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Edição em 92 tópicos da versão preliminar integral do livro de Augusto de
Franco (2011), FLUZZ: Vida humana e convivência social nos novos mundos
altamente conectados do terceiro milênio




                            73
              (Corresponde ao terceiro tópico do Capítulo 9,
                    intitulado Eles já estão entre nós)




                                 Hubs

Qualquer iniciativa na rede social que não conte com seus principais hubs
encontrará mais dificuldades para “conversar” com a rede-mãe

Dentre os novos papéis relevantes em uma sociedade em rede o mais
evidente é o hub. Todas as pessoas são hubs ou têm uma porção-hub. Sem
tal característica não poderíamos ser humanos, quer dizer, não seríamos
pessoas porque não poderíamos interagir com outras pessoas. No entanto,
se olharmos o aglomerado da rede social em que estão conectadas,
algumas pessoas – nem sempre as mesmas em todas as situações –
desempenham o papel social de hubs stricto sensu.
Os hubs – como a palavra está dizendo – são os conectores, os nodos da
rede social muito conectados, são os entroncamentos de fluxos. Um hub
não é necessariamente alguém com grande popularidade ou notoriedade e
sim alguém com muitas relações, que pode acessar — e ser acessado por —
outros nodos com baixo grau de separação. Quando uma pessoa perde sua
porção-hub, provavelmente alguma patologia psíquica nela vai se
manifestar, como – veremos mais adiante – soe acontecer com os muito
famosos.

Não é a fama que faz um hub. Pessoas famosas, celebridades, costumam
ser, em geral, inacessíveis. Não são, portanto, conectores. Qualquer
iniciativa na rede social que não conte com seus principais hubs encontrará
mais dificuldades para “conversar” com a rede-mãe (que é uma metáfora
para designar o acesso ao mundo social, sempre oculto, já que não aparece
como objeto porquanto fractalizado e em fluição, quer dizer, sendo criado a
cada instante).

Também não é o conhecimento que faz um hub, a não ser que se queira
relacioná-lo ao conhecimento das pessoas, quer dizer, aos contatos de
confiança. Às vezes um hub é o chaveiro do bairro, em quem as pessoas
confiam que sua segurança residencial não será colocada em risco — e aqui
novamente é evocada uma imagem do filme The Matrix: aquele “O
Chaveiro”, interpretado pelo ator Randall Duk Kim, era um programa
confiável; um hub, de certo modo, também é um programa que “roda” na
rede. Tocou-se agora em um ponto importante da dinâmica das redes:
confiança. Para que um hub possa cumprir sua função é necessário que as
pessoas confiem nele.

Em vez de conhecimento individual, um hub precisa do reconhecimento
social. Trata-se de um reconhecimento diferente daquele que se manifesta
em relação a uma celebridade: não é um reconhecimento das massas, do
grande público, das multidões e sim o reconhecimento realizado um a um,
molecular. Assim, pode-se dizer que o hub é “produzido” socialmente pela
rede.

Em mundos altamente conectados um hub tende a cumprir um papel
socialmente mais relevante do que os que colecionaram muitos titulos
acadêmicos, acumularam muita riqueza ou conquistaram muito poder.




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  • 2. Os hubs – como a palavra está dizendo – são os conectores, os nodos da rede social muito conectados, são os entroncamentos de fluxos. Um hub não é necessariamente alguém com grande popularidade ou notoriedade e sim alguém com muitas relações, que pode acessar — e ser acessado por — outros nodos com baixo grau de separação. Quando uma pessoa perde sua porção-hub, provavelmente alguma patologia psíquica nela vai se manifestar, como – veremos mais adiante – soe acontecer com os muito famosos. Não é a fama que faz um hub. Pessoas famosas, celebridades, costumam ser, em geral, inacessíveis. Não são, portanto, conectores. Qualquer iniciativa na rede social que não conte com seus principais hubs encontrará mais dificuldades para “conversar” com a rede-mãe (que é uma metáfora para designar o acesso ao mundo social, sempre oculto, já que não aparece como objeto porquanto fractalizado e em fluição, quer dizer, sendo criado a cada instante). Também não é o conhecimento que faz um hub, a não ser que se queira relacioná-lo ao conhecimento das pessoas, quer dizer, aos contatos de confiança. Às vezes um hub é o chaveiro do bairro, em quem as pessoas confiam que sua segurança residencial não será colocada em risco — e aqui novamente é evocada uma imagem do filme The Matrix: aquele “O Chaveiro”, interpretado pelo ator Randall Duk Kim, era um programa confiável; um hub, de certo modo, também é um programa que “roda” na rede. Tocou-se agora em um ponto importante da dinâmica das redes: confiança. Para que um hub possa cumprir sua função é necessário que as pessoas confiem nele. Em vez de conhecimento individual, um hub precisa do reconhecimento social. Trata-se de um reconhecimento diferente daquele que se manifesta em relação a uma celebridade: não é um reconhecimento das massas, do grande público, das multidões e sim o reconhecimento realizado um a um, molecular. Assim, pode-se dizer que o hub é “produzido” socialmente pela rede. Em mundos altamente conectados um hub tende a cumprir um papel socialmente mais relevante do que os que colecionaram muitos titulos acadêmicos, acumularam muita riqueza ou conquistaram muito poder. 2