Este artigo pretende analisar a produção e consumo da cultura pop japonesa por seus fãs sob a ótica da convergência midiática e da cultura de participação. Para isso, é tratado brevemente o surgimento dos primeiros mangás e animes no Japão, bem como a importância dos fansubers e scanlators para sua disseminação no ocidente, atualmente
através da internet em redes colaborativas. Entre a abordagem colaborativa de alguns
produtores e a postura proibicionista de outros, é avaliado o papel atual destes fãs, aqui considerados produsers, junto à mídia tradicional, assim como as transformações
possibilitadas pelos avanços tecnológicos.
Webjornalismo a sobrevivãªncia dos jornais digitais frente ã aplicativos c...Rafael Rodrigues
Este documento analisa a funcionalidade dos jornais digitais versus o aplicativo Flipboard. Discute como os jornais online podem se manter relevantes com o crescimento das "revistas sociais" como o Flipboard, focando em exclusividade de conteúdo, coberturas ao vivo e remix cultural.
Convergência midiática e comunicação:cenários, atores e práticasGrupo COMERTEC
1. O documento discute a convergência midiática e as práticas de comunicação em diferentes cenários, atores e contextos.
2. Ele é composto por uma série de artigos escritos por pesquisadores que analisam temas como redes sociais, política, movimentos sociais, jornalismo, narrativa transmídia e novas tecnologias.
3. O livro visa estimular debates sobre como as práticas comunicativas e a produção cultural são afetadas pelo cenário de apropriação social, econômica e política das tecnologias.
“UM PANORAMA GERAL DA CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA”Rodrigo Galhano
Este trabalho tem como objetivo elaborar um panorama geral sobre a convergência midiática e seus desdobramentos, tais como o impacto nas empresas e no público, as formas de apropriação das novas tecnologias. Os desafios e as possibilidades das narrativas transmidiáticas também são abordadas. Como principal suporte teórico foi usado o livro Cultura da Convergência, do professor de Estudos de Mídia Comparada da MIT (Massachussets Institute of Technology), Henry Jenkins.
Cultura convergencia upe antropologia geografiaItalo Alan
1. O documento discute a convergência de mídias segundo Henry Jenkins, incluindo a cultura participativa e a inteligência coletiva emergentes.
2. A convergência cultural refere-se à mudança na lógica da cultura com ênfase no fluxo de conteúdo entre canais midiáticos.
3. A inteligência coletiva se refere à capacidade das comunidades virtuais de alavancar conhecimentos compartilhados.
[1] O documento discute a cultura da convergência e como ela muda o papel do consumidor e dos meios de comunicação;
[2] A convergência é entendida como um processo no qual diferentes mídias, conteúdos e experiências se cruzam, e o consumidor assume um papel mais ativo na circulação e interação com esses conteúdos;
[3] Três pilares centrais da cultura da convergência são a convergência de mídias, a cultura participativa e a inteligência coletiva.
Aula 4 - Produção Editorial em Hipermídia
Curso de Comunicação Social - Produção Editorial - UFSM
Professora LIliane Dutra Brignol
Tema: Cultura da convergência
Resumo do livro "Cultura da Convergência", de Henry JenkinsWilson Ferreira
O documento resume o livro "Cultura da Convergência" de Henry Jenkins, discutindo como a convergência de mídias levou a uma cultura participativa onde consumidores se envolvem ativamente na criação e distribuição de conteúdo. Exemplos como Survivor, Matrix e Harry Potter ilustram como as narrativas se espalham por várias plataformas.
Aula sobre a Cultura da Convergência, conceito do estudioso de mídias Henry Jenkins. Disciplina Mídia II, Escola de Comunicação Social / Publicidade e Propaganda - Facha (RJ). Prof. Luiz Agner.
Webjornalismo a sobrevivãªncia dos jornais digitais frente ã aplicativos c...Rafael Rodrigues
Este documento analisa a funcionalidade dos jornais digitais versus o aplicativo Flipboard. Discute como os jornais online podem se manter relevantes com o crescimento das "revistas sociais" como o Flipboard, focando em exclusividade de conteúdo, coberturas ao vivo e remix cultural.
Convergência midiática e comunicação:cenários, atores e práticasGrupo COMERTEC
1. O documento discute a convergência midiática e as práticas de comunicação em diferentes cenários, atores e contextos.
2. Ele é composto por uma série de artigos escritos por pesquisadores que analisam temas como redes sociais, política, movimentos sociais, jornalismo, narrativa transmídia e novas tecnologias.
3. O livro visa estimular debates sobre como as práticas comunicativas e a produção cultural são afetadas pelo cenário de apropriação social, econômica e política das tecnologias.
“UM PANORAMA GERAL DA CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA”Rodrigo Galhano
Este trabalho tem como objetivo elaborar um panorama geral sobre a convergência midiática e seus desdobramentos, tais como o impacto nas empresas e no público, as formas de apropriação das novas tecnologias. Os desafios e as possibilidades das narrativas transmidiáticas também são abordadas. Como principal suporte teórico foi usado o livro Cultura da Convergência, do professor de Estudos de Mídia Comparada da MIT (Massachussets Institute of Technology), Henry Jenkins.
Cultura convergencia upe antropologia geografiaItalo Alan
1. O documento discute a convergência de mídias segundo Henry Jenkins, incluindo a cultura participativa e a inteligência coletiva emergentes.
2. A convergência cultural refere-se à mudança na lógica da cultura com ênfase no fluxo de conteúdo entre canais midiáticos.
3. A inteligência coletiva se refere à capacidade das comunidades virtuais de alavancar conhecimentos compartilhados.
[1] O documento discute a cultura da convergência e como ela muda o papel do consumidor e dos meios de comunicação;
[2] A convergência é entendida como um processo no qual diferentes mídias, conteúdos e experiências se cruzam, e o consumidor assume um papel mais ativo na circulação e interação com esses conteúdos;
[3] Três pilares centrais da cultura da convergência são a convergência de mídias, a cultura participativa e a inteligência coletiva.
Aula 4 - Produção Editorial em Hipermídia
Curso de Comunicação Social - Produção Editorial - UFSM
Professora LIliane Dutra Brignol
Tema: Cultura da convergência
Resumo do livro "Cultura da Convergência", de Henry JenkinsWilson Ferreira
O documento resume o livro "Cultura da Convergência" de Henry Jenkins, discutindo como a convergência de mídias levou a uma cultura participativa onde consumidores se envolvem ativamente na criação e distribuição de conteúdo. Exemplos como Survivor, Matrix e Harry Potter ilustram como as narrativas se espalham por várias plataformas.
Aula sobre a Cultura da Convergência, conceito do estudioso de mídias Henry Jenkins. Disciplina Mídia II, Escola de Comunicação Social / Publicidade e Propaganda - Facha (RJ). Prof. Luiz Agner.
A cultura de convergência é um conceito onde os velhos meios de comunicação passivos "colidem" com os novos meios interativos, resultando em conteúdos distribuídos em várias plataformas e usuários que produzem e difundem informação, provocando mudanças tecnológicas, culturais, econômicas e sociais.
Cultura da Convergência - Henry Jenkins [resenha]Tarcízio Silva
O documento resume o livro "Cultura da Convergência" de Henry Jenkins, que discute como a convergência dos meios de comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva estão transformando a produção e consumo de mídia. O autor analisa como franquias como Survivor, Matrix e Guerra nas Estrelas usam múltiplas plataformas para engajar fãs e como isso afeta a publicidade e narrativas. Ele também discute como novas tecnologias permitem que o público crie e distribua conteúdo de forma mais democrática
O documento discute a obra "Convergência Cultural" de Henry Jenkins. Resume que o livro explora como as mídias tradicionais e novas estão convergindo, onde a cultura corporativa e alternativa se cruzam de maneiras imprevisíveis. Também discute como a convergência está mudando as indústrias midiáticas e os comportamentos dos consumidores, levando a uma cultura mais participativa.
Henry Jenkins é um professor que estuda a convergência cultural entre mídias. Ele descreve a convergência como a mistura de conteúdos entre plataformas, a cooperação entre indústrias de mídia e o comportamento do público que consome conteúdo em múltiplos canais. Jenkins também discute inteligência coletiva e cultura participativa como conceitos centrais na era da convergência.
O documento discute a cultura da convergência, definida como a convergência dos meios de comunicação, a cultura participativa e a inteligência coletiva. A cultura da convergência permite que os consumidores interajam com conteúdo de mídia de maneiras novas através de vários dispositivos.
Cultura da convergência e da participaçãoAline Corso
O documento discute os conceitos de convergência midiática, cultura participativa e inteligência coletiva segundo Henry Jenkins. A convergência ocorre quando velhos e novos meios se cruzam e o poder de produtores e consumidores de mídia interagem de forma imprevisível. A cultura participativa envolve o público de forma mais ativa no processo de produção e distribuição de conteúdo. A inteligência coletiva se refere à soma do conhecimento gerado por muitas pessoas.
O documento discute os conceitos de convergência, cultura participativa e inteligência coletiva no contexto da mídia digital. A convergência refere-se à distribuição de conteúdo através de múltiplas plataformas e cooperação entre mercados de mídia. A cultura participativa envolve consumidores que interagem como participantes, não apenas receptores passivos. A inteligência coletiva se refere à habilidade dos grupos unirem conhecimentos para fins recreativos ou mais sérios.
Apresentação do livro Cultura de Convergência, de Henry Jenkins, para disciplina COM543 - Ciberespaço, Comunicação e Cultura, ministrada pela Profa. Graciela Natansohn, na Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Produção transmídia dentro da realidade audiovisual brasileiraThiago Quadros
O seguinte artigo tem como objetivo mostrar como a cultura da convergência vem modificando o hábito de consumo da mídia pelo espectador. Como diversas plataformas de comunicação podem estar integradas na difusão do conteúdo, de forma complementar, e ainda privilegiar a participação do público? E quais são os desafios na implementação do conteúdo transmídia dentro do contexto da cultura audiovisual brasileira?
O documento discute como as novas tecnologias estão permitindo que as pessoas aproveitem melhor seu potencial humano através da participação e do compartilhamento. A tecnologia oferece novas oportunidades para que as pessoas trabalhem juntas de forma voluntária e criativa. No entanto, a motivação para a participação vem dos próprios seres humanos, não da tecnologia em si.
Convergência e remediação no ciberjornalismo - Renata DantasRenata Dantas
O presente trabalho traz um levantamento sobre os fenômenos da convergência e da remediação no boletim eletrônico do site de notícias Nexo. O boletim eletrônico a_nexo é encaminhado diariamente via e-mail para seus assinantes.
A publicação apresenta matérias de autoria do próprio site Nexo, mas inclui uma quantidade relevante de matérias oriundas de outros portais de notícias. Grande parte destes portais pertencentes a jornais da mídia de massa, com atenção especial para a Folha de São Paulo e o Estadão
O documento apresenta os conceitos de cultura da convergência desenvolvidos por Henry Jenkins, incluindo: (1) a convergência dos meios de comunicação, (2) a cultura participativa e (3) a inteligência coletiva como pilares da convergência. Ilustra esses conceitos com exemplos como o caso de um estudante que criou uma montagem que se espalhou mundialmente e influenciou protestos.
Da Cultura De Massa à Cibercultura O Caso Do FenôMeno Da Cultura Pop Japonesa...Giovana S. Carlos
O documento descreve a evolução da cultura de massa para a cibercultura, analisando três estágios: cultura de massa, cultura das mídias e cibercultura. A autora usa o fenômeno da cultura pop japonesa no Ocidente como exemplo para ilustrar como o público passou de mero consumidor para participante ativo nesses três estágios.
1) O documento discute a entrevista de Henry Jenkins sobre convergência midiática e como ela está mudando nossas vidas.
2) Jenkins argumenta que a convergência é um fenômeno cultural, não apenas tecnológico, e expandiu a possibilidade de participação dos consumidores.
3) Ele também discute como a convergência está desafiando modelos educacionais tradicionais e requer novas abordagens de aprendizagem colaborativa.
Este documento discute o jornalismo cidadão e as estratégias discursivas das mídias para criar um espaço democrático simbólico. Apresenta os conceitos de jornalismo cidadão e analisa as potencialidades do modelo open source, bem como os desafios em definir o papel do jornalista nesse novo contexto em que os cidadãos participam da produção de notícias.
Ultrasegmentada, convergente e múltipla a publicidade nas novas mídiasJanise Rafaela
1) O documento discute as transformações nas mídias e comunicação causadas pela digitalização e convergência tecnológica.
2) Isso levou a novas formas de consumo de informação e mídia, com o usuário assumindo um papel ativo e personalizando sua experiência.
3) As novas mídias exigem novas abordagens de publicidade, com segmentação mais refinada de públicos-alvo e mensagens personalizadas.
Entre a utopia e o ceticismo: as potencialidades dos diários virtuais no merc...Mariana Tavernari
O documento discute como os diários virtuais representam uma alternativa à unilateralidade dos meios de comunicação tradicionais ao introduzir uma narrativa interativa semelhante ao jornalismo literário na Internet. Os diários virtuais são elementos-chave para entender como as profecias otimistas e pessimistas sobre as novas mídias se articulam, já que eles tornam-se alvos dos entusiastas do chamado jornalismo cidadão.
O documento discute a cultura da convergência proposta por Henry Jenkins, na qual os meios de comunicação tradicionais passam a coexistir com os digitais de forma interativa. Isso ocorre nos três pilares da convergência: cultura participativa, inteligência coletiva e convergência midiática. O usuário passa a ter um papel ativo na produção e difusão de conteúdo através de múltiplas plataformas.
As mídias sociais colocando em xeque o monopólio da fala dos grandes veículosFlávia Lopes
No atual ambiente sociotécnico, a informação tem ganhado novos suportes, ocasionando uma mudança de paradigmas na maneira como as pessoas produzem e buscam conteúdo noticioso na atualidade. Hoje não se pode falar em produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, mas como “participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras”. A partir dessa percepção, torna-se oportuno analisar como as ferramentas de mídias sociais, em especial o Twitter, têm atuado na reconfiguração das relações de poder e na mudança do jogo de sentidos no qual imprensa se insere. O monopólio da fala dos grandes veículos parece ter sido colocado em xeque. A partir de casos como “Cala Boca Galvao”, o “erro na publicidade do Extra” e a “fala de Dilma” no Twitter, pretende-se avaliar como a população e mesmo os veículos de comunicação estão tendo a percepção de que “a imprensa está nua”.
A cultura de convergência é um conceito onde os velhos meios de comunicação passivos "colidem" com os novos meios interativos, resultando em conteúdos distribuídos em várias plataformas e usuários que produzem e difundem informação, provocando mudanças tecnológicas, culturais, econômicas e sociais.
Cultura da Convergência - Henry Jenkins [resenha]Tarcízio Silva
O documento resume o livro "Cultura da Convergência" de Henry Jenkins, que discute como a convergência dos meios de comunicação, cultura participativa e inteligência coletiva estão transformando a produção e consumo de mídia. O autor analisa como franquias como Survivor, Matrix e Guerra nas Estrelas usam múltiplas plataformas para engajar fãs e como isso afeta a publicidade e narrativas. Ele também discute como novas tecnologias permitem que o público crie e distribua conteúdo de forma mais democrática
O documento discute a obra "Convergência Cultural" de Henry Jenkins. Resume que o livro explora como as mídias tradicionais e novas estão convergindo, onde a cultura corporativa e alternativa se cruzam de maneiras imprevisíveis. Também discute como a convergência está mudando as indústrias midiáticas e os comportamentos dos consumidores, levando a uma cultura mais participativa.
Henry Jenkins é um professor que estuda a convergência cultural entre mídias. Ele descreve a convergência como a mistura de conteúdos entre plataformas, a cooperação entre indústrias de mídia e o comportamento do público que consome conteúdo em múltiplos canais. Jenkins também discute inteligência coletiva e cultura participativa como conceitos centrais na era da convergência.
O documento discute a cultura da convergência, definida como a convergência dos meios de comunicação, a cultura participativa e a inteligência coletiva. A cultura da convergência permite que os consumidores interajam com conteúdo de mídia de maneiras novas através de vários dispositivos.
Cultura da convergência e da participaçãoAline Corso
O documento discute os conceitos de convergência midiática, cultura participativa e inteligência coletiva segundo Henry Jenkins. A convergência ocorre quando velhos e novos meios se cruzam e o poder de produtores e consumidores de mídia interagem de forma imprevisível. A cultura participativa envolve o público de forma mais ativa no processo de produção e distribuição de conteúdo. A inteligência coletiva se refere à soma do conhecimento gerado por muitas pessoas.
O documento discute os conceitos de convergência, cultura participativa e inteligência coletiva no contexto da mídia digital. A convergência refere-se à distribuição de conteúdo através de múltiplas plataformas e cooperação entre mercados de mídia. A cultura participativa envolve consumidores que interagem como participantes, não apenas receptores passivos. A inteligência coletiva se refere à habilidade dos grupos unirem conhecimentos para fins recreativos ou mais sérios.
Apresentação do livro Cultura de Convergência, de Henry Jenkins, para disciplina COM543 - Ciberespaço, Comunicação e Cultura, ministrada pela Profa. Graciela Natansohn, na Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Produção transmídia dentro da realidade audiovisual brasileiraThiago Quadros
O seguinte artigo tem como objetivo mostrar como a cultura da convergência vem modificando o hábito de consumo da mídia pelo espectador. Como diversas plataformas de comunicação podem estar integradas na difusão do conteúdo, de forma complementar, e ainda privilegiar a participação do público? E quais são os desafios na implementação do conteúdo transmídia dentro do contexto da cultura audiovisual brasileira?
O documento discute como as novas tecnologias estão permitindo que as pessoas aproveitem melhor seu potencial humano através da participação e do compartilhamento. A tecnologia oferece novas oportunidades para que as pessoas trabalhem juntas de forma voluntária e criativa. No entanto, a motivação para a participação vem dos próprios seres humanos, não da tecnologia em si.
Convergência e remediação no ciberjornalismo - Renata DantasRenata Dantas
O presente trabalho traz um levantamento sobre os fenômenos da convergência e da remediação no boletim eletrônico do site de notícias Nexo. O boletim eletrônico a_nexo é encaminhado diariamente via e-mail para seus assinantes.
A publicação apresenta matérias de autoria do próprio site Nexo, mas inclui uma quantidade relevante de matérias oriundas de outros portais de notícias. Grande parte destes portais pertencentes a jornais da mídia de massa, com atenção especial para a Folha de São Paulo e o Estadão
O documento apresenta os conceitos de cultura da convergência desenvolvidos por Henry Jenkins, incluindo: (1) a convergência dos meios de comunicação, (2) a cultura participativa e (3) a inteligência coletiva como pilares da convergência. Ilustra esses conceitos com exemplos como o caso de um estudante que criou uma montagem que se espalhou mundialmente e influenciou protestos.
Da Cultura De Massa à Cibercultura O Caso Do FenôMeno Da Cultura Pop Japonesa...Giovana S. Carlos
O documento descreve a evolução da cultura de massa para a cibercultura, analisando três estágios: cultura de massa, cultura das mídias e cibercultura. A autora usa o fenômeno da cultura pop japonesa no Ocidente como exemplo para ilustrar como o público passou de mero consumidor para participante ativo nesses três estágios.
1) O documento discute a entrevista de Henry Jenkins sobre convergência midiática e como ela está mudando nossas vidas.
2) Jenkins argumenta que a convergência é um fenômeno cultural, não apenas tecnológico, e expandiu a possibilidade de participação dos consumidores.
3) Ele também discute como a convergência está desafiando modelos educacionais tradicionais e requer novas abordagens de aprendizagem colaborativa.
Este documento discute o jornalismo cidadão e as estratégias discursivas das mídias para criar um espaço democrático simbólico. Apresenta os conceitos de jornalismo cidadão e analisa as potencialidades do modelo open source, bem como os desafios em definir o papel do jornalista nesse novo contexto em que os cidadãos participam da produção de notícias.
Ultrasegmentada, convergente e múltipla a publicidade nas novas mídiasJanise Rafaela
1) O documento discute as transformações nas mídias e comunicação causadas pela digitalização e convergência tecnológica.
2) Isso levou a novas formas de consumo de informação e mídia, com o usuário assumindo um papel ativo e personalizando sua experiência.
3) As novas mídias exigem novas abordagens de publicidade, com segmentação mais refinada de públicos-alvo e mensagens personalizadas.
Entre a utopia e o ceticismo: as potencialidades dos diários virtuais no merc...Mariana Tavernari
O documento discute como os diários virtuais representam uma alternativa à unilateralidade dos meios de comunicação tradicionais ao introduzir uma narrativa interativa semelhante ao jornalismo literário na Internet. Os diários virtuais são elementos-chave para entender como as profecias otimistas e pessimistas sobre as novas mídias se articulam, já que eles tornam-se alvos dos entusiastas do chamado jornalismo cidadão.
O documento discute a cultura da convergência proposta por Henry Jenkins, na qual os meios de comunicação tradicionais passam a coexistir com os digitais de forma interativa. Isso ocorre nos três pilares da convergência: cultura participativa, inteligência coletiva e convergência midiática. O usuário passa a ter um papel ativo na produção e difusão de conteúdo através de múltiplas plataformas.
As mídias sociais colocando em xeque o monopólio da fala dos grandes veículosFlávia Lopes
No atual ambiente sociotécnico, a informação tem ganhado novos suportes, ocasionando uma mudança de paradigmas na maneira como as pessoas produzem e buscam conteúdo noticioso na atualidade. Hoje não se pode falar em produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, mas como “participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras”. A partir dessa percepção, torna-se oportuno analisar como as ferramentas de mídias sociais, em especial o Twitter, têm atuado na reconfiguração das relações de poder e na mudança do jogo de sentidos no qual imprensa se insere. O monopólio da fala dos grandes veículos parece ter sido colocado em xeque. A partir de casos como “Cala Boca Galvao”, o “erro na publicidade do Extra” e a “fala de Dilma” no Twitter, pretende-se avaliar como a população e mesmo os veículos de comunicação estão tendo a percepção de que “a imprensa está nua”.
Este documento discute o poder crescente dos consumidores na era digital e a importância das interações entre empresas e consumidores nas redes sociais. A convergência de mídia e tecnologia faz com que os consumidores gerem conteúdo online e expressem opiniões livremente, aumentando seu poder. Isso força as empresas a monitorarem redes sociais para entenderem os consumidores e responderem rápido a comentários. O documento também analisa como os consumidores produzem conteúdo sem perceber que isso é uma forma de "trabalho imaterial", benefici
O documento discute três conceitos relacionados à comunicação na web: 1) Convergência dos meios de comunicação, que envolve transformações tecnológicas, culturais e sociais na circulação de conteúdo; 2) Cultura participativa, na qual consumidores participam ativamente da criação e circulação de conteúdo; 3) Inteligência coletiva, a produção coletiva de conhecimento em comunidades virtuais. O texto também descreve a transição da revolução digital para o paradigma da convergência.
Estratégias mercadológicas e práticas de fãs a partir de ficções seriadasGiovana S. Carlos
Este documento discute estratégias de marketing e práticas de fãs em relação a ficções seriadas. Apresenta três palestras sobre estratégias de redes de TV para distribuir séries online, interações de fãs com séries na cultura digital e como fãs de cultura pop japonesa produzem conteúdo através de scanlation e fansubbing.
O documento discute as identidades das torcidas dos times de futebol Remo e Paysandu na cidade de Belém e como elas contribuem para afirmar a identidade paraense no cenário nacional através de práticas culturais. As torcidas são consideradas parte importante da identidade local e promovem a cultura paraense por meio de comportamentos e trocas midiáticas.
O documento discute o papel das redes sociais como ferramenta de publicidade na web. Ele explica que as redes sociais se tornaram um destino popular para as pessoas online e uma oportunidade para direcionar mensagens publicitárias a públicos específicos. Também define redes sociais, sites de redes sociais e discute como a cultura da convergência mudou os hábitos de consumo de mídia.
Chris Anderson vive em Berkeley com a esposa e cinco filhos. Ele foi editor de tecnologia na The Economist e presidente da Wired. Seu livro Long Tail discute como a economia está mudando seu foco para nichos de consumo menores.
Chris Anderson vive em Berkeley com a esposa e cinco filhos. Ele foi editor de tecnologia na The Economist e presidente da Wired. Seu livro Long Tail discute como a economia está mudando seu foco para nichos de consumo menores.
Este documento discute o ativismo ambiental na internet, especificamente através do aplicativo Amazônia.vc no Orkut. Primeiramente, aborda o histórico do ativismo na mídia e como as mídias digitais permitiram novas formas de ativismo online, chamado de ciberativismo. Em seguida, analisa os paradigmas que norteiam o ciberativismo, como a interatividade proposta por Brecht e a evolução da comunicação com a internet. Por fim, apresenta o aplicativo Amazônia.vc como exemplo de ciber
Artigo - Os microblogs como ferramenta de comunicação organizacionalLaís Bueno
O documento discute o papel das mídias sociais, especialmente os microblogs, na comunicação organizacional. Apresenta como as organizações podem usar ferramentas como o Twitter para se conectar com públicos, obter feedback e influenciar decisões de compra. Também destaca desafios como a falta de controle sobre as informações e a necessidade de estratégias eficientes de engajamento.
O documento discute o que é jornalismo, tecnologia e jornalismo em tempo real. Explica como a tecnologia transformou o jornalismo através da internet, redes sociais e dispositivos móveis, permitindo que as notícias sejam produzidas e compartilhadas em tempo real.
1) Os três princípios da cibercultura segundo Lemos e Levy são: liberação da palavra, conectividade e reconfiguração. Isso significa produção, distribuição e consumo livres de informações, conexão global entre pessoas e novas formas de produção cultural.
Trabalho de finalização de curso. Parceria com Rodrigo Vasconcelos sobre estudos baseados na nova Classe C no Brasil e como a publicidade se comportara com a mudança econômica no cenário atual.
1. O artigo analisa os fundamentos políticos por trás dos discursos de liberdade na internet e como eles revelam disputas de poder.
2. Examina como as narrativas coletivas de eventos públicos funcionam como laboratórios para essas disputas.
3. Discute a passagem de um modelo de mídia informacional para um modelo comunicacional de multi-mídias na internet.
Paper acadêmico do projeto experimental vencedor dos prêmios da Região Sudeste e Nacional do ano de 2012 na categoria Publicidade Digital / Virtual no EXPOCOM.
A+internet+e+suas+especificidades+uma+ferramenta+de+segmentacaoMoisés Costa Pinto
Este documento discute o crescimento da Internet e sua popularização entre os usuários. A Internet vem se tornando um importante meio de comunicação e distribuição de informação à medida que mais pessoas ganham acesso e passam mais tempo online. Isso transformou a maneira como as pessoas se comunicam e consomem conteúdo.
Movimento Maker: Você não acredita o que pode ser feito para atrair clicks ...Ana Claudia Piva
Artigo Acadêmico produzido para o Trabalho de Conclusão De Curso: Pós-Graduação Gestão de Conteúdo em Comunicação - Jornalismo. Universidade Metodista de São Paulo.
Convergência e participação: construindo e circulando o discurso do consumo n...Tatiana Couto
O objetivo do artigo é estabelecer uma relação entre a criatividade pessoal e empresarial do ciberespaço observando a interação como elemento de comunicação e consumo em rede no ambiente Web 2.0. Facebook, blogs, Twitter, You Tube, Foursquare, ao ganharem audiência e fãs, tornam-se plataformas de modelos de vida a serem adquiridos ou copiados. Considera-se que o discurso de consumo nas redes sociais é construído com o uso de múltiplas plataformas de mídias e a colaboração ativa dos usuários, em uma era da convergência e participação online. Nesta perspectiva, utilizaremos como metodologia a pesquisa bibliográfica abordando o discurso do consumo nas redes sociais e da netnografia com coletas de conversas em rede online por método de observação direta, utilizando colagens, cortes e reproduções dos diálogos (SÁ, 2005).
Semelhante a FANSUB E SCANLATION: caminhos da cultura pop japonesa de fã para a fã via web (20)
REGULAMENTO DO CONCURSO DESENHOS AFRO/2024 - 14ª edição - CEIRI /UREI (ficha...Eró Cunha
XIV Concurso de Desenhos Afro/24
TEMA: Racismo Ambiental e Direitos Humanos
PARTICIPANTES/PÚBLICO: Estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais, municipais, IEMA e IFMA (Ensino Fundamental, Médio e EJA).
CATEGORIAS: O Concurso de Desenhos Afro acontecerá em 4 categorias:
- CATEGORIA I: Ensino Fundamental I (4º e 5º ano)
- CATEGORIA II: Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano)
- CATEGORIA III: Ensino Médio (1º, 2º e 3º séries)
- CATEGORIA IV: Estudantes com Deficiência (do Ensino Fundamental e Médio)
Realização: Unidade Regional de Educação de Imperatriz/MA (UREI), através da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) e parceiros
OBJETIVO:
- Realizar a 14ª edição do Concurso e Exposição de Desenhos Afro/24, produzidos por estudantes de escolas públicas de Imperatriz e região tocantina. Os trabalhos deverão ser produzidos a partir de estudo, pesquisas e produção, sob orientação da equipe docente das escolas. As obras devem retratar de forma crítica, criativa e positivada a população negra e os povos originários.
- Intensificar o trabalho com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, buscando, através das artes visuais, a concretização das práticas pedagógicas antirracistas.
- Instigar o reconhecimento da história, ciência, tecnologia, personalidades e cultura, ressaltando a presença e contribuição da população negra e indígena na reafirmação dos Direitos Humanos, conservação e preservação do Meio Ambiente.
Imperatriz/MA, 15 de fevereiro de 2024.
Produtora Executiva e Coordenadora Geral: Eronilde dos Santos Cunha (Eró Cunha)
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
A festa junina é uma tradicional festividade popular que acontece durante o m...ANDRÉA FERREIRA
Os historiadores apontam que as origens da Festa Junina estão diretamente relacionadas a festividades pagãs realizadas na Europa no solstício de verão, momento em que ocorre a passagem da primavera para o verão.
A festa junina é uma tradicional festividade popular que acontece durante o m...
FANSUB E SCANLATION: caminhos da cultura pop japonesa de fã para a fã via web
1. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
Fansub e Scanlation:
caminhos da cultura pop japonesa de fã para a fã via web 1
Renata Prado Alves SILVA2
Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG
RESUMO
Este artigo pretende analisar a produção e consumo da cultura pop japonesa por seus fãs
sob a ótica da convergência midiática e da cultura de participação. Para isso, é tratado
brevemente o surgimento dos primeiros mangás e animes no Japão, bem como a
importância dos fansubers e scanlators para sua disseminação no ocidente, atualmente
através da internet em redes colaborativas. Entre a abordagem colaborativa de alguns
produtores e a postura proibicionista de outros, é avaliado o papel atual destes fãs, aqui
considerados produsers, junto à mídia tradicional, assim como as transformações
possibilitadas pelos avanços tecnológicos.
PALAVRAS-CHAVE: cultura pop japonesa; fãs; multimídia; produsers; redes
colaborativas.
1
Trabalho apresentado ao Intercom, na Divisão Temática Comunicação Multimídia, do XIV Congresso de Ciências
da Comunicação na Região Sudeste.
2
Mestranda do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz
de Fora – pradorenata@yahoo.com.br.
1
2. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
Introdução
Considera-se cultura de participação (JENKINS, 2006) a interação entre
produtores e consumidores através de um novo conjunto de regras ainda pouco
compreendido, em constante desenvolvimento e mudança. Na indústria do
entretenimento, por exemplo, pode-se dizer que alguns produtores têm conseguido
aproveitar a cultura de participação, se apoiando nela em favor de seus interesses
comerciais. Muitos outros continuam sem reação às mudanças por ela ocasionadas, ou
adotaram uma cultura proibicionista gerada pelo medo de perder o controle sobre os
canais de produção e distribuição.
Entre 1980 e 1990 os fãs eram constituídos como audiência de resistência,
conhecidos por ativamente se apropriar e transformar a cultura de massa em seus
próprios produtos culturais. Apesar de já serem atuantes, os fãs viviam às sombras na
cultura de massas e as empresas de mídia viam seus gostos como não-representativos
em relação à população em geral (JENKINS, 2008).
No século XXI os fãs estão sendo redefinidos como condutores de uma rica
produção dentro da nova economia digital. Sua participação e comprometimento agora
são buscados por empresas. Não tardou para a intensificação de diversos conflitos.
...media companies are being forced to reassess the nature of
consumer engagement and the value of audience participation in
response to a shifting media environment characterized by
digitalization and the flow of media across multiple platforms, the
further fragmentation and diversification of the media market, and the
increased power and capacity of consumers to shape the flow and
reception of media content (GREEN; JENKINS, 2008)3.
A economia moral que controlava a velha mídia se quebrou e há conflitos sobre
como deverá ser esta nova relação. A economia moral que forma as relações entre
produtores e consumidores tem que lidar com expectativas sociais, investimentos
emocionais e transações culturais que criam uma compreensão compartilhada entre
3
Tradução do autor: “... as companhias midiáticas estão sendo forçadas a reavaliar a natureza do
envolvimento do consumidor e o valor da participação da audiência em resposta a um deslocamento dos
ambientes midiáticos caracterizado pela digitalização e pelo fluxo dos meios através das múltiplas
plataformas, além da fragmentação e da diversificação do mercado e do aumento do poder e da
capacidade dos consumidores em dar forma ao fluxo e à recepção do conteúdo midiático”.
2
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todos os participantes dentro da troca econômica. O resultado disso são duas vozes
dissonantes sobre o estado atual da cultura: a dos produtores e a dos produsers.
O termo produser (BRUNS, 2008) tenta dar conta de uma realidade em que a
palavra produção não é capaz de representar com precisão o contexto atual e introduz
um novo conceito:
To overcome the terminological dilemma which faces us as we
attempt to examine processes of user-led content creation, we must
introduce new terms into the debate. The concept of produsage is such
a term: it highlights that within the communities which engage in the
collaborative creation and extension of information and knowledge
[…] the role of ‘consumer’ and even that of ‘end user’ have a long
disappeared, and the distinctions between producers and users of
content have faded into comparative insignificance (BRUNS, 2006, p.
2)4.
Consumidores não são mais passivos na era da internet. As Companhias que
usam Web 2.0, por exemplo, incorporaram componentes participatórios em seu plano de
negócios. Foram da simples criação de fóruns a convites para produção de conteúdo.
Muitos serviços online de Web 2.0 construíram seus planos de negócios exclusivamente
com base em conteúdo gerado pelos usuários (YouTube, Wikipedia e muitos outros).
Além disso, vemos cooperação entre múltiplas indústrias de mídia, o fluxo de conteúdo
através de múltilpas plataformas e a participação ativa dos consumidores para a
distribuição do conteúdo midiático: a cultura de convergência.
Entretanto, apesar das mudanças tecnológicas desempenharem papel
fundamental nestas transformações, a convergência é um fenômeno ainda mais cultural
que tecnológico, como Jenkins afirma em Convergence Culture (2006). Trata-se de um
processo que encoraja a inteligência coletiva: na sociedade em rede as pessoas geram
conhecimento através de comunidades e trabalham juntas para resolver problemas que
não poderiam confrontar individualmente. E a capacidade de se trabalhar em conjunto,
mesmo à distância, está no coração dos debates sobre os fansubs e scanlations, objeto
de análise deste artigo.
4
Tradução do autor: “Para superar o dilema terminológico com o qual nos deparamos ao tentar examinar
os processos de criação de conteúdo conduzidos pelo usuário, devemos introduzir novos termos ao
debate. O conceito de produsage é o termo que destaca aquele que, dentro das comunidades, se engaja na
criação e distribuição colaborativa da informação e do conhecimento […] O papel do ‘consumer’ e
mesmo do usuário final desapareceu e as distinções entre produtores e usuários do conteúdo
desvaneceram-se na insignificância comparativa”.
3
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Nestas duas manifestações culturais que se desenvolveram paralelamente à
internet – e ao seu potencial de produção colaborativa e distribuição de conteúdo sem
fronteiras –, encontramos os conflitos e tentativas de conciliação entre produtores e
produsers, uma vez que estes últimos, os fãs, tomaram o controle sobre a produção e
distribuição dos animes e mangás através da web.
Animes e mangás
Tanto os mangás quanto os animes são fenômenos de comunicação de massa
que já fazem parte do cotidiano de jovens de diversas faixas etárias também no
ocidente. Sua origem remonta à Idade Média japonesa. A partir do século XI começou-
se a produzir desenhos de origem sacra em rolos de papel. Com o país passando por
guerras até o século XV, também eram produzidos cartuns de humor e outros temas,
muito populares (LUYTEN, 2003, p.1).
As gravuras em madeira do Período Edo representaram um grande salto para os
quadrinhos japoneses, uma vez que estas estavam mais livres da arte tradicional, com as
obras do artista Katsuchita Hokusai, que criou 15 volumes, designados Hokusai Manga,
entre 1814 e 1849. A temática era a vida urbana, com humanos desenhados de forma
caricatural.
Com a abertura dos portos do Japão ocorrida na Era Meiji, em 1853, as
influências estrangeiras começavam a entrar no país. Os quadrinhos começaram a
mudar e a se configurar como os mangás que conhecemos hoje. Um dos fatores
decisivos foi a chegada dos jornalistas europeus, que faziam charges políticas nos
periódicos daquela época. Uma linguagem única começava a se configurar no Japão. O
nome mangá foi adotado posteriormente, e consagrado com o desenhista Rakuten
Kitazawa.
Em 1920 foi iniciada a produção de publicações para crianças e, em 1930, já
havia uma segmentação nítida de públicos. Durante a Segunda Guerra, a produção de
mangás foi praticamente extinta. A liberdade de expressão só era possível através de
pequenos livros de capa vermelha, muito baratos, chamados akai hon. Eles traziam
histórias desenhadas por artistas mal-remunerados. Só não lhes era permitido atacar, no
conteúdo dos desenhos, as forças norte-americanas de ocupação. Foi neste período que
4
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apareceu Ozamu Tezuka, que trabalhou com os akai hon e recriou a linguagem do
mangá. Autor de obras como Astro Boy e A Princesa e o Cavaleiro, Ozamu Tezuka,
junto com outros artistas importantes, deu início à era moderna do mangá, em 1960.
Foi também após a Segunda Guerra Mundial que a produção para adolescentes
foi iniciada, assim como a segmentação por sexo. O papel jornal utilizado nas revistas
foi a alternativa disponível devido à escassez de recursos, assim como a impressão
monocromática, características que se mantiveram.
Atualmente, cada revista contém de 400 a 500 páginas, trazendo diferentes
histórias, de diferentes autores, com diferentes durações. Essas publicações são
geralmente semanais. Os autores, chamados de mangakás, detêm os direitos de suas
histórias e recebem participação pelas vendas de produtos e criação de animes, por
exemplo. Cada história é reeditada separadamente em tanko hon, livros de bolso mais
caros, para coleção, com papel e impressão de melhor qualidade, geralmente publicados
bimestralmente.
As editoras japonesas atuam em segmentos de mercado com uma classificação
detalhada que engloba temática, faixa etária e gênero. Essa classificação foi
extremamente importante para a difusão dos mangás em outros países. As principais
categorias hoje são: Shogaku (para crianças, normalmente didáticas, com a abordagem
de uma grande variedade de temas), Shoujo (para adolescentes do sexo feminino, com
enredos melodramáticos e romantismo), e Shonen (para adolescentes do sexo
masculino, com a temática constante dos valores da rigidez moral e força de espírito,
com a violência como principal característica). Há produção editorial para todos os
públicos, como, por exemplo, para mulheres e homens que já saíram da adolescência,
assim como para a terceira idade (LUYTEN, 2003).
Alguns quadrinistas de destaque no ocidente, como, por exemplo, Frank Miller,
se inspiraram fortemente na estética dos mangás, divulgando assim os quadrinhos
japoneses. Entretanto,
... foram os desenhos animados, os animes, que deram grande difusão
ao conhecimento dos mangás, cujas séries penetraram primeiramente
pela TV e mais tarde pelo cinema. Foi também a época em que as
editoras japonesas e os estúdios de cinema e animação começaram a
fazer contratos em grande escala com vários países ocidentais
(LUYTEN, 2003, p.7).
5
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No Japão, o mais comum é que um mangá de sucesso dê origem a um anime e, a
partir daí, diversos produtos sejam licenciados.
Os animes começaram a entrar no mercado estrangeiro na década de 60, se
diferenciando bastante das animações já existentes tanto nas características visuais
quanto na narrativa. Já na década de 70, faziam sucesso desenhos como Speed Racer e
Astro Boy.
Apesar de bem aceitos no ocidente, até a década de 80 tanto o mangá quanto o
anime não estavam consolidados o suficiente para uma exportação expressiva. Mas em
1994 a indústria japonesa receberia um expressivo investimento que possibilitaria o
começo da era moderna da cultura pop japonesa e sua difusão. Foi o boom dos animes e
mangás no ocidente.
Graças à internet, a popularidade dos fansubs (tradução e inserção amadora de
legendas em animes) e scanlations (escaneamento, tradução e editoração de mangás)
cresceu de forma exponencial. A conexão banda larga mudou a forma de distribuição
deste material, que passou a trafegar de qualquer lugar para qualquer lugar, de fãs para
fãs em todas as partes do mundo.
Portas de entrada para o ocidente
Há pouco mais de uma década, o acesso a animes no ocidente era bastante
restrito. Mesmo nos Estados Unidos, poucos títulos eram licenciados, geralmente por
empresas de pequeno porte e de capacidade de distribuição limitada.
As a way to popularize anime programs and also to encourage certain
titles to be distributed in the USA, and beyond, some anime fans
decided to create their own fansubs in the early-90s. At the time,
Internet had not as many users as it has nowadays, and these pioneers
used to distribute fansubbed anime on videotapes rather than in digital
format (CINTAS; SÁNCHEZ, 2006, p. 8)5.
5
Tradução do autor: “Como forma de popularizar os animes e também incentivar a distribuição de
determinados títulos nos EUA e outros países, alguns fãs de animes decidiram criar seus próprios fansubs
no começo da década de 90. Até então, a internet não tinha tantos usuários como hoje, e estes pioneiros
usavam fitas de vídeo para distribuir os animes legendados pelos fansubs em detrimento do formato
digital”.
6
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Um scanlation é uma tradução do mangá para outra língua, feita por fãs
utilizando uma versão escaneada das páginas da revista, na qual as falas em japonês são
substituídas. A popularização dos equipamentos utilizados foi fundamental neste caso,
assim como o aparecimento dos editores de imagem.
Um fansub é a produção de um programa japonês traduzido e legendado por fãs.
Trata-se de uma tradição que tem suas raízes na criação dos primeiros clubes de anime
nas universidades americanas, a princípio, na década de 80.
Ao fim da década de 80, clubes de estudantes já possuíam um grande volume de
material legal e pirata. Já no começo da década de 90, surgiram os fansubs como
conhecemos hoje, que começavam a traduzir e legendar de forma amadora, sem fins
lucrativos e para livre distribuição, os animes japoneses.
Time-synchronized VHS and S-VHS systems allowed fansubbers to
dub tapes while retaining accurate alignment of text and image. The
high costs of the earliest machines meant that fansubbing would
remain a collective effort: Clubs pooled time and resources to ensure
their favorite series reached a wider viewership. As costs fell,
fansubbing spread outward. Soon clubs were using the Internet to
coordinate their activities, divvying up series to subtitle and tapping a
broader community for would-be translators (JENKINS, 2008)6.
Grandes eventos sobre animes começavam a ser realizados no mundo,
principalmente nos Estados Unidos, trazendo artistas e empresas japonesas, estas
últimas com uma primeira chance real de bons resultados no mercado americano, que
seria a primeira grande porta de entrada para o conteúdo japonês no ocidente.
A disponibilidade do computador pessoal e a internet foram os dois fatores que,
já na década de 90, revolucionaram as atividades dos fãs, potencializando o fenômeno
por todo o mundo. Atribui-se à atividade dos fansubs e scanlators a popularização do
conteúdo japonês.
The global sales of Japan’s animation industry reached an astonishing
$80 billion in 2004, 10 times what they were a decade before. It has
6
Tradução do autor: “Os sistemas de sincronização de tempo para VHS e S-VHS permitiram que os
fansubbers dublassem as fitas ao reter o alinhamento exato do texto e da imagem. Os custos elevados dos
equipamentos mais avançados significaram que o fansubbing permaneceria um esforço coletivo: os
clubes aliavam o tempo e os recursos para assegurar que sua série favorita alcançasse um público amplo.
Como os custos caíram, a atividade de fansubbing se espalhou. Rapidamente os clubes passaram a usar a
internet para coordenar suas atividades, copiar série em DVD, e assim alcançar uma comunidade mais
ampla para tradutores em potencial”.
7
8. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
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won this worldwide success in part because Japanese media
companies paid little attention to the kinds of grassroots activities —
call it piracy, unauthorized duplication and circulation, or simply file-
sharing — that American media companies seem so determined to
shut down. Much of the risk of entering Western markets and many of
the costs of experimentation and promotion were borne by dedicated
consumers (JENKINS, 2008)7.
Os fansubs e os scanlations são exemplos de produsage. Ambas as
manifestações surgiram para atender demandas pessoais e coletivas. Seu papel foi
fundamental para a disseminação da cultura pop japonesa no ocidente. Assim, as
grandes companhias foram seguindo o rastro da popularidade dos animes e mangás
distribuídos pelos fansubers e scanlators, demonstrando um grau de tolerância às
atividades dos fãs. Uma regra informal imperava para equilibrar a relação entre estes e
os detentores dos direitos autorais: assim que um determinado anime ou mangá fosse
licenciado, a distribuição dos conteúdos dos fansubs era encerrada. Isso porque sua
intenção não era lucrar com a distribuição de animes, mas apenas expandir este mercado
e distribuir as produções em locais nos quais não haveria outra forma de acesso
(JENKINS, 2008). Este foi o início de uma relação entre os produtores e os produsers
que dura até hoje, mas que já começa a sofrer desgaste.
De fãs para fãs
Apesar da afirmação de alguns que versões comerciais de animes legendados
sejam consideradas de melhor qualidade em relação aos fansubs, tanto tecnicamente
quanto comercialmente (CINTAS; SÁNCHEZ, 2006, p. 8), há forte crítica ao resultado
final das produções exibidas na TV, por exemplo, no Brasil.
A série Naruto, uma das mais populares dentro e fora do Japão atualmente, é
exibida no Brasil pelo SBT em um programa infantil desde julho de 2007. As críticas
dos fãs vão das dublagens aos cortes feitos para a adequação à faixa etária, reclamação
7
Tradução do autor: “As vendas globais da indústria da animação japonesa alcançaram surpreendentes
$80 bilhões em 2004, dez vezes o valor alcançado uma década antes. Esse sucesso mundial em parte foi
alcançado porque as companhias japonesas prestaram pouca atenção aos tipos de atividades de base -
chamada de pirataria, duplicação e circulação desautorizada, ou simplesmente a compartilhamento de
arquivos - que as companhias midiáticas americanas parecem tão determinadas a interromper. Muitos dos
riscos relacionados à entrada nos mercados ocidentais e muitos dos custos de experimentação e promoção
foram assumidos por consumidores dedicados”.
8
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comum a qualquer anime exibido na TV brasileira, aberta ou fechada. As questões
culturais têm um impacto significativo neste sentido. No Brasil, a versão classificada
para a faixa etária de 10 anos possui muitos cortes. Na França, com a mesma
classificação o anime Naruto pode ser exibido de forma integral. No caso da publicação
do mangá Naruto no Brasil, pela editora Panini, os fãs também têm criticado algumas
traduções, assim como censura (também resultado da adequação à classificação).
Apesar dos fãs não desejarem um material incompleto em relação ao original japonês
(que pode ser encontrado na íntegra em diversos sites de scanlations), a série tem alçado
bons resultados no Brasil.
O sucesso do mangá de Naruto, publicado pela linha Planet Mangá da
editora Panini, rendeu ao título uma nova tiragem, já que a primeira
leva encontrava-se em falta devido ao sucesso de vendas do mesmo.
Tal fato foi informado pela editora Beth Kodama pela seção de cartas
do nono volume, que acaba de chegar às bancas. Ainda segundo a
editora, nessa 2ª edição foi feita uma "ampla revisão (corrigindo,
inclusive aquelas censuras polêmicas) (ANIMEPRO, 2008)"8.
Sobre o sucesso de vendas no Brasil, dois fatores devem ser analisados.
Enquanto no Japão o anime e mangá Naruto sejam voltados para o público adolescente
masculino, no ocidente as produções são voltadas para crianças, um mercado
potencialmente mais lucrativo no que diz respeito ao licenciamento de produtos. Esta
adaptação ao público desagrada aos fãs, que compram os produtos para coleções, mas
continuam acompanhando o trabalho dos fansubers e scanlators, mais fiéis ao conteúdo
original japonês e sem as restrições de censura encontradas pelas grandes distribuidoras.
Situação parecida com a de Naruto pode ser observada em outro anime no
Brasil. One Piece, outro grande sucesso mundial, é também exibido em um programa
infantil no SBT. As cenas mais violetas são cortadas. Um dos personagens, que é
fumante compulsivo, aparece com um pirulito na mão durante o tempo todo.
Distribuído pela 4Kids Entertainment, [One Piece] teve cortes de
cenas com excesso de sangue ou violência, modificações de diálogos,
além de censura nas cenas que tinham álcool ou cigarro. Todas as
mudanças foram feitas pela própria Toei Animation. A edição de
8
Notícia publicada pelo site Anime Pró:
http:/ww.animepro.com.br/noticias.php?IdNoticia=5&Data=022008#, acesso em 20 de dezembro de
2008.
9
10. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
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animes, infelizmente, não inclui somente One Piece, e outros títulos já
vem sofrendo a chamada política da “americanização”9.
Considerando que ambas as séries, Naruto e One Piece, são do gênero Shonen,
ou seja, para adolescentes do sexo masculino, a tendência é que este público prefira o
material distribuído pelos fansubs, sem cortes e legendados para que também possam
continuar a ouvir as vozes originais dos personagens10.
Estas limitações dos conteúdos licenciados figuram entre os fatores pelos quais
os grupos de fansubs e scanlations continuarão ganhando terreno mesmo com o
licenciamento dos produtos em diversos países. Já é do conhecimento, tanto dos
fansubers, quanto dos detentores de copyright destas obras, que a livre distribuição dos
fansubs pode ser extremamente positiva para a promoção das séries.
It would be no exaggeration to state that fansubs are nowadays the
most important manifestation of fan translation, having turned into a
mass social phenomenon on Internet, as proved by the vast virtual
community surrounding then such websites, chat rooms, and forums
(CINTAS; SÁNCHEZ, 2006, p.2)11.
Entretanto, atualmente tem crescido a insatisfação das companhias em relação a
esta atividade, que agora está sendo vista como prejudicial ao mercado. Essa mudança
de atitude deve-se ao aumento da popularidade dos animes em todo o mundo (o que
significa que há um grande mercado pronto para receber os produtos licenciados, sem a
necessidade de fansubs ou scanlators para sua promoção), e à venda ilegal do material
dos fansubers em alguns lugares, em detrimento do produto licenciado. Além disso, a
prática de fansub tem se estendido a filmes e crescido exponencialmente em diversos
países e línguas. Este desenvolvimento tem colocado os produtores em alerta para o que
consideram uma nova instância da pirataria, de difícil controle.
No Japão, a cultura de fãs sempre foi valorizada. Por exemplo, o gigante
mercado editorial de mangás daquele país não só autorizava, quanto incentivava
(inclusive com patrocínio) a venda de mangás feitos por fãs (dojinshi) utilizando os
9
Fonte: http://madeinjapan.uol.com.br/2006/05/03/desenho-animado-one-piece-estreia-em-versao-
editada-no-brasil/, acesso em 20 de dezembro de 2008.
10
Os dubladores no Japão têm status de ídolos pop, uma vez que a bons dubladores são motivo para que
uma série seja acompanhada ou não pelos fãs.
11
Tradução do autor: “Não seria exagero afirmar que os fansubs são, atualmente, a manifestação mais
importante de tradução feita por fãs, tendo se transformado em um fenômeno social massivo na internet,
como atestado pela vasta comunidade virtual que os cerca em websites, salas de chat e fóruns”.
10
11. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
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personagens das revistas oficiais, dando liberdade para a criação de histórias sobre eles.
O dojinshi é um fenômeno massivo no Japão, com feiras que atraem até 150 mil pessoas
por dia. Trata-se de um caso de produsage incentivado pela própria indústria.
No caso dos grupos que fazem scanlations e fansubs, as questões comerciais têm
falado mais alto e a tolerância vem se reduzindo. Alguns fatores ganham destaque neste
contexto, dando ampla vantagem para os produsers, que se organizaram para a
produção colaborativa de materiais de qualidade.
A atividade dos scanlators possui uma cadeia de tarefas fixa, com arquivos
finais distribuídos para os fãs inicialmente em IRC12 e posteriormente em sites. A
qualidade dos scanlations13, como são chamados os mangás produzidos por estes fãs,
varia de grupo para grupo, assim como a divisão de tarefas. As atividades são
basicamente a de conseguir a revista original, desmontá-la e escanear página por página
(ou conseguir estes arquivos prontos através de outros grupos); traduzir todos os textos;
editar as imagens das páginas, removendo os caracteres japoneses e limpando as marcas
de compressão deixadas pelo escaneamento, ou imperfeições do papel; inserir os textos;
gerar as imagens finais em resolução adequada; e distribuir o resultado na internet.
Os fansubs também atuam em equipe, geralmente com a seguinte divisão de
tarefas: raw-hunter, tradutor, timer, styler, typesetter, karaoke-maker, revisor, encoder,
uploader e quality checker. O raw-hunter é uma pessoa que procura animes sem
legenda para que todos os fansubs possam usar. Esse trabalho é comumente feito por
uma pessoa que more no Japão e tenha acesso aos episódios originais e DVDs. O
tradutor é responsável pela tradução. Esta é considerada a função mais importante na
equipe. O timer é quem sincroniza as falas com a legenda. O styler edita as cores usadas
e o estilo de legenda. O typesetter faz um trabalho polêmico entre os tradutores, que é a
inserção de logotipos e traduções na própria animação. Por exemplo, em letreiros de
estabelecimentos comerciais que apareçam no anime, o typesetter coloca a tradução
abaixo dos caracteres japoneses. O karaoke-maker faz os karaokês de abertura,
encerramento e algumas vezes dentro do próprio anime, em cenas que tenham música
de fundo. O revisor lê todo o script e corrige erros. O encoder junta o anime sem
legenda (o raw fornecido pelo raw-hunter) com os scripts, gerando o arquivo final.
Dependendo da tecnologia utilizada, para que o trabalho do encoder fique satisfatório,
12
Internet Relay Chat (IRC) é um protocolo de comunicação bastante utilizado na Internet. Ele é utilizado
basicamente como bate-papo (chat) e troca de arquivos, permitindo a conversa em grupo ou privada.
Fonte: Wikipedia.
13
O termo Scanlation é originado da junção da palavra scan com translation.
11
12. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
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cada episódio pode levar até 14 horas para ser finalizado, com a utilização de um
equipamento potente. O quality-checker é responsável por assistir o anime completo em
busca de erros, ajudando a corrigi-los. O final da cadeia destes produsers é o uploader,
que divulga o resultado final na internet.
Em síntese, podemos dizer que as atividades realizadas pelos grupos de
scanlation e fansubs são trabalhosas. A maioria destes grupos se orgulha do resultado
do trabalho desenvolvido, prezando a qualidade final, assim como a agilidade na
produção dos mangás e animes que são distribuídos pela internet. Alguns grupos
crescem e se destacam tanto que ganham status de corporações, com sites que chegam a
ter grande volume de acesso em todo o mundo.
Um bom exemplo é o Dattebayo Fansub, que fornece semanalmente episódios
legendados de Naruto desde 2004, com poucos dias de diferença da exibição na TV
japonesa. O site tem milhares de acessos mensais, sendo o mais popular dentre os que
fazem fansubs desta série.
No dia 21 de dezembro de 2008, o Dattebayo anunciou que pararia,
definitivamente, de produzir os fansubs do anime Naruto. A decisão deveu-se ao
anúncio da TV japonesa sobre a disponibilização via internet de episódios de Naruto
legendados em inglês uma hora após a exibição no Japão, como um serviço de
assinatura mensal. Após uma semana, os episódios poderão ser assistidos no site
gratuitamente. O mesmo modelo de negócios será colocado em prática pela Viz Media,
empresa que detém os direitos sobre Naruto nos Estados Unidos. Em apoio à iniciativa
inovadora destas companhias, um primeiro passo para uma competição com os fansubs,
o Dattebayo decidiu não mais distribuir fansubs de Naruto.
Why did Dattebayo start subbing Naruto? Because we loved it, and
because we felt the fans deserved to see a good-quality subtitled
version promptly after the Japanese release. And come January, you
can do that legally for a small fee, or for free after a week. Viz's
subtitling work on the show is respectable, though a little stiff. And
sure, it's not the same having a nice AVI that you can watch on your
TV or whatnot, but its going to have to do.
If we continued to sub Naruto, it would be a direct affront to Viz, a
company that, for the most part, has been pretty amazing to us as fans.
Sure, you can say that their dub sucks, or whatever other axe you have
to grind, but never once did they ask us to stop subbing Naruto or
Bleach, something that is well within their rights and power to do. We
have episodes that have gotten almost a million downloads. We've had
episodes that have gotten more downloads in their first 24 hours than
they had viewers when they showed on Cartoon Network.
12
13. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
I've often asked people I know in the anime industry why they think
Viz never asked us to stop, and they say, "Well, Viz isn't really into
the whole C&D thing, they just don't do that." That may be true to
some extent, but I've always liked to think it was because we had a
silent symbiotic relationship. We only did things that helped the
popularity of their shows, and they turned a blind eye to us.
But like any symbiosis, you have to know when its time to move on.
That time has come. Viz and Crunchyroll have gotten their acts
together and are trying something new, with one of the most popular
shows in anime today. I, and the rest of the staff, know that if we
continue to subtitle it, they will have to ask us to stop. […]
So with that being said, Dattebayo will be dropping Naruto
Shippuuden permanently on 1/15/2009, which, interestingly enough,
will probably be around episode 91. This is not a joke or a troll. The
staff voted in favor of it, and I've notified the international groups
(DATTEBAYO, 2009)14.
Questões éticas como esta sobre o trabalho dos fansubs e scanlators, bem como
sua relação com os produtores e distribuidores dos mangás e animes têm sido levantadas
dentro da própria comunidade de fãs.
I guess the ultimate message I’m trying to convey is that no one is
entitled to free entertainment, I do see a lot of fans who keep on taking
and taking and never give back to the system. Then these fans have
the nerve to complain when somebody takes away that free download.
So what I’m preaching is that we all need to be a little more humble
when it comes to anime, and we should make any effort we can to
respect the people trying to make a living doing it. I went to a rather
radical extreme of showing my respects when I stopped downloading
fansubs. […] The only “moral” advice I can give to anyone is that if
14
Comunicado oficial do Dattebayo Fansubs. Fonte: Dattebayo to Drop Naruto Effective 1/15/2009 <
http://dattebayo.com/pr/100 >, acesso em 15 de dezembro de 2008.
Tradução do autor: “Por que Dattebayo começou a legendar Naruto? Porque nós o amamos, e porque nós
sentimos que os fãs mereciam uma versão com legendas de boa qualidade disponível rapidamente após a
exibição japonesa. E a partir de janeiro, você pode ter isso legalmente por uma taxa pequena, ou de graça
após uma semana. O trabalho da Viz é respeitável, embora um pouco inflexível. E, certo, não é o mesmo
que ter um (arquivo em formato) AVI que você possa assistir na sua TV ou onde quiser, mas é assim que
vai ser. Se nós continuarmos a legendar Naruto, será uma afronta direta a uma companhia que,
geralmente, é ótima para com os fãs. Claro, você pode dizer que a dublagem deles é ruim, mas em
momento algum a empresa pediu para que parássemos de legendar Naruto, algo que estaria em seu direito
e poder. Nós temos episódios que tiveram quase um milhão downloads. Tivemos episódios que tiveram
mais downloads em suas primeiras 24 horas do que tiveram expectadores em sua exibição na Cartoon
Network. Tenho perguntado frequentemente a pessoas da indústria de anime que conheço por que a Viz
nunca nos pediu para parar, e eles dizem: "Bem, ela não quer dominar o C&D inteiro ". Mas sempre
gostei de pensar que era porque nós tínhamos um relacionamento simbiótico silencioso. Nós fizemos
somente coisas que ajudaram a popularização de seus shows e eles fingiram não nos enxergar. Mas como
toda o simbiose, é preciso saber a hora de ir adiante. E a hora chegou. A Viz e a Crunchyroll estão
tentando algo novo com um dos animes mais populares da atualidade. Eu e resto da equipe sabemos que,
se nós continuamos a legendar Naruto, eles terão que pedir para que nós paremos. […] Desta forma,
Dattebayo interrompe a produção de Naruto Shippuuden permanentemente em 1/15/2009, por volta do
episódio 91. Este não é um comunicado falso. A equipe do fansub votou em favor desta decisão e eu
notifiquei os grupos internacionais”.
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the show is available in a legal and legit way, then please don’t go for
the pirated version. Piracy and illegal downloads should only be used
as a last resort for anything, and should never be considered as your
preferred option (ANIMEALMANAC, 2009)15.
O crescimento exponencial de grupos de fansubs e scanlations está se refletindo
nas vendas, ocasionando crise no setor de produção de animes e mangás. Uma vez que a
mídia tradicional não consegue atender aos fãs de todas as partes do mundo, o material
licenciado tem qualidade fortemente questionada por estes, o controle da distribuição do
material dos produsers é extremamente complexo em escala global e diversos grupos de
fãs continuam dispostos a dedicar tempo à esta atividade, é possível que caiba à
comunidade de fãs a reflexão sobre o assunto, como já vem acontecendo. Ao mesmo
tempo, a indústria parece dar os primeiros passos no sentido de criar soluções para
atender satisfatoriamente à demanda dos fãs.
Considerações finais
A mudança na forma de se enxergar os fãs – aqui especificamente os da cultura
pop japonesa espalhados pelo mundo – é um reflexo da cultura de participação, em que
os fãs se transformam em produsers.
Já é do conhecimento, tanto dos fansubers e escanlators, quanto dos detentores
de copyright dos animes e mangás, que a livre distribuição destes produtos pode ser
extremamente positiva para a promoção das séries. Mas a partir do momento em que o
mercado se consolida e esta promoção alternativa não é mais necessária, a atividade dos
fansubers e scanlators vai, na visão dos grandes produtores e distribuidores, se tornando
tão prejudicial quanto a pirataria convencional.
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Fonte: http://animealmanac.com/2009/01/07/an-email-about-fansubs-and-morality/, acesso em 10 de
janeiro de 2009.
Tradução do autor: “Creio que a mensagem final que eu estou tentando entregar é que ninguém tem
direito a entretenimento livre, e vejo muitos fãs que tiram do sistema e nunca devolvem nada a ele. Então
estes fãs têm a coragem para reclamar quando alguém retira um download gratuito. Todos precisamos ser
um pouco mais humildes no que diz respeito a animes. Devemos fazer todo o esforço que nós pudermos
para respeitar aqueles que ganham a vida na produção deles. Eu fui ao extremo radical ao mostrar meu
respeito quando parei de baixar fansubs. […] O único conselho “moral” que posso dar a qualquer um é
que, se o show está disponível de forma legal e legítima, então não procure a versão pirateada. A pirataria
e os downloads ilegais devem somente ser usados como último recurso para qualquer coisa, e nunca ser
considerados como primeira opção”.
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XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
Vivemos um momento em que a lógica comunitária de reutilização e permissão
impera, principalmente na internet, sobre a lógica comercial de propriedade e restrição.
Com tamanho e diversidade suficientes, a comunidade de fãs atua como um time de
profissionais que conhece o público para o qual produzem. Essa comunidade é
organizada de forma flexível e permite a fluidez de participação. Não apenas os usuários
passam de produtores a consumidores o tempo todo, mas participam o quanto estiverem
aptos, dependendo de habilidades, tempo, desejo, interesse e conhecimento.
No caso dos animes e mangás, os consumidores efetivamente tomaram a mídia
em suas mãos e retrabalharam seu conteúdo em favor de interesses pessoais e coletivos.
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