- Freud relata um distúrbio de memória que teve ao visitar a Acrópole na Grécia anos atrás, onde duvidou da própria existência do local.
- Ele analisa esse episódio à luz de sua teoria, sugerindo que reprimiu um desejo de infância de visitar Atenas, gerando incredulidade.
- O texto reflete sobre como desejos podem ser desrealizados ou falsificados pela mente para evitar frustrações ou sentimentos de culpa.
3. Sigmund Freud
Sigismund Schlomo Freud nasceu em Freiberg,
que pertencia ao Império Austríaco, hoje a
localidade faz parte da República Tcheca. Era
filho de judeus comerciantes de lã.
Ele iniciou seus estudos utilizando o método da
hipnose para tratar pacientes com histeria.
Como percebeu elevado índice de melhora de
seus pacientes, elaborou a hipótese de que a
causa da histeria era psicológica e não
biológica, como se achava na época. Essa
hipótese serviu de base para outros estudos
dele, como o inconsciente, mecanismos de
defesa, repressão psicológica e modelo
psicossexual.
4. Contexto da obra
- Freud escreve uma carta para
contribuir com seu amigo Romain
Rolland, por ocasião de seu 70º
aniversário;
- Trabalho científico consistiu em
explicar manifestações anormais ou
patológicas da mente;
- Começou tentando isso em si próprio
e depois passou aplicá-lo a outras
pessoas;
5. - Resolveu analisar o fato que lhe
ocorrera há muito tempo;
- Todo começo de ano viajava em
companhia do seu irmão mais
novo;
- Decidiram viajar via Trieste até a
ilha de Corfu;
- Em Trieste visitaram um
conhecido de negócios do seu
irmão e ele disse-lhes que seria
melhor visitar Atenas.
Contexto da obra
6. - Voltaram da visita deprimidos, dizendo que o plano da viagem
era quase impossível, viam apenas dificuldades, mas na hora
compraram a passagem de forma natural, sem se preocupar.
- “Então tudo isso realmente existe mesmo, tal qual como
aprendemos no colégio!”
- Freud estava dividido em duas partes, a primeira se sente
obrigada a acreditar em algo duvidoso e a segunda se sente
surpresa por descobrir que algum dia duvidara da existência de
Atenas.
- Mas essa seria uma forma muito estranha de explicar comum e
sem interesse, ou pode afirmar que quando criança pensava
que estava convencido dos fatos mas seu inconsciente não
tinha acreditado, por isso adquiriu a convicção de que chegara
ao fundo do inconsciente.
- Afirma que a depressão em Trieste e a ideia passada na acrópole
se relacionam intimamente, e que a depressão corresponde ao
lamento de que era impossível acontecer, ou seja, mais um
caso de “bom demais para ser verdade!”
7. - Existência de um fenômeno
Causas
- Tentativa de repelir a realidade
“NO ENTANTO, POR QUE HAVERIA DE
SURGIR ESSA INCREDULIDADE COM
RELAÇÃO A ALGO QUE, PELO
CONTRÁRIO,PROMETE TRAZER UM
ELEVADO GRAU DE PRAZER.”
8. -Paradoxal
Pessoas ARRASADAS PELO SUCESSO
Lugar da frustração externa é assumido por
frustração interna
“O SOFREDOR NÃO SE PERMITE A
FELICIDADE...”
“Bom demais para ser verdade”
Pessimista
Expressão que esta presente em muito de nós
Sentimento de culpa ou inferioridade
“Não mereço tanta felicidade”
9. Esperar algo negativo do Destino = SUPEREGO
-Explica comportamento em TRIESTE
“REALMENTE EU NÃO PODERIA TER IMAGINADO
SER POSSÍVEL QUE ME FOSSE DADO VER
ATENAS COM MEUS PRÓPRIOS OLHOS-
COMO INDUBITAVELMENTE AGORA ESTÁ
OCORRENDO!”
-Desejo colegial que demora para se concretizar
10. Freud sugeriu que a personalidade tem três
componentes:
ID
Representa os motivos e impulsos inconscientes;
SUPEREGO
Incorpora a consciência ou o sentido do que é certo e
errado;
EGO
Responsável pelo equilíbrio ou ajuste das demandas
conflitantes das necessidades e impulsos de
alguém,bem como de sua consciência e da
realidade.
11. - supõe adivinhar o significado;
- alegre pela surpresa de se
encontrar lá;
- questão emergente.
12. Tema essencial do
pensamento: Incredulidade
-Dúvida quanto aspecto da
realidade.
" primeiro, estava atribuída ao
passado e segundo, estava
transportada de minha relação
para com Acrópole para a própria
existência da Acrópole"
13. - Sentimento inacreditável e do
irreal da situação;
- Situação: próprio Freud. a
Acrópole e sua percepção dela;
- Recordação dos anos de
jovem: dúvida de que iria ver x
dúvida quanto a existência da
Acrópole;
14. " O que eu estou vendo aqui não é real "
- sentimento de desrealização: fenômenos
notáveis ainda pouco compreendidos;
- " sensações" porém para Freud são processos
mais complexos, vinculados a conteúdos
mentais peculiares e vinculados a operações
feitas a respeito desses conteúdos.
- doenças mentais e conhecidos em pessoas
sadias;
- comparação com os sonhos.
15. Como observar tais fenômenos:
Pessoa sente que uma parte da realidade
ou que uma parte do seu próprio eu, lhe é
estranha.
- Despersonalização relação com Desrealização;
- Outro grupo de fenômenos " dé já vu", " fausse
reconnaissance", são ilusões que procuramos aceitar
algo como pertencente ao nosso ego = nas
desrealizações.
- De já vú : procura a prova de uma existência anterior do
nosso eu ( self) mental.
- Despersonalização leva a situação de personalidade
dividida ( double conscience )
16. Características gerais do fenômeno da
desrealização:
- Todos servem ao objetivo de defesa, visam a manter algo
distanciado do ego.
- Elementos capazes de promover medidas defensivas
podem ser oriundas de duas direções: mundo externo ou
do mundo interno.
- A repressão faz parte de uma serie de métodos usados
pelo ego pra afastar aquilo que é aflitivo ou insuportável.
17. Minha pobre Alhama
'Cartas le fueron venidas
que Alhama era ganada:
las cartas echó em el fuego,
Y al mensajero matara.'
- Ele sente que sua perda é o fim de seu reinado,
não permite que seja verdade matando o
mensageiro.
18. Características gerais do fenômeno
da desrealização:
- Dependência do passado, das recordações, de
experiências angustiantes da infância:
“Mas justamente minha própria experiências na
Acrópole, que realmente culminou num
distúrbio de memória e numa falsificação do
passado, ajuda-nos a demonstrar essa
conexão.”
19. Considerações Finais
• Freud retorna a esse momento de perturbação na
Grécia e à leitura que dele fez na época O
ocorrido será então entendido como o momento da
realização de um desejo muito especial, que até
então insatisfeito o havia movido e de certa forma
sustentado. Conhecer a Acrópole, mais do que
uma vontade entre outras, era aquele desejo que,
fora de acesso, o mantinha em movimento.
20. Considerações Finais
• Em vez de recuar ou de criar para si um novo
desejo, uma meta mais alta, que o levaria
provavelmente à superegóica exigência perpétua
de auto-superação, Freud retoma novamente o
episódio integrando-o à sua teoria como uma
demonstração: o desejo só pode ser satisfeito se
for trabalhado, torcido pela censura ou
desrealizado. Sempre que houver desejo
realizado, haverá desrealização, como naquele
momento em Atenas
21. Considerações Finais
• Teoria e realidade se entrecruzam na Grécia
quando Freud se lembra que a Acrópole não
marcava apenas o objeto maior de seu imaginário
de viagem, mas igualmente o limite que seu pai
não conseguira alcançar. De fato, Freud sempre
sonhara em ir à Grécia, mas nunca pode fazê-lo. A
vertigem vinha assinalar, assim, que era possível ir
além de seu pai e como se ainda fosse proibido
obter mais êxito em ter realizado mais do que seu
pai realizou.