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Crise Mundial e Interdependência
nas Relações Internacionais, por
Robson Coelho Cardoch Valdez
28/10/2010 POR EQUIPE DE COLABORADORES 0 COMMENTS
Vivemos uma crise mundial cujo início é de difícil precisão. Porém, acredita-se que dois
pontos marcantes da crise sejam os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 em
Nova York – EUA e a crise financeira mundial que teve seu ápice com a crise do sistema
imobiliário americano em 2008 com efeitos em todos os países. Nesse cenário, além dos
temas econômicos, observa-se também a prevalência de temas de segurança no centro das
discussões de política internacional. Diferentemente do que acreditam os realistas, neste
contexto torna-se dificultoso determinar uma hierarquia entre esses temas da agenda
internacional. Assim, a teoria da interdependência mostra-se cada vez mais sugestiva como
suporte teórico para a compreensão do cenário atual.
Para Robert Keohane e Joseph Nye, a interdependência afeta a política mundial e o
comportamento dos Estados, mas ações governamentais também influenciam os padrões
de interdependência. Ao criar ou aceitar procedimentos, regras ou instituições para certos
tipos de atividade, governos regulam e controlam relações transnacionais e inter-estatais.
Essas relações são as que caracterizam os regimes internacionais (KEOHANE, NYE, 1977,
p. 5). A Teoria da Interdependência alcança, assim, uma dimensão diferente da teoria
realista, pois nela verifica-se, de certa maneira contrapostos, fundamentos realistas como
da centralidade estatal, do sistema anárquico, da rivalidade e uso da força e do belicismo –
que passam a ser percebidos como insuficientes para determinação do poder do Estado.
Contudo, o final da década de 1970 e a década de oitenta ficaram conhecidos como o
período da segunda guerra fria. Neste contexto, a invasão soviética no Afeganistão e a
corrida espacial promovida pelo governo norte-americano de Ronald Reagan levaram a
competição entre as duas potências aos padrões anteriores à Crise dos Mísseis de Cuba.
Assim, o neo-realismo de Keneth Waltz que reafirmava a condição anárquica do sistema
internacional e a importância do Estado nas relações internacionais, ganhou espaço no
debate acadêmico das relações internacionais. Dessa maneira, os interdependentistas – a
partir de então denominados institucionalistas ou neoliberais – passaram a reconhecer a
anarquia do sistema internacional, assim como a primazia do Estado na política
internacional. Porém, admitiram que, em algumas circunstâncias, seria possível haver
cooperação em um sistema internacional anárquico (MESSARI, NOGUEIRA, 2005, p. 88-
90).
Dentro dessa mesma lógica, depois da publicação de After Hegemony – (KEOHANE, 1984)
e Achieving Cooperation under Anarchy (AXELROLD, KEOHANE, 1985), a Teoria da
Interdependência se aproximou da idéia Estadocêntrica e anárquica do realismo,
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ressaltando a possibilidade de interação e cooperação entre os Estados. Com os
desdobramentos que levaram à queda do muro de Berlim e ao fim da Guerra Fria,
constatou-se que os temas de segurança e economia passaram a ser tratados com o
mesmo grau de prioridade pelos Estados.
Percebe-se, então, que uma relação interdependente ocorre quando os atores dessa
relação são mutuamente dependentes. Todavia não se pode esperar que os custos e
benefícios desse relacionamento sejam simétricos. Pelo contrário, as relações internacionais
são assimétricas, e é nesse contexto em que o poder pode ser projetado. Não se está
falando aqui em hard power, mas sim na forma como os atores – estatais ou não –
articulam os mais variados temas da agenda internacional com o propósito único de
concretizar seus interesses. Em uma análise interdependentista da cena internacional, os
custos e benefícios dos ajustes das políticas dos Estados frente às mudanças no cenário
externo são sempre levadas em consideração. Assim, torna-se mais compreensível os
graus de sensibilidade e vulnerabilidade dos atores na cena mundial. Neste contexto, a
sensibilidade de um país seria medida em um cenário político ou econômico imutável. O fato
do cenário se manter constante pode revelar a dificuldade de o país formular novas políticas
em um curto espaço de tempo, ou pode refletir o comprometimento deste mesmo país com
sua política interna ou regimes internacionais. Assim, efeitos imediatos decorrentes de
fatores externos denunciam sensível dependência do cenário externo. No tocante à
vulnerabilidade, Keohane e Nye apontam para a capacidade dos países em efetivamente
formular novas políticas e encontrar alternativas em curto espaço de tempo, frente a uma
situação adversa no contexto internacional (KEOHANE, NYE. p. 4-21).
Observa-se, então, que os temas da agenda internacional têm demandado um nível mais
dinâmico de interação entre os atores da cena internacional. Política interna dos Estados,
organizações não-governamentais (ONG’s), empresas multinacionais (EMN), Estados e
organizações internacionais (OI’s) têm tido – articuladamente – influência crescente na
busca por soluções aos desafios impostos ao sistema internacional. Tais desafios,
atualmente, dizem respeito a todos os Estados. A crise alcança países periféricos e pobres
como Bangladesh, emergentes como a Turquia e o Brasil, ou desenvolvidos como a
Inglaterra e os Estados Unidos. Assim, Os Estados Unidos, epicentro da crise, país com o
qual o mundo está inter-relacionado, sentem a necessidade de incrementar a cooperação
nas suas relações com outros Estados. Fareed Zakaria, em artigo para a News Week de
outubro de 2008 constatava essa tendência: “We cannot noisily denounce Chinese and Arab
investments in America one day and then hope that they Will keep buying $4 billions worth of
T-bills another day. We cannot keep preaching to the world democracy and capitalism while
our own house is so wildly out of order” (NEWS WEEK, 2008, p. 17-19).
Os efeitos dessa crise e a expectativa sobre as eleições americanas de novembro de 2008;
a posição do presidente eleito Barack Obama frente ao tamanho do desafio que se colocou
aos Estados Unidos e ao mundo; assim como a reunião do G20 em abril de 2009, em
Londres, são fatos que mostraram o alto grau de interdependência entre as nações. Desta
forma, por ser a globalização um fenômeno político-econômico que propicia um incremento
na relação entre Estados, Organismos Internacionais, e atores não-estatais, tais como
empresas e instituições financeiras, a teoria da Interdependência das Relações
Internacionais mostra-se relevante para analisar a crise pela qual passa o atual processo de
globalização. Temos, então, atualmente um inter-relacionamento de temas e atores de
forma a privilegiar a interdependência e a cooperação. Faz-se necessário lembrar, porém, a
primazia dos Estados como atores das relações internacionais, assim como a característica
anárquica do sistema. O reconhecimento destes conceitos realistas pela Teoria da
Interdependência (AXEROLD, KEOHANE. 1985) aperfeiçoa o trabalho desenvolvido
anteriormente por Keohane e Nye em 1977, contribuindo para compreender tanto a
globalização como as crises que acontecem dentro de seu contexto. Ao contemplar
pressupostos realistas, a interdependência privilegia a complementariedade entre as teorias
das Relações Internacionais para a compreesão dos temas atuais da agenda internacioanal.
Referência Bibliográfica
AXEROLD, R.; KEOHANE, R. O. (1985), “Achieving Cooperation Under Anarchy: Strategies
and Institutions”, World Politics, nº 38: 226-254.
KEOHANE, Robert. O.; NYE, Joseph. (1977), Power and Interdependence: World Politics in
Transition. Boston, Little Brown and company.
NOGUEIRA, João Pontes.; MESSARI, Nizar. (2005), Teoria das Relações Internacionais. Rio
de Janeiro, Elsevier.
ZAKARIA, Fareed. (2008) “There is a Silver Lining”. NewsWeek, Vol. CLI nº19 : 17-19.
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Robson Coelho Cardoch Valdez é Mestrando em Relações Internacionais pela Universidade
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Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coelho Cardoch Valdez _ Mundorama.pdf

  • 1. 19/11/2014 Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coelho Cardoch Valdez | Mundorama http://mundorama.net/2010/10/28/crise-mundial-e-interdependencia-nas-relacoes-internacionais-por-robson-coelho-cardoch-valdez/ 1/4 ÚLTIMAS POPULARES TAGS Interview about “Swords into Ploughshares? China’s Soft Power Strategy in Southeast Asia and Its Challenges”, an interview with Dr. Tung- Chieh Tsai 19/11/2014 Entre Blancos e Frentistas: Uma análise das propostas de Política Externa de Vázquez e Lacalle Pou no Uruguai frente aos interesses brasileiros, por Pedro Henrique de Sousa Netto 16/11/2014 Evento – 5o Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais – ABRI 15/11/2014 The Swedish parliamentary elections and the ascension of far-right political parties throughout Europe, by Pedro Simão Mendes 15/11/2014 The US-China climate deal: a promising outlook, por Henrique Fialho Barbosa 14/11/2014 Evento – Palestra “El reconocimiento de los actores: Biografía colectiva y diccionarios biográficos en la agenda política pública” – iREL-UnB 14/11/2014 Mundorama DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS – ISSN 2175-2052 POSTS 11 Votes Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coelho Cardoch Valdez 28/10/2010 POR EQUIPE DE COLABORADORES 0 COMMENTS Vivemos uma crise mundial cujo início é de difícil precisão. Porém, acredita-se que dois pontos marcantes da crise sejam os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova York – EUA e a crise financeira mundial que teve seu ápice com a crise do sistema imobiliário americano em 2008 com efeitos em todos os países. Nesse cenário, além dos temas econômicos, observa-se também a prevalência de temas de segurança no centro das discussões de política internacional. Diferentemente do que acreditam os realistas, neste contexto torna-se dificultoso determinar uma hierarquia entre esses temas da agenda internacional. Assim, a teoria da interdependência mostra-se cada vez mais sugestiva como suporte teórico para a compreensão do cenário atual. Para Robert Keohane e Joseph Nye, a interdependência afeta a política mundial e o comportamento dos Estados, mas ações governamentais também influenciam os padrões de interdependência. Ao criar ou aceitar procedimentos, regras ou instituições para certos tipos de atividade, governos regulam e controlam relações transnacionais e inter-estatais. Essas relações são as que caracterizam os regimes internacionais (KEOHANE, NYE, 1977, p. 5). A Teoria da Interdependência alcança, assim, uma dimensão diferente da teoria realista, pois nela verifica-se, de certa maneira contrapostos, fundamentos realistas como da centralidade estatal, do sistema anárquico, da rivalidade e uso da força e do belicismo – que passam a ser percebidos como insuficientes para determinação do poder do Estado. Contudo, o final da década de 1970 e a década de oitenta ficaram conhecidos como o período da segunda guerra fria. Neste contexto, a invasão soviética no Afeganistão e a corrida espacial promovida pelo governo norte-americano de Ronald Reagan levaram a competição entre as duas potências aos padrões anteriores à Crise dos Mísseis de Cuba. Assim, o neo-realismo de Keneth Waltz que reafirmava a condição anárquica do sistema internacional e a importância do Estado nas relações internacionais, ganhou espaço no debate acadêmico das relações internacionais. Dessa maneira, os interdependentistas – a partir de então denominados institucionalistas ou neoliberais – passaram a reconhecer a anarquia do sistema internacional, assim como a primazia do Estado na política internacional. Porém, admitiram que, em algumas circunstâncias, seria possível haver cooperação em um sistema internacional anárquico (MESSARI, NOGUEIRA, 2005, p. 88- 90). Dentro dessa mesma lógica, depois da publicação de After Hegemony – (KEOHANE, 1984) e Achieving Cooperation under Anarchy (AXELROLD, KEOHANE, 1985), a Teoria da Interdependência se aproximou da idéia Estadocêntrica e anárquica do realismo, Busca Assine Mundorama Informe o seu e-mail Junte-se a 3.928 outros seguidores Insira seu endereço de e-mail Assinar! Navegação Selecionar categoria O QUE É BIBLIOTECA COMO PUBLICAR HOW TO CONTRIBUTE CONTATO
  • 2. 19/11/2014 Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coelho Cardoch Valdez | Mundorama http://mundorama.net/2010/10/28/crise-mundial-e-interdependencia-nas-relacoes-internacionais-por-robson-coelho-cardoch-valdez/ 2/4 Ebola: falha na resposta da comunidade internacional, por Rodrigo Mavignier Corrêa Silva 13/11/2014 Evento – Seminário Internacional “Many Worlds, Many Theories?” – iREL-UnB 13/11/2014 Bolsa de Estudos – Fellowship Opportunity | ” The Nuclear Proliferation International History” project – CPDOC-FGV/Rio 13/11/2014 Evento – 5º Concurso de Monografias da União Europeia 12/11/2014 Evento – Mesa Redonda “Finanças Verdes”- CEBRI 12/11/2014 Evento – Lançamento do No. 26 da Revista Conjuntura Austral – UFRGS 11/11/2014 As Quatro Liberdades e um Projeto para o Brasil: leitura de dois livros recentes, por Paulo Roberto de Almeida 09/11/2014 O pensamento de Ilya Prigogine nas Relações Internacionais: distorcendo as fronteiras entre as ciências humanas e as exatas, por Patrícia Nabuco Martuscelli 08/11/2014 China rising – strategies and tactics of China’s growing presence in the world – uma edição especial da RBPI, por Antônio Carlos Lessa 06/11/2014 Esquerdas na América do Sul: além da crista da onda, por Bernardo Menescal e Sabrina Sabatovicz 04/11/2014 Boletim Mundorama – No. 86 – Outubro/2014 31/10/2014 Evento – Programa seleciona pesquisador na área de ciências humanas e sociais – CAPES 31/10/2014 What Tools Do We Have To Understand a New World Order in Progress, by Anthony Spanakos and Joseph C. Marques 31/10/2014 Evento – Lançamento da edição No. 02 (2013) da revista Carta Internacional – ABRI 30/10/2014 ressaltando a possibilidade de interação e cooperação entre os Estados. Com os desdobramentos que levaram à queda do muro de Berlim e ao fim da Guerra Fria, constatou-se que os temas de segurança e economia passaram a ser tratados com o mesmo grau de prioridade pelos Estados. Percebe-se, então, que uma relação interdependente ocorre quando os atores dessa relação são mutuamente dependentes. Todavia não se pode esperar que os custos e benefícios desse relacionamento sejam simétricos. Pelo contrário, as relações internacionais são assimétricas, e é nesse contexto em que o poder pode ser projetado. Não se está falando aqui em hard power, mas sim na forma como os atores – estatais ou não – articulam os mais variados temas da agenda internacional com o propósito único de concretizar seus interesses. Em uma análise interdependentista da cena internacional, os custos e benefícios dos ajustes das políticas dos Estados frente às mudanças no cenário externo são sempre levadas em consideração. Assim, torna-se mais compreensível os graus de sensibilidade e vulnerabilidade dos atores na cena mundial. Neste contexto, a sensibilidade de um país seria medida em um cenário político ou econômico imutável. O fato do cenário se manter constante pode revelar a dificuldade de o país formular novas políticas em um curto espaço de tempo, ou pode refletir o comprometimento deste mesmo país com sua política interna ou regimes internacionais. Assim, efeitos imediatos decorrentes de fatores externos denunciam sensível dependência do cenário externo. No tocante à vulnerabilidade, Keohane e Nye apontam para a capacidade dos países em efetivamente formular novas políticas e encontrar alternativas em curto espaço de tempo, frente a uma situação adversa no contexto internacional (KEOHANE, NYE. p. 4-21). Observa-se, então, que os temas da agenda internacional têm demandado um nível mais dinâmico de interação entre os atores da cena internacional. Política interna dos Estados, organizações não-governamentais (ONG’s), empresas multinacionais (EMN), Estados e organizações internacionais (OI’s) têm tido – articuladamente – influência crescente na busca por soluções aos desafios impostos ao sistema internacional. Tais desafios, atualmente, dizem respeito a todos os Estados. A crise alcança países periféricos e pobres como Bangladesh, emergentes como a Turquia e o Brasil, ou desenvolvidos como a Inglaterra e os Estados Unidos. Assim, Os Estados Unidos, epicentro da crise, país com o qual o mundo está inter-relacionado, sentem a necessidade de incrementar a cooperação nas suas relações com outros Estados. Fareed Zakaria, em artigo para a News Week de outubro de 2008 constatava essa tendência: “We cannot noisily denounce Chinese and Arab investments in America one day and then hope that they Will keep buying $4 billions worth of T-bills another day. We cannot keep preaching to the world democracy and capitalism while our own house is so wildly out of order” (NEWS WEEK, 2008, p. 17-19). Os efeitos dessa crise e a expectativa sobre as eleições americanas de novembro de 2008; a posição do presidente eleito Barack Obama frente ao tamanho do desafio que se colocou aos Estados Unidos e ao mundo; assim como a reunião do G20 em abril de 2009, em Londres, são fatos que mostraram o alto grau de interdependência entre as nações. Desta forma, por ser a globalização um fenômeno político-econômico que propicia um incremento na relação entre Estados, Organismos Internacionais, e atores não-estatais, tais como empresas e instituições financeiras, a teoria da Interdependência das Relações Internacionais mostra-se relevante para analisar a crise pela qual passa o atual processo de globalização. Temos, então, atualmente um inter-relacionamento de temas e atores de forma a privilegiar a interdependência e a cooperação. Faz-se necessário lembrar, porém, a primazia dos Estados como atores das relações internacionais, assim como a característica anárquica do sistema. O reconhecimento destes conceitos realistas pela Teoria da Interdependência (AXEROLD, KEOHANE. 1985) aperfeiçoa o trabalho desenvolvido anteriormente por Keohane e Nye em 1977, contribuindo para compreender tanto a globalização como as crises que acontecem dentro de seu contexto. Ao contemplar pressupostos realistas, a interdependência privilegia a complementariedade entre as teorias das Relações Internacionais para a compreesão dos temas atuais da agenda internacioanal. Referência Bibliográfica AXEROLD, R.; KEOHANE, R. O. (1985), “Achieving Cooperation Under Anarchy: Strategies and Institutions”, World Politics, nº 38: 226-254. KEOHANE, Robert. O.; NYE, Joseph. (1977), Power and Interdependence: World Politics in Transition. Boston, Little Brown and company. NOGUEIRA, João Pontes.; MESSARI, Nizar. (2005), Teoria das Relações Internacionais. Rio de Janeiro, Elsevier. ZAKARIA, Fareed. (2008) “There is a Silver Lining”. NewsWeek, Vol. CLI nº19 : 17-19.
  • 3. 19/11/2014 Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coelho Cardoch Valdez | Mundorama http://mundorama.net/2010/10/28/crise-mundial-e-interdependencia-nas-relacoes-internacionais-por-robson-coelho-cardoch-valdez/ 3/4 1. Boletim Mundorama, Economia Internacional, Política Internacional Evento – Seleção para o Mestrado em Relações Internacionais – PUC-Minas Evento – 1ª Conferência do Desenvolvimento (Code) – IPEA Deixe um comentário Evento – Concurso para Professor de Relações Internacionais – UFGD 30/10/2014 The Forum for Economic and Trade Cooperation between China and the Portuguese-speaking Countries , by Carmen Amado Mendes 30/10/2014 Japan and India – security ties amid China’s rise, by Wellington Dantas de Amorim and Antonio Henrique Lucena Silva 29/10/2014 Heading towards a New Cold War, by Jose León-Manríquez and Luis F. Alvarez 28/10/2014 Chinese energy-climate latest policy developments, by Larissa Basso and Eduardo Viola 27/10/2014 Robson Coelho Cardoch Valdez é Mestrando em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES (robsonvaldez@hotmail.com). 4  5     Gosto Be the first to like this.  Relacionado Guerra Cambial: Sensibilidade e Vulnerabilidade no Sistema Internacional de Comércio, por Priscila Teixeira Quaini Em "1. Boletim Mundorama" Segurança multidimensional da Pan-Amazônia, por Alberto Teixeira da Silva A Pan-Amazônia vai se transformar na arena dominante dos debates promovidos pelo Forum Social Mundial (FSM) que ocorrerá na cidade de Belém no período de 27 de janeiro à 1… Em "1. Boletim Mundorama" Europa, a façanha da paz, por Maria Izabel Mallmann O festejado cinqüentenário do Tratado de Roma faz lembrar que foram necessários alguns séculos, muitas guerras, o aumento espetacular da interdependência européia e o surgimento de poderosos fatores externos para… Em "1. Boletim Mundorama" No comments yet... Be the first to leave a reply! Escreva o seu comentário aqui... Twitter No Boletim Mundorama - As Quatro Liberdades e um Projeto para o Brasil, por Paulo Roberto de Almeida ow.ly/EjO9I 36 minutes ago Bolsa de Estudos – Fellowship Opportunity ” The Nuclear Proliferation International History” project – CPDOC-FGV/Rio ow.ly/EjNEC 5 hours ago No Boletim Mundorama - O pensamento de Ilya Prigogine nas Relações Internacionais, por Patrícia Nabuco Martuscelli ow.ly/EjOpf 7 hours ago Interview about “Swords into Ploughshares? China’s Soft Power Strategy in Southeast Asia and… goo.gl/fb/n8BO4i 7 hours ago No Boletim Mundorama - Ebola: falha na resposta da comunidade internacional, por Rodrigo Mavignier Corrêa Silva ow.ly/EjNho 1 day ago Boletim Mundorama: Internet, islã e modernidade no Irã, por Carolina Grinsztajn ow.ly/Cd87q 1 day ago Boletim Mundorama - Evento – 5º Concurso de Monografias da União Europeia ow.ly/EjNMa 1 day ago Boletim Mundorama: O ímpeto do Desenvolvimento, por Matheus Bastos ow.ly/C2oyC 1 day ago Boletim Mundorama: Evento – Seleção para o Mestrado em Relações Internacionais – UFBA ow.ly/Cd7l4 2 days ago Bolsa de Estudos – Fellowship Opportunity ” The Nuclear Proliferation International Seguir Seguir “Mundorama” Obtenha todo post novo entregue na sua caixa de entrada. Junte-se a 3.928 outros seguidores Insira seu endereço de e-mail Cadastre-me Crie um site com WordPress.com
  • 4. 19/11/2014 Crise Mundial e Interdependência nas Relações Internacionais, por Robson Coelho Cardoch Valdez | Mundorama http://mundorama.net/2010/10/28/crise-mundial-e-interdependencia-nas-relacoes-internacionais-por-robson-coelho-cardoch-valdez/ 4/4 Mundorama. Blog no WordPress.com. O tema Headlines. History” project – CPDOC-FGV/Rio ow.ly/EjNEq 2 days ago Seguir @mundoramanet Realização Patrocínio Apoio Citando e redistribuindo Conteúdo sob Licença Creative Commons.