Este documento fornece um guia de planejamento e orientações didáticas para professores do 1o ano do Ensino Fundamental. Inclui calendários escolares para 2011 e 2012, orientações gerais sobre a organização da sala de aula e expectativas de aprendizagem para as crianças, e projetos e atividades para aplicar essas expectativas em situações didáticas.
2. governo do estado de são paulo
secretaria da educação
fundação para o desenvolvimento da educação
Guia de Planejamento e
Orientações Didáticas
Professor Alfabetizador – 1o ano
PROFESSOR(A): _____________________________________________________________
TURMA:_____________________________________________________________________
São Paulo, 2011
3. Governo do Estado de São Paulo
Agradecimentos
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador Esta publicação contou com a preciosa participação
Guilherme Afif Domingos de autores, editores e colaboradores que cederam seu
trabalho sem ônus algum para a SEE. Gostaríamos de
Secretário da Educação agradecer:
Herman Jacobus Cornelis Voorwald
À equipe do ISA – Instituto Socioambiental, pelos diver-
Secretário-Adjunto sos textos de seu site que aqui reproduzimos;
João Cardoso Palma Filho
À editora Terceiro Nome e Renata Meirelles, por seu
Chefe de Gabinete texto e foto sobre piões dos Galibis do Oiapoque do
Fernando Padula livro Giramundo e outros brinquedos e brincadeiras
dos meninos do Brasil.
Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas
Maria de Lourdes Rocha À editora Peirópolis e Adelsin pelos textos e ilustrações
de Barangandão Arco-íris – 36 brinquedos inventa-
dos por meninos e meninas.
Coordenador de Ensino da Região Metropolitana
da Grande São Paulo
Editora Berlendis Vertechia, Bruno Berlendis Vertechia
José Benedito de Oliveira
e Luiz Donizete Grupioni, por autorizarem a reprodução
de trechos do livro Viagem ao mundo indígena.
Coordenador de Ensino do Interior
Rubens Antônio Mandetta de Souza
À Revista Ciência Hoje e Carlos Fausto, por ceder o
texto A outra história do descobrimento do Brasil.
Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação
José Bernardo Ortiz Ao escritor Waldemar de Andrade e Silva, pelos textos
Mandioca – o pão indígena, Mavutsinim, o primeiro
Diretora de Projetos Especiais da FDE homem, Guaraná, a essência dos frutos e Mumuru,
Claudia Rosenberg Aratangy a estrela dos lagos.
À Secretaria Municipal de Educação de São José do Rio
Preto, por ter cedido trechos do seu material de 1o ano
para compor o presente Guia.
Este material foi impresso pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, por meio da
Fundação para o Desenvolvimento da Educação, para uso da rede estadual de ensino e das prefeituras
integrantes do Programa de Integração Estado/Município – Ler e Escrever, com base em convênios
celebrados nos termos do Decreto Estadual 54.553 de 15/07/2009 e alterações posteriores.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
S239L Ler e escrever: guia de planejamento e orientações didáticas;
professor alfabetizador – 1o ano / Secretaria da Educação, Fundação para o
Desenvolvimento da Educação; concepção e elaboração, Claudia Rosenberg
Aratangy... [e outros]. - São Paulo : FDE, 2011.
208 p. : il.
1. Ensino Fundamental 2. Ciclo I 3. Leitura 4. Atividade Pedagógica
5. Programa Ler e Escrever 6. São Paulo I. Título. II. Fundação para o
Desenvolvimento da Educação. III. Aratangy, Claudia Rosenberg.
CDU: 372.4(815.6)
4. Prezada professora, prezado professor
De acordo com a Lei no 11.274/2006, o Ensino Fundamental passou a ter 9 anos,
incluindo-se assim as crianças de 6 anos no Ciclo I. Na rede pública de São Paulo, a delibe-
ração CEE no 73/2008 regulamentou a implantação do Ensino Fundamental de 9 anos. Em
2009, a implantação ocorreu em alguns municípios; em 2010 toda a Rede recebeu alunos
no 1o ano do Ensino Fundamental e, agora, em 2011, com a publicação do presente Guia,
os professores e alunos de 1o ano passam a fazer parte do Programa Ler e Escrever.
Entendemos que todo processo de mudança requer um esforço adicional da equipe
escolar na adaptação de tempos e espaços para melhor atender as crianças. Isso requer
um compromisso da rede pública e seus gestores para oferecer acesso a um maior nú-
mero de crianças à escolaridade e para construção de uma educação de qualidade para
todos os cidadãos.
Ao incluir o 1o ano no Ler e Escrever estamos dando um importante passo na melho-
ria do processo de alfabetização. Sabemos que, para as crianças pequenas, participar das
práticas sociais de leitura e escrita, conviver com leituras, livros, histórias, revistas, informa-
ções, num ambiente estimulante e convidativo, não “apressa” a aprendizagem da leitura e
da escrita, e sim, torna-o mais fácil e natural.
A primeira parte deste texto traz orientações gerais sobre o primeiro ano, abordando as
características das crianças desta faixa etária, a organização da rotina, o modelo de ensino
e a concepção de aprendizagem.
Na segunda parte encontra-se o quadro com tudo que se espera que as crianças apren-
dam ao longo deste ano. Tanto a primeira quanto a segunda partes já são conhecidas de
muitos educadores, pois estiveram disponíveis em versão eletrônica.
A terceira parte traz os projetos e atividades que concretizam as expectativas de apren-
dizagem em situações didáticas.
Esperamos que este material ajude não apenas a planejar seu dia a dia com seus alu-
nos, mas, principalmente, a tornar este primeiro ano da escolaridade obrigatória um ano de
experiências de sucesso que torne as crianças confiantes na sua capacidade de aprender
e os professores seguros em suas competências de ensinar.
Bom trabalho!
Secretaria do Estado da Educação
5.
6. Calendário Escolar 2011
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2
2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9
9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16
16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23
23 24 25 26 27 28 29 27 28 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30
30 31
MAIO JUNHO JULHO AGOSTO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 6
8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13
15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27
29 30 31 26 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 31
31
SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 1 2 3 4 5 1 2 3
4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31
30 31
Calendário Escolar 2012
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 4 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28
29 30 31 26 27 28 29 25 26 27 28 29 30 31 29 30
MAIO JUNHO JULHO AGOSTO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 1 2 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4
6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9 8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11
13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18
20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25
27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30 29 30 31 26 27 28 29 30 31
SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 1 2 3 4 5 6 1 2 3 1
2 3 4 5 6 7 8 7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15 14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22 21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29 28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29
30 30 31
Feriados 2011 | 2012
Dia Mundial da Paz___________________________________ 1o janeiro Revolução Constitucionalista______________________________ 9 julho
Aniversário de São Paulo_____________________________ 25 janeiro Independência do Brasil_____________________________ 7 setembro
Carnaval_____________________________8 de março | 21 de fevereiro Nossa Senhora Aparecida_____________________________12 outubro
Paixão___________________________________22 de abril | 6 de abril Finados__________________________________________ 2 novembro
Páscoa___________________________________24 de abril | 8 de abril Proclamação da República__________________________ 15 novembro
Tiradentes___________________________________________ 21 abril Dia da Consciência Negra___________________________ 20 novembro
Dia do Trabalho_______________________________________ 1o maio Natal___________________________________________25 dezembro
Corpus Christi___________________________23 de junho | 7 de junho
13. Introdução
A frequência neste primeiro ano configura-se em uma transição, seja para
aquele aluno que entrará na escola pela primeira vez, seja para aquele que vem
da Educação Infantil. Em qualquer um dos casos, é necessário assegurar-lhes o
direito à infância, pois os alunos não deixarão de ser crianças pelo simples fato
de estarem regularmente matriculados no Ensino Fundamental. A criança do 1o
ano deve ter garantido seu direito à educação em ambiente próprio e com roti-
nas adequadas que possibilitem a construção de conhecimentos, considerando
as características de sua faixa etária, integrando o cuidar e o educar. Cuidar e
educar são princípios básicos da educação nesta faixa etária.
Cabe ressaltar que a ampliação do Ensino Fundamental visa dar continui-
dade ao trabalho desenvolvido nas escolas de Educação Infantil, ou garantir
àqueles que nunca frequentaram a escola um início de escolaridade tranquilo e
promissor. A unidade escolar deverá, então, assegurar um trabalho pedagógico
que envolva experiências em diferentes linguagens e suas expressões, buscan-
do uma metodologia que favoreça o desenvolvimento social, afetivo e cognitivo
dessas crianças.
Nesta perspectiva, a ampliação do Ciclo I do Ensino Fundamental de quatro
para cinco anos assegura às crianças um período maior para as aprendizagens
próprias desta fase, inclusive da alfabetização, permitindo que elas avancem para
os anos seguintes de forma segura e confiante em relação aos seus processos
de construção de conhecimento.
A criança e suas especificidades
A criança dessa faixa etária possui um grande repertório de conhecimentos
construídos a partir das experiências cotidianas que vivenciou. Pode estabelecer
novos e diferentes vínculos afetivos e se interessa cada vez mais pelas ativida-
des em grupo, o que amplia suas habilidades sociais.
A capacidade de simbolização está bem estabelecida nesta fase, e se ma-
nifesta por meio da linguagem, da imaginação, da imitação e da brincadeira em
situações diversas. A criança faz uso de um repertório cada vez mais rico de sím-
bolos, signos, imagens e conceitos para mediar sua relação com a realidade e
o mundo social. Embora seja um processo longo, a capacidade de conceituação
12 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
14. já aparece nesta fase, permitindo que a criança estabeleça relações e genera-
lizações. Há um desenvolvimento acentuado de habilidades, como a atenção e
a memória, que se tornam mais conscientes e intencionais. A curiosidade e a
necessidade de saber sobre e compreender o mundo são visíveis, ainda que as
associações e as relações sejam regidas por critérios subjetivos. Essa forma de
pensar, no entanto, confere originalidade e poesia ao pensamento infantil, como
vemos no exemplo abaixo.
Uma menina já próxima aos seis anos respondeu, assim, à seguinte pergunta:
“Por que a Lua não cai em cima da Terra?”
– A Lua... né... ela já foi impedida várias vezes... é... com o Sol. Aí a Lua fica mais
alta que o Sol pra poder os dois não brigar. Porque... é... a Lua já tinha nascido
antes do Sol... aí começou uma briga de quem era mais velho... daí por isso que
a Lua foi pra cima.
– E como é que ela foi impedida?
– Impedida por a mãe do Sol... falou que ele era mais velho e aí a mãe do Sol
arrastou muitas vezes a Lua, né... aí a Lua se machucou e não pode mais andar...
aí ela ficou lá no mesmo lugar.1
A consideração desse modo peculiar de pensar o mundo, quando incorporada
pelos educadores, possibilita conhecer a criança, planejar atividades significati-
vas, propiciar uma produção infantil rica e original e ampliar seus conhecimentos.
Modelo de ensino e aprendizagem
A concepção de aprendizagem que embasa este e os demais documentos
orientadores da rede estadual pressupõe que o conhecimento não é concebido
como uma cópia do real e assimilado pela relação direta do sujeito com o obje-
to de conhecimento, mas, produto de uma atividade mental por parte de quem
aprende, que organiza e integra informações e novos conhecimentos aos já exis-
tentes, construindo relações entre eles.
O modelo de ensino relacionado a essa concepção de aprendizagem é o da
resolução de problemas, que compreende situações em que o aluno, no esforço
de realizar a tarefa proposta, precisa pôr em jogo o que sabe para aprender o
que não sabe. Neste modelo, o trabalho pedagógico promove a articulação en-
tre a ação do aprendiz, a especificidade de cada conteúdo a ser aprendido e a
intervenção didática.
1 Fala extraída da fita de vídeo Do outro lado da Lua, de Regina Scarpa e Priscila Monteiro.
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 13
15. O senso comum repete desde sempre que a criança aprende brincando, o
que tem gerado inúmeras atividades equivocadas, infantilizando conteúdos que
se quer ensinar. O brincar é sim atividade importantíssima na infância, na qual
as crianças criam por conta própria enredos e ensaiam papéis sociais, o que
certamente envolve muita aprendizagem relativa à sociedade em que vivem. Ao
jogar com regras, elas também aprendem a interagir, a raciocinar. Mas a apren-
dizagem de conteúdos envolve muito pensamento, trabalho investigativo e es-
forço, portanto é necessário um trabalho pedagógico intencional e competente.
As propostas pedagógicas devem reconhecer as crianças como seres ínte-
gros, que aprendem a ser e conviver consigo próprios, com os demais e com o
ambiente de maneira articulada e gradual. Devem organizar atividades intencio-
nais que possibilitem a interação entre as diversas áreas de conhecimento e os
diferentes aspectos da vida cidadã em momentos de ações ora estruturadas,
ora espontâneas e livres, contribuindo assim com o provimento de conteúdos
básicos para constituição de novos conhecimentos e valores.
A ação do professor
Considerar as crianças como seres únicos, provenientes de diferentes famí-
lias, com necessidades e jeitos próprios de se desenvolver e aprender, pressupõe
um profissional flexível, observador, capaz de ter empatia com os alunos e suas
famílias, além dos conhecimentos didáticos imprescindíveis a uma boa atuação
pedagógica. Conforme Zabalza: “O peso do componente das relações [pessoais]
é muito forte. As relações constituem, provavelmente, o recurso fundamental na
hora de trabalhar com crianças pequenas”. (1998, p. 27).
Essas crianças, tendo frequentado ou não a Educação Infantil, chegarão
ao 1o ano com uma bagagem de conhecimentos sobre a qual o professor terá
que se debruçar para, a partir daí, basear suas ações pedagógicas. Considerar
a criança dessa faixa etária competente e capaz é requisito fundamental para
uma ação educativa de qualidade.
O papel de mediador das aprendizagens, das interações e dos cuidados de
si, do outro e do ambiente poderá exigir do professor novas competências e habi-
lidades. O desafio de possibilitar aprendizagens desafiantes, enquanto a criança
desenvolve autoconfiança em suas capacidades e relações positivas com seus
pares e os adultos, implica um professor conhecedor do desenvolvimento e das
aprendizagens infantis. E, principalmente, de um educador que aposta nas crian-
ças e confia em suas capacidades.
Outro aspecto importante dessa atuação profissional é a inclusão das famí-
lias como parceiras da ação educativa, o que significa ir além de respeitar a di-
14 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
16. versidade, pressupõe, acima de tudo, considerá-las competentes e interlocutoras
em diferentes situações de aprendizagem propostas para as crianças. Segundo
o RCNEI, “a valorização e o conhecimento das características étnicas e culturais
dos diferentes grupos sociais que compõem a nossa sociedade, e a crítica às re-
lações sociais discriminatórias e excludentes, indicam que novos caminhos devem
ser trilhados na relação entre as instituições de Educação Infantil e as famílias”.
Esses novos desafios ao papel do professor demonstram a importância da
reflexão sobre a prática pedagógica por meio dos instrumentos metodológicos,
tais como: a observação atenta, o registro sistemático, o planejamento coleti-
vo e a autoavaliação efetuada por todos da equipe escolar relativa à qualidade
educativa oferecida aos alunos.
Organização da rotina e as modalidades organizativas
do tempo didático
Considerando que não é indicado atuar com as crianças desta faixa etária
em aulas estanques de 50 minutos com alguns poucos minutos de recreio, será
necessário organizar uma rotina mais flexível.
Incorporando a nomenclatura do RCNEI, sugere-se que o tempo escolar pa-
ra o 1o ano seja intencionalmente planejado para proporcionar os cuidados de
higiene cotidianos, as brincadeiras e as situações de aprendizagem orientadas.
Os eventos da rotina podem se organizar em:
j tividades permanentes (por exemplo: brincadeiras no espaço interno, no
a
externo, cantos de atividades diversificadas, ateliês de artes visuais, roda
de leitura etc.);
j equência de atividades “planejadas e orientadas com o objetivo de pro-
s
mover uma aprendizagem específica e definida. São sequenciadas com a
intenção de oferecer desafios com graus diferentes de complexidade para
que as crianças possam ir paulatinamente resolvendo problemas a partir
das diferentes proposições”. (RCNEI)
Pode-se pensar, por exemplo, sequências de atividades para promover entre as
crianças as discussões sobre como se organizam os números e como aparecem
no mundo, para buscar informações específicas sobre um fenômeno da natureza
noticiado pelos jornais, para conhecer um artista cujas obras serão visitadas no
passeio ao museu etc.”2.
2 Silvia Pereira de Carvalho, Adriana Klisys e Silvana Augusto. Bem-vindo, mundo!: criança, cultura e formação
de educadores. São Paulo: Peirópolis, 2006.
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 15
17. Outra modalidade de organização do tempo didático que tem especial in-
teresse para crianças de 6 anos são os projetos didáticos, que se caracterizam
por serem conjuntos de atividades envolvendo uma ou mais linguagens e pos-
suem um produto final que será socializado para um público externo à sala de
aula. Em geral, possuem duração de várias semanas.
A isto, Delia Lerner acrescenta outra característica: para ela, os projetos, mais
do que métodos, são formas de organizar o tempo de modo a articular propósitos
didáticos e comunicativos, cuja função social torna as situações de aprendizagem
mais atuais, correspondentes às que são vivenciadas fora da escola. Como
exemplo de proposta compartilhada com as crianças (propósito social), produzir
e colecionar álbuns de figurinhas, montar coletâneas de contos favoritos, gravar
fitas com poesias declamadas pelo grupo etc. Desse modo, os projetos articulam
objetivos das crianças com os dos professores, objetivos de realização em
conjunto com objetivos didáticos, comprometidos com propósitos educativos
bastante claros. Os projetos também contribuem para aprimorar as relações em
grupo e a organização de um trabalho cada vez mais autônomo, livre do controle
do professor. (RCNEI) (grifos nossos)
Os cantos de atividades diversificadas
A introdução da proposta de cantos de atividades diversificadas, na qual as
crianças em um determinado período do dia podem escolher entre os cantos de
livros e o de jogo simbólico e de artes visuais, por exemplo, pode colaborar para
uma rotina mais apropriada à faixa etária atendida.
Com essa modalidade de organização as crianças podem vivenciar diferen-
tes situações de aprendizagem, escolhendo, exercitando a autonomia e buscan-
do conhecer as próprias necessidades, preferências e desejos ligados à cons-
trução de conhecimento e relacionamento interpessoal. É importante que esse
tipo de organização favoreça o acesso aos mais variados bens culturais, como
os proporcionados pela produção literária, informativa e comunicativa, pela pro-
dução artística e pelo conhecimento acumulado sobre a natureza e sociedade.
Essa proposta tem função decisiva na formação pessoal e social e na cons-
trução da autonomia da criança, uma vez que prescinde de um controle direto
do professor. Por outro lado, permite que ele observe mais atentamente os pro-
blemas enfrentados pelas crianças, suas dificuldades, aprendizagens, gostos e
interesses, o que muito o auxiliará no replanejamento pedagógico.
Os cantos devem possibilitar:
j participação em situações de brincadeiras e jogos nas quais se pode esco-
lher parceiros, materiais, brinquedos etc.;
j participação em situações que envolvam a combinação de algumas regras
16 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
18. de convivência em grupo e aquelas referentes ao uso dos materiais e do
espaço;
j valorização do diálogo como forma de lidar com os conflitos;
j valorização dos cuidados com os materiais de uso individual e coletivo.
Organizando os cantos de atividades diversificadas
O professor programa diferentes propostas – jogos de construção, jogos de
regras, faz-de-conta, desenho, leitura de livros e gibis etc. – e organiza a sala em
cantos, de forma que as crianças possam percorrer o espaço, tomar conhecimen-
to das ofertas e decidir por uma delas para começar, podendo ainda desenvolver
outras propostas, durante o tempo previsto para a atividade. As crianças podem
ajudar o professor a organizar a sala em cantos, mas isso não o libera de tomar
decisões de caráter didático, tais como:
j diversificar propostas a cada dia a fim de que as crianças tenham maiores
possibilidades de escolha;
j manter algumas propostas durante um tempo a fim de que as crianças
aprofundem conhecimentos e se apropriem dos conteúdos apresentados;
j decidir possíveis agrupamentos entre as crianças, em uma ou outra ocasião,
quando perceber que alguém precisa de ajuda e, por outro lado, reconhecer
quem pode ajudar;
j organizar o espaço em função do que espera que as crianças desempenhem:
um canto mais aconchegante e acolhedor para atividades que exigem maior
concentração, um outro mais aberto e livre para atividades que pressupõem
maior movimentação, como alguns jogos;
j disponibilizar materiais de apoio e suporte para as atividades das crianças,
por exemplo, facilitando o acesso aos materiais para quem está no canto de
pintura, à lousa e ao giz para quem vai fazer placares, registros de jogos etc.;
j fazer intervenções ajustadas às possibilidades e necessidades das crianças.
Reorganização do espaço físico
O espaço organizado de maneira flexível e desafiante é considerado por
estudiosos como um segundo educador na educação das crianças no início da
escolaridade.
O que fazer então quando há um prédio escolar pronto que não é adequado
ao funcionamento de uma proposta que amplie as competências infantis em vez
de as limitar? Se a equipe tem uma proposta que realmente está bem construída
em direção à autonomia e expressão da criança, fazer as adaptações necessárias
não é tão difícil. Modificar a organização da sala para incluir, por exemplo, cantos
de atividades diversificadas não é tão difícil quando há boa vontade de todos os
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 17
19. envolvidos. Descobrir outros usos para área externa, para refeitórios, enfim, se
há uma proposta educativa coesa, bem fundamentada, é possível, mesmo com
os prédios existentes, construir novos ambientes.
... é preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito às
modificações propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações
desenvolvidas. (RCNEI)
Muito importante também, como cita o RCNEI, são:
... os recursos materiais entendidos como mobiliários, espelhos, brinquedos,
livros, lápis, tintas, pincéis, tesouras, cola, massa de modelar, argila, jogos os
mais diversos, blocos para construções, material de sucata, roupas, panos para
brincar etc. ... (RCNEI)
Acrescenta-se, ainda, a acessibilidade aos materiais, de maneira que as
crianças tenham autonomia no uso, além de cuidados de conservação e subs-
tituição regular.
Conteúdos e expectativas de aprendizagem
Considerando que dos objetivos gerais para essa faixa etária faz parte a
necessidade de a criança desenvolver uma imagem positiva de si, que possa
descobrir e conhecer progressivamente suas potencialidades físicas, cognitivas
e sociais, e tenha a oportunidade de brincar expressando suas emoções, co-
nhecimento e imaginação, incluem-se nas expectativas de aprendizagem dois
eixos que não figuram com destaque nas séries iniciais do Ensino Fundamental:
Movimento, jogar e brincar/Cuidar de si, do outro
Entende-se neste documento que os conteúdos são um meio para que a
criança se desenvolva, aprenda, adquira confiança em suas capacidades e se
expresse em diferentes linguagens advindas das seguintes áreas:
18 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
20. n Língua Portuguesa
n Matemática
n Ciências Sociais e Naturais (História, Geografia e Ciências)
n Movimento, jogar, brincar/Cuidar de si e do outro
n Artes
Os conhecimentos advindos principalmente das ciências, história e geografia
serão desenvolvidos como temas das sequências de atividades e dos projetos
didáticos. É uma ação pedagógica que integra conhecimentos advindos de dife-
rentes áreas do conhecimento.
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 19
21. Expectativas de
aprendizagem
Língua Portuguesa
As crianças do 1o ano têm o direito de aprender e desenvolver competências
em comunicação oral, em ler e escrever de acordo com suas hipóteses. Para is-
so, é necessário que a escola de Ensino Fundamental promova oportunidades e
experiências variadas para que elas desenvolvam com confiança crescente todo
o seu potencial na área e possam se expressar com propriedade por meio da
linguagem oral e da escrita.
Fonte: RCNEI – MEC – Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil
Expectativas de Condições didáticas e
Observar se o aluno
aprendizagem atividades
Criar situações em que as Expressa oralmente seus
crianças possam expressar- desejos, sentimentos, ideias
-se oralmente. e pensamentos.
Solicitar relatos sobre
Relata fatos que compõem
episódios do cotidiano,
episódios cotidianos, ainda
ouvindo com atenção,
que com apoio de recursos
considerando a criança um
Comunicar-se no cotidiano e/ou do professor.
interlocutor real.
Criar situações em que a
Escuta atentamente o que os
criança tenha que ouvir os
colegas falam em uma roda
colegas, por exemplo, nas
de conversa, respeitando
rodas de conversa, atentando
opiniões, ocupando seu turno
para os comportamentos
de fala adequadamente.
necessários à interlocução.
20 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
22. Comenta notícias veiculadas
Ler para crianças notícias
em diferentes mídias: rádio,
interessantes e solicitar
TV, internet, jornais, revistas
comentários pessoais.
etc.
Usa o repertório de textos
Comunicar-se no cotidiano Ler e ensinar para os alunos de tradição oral, tais como
parlendas, quadrinhas, parlendas, quadrinhas e
adivinhas etc. adivinhas, para brincar e
jogar.
Tornar observável para
Reconhece e utiliza rimas em
as crianças as rimas e
suas brincadeiras.
repetições.
Identifica parlendas,
quadrinhas, adivinhas e
Oferecer oportunidades outros textos de tradição oral
frequentes de contato com apresentados pelo professor.
diferentes suportes de texto, Ajusta o falado ao escrito
tornando observáveis as a partir dos textos já
características linguísticas, memorizados, tais como
estruturais e função social. parlendas, quadrinhas e
outros do repertório de
tradição oral.
Ler, ainda que não Localiza palavras num texto
convencionalmente Propor atividades solicitando que sabe de memória,
que a criança diga onde tais como as brincadeiras
está escrita determinada cantadas, adivinhas,
expressão e/ou palavra em quadrinhas, parlendas e
textos conhecidos. demais textos do repertório
da tradição oral.
Efetuar atividades que
envolvam a identificação de
Localiza um nome específico
nomes das crianças da sala
numa lista de palavras do
e de nomes em diferentes
mesmo campo semântico
listas, usando práticas
(nomes, ingredientes de uma
sociais tais como chamadas,
receita, peças do jogo etc.).
elaboração de lista de
material para festa etc.
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 21
23. Diferencia publicações tais
como jornais, cartazes,
Tornar observável a relação
folhetos, textos publicitários
entre imagem e texto,
etc.
chamando a atenção para
Distingue algumas
os recursos que o ilustrador
características básicas
usou para transmitir ideias.
dos textos informativos e
Criar situações em que as
jornalísticos e conhece os
crianças possam antecipar
diferentes usos e funções
os sentidos do conteúdo dos
desses portadores.
textos olhando as imagens.
Lê legendas ou partes delas
Manifestar às crianças suas
a partir das imagens e de
preferências e escolhas em
outros índices gráficos.
relação às leituras.
Aprecia a leitura e comenta
suas preferências.
Ler, ainda que não
convencionalmente
Antecipa significados de um
texto escrito a partir das
imagens/ilustrações que o
acompanham ou marcadores
Ler para as crianças característicos de cada
diferentes tipos de livros e gênero.
textos, tornando observáveis Identifica legendas e
os procedimentos de leitura levanta hipóteses sobre seu
para cada tipo de suporte de significado.
texto. Diferencia tipos de livros,
literários, informativos e
demais suportes de texto, e
sabe nomeá-los, conhecendo
seus usos.
Ler narrativas e contos
Escuta atentamente. Faz
para as crianças, tornando
comentários sobre a trama,
observáveis as linguagens
os personagens e cenários.
Apreciar textos literários próprias a este tipo
Relembra trechos. Consegue
de texto, explicitando
relacionar as ilustrações com
os comportamentos e
trechos da história.
procedimentos leitores.
22 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
24. Consegue recontar uma
história que ouviu mantendo
Ler para crianças com
uma sequência, recupera
regularidade textos
trechos da história usando
narrativos literários.
expressões ou termos do
texto escrito.
Apreciar textos literários Emite comentários pessoais
Roda de biblioteca. Produção
e opinativos sobre o texto
oral com destino escrito.
lido.
Reconta histórias
Solicitar que as crianças conhecidas, recuperando
recontem após ouvir leituras algumas características da
de contos. linguagem do texto lido pelo
professor.
Usa conhecimentos sobre as
Apresenta diferentes gêneros características estruturais
por meio da leitura, tornando- das narrativas clássicas ao
-os familiares, apontando produzir um texto, ditando
diferentes funções e ao professor, respeitando as
organizações discursivas. normas da linguagem que se
escreve.
Produzir textos escritos
ainda que não saiba Criar oportunidades de
escrever convencionalmente Usa conhecimentos sobre as
escrita coletiva de bilhetes,
características estruturais
cartas e textos instrucionais,
dos bilhetes, das cartas,
tornando observáveis suas
e-mails ao produzir um texto,
características gráficas,
ditando ao professor.
estruturais e função social.
Criar oportunidades de
escrever coletivamente Antecipa significados de um
contos, tornando observáveis texto escrito.
suas características.
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 23
25. Propor jogos nos quais as
crianças precisam achar as
letras.
Recita o nome de todas as
Apresentar e disponibilizar
letras, apontando-as.
o alfabeto em letra bastão
Associa as letras ao próprio
(sem enfeites e desenhos),
nome e aos dos colegas.
lista de nomes etc. para
Recorre ao alfabeto exposto
apoiar a pesquisa gráfica
na sala, quadro de presença,
da criança para escrever de
listas diversas etc. para
próprio punho.
escrever em situações de
Criar oportunidades diárias
prática social.
para que as crianças
Escreve o nome próprio e o
Uso de texto fonte para escrevam seus nomes.
de seus colegas onde isto se
escrever de próprio punho Fazer atividades em que os
faz necessário.
alunos tenham necessidade
Produz listas em contextos
de utilizar a ordem alfabética
necessários a uma
em algumas de suas
comunicação social: lista
aplicações sociais, como no
de ingredientes para uma
uso de agenda telefônica,
receita, títulos de histórias
dicionários, enciclopédias
lidas, brincadeiras preferidas
etc.
etc.
Criar oportunidades para
Arrisca-se a escrever
que os alunos escrevam
segundo suas hipóteses.
listas com função social
real, ainda que não o façam
convencionalmente.
Matemática
As crianças do 1o ano têm o direito de usar seus conhecimentos e habilida-
des para resolver problemas, raciocinar, calcular, medir, contar, localizar-se, es-
tabelecer relações entre objetos e formas. Para isso, é necessário que a escola
de Ensino Fundamental promova oportunidades e experiências variadas para
que elas desenvolvam com confiança crescente todo o seu potencial na área.
Fontes: PCNs, RCNEI, Matemática é D+ FVC
24 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
26. Expectativas de Condições didáticas e
Observar se o aluno
aprendizagem atividades
Propor atividades que
envolvam o sistema de
numeração e o uso dos Atribui significado, produz e
números em diferentes opera números em situações
situações. diversas, de acordo com suas
Promover sequências didáticas hipóteses.
e/ou projetos didáticos nos Reflete acerca das
quais as crianças precisem regularidades do sistema
escrever os números (por numérico.
exemplo, idade, telefone, Produz escritas numéricas,
numeração do calçado, peso, ainda que não seja registro
altura etc.), auxiliando para convencional.
que se tornem observáveis as Sabe ouvir as explicações de
regularidades. seus colegas, respeitando
Garantir que todas as crianças as diferentes soluções
tenham espaço, em algum encontradas.
momento, para expor o que
pensam e fazem.
Criar situações em que as
Usar números no cotidiano crianças ouçam as soluções
Incorpora soluções quando
e efetuar operações que os colegas acharam para
pertinente.
os problemas e reavaliem
Realiza contagens orais de
suas soluções, caso seja
objetos usando a sequência
apropriado.
numérica.
Criar oportunidades de
Comunica quantidades,
contagens em situações de
utilizando linguagem oral,
práticas sociais reais, por
notação numérica ou
exemplo, usando coleções
registros não convencionais.
de objetos de interesse das
Constrói procedimentos
crianças.
de agrupamentos a fim
Verificar como as crianças
de facilitar a contagem e
fazem contagens e que
a comparação entre duas
estratégias usam.
coleções.
Possibilitar o uso de jogos
Indica o número que será
de tabuleiro e de regras que
obtido se forem retirados
necessitem marcar pontos.
objetos de uma coleção
Criar oportunidades nas
dada.
quais as crianças tenham
Indica o número de objetos
que comparar quantidades
que é preciso acrescentar
de forma contextualizada.
a uma coleção para que
Propor problemas que
ela tenha tantos elementos
envolvam somar e subtrair.
quanto os de outra coleção
Criar situações-problema
dada.
envolvendo ações de
transformar e acrescentar.
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 25
27. Propor situações em que a
criança tenha que se situar Identifica pontos de
no espaço, deslocar-se nele, referência para indicar sua
dar e receber instruções de localização na sala de aula.
localização. Indica oralmente a posição
Propor atividades em que as onde se encontra no espaço
Estabelecer relações entre crianças possam representar escolar e a representa por
espaço, objetos, pessoas e a posição de um objeto e/ meio de desenhos.
forma ou pessoa estática ou em Indica o caminho para se
movimento. movimentar no espaço
Propor atividades nas quais escolar e chegar a um
as crianças tenham que determinado local da escola
construir utilizando desenhos e representa a trajetória, por
de seu itinerário, solicitando meio de desenhos.
pontos de referência.
Propor atividades nas
quais as crianças tenham
que medir e/ou pesar Compara tamanhos,
usando instrumentos estabelece relações.
não convencionais e Utiliza expressões que
convencionais, tais como fita denotam altura, peso,
métrica, régua, balança etc. tamanho etc.
Explorar diferentes Oferecer atividades em Pensa e desenvolve
procedimentos para medir que as crianças precisem estratégias próprias e/
objetos e tempo calcular, por exemplo, ou com colegas para
quantos passos é preciso medir, pesar e produzir
dar para chegar a um representações dos dados
determinado local etc. encontrados.
Trabalhar diariamente com Identifica dias da semana,
o calendário para identificar meses do ano, horas.
o dia do mês e registrar a
data.
Ciências Naturais e Sociais
(História, Geografia e Ciências Naturais)
As crianças do 1o ano do Ensino Fundamental têm o direito de exercer seu
pensamento, suas hipóteses, conhecendo a vida dos seres vivos e sua relação
com o ambiente, os fenômenos naturais e sociais e as transformações que deles
decorrem. Para isso, a escola de Ensino Fundamental precisa oferecer diferentes
oportunidades para que a criança pense, estabeleça relações entre o ambiente,
os seres vivos e os fenômenos naturais e sociais, valorize as diferenças entre
os povos, para que pesquise com sentido e significado e desenvolva ações pa-
ra garantir seu bem-estar, o bem-estar do outro e os cuidados com o ambiente.
Fontes: RCNEI, PCNS
26 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
28. Expectativas de Condições didáticas e
Observar se o aluno
aprendizagem atividades
Propor sequências de
atividades e/ou projetos
didáticos que envolvam
estabelecer relações entre o
ambiente e os seres vivos,
Acompanha com interesse,
seus modos de vida e as
participando ativamente
transformações pelas quais
das etapas do projeto e/ou
passam.
sequência.
Saber elaborar perguntas
Interessar-se e demonstrar Busca responder às
instigantes que despertam a
curiosidade pelo mundo perguntas, pensando, criando
curiosidade dos alunos.
social e natural. hipóteses.
Considerar o conhecimento
Expõe suas ideias e modos
das crianças acerca dos
de resolver problemas.
assuntos em estudo.
Interessa-se pela maneira de
Fomentar, entre as crianças, viver de diferentes grupos.
curiosidade sobre a
diversidade de hábitos,
modos de vida e costumes
de diferentes épocas,
lugares e povos.
Apresentar às crianças
diferentes fontes para buscar
informações, como objetos, Utiliza, com ajuda do
fotografias, documentários, professor, diferentes fontes
relatos de pessoas, livros, para buscar informações.
mapas etc. Demonstra respeito em
Estimular o respeito às relação às diferenças.
diferenças existentes Interage com as diferentes
entre os costumes, tradições culturais e as
valores e hábitos das utiliza em suas brincadeiras,
diversas famílias e grupos, jogos e apresentações.
e o reconhecimento de Estabelece relações entre
semelhanças. os fenômenos da natureza
Proporcionar atividades de diferentes regiões (relevo,
Estabelecer relações entre que envolvam histórias, rios, chuvas, secas etc.) e as
o modo de vida de seu grupo brincadeiras, jogos e formas de vida dos grupos
social e de outros grupos no canções que digam respeito sociais que ali vivem.
presente e ou passado. às tradições culturais de sua
comunidade e de outras.
Criar, a partir de questões
instigantes, situações
para que as crianças Utiliza, com ajuda dos
observem a paisagem e adultos, fotos, relatos e
suas variações, construam outros registros para a
novos conhecimentos e os observação de mudanças
registrem. ocorridas nas paisagens ao
Utilizar como suporte longo do tempo.
fotografias, cartões-postais, Registra e representa de
documentários, filmes, diferentes maneiras os
entrevistas, mapas, que conhecimentos construídos.
retratem as variações da
paisagem.
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 27
29. Partir do interesse das Utiliza a observação direta
crianças e/ou instigá-las por e com uso de instrumentos,
meio de questões a observar como binóculos, lupas,
e conhecer formas de vida microscópios etc., para
Identificar paisagens e de animais e pequenos obtenção de dados e
fenômenos da natureza e seres vivos presentes no informações.
sua relação com a vida dos cotidiano que despertem a Registra informações
animais e das pessoas. curiosidade dos alunos. utilizando diferentes
Oferecer oportunidades para formas: desenhos, textos
que as crianças possam orais ditados ao professor,
expor o que sabem sobre os comunicação oral registrada
seres vivos que conhecem. em gravador etc.
Valoriza e desenvolve
Oferecer oportunidades para atitudes de manutenção e
que as crianças, a partir de preservação dos espaços
questões instigantes sobre a coletivos e do meio
relação entre luz, nutrientes, ambiente.
Estabelecer relações Estabelece algumas
água e crescimento de
entre os seres vivos e seu relações entre algumas
vegetais, acompanhem e
ambiente. espécies vegetais e suas
cuidem de pequenos vasos necessidades vitais.
na sala ou do cultivo de Conhece os cuidados
hortaliças no espaço externo básicos para o crescimento
da instituição. dos vegetais, por meio da
sua criação e cultivo.
Conhece algumas
propriedades dos objetos:
refletir, ampliar ou inverter
Criar condições para que as as imagens, produzir,
crianças possam atender às transmitir ou ampliar
necessidades físicas com sons, propriedades
independência. ferromagnéticas etc.
Ensinar e oferecer condições Identifica necessidades
para o autoaprendizado dos físicas e sabe satisfazê-
cuidados de saúde. -las com independência.
Tornar observável para a Exemplos: sede, frio, calor
Aprender a cuidar de si no criança possíveis áreas de etc.
cotidiano, com segurança risco, auxiliá-la a identificá-las Aprende cuidados básicos
e autoconfiança, cuidar do com códigos identificadores de higiene. Exemplo: lavar as
outro e do ambiente. de perigo. mãos após a ida ao banheiro
Estimular as crianças a e antes de comer.
auxiliarem os colegas em Movimenta-se com
situações cotidianas. segurança, identificando
Estimular as crianças a situações cotidianas de risco
economizarem água. contra sua integridade física.
Introduzir hábito de Oferece ajuda a um colega
separação de lixo nas salas quando se faz necessário.
e na escola. Desenvolve hábitos de
cuidados com o ambiente,
separação de lixo, economia
de água etc.
28 Guia de Planejamento e Orientações didáticas
30. Artes
As crianças do 1o ano têm o direito de conhecer a produção artística e ex-
pressar sua criatividade compartilhando pensamentos, ideias e sentimentos tam-
bém por meio de atividades de exploração envolvendo artes visuais e música,
reconhecidas como linguagem e conhecimento. Para isso, a escola de Ensino
Fundamental deverá oferecer diferentes situações de contato com a produção
artística, possibilitando o fazer e o apreciar.
Fontes: RCNEI
Expectativas de Condições didáticas e
Observar se o aluno
aprendizagem atividades
Oferecer diversidade de
produções artísticas para
que a criança as aprecie.
Instigar, na observação das
obras, a descoberta e o
Identifica algumas técnicas
interesse das crianças.
e procedimentos artísticos
Escolher artistas cujas obras
presentes nas obras visuais.
sejam significativas para as Aprecia, externando opiniões,
Reconhecer elementos crianças, quer pelo uso de sentimentos, reproduções
básicos da linguagem visual. temas, quer pelas técnicas e de obra de arte em livros,
suportes. internet, documentário,
Pesquisar, junto com museus, casas de cultura,
as crianças, em livros, ateliês.
internet, museus e ao
vivo, com artistas locais,
informações interessantes
sobre os artistas e as obras
analisadas.
Organizar um espaço
para dispor os materiais
e suportes necessários à Desenha, pinta, esculpe,
produção e criar sistemática produz colagens, etc.,
de uso. transformando, produzindo
Promover situações em novas formas, pesquisando
que as crianças possam materiais, pensando sobre o
Utilizar elementos da produzir em argila, massa
linguagem visual para que produz.
de modelar e demais Explora espaços e
expressar-se. recursos que permitam a materiais bidimensionais
tridimensionalidade. e tridimensionais em suas
Expor, com estética e
produções.
cuidado, as produções das
Valoriza suas produções e as
crianças, socializar em roda
de seus colegas.
de conversa, por exemplo, as
soluções encontradas para
produzir com singularidade.
Guia de Planejamento e Orientações didáticas 29