Este documento apresenta um resumo do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente. Descreve que a peça foi escrita em homenagem à rainha D. Leonor e representada por D. Manuel I, e alegoriza a travessia entre a vida e a morte através de duas barcas, uma para o Céu e outra para o Inferno, guiadas por um Anjo e o demônio Caronte. Apresenta também as alegorias representadas e discute como alguns dos vícios e críticas sociais retratados na obra ainda ecoam
Auto de moralidade criado por Gil Vicente em dedicação à sereníssima e muito católica rainha Leonor, nossa senhora, e
representado, por sua ordem, ao poderoso príncipe e muito alto rei Manuel, primeiro de Portugal deste nome.
Começa a declaração e argumento da obra:
Primeiramente, no presente auto, pressupõem-se que, no momento em que acabamos de morrer,
chegamos subitamente a um rio, o qual, por força, teremos de passar num dos dois batéis que estão
atracados num porto. Um deles vai em direção ao paraíso e o outro para o inferno. Os tais batéis têm,
cada um, os seus comandantes na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um comandante infernal e
um companheiro.
Caderno de Resumos XVIII ENPFil UFU, IX EPGFil UFU E VII EPFEM.pdfenpfilosofiaufu
Caderno de Resumos XVIII Encontro de Pesquisa em Filosofia da UFU, IX Encontro de Pós-Graduação em Filosofia da UFU e VII Encontro de Pesquisa em Filosofia no Ensino Médio
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 10, Betel, Ordenança para buscar a paz e fazer o bem, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, 2° TRIMESTRE DE 2024, ADULTOS, EDITORA BETEL, TEMA, ORDENANÇAS BÍBLICAS, Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com DEUS, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Comentários, Bispo Abner Ferreira, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
LIVRO MPARADIDATICO SOBRE BULLYING PARA TRABALHAR COM ALUNOS EM SALA DE AULA OU LEITURA EXTRA CLASSE, COM FOCO NUM PROBLEMA CRUCIAL E QUE ESTÁ TÃO PRESENTE NAS ESCOLAS BRASILEIRAS. OS ALUNOS PODEM LER EM SALA DE AULA. MATERIAL EXCELENTE PARA SER ADOTADO NAS ESCOLAS
1. Auto da Barca do Inferno
Questões de Diálogos 9, Porto Editora
Introdução – p. 89 – 91
Educação literária
1.
Este auto foi escrito em homenagem à Rainha D. Leonor (em 1517) e foi representadoperante D.
Manuel I.
Gil Vicente explicaque,nomomentoem que morremos,nosencontramosperante umrioque temos
que atravessar. É uma referência ao mito de Caronte.
No cenário estão duas barcas: uma vai para o Paraíso, a outra para o Inferno.
“CARONTE – Caronte é um génio do mundo infernal.Éa ele que incumbea tarefa de passar asalmas através dos
pântanos do Aqueronte para a outra margem do rio dos mortos. Em paga, os mortos são obrigados a dar -lhe um
óbolo. Era por isso que havia o costume de pôr uma moeda na boca dos cadáveres no momento em que eram
sepultados. Caronte é representado como um velho muito feio, de barba hirsuta e inteiramente grisalha, com um
manto andrajoso e um chapéu redondo. Dirige a barca fúnebre, mas não rema. São as almas que desempenham
este ofício. Mostra-se tirânico e brutal para com elas, como um verdadeiro déspota. [...] Nos frescos dos túmulos
etruscos, Caronte aparece sob a forma de um demónio alado,com serpentes entre os cabelos e um grande malho
na mão. Isso leva-nos a supor queo Caronte etrusco é, na realidade, o “demónio da morte”, aquele que mata quem
está a morrer e o arrasta para o mundo subterrâneo.”
(Pierre Grimal, Dicionário da Mitologia Grega e Romana, 2.ª ed., Ed. Difel)
2. Alegorias:
o cais onde se encontram as barcas: o fim da vida terrena e o local de passagem para a outra vida;
as barcas: o caminho que conduz ao Céu (salvação) ou ao Inferno (perdição);
o Diabo: a condenação dos vícios (o mal, o castigo);
o Anjo: a recompensa das virtudes (o bem, o prémio).
Oralidade
Vídeo - Grandes Livros, Auto da Barca do Inferno (Companhia de Ideias) – encontra-se aqui (05/10/2014):
http://vimeo.com/51449281
http://ensina.rtp.pt/artigo/auto-da-barca-do-inferno-de-gil-vicente/
Nota: as respostas referem-se a um excerto.
1.1. A. b.; B. a.; C. b.; D. b.; E. a.; F. b. (de salientarque oJudeunãoembarca emnenhumadasbarcas – vai
a reboque daBarca do Inferno,poisnemo AnjonemoDiabo o aceitama bordo).
1.2. a. Fidalgo:foi tiranoe desprezouopovo.
b. Onzeneiro:emprestavadinheiroatroco de jurosexcessivos.
c. Sapateiro:roubouo povo.
d. Frade:foi mulherengo.
e. Alcoviteira:vendeuraparigas.
f. Judeu:nãoestádispostoa abandonara sua fé.
g. Juize Procurador:perverteramasleis.
2.1. Muitas das críticas de Gil Vicente são atuais: a tirania, a cobiça, a mentira, a injustiça, a corrupção são
vícios de onteme de hoje.Os objetosda crítica vicentinae os tipossociaisretratadosno Auto da Barca
do Inferno encontram-se,aindahoje,umpoucoportodoo lado. Vejamos algunsexemplos:oOnzeneiro,
que emprestavadinheiroe quepediaodobroouotriplode volta,nãopoderásercomparadocomaatual
Banca, os seus sistemas de créditose os juros aplicados? A Alcoviteira,com as suas meninas, não pode
serhoje comparada com osdonosde bordéise comtodosaquelesque ganhamavidacom a exploração
e gestão da prostituição? O Procurador e o Corregedor, que atuam não de acordo com uma justiça de
regrasdefinidas e claras, massegundoosseusprincípiose interessesparticulares,nãopoderãosercom-
parados com o sistema judicial dos nossos dias, onde a justiça é muitas vezes difícil de conseguir e é,
sobretudo, muito lenta?