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África
Começo da humanidade
• Continente do início da humanidade
• Formação física
• África subsaariana
• Magreb
Colonização
• Europa na África
• Divisões europeias
• Depois legitimada pelo tratado de Berlim
• Povos Tuts, Banto,
Regiões de expansão
• Egito
• Cartago
Reinos ainda existentes
África

Importância do estudo de História da África
 “A história da África é importante para nós, brasileiros, porque
ajuda a explicar-nos. Mas é importante também por seu valor
próprio e porque nos explica o grande continente que fica em nossa
fronteira leste e de onde proveio quase a metade de nossos
antepassados. Não pode continuar o seu estudo afastado de nossos
currículos, como se ela fosse matéria exótica. O obá (rei) do Benin
ou o angola a quiluanje estão mais próximos de nós do que os
antigos reis da França.” Alberto da Costa e Silva
 1.) história da África pelo seu valor próprio
 2.) história da África ajuda-nos a entender e explicar a nossa
própria história, porque é parte da história dos nossos antepassados
África
 A importância da África pelo seu valor próprio
Berço da Humanidade: Os fósseis mais antigos de nossos
ancestrais foram encontrados no Vale da Grande Fenda,
formação que atravessa a Etiópia, o Quênia e a Tanzânia.
Milhões de anos depois, o Homo erectus teria partido dessa
região para povoar a Ásia e a Europa, onde se transformou em
homem de Neanderthal. Os que continuaram na África
evoluíram para a espécie sapiens, que mais uma vez migrou,
dizimando ou substituindo os neandertais e os hominídeos
asiáticos, povoando todo o planeta.
África
 primeiros centros universitários e culturais de que se
tem registro (Tumbuctu, Gao e Djene).
Universidade de Sankore, em Tombuctu, construída por volta do
século IX.
África
 Universidade de Sankore, em Tombuctu, abrigava já no
Séc. XII cerca de 25.000 estudantes
África
 O povo Dogon registrou em monumentos as luas de Júpiter, os anéis
de Saturno e a estrutura espiral da Via-Láctea, observações feitas a
partir do século 17, na Europa
 os habitantes do reino do Congo eram especialistas em forjar ferro e
cobre para produção de ferramentas. Introduziram na lavoura do
Brasil a enxada, uma espécie de arado e diversos tipos de machados,
que serviam tanto para cortar madeira como para uso em guerras
 O objeto matemático mais antigo (Cerca de 20000 a.C.) é o bastão de
Ishango, osso com registros de dois sistemas de numeração. Ele foi
encontrado no Congo em 1950 e é 18 mil anos mais antigo do que a
matemática grega
 Muros de pedra de 10 metros de altura foram erguidos na região do
Zimbábue, por volta do séc.XII. As ruínas revelam saberes avançados
em construção civil
África
 Metalurgia do ferro
As mais antigas datações da existência da metalurgia do ferro estão na África:
-2000 anos para Ténéré no Niger
Século VII e IX a.c. para Taruga na Nigéria e sítios rwandeses e burundeses
Nok, Nigéria
A cultura conhecida como Nok (cerca de 900 a.C. até os séculos II ou III d.C.)
compreendia o território entre os rios Níger e Benué, aproximando-se do
lago Chade. Os povos de cultura Nok eram especialistas em metalurgia de
ferro e cobre, fabricavam utensílios domésticos, pontas para lanças e
flechas, argolas como enfeites para braços e tornozelos. Também
dominavam a técnica de esculturas em terracota com tamanhos de 9cm a
1,20m de altura, com penteados variados e colares de contas e pulseiras de
quartzo e estanho.
África
 Nok, Nigéria
Terracota, 21 cm - Jos Museum - Nigéria
África
 história da África ajuda-nos a entender e explicar a nossa própria
história, porque é parte da história dos nossos antepassados
 O que nos aproxima da África?
 A vinda de quase 5 milhões de africanos escravizados
 Quais foram as influências dos africanos no Brasil?
 Alimentação (pimenta, vatapá, caruru)
 Música (ritmos, instrumentos-berimbau, marimba, atabaque,
agogô)
 Técnicas (mineração/uso da bateia, ourivesaria, metalurgia do
ferro)
 Religiosidade (candomblé, umbanda)
 Vestimentas (turbante, pano da costa)
 Língua (bantu/iorubá – cafuné, axé, samba, quilombo,
moleque, bagunça)
África
 Importância da lei n.10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de História
da África e da Cultura Afro-Brasileira nas escolas:
 foi um dos resultados da longa luta dos movimentos negros no Brasil. A
escola tem um papel fundamental no combate à discriminação e ao
preconceito racial, porque é o lugar por excelência da transmissão do
conhecimento, da incorporação de valores e do desenvolvimento do
espírito crítico. E é através de tudo isso que se pode desconstruir
estereótipos e quebrar preconceitos.
 É preciso ressaltar o importante passo que foi dado com essa lei para a
valorização e o reconhecimento de uma das matrizes da cultura brasileira,
que é a africana, por meio do ensino de História da África e da Cultura
Afro-Brasileira. Mas falta ainda avançar muito. O processo de
implementação de uma lei é contínuo e de resultados não-imediatos. Faz-
se necessário, nesse momento, preparar melhor os professores e produzir
uma quantidade maior de materiais didáticos de boa qualidade para serem
utilizados em sala de aula.
África
 A história das sociedades africanas foi, durante muito tempo, deixada de lado,
em grande medida, devido às idéias pré-concebidas sobre o continente
africano produzidas, sobretudo pelos europeus, nos séculos XVIII e XIX. Como
as sociedades africanas não apresentavam as mesmas instituições políticas, não
possuíam padrões de comportamento e visões de mundo semelhantes aos dos
europeus, a conclusão só podia ser uma: a de uma sociedade não civilizada e
sem História.
 No entanto, antes da disseminação destas visões preconceituosas sobre a
África, este continente foi objeto de muitas obras de árabes, europeus e dos
próprios africanos, que retrataram as suas principais sociedades, estruturas
políticas e econômicas, bem como seus aspectos culturais, suas visões de
mundo, expressões artísticas e as formas de organização familiar. Essas obras,
acompanhadas da cultura material e de depoimentos, nos ajudam a entender
esse continente tão próximo geograficamente e culturalmente do Brasil.
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Fontes Árabes
 Viajantes na África Ocidental, vindos da Arábia, África do Norte
e da Península Ibérica, ligados à expansão árabe e à islamização.
História dos reinos sudaneses antes da chegada dos europeus,
vida
política e social, comércio transaariano, rotas do ouro, produção da
noz de cola.
 Al Iacube (séc.IX) – descreve Gana;
 Abu Ubayd al-Bakri (século XI) - Descrição da África (de 1087), viveu em
Córdoba, Almeria e Sevilha.
 Ibn Batuta (1304-1369) – descreve Mali;
 Ibn Khaldun (1332-1406) – norte da África – descreve a África e as
relações com outros povos, auge do império do Mali, baseou-se na
tradição oral;
 Leão, o Africano (1495-1552) – mouro do califado de Granada
(Espanha); escreve em italiano – descreve Gao e Songai, a conquista
marroquina e os depósitos de sal
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Fontes Árabes
 Africanos da África Ocidental e Oriental que escrevem em árabe
devido à islamização. Destacam-se as crônicas (Tarikhs), escritas
pela elite dirigente dos centros culturais do Sahel (Kano, Tombuctu)
e da África Oriental (Quíloa). Escritas para legitimar o poder dos
conquistadores de Songai por meio da tradição e das genealogias das
dinastias.
 Tarikh-al-Sudan (A Crônica do Sudão) – 1665 – escrita por al Sadi, de
Tombuctu, sobre os reinos sudaneses;
 Tarikh-al-Fattash ( A Crônica do Pesquisador) – século XVII – escrita
por Mahmoud Kati, cidadão que acompanha o imperador de Songai
em peregrinação a Meca; história da invasão do império pelos
marroquinos em 1591.
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Fontes Árabes
Página de um manuscrito de Mahmud Kati
Sobre o império Songai
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Fontes Árabes
Trechos do relato de Mahmud Kati:
“Tendo surgido uma contenda entre as gentes de Gao e as de Cano
quanto a saber qual das duas cidades era a mais populosa, frementes
de impaciência, jovens de Tombuctu e alguns habitantes de Gao
intervieram e, pegando em papel, em tinta e em penas entraram na
cidade de Gao e puseram-se a contar os grupos de casas, começando
pela primeira habitação a oeste da cidade, e a inscrevê-las uma após
a outra, “casa de fulano”, “casa de sicrano”, até chegarem às últimas
construções da cidade, do lado leste. A operação levou três dias e
contaram-se 7.626 casas, sem incluir as cubatas construídas de
palha.” (In: KI-ZERBO, op. cit.: 189)
“Naquele tempo, Tombuctu era sem igual entre as cidades do país dos
Negros pela solidez das instituições, pelas liberdades políticas, pela
pureza dos costumes, pela segurança das pessoas e dos bens, pela
clemência e compaixão para com os pobres e os estrangeiros, pela
cortesia em relação aos estudantes e aos homens de ciência e pela
assistência prestada a estes últimos.” (In: KI-ZERBO, op. cit.: 191)
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Fontes Européias
O mapa a seguir foi feito na Catalunha no século XIV e retrata o Norte
da África. Apresenta quatro reis, três africanos: o rei Mansa Musa
de Mali (sentado, com uma gema de ouro na mão direita), o rei de
Organa, o rei da Núbia e o rei da Babilônia.
Os dois números em vermelho marcam dois textos. São eles: 1. “Toda esta
parte tem gentes que ocultam a boca; só se vêem seus olhos. Vivem em
tendas e têm caravanas de camelos. Também possuem animais de
cujas peles fazem excelentes escudos”. 2. “Este senhor negro é aquele
muito melhor senhor dos negros de Guiné. Este rei é o mais rico e o
mais nobre senhor de toda esta parte, com abundância de ouro na sua
terra” (tradução literal). Observe que embaixo do globo de ouro que o
imperador Mansa Musa segura na mão direita está a representação da
cidade de Tumbuctu. In: DAVIDSON, Basil. “Os Impérios Africanos”,
História em Revista (1300-1400). A Era da Calamidade. Rio de Janeiro:
Abril Livros / Time-Life, 1992, p. 149.
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Fontes Européias
Mapa do Norte da África (manuscrito catalão de 1375)
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Crônicas portuguesas (séculos XV-XVII)
 Escritas durante a expansão marítima;
 roteiros, relações com outros povos, realizações dos exploradores.
 Gomes Eanes de Zurara: Crônica do descobrimento e da conquista da
Guiné, escrita entre 1460-1474;
 Duarte Pacheco Pereira: Esmeraldo situ orbis, em 1505;
 João de Barros: Décadas da Ásia, 1551-63;
 Filippo Pigafetta, Duarte Lopes: Descrição do Reino do Congo, 1591;
 Rui de Pina: Crônica do Rei D. João II, início do séc. XVI
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Crônicas de afro-portugueses e missionários, militares portugueses
estabelecidos na África (séculos XV-XVII)
 André Alvares d’ Almada (cabo-verdiano): Tratado Breve dos Rios da
Guiné de Cabo Verde, de 1594;
 André Dornelha: Descrição de Serra Leoa e dos Rios da Guiné de Cabo
Verde, de 1625;
 Antonio de Oliveira Cadornega (militar português, viveu 40 anos em
Angola): História Geral das Guerras Angolanas (1680-1681);
 Cavazzi de Montecucculo (missionário capuchinho): Descrição
histórica dos reinos do Congo, Matamba e Ndongo, de 1687.
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Africanos
 Relatos sobre as suas regiões de origem e as experiências como
escravos na América e na Europa, como A narrativa da vida de
Olaudah Equiano or Gustavus Vassa, o Africano, escrito em 1789.
 Viajantes europeus (século XIX)
Chegado o século XIX, os europeus iniciaram a exploração da África,
direcionada à conquista dos mercados consumidores africanos, após o fim
do tráfico de escravos. Uma nova literatura foi produzida por exploradores
que recolheram documentos escritos e testemunhos orais, tais como as
obras de James Bruce, T. E. Bowdich, Joseph Dupuis, Mungo Park, Gustav
Nachtigal, Hugh Clapperton, Richard Burton, entre outros.
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Tratamento das fontes
 Destacar a importância desses relatos como fontes históricas, mas
deve-se analisá-las criticamente, levando em conta:
 Contextualização do autor e do relato, posição social e ideológica, o lugar
da onde se fala;
 Objetivos do autor (conhecer, divulgar, conversão religiosa, a exploração
econômica)
 Conhecimento parcial dos povos africanos, não presença do autor no
continente africano
 A descrição do outro pode representar muito mais características de si
próprio
FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA
 Sociedades africanas – sociedades que usam a escrita?
 Idéia equivocada: as sociedades africanas indistintamente
são sociedades agráfas (não fazem uso da linguagem escrita)
 Muitas sociedades africanas sofreram processos de letramento ligados à
islamização e a cristianização
 Uso da escrita para educação, comércio, legitimação política (contrato de
títulos e posse); contatos com outros povos (europeus, arábes)
 Difundida por mercadores, exploradores, missionários
A África Subsaariana
 ÁFRICA SUBSAARIANA: território ao sul do deserto
do Saara
 Pode ser dividida em três grandes áreas: Ocidental,
Centro-Ocidental e Oriental.
A África Subsaariana

A África Subsaariana
 Diversidade e a complexidade das sociedades africanas
 pequenas aldeias agrícolas organizadas em torno das linhagens e
dos conselhos dos anciãos, nas quais davam-se grande
importância aos homens mais velhos da comunidade e os
ancestrais mortos; ou
 grandes unidades territoriais com poder político centralizado, como na
região Ocidental os reinos de Gana, Mali, Songai e Tecrur, que
participavam intensamente do comércio transaariano de cereais, âmbar,
pimenta, marfim e escravos trocados por cavalos, sal, cobre, conchas,
panos de algodão e tâmaras.
 Eram sociedades que, por conta do comércio transaariano, tiveram
contato com o islamismo e passaram a professá-lo juntamente com as
religiões tradicionais.
A África Subsaariana
Mesquita de Djenné - Mali
A África Subsaariana
Mesquita de Djenné - Mali
A África Subsaariana
 ÁFRICA OCIDENTAL
Reinos Sudaneses
Reinos Época Povos
Gana c.IV-XIII soninquê, diula
Mali c.XIII-XV malinquê, queita, madinga
Songai c.XV-XVI songai
Tacrur c.IX-XIV serer, tucolor, fula
Canen e c.X-XIV
Bornu c.XIV-XIX zagaua, sefaua, canúri
A África Subsaariana
 Estados da floresta ocidental
Estados Época Povos
Bono c.XIII acã
Ifé c.VI edo, ibo, nupe, ijó, igala, iorubá
Benin c.XII-XIV edo
Oió c.XV iorubá
A África Subsaariana
A África Subsaariana
 ÁFRICA ORIENTAL
 Cidades-Estados da Costa do Índico
Quíloa, Mogadixo, Mombaça, Moçambique, Zanzibar, Mafia,
Melinde
 Grande Zimbabué e o Reino do Monomotapa
A África Subsaariana
A África Subsaariana
ÁFRICA CENTRO-OCIDENTAL
Reinos Época Povos
Luba e Lunda c.XIII luba, lunda
Congo c.XIV-XV congo
Loango c.XIV vili
Tios c.XIV tio (tequê ou angico)
Andongo (Angola) c.XVI ambundo
(subgrupo andongo)
Libolo c.XVI ovimbundo
A África Subsaariana
 LINHAGENS:
 As linhagens são constituídas, sobretudo, pela família extensa,
que supõe um antepassado consangüíneo comum.
 DIVISÃO DA SOCIEDADE:
 Estrutura social estratificada: fundamentada na divisão por sexo
e idade.
 Sociedades patrilineares x Sociedades matrilineares
A África Subsaariana
GRUPOS ÉTNICOS
 são formados pelos próprios indivíduos com base numa relação
tanto de atribuição quanto de identificação. “Grupos étnicos são
categorias de atribuição e identificação realizadas pelos próprios
atores e, assim, têm características de organizar a interação entre
as pessoas”.
A África Subsaariana
 as fronteiras étnicas, muitas vezes flexíveis, são definidas
principalmente pela suposta origem comum dos integrantes.
“(...) é a crença na origem comum que substancializa e naturaliza
os atributos, tais como a cor, a língua, a religião, a ocupação
territorial e fazem-nas percebidas como traços essenciais e
imutáveis de um grupo”. Esses elementos, como a língua, a
religião, o território, entre outros são recursos utilizados não para
definir o grupo étnico, mas para criar e sustentar a idéia de uma
origem comum.
BARTH, Fredrik. Grupos étnicos e suas fronteiras. In: POUTIGNAT,
Philippe; STREIFF-FENART, Jocelyne. Teorias da etnicidade
seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth. Trad.
Élcio Fernandes. SP: Editora Unesp, 1997.
A África Subsaariana
A África Subsaariana
 a identidade étnica é, pois, um processo dinâmico, que está em
constante transformação, redefinindo-se por meio de um duplo
reconhecimento: pela identificação de aspectos comuns ao grupo
ao qual pertence e pelas diferenças em relação a outros grupos.
 o grupo étnico é também estabelecido levando em conta definições
e categorias atribuídas por agentes externos ao grupo.
 Na medida em que um grupo assume uma coletividade, acaba
negando outra. Assim, a etnicidade só pode existir em um contexto
de interação e não de isolamento, capaz de promover as fronteiras
entre os grupos que se consideram diferentes.
A África Subsaariana
 Jean-Loup Amselle e Elikia M’Bokolo. Au coeur de l’ethnie. Ethnie,
tribalisme et État en Afrique. Paris: La Découverte, 1999.
 Etnia é um conceito construído historicamente
 Em alguns casos é uma construção do colonizador
 Existem outras formas de organização: comércio, religião,
parentesco, doação de terras.
A África Subsaariana
A África Subsaariana
 RELIGIOSIDADE E ANCESTRALIDADE
 Crença num ser criador, espíritos de ancestrais e da natureza.
 os ancestrais são pessoas importantes em determinadas
sociedades – líderes, fundadores de aldeias, ferreiros
 os ancestrais mortos recebem as oferendas e homenagens em
lugares sagrados, no meio da natureza, num bosque, em rios,
debaixo de árvores, ou mesmo, em suas tumbas, nos cemitérios e
altares construídos nas aldeias e nas encruzilhadas.
A África Subsaariana
 O ancestral é dotado de um bem máximo que é a sua energia vital,
a energia da vida, carregada consigo não só pelo resto da sua
existência na Terra como depois da sua morte. É ela que o une ao
Ser Supremo, ao seu Criador.
 Toda cultura bantu está voltada para o aumento e acúmulo da
energia vital e para a luta contra a sua diminuição.
 O ser intermediador dotado de grande energia vital é o ancestral.
Surge daí a importância reconhecida à ancestralidade nas religiões
africanas.
A África Subsaariana
 A IMPORTÂNCIA DA ORALIDADE
 Tradicionalistas x griots
 Alguns ofícios existentes nas sociedades africanas estão
relacionados à tradição oral, a um conhecimento sagrado, a ser
revelado e transmitido para as futuras gerações; é o caso dos
ferreiros, carpinteiros, tecelões, caçadores e agricultores. Os mestres
que realizam essas atividades fazem-no ao mesmo tempo em que
entoam cantos ou palavras ritmadas e gestos que representam o ato
da criação.
A África Subsaariana
 RITUAIS
 Nas sociedades africanas os rituais e os mitos são muito
importantes.
 O mito é uma representação imaginária do passado e se relaciona
com a criação e a fundação da sociedade e como determinados
grupos se organizam.
 O mito não é explicado sem que existam a palavra e a ação (ritual).
 A palavra (expressão do mito) provoca os rituais.
 Os rituais revelam, por meio dos mitos, as formas de pensamento
de uma sociedade.
A África Subsaariana
 Tipos de rituais:
 de iniciação: celebram a passagem dos jovens para o mundo adulto
 de passagem: rituais fúnebres (separação física do mundo profano e
agregação ao mundo sagrado dos ancestrais)
 Celebrar os ciclos da natureza
 Fertilidade
 Pedido de proteção e agradecimento aos ancestrais
A África Subsaariana
 Máscara Gueledé
Museu AfroBrasil

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Berço da Humanidade: A História da África

  • 2. Começo da humanidade • Continente do início da humanidade • Formação física • África subsaariana • Magreb
  • 3.
  • 4. Colonização • Europa na África • Divisões europeias • Depois legitimada pelo tratado de Berlim • Povos Tuts, Banto,
  • 5. Regiões de expansão • Egito • Cartago
  • 7.
  • 8. África  Importância do estudo de História da África  “A história da África é importante para nós, brasileiros, porque ajuda a explicar-nos. Mas é importante também por seu valor próprio e porque nos explica o grande continente que fica em nossa fronteira leste e de onde proveio quase a metade de nossos antepassados. Não pode continuar o seu estudo afastado de nossos currículos, como se ela fosse matéria exótica. O obá (rei) do Benin ou o angola a quiluanje estão mais próximos de nós do que os antigos reis da França.” Alberto da Costa e Silva  1.) história da África pelo seu valor próprio  2.) história da África ajuda-nos a entender e explicar a nossa própria história, porque é parte da história dos nossos antepassados
  • 9. África  A importância da África pelo seu valor próprio Berço da Humanidade: Os fósseis mais antigos de nossos ancestrais foram encontrados no Vale da Grande Fenda, formação que atravessa a Etiópia, o Quênia e a Tanzânia. Milhões de anos depois, o Homo erectus teria partido dessa região para povoar a Ásia e a Europa, onde se transformou em homem de Neanderthal. Os que continuaram na África evoluíram para a espécie sapiens, que mais uma vez migrou, dizimando ou substituindo os neandertais e os hominídeos asiáticos, povoando todo o planeta.
  • 10. África  primeiros centros universitários e culturais de que se tem registro (Tumbuctu, Gao e Djene). Universidade de Sankore, em Tombuctu, construída por volta do século IX.
  • 11. África  Universidade de Sankore, em Tombuctu, abrigava já no Séc. XII cerca de 25.000 estudantes
  • 12. África  O povo Dogon registrou em monumentos as luas de Júpiter, os anéis de Saturno e a estrutura espiral da Via-Láctea, observações feitas a partir do século 17, na Europa  os habitantes do reino do Congo eram especialistas em forjar ferro e cobre para produção de ferramentas. Introduziram na lavoura do Brasil a enxada, uma espécie de arado e diversos tipos de machados, que serviam tanto para cortar madeira como para uso em guerras  O objeto matemático mais antigo (Cerca de 20000 a.C.) é o bastão de Ishango, osso com registros de dois sistemas de numeração. Ele foi encontrado no Congo em 1950 e é 18 mil anos mais antigo do que a matemática grega  Muros de pedra de 10 metros de altura foram erguidos na região do Zimbábue, por volta do séc.XII. As ruínas revelam saberes avançados em construção civil
  • 13. África  Metalurgia do ferro As mais antigas datações da existência da metalurgia do ferro estão na África: -2000 anos para Ténéré no Niger Século VII e IX a.c. para Taruga na Nigéria e sítios rwandeses e burundeses Nok, Nigéria A cultura conhecida como Nok (cerca de 900 a.C. até os séculos II ou III d.C.) compreendia o território entre os rios Níger e Benué, aproximando-se do lago Chade. Os povos de cultura Nok eram especialistas em metalurgia de ferro e cobre, fabricavam utensílios domésticos, pontas para lanças e flechas, argolas como enfeites para braços e tornozelos. Também dominavam a técnica de esculturas em terracota com tamanhos de 9cm a 1,20m de altura, com penteados variados e colares de contas e pulseiras de quartzo e estanho.
  • 14. África  Nok, Nigéria Terracota, 21 cm - Jos Museum - Nigéria
  • 15. África  história da África ajuda-nos a entender e explicar a nossa própria história, porque é parte da história dos nossos antepassados  O que nos aproxima da África?  A vinda de quase 5 milhões de africanos escravizados  Quais foram as influências dos africanos no Brasil?  Alimentação (pimenta, vatapá, caruru)  Música (ritmos, instrumentos-berimbau, marimba, atabaque, agogô)  Técnicas (mineração/uso da bateia, ourivesaria, metalurgia do ferro)  Religiosidade (candomblé, umbanda)  Vestimentas (turbante, pano da costa)  Língua (bantu/iorubá – cafuné, axé, samba, quilombo, moleque, bagunça)
  • 16. África  Importância da lei n.10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino de História da África e da Cultura Afro-Brasileira nas escolas:  foi um dos resultados da longa luta dos movimentos negros no Brasil. A escola tem um papel fundamental no combate à discriminação e ao preconceito racial, porque é o lugar por excelência da transmissão do conhecimento, da incorporação de valores e do desenvolvimento do espírito crítico. E é através de tudo isso que se pode desconstruir estereótipos e quebrar preconceitos.  É preciso ressaltar o importante passo que foi dado com essa lei para a valorização e o reconhecimento de uma das matrizes da cultura brasileira, que é a africana, por meio do ensino de História da África e da Cultura Afro-Brasileira. Mas falta ainda avançar muito. O processo de implementação de uma lei é contínuo e de resultados não-imediatos. Faz- se necessário, nesse momento, preparar melhor os professores e produzir uma quantidade maior de materiais didáticos de boa qualidade para serem utilizados em sala de aula.
  • 17. África  A história das sociedades africanas foi, durante muito tempo, deixada de lado, em grande medida, devido às idéias pré-concebidas sobre o continente africano produzidas, sobretudo pelos europeus, nos séculos XVIII e XIX. Como as sociedades africanas não apresentavam as mesmas instituições políticas, não possuíam padrões de comportamento e visões de mundo semelhantes aos dos europeus, a conclusão só podia ser uma: a de uma sociedade não civilizada e sem História.  No entanto, antes da disseminação destas visões preconceituosas sobre a África, este continente foi objeto de muitas obras de árabes, europeus e dos próprios africanos, que retrataram as suas principais sociedades, estruturas políticas e econômicas, bem como seus aspectos culturais, suas visões de mundo, expressões artísticas e as formas de organização familiar. Essas obras, acompanhadas da cultura material e de depoimentos, nos ajudam a entender esse continente tão próximo geograficamente e culturalmente do Brasil.
  • 18. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Fontes Árabes  Viajantes na África Ocidental, vindos da Arábia, África do Norte e da Península Ibérica, ligados à expansão árabe e à islamização. História dos reinos sudaneses antes da chegada dos europeus, vida política e social, comércio transaariano, rotas do ouro, produção da noz de cola.  Al Iacube (séc.IX) – descreve Gana;  Abu Ubayd al-Bakri (século XI) - Descrição da África (de 1087), viveu em Córdoba, Almeria e Sevilha.  Ibn Batuta (1304-1369) – descreve Mali;  Ibn Khaldun (1332-1406) – norte da África – descreve a África e as relações com outros povos, auge do império do Mali, baseou-se na tradição oral;  Leão, o Africano (1495-1552) – mouro do califado de Granada (Espanha); escreve em italiano – descreve Gao e Songai, a conquista marroquina e os depósitos de sal
  • 19. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Fontes Árabes  Africanos da África Ocidental e Oriental que escrevem em árabe devido à islamização. Destacam-se as crônicas (Tarikhs), escritas pela elite dirigente dos centros culturais do Sahel (Kano, Tombuctu) e da África Oriental (Quíloa). Escritas para legitimar o poder dos conquistadores de Songai por meio da tradição e das genealogias das dinastias.  Tarikh-al-Sudan (A Crônica do Sudão) – 1665 – escrita por al Sadi, de Tombuctu, sobre os reinos sudaneses;  Tarikh-al-Fattash ( A Crônica do Pesquisador) – século XVII – escrita por Mahmoud Kati, cidadão que acompanha o imperador de Songai em peregrinação a Meca; história da invasão do império pelos marroquinos em 1591.
  • 20. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Fontes Árabes Página de um manuscrito de Mahmud Kati Sobre o império Songai
  • 21. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Fontes Árabes Trechos do relato de Mahmud Kati: “Tendo surgido uma contenda entre as gentes de Gao e as de Cano quanto a saber qual das duas cidades era a mais populosa, frementes de impaciência, jovens de Tombuctu e alguns habitantes de Gao intervieram e, pegando em papel, em tinta e em penas entraram na cidade de Gao e puseram-se a contar os grupos de casas, começando pela primeira habitação a oeste da cidade, e a inscrevê-las uma após a outra, “casa de fulano”, “casa de sicrano”, até chegarem às últimas construções da cidade, do lado leste. A operação levou três dias e contaram-se 7.626 casas, sem incluir as cubatas construídas de palha.” (In: KI-ZERBO, op. cit.: 189) “Naquele tempo, Tombuctu era sem igual entre as cidades do país dos Negros pela solidez das instituições, pelas liberdades políticas, pela pureza dos costumes, pela segurança das pessoas e dos bens, pela clemência e compaixão para com os pobres e os estrangeiros, pela cortesia em relação aos estudantes e aos homens de ciência e pela assistência prestada a estes últimos.” (In: KI-ZERBO, op. cit.: 191)
  • 22. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Fontes Européias O mapa a seguir foi feito na Catalunha no século XIV e retrata o Norte da África. Apresenta quatro reis, três africanos: o rei Mansa Musa de Mali (sentado, com uma gema de ouro na mão direita), o rei de Organa, o rei da Núbia e o rei da Babilônia. Os dois números em vermelho marcam dois textos. São eles: 1. “Toda esta parte tem gentes que ocultam a boca; só se vêem seus olhos. Vivem em tendas e têm caravanas de camelos. Também possuem animais de cujas peles fazem excelentes escudos”. 2. “Este senhor negro é aquele muito melhor senhor dos negros de Guiné. Este rei é o mais rico e o mais nobre senhor de toda esta parte, com abundância de ouro na sua terra” (tradução literal). Observe que embaixo do globo de ouro que o imperador Mansa Musa segura na mão direita está a representação da cidade de Tumbuctu. In: DAVIDSON, Basil. “Os Impérios Africanos”, História em Revista (1300-1400). A Era da Calamidade. Rio de Janeiro: Abril Livros / Time-Life, 1992, p. 149.
  • 23. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Fontes Européias Mapa do Norte da África (manuscrito catalão de 1375)
  • 24. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Crônicas portuguesas (séculos XV-XVII)  Escritas durante a expansão marítima;  roteiros, relações com outros povos, realizações dos exploradores.  Gomes Eanes de Zurara: Crônica do descobrimento e da conquista da Guiné, escrita entre 1460-1474;  Duarte Pacheco Pereira: Esmeraldo situ orbis, em 1505;  João de Barros: Décadas da Ásia, 1551-63;  Filippo Pigafetta, Duarte Lopes: Descrição do Reino do Congo, 1591;  Rui de Pina: Crônica do Rei D. João II, início do séc. XVI
  • 25. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Crônicas de afro-portugueses e missionários, militares portugueses estabelecidos na África (séculos XV-XVII)  André Alvares d’ Almada (cabo-verdiano): Tratado Breve dos Rios da Guiné de Cabo Verde, de 1594;  André Dornelha: Descrição de Serra Leoa e dos Rios da Guiné de Cabo Verde, de 1625;  Antonio de Oliveira Cadornega (militar português, viveu 40 anos em Angola): História Geral das Guerras Angolanas (1680-1681);  Cavazzi de Montecucculo (missionário capuchinho): Descrição histórica dos reinos do Congo, Matamba e Ndongo, de 1687.
  • 26. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Africanos  Relatos sobre as suas regiões de origem e as experiências como escravos na América e na Europa, como A narrativa da vida de Olaudah Equiano or Gustavus Vassa, o Africano, escrito em 1789.  Viajantes europeus (século XIX) Chegado o século XIX, os europeus iniciaram a exploração da África, direcionada à conquista dos mercados consumidores africanos, após o fim do tráfico de escravos. Uma nova literatura foi produzida por exploradores que recolheram documentos escritos e testemunhos orais, tais como as obras de James Bruce, T. E. Bowdich, Joseph Dupuis, Mungo Park, Gustav Nachtigal, Hugh Clapperton, Richard Burton, entre outros.
  • 27. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Tratamento das fontes  Destacar a importância desses relatos como fontes históricas, mas deve-se analisá-las criticamente, levando em conta:  Contextualização do autor e do relato, posição social e ideológica, o lugar da onde se fala;  Objetivos do autor (conhecer, divulgar, conversão religiosa, a exploração econômica)  Conhecimento parcial dos povos africanos, não presença do autor no continente africano  A descrição do outro pode representar muito mais características de si próprio
  • 28. FONTES PARA A HISTÓRIA DA ÁFRICA  Sociedades africanas – sociedades que usam a escrita?  Idéia equivocada: as sociedades africanas indistintamente são sociedades agráfas (não fazem uso da linguagem escrita)  Muitas sociedades africanas sofreram processos de letramento ligados à islamização e a cristianização  Uso da escrita para educação, comércio, legitimação política (contrato de títulos e posse); contatos com outros povos (europeus, arábes)  Difundida por mercadores, exploradores, missionários
  • 29. A África Subsaariana  ÁFRICA SUBSAARIANA: território ao sul do deserto do Saara  Pode ser dividida em três grandes áreas: Ocidental, Centro-Ocidental e Oriental.
  • 31. A África Subsaariana  Diversidade e a complexidade das sociedades africanas  pequenas aldeias agrícolas organizadas em torno das linhagens e dos conselhos dos anciãos, nas quais davam-se grande importância aos homens mais velhos da comunidade e os ancestrais mortos; ou  grandes unidades territoriais com poder político centralizado, como na região Ocidental os reinos de Gana, Mali, Songai e Tecrur, que participavam intensamente do comércio transaariano de cereais, âmbar, pimenta, marfim e escravos trocados por cavalos, sal, cobre, conchas, panos de algodão e tâmaras.  Eram sociedades que, por conta do comércio transaariano, tiveram contato com o islamismo e passaram a professá-lo juntamente com as religiões tradicionais.
  • 32. A África Subsaariana Mesquita de Djenné - Mali
  • 33. A África Subsaariana Mesquita de Djenné - Mali
  • 34. A África Subsaariana  ÁFRICA OCIDENTAL Reinos Sudaneses Reinos Época Povos Gana c.IV-XIII soninquê, diula Mali c.XIII-XV malinquê, queita, madinga Songai c.XV-XVI songai Tacrur c.IX-XIV serer, tucolor, fula Canen e c.X-XIV Bornu c.XIV-XIX zagaua, sefaua, canúri
  • 35. A África Subsaariana  Estados da floresta ocidental Estados Época Povos Bono c.XIII acã Ifé c.VI edo, ibo, nupe, ijó, igala, iorubá Benin c.XII-XIV edo Oió c.XV iorubá
  • 37. A África Subsaariana  ÁFRICA ORIENTAL  Cidades-Estados da Costa do Índico Quíloa, Mogadixo, Mombaça, Moçambique, Zanzibar, Mafia, Melinde  Grande Zimbabué e o Reino do Monomotapa
  • 39. A África Subsaariana ÁFRICA CENTRO-OCIDENTAL Reinos Época Povos Luba e Lunda c.XIII luba, lunda Congo c.XIV-XV congo Loango c.XIV vili Tios c.XIV tio (tequê ou angico) Andongo (Angola) c.XVI ambundo (subgrupo andongo) Libolo c.XVI ovimbundo
  • 40. A África Subsaariana  LINHAGENS:  As linhagens são constituídas, sobretudo, pela família extensa, que supõe um antepassado consangüíneo comum.  DIVISÃO DA SOCIEDADE:  Estrutura social estratificada: fundamentada na divisão por sexo e idade.  Sociedades patrilineares x Sociedades matrilineares
  • 41. A África Subsaariana GRUPOS ÉTNICOS  são formados pelos próprios indivíduos com base numa relação tanto de atribuição quanto de identificação. “Grupos étnicos são categorias de atribuição e identificação realizadas pelos próprios atores e, assim, têm características de organizar a interação entre as pessoas”.
  • 42. A África Subsaariana  as fronteiras étnicas, muitas vezes flexíveis, são definidas principalmente pela suposta origem comum dos integrantes. “(...) é a crença na origem comum que substancializa e naturaliza os atributos, tais como a cor, a língua, a religião, a ocupação territorial e fazem-nas percebidas como traços essenciais e imutáveis de um grupo”. Esses elementos, como a língua, a religião, o território, entre outros são recursos utilizados não para definir o grupo étnico, mas para criar e sustentar a idéia de uma origem comum. BARTH, Fredrik. Grupos étnicos e suas fronteiras. In: POUTIGNAT, Philippe; STREIFF-FENART, Jocelyne. Teorias da etnicidade seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth. Trad. Élcio Fernandes. SP: Editora Unesp, 1997.
  • 44. A África Subsaariana  a identidade étnica é, pois, um processo dinâmico, que está em constante transformação, redefinindo-se por meio de um duplo reconhecimento: pela identificação de aspectos comuns ao grupo ao qual pertence e pelas diferenças em relação a outros grupos.  o grupo étnico é também estabelecido levando em conta definições e categorias atribuídas por agentes externos ao grupo.  Na medida em que um grupo assume uma coletividade, acaba negando outra. Assim, a etnicidade só pode existir em um contexto de interação e não de isolamento, capaz de promover as fronteiras entre os grupos que se consideram diferentes.
  • 45. A África Subsaariana  Jean-Loup Amselle e Elikia M’Bokolo. Au coeur de l’ethnie. Ethnie, tribalisme et État en Afrique. Paris: La Découverte, 1999.  Etnia é um conceito construído historicamente  Em alguns casos é uma construção do colonizador  Existem outras formas de organização: comércio, religião, parentesco, doação de terras.
  • 47. A África Subsaariana  RELIGIOSIDADE E ANCESTRALIDADE  Crença num ser criador, espíritos de ancestrais e da natureza.  os ancestrais são pessoas importantes em determinadas sociedades – líderes, fundadores de aldeias, ferreiros  os ancestrais mortos recebem as oferendas e homenagens em lugares sagrados, no meio da natureza, num bosque, em rios, debaixo de árvores, ou mesmo, em suas tumbas, nos cemitérios e altares construídos nas aldeias e nas encruzilhadas.
  • 48. A África Subsaariana  O ancestral é dotado de um bem máximo que é a sua energia vital, a energia da vida, carregada consigo não só pelo resto da sua existência na Terra como depois da sua morte. É ela que o une ao Ser Supremo, ao seu Criador.  Toda cultura bantu está voltada para o aumento e acúmulo da energia vital e para a luta contra a sua diminuição.  O ser intermediador dotado de grande energia vital é o ancestral. Surge daí a importância reconhecida à ancestralidade nas religiões africanas.
  • 49. A África Subsaariana  A IMPORTÂNCIA DA ORALIDADE  Tradicionalistas x griots  Alguns ofícios existentes nas sociedades africanas estão relacionados à tradição oral, a um conhecimento sagrado, a ser revelado e transmitido para as futuras gerações; é o caso dos ferreiros, carpinteiros, tecelões, caçadores e agricultores. Os mestres que realizam essas atividades fazem-no ao mesmo tempo em que entoam cantos ou palavras ritmadas e gestos que representam o ato da criação.
  • 50. A África Subsaariana  RITUAIS  Nas sociedades africanas os rituais e os mitos são muito importantes.  O mito é uma representação imaginária do passado e se relaciona com a criação e a fundação da sociedade e como determinados grupos se organizam.  O mito não é explicado sem que existam a palavra e a ação (ritual).  A palavra (expressão do mito) provoca os rituais.  Os rituais revelam, por meio dos mitos, as formas de pensamento de uma sociedade.
  • 51. A África Subsaariana  Tipos de rituais:  de iniciação: celebram a passagem dos jovens para o mundo adulto  de passagem: rituais fúnebres (separação física do mundo profano e agregação ao mundo sagrado dos ancestrais)  Celebrar os ciclos da natureza  Fertilidade  Pedido de proteção e agradecimento aos ancestrais
  • 52. A África Subsaariana  Máscara Gueledé Museu AfroBrasil