Este documento discute o jornalismo cidadão e as estratégias discursivas das mídias para criar um espaço democrático simbólico. Apresenta os conceitos de jornalismo cidadão e analisa as potencialidades do modelo open source, bem como os desafios em definir o papel do jornalista nesse novo contexto em que os cidadãos participam da produção de notícias.
O QUE OS MASS MEDIA E A INTERNET SOCIAL PODEM FAZER PELA DELIBERAÇÃO PÚBLICA?Samuel Barros
O presente artigo discute a configuração dos fluxos da deliberação pública no atual ambiente comunicacional, o qual é constituido majoritariamente pelos mass media e pela web social. Neste sentido, este trabalho concluiu que, para o estudo dos efeitos da internet para os mass media, é preciso evitar uma chave interpretativa prévia de ruptura ou de continuidade; é preciso considerar separadamente a morfologia e os usos das diferentes
plataformas e ambientes online; a web social e os mass media podem desempenhar papeis complementares, nomeadamente na discussão e visibilidade dos temas e questões que ocupam a agenda política.
Entre a utopia e o ceticismo: as potencialidades dos diários virtuais no merc...Mariana Tavernari
O documento discute como os diários virtuais representam uma alternativa à unilateralidade dos meios de comunicação tradicionais ao introduzir uma narrativa interativa semelhante ao jornalismo literário na Internet. Os diários virtuais são elementos-chave para entender como as profecias otimistas e pessimistas sobre as novas mídias se articulam, já que eles tornam-se alvos dos entusiastas do chamado jornalismo cidadão.
Espaços self media de jornalismo em redes sociaisMárcio Coutinho
Este artigo discute o conceito de self media enquanto comunicação alternativa e novo paradigma na difusão de conteúdos e a participação dos consumidores de informação na produção de material informativo em redes sociais. Foi usado como objeto de análise as fanpages sobre bairros do Rio de Janeiro que relatam problemas enfrentados pelos moradores locais e onde os usuários se assumem como produtores de conteúdo. A intenção não será a de ponderar sobre as estratégias discursivas utilizadas neste tipo de mídia e sim o poder de interatividade, influência e a perspectiva de adoção de uma nova forma de jornalismo open source a partir das redes sociais.
As Novas Tecnologias O Individuo E A Sociedadeclaudia amaral
O documento discute como as novas tecnologias, especialmente a internet, afetam os indivíduos e a sociedade. Apresenta três principais pontos: 1) Como a internet trouxe novas formas de comunicação que destroem barreiras geográficas, mas também podem isolar as pessoas; 2) Como a internet cria novas oportunidades para as pessoas construírem identidades online, mas também desenvolve dependência da comunicação; 3) Como a experiência do tempo é alterada na comunicação online em comparação com a comunicação offline.
Este artigo examina o conceito de esfera pública virtual e debates políticos na internet. Discute argumentos a favor e contra a noção de esfera pública virtual e defende que os debates online funcionam melhor como espaço para conversação civil do que como espaço decisório, promovendo participação cidadã.
Trabalho apresentado ao NT “Sociabilidade, novas tecnologias, política e ativismo”, do II Simpósio em Tecnologias Digitais e Sociabilidade (SimSocial), realizado em Salvador/BA, em 11 de outubro de 2012.
Convergência e remediação no ciberjornalismo - Renata DantasRenata Dantas
O presente trabalho traz um levantamento sobre os fenômenos da convergência e da remediação no boletim eletrônico do site de notícias Nexo. O boletim eletrônico a_nexo é encaminhado diariamente via e-mail para seus assinantes.
A publicação apresenta matérias de autoria do próprio site Nexo, mas inclui uma quantidade relevante de matérias oriundas de outros portais de notícias. Grande parte destes portais pertencentes a jornais da mídia de massa, com atenção especial para a Folha de São Paulo e o Estadão
Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...Rodrigo Carreiro
1) O documento discute as potencialidades e limitações da internet para a democracia e participação política à luz da teoria das materialidades da comunicação.
2) A teoria das materialidades entende que o suporte material de um meio influencia os processos comunicacionais nele ocorrentes.
3) Quando aplicada à internet, a teoria das materialidades sugere que aspectos como códigos, interfaces, acesso à banda larga influenciam a participação política online.
O QUE OS MASS MEDIA E A INTERNET SOCIAL PODEM FAZER PELA DELIBERAÇÃO PÚBLICA?Samuel Barros
O presente artigo discute a configuração dos fluxos da deliberação pública no atual ambiente comunicacional, o qual é constituido majoritariamente pelos mass media e pela web social. Neste sentido, este trabalho concluiu que, para o estudo dos efeitos da internet para os mass media, é preciso evitar uma chave interpretativa prévia de ruptura ou de continuidade; é preciso considerar separadamente a morfologia e os usos das diferentes
plataformas e ambientes online; a web social e os mass media podem desempenhar papeis complementares, nomeadamente na discussão e visibilidade dos temas e questões que ocupam a agenda política.
Entre a utopia e o ceticismo: as potencialidades dos diários virtuais no merc...Mariana Tavernari
O documento discute como os diários virtuais representam uma alternativa à unilateralidade dos meios de comunicação tradicionais ao introduzir uma narrativa interativa semelhante ao jornalismo literário na Internet. Os diários virtuais são elementos-chave para entender como as profecias otimistas e pessimistas sobre as novas mídias se articulam, já que eles tornam-se alvos dos entusiastas do chamado jornalismo cidadão.
Espaços self media de jornalismo em redes sociaisMárcio Coutinho
Este artigo discute o conceito de self media enquanto comunicação alternativa e novo paradigma na difusão de conteúdos e a participação dos consumidores de informação na produção de material informativo em redes sociais. Foi usado como objeto de análise as fanpages sobre bairros do Rio de Janeiro que relatam problemas enfrentados pelos moradores locais e onde os usuários se assumem como produtores de conteúdo. A intenção não será a de ponderar sobre as estratégias discursivas utilizadas neste tipo de mídia e sim o poder de interatividade, influência e a perspectiva de adoção de uma nova forma de jornalismo open source a partir das redes sociais.
As Novas Tecnologias O Individuo E A Sociedadeclaudia amaral
O documento discute como as novas tecnologias, especialmente a internet, afetam os indivíduos e a sociedade. Apresenta três principais pontos: 1) Como a internet trouxe novas formas de comunicação que destroem barreiras geográficas, mas também podem isolar as pessoas; 2) Como a internet cria novas oportunidades para as pessoas construírem identidades online, mas também desenvolve dependência da comunicação; 3) Como a experiência do tempo é alterada na comunicação online em comparação com a comunicação offline.
Este artigo examina o conceito de esfera pública virtual e debates políticos na internet. Discute argumentos a favor e contra a noção de esfera pública virtual e defende que os debates online funcionam melhor como espaço para conversação civil do que como espaço decisório, promovendo participação cidadã.
Trabalho apresentado ao NT “Sociabilidade, novas tecnologias, política e ativismo”, do II Simpósio em Tecnologias Digitais e Sociabilidade (SimSocial), realizado em Salvador/BA, em 11 de outubro de 2012.
Convergência e remediação no ciberjornalismo - Renata DantasRenata Dantas
O presente trabalho traz um levantamento sobre os fenômenos da convergência e da remediação no boletim eletrônico do site de notícias Nexo. O boletim eletrônico a_nexo é encaminhado diariamente via e-mail para seus assinantes.
A publicação apresenta matérias de autoria do próprio site Nexo, mas inclui uma quantidade relevante de matérias oriundas de outros portais de notícias. Grande parte destes portais pertencentes a jornais da mídia de massa, com atenção especial para a Folha de São Paulo e o Estadão
Materialidades da comunicação e participação política na internet: potências ...Rodrigo Carreiro
1) O documento discute as potencialidades e limitações da internet para a democracia e participação política à luz da teoria das materialidades da comunicação.
2) A teoria das materialidades entende que o suporte material de um meio influencia os processos comunicacionais nele ocorrentes.
3) Quando aplicada à internet, a teoria das materialidades sugere que aspectos como códigos, interfaces, acesso à banda larga influenciam a participação política online.
Jornalismo online e redes sociais na internetTiago Nogueira
O documento discute o jornalismo online e as redes sociais na internet, realizando um estudo de caso sobre três portais de notícias brasileiros. Apresenta as principais mudanças trazidas pela internet para o jornalismo, como a comunicação não linear e a interatividade, e discute conceitos como cibercultura e era da informação. Também analisa as fases do jornalismo online e o impacto da Web 2.0 nesta área.
Bases de dados como dispositivo para o jornalismo colaborativo Yuri Almeida
1) O documento discute o potencial das bases de dados no jornalismo colaborativo e como sua liberação pode gerar novas formas de participação dos usuários;
2) Ele propõe que as bases de dados atuem como "dispositivos" que orientam a produção colaborativa de conteúdo;
3) A liberação de APIs e bases de dados por organizações jornalísticas inaugura uma "segunda fase" do jornalismo colaborativo.
1) O documento discute a entrevista de Henry Jenkins sobre convergência midiática e como ela está mudando nossas vidas.
2) Jenkins argumenta que a convergência é um fenômeno cultural, não apenas tecnológico, e expandiu a possibilidade de participação dos consumidores.
3) Ele também discute como a convergência está desafiando modelos educacionais tradicionais e requer novas abordagens de aprendizagem colaborativa.
Ultrasegmentada, convergente e múltipla a publicidade nas novas mídiasJanise Rafaela
1) O documento discute as transformações nas mídias e comunicação causadas pela digitalização e convergência tecnológica.
2) Isso levou a novas formas de consumo de informação e mídia, com o usuário assumindo um papel ativo e personalizando sua experiência.
3) As novas mídias exigem novas abordagens de publicidade, com segmentação mais refinada de públicos-alvo e mensagens personalizadas.
A relação entre as novas tecnologias da comunicação e o regime democrático - ...DiegoDias86
1) O documento discute a relação entre as novas tecnologias da comunicação e o regime democrático, abordando perspectivas triunfalistas e apocalípticas;
2) Ele apresenta o estudo de caso da rede de mobilização "Meu Rio" para demonstrar como as ferramentas online podem estimular o engajamento cívico da sociedade civil;
3) O autor defende que as novas tecnologias são instrumentos cujo potencial democrático depende de como são utilizados e da cultura de participação da popula
As mídias sociais colocando em xeque o monopólio da fala dos grandes veículosFlávia Lopes
No atual ambiente sociotécnico, a informação tem ganhado novos suportes, ocasionando uma mudança de paradigmas na maneira como as pessoas produzem e buscam conteúdo noticioso na atualidade. Hoje não se pode falar em produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, mas como “participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras”. A partir dessa percepção, torna-se oportuno analisar como as ferramentas de mídias sociais, em especial o Twitter, têm atuado na reconfiguração das relações de poder e na mudança do jogo de sentidos no qual imprensa se insere. O monopólio da fala dos grandes veículos parece ter sido colocado em xeque. A partir de casos como “Cala Boca Galvao”, o “erro na publicidade do Extra” e a “fala de Dilma” no Twitter, pretende-se avaliar como a população e mesmo os veículos de comunicação estão tendo a percepção de que “a imprensa está nua”.
O blog Fatos e Dados e sua articulação com a esfera de visibilidade públicaNina Santos
1) O documento analisa o blog "Fatos e Dados" da Petrobras e como ele se relaciona com a esfera pública de visibilidade.
2) O blog permite que a Petrobras se comunique diretamente com o público sem a mediação dos grandes meios de comunicação.
3) Ao mesmo tempo, o blog também se relaciona com os grandes meios de comunicação em um esforço para atingir mais visibilidade.
Midia Alternativa P Alem Da Contra InformaçãOAllan Diniz
Este documento discute modelos alternativos de mídia além da contra-informação. Apresenta como o excesso de informação, a espetacularização, a internet e novas sensibilidades em relação à mídia afetam as respostas dos ativistas aos veículos midiáticos hegemônicos. Também reflete sobre como certas práticas contemporâneas de mídia alternativa experimentam modelos diferentes daquele baseado na contra-informação.
Webjornalismo participativo e a produção aberta de notíciasAlex Primo
Este artigo discute o surgimento do jornalismo participativo na web, habilitado pelas novas tecnologias digitais e interfaces que permitem a produção colaborativa de notícias. Analisa como processos como gatekeeping e gatewatching estão sendo impactados e como diferentes formas de participação estão emergindo, desde a escrita até a edição de conteúdo. Argumenta que essa tendência desafia a separação tradicional entre jornalistas e leitores e requer uma revisão dos modelos de produção jornalística e dos próprios idea
O documento discute a teoria midiática e o ciberativismo. A teoria midiática de McLuhan argumenta que os meios de comunicação moldam a sociedade mais do que o conteúdo transmitido. O ciberativismo usa a internet para defender causas políticas e sociais de forma descentralizada. Exemplos mostram como movimentos online mobilizaram pessoas em torno de questões ambientais e de direitos humanos. Há uma ligação entre esses temas na medida em que novos meios alteram as relações de poder e democratizam o acesso à informação.
“UM PANORAMA GERAL DA CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA”Rodrigo Galhano
Este trabalho tem como objetivo elaborar um panorama geral sobre a convergência midiática e seus desdobramentos, tais como o impacto nas empresas e no público, as formas de apropriação das novas tecnologias. Os desafios e as possibilidades das narrativas transmidiáticas também são abordadas. Como principal suporte teórico foi usado o livro Cultura da Convergência, do professor de Estudos de Mídia Comparada da MIT (Massachussets Institute of Technology), Henry Jenkins.
O AVANÇO DOS MEIOS DIGITAIS E A PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO: Como as redes sociais...Karina Perussi
O documento discute como as redes sociais estão transformando a comunicação, o jornalismo e a sociedade de 3 maneiras: (1) permitindo que todos produzam e recebam informações, levando a uma cultura colaborativa; (2) tornando o Twitter uma importante fonte de notícias, como na morte de Bin Laden; (3) possibilitando mobilizações políticas e sociais, como os protestos no Irã e a eleição de Obama.
Este artigo apresenta estudo sobre o uso de cartazes de protesto como forma de comunicação entre ativistas políticos e ciberativistas. Fundamentado nas teorias da Folkcomunicação, atualizadas no que diz respeito à comunicação nos movimentos sociais e aos meios nele utilizados, e também no que se refere à cultura da convergência, cibercultura e redes sociais na internet, o objetivo é analisar como os grupos se apropriaram, tanto da internet, quanto de um meio simples de comunicação, os cartazes, para transmitir frases de efeito e vozes de comando durante os recentes manifestos contra a corrupção no Brasil.
Trabalho apresentado no GP Folkcomunicação, XIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
1. O documento discute o julgamento do mensalão e sua projeção nas redes sociais, que permitiram novas formas de interpretação e participação dos cidadãos.
2. As redes sociais distribuíram amplamente as informações sobre o julgamento e permitiram que os usuários interagissem e debatessem o processo.
3. Isso representou novos agenciamentos ético-políticos e democráticos na discussão do caso, que teve grande relevância para a história política brasileira.
Estudo de Caso do Perfil da Prefeitura de Santana do Livramento no Facebook e...Glória Rodrigues
O documento descreve um estudo de caso sobre o perfil da Prefeitura de Santana do Livramento no Facebook e sua interação com usuários. O estudo analisou o conteúdo publicado pelo perfil, entrevistou amigos do perfil e concluiu que a rede social pode ser usada para comunicação entre o governo e a comunidade.
Discurso e redes sociais: o caso “Voz da comunidadeFlávia Lopes
Este documento discute como as redes sociais, especialmente o Twitter, transformaram a relação entre a imprensa e a sociedade ao permitir que novos atores participem do debate público. O documento analisa especificamente a repercussão do trabalho de um grupo de jovens no Twitter durante uma ocupação policial no Rio de Janeiro.
URRESTI, Marcelo. Ciberculturas juveniles: vida cotidiana, subjetividad y pertenencia entre los jovenes ante el impacto de las nuevas tecnologias de la comunicación y la información. URREST, Marcelo (Ed.) Ciberculturas juveniles. Buenos Aires: La crujia, 2008, p.13-66
1. O artigo analisa os fundamentos políticos por trás dos discursos de liberdade na internet e como eles revelam disputas de poder.
2. Examina como as narrativas coletivas de eventos públicos funcionam como laboratórios para essas disputas.
3. Discute a passagem de um modelo de mídia informacional para um modelo comunicacional de multi-mídias na internet.
O documento discute o que é jornalismo, tecnologia e jornalismo em tempo real. Explica como a tecnologia transformou o jornalismo através da internet, redes sociais e dispositivos móveis, permitindo que as notícias sejam produzidas e compartilhadas em tempo real.
Este documento describe a los "ciberpunks", una subcultura juvenil surgida en Argentina que se relaciona a través de redes sociales como Instagram y Fotolog, compartiendo fotos y comentarios. Se caracterizan por su estilo de ropa inspirado en Converse y pantalones pitillo, y les gusta escuchar música "glam rock". Pasan tiempo en línea conociendo gente y compartiendo contenidos.
Etude Apec - Etre cadre aujourd’hui dans l’industrieApec
L'édition 2015 de l'étude de l'Apec sur les caractéristiques des cadres dans le secteur de l’industrie et les perspectives de recrutement de cadres en 2015 dans le secteur.
L’industrie en France est à la croisée des chemins. Entre fermeture de sites, délocalisations et crise économique, elle a perdu en une quinzaine d’année près de 850 000 salariés (Insee). Cette contraction de l’appareil productif hexagonal s’est accompagnée de vagues d’externalisation (administration, activités informatiques…) qui ont transformé les entreprises industrielles. Celles-ci se sont recentrées sur leur coeur de métier et/ou sur des activités à forte valeur ajoutée et travaillent étroitement avec des entreprises de services (ingénierie R&D…). Ces changements d’ordre structurel ont profondément modifié la place des cadres de l’industrie. Si certains d’entre eux sont toujours concernés par l’acte productif, de nombreux cadres de l’industrie sont désormais centrés sur des missions se situant en amont (R&D, innovation…) ou en aval (logistique, qualité, sécurité, commercialisation…) de la production industrielle.
Jornalismo online e redes sociais na internetTiago Nogueira
O documento discute o jornalismo online e as redes sociais na internet, realizando um estudo de caso sobre três portais de notícias brasileiros. Apresenta as principais mudanças trazidas pela internet para o jornalismo, como a comunicação não linear e a interatividade, e discute conceitos como cibercultura e era da informação. Também analisa as fases do jornalismo online e o impacto da Web 2.0 nesta área.
Bases de dados como dispositivo para o jornalismo colaborativo Yuri Almeida
1) O documento discute o potencial das bases de dados no jornalismo colaborativo e como sua liberação pode gerar novas formas de participação dos usuários;
2) Ele propõe que as bases de dados atuem como "dispositivos" que orientam a produção colaborativa de conteúdo;
3) A liberação de APIs e bases de dados por organizações jornalísticas inaugura uma "segunda fase" do jornalismo colaborativo.
1) O documento discute a entrevista de Henry Jenkins sobre convergência midiática e como ela está mudando nossas vidas.
2) Jenkins argumenta que a convergência é um fenômeno cultural, não apenas tecnológico, e expandiu a possibilidade de participação dos consumidores.
3) Ele também discute como a convergência está desafiando modelos educacionais tradicionais e requer novas abordagens de aprendizagem colaborativa.
Ultrasegmentada, convergente e múltipla a publicidade nas novas mídiasJanise Rafaela
1) O documento discute as transformações nas mídias e comunicação causadas pela digitalização e convergência tecnológica.
2) Isso levou a novas formas de consumo de informação e mídia, com o usuário assumindo um papel ativo e personalizando sua experiência.
3) As novas mídias exigem novas abordagens de publicidade, com segmentação mais refinada de públicos-alvo e mensagens personalizadas.
A relação entre as novas tecnologias da comunicação e o regime democrático - ...DiegoDias86
1) O documento discute a relação entre as novas tecnologias da comunicação e o regime democrático, abordando perspectivas triunfalistas e apocalípticas;
2) Ele apresenta o estudo de caso da rede de mobilização "Meu Rio" para demonstrar como as ferramentas online podem estimular o engajamento cívico da sociedade civil;
3) O autor defende que as novas tecnologias são instrumentos cujo potencial democrático depende de como são utilizados e da cultura de participação da popula
As mídias sociais colocando em xeque o monopólio da fala dos grandes veículosFlávia Lopes
No atual ambiente sociotécnico, a informação tem ganhado novos suportes, ocasionando uma mudança de paradigmas na maneira como as pessoas produzem e buscam conteúdo noticioso na atualidade. Hoje não se pode falar em produtores e consumidores de mídia como ocupantes de papéis separados, mas como “participantes interagindo de acordo com um novo conjunto de regras”. A partir dessa percepção, torna-se oportuno analisar como as ferramentas de mídias sociais, em especial o Twitter, têm atuado na reconfiguração das relações de poder e na mudança do jogo de sentidos no qual imprensa se insere. O monopólio da fala dos grandes veículos parece ter sido colocado em xeque. A partir de casos como “Cala Boca Galvao”, o “erro na publicidade do Extra” e a “fala de Dilma” no Twitter, pretende-se avaliar como a população e mesmo os veículos de comunicação estão tendo a percepção de que “a imprensa está nua”.
O blog Fatos e Dados e sua articulação com a esfera de visibilidade públicaNina Santos
1) O documento analisa o blog "Fatos e Dados" da Petrobras e como ele se relaciona com a esfera pública de visibilidade.
2) O blog permite que a Petrobras se comunique diretamente com o público sem a mediação dos grandes meios de comunicação.
3) Ao mesmo tempo, o blog também se relaciona com os grandes meios de comunicação em um esforço para atingir mais visibilidade.
Midia Alternativa P Alem Da Contra InformaçãOAllan Diniz
Este documento discute modelos alternativos de mídia além da contra-informação. Apresenta como o excesso de informação, a espetacularização, a internet e novas sensibilidades em relação à mídia afetam as respostas dos ativistas aos veículos midiáticos hegemônicos. Também reflete sobre como certas práticas contemporâneas de mídia alternativa experimentam modelos diferentes daquele baseado na contra-informação.
Webjornalismo participativo e a produção aberta de notíciasAlex Primo
Este artigo discute o surgimento do jornalismo participativo na web, habilitado pelas novas tecnologias digitais e interfaces que permitem a produção colaborativa de notícias. Analisa como processos como gatekeeping e gatewatching estão sendo impactados e como diferentes formas de participação estão emergindo, desde a escrita até a edição de conteúdo. Argumenta que essa tendência desafia a separação tradicional entre jornalistas e leitores e requer uma revisão dos modelos de produção jornalística e dos próprios idea
O documento discute a teoria midiática e o ciberativismo. A teoria midiática de McLuhan argumenta que os meios de comunicação moldam a sociedade mais do que o conteúdo transmitido. O ciberativismo usa a internet para defender causas políticas e sociais de forma descentralizada. Exemplos mostram como movimentos online mobilizaram pessoas em torno de questões ambientais e de direitos humanos. Há uma ligação entre esses temas na medida em que novos meios alteram as relações de poder e democratizam o acesso à informação.
“UM PANORAMA GERAL DA CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA”Rodrigo Galhano
Este trabalho tem como objetivo elaborar um panorama geral sobre a convergência midiática e seus desdobramentos, tais como o impacto nas empresas e no público, as formas de apropriação das novas tecnologias. Os desafios e as possibilidades das narrativas transmidiáticas também são abordadas. Como principal suporte teórico foi usado o livro Cultura da Convergência, do professor de Estudos de Mídia Comparada da MIT (Massachussets Institute of Technology), Henry Jenkins.
O AVANÇO DOS MEIOS DIGITAIS E A PRODUÇÃO DE INFORMAÇÃO: Como as redes sociais...Karina Perussi
O documento discute como as redes sociais estão transformando a comunicação, o jornalismo e a sociedade de 3 maneiras: (1) permitindo que todos produzam e recebam informações, levando a uma cultura colaborativa; (2) tornando o Twitter uma importante fonte de notícias, como na morte de Bin Laden; (3) possibilitando mobilizações políticas e sociais, como os protestos no Irã e a eleição de Obama.
Este artigo apresenta estudo sobre o uso de cartazes de protesto como forma de comunicação entre ativistas políticos e ciberativistas. Fundamentado nas teorias da Folkcomunicação, atualizadas no que diz respeito à comunicação nos movimentos sociais e aos meios nele utilizados, e também no que se refere à cultura da convergência, cibercultura e redes sociais na internet, o objetivo é analisar como os grupos se apropriaram, tanto da internet, quanto de um meio simples de comunicação, os cartazes, para transmitir frases de efeito e vozes de comando durante os recentes manifestos contra a corrupção no Brasil.
Trabalho apresentado no GP Folkcomunicação, XIII Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
1. O documento discute o julgamento do mensalão e sua projeção nas redes sociais, que permitiram novas formas de interpretação e participação dos cidadãos.
2. As redes sociais distribuíram amplamente as informações sobre o julgamento e permitiram que os usuários interagissem e debatessem o processo.
3. Isso representou novos agenciamentos ético-políticos e democráticos na discussão do caso, que teve grande relevância para a história política brasileira.
Estudo de Caso do Perfil da Prefeitura de Santana do Livramento no Facebook e...Glória Rodrigues
O documento descreve um estudo de caso sobre o perfil da Prefeitura de Santana do Livramento no Facebook e sua interação com usuários. O estudo analisou o conteúdo publicado pelo perfil, entrevistou amigos do perfil e concluiu que a rede social pode ser usada para comunicação entre o governo e a comunidade.
Discurso e redes sociais: o caso “Voz da comunidadeFlávia Lopes
Este documento discute como as redes sociais, especialmente o Twitter, transformaram a relação entre a imprensa e a sociedade ao permitir que novos atores participem do debate público. O documento analisa especificamente a repercussão do trabalho de um grupo de jovens no Twitter durante uma ocupação policial no Rio de Janeiro.
URRESTI, Marcelo. Ciberculturas juveniles: vida cotidiana, subjetividad y pertenencia entre los jovenes ante el impacto de las nuevas tecnologias de la comunicación y la información. URREST, Marcelo (Ed.) Ciberculturas juveniles. Buenos Aires: La crujia, 2008, p.13-66
1. O artigo analisa os fundamentos políticos por trás dos discursos de liberdade na internet e como eles revelam disputas de poder.
2. Examina como as narrativas coletivas de eventos públicos funcionam como laboratórios para essas disputas.
3. Discute a passagem de um modelo de mídia informacional para um modelo comunicacional de multi-mídias na internet.
O documento discute o que é jornalismo, tecnologia e jornalismo em tempo real. Explica como a tecnologia transformou o jornalismo através da internet, redes sociais e dispositivos móveis, permitindo que as notícias sejam produzidas e compartilhadas em tempo real.
Este documento describe a los "ciberpunks", una subcultura juvenil surgida en Argentina que se relaciona a través de redes sociales como Instagram y Fotolog, compartiendo fotos y comentarios. Se caracterizan por su estilo de ropa inspirado en Converse y pantalones pitillo, y les gusta escuchar música "glam rock". Pasan tiempo en línea conociendo gente y compartiendo contenidos.
Etude Apec - Etre cadre aujourd’hui dans l’industrieApec
L'édition 2015 de l'étude de l'Apec sur les caractéristiques des cadres dans le secteur de l’industrie et les perspectives de recrutement de cadres en 2015 dans le secteur.
L’industrie en France est à la croisée des chemins. Entre fermeture de sites, délocalisations et crise économique, elle a perdu en une quinzaine d’année près de 850 000 salariés (Insee). Cette contraction de l’appareil productif hexagonal s’est accompagnée de vagues d’externalisation (administration, activités informatiques…) qui ont transformé les entreprises industrielles. Celles-ci se sont recentrées sur leur coeur de métier et/ou sur des activités à forte valeur ajoutée et travaillent étroitement avec des entreprises de services (ingénierie R&D…). Ces changements d’ordre structurel ont profondément modifié la place des cadres de l’industrie. Si certains d’entre eux sont toujours concernés par l’acte productif, de nombreux cadres de l’industrie sont désormais centrés sur des missions se situant en amont (R&D, innovation…) ou en aval (logistique, qualité, sécurité, commercialisation…) de la production industrielle.
The meeting minutes summarized a tropical smoothie fundraiser on October 15th, a pop can drive that raised $100, and upcoming community service projects including raking leaves and volunteering at a soup kitchen. Social events were announced like a pumpkin patch, haunted yard, and photos posted on Facebook could earn points. New e-board members were named and scholarship opportunities through NSCS were mentioned including a $250 chapter scholarship.
El documento explica las causas y consecuencias del calentamiento global. El calentamiento global es un proceso en el que la atmósfera y los océanos se calientan debido al aumento de gases de efecto invernadero como resultado de la actividad humana en los últimos 100 años. Esto produce efectos perjudiciales como cambios en el clima, propagación de enfermedades, deshielo glacial y pérdida de biodiversidad. Se recomienda que todos tomen conciencia de este problema y reduzcan su huella de carbono a través de medidas
O documento discute o ciberjornalismo, definindo seus termos, características e desafios. A hipertextualidade, multimídia e interatividade são marcas do ciberjornalismo. Novas ferramentas permitem mais participação do público, mas também trazem riscos como perda de espaço para reflexão. Há quem veja um jornalismo emergente equilibrado entre o sistema atual e o futuro jornalismo pessoal.
O documento discute como as redes sociais estão transformando a comunicação, o jornalismo e a sociedade de três maneiras: (1) permitindo que todos produzam e recebam informações, tornando os leitores ativos; (2) revolucionando o jornalismo ao fornecer notícias em tempo real e dando voz aos cidadãos; (3) permitindo novas formas de mobilização social e protesto.
Transformações no processo de legitimação do jornalismo Luciana Carvalho
Este documento analisa como o jornal Zero Hora usa o Twitter para se legitimar institucionalmente em meio à crise de legitimação do jornalismo causada pela desintermediação proporcionada pelas mídias sociais. O estudo faz uma análise de conteúdo das postagens do jornal no Twitter durante a cobertura de um temporal no Rio Grande do Sul para entender como o jornal se apropria das mídias sociais para reforçar seu papel de intermediador entre fatos e público.
As mulheres no jornalismo esportivo no rio grande sulMargareth Michel
1) O documento discute a presença de mulheres no jornalismo esportivo na televisão no Rio Grande do Sul.
2) Tem como objetivos analisar as causas que levaram as mulheres a se interessarem por essa área dominada por homens e resgatar a participação feminina no jornalismo esportivo.
3) Também descreve parte do mercado de comunicação esportiva na TV do RS e questiona estereótipos sobre mulheres e futebol.
O julgamento do mensalão e as redes sociais de interpretação. Pistas para uma...claudiocpaiva
1. O documento discute o julgamento do mensalão e sua projeção nas redes sociais, oferecendo pistas para uma interpretação hermenêutica deste fenômeno político a partir da comunicação e cultura midiática compartilhada.
2. Analisa como as redes sociais permitiram o monitoramento do julgamento e a formação de um espaço público digital, contribuindo para novos agenciamentos ético-políticos.
3. Defende uma abordagem interdisciplinar que considere as interfaces entre informação, comunicação e política
Comunicação Pública e Qualidade no Gasto Público – Uma abordagem da cobertura...Diane Lourenço
1. A monografia analisa a cobertura jornalística sobre os gastos do cartão corporativo no Correio Braziliense e Folha de S. Paulo entre 2008-2009;
2. Compara as notícias publicadas com as informações disponíveis no Portal da Transparência;
3. Tem como objetivo avaliar a eficiência do Portal da Transparência na divulgação de informações públicas e seu impacto na mídia.
O documento discute a perspectiva histórica da comunicação nos movimentos populares no Brasil e analisa o acesso aos meios de comunicação como um direito do cidadão. Também aborda a noção de comitês locais de comunicação e considera o direito à comunicação como o direito de acesso ao poder de comunicar através dos meios de mídia.
O documento discute o jornalismo cidadão na internet. Através de ferramentas como blogs e sites pessoais, qualquer pessoa pode disseminar informações e se tornar produtor de notícias, democratizando a comunicação. No entanto, problemas como a fragmentação do espaço público online, a exclusão digital e a falta de credibilidade de informações produzidas por não-jornalistas precisam ser considerados.
O jornalismo nas redes sociais da internet ivone rochaIvone Rocha
O documento discute o papel do jornalismo na mídia social em 3 frases:
1) As redes sociais podem ser usadas como fontes de informação, filtros de informação e espaços para discussão de notícias.
2) O jornalismo colaborativo envolve a participação do leitor na produção de notícias de forma interativa.
3) É preciso ter ética e boas práticas ao usar redes sociais para evitar problemas como a demissão do jornalista Flávio Gomes da ESPN.
Artigo - Os microblogs como ferramenta de comunicação organizacionalLaís Bueno
O documento discute o papel das mídias sociais, especialmente os microblogs, na comunicação organizacional. Apresenta como as organizações podem usar ferramentas como o Twitter para se conectar com públicos, obter feedback e influenciar decisões de compra. Também destaca desafios como a falta de controle sobre as informações e a necessidade de estratégias eficientes de engajamento.
Este documento discute o ativismo ambiental na internet, especificamente através do aplicativo Amazônia.vc no Orkut. Primeiramente, aborda o histórico do ativismo na mídia e como as mídias digitais permitiram novas formas de ativismo online, chamado de ciberativismo. Em seguida, analisa os paradigmas que norteiam o ciberativismo, como a interatividade proposta por Brecht e a evolução da comunicação com a internet. Por fim, apresenta o aplicativo Amazônia.vc como exemplo de ciber
Este documento discute o papel da mídia no contexto democrático, abordando tópicos como a importância das informações, a regulação dos meios de comunicação e o jornalismo como agente de agenda social. Em três frases:
O documento analisa a relação entre mídia e democracia, destacando que o acesso a informações qualificadas permite aos cidadãos participarem do processo político. Também discute os mecanismos de regulação dos meios de comunicação no Brasil e quais elementos formam uma atuação socialmente respons
As mulheres no jornalismo esportivo no Rio Grande do SulMargareth Michel
1) O documento discute a presença de mulheres no jornalismo esportivo de televisão no Rio Grande do Sul, Brasil.
2) Seus objetivos são analisar as causas que levaram as mulheres a se interessarem por uma área dominada pelos homens e questionar a existência de preconceito contra mulheres nessa área.
3) Também descreve parte do mercado de comunicação esportiva na TV do Rio Grande do Sul, enfocando jornalistas mulheres gaúchas que trabalham em outros estados.
1) A pesquisa em comunicação de massa tradicionalmente se concentrou na televisão e no jornal impresso, considerando a mídia como poderosa e a audiência como passiva.
2) Com a Internet, pesquisadores importaram esses mesmos conceitos, focando no "uso da Internet" sem considerar suas características interativas.
3) É melhor conceitualizar o "uso da Internet" em termos de "affordances", ou possibilidades de ação percebidas pelos usuários, como ler, comentar e publicar.
Publicado na 3ª Conferência de Comunicação e Tecnologias Digitais (UnB, 2009), o artigo trata de como qualquer tecnologia traz em si pressupostos sociais intrínsecos, que são agenciados pela
sociedade conforme suas necessidades ambientais e históricas específicas. Esses usos podem resultar em configurações bastante diversas das inicialmente imaginadas ou que serviram de inspiração ás técnicas. O artigo aborda tais aspectos, indicando resistências e riscos a um projeto mais democrático de uso das novas tecnologias, por um lado, e a expansão, por outro,
da lógica própria dos meios digitais, que busca chegar até mesmo aos meios de produção,
abrindo oportunidades para uma superação do modelo capitalista, ao menos em sua formulação
contemporânea. Uma versão preliminar foi apresentada em disciplina da UnB.
O documento discute as redes sociais e seu impacto no jornalismo. Apresenta definições de redes sociais e como elas funcionam como fontes, filtros e espaços de reverberação de informações. Também analisa como essas características podem ser relevantes para o jornalismo e como as redes sociais mudaram as práticas jornalísticas e estimulado maior participação do público.
Webjornalismo a sobrevivãªncia dos jornais digitais frente ã aplicativos c...Rafael Rodrigues
Este documento analisa a funcionalidade dos jornais digitais versus o aplicativo Flipboard. Discute como os jornais online podem se manter relevantes com o crescimento das "revistas sociais" como o Flipboard, focando em exclusividade de conteúdo, coberturas ao vivo e remix cultural.
Semelhante a Jornalismo Cidadão: novas estratégias para a construção de um espaço discursivo simbólico (18)
1. O documento discute as abordagens de pesquisa sobre desinformação por contratação, focando no trabalho cotidiano envolvido e na diversidade de trabalhadores e setores.
2. Ele também critica as abordagens deterministas de plataforma e defende que soluções devem ir além da moderação de conteúdo, considerando fatores históricos e sociais mais amplos.
3. A pesquisa propõe uma análise das estruturas de poder e implicações comerciais e políticas por trás da produção de desinformação.
Muitas vezes, tentamos desmentir um boato ou ruído enviando mais e mais comunicados à imprensa ou publicando notas em sites. Algumas vezes, diversas ações de comunicação são orquestradas sem sucesso.
Todo esse conjunto de ações adotadas são as chamadas campanhas de contra resposta, desmentidos ou counter strategy, analisados por Bateman & Jackson. Tal conceito é apresentado na obra Countering Disinformation Effectively: An Evidence-Based Policy Guide (2024)
Cada vez que acreditamos que nosso papel enquanto comunicadores é apenas 'operar' uma nova tecnologia que nasce, deixamos de lado um necessário e urgente olhar integral sobre o processo de comunicação digital.
Nos tornamos, segundo Postman, ferramentas das nossas ferramentas.
Vamos repensar as tecnologias que utilizamos em nosso cotidiano?
Esse artigo foi construído após a participação nas mesas redondas do Colóquio Internacional de Filosofia da Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e o primeiro mês do curso de Interações Digitais e Cibercultura, ministrado pela professora Adriana Braga, a quem agradeço pelas referências e orientações riquíssimas.
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Leia mais em https://comunicacaointegrada.com.br/mapa-de-comunicacao-projetos
Mais de Comunicação Integrada - Cursos e Soluções (Isabela Pimentel) (20)
Jornalismo Cidadão: novas estratégias para a construção de um espaço discursivo simbólico
1. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
1
Jornalismo Cidadão: estratégias discursivas para
criação de um espaço democrático simbólico1
Isabela Duarte Pimentel
Graduanda em Jornalismo pela Escola de Comunicação
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Resumo
O artigo relaciona a consolidação da Internet e das suas potencialidades com a
emergência de um novo tipo de interação dos públicos com as mídias. A partir da Web
2.0, entendida como marco de uma maior participação dos cidadãos no espaço público
em que tem se configurado a Internet, diversos meios de comunicação tradicionais
abriram-se à utilização de ferramentas que possibilitam produções colaborativas. A
intenção com este trabalho, então, é analisar as estratégias discursivas da mídia na
perspectiva de adoção de um “jornalismo” open source, caracterizado pela idéia de que
o sujeito que lê é o mesmo que escreve as notícias, compartilhando responsabilidades e
tendo no envolvimento pessoal sua principal moeda de troca.
Palavras-chave
Jornalismo; Cidadania; Notícia
Introdução
Este trabalho pretende questionar o modo como as ferramentas proporcionadas
pela revolução digital e a democratização do acesso alteraram o exercício do jornalismo,
a construção das notícias e a participação do público neste processo. Com o advento das
novas tecnologias, Jornalismo Cidadão tornou-se um nome frequente, mas até que ponto
a existência de uma ferramenta permite a difusão do acesso a ela? Qual o alcance da
participação proporcionada pelas ferramentas colaborativas? A mídia converte-se em
espaço simbólico de exercício da cidadania? Quais instrumentos utilizados pelos
veículos de comunicação?
1
Trabalho apresentado ao Intercom Júnior, na Divisão Temática de Jornalismo, do XIV
Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, sob orientação do Prof. Dr. Paulo
César Castro.
2. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
2
Analisar os aspectos relacionados à difusão de conteúdos e a participação dos
“consumidores” de informação torna-se uma questão central para a compreensão dos
fenômenos no campo da comunicação social. Definir o papel do jornalismo e a nova
função que ele terá na era da “democracia” virtual significa relacionar a utilização da
tecnologia com os impactos sócio-políticos e culturais que a ela estão associados.
Jornalismo Cidadão: conceitos e dilemas
O Jornalismo Cidadão é um dos vários termos usados para designar a produção e
a difusão de informação por cidadãos que não têm formação jornalística ou que não
estão ligados a veículos de comunicação tradicionais. Este tipo de comunicação
fortaleceu-se com o aparecimento das chamadas Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC), o que se reflete em novas formas de interação e participação do
público no ambiente virtual. A este espaço, marcado pelo reforço da troca de
informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais, tem sido dado o
nome de Web 2.0. É, para alguns autores, a segunda geração da World Wide Web,
marcada por uma maior participação dos cidadãos no debate dos temas presentes na
esfera pública e até no estabelecimento de novos temas para discussão. Com as novas
ferramentas colaborativas e o acesso fácil a equipamentos com recursos multimídia, a
produção de informações, assim, deixa de ser exclusiva de certos segmentos sociais e
passa às mãos de qualquer cidadão que tem acesso a um computador ligado à Internet.
Como explica Frederico Correia, “a informação pertence a quem a encontra e pode ser
transmitida por todos, necessitando, para tal, apenas de uma ligação à Internet” (Correia,
2008:5)
Mas Jornalismo Cidadão, um dos termos que mais se destacam no debate sobre
este novo cenário comunicacional, é acompanhado dos embates a que qualquer conceito
é passível quando está ainda em fase de consolidação. Sendo assim, concorre com
outras várias denominações, tomadas como capazes, segundo seus respectivos
defensores, de garantir o entendimento desta participação do cidadão na produção do
que vem sendo chamado, indiscriminadamente muitas vezes, de notícia. Outros termos
utilizados para nominar este conceito são networked journalism, open source
journalism, grassroots journalism, participatory media e participatory journalism
(Correia, 2008:13). Este último é assumido por Bowman e Willis, que definem o
jornalismo participativo como:
3. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
3
The act of a citizen, or group of citizens, playing an active role in the process of
collecting, reporting, analyzing and disseminating news and information. The intent of
this participation is to provide independent, reliable, accurate, wide-ranging and
relevant information that a democracy requires. (Bowman & Willis, 2003: 9)2
Para Jeff Jarvis3
, professor da Universidade de Nova York, ao invés de
“Jornalismo Cidadão”, deve utilizar-se o termo “Jornalismo em Rede”. Assim, segundo
ele, é possível explicar o processo que envolve uma participação ativa dos cidadãos no
processo de produção da notícia sem eliminar o trabalho do profissional da
comunicação, que deve utilizar os tais conteúdos como “pistas para a investigação
jornalística”.
Ao lado da dificuldade em se definir o Jornalismo Cidadão como prática
homogênea, há o questionamento sobre o papel que o jornalista assumirá no chamado
modelo open source, caracterizado pela idéia de que “o sujeito que lê é o mesmo que
escreve as notícias, compartilhando responsabilidades e tendo no envolvimento pessoal
sua principal moeda de troca” (Lordello, 2007:9). Sílvia Moretzsohn (2006:20),
entretanto, afirma que a democratização na produção de conteúdos pelos cidadãos não
elimina o papel do jornalista como um mediador no contexto da comunicação. Para a
autora, a contribuição do público é, sem qualquer dúvida, fundamental, não como
matéria-prima em si, mas sim como fonte de informação a ser investigada. Seguindo
esta perspectiva, a principal mudança trazida pelo modelo colaborativo seria a
possibilidade de crítica às notícias e o maior alcance da participação pública, antes
restritas à seções como “Cartas do leitor”. Apesar das colaborações terem papel central,
para Morethzson, ao jornalista caberá sempre atuar de acordo com os princípios de ética
e veracidade, evitando os riscos de deturpação que podem ser provocados pela
utilização cega de materiais enviados e publicados sem seleção prévia.
O modelo open source: potencialidades e mitos
2
“O ato de um cidadão, ou grupo de cidadãos, exercer um papel ativo no processo de coletar,
relatar, analisar e disseminar notícias e informação. O objetivo com essa participação é
proporcionar a informação independente, confiável, precisa, abrangente e relevante que a
democracia exige”. Tradução livre nossa.
3
Em entrevista concedida pelo professor ao jornal português Público. Disponível em:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1290049&idCanal=1453.
4. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
4
A passagem de um modelo comunicacional centrado na figura do jornalista para
o open source trouxe à cena o debate sobre as potencialidades das mídias colaborativas
e seu impacto político na chamada “sociedade em rede”, na qual, segundo Castells
(1999:51), “as novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a
serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos”. Neste sentido, a consolidação
do uso da Internet e de outras mídias deve ser entendida como a criação de um espaço
mais amplo para a produção de notícias e para o discurso político que ultrapassa as
barreiras geográficas e incrementa a oportunidade daqueles que não fazem parte do
mainstream (Stephen D. Reese et al, 2005:3). Ao abrir para o público a possibilidade de
“avançar sobre o território editorial, assumindo as pretensões informativas de um
noticiário padrão”, o modelo open source quebraria “o monopólio do controle sobre os
meios de publicação, ao que cabe um paralelo à produção colaborativa de softwares por
comunidades que partilham os mesmos interesses e habilidades” (Bambrilla, 2005: 92).
Se, por um lado, o tradicional jornalismo de massas se constrói com base na
lógica transmissiva da comunicação, o jornalismo participativo, através da
interatividade, prioriza a “interlocução de emissores e receptores na configuração das
mensagens” (Jardim, 2005: 2), ou seja, promove a mediação social entre produtores e
consumidores da informação jornalística. O jornalismo, combinando as dimensões de
poder e cidadania, encontraria no ambiente virtual “um espaço propício para a
superação dos obstáculos impostos pelo método convencional, como as limitações de
espaço e tempo (...), explorando diferentes formatos midiáticos” (Lordelo: 2007:5).
O fim das limitações de espaço e a possibilidade de existência de diversos
caminhos de leitura definidos pelo internauta, como no caso dos hipertextos, alteraram a
escrita da notícia, gerando debates em torno do modelo tradicional. Para João
Canavilhas (2005:7), “usar a técnica da pirâmide invertida na web é cercear o
webjornalismo de uma das suas potencialidades mais interessantes: a adoção de uma
arquitetura noticiosa aberta e de livre navegação”. Ele defende o uso de todo o potencial
da web por parte do jornalista, como a criação de novas modalidades de leituras e
estabelecimento de ligação entre textos e outros elementos multimídia e a passagem de
uma “pirâmide invertida” para uma estrutura horizontal, a “pirâmide deitada”, que
permite ao leitor “navegar dentro da notícia, fazendo uma leitura pessoal” (Canavilhas,
2001:16). Quadros, por sua vez, aponta como as mudanças nos veículos digitais
acabaram por influenciar os impressos, em uma relação de trocas mútuas:
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XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
5
No início do boom dos jornais digitais, havia apenas a transposição dos diários
impressos para a rede das redes, logo começou uma tímida exploração da hipermídia
em partes de sites jornalísticos que passaram a exibir alguns produtos diferenciados,
como atualização de notícias e infografias tridimensionais estáticas e, depois, em
movimento. Ainda hoje, com o desenvolvimento do jornalismo digital em curso, é
comum observar reproduções de idéias que surgem no ciberespaço para cativar e
seduzir o usuário (...). Jornais e revistas impressos, por exemplo, espelham-se na
arquitetura web dos sites jornalísticos para atender um leitor cada vez mais sem tempo.
Os textos pílulas dispostos para facilitar a leitura lembram links que dão acesso a
diversas pequenas janelas contendo, em cada uma delas, uma informação sobre o
assunto em pauta. (2005:6)
Para Shayne Bowman e Chris Willis, autores de “We The Media”, em tempos de
jornalismo participativo, o modelo broadcast (de um para muitos) tende a ser
ultrapassado pelo de “rede pensante”, na qual todos os envolvidos no processo
comunicativo representam forças equivalentes (2003:11). Em consonância com estas
transformações estruturais, há também que se considerar as mudanças econômicas, já
que na web não se paga pela informação a que se tem acesso, conforme analisa
Quadros: “No ciberespaço, ainda que muitos insistam em tratar a informação somente
como negócio, a descentralização do meio permite que o internauta encontre (...)
alternativas para saber mais sobre determinado assunto e sem precisar pagar nada por
isso (...). Dessa forma, ele ganha experiência e torna-se também responsável por
mudanças no status quo do jornalismo” (2005:5).
Ao lado do debate da potencialidade das ferramentas tecnológicas, fortaleceu-se
a idéia do ciberespaço “enquanto lugar mítico para o desenvolvimento de uma
democracia mais avançada” (Mosco, 2006:79). Mas conforme pensa Bambrilla, não se
pode incorrer no risco de louvar de forma acrítica a tecnologia, atribuindo-lhe um papel
desmesurado como ferramenta das mudanças nas práticas comunicativas. “Delegar à
tecnologia a liberdade para publicar (...) soa demasiado determinístico por excluir
fatores sociais que permeiam o ambiente digital” Bambrilla (2005:90). Moretzsohn
(2006:4) complementa dizendo que, apesar da importância e influência das inovações
tecnológicas na comunicação, “o ciberespaço reproduz as relações de poder que estão
na sociedade”. Há de se considerar, portanto, que a assimetria das relações sociais tem
também sua reprodução no espaço virtual construído pelas tecnologias.
A mudança na prática
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XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
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Entre a visível oposição daqueles que louvam o potencial democrático das
mídias colaborativas e a dos que negam a importância das mudanças que o Jornalismo
Cidadão está trazendo para o exercício da profissão, pode-ser ver claramente a tentativa
de tradicionais órgãos de comunicação atraírem a participação dos leitores, utilizando-se
de ferramentas para produções colaborativas. É notório, segundo Lordello, que “o
jornalismo open source veio provocar uma instabilidade em um modelo restritivo”
(2007: 9).
Para Neil Truman (2008:7), o desenvolvimento destes sites com conteúdo
gerado por internautas através de ferramentas de baixo custo e de difusão on-line
auxiliou o rápido crescimento de sites populares e independentes, que estão ocupando as
lacunas deixadas pelos media tradicionais. Quadros situa esse contexto de mudanças no
Brasil entre os anos de 1995 e 2005, quando
(...) o impacto das tecnologias avançadas da comunicação se refletiu nas rotinas
produtivas de todos os meios de comunicação de massa, e os jornais digitais evoluíram
apesar da inaptidão da maioria deles com relação à interatividade. Neste ínterim,
surgem os blogs para reanimar os usuários da Internet com um livre fluxo de
informação. A informalidade, uma característica evidente dos blogs, também
incentivou a participação do leitor, elevando-o, de fato, à categoria de usuário.
(2005:3)
Com as possibilidades de interação no ciberespaço e em um contexto em que
poucos jornais e revistas, de fato, interagiam com o usuário, “os meios de comunicação
tradicionais e as suas versões digitais voltam a se preocupar com a possível migração de
sua audiência para blogs ou outras experimentações interativas na rede mundial dos
computadores. Na tentativa de reconquistar e/ou ampliar o seu público, empresários da
comunicação olham com mais seriedade as mudanças em seu entorno, buscando adaptar
e até criar algumas idéias que atraiam o usuário/leitor/telespectador/ouvinte” (Quadros,
2005: 4). No âmbito destas transformações, diversos grandes nomes do jornalismo, em
todo o mundo, passaram a apostar em um modelo de comunicação colaborativo, abrindo
espaço à participação dos leitores em suas versões on-line, como é o caso de dois dos
principais jornais do mundo, New York Times e El Pais.
Entretanto, um questionamento que deve ser feito é se os conteúdos produzidos
pelos cidadãos e enviados aos sites dos veículos de comunicação tradicionais e às vezes
aproveitados em suas versões impressas, como textos, fotografias, vídeos e áudios,
podem ser, necessariamente, considerados jornalísticos. Pode-se perguntar se tais
7. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
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conteúdos adequam-se ao que tradicionalmente deu-se o nome de “notícia”. Para Mário
Erbolato, por exemplo, a notícia, a matéria-prima do jornalismo, deve ser recente,
inédita, verdadeira, objetiva e de interesse público. Já Nilson Lage considera que, do
ponto de vista da estrutura, a notícia se define, no jornalismo moderno, como o relato de
uma série de fatos a partir do fato mais importante ou interessante (1998:16). Tomadas
estas duas conceituações, é possível dizer que os cidadãos, ao selecionarem o que
enviarão aos jornais, se submetem à lógica jornalística? Ou seja, eles têm introjetado,
conscientemente ou não, o que pode ser de interesse jornalístico?
Neste debate vale a pena incluir a discussão feita por Carlos Castilho sobre
notícia4
, a partir do trabalho do sociólogo Pablo J. Boczkowski, do MIT, publicado no
livro Digitizing the News. Para ele, a notícia está deixando de ser exclusividade do
jornalista para ser cada vez mais um produto da interatividade social. “O novo conceito
de notícia que está emergindo das experiências informativas na web está apoiado na
idéia de participação do público, que até agora estava limitado a um papel mais ou
menos passivo. Com isto a notícia passa a ser, cada vez mais, um processo em vez de
algo estático.” Castilho quer dizer que o jornalista é apenas o iniciador do processo de
construção da notícia, sob este novo modelo. Já o público, por meio de comentários,
correções e adendos, desenvolve o resto, tornando a notícia um conteúdo em
construção.
“Cada cidadão é um repórter”
Com base na discussão acima, a participação dos internautas com produções
colaborativas pode se dar, em termos gerais, através de duas formas. Na primeira, a
produção do conteúdo é realizada pelos cidadãos, ainda que, na maioria dos casos, a
publicação na Internet esteja submetida a um mediador, jornalista ou não. O exemplo
mais palpável deste tipo de participação se concretiza no site sul-coreano OhmyNews
(www.ohmynews.com), pioneiro do Jornalismo Cidadão, fundado em fevereiro de
2000. A característica fundamental do jornal é que seu conteúdo é produzido por cerca
de 60 mil “colaboradores” espalhados mundo afora, cidadãos que, tendo testemunhado
certos acontecimentos, enviam textos, fotos e vídeos para a publicação, podendo
inclusive ser remunerados por isso. Não é à toa que o lema do jornal é: “cada cidadão é
4
Cf. http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=277ENO001.
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um repórter”. A produção dos repórteres-cidadãos é, antes de publicada, submetida à
checagem realizada por cerca de 65 jornalistas que compõem a redação do OhmyNews.
O site pode ser definido como colaborativo, ou seja, apresenta “alto grau de
interatividade, de modo que os conteúdos são construídos em parceria” (Brittes, 2004:
9). No OhmyNews, essa interatividade se faz presente pela possibilidade de uso de
enquetes, contato com jornalistas, comentários em fóruns e chance de o usuário indicar
a qualidade da notícia. A colaboração não se dá apenas pelo envio de notícias (a edição
e publicação são de acesso exclusivo da equipe mediadora do website).
A experiência exitosa do site sul-coreano inspirou iniciativas iguais em outros
lugares do mundo, como é o caso do MyNews (www.mynews.com), na Índia, e o Orato
(www.orato.com), nos Estados Unidos. E é com o mesmo princípio colaborativo que
funcionam sites como Digg (www.digg.com) e WikiNews (http://pt.wikinews.org). No
Brasil, um bom exemplo é o site Overmundo (www.overmundo.com.br). Neste, existe
um blog no qual se pode debater as regras do próprio site e os próprios usuários fazem a
mediação sobre o conteúdo, através das filas de edição e votação, o usuário tem acesso à
publicação, “Já o acesso à edição é parcial devido à fila de edição não permitir
interferências de demais usuários no texto físico da notícia. Somente o autor da notícia
pode editar a notícia”. (Jardim, 2005: 68). Novamente, Jardim caracteriza ambos: “O
OhMyNews International é denominado como um modelo híbrido que une o jornalismo
profissional e o jornalismo cidadão. Enquanto o Overmundo transita entre o modelo
híbrido e um modelo que há maior liberdade no processo de realização da notícia”
(2005: 72).
Webjornalismo: de porteiro a vigilante
Foi em função deste novo quadro de participação dos cidadãos, acentuado
massivamente também através dos blogs, fotologs, videologs, que - como já disse
Quadros acima - os veículos tradicionais, através de suas versões online, abriram a
possibilidade de participação de seus públicos. Está aqui caracterizada, para nós, a
segunda forma como os cidadãos atuam colaborativamente na produção de conteúdo. E
esta colaboração pode se dar basicamente através de dois modos: pelos comentários e
acréscimos às notícias produzidas pelos jornalistas ou através de produção própria de
textos, fotografias, áudios e vídeos.
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XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Rio de Janeiro – 7 a 9 de maio de 2009
9
Para que seja possível problematizar a função que o jornalismo participativo tem
desempenhado nos principais meios de comunicação, é preciso identificar as principais
atribuições desta forma de comunicação. Se no período anterior ao advento da Web 2.0
a imprensa atuava como “gatekeeper”, ou seja, decidindo a que informações o público
teria acesso ou não, de acordo com sua relevância, segundo Kovack, com a era digital,
“a noção de ‘imprensa guardiã’ (tradução de gatekeeper) não mais deve ser utilizada”
(2004:22). Kovack identifica também que “o novo jornalista já não decide o que público
deve saber, ajuda-o, antes, a ordenar as informações” (2004:23), ou seja, atua como
mediador, em um processo em que o leitor não mais consome a notícia, mas age como
co-produtor da mesma, ou ainda como “gatewatcher”, exercendo seu papel de crítica
através da participação nos temas presentes na mídia. Nas palavras de Bruns (2005), são
os usuários os responsáveis por avaliarem e discutirem as informações presentes em
diferentes portais e nas produções colaborativas, numa mudança também assinalada por
Primo (2006): o leitor “de porteiro, passa-se ao vigia”.
Seguindo esta mesma reflexão, identifica-se no jornalismo colaborativo as
funções de “levar informações a locais nos quais o jornalismo de massa não chega”,
“corrigir erros cometidos em notícias enviadas” e as notícias, por serem marcadas por
um ponto de vista pessoal, não frequentes no jornalismo de massa, favorecem uma
descentralização da mediação social (Jardim, 2005:67). A centralização em um pólo
emissor da produção midiática, marca dos meios de comunicação de massa, por
conseguinte, pode coexistir ou ser substituído pelo modelo colaborativo, no qual
internauta torna-se produser, termo criado por Bruns (2005) para designar o papel de
consumidor e produtor das notícias que os cidadãos possuem. Para Jardim, a figura do
gatewatcher pode ser vista no website OhMyNews International (OMNI), já que este
site possui uma equipe interna avaliadora de matérias composta por jornalistas. Assim, o
processo de seleção da informação é também instituído no jornalismo colaborativo. No
Overmundo, entretanto, são os produsers os responsáveis pela seleção das notícias,
através de uma fila de votação.
A fim de tornar mais claros os conceitos aplicados, serão apresentadas análises
dos conteúdos oriundos dos cidadãos publicados nas versões online de dois grandes
jornais brasileiros, O Globo e O Estado de S. Paulo. No primeiro, a coluna destinada ao
jornalismo participativo se chama “Eu-Repórter”. Criada no ano de 2006, abre ao leitor
a possibilidade de envio de textos, fotos, vídeos e áudios. Já no Estado de S. Paulo, a
seção chamada “Foto repórter”, inaugurada em 2005, recebe fotografias de celular ou
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câmera digital enviada pelo público e estas podem ser publicadas nas versões impressas
do próprio Estadão e do Jornal da Tarde, no portal www.estadao.com.br ou vendidas
pela Agência Estado para jornais diversos. O autor pode inclusive vir a ser remunerado.
Pode-se inserir a abertura deste espaço em grandes veículos no quadro de
mudanças pelas quais passa o jornalismo. A consolidação de novas formas de produção
e difusão da notícias, como blogs, twitter e o uso de feeds, fez com que as tradicionais
órgãos emissores de produção noticiosa buscassem adequação às novas tendências, para
permanecer atuando de forma competitiva no mercado da comunicação. Neste contexto,
os próprios veículos definem a si mesmos como espaços onde o cidadão tem liberdade
de colaborar, tornando-se repórter, na tentativa de legitimação dos sites como fórum
para crítica e o compromisso públicos.
Para participar do “Eu-Repórter”, o usuário precisa aceitar os termos de
compromisso e direito autoral, a fim de que o material produzido possa ser publicado,
assinado pelo próprio leitor, não só no site O Globo, mas também nos jornais impressos
O Globo, Extra, Expresso e Diário de S. Paulo. Vale ressaltar que todo conteúdo
noticioso enviado está sujeito à aprovação pela equipe de editores, não sendo permitida
a publicação de material opinativo, apenas noticioso e verídico. O envio se dá apenas
quando o leitor é cadastrado no site. No Estadão o processo é semelhante, sendo
necessário o registro na página da Internet para que seja feito o envio do material
fotográfico, que é “selecionado” pelos profissionais. Caso haja eventual publicação, os
autores das imagens que saírem no Estado de S. Paulo ou Jornal da Tarde ou que sejam
vendidas pela Agência Estado recebem uma quantia em dinheiro.
O Globo e O Estado de S. Paulo: de leitor a autor
Antes de analisar propriamente o conteúdo produzido pelos leitores, presente nas
versões online dos dois jornais, faz-se necessário entender se, de fato, tal espaço
colaborativo corresponde à proposta dos jornais de pluralização das informações
veiculadas, tomadas as notícias como processos e, por isso, em construção, ou se é
apenas uma mera estratégia contra a perda de audiência para outras fontes de
informação em que há maior variedade de assuntos e cobertura mais horizontalizada e
com pluralidade de vozes, como se pode notar na blogosfera.
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Dentre o material enviado no dia 4 de abril
de 2009 pelos internautas ao “FotoRepórter”, do
Estadão, alguns aspectos merecem ser
destacados: presença de fotografias de “denúncia”
e o caráter noticioso dos textos enviados. A
primeira foto refere-se ao apoio da Pastoral
Indígena aos policiais e bombeiros militares em
greve em Roraima, acompanhada do seguinte
texto-legenda: “Roraima (RR) Pastoral Indígena
declara apoio aos Policiais e Bombeiros militares
em Greve em Roraima. A pastoral Indígena apóia
greve dos Policiais e Bombeiros. 04/04/2009
Foto: Tiago Orihuela /FotoRepórter/ AE”. Pode-
se perceber que, pela ausência de um texto
aprofundado e explicativo sobre a imagem, o
valor informativo da notícia reside na própria
foto, que, pelo impacto, ganha destaque.
A segunda aborda a realização de um
evento da Pastoral do Menor da Arquidiciose de
São Paulo. Porém, em sua estruturação, já se pode
perceber marcas discursivas frequentes no
discurso jornalístico: “Centenas de crianças e adolescentes, na sua maioria carentes da
periferia de São Paulo, se reuniram, hoje, no Pátio do Colégio no Centro de São Paulo
para a Via Sacra da Criança e do Adolescente 2009”.
A última matéria, sobre um acidente de carro na Avenida Tiradentes, São Paulo,
no dia 02 de Abril, ganha destaque pelo fato de
conter uma fotografia com aspecto amador, mas
que ainda assim, foi publicada, juntamente com o
texto: “Carro capota após bater em ônibus na
Avenida Tiradentes, esquina com Rua Ribeiro de
Lima, bairro do Bom Retiro, nesta quinta-feira
(02). O motorista acabou ferido no acidente.
02/04/2009. Foto: Edilley Possente /Foto Repórter
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/AE”.
e poderiam cair no esquecimento sem a contribuição
fotográ
uando este
envia u
No caso do Estadão, conclui-se que a seção “FotoRepórter” dá espaço a
fotografias de acontecimentos aos quais os jornalistas não tiveram acesso ou, ainda que
tenham tido, pela qualidade ou pelo inusitado ângulo da foto. De forma geral, os temas
mais frequentes são de caráter noticioso e permitem a outros leitores tomar
conhecimento de fatos qu
fica de um cidadão.
No caso de O Globo On-
line, nota-se diferenças na própria
interface. Enquanto o link para o
“FotoRepórter” encontra-se fora
da página principal do Estadão,o
que dificulta o acesso (é
necessário clicar primeiro no link dos blogs, para depois encontrá-lo), o do “Eu-
Repórter” apresenta-se na “capa” do site, tendo um box exclusivo onde são publicadas
as matérias enviadas por internautas. Além disso, na seção do Globo há uma notória
diferença em relação à do Estado de S. Paulo: enquanto no último os textos são
apresentados através da enunciação direta (a matéria enviada pelo leitor é publicada
diretamente), no primeiro há utilização frequente do discurso indireto, além da
estratégia de identificação do cidadão produtor da notícia, como se pode notar na
seguinte manchete, extraída na seção “Eu-Repórter”, em 3 de abril: “Internauta flagra
prisão no Centro do Rio. Leitor João Paulo Pedreira filma ação de guardas municipais e
de policial que surpreenderam homem que acabara de assaltar pedestre”. Outra marca
das colaborações enviadas ao Globo é a frequente tentativa de interlocução direta com a
figura do leitor, na tentativa de valorizar sua contribuição, em especial q
ma frase de impacto, que é publicada em um olho, dentro de um box.
No que se refere às temáticas, variam de notícias sobre Cidade, passando por
assuntos internacionais, incluindo até mesmo artigos opinativos, como o enviado pela
leitora Nilcemar Nogueira, em 3 de abril, sobre a história da Estação Primeira de
Mangueira e os principais problemas que a escola de samba enfrenta atualmente, como
falta de apoio financeiro. Os mais abordados são violência, problemas de infra-estrutura,
assaltos, denúncia contra atendimento inadequado em repartições públicas e questões
ligadas à saúde pública. É possível que outros internautas votem nos artigos, atribuindo-
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13
lhes no
do link
“Eu-Repórter”, na qual são apresentados títulos para as notícias, sempre ganhando
pela produção é o “leitor” ou “internauta”.
r João Paulo
dreira, contém texto e vídeo sobre o momento
altante, gravado com câmera de
Leitor registra problemas causados no Centro do Rio pela chuva da última quinta
(enviada e
sso,
pode-se verificar a presença de um deslize gramatical em um título publicado pelo
veículo: “Internauta é mau atendida na Embaixada dos EUA”. (o correto seria mal).
Consid
tas de 1 a 5, além de poderem tecer comentários e julgar o comentário de outros,
com chance de fazer denúncias, caso considerem os textos ofensivos ou inapropriados.
Outra marca da seção é presença de palavras-chave como “violência”, “saúde”,
“revolta”, que atuam como iscas para atrair o leitor, que, dentro de uma notícia, pode
acessar o box “mais notícias”, tendo sua busca facilitada pela presença dos marcadores
acima citados. O conjunto de matérias enviadas é ordenado em uma subpágina
destaque o fato de que o responsável
Leitor flagra prisão de assaltante
no Centro do Rio
(enviada em 03/04 pelo leito
Pe
da prisão do ass
celular, recebeu 24 comentários)
Internauta registra alagamento em
Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio
(enviada em 03/04 pelo leitor George Canuto,
contém fotografias do alagamento, não recebeu nenhum comentário)
m 03/04 pelo leitor Rodrigo Bretas, não recebeu nenhum comentário)
O Globo, assim, busca isentar-se antecipadamente de quaisquer eventuais erros
de informação que os cidadãos tenham cometido em suas “notícias”. Apesar di
erações finais
A análise do discurso construído pela seção do Globo permite concluir que
ocorre a tentativa de atribuir ao leitor o papel ativo no processo de produção das
notícias, convidando-o para atuar na arena das discussões dos assuntos que estão em
voga, enquanto no Estadão as fotografias apresentam-se como valor de denúncia,
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referindo-se a acontecimentos que talvez não recebessem cobertura sem a contribuição
cidadã. No Globo, o material enviado tem caráter mais plural, dividindo-se entre
conteúdos noticiosos e artigos opinativos. Pode-se afirmar que no “Eu-Repórter” há um
claro objetivo de explicitar que o conteúdo não é produzido por jornalistas, mas sim por
cidadãos. Apesar de os textos enviados por colaboradores não seguirem, em sua
maioria, o modelo de pirâmide invertida (apresentam os fatos em ordem cronológica,
não de acordo com o grau de importância), pode-se dizer que, tanto as produções dos
cidadãos no Globo e no Estadão enquadram-se na função que Kovack atribui à mídia na
era eletrônica: “ser, simultaneamente, o gerador e promotor da ação comunitária (...),
fornece
ara ser cada vez mais um produto da interatividade social”, como define Castilhos, de
a ser, cada vez mais, um processo em vez de algo estático”.
Ref
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também um fórum onde eles possam envolver-se na construção de uma comunidade”.
O processo de construção das notícias e elas próprias, na acepção tradicional da
palavra, muito se modificaram, pois esta deixa de ser “uma exclusividade dos jornalistas
p
forma que a “a notícia passa
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