor para compreender as referências. A intertextualidade confere densidade ao texto ao permitir múltiplos sentidos baseados nos textos referenciados de forma implícita ou explícita.
1) O documento discute conceitos de relações transtextuais como intertextualidade e paratextualidade. 2) A intertextualidade refere-se à presença efetiva de um texto em outro através de citações e referências. 3) O paratexto inclui elementos como títulos, prefácios e notas que estabelecem uma relação entre o texto literário e seu contexto.
RELAÇÕES TRANSTEXTUAIS, SEGUNDO ENTENDIMENTO DE GÉRARD GENETTECRFROEHLICH
O documento discute os conceitos de relações transtextuais e intertextualidade. Apresenta as cinco tipos de relações transtextuais segundo Genette: intertextualidade, paratextualidade, metatextualidade, hipertextualidade e arquitextualidade. Explana sobre a intertextualidade e paratextualidade, destacando autores como Bakhtin, Kristeva e Genette.
Relações transtextuais, segundo entendimento de Gérard GenetteCRFROEHLICH
1) O documento discute as relações transtextuais e como um texto literário se relaciona e é influenciado por outros textos.
2) A intertextualidade é definida como a presença efetiva de um texto em outro e a paratextualidade como a relação entre um texto e elementos como títulos e prefácios.
3) Elementos como epígrafes, títulos e paratextos fornecem informações importantes aos leitores e influenciam a recepção e interpretação da obra.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
Este artigo discute o conceito de intertextualidade e dialogismo, definindo-os como referências entre textos onde um autor constrói sua obra com referências a outras obras e autores. A intertextualidade surgiu nos estudos de Bakhtin e Kristeva e pode ocorrer por citação, alusão ou estilização entre diferentes mídias como literatura, artes plásticas e cinema. Exemplos de Rabelais e Cervantes ilustram como incorporaram elementos de outros textos em seus próprios trabalhos de forma dialógica.
O documento discute as teorias de Bakhtin sobre interdiscursividade e intertextualidade. Resume que a interdiscursividade ocorre quando há relações dialógicas entre enunciados, enquanto a intertextualidade é um tipo particular de interdiscursividade que envolve duas materialidades textuais distintas dentro de um texto. Também diferencia texto de enunciado e explica como Bakhtin via a linguagem de forma dialógica.
Intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiáticas e literáriasEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade e interdiscursividade nas linguagens midiática e literária. Primeiro, apresenta definições de intertextualidade e interdiscursividade segundo autores como Charaudeau, Reyes e Fiorin. Segundo, fornece exemplos de intertextualidade explícita e implícita em textos literários e jornalísticos. Terceiro, analisa a presença de intertextualidade e interdiscursividade em charges e canções.
1) O documento discute o texto de Bakhtin "Para uma filosofia do ato", escrito entre 1920-1924 e publicado postumamente na Rússia em 1986.
2) O texto de Bakhtin é fundamentalmente filosófico e dialoga com diversos filósofos como Kant, enquanto busca estabelecer uma filosofia moral.
3) A especificidade do texto de Bakhtin está em seu profundo trabalho com a língua russa, realizando análises etimológicas que dão vocabulário próprio à sua
1) A intertextualidade foi conceituada por vários teóricos ao longo do tempo, começando por Bakthin que a definiu como a produção cultural baseada na linguagem e o caráter dialógico do discurso. Kristeva cunhou o termo e definiu texto como um "mosaico de citações".
2) Genette ampliou o conceito para "transtextualidade", definindo cinco categorias de relação entre textos. Alba Olmi destacou a absorção de textos estranhos na tessitura de novas obras.
O documento discute os conceitos de intertextualidade, interdiscursividade e paródia segundo Bakhtin. A linguagem é dialógica e os textos sempre refletem uns aos outros de forma explícita ou implícita. A paródia é um tipo de intertextualidade que critica ou distorce outros textos. A interdiscursividade é o diálogo entre discursos, onde um responde ou refere-se a outro, mostrando os elementos da situação de produção.
Este documento apresenta um resumo de três frases ou menos do documento fornecido:
O documento discute a diferença entre intertextualidade e interdiscursividade segundo Bakhtin e outros autores. Intertextualidade refere-se à incorporação de um texto em outro, enquanto interdiscursividade se refere à interação com um discurso ou memória discursiva que constitui o contexto da atividade linguística. A obra de Bakhtin mostra que o dialogismo, ou relação entre enunciados, é a forma de funcionamento real da linguagem.
a literatura como precursora dos novos "modos de escrever e de ler"AFMO35
O documento discute como a literatura antecipou as novas formas de ler e escrever resultantes da cultura digital. Obra como Ulisses, de James Joyce, e Avalovara, de Osman Lins, exemplificam como a literatura antecipou estruturas como o hipertexto e formas não lineares de narrativa. A literatura está um passo à frente das inovações tecnológicas e continua se reinventando.
Este documento resume o livro "A idéia de cultura" de Terry Eagleton. O autor analisa como o conceito de cultura evoluiu ao longo da história e como é entendido atualmente. Eagleton discute as tensões entre cultura e natureza, e como a cultura está em crise na era pós-moderna devido a fatores como especialização e conflitos culturais globais. Ele argumenta que a cultura precisa manter sua capacidade crítica para sobreviver.
Os gêneros e a ciência dialógica do texto iiAFMO35
O documento discute a noção de textualidade na teoria de Bakhtin, onde os textos são vistos como combinações de gêneros discursivos. Segundo Bakhtin, os gêneros primários se fundem nos secundários e perdem sua relação imediata com a realidade, enquanto os textos são atos humanos produzidos a partir da linguagem e cultura. A noção de textualidade está ligada aos gêneros discursivos que determinam as formas dos enunciados concretos.
O documento discute a teoria literária de Terence Eagleton, apresentada em seu livro Teoria da Literatura: Uma Introdução. Eagleton traça a história do estudo literário desde os românticos até os pós-modernos, discutindo abordagens como formalismo, fenomenologia e hermenêutica. Ele argumenta que a literatura é uma ideologia relacionada a questões de poder social e visão ideológica, e valoriza abordagens marxistas da crítica literária.
O documento discute a representação literária do sujeito subalternizado na poesia e no conto brasileiro do século XX. Aborda inicialmente a posição do sujeito subalternizado na estrutura de poder social brasileira e como isso é refletido na literatura. Também discute os conceitos de subalterno e mímesis, e como esses conceitos são tratados nos Estudos Subalternos e na literatura brasileira.
O documento discute a teoria literária do crítico inglês Terence Francis Eagleton. Seu livro mais conhecido, Teoria da Literatura: Uma Introdução, traça a história do estudo de texto desde os românticos até os pós-modernos, tentando tornar a teoria literária compreensível ao maior número possível de leitores. O documento também apresenta brevemente as ideias dos formalistas russos e como a fenomenologia influenciou a crítica literária, visando uma leitura das obras imune a qualquer coisa fora delas.
O documento descreve o método filosófico de Bakhtin, que envolve estudar fenômenos a partir de múltiplas perspectivas para sintetizá-las em novas concepções que abarquem todos os aspectos. Isso envolve partir da indução e da dedução, bem como revisar concepções à luz de novos entendimentos dos fenômenos.
O documento discute a intertextualidade como estratégia criativa em textos publicitários. Apresenta o conceito de dialogismo de Bakhtin e como ele está relacionado à intertextualidade e polifonia. Explora como a intertextualidade ocorre em anúncios publicitários por meio de citação, alusão, estilização e paródia.
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefaniaEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade na publicidade veiculada em outdoors. Apresenta conceitos de intertextualidade e seus tipos, como explícita e implícita. Também aborda o détournement e como a memória coletiva é importante para a construção de sentido na intertextualidade implícita. Por fim, define outdoor como suporte do gênero publicidade.
Este documento analisa a representação do escritor como intelectual em dois romances: A correspondência de Fradique Mendes de Eça de Queiróz e Nação Crioula de José Eduardo Agualusa. Ambos usam o personagem Fradique Mendes para construir projetos intelectuais diferentes para o escritor. No primeiro, Fradique endossa o discurso imperialista português da época. No segundo, escrito quase 100 anos depois, Fradique é reescrito para deslocar o ethos do escritor e produzir um novo modelo de su
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividadeA vida
O documento discute conceitos-chave relacionados a texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade. Em três frases, resume:
1) Texto é uma ocorrência linguística dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal, sempre situada historicamente.
2) Intertextualidade refere-se aos modos como a produção e recepção de um texto dependem do conhecimento de outros textos com os quais se relaciona.
3) Interdiscursividade é a relação entre discursos manifestada através
Rojas; irina agostário-a poesia entre o poema e o videoAcervo_DAC
O documento apresenta um resumo sobre a elaboração de um vídeo baseado em um poema de autoria própria. Discute a tradução da poesia literária para o formato audiovisual, descrevendo os processos de transcrição do texto para imagem e som, e apresentando o produto final do vídeo.
Vigotski e a perspectiva enunciativa da relação entre linguagem, cognição e m...Ernane Oliveira
Este documento discute a perspectiva de Vigotski sobre a relação entre linguagem, cognição e mundo social. A autora argumenta que Vigotski via a linguagem como constitutiva da cognição, em oposição à visão tradicional de que a linguagem é apenas um instrumento da cognição. Além disso, a autora busca conectar as ideias de Vigotski com teorias enunciativas e com autores como Humboldt e Bakhtin.
Este artigo traça um estudo sobre a poética de Sérgio Sant ́Anna, escritor brasileiro, sob a ótica da poética do recorte e do hibridismo. Assim investigaremos no interior da narrativa o cruzamento de dois discursos dentro do mesmo enunciado: O discurso da Teoria literária, que será confrontado com o Discurso Ficcional, para isso será analisado a obra Simulacros, onde será verificado se no texto ocorre esse cruzamento discursivo, para com isso estabelecermos se este cruzamento poderá se entendido como uma das marcas da poética de Sergio Sant ́Anna.
Este documento discute se a intertextualidade faz parte da função metalinguística. Alguns argumentam que sim, pois a intertextualidade envolve referências a outros textos e isso seria uma forma de metalinguagem. Porém, outros apontam que a intertextualidade não necessariamente foca no código linguístico, enquanto a metalinguagem sim, portanto não devem ser confundidas. Permanece em aberto se há critérios precisos para definir os limites entre esses conceitos.
1) O documento discute as principais direções da pesquisa ocidental contemporânea na área da tradução e literatura comparada, segundo o ensaio de Sandra Bermann.
2) Bermann aponta que a tradução tem o potencial de transformar e inovar ao prolongar a vida de textos literários e culturais em escala global.
3) Ela defende que a literatura comparada deve ser influenciada pela perspectiva da tradução, lendo textos como se traduz, com atenção aos níveis textuais e contexto cultural.
Intertextualidade em Monte Castelo: como os sentidos são construídos na compo...Mayara Vellardi
Este artigo analisa como a intertextualidade é utilizada na letra da música "Monte Castelo" de Renato Russo para construir sentidos. A canção traz referências à Carta aos Coríntios e ao soneto de Camões para falar sobre o amor, uma paixão humana que persiste através dos séculos. O estudo explora como figuras de linguagem como metáforas e personificações também contribuem para a mensagem da música.
Este documento discute como Roland Barthes abordou a leitura de imagens em seus livros Mitologias e A Câmara Clara. Barthes via o mito como uma forma de discurso que mascara ideologias e dá um novo significado secundário aos signos. Seu conceito de studium em fotografias sugere que imagens podem ser lidas de forma crítica usando operadores como mito e punctum.
1) O documento discute o texto de Bakhtin "Para uma filosofia do ato", escrito entre 1920-1924 e publicado postumamente na Rússia em 1986.
2) O texto de Bakhtin é fundamentalmente filosófico e dialoga com diversos filósofos como Kant, enquanto busca estabelecer uma filosofia moral.
3) A especificidade do texto de Bakhtin está em seu profundo trabalho com a língua russa, realizando análises etimológicas que dão vocabulário próprio à sua
1) A intertextualidade foi conceituada por vários teóricos ao longo do tempo, começando por Bakthin que a definiu como a produção cultural baseada na linguagem e o caráter dialógico do discurso. Kristeva cunhou o termo e definiu texto como um "mosaico de citações".
2) Genette ampliou o conceito para "transtextualidade", definindo cinco categorias de relação entre textos. Alba Olmi destacou a absorção de textos estranhos na tessitura de novas obras.
O documento discute os conceitos de intertextualidade, interdiscursividade e paródia segundo Bakhtin. A linguagem é dialógica e os textos sempre refletem uns aos outros de forma explícita ou implícita. A paródia é um tipo de intertextualidade que critica ou distorce outros textos. A interdiscursividade é o diálogo entre discursos, onde um responde ou refere-se a outro, mostrando os elementos da situação de produção.
Este documento apresenta um resumo de três frases ou menos do documento fornecido:
O documento discute a diferença entre intertextualidade e interdiscursividade segundo Bakhtin e outros autores. Intertextualidade refere-se à incorporação de um texto em outro, enquanto interdiscursividade se refere à interação com um discurso ou memória discursiva que constitui o contexto da atividade linguística. A obra de Bakhtin mostra que o dialogismo, ou relação entre enunciados, é a forma de funcionamento real da linguagem.
a literatura como precursora dos novos "modos de escrever e de ler"AFMO35
O documento discute como a literatura antecipou as novas formas de ler e escrever resultantes da cultura digital. Obra como Ulisses, de James Joyce, e Avalovara, de Osman Lins, exemplificam como a literatura antecipou estruturas como o hipertexto e formas não lineares de narrativa. A literatura está um passo à frente das inovações tecnológicas e continua se reinventando.
Este documento resume o livro "A idéia de cultura" de Terry Eagleton. O autor analisa como o conceito de cultura evoluiu ao longo da história e como é entendido atualmente. Eagleton discute as tensões entre cultura e natureza, e como a cultura está em crise na era pós-moderna devido a fatores como especialização e conflitos culturais globais. Ele argumenta que a cultura precisa manter sua capacidade crítica para sobreviver.
Os gêneros e a ciência dialógica do texto iiAFMO35
O documento discute a noção de textualidade na teoria de Bakhtin, onde os textos são vistos como combinações de gêneros discursivos. Segundo Bakhtin, os gêneros primários se fundem nos secundários e perdem sua relação imediata com a realidade, enquanto os textos são atos humanos produzidos a partir da linguagem e cultura. A noção de textualidade está ligada aos gêneros discursivos que determinam as formas dos enunciados concretos.
O documento discute a teoria literária de Terence Eagleton, apresentada em seu livro Teoria da Literatura: Uma Introdução. Eagleton traça a história do estudo literário desde os românticos até os pós-modernos, discutindo abordagens como formalismo, fenomenologia e hermenêutica. Ele argumenta que a literatura é uma ideologia relacionada a questões de poder social e visão ideológica, e valoriza abordagens marxistas da crítica literária.
O documento discute a representação literária do sujeito subalternizado na poesia e no conto brasileiro do século XX. Aborda inicialmente a posição do sujeito subalternizado na estrutura de poder social brasileira e como isso é refletido na literatura. Também discute os conceitos de subalterno e mímesis, e como esses conceitos são tratados nos Estudos Subalternos e na literatura brasileira.
O documento discute a teoria literária do crítico inglês Terence Francis Eagleton. Seu livro mais conhecido, Teoria da Literatura: Uma Introdução, traça a história do estudo de texto desde os românticos até os pós-modernos, tentando tornar a teoria literária compreensível ao maior número possível de leitores. O documento também apresenta brevemente as ideias dos formalistas russos e como a fenomenologia influenciou a crítica literária, visando uma leitura das obras imune a qualquer coisa fora delas.
O documento descreve o método filosófico de Bakhtin, que envolve estudar fenômenos a partir de múltiplas perspectivas para sintetizá-las em novas concepções que abarquem todos os aspectos. Isso envolve partir da indução e da dedução, bem como revisar concepções à luz de novos entendimentos dos fenômenos.
O documento discute a intertextualidade como estratégia criativa em textos publicitários. Apresenta o conceito de dialogismo de Bakhtin e como ele está relacionado à intertextualidade e polifonia. Explora como a intertextualidade ocorre em anúncios publicitários por meio de citação, alusão, estilização e paródia.
Intertextualidade a construcao_de_sentido_na_stefaniaEdilson A. Souza
Este documento discute a intertextualidade na publicidade veiculada em outdoors. Apresenta conceitos de intertextualidade e seus tipos, como explícita e implícita. Também aborda o détournement e como a memória coletiva é importante para a construção de sentido na intertextualidade implícita. Por fim, define outdoor como suporte do gênero publicidade.
Este documento analisa a representação do escritor como intelectual em dois romances: A correspondência de Fradique Mendes de Eça de Queiróz e Nação Crioula de José Eduardo Agualusa. Ambos usam o personagem Fradique Mendes para construir projetos intelectuais diferentes para o escritor. No primeiro, Fradique endossa o discurso imperialista português da época. No segundo, escrito quase 100 anos depois, Fradique é reescrito para deslocar o ethos do escritor e produzir um novo modelo de su
Texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividadeA vida
O documento discute conceitos-chave relacionados a texto, discurso, intertextualidade e interdiscursividade. Em três frases, resume:
1) Texto é uma ocorrência linguística dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal, sempre situada historicamente.
2) Intertextualidade refere-se aos modos como a produção e recepção de um texto dependem do conhecimento de outros textos com os quais se relaciona.
3) Interdiscursividade é a relação entre discursos manifestada através
Rojas; irina agostário-a poesia entre o poema e o videoAcervo_DAC
O documento apresenta um resumo sobre a elaboração de um vídeo baseado em um poema de autoria própria. Discute a tradução da poesia literária para o formato audiovisual, descrevendo os processos de transcrição do texto para imagem e som, e apresentando o produto final do vídeo.
Vigotski e a perspectiva enunciativa da relação entre linguagem, cognição e m...Ernane Oliveira
Este documento discute a perspectiva de Vigotski sobre a relação entre linguagem, cognição e mundo social. A autora argumenta que Vigotski via a linguagem como constitutiva da cognição, em oposição à visão tradicional de que a linguagem é apenas um instrumento da cognição. Além disso, a autora busca conectar as ideias de Vigotski com teorias enunciativas e com autores como Humboldt e Bakhtin.
Este artigo traça um estudo sobre a poética de Sérgio Sant ́Anna, escritor brasileiro, sob a ótica da poética do recorte e do hibridismo. Assim investigaremos no interior da narrativa o cruzamento de dois discursos dentro do mesmo enunciado: O discurso da Teoria literária, que será confrontado com o Discurso Ficcional, para isso será analisado a obra Simulacros, onde será verificado se no texto ocorre esse cruzamento discursivo, para com isso estabelecermos se este cruzamento poderá se entendido como uma das marcas da poética de Sergio Sant ́Anna.
Este documento discute se a intertextualidade faz parte da função metalinguística. Alguns argumentam que sim, pois a intertextualidade envolve referências a outros textos e isso seria uma forma de metalinguagem. Porém, outros apontam que a intertextualidade não necessariamente foca no código linguístico, enquanto a metalinguagem sim, portanto não devem ser confundidas. Permanece em aberto se há critérios precisos para definir os limites entre esses conceitos.
1) O documento discute as principais direções da pesquisa ocidental contemporânea na área da tradução e literatura comparada, segundo o ensaio de Sandra Bermann.
2) Bermann aponta que a tradução tem o potencial de transformar e inovar ao prolongar a vida de textos literários e culturais em escala global.
3) Ela defende que a literatura comparada deve ser influenciada pela perspectiva da tradução, lendo textos como se traduz, com atenção aos níveis textuais e contexto cultural.
Intertextualidade em Monte Castelo: como os sentidos são construídos na compo...Mayara Vellardi
Este artigo analisa como a intertextualidade é utilizada na letra da música "Monte Castelo" de Renato Russo para construir sentidos. A canção traz referências à Carta aos Coríntios e ao soneto de Camões para falar sobre o amor, uma paixão humana que persiste através dos séculos. O estudo explora como figuras de linguagem como metáforas e personificações também contribuem para a mensagem da música.
Este documento discute como Roland Barthes abordou a leitura de imagens em seus livros Mitologias e A Câmara Clara. Barthes via o mito como uma forma de discurso que mascara ideologias e dá um novo significado secundário aos signos. Seu conceito de studium em fotografias sugere que imagens podem ser lidas de forma crítica usando operadores como mito e punctum.
O documento discute o ensaio "Da Obra ao Texto", de Roland Barthes. Barthes defende que a obra literária não deve ser vista como uma criação individual do autor, mas como um texto plural resultante do diálogo entre a obra, o leitor e o contexto social. A obra é estática nas prateleiras, mas o texto está em constante construção a cada nova leitura e debate, transcendendo distinções literárias.
1. A literatura é a arte da palavra e faz da palavra seu principal objeto, concedendo-lhe outras possibilidades além de seu significado usual.
2. A literatura existe para preencher os vazios que a realidade não consegue perceber.
3. Os três gêneros literários clássicos são o lírico, o épico e o dramático.
1) O documento discute a leitura e escrita no ambiente digital, especificamente textos escritos por leitores baseados em obras literárias que leram.
2) Estes textos demonstram como novos gêneros surgem no ambiente virtual e como leitores ganham autonomia ao criar suas próprias perspectivas.
3) Ao escreverem estas histórias, os leitores preenchem espaços vazios deixados pelas obras originais, realizando as possibilidades interpretativas do leitor.
O documento discute o conceito de intertextualidade e seus diferentes tipos. Explica que a intertextualidade ocorre quando um texto faz referência ou absorve outro texto de forma consciente ou não. Detalha os principais tipos de intertextualidade: citação, alusão, paráfrase e paródia. Conclui afirmando que reconhecer a intertextualidade demonstra conhecimento cultural e como o senso comum influencia nossa leitura do mundo.
Intertextualidade e polifonia cap 5 parte 1_apresentar_kochmarimidlej
O documento discute os conceitos de intertextualidade e polifonia. A intertextualidade refere-se às relações entre um texto e outros textos, enquanto a polifonia refere-se às múltiplas vozes e perspectivas representadas em um texto. Embora a intertextualidade implique polifonia, a polifonia pode ocorrer sem a presença explícita de outros textos. Ambos conceitos são importantes para entender como os sentidos são construídos nos textos.
Seminário marxismo e filosofia da linguagemdeismachadoo
Mikhail Bakhtin nasceu na Rússia no século XIX e se formou em História e Filosofia. Publicou diversos trabalhos sobre linguística, marxismo e crítica literária. Defendeu que a linguagem é dinâmica e depende do contexto social e histórico, criticando abordagens estruturalistas.
1. O documento apresenta um resumo do pensamento de Bakhtin e discute alguns de seus principais conceitos, como o diálogo e a heterogeneidade da linguagem.
2. A autora analisa a obra de Bakhtin por meio de quatro períodos: fenomenológico, sociológico, linguístico e histórico-literário. Ela destaca a ênfase de Bakhtin na intersubjetividade e no caráter social e ideológico da linguagem.
3. Dois temas centrais discutidos são a constit
O documento discute a Nova Crítica e o Formalismo Russo como escolas críticas surgido no século XX. A Nova Crítica surgiu nos EUA na década de 1940 e enfatizava a autonomia da obra de arte em relação ao autor e contexto histórico. Ela defendia uma leitura detalhada do texto para revelar seus múltiplos significados.
Breve reflexão sobre o fenômeno da intertextualidade - nº 43 espéculo (ucm),...Edilson A. Souza
O documento discute os conceitos de intertextualidade, polifonia e citação de vozes. Apresenta as visões de Bakhtin e Ducrot sobre polifonia, onde várias vozes coexistem em um texto. Também explica as formas de citação de vozes segundo a gramática normativa: discurso direto, indireto e indireto livre.
O documento descreve a vida e obra do filósofo Mikhail Bakhtin, incluindo seu nascimento em 1895 na Rússia, seus estudos em história e filosofia e seu trabalho como professor. O texto também resume suas principais publicações e ideias sobre linguística, discurso e diálogo.
1) O documento discute o conceito de enunciado em Michel Foucault, comparando-o com a noção de enunciado na Análise do Discurso.
2) Na Análise do Discurso, o enunciado está ligado à estrutura linguística e às condições históricas e políticas, enquanto para Foucault o enunciado é plenamente histórico e está sempre em correlação com outros enunciados.
3) O documento analisa como Foucault via o enunciado como ferrament
O documento discute os conceitos-chave da análise de discurso, incluindo: (1) A análise de discurso examina como a linguagem é usada em contextos sociais e históricos; (2) Teóricos como Bakhtin, Saussure e Foucault influenciaram o desenvolvimento da análise de discurso ao entender a linguagem como um ato social e discursivo; (3) A escola francesa da análise de discurso procura entender como os discursos são produzidos e circulam na sociedade
O documento discute o que é um artigo científico e fornece diretrizes para sua elaboração. Ele explica que um artigo científico comunica os resultados de pesquisas acadêmicas e deve incluir resumo, introdução, desenvolvimento, considerações finais e referências. O documento também fornece exemplos de como estruturar cada uma dessas seções.
O documento discute a dificuldade de compreensão do texto bíblico devido à sua natureza intertextual e à variedade de gêneros literários presentes. Aponta que o conceito de intertextualidade é fundamental para entender como cada parte da Bíblia só faz sentido em relação aos demais textos, já que é constituída por diversos gêneros literários ao longo do Antigo e Novo Testamento. Argumenta que uma leitura que considere a intertextualidade é essencial para uma compreensão adequada do texto bíblico.
O documento resume o primeiro capítulo do livro "Teoria da Literatura: uma introdução" de Terry Eagleton. O capítulo traça a história do estudo da literatura desde os séculos XVII até os pós-modernos, discutindo o cânone literário e o que define uma obra como literatura. Eagleton apresenta as principais correntes teóricas como os formalistas russos e como a definição de literatura depende da forma como o leitor lê o texto.
O documento resume o primeiro capítulo do livro "Teoria da Literatura: uma introdução" de Terry Eagleton. Nele, Eagleton traça a história do estudo da literatura desde os séculos XVII até as teorias pós-modernas, discutindo questões como o cânone literário e o que define uma obra como literatura. Ele apresenta os conceitos dos formalistas russos e como estes foram modificados pelo stalinismo e posteriormente pelo estruturalismo e pós-estruturalismo.
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Slideshare Lição 10, Central Gospel, A Batalha Do Armagedom, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Slides Lição 11, Central Gospel, Os Mortos Em CRISTO, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
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Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
1. E
Intertextualidade: a migração
de um conceito
TANIA FRANCO CARVALHAL
scribir es un intento inútil de olvidar
lo que está escrito.
Ricardo Piglia
I
Nos comentários críticos que precedem e fundamentam a leitura de
Sarrasine, de Balzac, em S/Z (1971), Roland Barthes observa: le texte unique
vaut pour tous les textes de la littérature non en ce qu’il les représente (les abstrail et les
égalise), mais en ce que la littérature elle-même n’est jamais qu’un seul texte (BARTHES,
1971: 18-19).
O crítico francês alude, nesta passagem, a uma noção essencial ao
comparativismo literário e à reflexão teórica sobre a literatura: a idéia de
comunidade textual.
A crença de que há nos textos literários elementos comuns que identifi-
cam sua natureza, sem que isso os uniformize, é que ampara a atuação não
só da teoria literária como da literatura comparada quando ambas visam à
abstração de conceitos a partir da análise textual, orientando-se para aspec-
tos supra-individuais das obras. Assumem, no caso, como finalidade última,
a aproximação global da literatura, na qual cabe dar conta da complexidade
de relações interliterárias e de como, por força desses processos, se estabele-
ce a tradição.
2. 126 VIA ATLÂNTICA Nº 9 JUN/2006
Esse procedimento, que afirma a vinculação da literatura comparada com
a teoria literária, recupera para os estudos comparativistas a noção de
Weltliteratur em novas bases, sem as marcas da inclinação cosmopolita de
inícios do século XIX ou da visão utópica de Goethe, quando empregou e
difundiu o termo, em 1827. Na perspectiva goethiana, a noção de “literatura
mundial” pressupunha a existência de nações com identidade própria e com
comunicação no plano literário. A construção lógica do conceito remete à
sua origem eurocêntrica, pois deve seu surgimento à pulverização progressi-
va da língua latina como código universal, que durante séculos constituiu
um meio de produção e de comunicação literária na Europa (NAUMANN,
1991). Foi com certeza o aparecimento de várias formas de expressão literá-
ria em latim vulgar, transmutado em línguas vulgares, que depois configura-
ram as diversas literaturas nacionais, o motivo provocador da reflexão sobre
relações recíprocas e liames entre elas e além delas. Hoje, sua utópica com-
preensão do fenômeno há que ser necessariamente revista, a partir de uma
concepção de uma perspectiva “planetária”, na qual tem insistido René
Etiemble (ETIEMBLE, 1974 [1975], 1982 e 1988).
Mas se Goethe ambicionou a criação de uma literatura mundial para a
qual todos os escritores colaborariam, a concepção da literatura como uma
totalidade, dinâmica e interativa, perpassa a obra de muitos escritores mo-
dernos. Na de Jorge Luís Borges, por exemplo, essa idéia configura-se como
uma biblioteca interminável que, ao ser percorrida por um eterno viajante
em qualquer direção, comprovaria, no final dos séculos, que os mesmos vo-
lumes se repetem em igual desordem.
Na noção do literário como globalidade estão presentes a de “comunida-
de” e a de “continuidade”, sendo esta entendida como um processo que
alterna memória e esquecimento. Vigora também aí, de forma subjacente, a
perda do conceito de propriedade privada, pois nesse grande conjunto tudo
se torna propriedade de todos, patrimônio comum a que os escritores recor-
rem consciente ou inconscientemente. A tradição se faz por um efeito de
memória. Ou como diz Ricardo Piglia: “Para um escritor a memória é a tra-
dição. Uma memória impessoal, feita de citações, na qual se falam todas as
línguas. Os fragmentos e os tons de outras escrituras voltam como recorda-
ções pessoais. Com mais nitidez, às vezes, que nas recordações vividas”
(PIGLIA, 1990).
3. 127INTERTEXTUALIDADE: A MIGRAÇÃO DE UM CONCEITO
II
É nesse contexto que a noção de intertextualidade se torna muito impor-
tante. Sendo um dos princípios básicos da teoria textual, é útil ao comparatista
no estudo das relações literárias. Assim, o termo migrou nos estudos literári-
os desde seu emprego por Julia Kristeva, em 1966, para caracterizar a produ-
tividade textual a partir do conceito de dialogismo de M. Bakhtine. No en-
saio “Le mot, le dialogue et le roman”, a intertextualidade, cunhada e difun-
dida por Kristeva, é explicada como uma propriedade do texto literário, que
“se constrói como um mosaico de citações, como absorção e transformação
de outro texto”. Para ela, “em lugar da noção de intersubjetividade se instala
a de intertextualidade e a linguagem poética se lê, ao menos, como dupla”. A
teoria do texto se fundamenta logo em três grandes premissas: a primeira,
“que a linguagem poética é a única infinitude do código”, depois, que o texto
literário é duplo: “escrita/leitura” e, finalmente, que o texto literário é “um
feixe de conexões”. Isto posto, temos o texto como “diálogo de várias escri-
turas”, e o que era antes entendido numa relação individual (intersubjetiva)
passa a ser coletivizado, ou seja, as relações são estabelecidas no conjunto
dos textos. Desse modo, o texto ressalta sua natureza heterotextual, sendo
penetrado de alteridade, constituído de outras palavras além das próprias.
Por isso, mais tarde, Michel Riffaterre, em La Production du Texte (1979), fala-
rá de “indireção semântica”, isto é, a obra não significa apenas o que diz. Ela
absorve os significados dos textos com os quais dialoga num sentido amplo
do termo: o diálogo é aqui estabelecido entre três linguagens, a do escritor, a
do destinatário (que pode estar fora ou implícito na obra) e a do contexto
cultural, atual ou anterior.
Desse modo, a palavra, que é “dupla”, pertence ao texto em questão e a
outros, precedentes e diferentes, pertencendo também ao sujeito da escrita e
ao destinatário.
Não por acaso Roland Barthes, ainda em S/Z, escreveria que “este eu (moi)
que se aproxima do texto é já em si mesmo uma pluralidade de outros textos,
de códigos infinitos, ou mais exatamente perdidos (cuja origem se perde)”
(BARTHES, 1971: 16).
A instrumentalização do conceito teórico foi rápida. Foi tal sua difusão
nos anos 1970 que Marc Angenot observou, com razão, que seria possível
4. 128 VIA ATLÂNTICA Nº 9 JUN/2006
ilustrar a própria noção de intertextualidade com a migração do termo
“intertexto” e de seu campo nocional (ANGENOT, 1984).
A idéia varia segundo os contextos teóricos: por vezes integra a poética gené-
tica, outras, a estética da recepção; em alguns autores ela ocupa uma posição
central; em outros, é termo ocasionalmente empregado. O fato é que a noção fez
“fortuna crítica”, não surpreendendo, pois, que se transladasse ao domínio
comparatista, fortalecendo a solidariedade existente entre as formas de investi-
gação do literário. Desde o número 27 da revista Poétique, “Intertextualités”, diri-
gido por Laurent Jenny, várias publicações são dedicadas ao tema.
A intertextualidade, como propriedade descrita, passou a significar um
procedimento indispensável à investigação das relações entre os diversos
textos. Tornou-se chave para a leitura e um modo de problematizá-la. Como
sinônimo das relações que um texto mantém com um corpus textual pré ou
coexistente, a intertextualidade passou a orientar a interpretação, que não
pode mais desconhecer os desdobramentos de significados e vai entrelaçá-
los como a própria origem etimológica da palavra esclarece: texere, isto é,
tecer, tramar. Daí “intertexto”, que significa “tecer no, misturar tecendo” e,
de forma figurada, entrelaçar, reunir, combinar (RUPRECHT, 1984).
O texto permite a leitura de intertextos, ou seja, do “conjunto de textos que se
pode aproximar daquele que temos sob os olhos, o conjunto de textos que en-
contramos na memória de uma dada passagem”, como definiu Riffaterre (1979).1
É, portanto, na trama do que se perde e do que se recupera, na alternância
de esquecimento e memória do que se lê que se organiza a continuidade
literária, tal como ela se manifesta em cada texto. A intertextualidade, ao
operacionalizar-se, possibilita que se recomponham os fios internos dessa
vasta continuidade em seus prolongamentos e rupturas. Mas se a
intertextualidade como propriedade textual é seletiva, pois a absorção de
elementos alheios responde a uma necessidade particular, o procedimento
nos leva a pensar na constituição de uma “tradição” não-ilimitada, como
1
Sobre “intertextualidade” há uma vasta bibliografia teórica. Cabe aqui registrar apenas os números
especiais de revistas literárias dedicados à questão. Trata-se de Poétique n. 27 (dirigido por Laurent
Jenny), 1976; Sémiotique et Bible, n. 15, 1979; Littérature n. 41, 1981 e Texte, 1984. Veja-se também o
livro de Nathalie Piégay-Gros, Introduction à l’intertextualité.
5. 129INTERTEXTUALIDADE: A MIGRAÇÃO DE UM CONCEITO
queria T. S. Eliot, mas num conjunto de dimensões formais e temáticas que
certos grupos de textos têm em comum.
Nesse contexto, a convenção é importante como elemento que assegura a
comunicabilidade, o trânsito do literário. A apropriação significa sempre o
conhecimento e domínio das peculiaridades do código. Assim é possível en-
tender como a intertextualidade aponta para a sociabilidade da escrita literá-
ria, cuja individualidade se afirma no cruzamento de escritas anteriores.
Já nos distanciamos do sentido restrito com que o termo foi inicialmente
empregado e se pode explicitar o conceito como “todas as interações possí-
veis entre todos os fenômenos culturais”. Tomada num sentido largo, a
intertextualidade nos permite entender que ler um texto é lançá-lo num es-
paço interdiscursivo e na relação de vários códigos, que são constituídos
pelo “diálogo entre textos e leitura”. Por isso a intertextualidade é igualmen-
te entendida como um dado da percepção textual. Já nos Ensaios de estilística
estrutural, de 1971, M. Riffaterre encaminhava a reflexão nesse sentido, mos-
trando que o procedimento intertextual possibilita que se descrevam as con-
venções interpretativas, dando-nos um verdadeiro “traçado” de leituras.
A contribuição do conceito para os estudos de literatura comparada é
visível e essencial, pois modificou as leituras dos modos de apropriação, de
absorções e de transformações textuais, alterou o entendimento da “migra-
ção” de elementos literários, revertendo as tradicionais noções de “fontes” e
“influências”. A alteração é substantiva: se a noção de influência tendia a
individualizar a obra, sobrepondo o biográfico ao textual e impondo uma
causalidade determinista na produção literária, a de intertextualidade, ao
designar os sistemas impessoais de interação textual, coletiviza a obra. Por
outro lado, se as fontes são, por definição, exteriores ao texto, os traços da
existência de intertextos são intratextuais, formadores e constituintes da obra.
Se a influência parecia deixar passivo o receptor, minimizando sua impor-
tância e privilegiando a noção de originalidade, a compreensão da
intertextualidade como propriedade textual elide o sentido negativo e dá
ênfase à natureza criativa do processo de produção textual.
Nessa perspectiva, o dado absorvido por um texto é considerado “um
formante intertextual”, entendido numa relação de “performance” produto-
ra e “competência” receptora do sujeito, seja ele individual ou coletivo.
6. 130 VIA ATLÂNTICA Nº 9 JUN/2006
Do mesmo modo, se a noção de intertextualidade nos permite incluir as
anônimas práticas discursivas da cultura como elementos que permitem a
uma obra produzir efeitos de sentido, a noção contribui também para que o
comparatista menospreze as “relações de fato” (os tradicionais rapports de
faits, que deveriam ser comprovados concretamente) por “relações de valor”
(rapports de valeur), cuja comprovação será textual e não histórica.
Graças à reflexão teórica sobre o conceito de intertextualidade, a noção de
influência aos moldes tradicionais se tornou inoperante, como também a tese
da dependência dela decorrente. Ao investigar as “fontes” na forma convenci-
onal, sem atentar para sua funcionalidade na obra que as incorpora ou na lite-
ratura a que esta pertence, o comparatismo tradicional deixava de considerar o
mais importante, ou seja, como e em que medida a apropriação de uma fonte
contribuía para a configuração pessoal daquela obra e para sua inserção no
conjunto maior do literário, ao aderir a uma tópica que integra a linguagem
convencional, a temática ou os procedimentos técnicos comuns aos escritores.
Em estudo sobre Cláudio Manuel da Costa, difundido graças à organiza-
ção de Antonio Candido sob o título geral de Capítulos de literatura colonial
(1991), Sergio Buarque de Holanda comprova largamente a utilidade dessa
leitura renovada de fontes, ao estudar nossa literatura colonial em suas rela-
ções com as literaturas das metrópoles, para mostrar, como diz Antonio
Candido, “como o tecido da obra literária é uma encruzilhada secular na
qual vem bater toda a aventura espiritual do Ocidente” (HOLANDA, 1991:
22). No corpo do ensaio, no qual pela colação direta dos textos explicita
como Cláudio se aproxima e se distancia, discrepando do modelo italiano de
Pietro Metastasio, Sergio B. de Holanda manifesta com clareza o andamento
de sua leitura crítica ao dizer:
“Se aplicada a épocas como a nossa, já saturadas do individualismo romântico,
essa determinação dos antepassados espirituais de um autor, tão do gosto dos
historiadores positivistas, redunda geralmente numa pesquisa de fontes estéril e
inconseqüente; o mesmo não se dirá com relação aos tempos em que a imita-
ção dos grandes modelos do passado se apresentava como virtude e quase
como dever. Nesse caso – é o caso, em particular, de Cláudio Manuel da Costa
e dos nossos árcades –, a presença de tais modelos pode fornecer-nos, ao
contrário, pontos de referência estáveis que serão singularmente úteis para qual-
7. 131INTERTEXTUALIDADE: A MIGRAÇÃO DE UM CONCEITO
quer esforço de inteligência crítica e histórica do mesmo autor” (HOLANDA,
1991: 268-9).
Além de esclarecer quando e por que as pesquisas de fontes se justificam,
Sergio Buarque de Holanda se preocupa em comentar as repercussões desse
tipo de estudo de forma ampla e diz: “Não são as ‘influências’ recebidas,
através de sua evolução, por um determinado escritor, o que importa verifi-
car num esforço dessa natureza, nem saber as razões particulares que o teri-
am levado a escolher este ou aquele ‘antecedente’ literário – pois a verdade
é que tais escolhas se prendiam tanto quanto possível, naqueles tempos, a
convenções e padrões comumente aceitos e dependiam, em muito menor
grau do que hoje, de um critério pessoal –, nem ainda chegar a um julgamen-
to inequívoco de valor. Mas justamente pelo fato de nos apresentar a exis-
tência quase obrigatória daqueles ‘antecedentes’ uma escala de referências
mais ou menos fixa, temos maiores probabilidades de, partindo dela, ganhar
acesso ao que constitui mais propriamente a parte do autor em sua obra e ao
que haja, nesta, de verdadeiramente orgânico e intrínseco”. A seguir, ilustra
suas afirmações, completando: “Para Cláudio Manuel da Costa, aquele en-
contro do Metastasio fornece-lhe, numa primeira e inevitável etapa, o mode-
lo ideal que o ajudará a livrar-se, na medida de suas possibilidades, das ca-
deias que ainda o prendem a uma estética transacta: a do Seiscentismo. A
seguir, porém, o mestre antes absorvente irá transformar-se em eficaz estí-
mulo. A esse estímulo deveu o brasileiro a iniciação e o vinco arcádicos que
irão marcar toda a sua obra ulterior e sua ação no ambiente natal”
(HOLANDA, 1991: 269).
A transcrição dessa passagem do ensaio de Buarque de Holanda evidencia
como e em que medida a apropriação de determinados modelos é necessária à
constituição de uma certa obra e, por meio dela, alimenta a literatura a que
pertence. Evidencia, também, como o jogo intertextual que se estabelece se faz
por força de convenções cuja migração nos textos responde pela continuidade
literária. E mais, como o ponto de vista comparativo pode esclarecer o intercâm-
bio literário e suas repercussões na configuração definitiva de cada literatura.
Aliás, foi esse processo de relações interliterárias, objeto central da literatu-
ra comparada desde sua concepção, que René Wellek procurou reorientar em
seu conhecido ensaio sobre a “Crise da literatura comparada”. Já ali dizia:
8. 132 VIA ATLÂNTICA Nº 9 JUN/2006
“A literatura comparada tem o imenso mérito de combater o falso isolamento das
histórias literárias nacionais: está obviamente certa (e tem apresentado um acúmulo
de provas para apoiar isso) na sua concepção de uma tradição ocidental coerente de literatura
entretecida numa ‘rede de inúmeras inter-relações” (WELLEK, p. 244, grifo meu).
Nesta passagem, Wellek pretendia desfazer a dicotomia entre literatura
geral e literatura comparada, estabelecida por Van Tieghem, julgando a dis-
tinção desnecessária, pois, como disse: “Literatura comparada tornou-se um
termo estabelecido para qualquer estudo de literatura que transcenda os li-
mites de uma literatura nacional”. Contudo, era preciso ressaltar que esse
estudo não poderia deter-se no simples mapeamento de relações entre as
diversas literaturas, mas necessitava, sobretudo, explicitar o que essas rela-
ções deviam indicar.
Deve-se reconhecer, em René Wellek, una visão sistêmica da literatura e,
nessa perspectiva, a “rede de inúmeras inter-relações” de que fala deveria abarcar
as relações intertextuais, cuja análise nos ajuda a perceber o andamento dos
elementos literários que configuram a tradição, mas também as relações entre
as literaturas em sentido amplo, cuja organização em conjuntos supranacionais
prefigura o que se poderia entender hoje como literatura mundial.
III
O alerta de René Wellek, como se sabe, foi produtivo e pode ser lido, hoje,
como um impulso às orientações comparativistas que se ocupam com os
modos de apropriação literária e permitem entender melhor a constituição e
o funcionamento das literaturas bem como suas inter-relações.
Para os estudos dos processos dessas inter-relações têm sido relevantes
alguns princípios teóricos estabelecidos e divulgados pelos formalistas rus-
sos, particularmente R. Jakobson e Tynianov, pelos estudiosos da escola de
Praga, como J. Mukarovsky e F. Vodicka, e por alguns semioticistas russos,
como J. Lotman e M. Bakhtine. São básicos os estudos sobre evolução literá-
ria e as noções de sistema e de dinamismo funcional. E o que se depreende
dos trabalhos de Itamar Even Zohar, da Universidade de Tel Aviv, que, de-
tendo-se especialmente em estudos sobre a literatura hebraica e sobre as
9. 133INTERTEXTUALIDADE: A MIGRAÇÃO DE UM CONCEITO
relações desta com outras literaturas, desenvolveu a noção de polissistema,
isto é, da literatura como um sistema heterogêneo, um “sistema de siste-
mas”; ele explora uma série de hipóteses interdependentes sobre o literário e
o comportamento de seus elementos, definindo fenômenos de contato e de
interferências entre literaturas.
As investigações de Zohar facilitam o conhecimento do funcionamento
interno dos sistemas literários bem como comprovam que esse funciona-
mento depende de sua articulação com os demais. A aplicação desse tipo de
análise se tem revelado rentável sobretudo no esclarecimento de relações
que se constituem em fator de evolução literária. Quer dizer, facilitam o
entendimento de como e em determinadas situações e em distintos momen-
tos as relações estabelecidas orientam o rumo de uma literatura. E o caso
das traduções, pois a atuação da “literatura em tradução” no contexto literá-
rio que a acolhe pode determinar sua direção. A noção de polissistema per-
mite o estudo das relações literárias em diversas dimensões, entre sistema
canônico e não-canônico, entre literatura tout court e literatura infantil e ou-
tras formas ditas populares, evidenciando “tensões” no interior de uma dada
literatura, capazes de explicar casos que, por vezes, permanecem enigmáti-
cos. Zohar ilustra-o com uma questão específica da literatura hebraica, que
sempre manteve estreitas relações com a literatura russa. São estas relações
que explicam por que, em 1880, no chamado revival period, não se encontra
na literatura hebraica nenhum sistema não-canônico, pois os elementos não-
canônicos passavam através da literatura russa.
A ampliação e mesmo complementação das propostas de Even Zohar, conti-
das em Papers for Historical Poetics (1978/1981), que reúne estudos dos anos 1970,
pode ser dada pelos estudiosos de Bratislava, liderados por Dionýz Durisin, que
desenvolveram a noção de “comunidades interliterárias”, visando ao estabeleci-
mento de um sistema teórico e metodológico coerente para as relações literárias.
As investigações de Durisin e de seus colaboradores não querem apenas identi-
ficar os conjuntos históricos das literaturas e das unidades literárias, históricas e
analógicas do passado, como conjuntos supranacionais, mas intentam definir
conceitos e categorias que possibilitem interpretar melhor as relações que asse-
guram sua conformação e continuidade. A constituição dessas comunidades
interliterárias é de natureza múltipla, condicionada por fatores variados, que
podem ser geográficos políticos, lingüísticos, de proximidade de parentesco ou
10. 134 VIA ATLÂNTICA Nº 9 JUN/2006
mesmo de analogia de procedimentos artísticos. Além disso, “as comunidades
interliterárias não existem nem se desenvolvem isoladamente, mas através de
uma interação variável com seu contexto” (DURISIN, 1991). Por isso, cada lite-
ratura nacional pode tornar-se, ao longo de seu desenvolvimento histórico, um
componente de várias comunidades interliterárias, não se constituindo essas em
sistemas fechados ou invariáveis. Essa proposta teórica nos permite reavaliar
noções como a da literatura nacional, examinando-a em suas articulações com
outras literaturas (CARVALHAL, 1993: 359-68 e 1994: 93-102).
Os estudos mais recentes sobre comunidades interliterárias fogem ao
esquematismo e ao determinismo mecânico que ainda pareciam persistir nos
primeiros textos. Isto se percebe, por exemplo, no estudo sobre “Retardement,
déplacement de phase, développement accéléré”, de István Fried, de Buda-
peste, no qual há a preocupação em ultrapassar os conceitos fixados de “di-
ferença cronológica” ou de “atraso”, dizendo não ser possível reduzir o pro-
cesso literário ao fator cronológico, pois ele tem cadências próprias. Segundo
ele, é preciso aceitar que em algumas literaturas os estilos marcados pela
época apareçam incompletos, fragmentários, enquanto em outras se
aclimatam e fixam-se correntes diferentes. São vários os fatores que colabo-
ram no processo, sendo impossível condensá-los em construções simplificadas
ou esquemáticas e menos ainda apriorísticas. Como dirá: “Nosso trabalho
será mais rentável e nós compreenderemos mais exatamente as transforma-
ções da literatura no espaço do tempo, se ao longo de nossas reconstruções
nós não nos limitarmos a observar et traiter processos reduzidos a um só pólo
e esquematizados” (DURISIN, 1987).
Além de possibilitarem a revisão de conceitos, de objetos e de métodos da
literatura comparada tradicional, as reflexões sobre comunidades interliterárias
permitem que se recupere a perspectiva da literatura mundial sob um novo
ângulo. E os estudos de literatura comparada encontram nas questões de
intertextualidade e de comunidades interliterárias um campo próprio de in-
vestigação no qual se consolida sua articulação com a teoria literária, que lhe
fornece o instrumental para fundamentar seus procedimentos, enquanto dá
a essa os elementos necessários para que formule conceitos específicos e
peculiares aos problemas literários de que o comparativismo se ocupa.
É nesse sentido que a comparação ou confrontação textual, característica
da literatura comparada e prática antes ocasional da crítica literária, por meio
11. 135INTERTEXTUALIDADE: A MIGRAÇÃO DE UM CONCEITO
da noção de intertextualidade, passou a ocupar uma posição central nos es-
tudos literários em geral, não apenas comparativistas.
Diante disso, o comparatista se depara com a necessidade de redefinir
seus campos de atuação e de acentuar, em sua prática, a compreensão da
literatura como um todo. Com o embasamento teórico que recebe por sua
aproximação à teoria literária, a literatura comparada tende a acentuar a
generalização em detrimento da simples comparação entre elementos e a
ampliar os seus domínios numa perspectiva interdiscursiva e interdisciplinar.
Investe, portanto, no amplo relacionamento dos textos na cultura. “A pos-
sibilidade de comparar a literatura com qualquer coisa”, como sugere
Jonathan Culler em “Comparative Literature and Literary Theory”
(CULLER, 1979), onde refere a comparação do discurso literário com ou-
tros tipos de discursos, desde o mais corrente estudo da presença na litera-
tura e nos escritos históricos de esquemas narrativos similares e modelos
de compreensão, passando pelos textos autobiográficos até os textos filo-
sóficos e psicanalíticos.
Se a noção de intertextualidade trouxe para a literatura comparada uma
revitalização, também lhe provocou um grande desafio: a sua permanente
redefinição como prática de leitura que remete constantemente a outros tex-
tos, anteriores ou simultâneos, que estão presentes naquele que temos sob
os nossos olhos.
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