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26  getulio Maio 2008 Maio 2008 getulio  27ENTREVISTA venture capital e private equity
T
ransformar uma idéia de negócio
em uma oportunidade de negó-
cio: eis uma das migrações mais
difíceis e complexas dentro do
sistema capitalista. Não basta
um bom projeto, é preciso executá-lo,
pô-lo em prática. E, a partir daí, dese-
nhar estratégias de expansão. Como?
Pensemos inicialmente num empre-
endedor (ou numa empresa) com uma
boa idéia de negócio. Ele desenvolveu,
por exemplo, um método de trabalho
para reparação de pára-choques. Muitos
proprietários acabam fazendo reparação
de pára-choque em oficinas simples,
onde é usada resina epóxi para executar
o serviço. Mas o processo desse empre-
endedor se diferencia por várias carac-
terísticas: não se trata de um cola-tudo,
mas de um material que realmente re-
constitui a área danificada com a mesma
flexibilidade e durabilidade do material
original. Mais: é um processo patenteado
e desenvolvido pelo próprio empreende-
dor, um engenheiro de materiais que,
dono de duas ou três pequenas oficinas,
oferece os serviços de reparação em lojas
próprias. Inclusive, mantém um mode-
lo de trabalho com algumas seguradoras
(que o recomendam para clientes com
automóveis danificados). O proprie-
tário do veículo, muitas vezes, prefere
arcar com os custos dessa reparação a
pagar uma franquia de seguro. E aca-
ba recorrendo a esse serviço: sai muito
mais barato e não precisa trocar a peça,
o que representa uma grande economia
no caso de um automóvel importado,
por exemplo. Ou seja, o empreendedor
não apenas tem uma idéia, mas também
uma oportunidade de negócio: depois,
para crescer, precisa introduzir um mo-
delo de serviço que atenda ao maior nú-
mero de proprietários de carros.
O investidor anjo e o dono da padaria
O passo mais difícil já foi dado: con-
seguir migrar da idéia do negócio para
a oportunidade do negócio. As pessoas
pagam para ter o serviço proveniente
da idéia inicial, ou seja, o negócio já
foi testado, mas ainda funciona em pe-
quena escala. A isso se chama “oportu-
nidade de negócio”. Embora pequeno,
o empreendimento mostrou que é ren-
tável. Com que dinheiro ele montou a
oficina? Como se capitalizou? Prova-
velmente com recursos próprios. Mas
poderia ter optado por pedir o dinheiro
a amigos ou ainda utilizar recursos da
família, por exemplo.
No sistema capitalista moderno exis-
te a figura do investidor especializado.
São pessoas físicas experts na detecção
de boas oportunidades de negócio,
quando estas ainda estão no nascedou-
ro. São chamados por um nome lúdico:
investidor anjo – ou angel investor, em
inglês. O pequeno empreendedor pode
atraí-lo, dando início ao venture capital
(ou capital de risco).
Nos Estados Unidos, por exemplo,
OS ANJOS
DO INVESTIMENTOEm busca de novas oportunidades de negócio, os angel investors assumem os riscos
quando o assunto é aplicar recursos para expandir empresas nascentes e lucrar
futuramente no mercado de capitais
Por Cláudio Furtado
Fotos Tiana Chinelli
28  getulio Maio 2008 Maio 2008 getulio  29
existem redes desses investidores, cha-
madas Angel Network, agregando mais
de 30 mil pessoas com tais características
de investimento. Todos estão à procura
de negócios em fase embrionária – ou
de uma idéia madura o suficiente para
ser transformada em oportunidade ou,
então, oportunidades de fato à espera de
modificação da idéia dentro de um novo
modelo de negócio, visando ampliar em
larga escala e gerar maiores benefícios.
Esse é o primeiro elo da cadeia: o
investidor pessoa física que aplica o di-
nheiro no próprio negócio e desenvolve
um modelo escalável. Então, existe um
novo conceito – partir de três ou quatro
lojas para o salto a um sistema de fran-
quias, por exemplo. Com esse sistema
é possível ampliar o negócio para mil
lojas dentro de um período de quatro
anos. As lojas não serão do empreende-
dor, mas dos franqueados, utilizando-se
do método, do processo patenteado e
do modelo de negócio proposto pelo
empreendedor. O venture capital está
interessado, exatamente, nesse tipo de
negócio com possibilidade de cresci-
mento extremamente substancial.
Se não houver um modelo de esca-
labilidade bastante atraente, não será
interessante para o venture capital. É
como aquela história do dono da pa-
daria: continuará tendo lojas rentáveis,
conseguirá quatro ou cinco padarias,
terá sócios em cada uma delas, mas
também continuará, ele mesmo, a dar
o atendimento, a visitar os clientes...
Dentro do modelo que criou, não con-
segue mais do que isso. Apesar de ser
um bom negócio para o indivíduo ou
para a família dele, não dará um salto
numérico para 20, 50, 100 lojas – por-
tanto, não interessa ao venture capital.
O pão de queijo e outros casos
concretos
A Casa do Pão de Queijo, por exem-
plo, é uma franquia alavancada por
um dos mais importantes investidores
de venture capital do Brasil, o Pátria
Banco de Negócios (leia a reportagem
da página XX). Outro exemplo bastan-
te atual é o da medicina diagnóstica.
Há algumas décadas freqüentávamos
a clínica do doutor Fulano, onde ha-
via um conjunto de médicos de várias
especialidades. À disposição deles,
distintos aparelhos para fazer exames
de sangue, radiografias, eletrocardio-
gramas, etc. Mais tarde começaram a
surgir os laboratórios especializados em
testes diagnósticos: Delboni-Auriemo,
Grupo Fleury, Lavoisier, entre outros.
Cada um deles, enquanto propriedade
de uma família ou grupo de médicos,
não era escalável. Como transformá-los
num negócio nacional?
Foi criado um novo modelo de negó-
cio com o dinheiro de um investidor de
venture capital, novamente o Pátria Ban-
co de Negócios. Juntando a capacidade
de alterar um modelo de negócios então
existente, criaram uma empresa chama-
da Diagnósticos da América S/A – hoje
a maior da América Latina em medici-
na diagnóstica. Na Bolsa de Valores, a
marca é identificada como DASA e é a
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mente, são utilizadas para segmentar a
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Em vários setores da economia brasilei-
ra. No setor de informática, das teleco-
municações, das ciências da vida, das
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industriais. Há um caso de sucesso
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ra, cujo modelo de negócio não é mais
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çaram lavando lençóis de hospitais e to-
alhas de restaurantes. Hoje, entraram
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cionários que trabalham na indústria.
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Consolidar negócios, rentabilizar
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Todas essas empresas tinham, no iní-
cio, capital fechado. Afinal, não era pos-
sível pegar um empreendedor, levá-lo
até a Bolsa de Valores e vender o peixe:
“Temos uma ótima idéia: uma empre-
sa que faz reparação de pára-choques!
Vamos emitir ações para capitalizar a
empresa”. Ninguém vai comprar. E
por quê? Porque existe incerteza sobre
esse negócio concreto. Não existe um
volume suficiente para remunerar as es-
pecialidades envolvidas na análise do
negócio e colocação das ações no mer-
cado, ou seja, a operação de obtenção
de capital se torna economicamente
inviável para a escala que o mercado
público de capitais exige.
Por outro lado, o indivíduo não po-
deria tirar dinheiro emprestado de um
banco – não para a finalidade de expan-
dir. O banco emprestaria baseado num
projeto que tenha garantias e geração
de caixa para liquidar o empréstimo.
Do contrário, não tem empréstimo
(a menos que o empreendedor tenha
bens imóveis como garantia). Por isso,
desenvolveu-se essa rede de intermedi-
ários que financiam o crescimento da
empresa nessa fase anterior à possibili-
dade de ela buscar recursos no mercado
de capitais. Essa é a indústria de fundos
de seed e venture capital (capital semen-
te e capital empreendedor).
Nessa operação os investidores estão
passando por um risco que um banco,
por exemplo, não gostaria de passar (não
é da natureza do seu negócio como insti-
tuição financeira). Portanto, este é ciclo:
um empreendimento começa pequeno,
a partir de uma boa idéia, e vai crescen-
do; chega o investidor anjo, ou o fundo
de capital semente (intermediário já
está criado no Brasil), e faz a empresa
crescer. Quando elas atingem um deter-
minado porte, atraem investidores com
uma capacidade financeira muito maior,
o venture capital. Depois desse processo,
já com as empresas maiores e mais lucra-
tivas, gestores do porte do Pátria Banco
de Negócios, por exemplo, começam a
fase de consolidação comprando outras
do mesmo setor dentro de uma nova es-
tratégia de negócio. É o private equity —
ou venture capital de estágio avançado.
A Votorantim Novos Negócios, por
exemplo, é hoje o maior fundo de inves-
timentos (cerca de US$ 300 milhões de
capital comprometido) que faz esse tipo
de negócio. Só que não administra di-
nheiro de terceiros – um tipo especial de
venture capital, chamado de Corporate
Venture. Usam, apenas, dinheiro da pró-
pria corporação, do Grupo Votorantim.
Já outros fundos de venture capital e
private equity vão buscar recursos jun-
to a fundos de pensão, companhias de
seguros ou pessoas físicas com grande
patrimônio. De acordo com a regula-
mentação da CVM, Comissão de Valo-
res Mobiliários, o indivíduo possuidor
de um volume superior a 1 milhão de
reais investidos em mercado financei-
ro, e que, portanto, tem capacidade de
reconhecer investimentos e discriminar
riscos, pode ser considerado um “inves-
tidor qualificado” para investir no fun-
do de venture capital. A empresa não
pode captar junto ao público investidor
“não qualificado”. Este é ponto central:
um tipo de risco diferenciado.
Um estudo realizado nos Estados Uni-
dos mostrou que, tipicamente, os fundos
investem num número de empreendi-
mentos que varia entre 12 e 25 empre-
sas. Destas, um terço pode quebrar – há
perda completa do capital aplicado. Ou-
tro terço retorna o capital com múltiplos
extraordinariamente elevados: 10, 20, até
30 vezes o dinheiro aplicado. Outro terço
oferece rendimentos medíocres (para as
ambições do venture capital, diga-se). Ou
seja, com um terço de grandes negócios,
ganham rentabilidade capaz de compen-
sar as perdas que tiveram. Apesar da di-
versificação, esse tipo de risco não é para
o estômago de qualquer um. Por isso, as
empresas não podem fazer captação jun-
to ao público em geral. Vão captar junto
a fundos de pensão, seguradoras, “family
offices”. Dos milhões de milionários que
existem nos EUA, as empresas procuram
as famílias Ford, Dupont, a Fundação
Bill Gates...
A Votorantim Novos Negócios não
usa dinheiro captado junto a esse pú-
blico especializado, mas da própria cor-
poração. Em vez de produzir alumínio
ou cimento, estão rentabilizando ga-
nhos com aplicações em investimentos
diversificados de alto crescimento. Por
exemplo, numa empresa de biotecnolo-
gia chamada Alellyx, são desenvolvidas
espécimes de plantas, laranja, eucalipto,
etc., resistentes a determinados fungos
existentes no Brasil, e com características
genéticas especiais para serem plantadas
em terrenos específicos, gerando altíssi-
ma produtividade. É um dos casos.
Muito dinheiro, poucas idéias
A reestruturação de uma indústria
é uma boa tese de investimento para
fundos de private equity e venture capi-
tal – esse é o grande ponto. Os fundos
podem entrar em uma empresa para
regorganizar o management, o modelo
de negócios, redirecionar a empresa es-
trategicamente. Além disso, aportam ca-
pital de gestão. Compram ações de uma
determinada empresa, por exemplo,
produzindo a valorização dos negócios
para vendê-la. Acontece que essa valori-
zação será conseguida pelo trabalho que
os próprios fundos irão realizar dentro
da empresa, uma vez que entram para
administrá-la. Como acionistas da Petro-
brás, por exemplo, não podemos entrar
na companhia para administrá-la.
O crescimento desse modelo de in-
vestimento financeiro é conseqüência
da estabilização macroeconômica vivi-
da pelo Brasil. Como resposta geral, o
clima de investimentos de longo prazo
foi retomado. Mas é uma conseqüên-
cia direta dos fundos presentes no país
desde 1996/97, que começaram a apre-
sentar resultados interessantes. Sobre-
tudo porque já haviam gerado na sua
carteira de investimentos empresas com
bons lucros. A partir de 2004, quando a
Bolsa de Valores começou a mostrar os
primeiros resultados mais importantes,
28 das 45 empresas que abriram capital
entre 2004 e meados de 2007 estavam
na carteira dos fundos de venture capital
– eram empresas profissionalizadas em
crescimento sustentável; eram setores
de economia que, inclusive, não esta-
vam no mercado de capitais embora ti-
vessem porte de faturamento para tal.
À estabilização macroeconômica e
à recuperação do estímulo para investi-
mento de longo prazo no Brasil somou-
se o fato de que, por sete, oito anos, os
fundos fizeram um bom trabalho, po-
dendo então apresentar ao mercado
de capitais empresas sólidas, profissio-
nalizadas, viáveis com bons padrões
de governança corporativa. Tanto que
a maioria das que lançaram ações em
bolsa foi listada no “Novo Mercado”.
Os números de capital comprometido
desses fundos para investimento aumen-
taram em mais de US$ 11 bilhões no
período de 2005 até meados de 2007:
de US$ 5,6 bilhões ao fim de 2004, pas-
saram para US$ 17 bilhões.
Hoje temos mais de vinte gestores
atuando há cerca de dez anos nessa
indústria de venture capital e private
equity no Brasil. Têm uma história de
sucesso. A outra evidência é que essa
indústria também é sucesso em outros
países. Nos EUA e na Inglaterra, por
exemplo, é uma indústria com mais de
50 anos em atividade. E sempre há mais
dinheiro disponível à procura de novas
idéias (tanto no Brasil como nos EUA)
do que idéias para absorver tanto di-
nheiro. Sempre. Isso é natural. Os ges-
tores são extremamente seletivos, não
entram em qualquer negócio. E, apesar
de tanta seletividade, estão preparados
para perder um terço dos investimentos
que fizeram. Ou seja, o movimento é
sustentável. Sem dúvida.
(Depoimento transcrito de entrevista
a Carlos Costa)
No sistema capitalista moderno existe a
figura do investidor especializado. São
pessoas físicas experts na detecção de
boas oportunidades, chamadas por um
nome lúdico: investidor anjo
A Alellyx desenvolve espécimes de plantas,
laranja, cana-de-açúcar, eucalipto,
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Ed. 09 venture capital e private equity (site)

  • 1. 26  getulio Maio 2008 Maio 2008 getulio  27ENTREVISTA venture capital e private equity T ransformar uma idéia de negócio em uma oportunidade de negó- cio: eis uma das migrações mais difíceis e complexas dentro do sistema capitalista. Não basta um bom projeto, é preciso executá-lo, pô-lo em prática. E, a partir daí, dese- nhar estratégias de expansão. Como? Pensemos inicialmente num empre- endedor (ou numa empresa) com uma boa idéia de negócio. Ele desenvolveu, por exemplo, um método de trabalho para reparação de pára-choques. Muitos proprietários acabam fazendo reparação de pára-choque em oficinas simples, onde é usada resina epóxi para executar o serviço. Mas o processo desse empre- endedor se diferencia por várias carac- terísticas: não se trata de um cola-tudo, mas de um material que realmente re- constitui a área danificada com a mesma flexibilidade e durabilidade do material original. Mais: é um processo patenteado e desenvolvido pelo próprio empreende- dor, um engenheiro de materiais que, dono de duas ou três pequenas oficinas, oferece os serviços de reparação em lojas próprias. Inclusive, mantém um mode- lo de trabalho com algumas seguradoras (que o recomendam para clientes com automóveis danificados). O proprie- tário do veículo, muitas vezes, prefere arcar com os custos dessa reparação a pagar uma franquia de seguro. E aca- ba recorrendo a esse serviço: sai muito mais barato e não precisa trocar a peça, o que representa uma grande economia no caso de um automóvel importado, por exemplo. Ou seja, o empreendedor não apenas tem uma idéia, mas também uma oportunidade de negócio: depois, para crescer, precisa introduzir um mo- delo de serviço que atenda ao maior nú- mero de proprietários de carros. O investidor anjo e o dono da padaria O passo mais difícil já foi dado: con- seguir migrar da idéia do negócio para a oportunidade do negócio. As pessoas pagam para ter o serviço proveniente da idéia inicial, ou seja, o negócio já foi testado, mas ainda funciona em pe- quena escala. A isso se chama “oportu- nidade de negócio”. Embora pequeno, o empreendimento mostrou que é ren- tável. Com que dinheiro ele montou a oficina? Como se capitalizou? Prova- velmente com recursos próprios. Mas poderia ter optado por pedir o dinheiro a amigos ou ainda utilizar recursos da família, por exemplo. No sistema capitalista moderno exis- te a figura do investidor especializado. São pessoas físicas experts na detecção de boas oportunidades de negócio, quando estas ainda estão no nascedou- ro. São chamados por um nome lúdico: investidor anjo – ou angel investor, em inglês. O pequeno empreendedor pode atraí-lo, dando início ao venture capital (ou capital de risco). Nos Estados Unidos, por exemplo, OS ANJOS DO INVESTIMENTOEm busca de novas oportunidades de negócio, os angel investors assumem os riscos quando o assunto é aplicar recursos para expandir empresas nascentes e lucrar futuramente no mercado de capitais Por Cláudio Furtado Fotos Tiana Chinelli
  • 2. 28  getulio Maio 2008 Maio 2008 getulio  29 existem redes desses investidores, cha- madas Angel Network, agregando mais de 30 mil pessoas com tais características de investimento. Todos estão à procura de negócios em fase embrionária – ou de uma idéia madura o suficiente para ser transformada em oportunidade ou, então, oportunidades de fato à espera de modificação da idéia dentro de um novo modelo de negócio, visando ampliar em larga escala e gerar maiores benefícios. Esse é o primeiro elo da cadeia: o investidor pessoa física que aplica o di- nheiro no próprio negócio e desenvolve um modelo escalável. Então, existe um novo conceito – partir de três ou quatro lojas para o salto a um sistema de fran- quias, por exemplo. Com esse sistema é possível ampliar o negócio para mil lojas dentro de um período de quatro anos. As lojas não serão do empreende- dor, mas dos franqueados, utilizando-se do método, do processo patenteado e do modelo de negócio proposto pelo empreendedor. O venture capital está interessado, exatamente, nesse tipo de negócio com possibilidade de cresci- mento extremamente substancial. Se não houver um modelo de esca- labilidade bastante atraente, não será interessante para o venture capital. É como aquela história do dono da pa- daria: continuará tendo lojas rentáveis, conseguirá quatro ou cinco padarias, terá sócios em cada uma delas, mas também continuará, ele mesmo, a dar o atendimento, a visitar os clientes... Dentro do modelo que criou, não con- segue mais do que isso. Apesar de ser um bom negócio para o indivíduo ou para a família dele, não dará um salto numérico para 20, 50, 100 lojas – por- tanto, não interessa ao venture capital. O pão de queijo e outros casos concretos A Casa do Pão de Queijo, por exem- plo, é uma franquia alavancada por um dos mais importantes investidores de venture capital do Brasil, o Pátria Banco de Negócios (leia a reportagem da página XX). Outro exemplo bastan- te atual é o da medicina diagnóstica. Há algumas décadas freqüentávamos a clínica do doutor Fulano, onde ha- via um conjunto de médicos de várias especialidades. À disposição deles, distintos aparelhos para fazer exames de sangue, radiografias, eletrocardio- gramas, etc. Mais tarde começaram a surgir os laboratórios especializados em testes diagnósticos: Delboni-Auriemo, Grupo Fleury, Lavoisier, entre outros. Cada um deles, enquanto propriedade de uma família ou grupo de médicos, não era escalável. Como transformá-los num negócio nacional? Foi criado um novo modelo de negó- cio com o dinheiro de um investidor de venture capital, novamente o Pátria Ban- co de Negócios. Juntando a capacidade de alterar um modelo de negócios então existente, criaram uma empresa chama- da Diagnósticos da América S/A – hoje a maior da América Latina em medici- na diagnóstica. Na Bolsa de Valores, a marca é identificada como DASA e é a proprietária do Delboni-Auriemo e do Lavoisier. A empresa manteve as marcas porque eram tradicionais, e, progressiva- mente, são utilizadas para segmentar a oferta de serviços de diagnóstico. Onde estão as outras oportunidades? Em vários setores da economia brasilei- ra. No setor de informática, das teleco- municações, das ciências da vida, das indústrias tradicionais, das lavanderias industriais. Há um caso de sucesso em que estas últimas foram agrupadas numa nova empresa chamada Atmosfe- ra, cujo modelo de negócio não é mais o de uma simples lavanderia, mas de uma empresa especializada em servi- ços de higienização. Além da lavagem, gerenciam serviços de higienização e gestão de uniformes industriais. Come- çaram lavando lençóis de hospitais e to- alhas de restaurantes. Hoje, entraram nas fábricas e estão fornecendo roupas diariamente higienizadas para os fun- cionários que trabalham na indústria. É possível que cheguem ao mercado residencial, mas por enquanto atendem ao mercado corporativo, onde existe demanda por grandes volumes e maior capacidade de pagamento. Consolidar negócios, rentabilizar ganhos Todas essas empresas tinham, no iní- cio, capital fechado. Afinal, não era pos- sível pegar um empreendedor, levá-lo até a Bolsa de Valores e vender o peixe: “Temos uma ótima idéia: uma empre- sa que faz reparação de pára-choques! Vamos emitir ações para capitalizar a empresa”. Ninguém vai comprar. E por quê? Porque existe incerteza sobre esse negócio concreto. Não existe um volume suficiente para remunerar as es- pecialidades envolvidas na análise do negócio e colocação das ações no mer- cado, ou seja, a operação de obtenção de capital se torna economicamente inviável para a escala que o mercado público de capitais exige. Por outro lado, o indivíduo não po- deria tirar dinheiro emprestado de um banco – não para a finalidade de expan- dir. O banco emprestaria baseado num projeto que tenha garantias e geração de caixa para liquidar o empréstimo. Do contrário, não tem empréstimo (a menos que o empreendedor tenha bens imóveis como garantia). Por isso, desenvolveu-se essa rede de intermedi- ários que financiam o crescimento da empresa nessa fase anterior à possibili- dade de ela buscar recursos no mercado de capitais. Essa é a indústria de fundos de seed e venture capital (capital semen- te e capital empreendedor). Nessa operação os investidores estão passando por um risco que um banco, por exemplo, não gostaria de passar (não é da natureza do seu negócio como insti- tuição financeira). Portanto, este é ciclo: um empreendimento começa pequeno, a partir de uma boa idéia, e vai crescen- do; chega o investidor anjo, ou o fundo de capital semente (intermediário já está criado no Brasil), e faz a empresa crescer. Quando elas atingem um deter- minado porte, atraem investidores com uma capacidade financeira muito maior, o venture capital. Depois desse processo, já com as empresas maiores e mais lucra- tivas, gestores do porte do Pátria Banco de Negócios, por exemplo, começam a fase de consolidação comprando outras do mesmo setor dentro de uma nova es- tratégia de negócio. É o private equity — ou venture capital de estágio avançado. A Votorantim Novos Negócios, por exemplo, é hoje o maior fundo de inves- timentos (cerca de US$ 300 milhões de capital comprometido) que faz esse tipo de negócio. Só que não administra di- nheiro de terceiros – um tipo especial de venture capital, chamado de Corporate Venture. Usam, apenas, dinheiro da pró- pria corporação, do Grupo Votorantim. Já outros fundos de venture capital e private equity vão buscar recursos jun- to a fundos de pensão, companhias de seguros ou pessoas físicas com grande patrimônio. De acordo com a regula- mentação da CVM, Comissão de Valo- res Mobiliários, o indivíduo possuidor de um volume superior a 1 milhão de reais investidos em mercado financei- ro, e que, portanto, tem capacidade de reconhecer investimentos e discriminar riscos, pode ser considerado um “inves- tidor qualificado” para investir no fun- do de venture capital. A empresa não pode captar junto ao público investidor “não qualificado”. Este é ponto central: um tipo de risco diferenciado. Um estudo realizado nos Estados Uni- dos mostrou que, tipicamente, os fundos investem num número de empreendi- mentos que varia entre 12 e 25 empre- sas. Destas, um terço pode quebrar – há perda completa do capital aplicado. Ou- tro terço retorna o capital com múltiplos extraordinariamente elevados: 10, 20, até 30 vezes o dinheiro aplicado. Outro terço oferece rendimentos medíocres (para as ambições do venture capital, diga-se). Ou seja, com um terço de grandes negócios, ganham rentabilidade capaz de compen- sar as perdas que tiveram. Apesar da di- versificação, esse tipo de risco não é para o estômago de qualquer um. Por isso, as empresas não podem fazer captação jun- to ao público em geral. Vão captar junto a fundos de pensão, seguradoras, “family offices”. Dos milhões de milionários que existem nos EUA, as empresas procuram as famílias Ford, Dupont, a Fundação Bill Gates... A Votorantim Novos Negócios não usa dinheiro captado junto a esse pú- blico especializado, mas da própria cor- poração. Em vez de produzir alumínio ou cimento, estão rentabilizando ga- nhos com aplicações em investimentos diversificados de alto crescimento. Por exemplo, numa empresa de biotecnolo- gia chamada Alellyx, são desenvolvidas espécimes de plantas, laranja, eucalipto, etc., resistentes a determinados fungos existentes no Brasil, e com características genéticas especiais para serem plantadas em terrenos específicos, gerando altíssi- ma produtividade. É um dos casos. Muito dinheiro, poucas idéias A reestruturação de uma indústria é uma boa tese de investimento para fundos de private equity e venture capi- tal – esse é o grande ponto. Os fundos podem entrar em uma empresa para regorganizar o management, o modelo de negócios, redirecionar a empresa es- trategicamente. Além disso, aportam ca- pital de gestão. Compram ações de uma determinada empresa, por exemplo, produzindo a valorização dos negócios para vendê-la. Acontece que essa valori- zação será conseguida pelo trabalho que os próprios fundos irão realizar dentro da empresa, uma vez que entram para administrá-la. Como acionistas da Petro- brás, por exemplo, não podemos entrar na companhia para administrá-la. O crescimento desse modelo de in- vestimento financeiro é conseqüência da estabilização macroeconômica vivi- da pelo Brasil. Como resposta geral, o clima de investimentos de longo prazo foi retomado. Mas é uma conseqüên- cia direta dos fundos presentes no país desde 1996/97, que começaram a apre- sentar resultados interessantes. Sobre- tudo porque já haviam gerado na sua carteira de investimentos empresas com bons lucros. A partir de 2004, quando a Bolsa de Valores começou a mostrar os primeiros resultados mais importantes, 28 das 45 empresas que abriram capital entre 2004 e meados de 2007 estavam na carteira dos fundos de venture capital – eram empresas profissionalizadas em crescimento sustentável; eram setores de economia que, inclusive, não esta- vam no mercado de capitais embora ti- vessem porte de faturamento para tal. À estabilização macroeconômica e à recuperação do estímulo para investi- mento de longo prazo no Brasil somou- se o fato de que, por sete, oito anos, os fundos fizeram um bom trabalho, po- dendo então apresentar ao mercado de capitais empresas sólidas, profissio- nalizadas, viáveis com bons padrões de governança corporativa. Tanto que a maioria das que lançaram ações em bolsa foi listada no “Novo Mercado”. Os números de capital comprometido desses fundos para investimento aumen- taram em mais de US$ 11 bilhões no período de 2005 até meados de 2007: de US$ 5,6 bilhões ao fim de 2004, pas- saram para US$ 17 bilhões. Hoje temos mais de vinte gestores atuando há cerca de dez anos nessa indústria de venture capital e private equity no Brasil. Têm uma história de sucesso. A outra evidência é que essa indústria também é sucesso em outros países. Nos EUA e na Inglaterra, por exemplo, é uma indústria com mais de 50 anos em atividade. E sempre há mais dinheiro disponível à procura de novas idéias (tanto no Brasil como nos EUA) do que idéias para absorver tanto di- nheiro. Sempre. Isso é natural. Os ges- tores são extremamente seletivos, não entram em qualquer negócio. E, apesar de tanta seletividade, estão preparados para perder um terço dos investimentos que fizeram. Ou seja, o movimento é sustentável. Sem dúvida. (Depoimento transcrito de entrevista a Carlos Costa) No sistema capitalista moderno existe a figura do investidor especializado. São pessoas físicas experts na detecção de boas oportunidades, chamadas por um nome lúdico: investidor anjo A Alellyx desenvolve espécimes de plantas, laranja, cana-de-açúcar, eucalipto, resistentes a fungos com características genéticas especiais, capazes de gerar altíssima produtividade venture capital e private equityventure capital e private equity