1) O documento discute a cultura acadêmica e sua função na escola de promover a aprendizagem relevante dos estudantes.
2) Questiona se é possível aprender de forma significativa os conteúdos da cultura acadêmica, dado que eles são produzidos em contextos diferentes da escola.
3) Defende que a escola deve ser um espaço integrador que promova a reconstrução crítica da cultura experiencial dos alunos através do diálogo entre os diferentes contextos de produção e reprodução do conhecimento.
2. Idéias retiradas do capítulo
5 do livro: A cultura escolar
na sociedade neoliberal.
PÉREZ GÓMEZ
3. Território
intermediário,
mediador e
artificial.
Seus propósitos
se confundem e
se mesclam em
função de interesses
políticos, econômicos e
sociais de cada
comunidade
em cada época.
(p. 270)
4. O CONCEITO:
“seleção de conteúdos
destilados da cultura pública
para seu trabalho na escola:
o conjunto de significados e
comportamentos cuja
aprendizagem se pretende
provocar nas novas
gerações através da
instituição escolar”
(p. 259).
5. PROBLEMA FUNDAMENTAL:
Questiona a “sua virtualidade para provocar
aprendizagem relevante” (p. 259)
“A instituição escolar é uma entidade artificial
distanciada da vida, e a aprendizagem
disciplinar é descontextualizada.” (p. 260)
6. E lança a pergunta:
“É possível aprender de forma relevante
os conteúdos da cultura acadêmica?”
(p. 260)
O contexto de produção e utilização
dos conceitos está distante do
contexto de reprodução ou
aprendizagem acadêmica
(ou seja, a escola).
8. FUNÇÕES E PROPÓSITOS
DA ESCOLA:
“sua finalidade educativa está em reconstruir de
forma relativamente autônoma a cultura
experiencial do indivíduo, selecionando conteúdos
de forma contextual.” (p. 287)
Cultura acadêmica:
“instância de mediação cultural” “entre os
significados, sentimentos e condutas da
comunidade social e os significados, sentimentos e
comportamentos emergentes das novas gerações.”
(p. 261)
10. Socializadora:a cultura social
dominante impregna a escola e
condiciona o processo de
socialização. (primeira
mediação social no
desenvolvimento individual na
construção de significados).
Instrutiva: atividade de ensino-
aprendizagem para aperfeiçoar
o processo de socialização
espontâneo (compensando
suas lacunas e deficiências) e
preparar o capital humano da
comunidade social.
11. Educativa: Não basta que
exerça suas funções
socializadora ou instrutiva, mas
que a cultura acadêmica sirva
para que o indivíduo reconstrua
de modo consciente seu
pensamento e atuação”, e isso
não se dá no esquema
tradicional de transmissão e
aprendizagem de conteúdos,
“para passar nos exames e
esquecer depois”, Mas através
da aprendizagem relevante.
(p. 263)
12. “Quando nos propomos a
preparar os indivíduos para o seu
desenvolvimento profissional
acima de qualquer outra
consideração, selecionamos e
organizamos uma cultura
acadêmica bem distinta de
quando nos propomos a
emergência de um sujeito
autônomo e crítico.”
(p. 266)
13. “A aprendizagem relevante se refere
àquele tipo de aprendizagem
significativa que, por sua utilidade para o
sujeito, provoca a reconstrução de seus
esquemas habituais de conhecimento”,
(p. 268)
14. APRENDIZAGEM RELEVANTE E
CONHECIMENTO DISCIPLINAR:
A TRANSCENDÊNCIA DOS CONTEXTOS DE
CONHECIMENTO
Tanto na vida acadêmica como na cotidiana há dois tipos
de aprendizagem:
Memorística (por associação): não se exige a vinculação
lógica pela natureza de seu significado, útil (quando não
substituiu a significativa), mas limitada.
Significativa: aquisição com sentido permite a utilização
criadora e crítica do conhecimento. Provoca dois tipos de
estruturas semântica: semântica acadêmica (resolver com
sentido e de forma significativa as exigênias acadêmicas)
e semântica experencial (problemas da vida cotidiana).
15. As atividades do trabalho acadêmico de sala
de aula apresentam uma profunda
contradição:
adquirem sentido dentro da cultura da escola,
dentro do contexto avaliador da instituição escolar.
(superar os exames)
o verdadeiro significado dos conceitos se refere à
realidade cultural da comunidade social na qual se
criam e recriam de forma contínua, como
conseqüência de sua utilização na prática cotidiana.
(p. 269)
16. A ESCOLA COMO
ESPAÇO ECOLÓGICO
DE VIVÊNCIA CULTURAL
De um forma ou de outra, na sala
de aula ocorrem inevitavelmente, processos de
negociação para regular os intercâmbios.
Escola com espaço integrador dos diferentes contextos
de produção, utilização e reprodução do conhecimento.
Utilização da cultura crítica para provocar a
reconstrução pessoal da cultura experiencial dos
estudantes.
17. Doyle (paradigma ecológico):
A vida da sala de aula como espaço
ecológico estaria condicionada por
dois subsistemas interdependentes, a
estrutura de tarefas acadêmicas, e a
estrutura social de participação.
Bernstein
(estrutura do discurso pedagógico):
O campo pedagógico da reprodução do
conhecimento (a escola) está perpassada
por dois discursos: o discurso das
competências e o discurso da ordem
social ou moral.
18. Doyle O discurso
pedagógico institucionaliza e
legitima o conhecimento e as
competências que devem ser
reproduzidas. Possui uma
dimensão moral ao estabelecer
uma ordem social dentro do
qual se legitimam os processos
de intercâmbio, o currículo e as Bernstein
práticas pedagógicas.
Tarefa acadêmica
(sistema de atividades que
concretizam o currículo
em ação)
Estrutura da participação social
19. “O aluno aprende tanto como
conseqüência de sua
participação na vida social de
sala de aula como pela
realização individual ou
compartilhada das tarefas
acadêmicas...
Fragmentar a vida em sala de
aula leva apenas a distorcer
seu significado e impedir sua
interpretação racional”.
(p. 280)
20. A VIVÊNCIA CRÍTICA DA CULTURA
NO ESPAÇO ESCOLAR:
DA ESCOLA COMO REPRODUÇÃO
À ESCOLA COMO RECRIAÇÃO
O entendimento da cultura acadêmica precisa levar em
conta o seu caráter ecológico ou sistêmico, um complexo
sistema de comunicação verbal e não verbal. (p. 280)
“Quando se perde de vista a interação no
contexto, cada um dos elementos da cultura
acadêmica perde seu sentido e sua autêntica
funcionalidade se distorce”. (p. 281)
21. O ensino educativo e a vivência
crítica da cultura: “pretende
provocar a reconstrução consciente
da cultura intuitiva e experiencial
dos estudantes” (p. 283).
“... o propósito fundamental do
ensino educativo é promover a
integração dos contextos de
produção, utilização e reprodução
do conhecimento, para criar um
espaço ecológico na escola e na
sala de aula que facilite o diálogo
aberto e criador dos indivíduos
coma natureza, com as pessoas,
com as criações culturais e com
eles mesmos”. (p. 286)
22. Enfoque técnico: racionalidade
técnica e instrumental, ignora o caráter
experimental, parcial e provisório de
todo conhecimento. Ex: livro texto.
Perspectiva racionalista: simples
transmissão e aprendizagem
memorística
(e ou significativa) de conteúdos.
23. Os conteúdos do
currículo e a
vivência da cultura:
Conteúdos do currículo (objetiva a transição progressiva da
cultura intuitiva e experiencial para a cultura crítica).
A seleção do conteúdo deve ser :
a) explicativa-aplicada (deve capacitar a intervenção, valor
teórico-prático);
b) artística-criativa ( reformulação subjetiva do mundo real, o
sujeito se projeta além do conhecido),
c) político-moral (se encontra marginaizada dos conteúdos do
currículo, debate ético, discute o valor e o sentido antropológico
das produções científicas e culturais),
d) psicopedagógica
24. O contexto do ensino educativo:
a) espaço físico: organização do espaço
e do tempo (precisam ser mais flexíveis).
b)contexto psicossocial: deve instituir
um clima de comunidade democrática de
aprendizagem. (p. 299)
25. A função do docente na escola educativa:
provocar a aprendizagem relevante
(reconstrução dos esquemas intuitivos de
pensamento, sentimento e conduta de cada
indivíduo).
a) Enfoque emancipador (Pedagogia crítica)
b) Enfoque Facilitador (Investigação-Ação)
26. Facilitador
(Investigação-Ação):
ênfase aos processos de ensino e
aprendizagem, o professor é um facilitador
nos processos de reflexão e compreensão,
a reconstrução é tarefa própria de cada
estudante, concepção mais liberal.
1º) O professor exerce a função de porteiro do paraíso
do saber, abre acesso à cultura crítica.
2º) Facilitador na reconstrução (que deve ser realizada
por cada estudante) da cultura intuitiva ou experencial
de cada estudante.
3º) Animador cultural.
27. E você, como percebe a
cultura acadêmica...
Abraços,
Acimari e Vanessa