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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTE
CURSO DE ARTES VISUAIS
CIDADES PANORÂMICAS
MAICON MORENO DA COSTA
Campo Grande- MS
2009
MAICON MORENO DA COSTA
CIDADES PANORÂMICAS
Relatório apresentado como exigência
parcial para a obtenção do grau de Bacharel
em Artes Visuais à Banca Examinadora da
Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, sob orientação do Prof. Dr. Hélio
Godoy.
Campo Grande-MS
2009
Agradecimentos
Agradeço a Deus por tudo que tem me proporcionado. Ao meu orientador Hélio
Godoy por toda a sua paciência e motivação em todo o curso.
Ao professor Jonas Santana por ter me ajudado, estando sempre a minha
disposição.
À professora Venise Melo, que aceitou gentilmente o convite para participar da
minha banca examinadora.
Aos meus pais e familiares, que me deram todo o apoio para realizar esta
faculdade, tendo muita paciência, compreensão e carinho.
À todos os meus colegas de curso e funcionários.
“ Qual um poema, uma fotografia é também um encontro
com o cosmo. A mente humana interage com a grande
mente cósmica, e através da sua câmera- prótese-do-
olhar, pode memorizar um fragmento da eternidade,
e revelar o universo” ( Hélio Godoy)
RESUMO
Apresentamos neste relatório a relação entre a cidade e a população,
buscou realizar uma proposta de um novo significado da cidade em relação ao
homem, esta que por sua vez passa despercebida aos olhares do homem
metropolitano, com o a correria do dia-a-dia. Registrar o moderno e o antigo, o
residencial e o industrial, o estático e o móvel, e mostrar como todos eles se
combinam para formar uma só unidade. A fotografia nos possibilita tantas
formas de retratar esta integração que optei pelo uso de um recurso pouco
conhecido o HDR, e a fotografia panorâmica que nos dá a possibilidade de
registrar uma imagem de uma forma ampliada com relação as nossas
capacidades perceptivas. É um registro fotográfico da realidade, porém
apresenta uma paisagem impossível de ser capturada pela visão, algo que em
nosso cotidiano não conseguimos distinguir com os nossos olhos. As fotos
serão realizadas na cidade de Campo Grande – MS.
Palavras-chaves: Fotografia; Cidade; Percepção; HDR; Fotografia
Panorâmica
SUMÁRIO
RESUMO...........................................................................................................05
LISTA DE IMAGENS.........................................................................................08
INTRODUÇÃO...................................................................................................12
1. CIDADES.......................................................................................................14
1.1 Origens...................................................................................................14
1.1.2 Surgimento da Cidade........................................................................15
1.1.3 Cidades e Percepção..........................................................................16
1.1.4 A Representação da Cidade...............................................................17
1.2 ANTROPOLOGIA...................................................................................18
1.2.1 Antropologia na Fotografia................................................................20
1.3 Teoria de Umwelt....................................................................................21
1.3.1 Alterações no Umwelt........................................................................23
1.4 Fotografia e sua Historia.........................................................................24
1.4.1 Fotografias como Arte.......................................................................25
1.5 Fotografia Digital.....................................................................................27
1.6 Escolha do Tema....................................................................................27
1.7 Campo Grande- objeto estudado...........................................................27
2. METODOLOGIA.....................................................................................29
2.1 Escolha do Tema....................................................................................29
2.2 Fotografia em HDR.................................................................................32
2.3 Fotografia Panorâmica ..........................................................................37
2.3.1 Como realizar uma foto Panorâmica ..................................................38
2.4Finalização e Ampliação.........................................................................42
2.5Resultados..............................................................................................43
2.5.1 Panorama 1.........................................................................................44
2.5.2 Panorama 2.........................................................................................44
2.5.3 Panorama 3.........................................................................................45
2.5.4 Panorama 4.........................................................................................45
3. CONCLUSÃO................................................................................................47
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................49
LISTA DE IMAGENS
Imagem 01- Primeiro ensaio..................................29
Imagem 02- foto Panorâmica...........31
Imagem 03-Teste HDR prédios.............................31
Imagem 04- abrindo os arquivos
no Photomatix-Pró.............................................................................................35
Imagem 05- combinando duas fotos
para criar a imagem em HDR............................................................................35
Imagem 06- fazendo o Tone Mapping
da foto em RAW.................................................................................................36
Imagem 07- fazendo algumas
alterações no Photoshop...................................................................................37
Imagem 08- imagem com
mancha..............................................................................................................39
Imagem 09- abrindo as imagens
no Photovista Panorama....................................................................................40
Imagem 10- após adicionar as imagens
usar a opção stitch image..................................................................................40
Imagem 11- ajustes básicos..................................41
Imagem 12- Preview da imagem...........................42
Panorama1.....................................................................................................44
Panorama 2.......................................................................................................44
Panorama 3.......................................................................................................45
Panorama 4.......................................................................................................45
12
INTRODUÇÃO
O mundo em que vivemos passou por varias mudanças, a consequência
começou quando o homem se conscientizou que era um ser pensante, e que
possuía uma criatividade infinita, possibilitando que sua existência fosse
mantida.
Quando isso ocorreu surgiram os pequenos povoados, o homem passou
a viver em conjuntos, e destes conjuntos passaram a se formar as primeiras
cidades. Passando assim por varias evoluções ate chegar nos dias de hoje.
Com o constante desenvolvimento tecnológico e material, o homem
modifica cada vez mais rápido o ambiente em que vive, sendo as grandes
metrópoles o nosso grande exemplo de modernidade e tecnologia. Estas
modificações na cidade seve como um reflexo para a paisagem urbana,
formada principalmente por pessoas, carros, edificações.
Uma das questões apresentadas neste trabalho é como que a cidade de
hoje é vista pela sua população, com o tempo sempre mais corrido pelos seus
afazeres, faz com que o homem moderno deixe de lado a percepção de seu
mundo. Detalhes passam despercebidos constantemente.
Através de pesquisas bibliográficas tomei conhecimento de teorias que
tratam da cidade e da percepção do homem em relação a esta. E que este
assunto era muito usado na fotografia, onde a busca de um olhar diferente é
essencial.
O principal intuito deste trabalho é representar através da fotografia, o
mundo urbano, não como o vemos habitualmente, e sim com uma nova
concepção.
Usamos a técnica do HDR em fotos panorâmicas, para que a concepção
e a visão do espectador sejam ampliadas, as fotos foram realizadas no alto de
um prédio para que a imagem pudesse apresentar a cena num modo
geralmente pouco visto pelas pessoas que passam pelas ruas. O campo de
visão se torna maior, assim, podemos capturar com a nossa objetiva uma
gama de informações, isto contribuindo para a utilização da fotografia
panorâmica.
13
O equipamento utilizado para se elaborar este trabalho foi uma câmera
digital reflex Nikon D60, câmera profissional que possibilita a alteração no
tempo de exposição e a abertura de diafragma, e contém o armazenamento em
RAW. O uso do tripé foi essencial, pois precisávamos bater varias fotos numa
mesma posição como também alinhá-las. Para a obtenção do HDR temos que
bater diversas fotos da cena com variados tempo de exposição, e para se fazer
o Panorama devemos caminhar com a câmera fotográfica para a próxima cena,
sem que não haja desvio de ângulo pois a segunda foto tem que ter o mesmo
ângulo da primeira e assim sucessivamente.
Aliada à fotografia encontramos os softwares gráficos, que são de
fundamental importância para a edição das imagens. Foram usados os
programas Photomatix-Pró, Photovista panorama e Adobe Photoshop CS4.
Para a apresentação das fotos, usamos a ampliação em papel
fotográfico tradicional, foi usada a dimensão de 1,10 m x 30 cm
aproximadamente em cada foto.
Este relatório foi dividido em duas partes, na primeira parte trata da
questão da cidade em modo geral, desde o surgimento, percepção, a sua
representação, o uso da fotografia e um breve relato da historia da fotografia. A
segunda parte é composta pela metodologia empregada para a realização, o
resultado das fotográficas, e a conclusão do trabalho.
14
1.CIDADES
Nos capítulos seguintes abordaremos assuntos referentes a cidades,
origens e como que a população à vê, para que haja um melhor entendimento
sobre as novas tecnologias e o universo em que elas se incorporam em nosso
meio.
1.1 ORIGENS
Como todos nós sabemos, nossa origens segundo Darwin se deu pela
evolução genética, nossos ancestrais os primatas, e destes houveram varias
variações da espécie. Nosso ancestral surgiu na África há aproximadamente 40
mil atrás, uma adaptação do Homo erectus, o Homo sapiens, foi a primeira
espécie anatomicamente semelhante com o homem de hoje.
Segundo Lewis:
Quando se buscam as origens da cidade, pode-se com demasiada
facilidade ser tentado a procurar apenas os seus remanescentes
físicos. Mas, como ocorre com o retrato do homem primitivo, quando
nos concentramos em seus ossos e caco, seus instrumentos e armas,
fazemos menos do que justiça a investigação tais como a linguagem e
o ritual, que deixam poucos vestígios materiais, se é que deixam.
(MUMFORD, 1998,p 10)
Segundo pesquisas paleontólogas podemos descobrir como surgiram as
primeiras civilizações e por conseqüência a origem das primeiras cidades, com
o uso de pequenos fragmentos deixados, este é claro que não possibilitam uma
exatidão de como era a vida naquela época, como cita Mumford (1998) existem
alguns vestígios perdidos. Porém, aqueles que nos deixaram já nos dão uma
boa idéia.
A maior parte do tempo o homem primitivo lutava por sua sobrevivencia.
Nossos ancestrais percorriam o continente africano em grupos isolados
tentando sobreviver à era glacial, como dos grandes predadores e de outras
por assim dizer tribos.
Com a escassez de alimentos começaram a percorrer outros
continentes, tornando assim nômades, com isso começaram a apresentar uma
15
inovação em seu modo de pensar, começaram a agir em grupos maiores, onde
um tinha uma idéia e convencia aos outros de executá-la.
Ao se espalharem pelo mundo nossos ancestrais começaram a
desenvolver novos conhecimentos, neste momento começaram a surgir às
primeiras pinturas nas cavernas, retratando a paisagem como também sua vida
em sociedade.
Com o termino da área glacial há cerca de 12 mil anos A.C, houve uma
gradativa evolução, tanto em seu modo de pensar como no de viver. Passaram
a se preocupar em ocupar moradias fixas, para isso pensaram em um novo
método de conseguir alimentos, dando à origem a agricultura.
O homem primitivo não precisava mais migrar de lugar a lugar, deixaram
a caça e a coleta, que era sua única fonte de alimento, e implantaram a
agricultura em seu modo de viver, e também a domesticação dos animais. Este
foi o maior passo em que o homem primitivo deu para se tornar o que somos
até hoje, uma evolução que possibilitou a vida em grandes grupos, onde cada
grupo desempenha um papel, e tendo a necessidade de ter novas idéias, para
que o modo de viver seja o mais agradável possível.
1.1.2 SURGIMENTO DA CIDADE
Lewis Mumford (1998) em seu livro “A Cidade na Historia” nos coloca
várias questões sobre o surgimento da cidade, para Lewis a cidade surgiu das
aldeias, onde cada individuo que nela habitava teve a necessidade de achar
uma função nesta, cada individuo deveria desenvolver uma habilidade para que
pudesse ajudar o crescimento desta aldeia.
Lewis Mumford:
Quando aconteceu tudo isso, a arcaica cultura de aldeia cedeu lugar à
“civilização” urbana, essa peculiar combinação de criatividade e
controle, de expressão e repressão,de tensão e libertação, cuja
manifestação exterior foi a cidade histórica. Em verdade, a partir das
suas origens, a cidade pode ser descrita como uma estrutura
especialmente equipada para armazenar e transmitir os bens da
civilização e suficientemente condensada para admitir a quantidade
máxima de facilidades num mínimo de espaço, mas também capaz de
um alargamento estrutural que lhe permite encontrar um lugar que
sirva de abrigo às necessidades mutáveis e às formas mais complexas
16
de uma sociedade crescente e de sua herança social acumulada (
MUMFORD, 1998,p 38) .
Ao longo dos tempos, as cidades passam por vários períodos, uns de
expansões e outro de retrocesso como ocorreu no início do período medieval e
o ressurgimento do crescimento no renascimento. O crescimento urbano passa
a ser constante com a revolução industrial e desde este momento não se tem
mais controle sobre as cidades.
A população começa a crescer sem controle, ocorrendo várias críticas
sobre a qualidade de vida do ambiente urbano, começando com isso a chamar
a atenção de diversas áreas de conhecimento, deixando de ser somente
assunto de arquitetos e engenheiros.
Foi a partir destes questionamentos, que começaram a busca por
respostas sobre o complexo urbano, isto influenciou o entendimento da
comunicação visual. Isto é, para entender a cidade devemos analisar imagens
nela contidas e representá-las. Estas representações se aplicam em várias
linguagens, como a literatura, a fotografia, os documentos históricos, cenas de
filmes, entre outros. Tudo isso tem como função reconhecer cada parte de
construção, com isso deixando um legado em suas aplicações urbanas para as
gerações futuras. Um melhor entendimento em sua evolução ate os dias atuais.
1.1.3 CIDADES E A PERCEPÇÃO
Com a preocupação da origem da cidade, ocorreu uma nova dúvida
entre estudiosos: como que ela é vista? E como é representada? Representá-la
é uma forma de conhecer seu funcionamento, a vida social registra a história
coletiva de seus moradores, mostrar que cada parte de sua construção tem um
significado importante na composição de cada individuo.
Então o ser humano buscou vários aspectos de como esta
representação era vista como sita Tuan no trecho abaixo:
O visitante e o nativo focalizam aspectos bem diferentes do meio
ambiente. Em geral, podemos dizer que somente o visitante (e
especial o turista) tem um ponto de vista; sua percepção
freqüentemente se reduz a usar os seus olhos para compor quadros.
Ao contrario, o nativo tem uma atitude complexa derivada da sua
17
imersão na totalidade de seu meio ambiente. O ponto de vista do
visitante, por ser simples, é facilmente enunciado. O visitante,
freqüentemente, é capaz de perceber méritos e defeitos, em um
ambiente que não são mais visíveis para o residente. (TUAN, 1980,
p23)
A avaliação do meio ambiente pelo turista é essencialmente estética, ele
julga a imagem por ser bela ou não, como sita Tuan acima, o turista busca
compor quadros estéticos belos em sua paisagem. Já o nativo busca em cada
paisagem um significado para que esta seja representada.
Para se entender melhor de como estas imagens são captadas e
exercem algum significado em nossa memória, criou-se uma nova ciência para
o seu entendimento: a Antropologia Visual.
1.1.4 A REPRESENTAÇÃO DA CIDADE
... a cidade é um receptáculo especial destinado a armazenar e
transmitir mensagens. No principio, todas as suas funções criativas
eram ligadas à religião, e as mensagens mais significativas eram
sagradas, escritas nas estrelas ou nas entranhas dos animais, nos
sonhos, alucinações e profecias, penetraram nos domínios especiais
do clero. Durante muito tempo, monopolizou o clero os poderes
criadores, e as formas da cidade expressaram esse monopólio. (
MUMFORD, 1998, p 114)
A cidade como obra de arte, é aquela que apresenta a imagem urbana
como uma representação pictórica. Isso acontece no final do século XIX
quando a imagem da cidade aparece como resposta à necessidade cultural de
entretenimento, prazer e fantasia que brotam no turbilhão do progresso
econômico e da revolução industrial. A paisagem urbana passa a ser um tema
recorrente na pintura e na fotografia, já que a imagem fotográfica começa a ser
relacionada com um avanço a modernidade.
Nem é preciso dizer que essa libertação da criatividade não foi uma
das finalidades originais do agrupamento humano, nem ainda da
própria implosão urbana; e foi a forma apenas parcial e por
movimentos súbitos que caracterizou o desenvolvimento da cidade.
Ainda hoje, apenas uma parte das energias totais da comunidade
volta-se para a educação e expressão: sacrificamos muito mais às
artes da destruição e extermínio que às artes da criação. Contudo, é
graças à execução de atos criadores, na arte, no pensamento, nas
relações pessoais, que a cidade pode ser identificada como algo
18
mais que uma organização puramente funcional de fábricas e
armazéns, cavernas, tribunais, prisões e centro de controle. (
MUMFORD, 1998,p 116)
A arte inserida na cidade começa a ter um novo parâmetro, a
valorização de cada meio urbano, a busca de locais em que a população use e
desfrute de cenas inusitadas. A cidade passa de local onde encontramos uma
moradia, para um conjunto de experiências artísticas, é claro que ambas
caminham juntas, mas gradativamente há um aumento nas criações artísticas
na cidade.
Desde a pintura, passando para o grafismo em muros, propagandas
como outdoor, cartazes e a própria fotografia. Hoje ao caminharmos pelas ruas
vemos em cada local, várias linguagens artísticas, isso faz com que o homem
moderno coloque cada dia mais a arte em seu meio, afastando esta de
instituições, como museus e galerias de artes, usando meios mais simples para
demonstrar artisticamente suas intervenções tanto na cidade como em cada
morador que nela reside.
Cabe ao artista a preocupação, de trazer o homem moderno, este que
vive em um mundo agitado, onde o tempo é algo muito valioso, para o mundo
artístico, como diz o velho provérbio: “se Maomé não vai a montanha, a
montanha vai a Maomé”. Se o homem moderno não pode ir as instituições de
arte, então cabe ao artista levar esta arte as ruas, para que o público participe
dos movimentos artísticos.
1.2- ANTROPOLOGIA
Desde os primórdios dos tempos os seres vivos transformaram seu
modo de ver e olhar o meio em que habitam, onde, cada qual usa de um
sentido amplificado para que possa sobreviver.
O estudo abordado neste trabalho está relacionado com a percepção
humana, onde buscamos uma visão individual de cada ser, com relação ao
mundo. Cada qual sugere um mundo ao seu próprio meio óptico e sistema
neurológico, como em todos os seres humanos nosso sistema perceptivo é
semelhante, não há tantas alterações nas suas perspectivas.
Segundo Tuan:
19
Todos os seres humanos compartilham percepções comuns, um
mundo comum, em virtude de possuírem órgãos similares. A
unicidade da perspectiva humana torna-se-á evidentemente quando
pararmos para indagar como a realidade humana deve diferir da dos
outros animais( TUAN, 1980, p.25)
A visão humana como a de outros primatas evoluiu em um meio
ambiente arbóreo, em grandes florestas, onde saber observar o seu meio se
resume em sua própria sobrevivência. Durante um longo caminho de evolução
os primatas sofreram varias alterações, onde adquiriram olhos grandes e
narizes pequenos, para que este não prejudicasse a visão. O homem possui
uma visão estereoscópica, onde com dois olhos frontais possibilita uma visão
binocular, auxiliando o homem a ver objetos tridimensionais.
Os Homo- sapiens são capazes de distinguir os objetos pela sua forma,
cor e textura, isto possibilita que além de uma boa visão tenham grande
habilidade dos mesmos, vendo-o em diversos ângulos.
Além da visão, os seres humanos possuem mais quatro sentidos:
audição, tato, paladar e olfato, estes formam a nossa percepção. O tato nos
possibilita ter uma percepção de tridimensionalidade. O olfato nos traz
sensações vividas, o odor nos possibilita projetar ao cérebro lembranças, como
por exemplo, o cheiro de terra molhada, nos remetendo a chuva, fazendas. Já
o paladar também nos remete as sensações, isto é, ao degustar um alimento o
ser humano passa a ter lembranças vividas carregadas emocionalmente, por
exemplo, a pipoca de um cinema, nos remetendo a um filme que vimos.
A percepção é uma atividade, um entender-se para o mundo. Os
órgãos dos sentidos são pouco eficazes quando não são ativamente
usados. Nosso sentido tátil é muito delicado, mas para diferenciar
textura ou dureza das superfícies não é suficiente colocar um dedo
sobre elas; o dedo tem que se movimentar sobre elas. É possível ter
olhos e não ver; ouvidos e não ouvir. (TUAN, 1980, p.71)
Para que o ser humano possa ter uma boa funcionalidade de seus
órgãos dos sentidos, deve-se exercitá-los. Quando ocorre a perda de um
destes sentidos, há uma compensação, isto é, um aumento na percepção dos
outros sentidos. Mas este assunto sobre a alteração de percepções será
abordada das próximas páginas.
20
A antropologia (cuja origem etimológica deriva do grego, anthropos
(homem / pessoa) e logos (razão / pensamento) é a ciência que estuda o
homem e humanidade num sentido amplo. Primeiramente, foi considerada
como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no
espaço e no tempo. Mas com esta classificação restringiu muito seu campo de
estudo, o homem físico. Esta postura limitou os estudos da antropologia por
muitos anos.
Com o passar do tempo a antropologia pode se desprender de alguns
conceitos e totalizar seus estudos, tendo um campo de investigação muito
amplo, não se preocupando só com o homem, mas com todo o espaços. Para
isso foi dividida em duas áreas: a Antropologia Física (ou Biológica) e a
Antropologia Cultural, que se centram no desejo do homem de conhecer a sua
origem, a capacidade que ele tem de conhecer-se, nos costumes e no instinto.
1.2.1 ANTROPOLOGIA NA FOTOGRAFIA
A antropologia acompanhou de perto o desenvolvimento da fotografia e
do cinema, seus estudos estão relacionados com a percepção do autor
fotográfico, passando-a para seus espectadores.
Ao falar da fotografia e do cinema, devemos mencionar a imagem, esta
que é um dos principais componentes da analise antropológica. Isto é uma
tarefa difícil, principalmente devido a subjetividade associada a ela. Um antigo
provérbio chinês já dizia: "Uma imagem vale mais do que mil palavras...". Mais
especificamente, podemos dizer que uma imagem contém imensa quantidade
de informações, e que um observador humano interpreta frequentemente,
globalmente e qualitativamente cada qual.
No campo da antropologia a imagem é o melhor meio de se comunicar
interculturalmente, ao permitir captar e transmitir o que não é imediatamente
transmissível no campo lingüístico. A fotografia, o cinema e a televisão, são
elementos que estão pressentes em nosso cotidiano de modo cada vez mais
intenso. Agimos e interagimos com as imagens sem perceber o quanto elas
influenciam o nosso cotidiano, algumas destas não falam por si só, mas
21
expressam e dialogam com os modos de vida típicos da sociedade que as
produz.
A imagem pode ser lida como um texto, dando ao espectador várias
interpretações, apesar de estarem cheias de resíduos reais, elas não são uma
extensão da realidade, mas sim uma criação interpretativa de um imaginário
social, a imagem em cada qual estaria envolvida por um Umwelt.
Segundo Sylvia Caiuby :
Cabe a antropologia captar a natureza desse olhar que registra,
procurar desvendar, através dessas imagens, um pouco do elemento
representado, um pouco daquele que o registrou. ( CAIUBY, 1993, p.
113)
A antropologia é a ciência que tende a se preocupar com este olhar, um
estudo detalhado sobre a imagem, buscando pontos interpretativos, interligado
a obra, autor e espectador.
1.3 TEORIA DE UMWELT
A teoria de Umwelt foi elaborada por Jakob Von Uexkül (1864- 1944),
estudioso de zoologia, desenvolveu pesquisas sobre problemas biológicos do
comportamento e problemas neurológicos. Ele é um dos fundadores da
moderna pesquisa do comportamento (etologia).
Sua teoria é definida pela integração do sujeito e objeto como elementos
inter- relacionados, isto é, tanto o sujeito como o objeto se complementam,
para que haja uma maior absorção na informação.
Uexkül descreve as relações entre os elementos dos processos
sígnicos como um sistema dinâmico organizado em forma de círculo. Ele criou
este processo para o observador humano interpretar os processos sígnicos em
animais.
O Umwelt é basicamente uma bolha que envolve cada indivíduo. Este
que, por sua vez, ao absorver conhecimento irá acrescentar em seu Umwelt.
22
Cada informação vai se juntando neste Umwelt, informação necessária para a
sobrevivência do indivíduo estará contida em seu Umwelt.
Um Umwelt particular é uma construção perspectiva imposta pela
historia evolutiva de um ser vivo. Quando o signo surge como
mediador entre o sujeito e realidade, ele reflete algo desta, pelo mero
fato do sistema ter conseguido sobreviver! ( UEXKUL, 2004, p.24)
Quanto mais complexo é um ser vivo, também é o seu Umwelt, no
sentido de conter mais e mais signos coerentes com a realidade. Nós seres
humanos apresentamos um ampliado Umwelt, pois somos seres racionais,
buscamos cada dia um maior entendimento, sobre o que somos, e quais são
as nossas funções no nosso meio. A cada dia nosso Umwelt se renova com
nossas experiências, pois o pensamento humano é cheio de perguntas, e para
isso buscamos respostas.
Para entender melhor como é este funcionamento Uexkül realizou sua
pesquisa em carrapatos:
O carrapato permanece inerte debaixo da ponta de um galho, no
mato. Sua posição permite-lhe despencar sobre o mamífero
transeunte. Não há estímulo de todo o ambiente que possa receber.
Então se aproxima o mamífero de cujo o sangue ele precisa (como
alimento) para gerar sua progênie. E agora algo verdadeiramente
estupendo acontece: de todos os fatores estimulantes produzidos
pelo corpo do mamífero apenas três- em sua seqüência especifica-
se tornam estímulos. Fora do mundo super proporcional, o carrapato
é circundado por três brilhos estimuladores( signos perceptivos)
como sinais luminosos no escuro e servem ao carrapato como faróis
que incrivelmente o dirigem a sua vitima. ( UEXKUL, 2004, p 26-27)
O carrapato apresenta três órgãos receptores que captam três signos:
signos olfativos, onde ele sente o cheiro do suor dos organismos de sangue
quente; signos táteis, sentindo o couro e o pelo do animal; signos temperaturais
produzidos pelo calor das áreas dérmicas. Cada signo corresponde a um ponto
de seu círculo Umwelt, pontos muito importantes para a sua sobrevivência.
23
1.3.1 ALTERAÇÕES NO UMWELT
Isto pode ocorrer por vários fatores, tanto genéticos como ocorrido por
acidente, no livro “Um antropólogo em Marte”, Oliver Sacks (1995), fala sobre a
vida de algumas pessoas que tiveram seu Umwelt mudado.
Ele aborda sete histórias de pessoas que por meios trágicos e
dramáticos tiveram sua vida alterada drasticamente, para Sacks estes casos
clínicos são só alguns exemplos de como a percepção de cada indivíduo pode
ser alterada, impossibilitando, a vida dele ao meio ambiente.
Uma de suas historia retrata a vida de um pintor de 65 anos, que após
um trágico acidente, lesionando os cones em sua retina, torna-se daltônico,
enxergando as imagem em preto e branco.
Ele reconhecia as cores de tudo com exatidão extraordinária (podia
dar não apenas nomes, mas os números das cores listadas na
paleta de variações de Pantone, que havia usado durante anos).
Podia identificar incontinenti o verde da mesa de bilhar de Van Gogh.
Conhecia todas as cores de seus quadros prediletos, mas não podia
mais vê-las, nem quando olhava de fato, nem através de seu”olho
mental”. Talvez as conhecesse agora apenas pela memória verbal.
Não apenas as cores haviam desaparecido, mas o que ele via tinha
uma aparência desagradável, “suja”, os brancos reduzidos, embora
descorados e impuros, os pretos cavernosos- tudo era errado,
desnaturado e manchado. ( SACKS, 1995,p 22)
Para este pintor toda sua experiência com as cores, havia acabado com
seu trágico acidente, pois não conseguia mais pintar como antes, pois seu
Umwelt havia mudado, toda a percepção de anos teve uma grave mudança.
Sua existência como pintor já não era mais possível, pois uma vida sem cor, é
muito difícil, já que todos estes anos ela esteve presente em sua vida.
A única solução nestes casos é ter de se adaptar as condições, pois a
sua vida nunca mais seria a mesma, já que a ausência de cor estaria presente
pelo resto de sua vida.
24
Em outro caso, Sacks aborda a história de um massagista cego de
cinqüenta anos que desde a infância, tinha densas cataratas e também
diagnosticado como portador de renite pigmentosa, após sua esposa levá-lo ao
oftalmologista, e fazer uma cirurgia, recupera sua visão.
Mas quando este, após a cirurgia, abre os olhos se depara com um
mundo desconhecido, algo que seu Umwelt nunca tinha vivenciado.
Removida a catarata, ele pôde ver cores e movimentos, ver (mas
não identificar) grandes objetos e formas (...) faltava-lhe um campo
visual coerente, porque sua visão central era fraca, sendo quase
impossível para o olho fixar-se em pontos específicos. ( SACKS,
1995, p 120)
Ao se deparar com este novo mundo este homem, passa a ter novas
experiências, seu Umwelt não estava acostumado a receber estes novos
signos, signos que após alguns anos serão integrados ao seu processo de
vida.
Nós que nascemos com a visão mal podemos imaginar tal confusão.
Já que, possuindo de nascença a totalidade dos sentidos e fazendo
as correlações entre eles, um com o outro, criamos um mundo visível
de inicio, um mundo de objetos, conceitos e sentidos visuais.
Quando abrimos nossos olhos todas as manhãs, damos de cara com
um mundo que passamos a vida aprendendo a ver.( SACKS, 1995,
p119)
Cada dia somos deparados com uma nova informação, mesmo que esta
distorça o Umwelt conhecido, isto faz com que, distinguimos o que serve para a
nossa vida ou não.
1.4 FOTOGRAFIA E SUA HISTÓRIA
A primeira pessoa a tirar uma verdadeira fotografia, pois anteriormente
existiam experimentos como câmeras escuras e também claras, foi Joseph
Nicéphore Niepce, em 1826. Ele reproduziu após dez anos de experiência no
sótão de sua casa a primeira imagem fotográfica.
25
Oriundo da Borgonha, Niepce era um homem arredio, dedicado à
invenção de aparelhos técnicos, e interessara-se pela produção de
imagens por processos mecânicos através da ação da luz em 1916,
três anos depois de começar a trabalhar com litografias.
(BUSSELLE, 1979, p 30)
Mas suas técnicas não eram muito adequadas para a utilização do que
vemos hoje em dia, já que usava verniz de asfalto, aplicado sobre o vidro, além
de umas misturas de óleo para a fixação, e uma exposição de oito horas.
A descoberta que é mais semelhante a que usamos hoje foi feita pelo
pintor e empresário Louis Jacques Mande Daguerre, que em 1835, quando
apanhou uma chapa revestida com prata e sensibilizada com iodeto de prata, e
que apesar de exposta não apresentava vestígios de imagem, após guardá-la
no dia seguinte apareceu sobre ela uma imagem revelada.
É claro que para que esta fotografia ficasse igual a que vemos nos dias
de hoje, foram realizados vários experimentos. Tentando reduzir o processo
fotográfico, tanto em tamanho das máquinas até nos suportes de fixação da
imagem, para que esta seja usada nos dias atuais.
1.4.1 FOTOGRAFIAS COMO ARTE
Após a apresentação das obras de Daguerre, começaram as
especulações se a fotografia seria uma extensão da pintura, ou seria um novo
meio artístico de expressão.
Começaram a especular em como a fotografia iria ser vista como uma
obra de arte, pois era um processo totalmente mecânico, seria possível o
artista interferir em cada cena?
Enquanto a obra de arte se define usualmente pelo que uma obra
tem de expressão humana, ate então apenas viabilizada pela
manipulação direta da obra, uma produção técnica se caracteriza
exatamente pela substituição da mão do homem por operações
programadas. Se a imagem construída por uma maquina não
poderia ter valor artístico, a solução mais cômoda foi ressaltar as
26
etapas de controle do processo fotográfico: organização dos
rebuscados cenários, retoques, montagens e outros efeitos. E, se
uma parte fundamental do processo não deixava de ser automática,
nada deveria passar por ela sem o consentimento do autor. (
SAMAIN, 1998, p 275)
Então, para que a fotografia seja vista como arte,devemos antes, nos
preocupar com a temática e também no impacto visual que esta irá causar.
Depois levamos esta fotografia para nossos estúdios, onde a manipularemos,
para que seja diferenciada de fotografia convencional. Na fotografia artística,
além de retratarmos a imagem, nós observamos também a expressão do
fotógrafo nela contida.
A Arte no Século XXI: A Humanização das Tecnologias coloca uma
questão atual: a produção artística sintonizada com os avanços
tecnológicos, revelando os aspectos humanos das tecnologias. As
considerações têm a arte como ponto de convergência e são
pensados os efeitos das tecnologias na vida contemporânea,
determinando traços da cultura deste final de século. (DOMINGUES,
2003, p.11)
1.5 FOTOGRAFIA DIGITAL
Em pleno século XXI a arte e a tecnologia andam juntas, exposições
artísticas passaram a apresentar, além de obras convencionais (pintura,
escultura, desenho), as obras audiovisuais, a mistura das artes com a
tecnologia.
A criação artística concebida pelo computador é um importante
campo de expressão da arte contemporânea. Ela engloba artistas
que utilizam programas de computador, assim como os que
trabalham com softwares ou com resultado deles, uma variedade de
efeitos visuais com animação, realidade virtual, imagem em 3D, etc.
o pioneiro da arte no computador foi o americano Michael Noll que
em 1963, nos laboratórios da Bell, criou a primeira imagem artística
no computador. (CAPISANI, 2000, p. 59)
Hoje cabe ao artista atualizar-se com as novas tecnologias, pois elas se
renovam constantemente, e utilizando a internet, isto ocorre mais facilmente.
Novas fotografias e novas técnicas são postadas diariamente em blogs, flickrs,
e até no Orkut.
27
O rápido desenvolvimento da internet e o aumento do numero de
artistas trabalhado com a tecnologia digital, enfoca o papel da
interatividade e de uma nova forma de autoria na mídia eletrônica.
(CAPISANI, 2000, p.60)
A principal diferença entre a câmera analógica e a digital, é que a
câmera digital não usa filme, Uma câmera fotográfica digital capta, por meio de
células foto-sensíveis (chamadas CCD, Charge Coupled Device), a luz da cena
a fotografar. Esta informação, captada analogicamente, é digitalizada (pelo que
se chama um "shift register") e armazenada num meio magnético (disquete,
CD, pen-drives e cartão de memórias.
Outra diferença é que a grande maioria das câmeras digitais possui um
visor de cristal liquido onde é possível ver a imagem antes, ou após a tomada
da foto, permitindo mantê-la, repeti-la ou apagá-la, caso o fotografo deseje.
As fotos podem ser transferidas e armazenadas no computador,
passando as por um cabo USB ou pelo cartão de memória. No computador
podemos editá-las, usando programas como Adobe Photoshop, CorelDRAW,
Photomatix Pro e as possibilidades de manipulação infinita.
1.7 CAMPO GRANDE- objeto estudado.
Dos 77 municípios que compõem o estado, destaca-se a cidade de
Campo Grande. A cidade foi fundada por José Antonio Pereira,um mineiro que
vinha em direção aos campos de vacaria, com a noticia de que havia grandes
pastagens naturais na região dos Campos da Vacaria chegou ao Triângulo
Mineiro durante a Guerra do Paraguai.
Em Uberaba, José Antonio Pereira interessou-se por aquelas terras.
Para vê-las, deixou a cidade acompanhada por uma pequena comitiva e seguiu
o caminho usado pelos soldados durante a guerra.
Ao chegarem à confluência dos rios Prosa e Segredo, construíram um
rancho. Pereira gostou do que viu e, depois de descansar, regressou a Minas
28
Gerais. Um ano depois, em 1872, voltou com a família e mais 62 pessoas.
Dessa vez para ficar.
Foi assim que surgiu um povoado em pleno sertão, nas encostas da
serra de Maracaju. Essa povoação deu origem a Campo Grande.
Favorecida por sua localização geográfica, a cidade se
transformou num centro irradiador do desenvolvimento
socioeconômico e político na porção sul do estado de Mato
Grosso. Hoje com mais de 500.000 pessoas Campo Grande,
tem interferências culturais, esta gera uma grande influência na
população campo-grandense. (MENDES, 1997. p.34-35)
A cidade passou de um pequeno povoado à uma grande capital, hoje
com suas construções e paisagens, ela passa a misturar a arquitetura com a
natureza, tornando-se umas das capitais mas arborizadas do Brasil.
Em nossos estudos utilizamos a paisagem de Campo Grande, para a
realização, das pesquisas fotográficas. Mostrando que em um ambiente urbano
conhecido, é possível fazer alterações fotográficas de sua imagem, de modo
que o habitante possa de alguma forma incorporar este novo signo em seu
Umwelt.
29
2 METODOLOGIA
A partir deste capitulo começa a descrição do processo de execução do
trabalho prático, mostrando como que foi a sua elaboração e produção,
utilizando softwares gráficos, finalização, a preparação dos arquivos digitais e a
impressão.
1.6 A ESCOLHA DO TEMA
A representação da cidade esteve contida nos meus primeiros ensaios
fotográficos, mas após apresentarmos a foto para o projeto de pesquisa de
bacharelado I, buscamos uma melhor interpretação desta.
Partimos do ponto de como que a cidade iria influenciar artisticamente
tanto o meu trabalho como de outros artistas, passando de uma fotografia
turística, para uma foto artística.
O primeiro momento buscou interferências, tanto tonais e de ângulos
variados (imagem 01).
imagem 01- primeiro ensaio.
30
Mas para apresentamos mais impacto começamos a buscar artistas que
usavam as cidades como uma forma de expressão em suas fotografias.
Deparei-me com o arquiteto Victor Hugo Mori, com seu vasto currículo, foi
chefe de Restauro e diretor técnico do Condephaat. Coordenador da comissão
do patrimônio histórico do IAB e conselheiro do Condephaat, autor de
“Arquitetura Militar: um panorama histórico a partir do porto de santos”.
Mori faz parte de um grupo que percorre o Brasil documentando
construções históricas. A ação surgiu a partir de um projeto elaborado por
Mário de Andrade que deu origem ao instituto, em 1937, no qual o escritor
trabalhou como primeiro assistente técnico. Mori mostra fotografias com
imagens panorâmicas e de patrimônios históricos de cidades brasileiras.
Em 2006 elaborei uma panorâmica da cidade de São Paulo 360º do
alto da Torre do Banespa que o meu parceiro do IPHAN-SP, o
arquiteto Mauro Bondi, identificou as principais referências urbanas
que apareciam e transformou esta imagem em um belo cartão de
natal que enviamos para uma centena de amigos. O título era
"Paulicéia Desvairada". Foi um sucesso. Três pessoas (minha mãe,
o Michel Gorski e o Abilio Guerra) adoraram, o restante nos
amaldiçoou. No ano de 2007 repetimos a dose com um novo cartão
com uma panorâmica dos bairros Jardins tirada a partir do terraço do
Hotel Unique. Outro sucesso, mas desta vez apenas o Michel e o
Abilio gostaram. Passamos o reveillon em Paris, eu, minha mulher
Alexandrina (Nina), o Mauro e sua esposa Bia. Lá encontramos
outros colegas arquiteturistas como o casal Paulo e Briane Bicca e o
Felipe Pontes. Atendendo o pedido dos nossos únicos fãs que
restaram para fazer uma "nova brincadeira" denominada "Pariscéia
Desvairada" montei no Photoshop uma panorâmica a partir do Torre
de Montparnasse em que o Mauro identificou as principais
referências arquitetônicas da paisagem haussmanniana. (MORI).
Começamos a ver como que a foto panorâmica seria inserida em nosso
trabalho (imagem 02), para que a foto apresentasse um maior impacto
começamos as pesquisas sobre a fotografia em HDR, esta que apresentava
umas imagens com uma ampla variedade tonal, dando ao espectador um
impacto visual mais forte. (imagem 03).
31
Imagem 02- foto panorâmica.
Imagem 03- teste do HDR prédios.
A pesar de ter vários estudos relacionados a cidades, nosso
intuito era revisar tanto os dados bibliográficos, como as imagens das
cidades, para tornar uma nova visão de como ela pode ser
representada.
32
2.1 FOTOGRAFIA EM HDR
HDR é a sigla de High Dynamic Range (alta largura da dinâmica), é uma
técnica fotográfica avançada, onde a imagem gerada dá-se da ocorrência de
varias fotografias tiradas de um objeto com variados tempo de exposição.
O uso do HDR é muito recente, ele é um descobrimento do final do
século XX, por isso é muito difícil, achar pesquisas nesta área, como textos
acadêmicos e até mesmo artigos do gênero.
Este novo recurso veio para que possamos capturar maiores
informações da imagem, fazendo com que ela permaneça com todas as
informações de claro e escuro e uma imagem, com alta qualidade de
informação.
Esta técnica é de fundamental importância para que a fotografia
apresentada cause um grande impacto visual, pois este é o intuito do HDR,
fazer com que a cena da cidade seja mudada, dando a ela uma dramaticidade.
Trazendo ao espaço detalhes que passam despercebidos ao olhar humano,
como nos capítulos anteriores sobre a teoria da percepção visual, estudamos
quanto o olhar humano pode apresentar distorções por ocorrência de acidentes
ou até por ocorrência nas alterações evolutivas, aqui nós interferimos nesta
percepção.
A interferência ocorrerá na cidade de Campo Grande- MS pois nos
proporciona uma boa composição com uma mistura da urbanização e espaços
verdes, uma cidade grande com aspecto ainda interiorano.
O objetivo de usar o HDR é gerar maior expressão na fotografia, deixar
com que o espectador participe da fotografia, a aproximação dos prédios faz
com que ele se sinta integrante da cidade, isto faz com que haja um novo
agregamento de um novo signo em seu Umwelt.
Para se criar estas imagens realizamos varias pesquisas na utilização do
HDR, para que ele possibilitasse o impacto visual desejado. Como falado
anteriormente, é uma técnica muito recente, houve alguns problemas, para
33
isso, fizemos ao longo de dois anos vários testes, estes, buscando um
resultado que hoje se mantém satisfatório na apresentação deste trabalho.
Foi percebido que para se fazer uma imagem em HDR, devemos nos
preocupar com o local onde a fotografia será realizada e o horário, devido a
iluminação. Uma das observações que tivemos ao longo das pesquisas foi o
mal uso de HDR quando se tem baixa quantidade de luz (anoitecer). Uma
solução para este problema é usar a sensibilidade da maquina fotográfica em
ISO 100 para que esta fotografia fique com poucos ruídos, pois quando se faz
o tone mapping (mapa de tonalidades) da imagem aparecerá pouca
granulação.
Ao buscarmos fotografias em HDR na internet, vemos muitas fotos de
pôr-do-sol, é interessante a sua composição, mas já está se tornando bastante
conhecida, o intuito que buscamos é a utilização desse processo em outras
horas do dia.
A técnica do HDR vem para contribuir com a fotografia digital, já que
esta em comparação da fotografia analógica, perde em qualidade de captação
de imagem. A fotografia fotoquímica tem-se pelo processo químico, onde os
raios de luz queimam os sais de prata contidos no filme. Já na fotografia digital
o filme fotográfico é substituído pelo CCD (charge-coupled device), este que é
um pequeno chip que recebe os raios de luz e o interpreta, transformando em
eletricidade e em arquivos digitais.
A foto é muito complexa já que passa de analógica a digital, e durante
este processo vai perdendo informações, até que ela chegue ao papel
fotográfico ela perde um número razoável de informação algo que não
acontece na fotografia fotoquímica.
Outro problema é a latitude, que é a capacidade da câmera fotográfica
de representar as diferentes intensidades de luz. Ao usarmos uma câmera
digital devemos saber de sua delimitada capacidade de latitude. Então para
que a foto digital tenha qualidade devemos nos preocupar com a qualidade do
arquivo.
Para que não haja perda de informação, devemos utilizar o arquivo em
formato RAW (material ou produto em bruto, em estado natural, não
trabalhado, nem preparado ou refinado, rústico), este sistema possibilita a
captura de toda a informação na foto, dos pontos mais claros aos escuros.
34
Quando falamos de armazenamento de arquivos de imagem digitais muitas
pessoas já pensam no JPG, Joint Photographi Group, (é um formato de
compressão de imagens, usado para comprimir imagens fotográficas), mas
este na fotografia, como em alguns trabalhos de design gráfico, não é
recomendado já que oferece uma maior taxa de compactação da imagem,
fazendo com que esta perca grande parte da informação.
Ao imprimir ou revelar um trabalho tanto gráfico quanto fotográfico
usamos um compactador de arquivos que agride menos a imagem, o TIFF,
este compactador possibilita que não haja a perda de informação.
Para que se possa realizar uma fotografia em HDR cabe ao fotógrafo
certos passos:
1) Escolher uma cena estática onde os objetos não se movam, já que se
devem fazer cinco ou mais fotos com períodos de exposições diferentes. Para
isso será necessário o uso do tripé, ou batendo uma única foto usando sua
câmera em modo RAW.
2) Usando sempre a câmera no modo manual para que se possa
interferir com os pontos de abertura e fechamento de diafragma, e a cada foto
ir variando um ponto para mais ou para menos, obtendo desde uma foto mais
clara até a mais escura.
3) Após tirar as fotos partimos para o programa Photomatix- Pro, é ele
que vai juntar todas as fotografias e gerar o HDR, lembrando-se sempre de
usar o armazenamento em formato TIFF ou RAW. No programa citado, ao
abrir os arquivos tirados com vários tempos de exposição, aparecerão varias
janelas no programa (imagem 04), A seguir vamos demonstrar passo a passo
os procedimentos de montagem de imagem HDR no Software Photomatix- pró:
a) clique em COMBINE> AVERAGE, criando uma nova janela com todas as
suas fotos unidas (figura 05).
35
imagem 04- abrindo os arquivos no Photomatix-Pró.
imagem 05- combinando duas fotos para criar a imagem em HDR.
b) Após este passo iremos mexer com o HDR propriamente dito, clique
na opção HDR> GENERATE e assim será criado a sua imagem em HDR.
Também é possível obter o HDR a partir de apenas uma foto no formato
RAW.
36
c) Para a produção da fotografia deste trabalho partimos também para o
outro recurso o panorama, achamos uma solução mais simplificada, ao invés
de se bater cinco fotos com tempo de exposição diferentes, partimos de uma
única foto no formato em RAW, levamos esta imagem ao programa
Photomatix- Pro, ao abrir a foto ele inicializa uma decodificação do arquivo em
RAW, após aparecer a imagem iremos a HDR> TONE MAPPING, ele abrirá
uma nova janela onde você pode controlar o nível de intensidade, saturação,
luminosidade, pontos brancos, pontos pretos, gama, melhoria de detalhamento
e o compressor de cor. Com estes ajustes criamos diferenciados tipos de HDR
(figura 06).
imagem 06- fazendo o Tone Mapping da foto em RAW.
d) Após criar a imagem, devemos salva-la em TIFF, em alguns casos
usamos outro programa de edição de imagens o Adobe Photoshop, onde
podemos aumentar ou diminuir o contraste, saturação, entre outras alterações
( imagem 07).
37
Imagem 07- fazendo algumas alterações no Photoshop.
2.2 FOTOGRAFIA PANORÂMICA
Os panoramas são imagens em grandes dimensões, é o resultado da
combinação de varias fotografias, formando uma perspectiva maior ou mais
larga que o possível.
Antigamente os fotógrafos precisavam de câmeras com filmes especiais,
ou formava o efeito de panorama colando as fotografias umas nas outras, para
que as emendas não aparecessem o fotografo usava o nanquim.
Mas bem antes da fotografia o panorama já era muito utilizado,
principalmente pelo pintor irlandês Robert Barker para descrever as paisagens
de suas pinturas de Edimburgo, foi apresentada em uma superfície cilíndrica e
vista de dentro, exibida em Londres em 1792, como “O Panorama”.
A história da fotografia panorâmica é tão antiga quanto à da fotografia
propriamente dita. As primeiras fotografias panorâmicas de que se tem notícias
foram feitas por volta do ano de 1840.
A partir deste período como a fotografia tradicional, a fotografia
panorâmica também começou a ter evoluções, as câmeras começaram a
38
apresentar várias novidades, maquinas fotográficas e lentes que giravam em
360 graus.
Para se realizar uma fotografia panorâmica deve-se preocupar com o
ambiente a ser fotografado, ver se não apresenta interrupções na paisagem,
para que seu panorama seja com um ângulo de visão superior ao olhar
humano. O interessante em se fazer o panorama é uso de grandes detalhes, o
artista pode tirar todos os detalhes apresentados na imagem, mostrando tudo o
que o olhar não pode ver em sua totalidade.
2.2.1 COMO REALIZAR UMA FOTOGRAFIA PANORÂMICA
Apesar de parecer uma técnica simples, pelo contrario, é uma técnica
muito complicada, pois antes de bater a foto devemos estudar o ambiente
como foi dito no parágrafo anterior.
a) Tire as fotografias nas posições verticais, quando você tira as fotos e
depois as combinam em uma panorâmica a tendência é que haja uma perda
das extremidades. A maneira mais simples de amenizar esta perda é tirar as
fotos com a câmera na posição vertical, mais conhecido como modo retrato,
em vez da posição tradicional de paisagem. A foto apresenta em relação ao
modo de paisagem uma altura superior e uma menor largura, por isso, são
realizadas varias fotografias da cena, para que a largura seja superior a altura.
b) A cada foto batida devemos sobrepor 30% em cada foto, para facilitar
a união delas no programa, para facilitar esta união usa-se objetos em
posições verticais, como no nosso caso os prédios, ou arvores. Para que a foto
fique regular devemos utilizar o tripé, manter sempre o horizonte inalterado em
cada disparo.
c) Uma das preocupações que devemos tomar é a regulagem da
exposição pois cada vez que você bate uma foto e passa para a próxima cena
a sua exposição é alterada, então, deve-se manter sempre o seu fotômetro
igual ao que foi realizado na primeira foto, para que não haja problemas como
manchas (imagem 08).
39
Imagem 08- imagem com mancha.
d) Para facilitar na hora de colocar as fotografias no programa Photovista
Panorama, geralmente seguimos a seqüência da esquerda para a direita, isto
ajuda tanto na colocação das fotos como também para não se perder na hora
de adicioná-las.
40
Imagem 09- abrindo as imagens no Photovista Panorama.
e) Após adicionar as fotos começa a parte mais difícil que é alinhá-las,
para isso usamos a opção stitch image (imagem10).
Imagem 10- após adicionar as imagens usar a opção stitch image.
41
f) O programa alinhará as três imagens automaticamente, mas mesmo
assim pode ocorrer erros, por isso, deve-se fazer alguns pequenos ajustes
(imagem 11).
g) Depois de feito o ajuste, usa-se a opção Preview, onde podemos ver
se o resultado do panorama foi satisfatório ou não (imagem12). Se o resultado
foi o desejado partiremos para a armazenagem do arquivo, como lembrado
anteriormente, deve usar o melhor compactador de arquivos o TIFF. Sempre
lembrando que temos que buscar a melhor qualidade da imagem.
Imagem11- ajustes básicos.
42
Imagem 12- Preview da imagem.
2.3 FINALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO
As fotos tiveram um processo de acabamento digital no software Adobe
Photoshop CS4, onde foram feitas ajustes de cores e a preparação para a
ampliação em laboratório fotográfico.
Antes de fazer alguns ajustes de cores em meu monitor foi realizada a
calibração, com um programa que o próprio Photoshop nos proporciona, o
Adobe Gamma, nele você ajusta as funções manualmente, tudo para que a
imagem vista na tela seja também vista em sua impressão.
Foram realizados vários testes de impressão e revelação, quando
usamos uma impressão a jato de tinta tivemos resultados insatisfatórios, pois a
imagem perdia qualidade. E as cores saiam muito diferentes do que a víamos
no monitor do computador.
43
A melhor opção encontrada foi à utilização da ampliação com papel
fotográfico, pois ele apresenta um melhor resultado tanto na escala de cores,
como na nitidez da imagem.
Também tivemos a curiosidade de fazer uma impressão em lona, mas
esta apresentou alem de uma variação nas cores, uma textura, pois a lona não
é uma superfície lisa. Para fazer os testes usamos pedaços da imagem pois ela
tem uma dimensão muito grande, para que não houvesse grande custo em
nossos testes.
Após terem feitos os variados testes, o material que se mostrou o melhor
para o nosso trabalho foi à ampliação em papel fotográfico, usamos uma
medida padrão nas fotografias, para que tenha uma melhor uniformidade na
hora de se expor estes quadros.
2.4 RESULTADOS
A principio a proposta apresentada passou por varias mudanças, pois
antes de representar a cidade tivemos que pensar em como esta poderia ter
um impacto visual artístico.
Foram feito pesquisas sobre a técnica do HDR, por esta técnica ser
recente tivemos que solucionar vários problemas, e para piorar tivemos que
conciliar esta técnica com a fotografia panorâmica, outra técnica bastante difícil
pela sua disposição de cada cena.
As dificuldades foram tanto na escolha da cena, como em como esta
seria melhor representada, na edição das imagens tivemos alguns problemas
com os softwares pois tínhamos que conciliar tanto o Photomatix- Pró e o
Photovista Panorama. Mas os resultados apresentados na edição de imagem
apesar das dificuldades foram satisfatórios.
Agora na parte de impressão fotográfica como foi dito no capítulo acima
a melhor escolha foi a ampliação fotográfica, pois esta apresentava a melhor
solução para o meu trabalho, tendo assim um resultado satisfatório.
44
2.4.1 PANORAMA 1
O mais interessante que busquei nesta foto foi a disposição dos prédios
a união de cada um deles, dando a impressão que não havia espaço, todos
eram contidos em uma composição única. O céu apresenta uma distribuição de
cores, a presença de maior concentração das nuvens do lado esquerdo puxa a
atenção do expectador, mas ao se olhar toda a imagem vê que o lado direito é
mais suavizado por nuvens brancas e a disposição dos prédios mais
harmoniosa.
O intuito era mostrar como que o céu estava com uma grande variedade
de cor e a disposição dos prédios na cena, mas ao olhar para a fotografia após
ela ser unida no panorama, vê que a imagem apresentava um aspecto bem
interessante, pois a composição dos prédios se completava com a distribuição
das nuvens no céu. Aonde contém os prédios mais afastados houve mais
nuvens e onde os prédios estavam mais próximos as nuvens menos
carregadas.
2.4.2 PANORAMA 2
45
Nesta fotografia buscou-se uma maior representação do horizonte, os
prédios apareceram bem dispersos, o uso do panorama mostrou a amplidão do
horizonte à relação de algumas casas ao fundo em relação aos prédios. O lado
direito contem a imagem de um prédio, o interessante nesta cena é que em
cima do prédio existe uma grande nuvem bem carregada, parecendo que viria
uma tempestade, e do outro lado da imagem o tempo estava limpo.
2.2.3 PANORAMA 3
O que achei mais interessante nesta fotografia foi o céu, a presença de
uma nuvem carregada obstruindo os raios solares, a cidade apresentando
poucas áreas de iluminação. O prédio a esquerda da um bom equilíbrio na
composição dando uma referencia para que o espectador olhe para o horizonte
e veja as outras edificações.
2.2.4 PANORAMA 4
46
Esta é umas das fotos mais interessantes, pois apresenta uma boa
composição tanto dos prédios a direita como os da esquerda. Vemos uma
diferença de tonalidades no céu. As nuvens outra vez se completam com as
edificações, a busca da amplidão do horizonte revelando além de uma
paisagem urbana alguns espaços livres como árvores e campos.
47
3. CONCLUSÃO
Ao longo destes anos nossas pesquisas ajudaram muito para
entendermos como que as novas tecnologias estão entrando no meio artístico
e está tendo uma influência na vida das pessoas.
Foram longos meses de pesquisas tanto em teorização e produção,
muitas horas estudando como que a técnica do HDR me ajudaria em minhas
obras e como que esta técnica poderia unir-se a técnica do panorama. Uma de
minhas maiores preocupações foi a qualidade de imagem, pois quando levaria
para o papel fotográfico manteria a imagem inalterada, então foi feito
incansáveis testes de impressão, revelação, tanto em papeis fotográficos,
lonas, papel de impressão.
Ao longo deste período foram realizadas mais de 200 fotos, cada uma
passaram por softwares gráficos, e depois, foram escolhidas quatro obras.
As obras não apresentaram as dimensões que eu realmente desejava.
Primeiro por ser muito difícil de manusear estas imagens, pelos pequenos
espaços do ambiente para a exposição das fotos, e o transporte destas
imagens. Segundo pelo custo de cada foto.
Para buscar uma nova representação da cidade busquei duas técnicas
diferentes o HDR e a fotografia panorâmica, porque queria que o público visse
a imagem em sua totalidade e uma representação de cores que seus olhos não
eram habituados a verem. A técnica do HDR deixa a imagem mais viva, e com
aspectos tonais bem interessantes. As imagens apresentam uma boa
composição entre o céu e os prédios, fazendo com que o observador interaja
com a cena, pelo fato da obra ter uma grande dimensão. Buscamos também
obter as fotos no alto de um prédio, pois queríamos causar um impacto
também no ângulo de visão, como muitos habitantes só vêem a cidade do solo,
buscamos permitir que eles a vejam em uma totalidade, com um grande campo
de visão que o panorama nos proporciona.
Ao se depararem com um novo signo o expectador vai olhar o ambiente
em sua volta com outros olhos. Após estudar e obter as fotografias achamos
um novo signo que incorporou em meu Umwelt, ao olhar uma cena que
48
passaria a despercebido aos olhos, na correria de uma cidade grande,
buscamos a olhar como que a composição entre os prédios e o céu se tornam
perfeitas, dando a cidade um novo significado, um quadro, cheio de luz cores e
formas.
Após olharem as obras, pessoas vieram perguntando de onde que foi
realizada aquela fotografia, e em que cidade que foi obtida. Ao comentar que
foi em Campo Grande muitos agem com surpresa. Postei umas de minhas
obras em um site que expõem obras fotográficas, o Flickr (proporciona ao
publico olhar e comentar a obra de cada artista). Do dia em que postei a foto
Panorama 1, foram mais de 72 visualizações, mostrando que meu trabalho já
esta surgindo efeito nas pessoas, com o uso da internet estou colocando um
novo signo no Umwelt de cada pessoa que acessa meu Flickr. Dando ao
publico um novo meio de ver a cidade como também deixando novos caminhos
aos artistas que estão por vir.
Apesar das dificuldades surgirem no percurso, o resultado pretendido
com a proposta foi satisfatório, na verdade foram superados, pois houve muito
conhecimento adquirido, a produção pratica teve um grande crescimento, tanto
na composição como na impressão.
O trabalho artístico sempre andando ao lado da teoria, sempre buscando
fontes, para que o nosso trabalho seja o mais completo e explicativo possível,
pois mostrando o crescimento gradativo tanto na teoria isso espelhando na
pratica.
Este trabalho de conclusão de curso chega em seu final, sentindo que
sua tarefa foi cumprida satisfatoriamente, porém é só o início de novas
produções, que certamente utilizarão o conhecimento adquirido durante o
tempo de estudos, reflexão, discussão e produção. Há o sentimento de dever
cumprido, com muito prazer, e deixa saudades, servindo como estímulo para
novas produções e estudos.
49
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51
TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepcao, atitudes e valores do meio
ambiente. Sao Paulo: Difel, 1980.
Maicon Moreno da Costa
INTRODUÇÃO
O mundo em que vivemos passou por varias mudanças, a consequência
começou quando o homem se conscientizou que era um ser pensante, e que
possuía uma criatividade infinita, possibilitando que sua existência fosse
mantida.
Quando isso ocorreu surgiram os pequenos povoados, o homem passou
a viver em conjuntos, e destes conjuntos passaram a se formar as primeiras
cidades. Passando assim por varias evoluções ate chegar nos dias de hoje.
Com o constante desenvolvimento tecnológico e material, o homem
modifica cada vez mais rápido o ambiente em que vive, sendo as grandes
metrópoles o nosso grande exemplo de modernidade e tecnologia. Estas
modificações na cidade seve como um reflexo para a paisagem urbana,
formada principalmente por pessoas, carros, edificações.
Uma das questões apresentadas neste trabalho é como que a cidade de
hoje é vista pela sua população, com o tempo sempre mais corrido pelos seus
afazeres, faz com que o homem moderno deixe de lado a percepção de seu
mundo. Detalhes passam despercebidos constantemente.
Através de pesquisas bibliográficas tomei conhecimento de teorias que
tratam da cidade e da percepção do homem em relação a esta. E que este
assunto era muito usado na fotografia, onde a busca de um olhar diferente em
cada foto é essencial.
O principal intuito deste trabalho é representar através da fotografia, o
mundo urbano, não como o vemos habitualmente, e sim com uma nova
concepção.
Usamos a técnica do HDR em fotos panorâmicas, para que a concepção
e a visão do espectador sejam ampliadas, as fotos foram realizadas no alto de
um prédio para que a imagem pudesse captar a cena num modo geralmente
pouco visto pelas pessoas que passam pelas ruas. O campo de visão se torna
maior, assim, podemos capturar com a nossa objetiva uma gama de
informações, isto contribuindo para a utilização da fotografia panorâmica.
PANORAMA 1
Fotografia 1,10 x 30
PANORAMA 2
Fotografia 1,10 x 30
PANORAMA 3
Fotografia 1,10 x 30
PANORAMA 4
Fotografia 1,10 x 30
Maicon Moreno da Costa, 21 anos
Rua Flavio de Matos, 1925
V.L Progresso
Campo Grande, MS – 79050-230
(67) 3306-5966
(67) 9244-2388
ciriusblek@hotmail.com
Formação acadêmica:
2006-2010
UFMS- Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Artes Visuais - Bacharelado
Bacharel em artes-visuais
Cursos e Eventos
III Encontro de professores de Arte de MS/ II Encontro Estadual
de cultura, Educação e Arte
16 e 17 de outubro de 2007
Carga horária de 25 horas
Projeto de Extensão Pólo Arte na Escola/ UFMS do CCHS/DAC
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Cidades Panorâmicas

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E ARTE CURSO DE ARTES VISUAIS CIDADES PANORÂMICAS MAICON MORENO DA COSTA Campo Grande- MS 2009
  • 2. MAICON MORENO DA COSTA CIDADES PANORÂMICAS Relatório apresentado como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Artes Visuais à Banca Examinadora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob orientação do Prof. Dr. Hélio Godoy. Campo Grande-MS 2009
  • 3. Agradecimentos Agradeço a Deus por tudo que tem me proporcionado. Ao meu orientador Hélio Godoy por toda a sua paciência e motivação em todo o curso. Ao professor Jonas Santana por ter me ajudado, estando sempre a minha disposição. À professora Venise Melo, que aceitou gentilmente o convite para participar da minha banca examinadora. Aos meus pais e familiares, que me deram todo o apoio para realizar esta faculdade, tendo muita paciência, compreensão e carinho. À todos os meus colegas de curso e funcionários.
  • 4. “ Qual um poema, uma fotografia é também um encontro com o cosmo. A mente humana interage com a grande mente cósmica, e através da sua câmera- prótese-do- olhar, pode memorizar um fragmento da eternidade, e revelar o universo” ( Hélio Godoy)
  • 5. RESUMO Apresentamos neste relatório a relação entre a cidade e a população, buscou realizar uma proposta de um novo significado da cidade em relação ao homem, esta que por sua vez passa despercebida aos olhares do homem metropolitano, com o a correria do dia-a-dia. Registrar o moderno e o antigo, o residencial e o industrial, o estático e o móvel, e mostrar como todos eles se combinam para formar uma só unidade. A fotografia nos possibilita tantas formas de retratar esta integração que optei pelo uso de um recurso pouco conhecido o HDR, e a fotografia panorâmica que nos dá a possibilidade de registrar uma imagem de uma forma ampliada com relação as nossas capacidades perceptivas. É um registro fotográfico da realidade, porém apresenta uma paisagem impossível de ser capturada pela visão, algo que em nosso cotidiano não conseguimos distinguir com os nossos olhos. As fotos serão realizadas na cidade de Campo Grande – MS. Palavras-chaves: Fotografia; Cidade; Percepção; HDR; Fotografia Panorâmica
  • 6. SUMÁRIO RESUMO...........................................................................................................05 LISTA DE IMAGENS.........................................................................................08 INTRODUÇÃO...................................................................................................12 1. CIDADES.......................................................................................................14 1.1 Origens...................................................................................................14 1.1.2 Surgimento da Cidade........................................................................15 1.1.3 Cidades e Percepção..........................................................................16 1.1.4 A Representação da Cidade...............................................................17 1.2 ANTROPOLOGIA...................................................................................18 1.2.1 Antropologia na Fotografia................................................................20 1.3 Teoria de Umwelt....................................................................................21 1.3.1 Alterações no Umwelt........................................................................23 1.4 Fotografia e sua Historia.........................................................................24 1.4.1 Fotografias como Arte.......................................................................25 1.5 Fotografia Digital.....................................................................................27 1.6 Escolha do Tema....................................................................................27 1.7 Campo Grande- objeto estudado...........................................................27 2. METODOLOGIA.....................................................................................29 2.1 Escolha do Tema....................................................................................29 2.2 Fotografia em HDR.................................................................................32
  • 7. 2.3 Fotografia Panorâmica ..........................................................................37 2.3.1 Como realizar uma foto Panorâmica ..................................................38 2.4Finalização e Ampliação.........................................................................42 2.5Resultados..............................................................................................43 2.5.1 Panorama 1.........................................................................................44 2.5.2 Panorama 2.........................................................................................44 2.5.3 Panorama 3.........................................................................................45 2.5.4 Panorama 4.........................................................................................45 3. CONCLUSÃO................................................................................................47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................49
  • 8. LISTA DE IMAGENS Imagem 01- Primeiro ensaio..................................29 Imagem 02- foto Panorâmica...........31 Imagem 03-Teste HDR prédios.............................31 Imagem 04- abrindo os arquivos no Photomatix-Pró.............................................................................................35
  • 9. Imagem 05- combinando duas fotos para criar a imagem em HDR............................................................................35 Imagem 06- fazendo o Tone Mapping da foto em RAW.................................................................................................36 Imagem 07- fazendo algumas alterações no Photoshop...................................................................................37 Imagem 08- imagem com mancha..............................................................................................................39
  • 10. Imagem 09- abrindo as imagens no Photovista Panorama....................................................................................40 Imagem 10- após adicionar as imagens usar a opção stitch image..................................................................................40 Imagem 11- ajustes básicos..................................41 Imagem 12- Preview da imagem...........................42
  • 12. 12 INTRODUÇÃO O mundo em que vivemos passou por varias mudanças, a consequência começou quando o homem se conscientizou que era um ser pensante, e que possuía uma criatividade infinita, possibilitando que sua existência fosse mantida. Quando isso ocorreu surgiram os pequenos povoados, o homem passou a viver em conjuntos, e destes conjuntos passaram a se formar as primeiras cidades. Passando assim por varias evoluções ate chegar nos dias de hoje. Com o constante desenvolvimento tecnológico e material, o homem modifica cada vez mais rápido o ambiente em que vive, sendo as grandes metrópoles o nosso grande exemplo de modernidade e tecnologia. Estas modificações na cidade seve como um reflexo para a paisagem urbana, formada principalmente por pessoas, carros, edificações. Uma das questões apresentadas neste trabalho é como que a cidade de hoje é vista pela sua população, com o tempo sempre mais corrido pelos seus afazeres, faz com que o homem moderno deixe de lado a percepção de seu mundo. Detalhes passam despercebidos constantemente. Através de pesquisas bibliográficas tomei conhecimento de teorias que tratam da cidade e da percepção do homem em relação a esta. E que este assunto era muito usado na fotografia, onde a busca de um olhar diferente é essencial. O principal intuito deste trabalho é representar através da fotografia, o mundo urbano, não como o vemos habitualmente, e sim com uma nova concepção. Usamos a técnica do HDR em fotos panorâmicas, para que a concepção e a visão do espectador sejam ampliadas, as fotos foram realizadas no alto de um prédio para que a imagem pudesse apresentar a cena num modo geralmente pouco visto pelas pessoas que passam pelas ruas. O campo de visão se torna maior, assim, podemos capturar com a nossa objetiva uma gama de informações, isto contribuindo para a utilização da fotografia panorâmica.
  • 13. 13 O equipamento utilizado para se elaborar este trabalho foi uma câmera digital reflex Nikon D60, câmera profissional que possibilita a alteração no tempo de exposição e a abertura de diafragma, e contém o armazenamento em RAW. O uso do tripé foi essencial, pois precisávamos bater varias fotos numa mesma posição como também alinhá-las. Para a obtenção do HDR temos que bater diversas fotos da cena com variados tempo de exposição, e para se fazer o Panorama devemos caminhar com a câmera fotográfica para a próxima cena, sem que não haja desvio de ângulo pois a segunda foto tem que ter o mesmo ângulo da primeira e assim sucessivamente. Aliada à fotografia encontramos os softwares gráficos, que são de fundamental importância para a edição das imagens. Foram usados os programas Photomatix-Pró, Photovista panorama e Adobe Photoshop CS4. Para a apresentação das fotos, usamos a ampliação em papel fotográfico tradicional, foi usada a dimensão de 1,10 m x 30 cm aproximadamente em cada foto. Este relatório foi dividido em duas partes, na primeira parte trata da questão da cidade em modo geral, desde o surgimento, percepção, a sua representação, o uso da fotografia e um breve relato da historia da fotografia. A segunda parte é composta pela metodologia empregada para a realização, o resultado das fotográficas, e a conclusão do trabalho.
  • 14. 14 1.CIDADES Nos capítulos seguintes abordaremos assuntos referentes a cidades, origens e como que a população à vê, para que haja um melhor entendimento sobre as novas tecnologias e o universo em que elas se incorporam em nosso meio. 1.1 ORIGENS Como todos nós sabemos, nossa origens segundo Darwin se deu pela evolução genética, nossos ancestrais os primatas, e destes houveram varias variações da espécie. Nosso ancestral surgiu na África há aproximadamente 40 mil atrás, uma adaptação do Homo erectus, o Homo sapiens, foi a primeira espécie anatomicamente semelhante com o homem de hoje. Segundo Lewis: Quando se buscam as origens da cidade, pode-se com demasiada facilidade ser tentado a procurar apenas os seus remanescentes físicos. Mas, como ocorre com o retrato do homem primitivo, quando nos concentramos em seus ossos e caco, seus instrumentos e armas, fazemos menos do que justiça a investigação tais como a linguagem e o ritual, que deixam poucos vestígios materiais, se é que deixam. (MUMFORD, 1998,p 10) Segundo pesquisas paleontólogas podemos descobrir como surgiram as primeiras civilizações e por conseqüência a origem das primeiras cidades, com o uso de pequenos fragmentos deixados, este é claro que não possibilitam uma exatidão de como era a vida naquela época, como cita Mumford (1998) existem alguns vestígios perdidos. Porém, aqueles que nos deixaram já nos dão uma boa idéia. A maior parte do tempo o homem primitivo lutava por sua sobrevivencia. Nossos ancestrais percorriam o continente africano em grupos isolados tentando sobreviver à era glacial, como dos grandes predadores e de outras por assim dizer tribos. Com a escassez de alimentos começaram a percorrer outros continentes, tornando assim nômades, com isso começaram a apresentar uma
  • 15. 15 inovação em seu modo de pensar, começaram a agir em grupos maiores, onde um tinha uma idéia e convencia aos outros de executá-la. Ao se espalharem pelo mundo nossos ancestrais começaram a desenvolver novos conhecimentos, neste momento começaram a surgir às primeiras pinturas nas cavernas, retratando a paisagem como também sua vida em sociedade. Com o termino da área glacial há cerca de 12 mil anos A.C, houve uma gradativa evolução, tanto em seu modo de pensar como no de viver. Passaram a se preocupar em ocupar moradias fixas, para isso pensaram em um novo método de conseguir alimentos, dando à origem a agricultura. O homem primitivo não precisava mais migrar de lugar a lugar, deixaram a caça e a coleta, que era sua única fonte de alimento, e implantaram a agricultura em seu modo de viver, e também a domesticação dos animais. Este foi o maior passo em que o homem primitivo deu para se tornar o que somos até hoje, uma evolução que possibilitou a vida em grandes grupos, onde cada grupo desempenha um papel, e tendo a necessidade de ter novas idéias, para que o modo de viver seja o mais agradável possível. 1.1.2 SURGIMENTO DA CIDADE Lewis Mumford (1998) em seu livro “A Cidade na Historia” nos coloca várias questões sobre o surgimento da cidade, para Lewis a cidade surgiu das aldeias, onde cada individuo que nela habitava teve a necessidade de achar uma função nesta, cada individuo deveria desenvolver uma habilidade para que pudesse ajudar o crescimento desta aldeia. Lewis Mumford: Quando aconteceu tudo isso, a arcaica cultura de aldeia cedeu lugar à “civilização” urbana, essa peculiar combinação de criatividade e controle, de expressão e repressão,de tensão e libertação, cuja manifestação exterior foi a cidade histórica. Em verdade, a partir das suas origens, a cidade pode ser descrita como uma estrutura especialmente equipada para armazenar e transmitir os bens da civilização e suficientemente condensada para admitir a quantidade máxima de facilidades num mínimo de espaço, mas também capaz de um alargamento estrutural que lhe permite encontrar um lugar que sirva de abrigo às necessidades mutáveis e às formas mais complexas
  • 16. 16 de uma sociedade crescente e de sua herança social acumulada ( MUMFORD, 1998,p 38) . Ao longo dos tempos, as cidades passam por vários períodos, uns de expansões e outro de retrocesso como ocorreu no início do período medieval e o ressurgimento do crescimento no renascimento. O crescimento urbano passa a ser constante com a revolução industrial e desde este momento não se tem mais controle sobre as cidades. A população começa a crescer sem controle, ocorrendo várias críticas sobre a qualidade de vida do ambiente urbano, começando com isso a chamar a atenção de diversas áreas de conhecimento, deixando de ser somente assunto de arquitetos e engenheiros. Foi a partir destes questionamentos, que começaram a busca por respostas sobre o complexo urbano, isto influenciou o entendimento da comunicação visual. Isto é, para entender a cidade devemos analisar imagens nela contidas e representá-las. Estas representações se aplicam em várias linguagens, como a literatura, a fotografia, os documentos históricos, cenas de filmes, entre outros. Tudo isso tem como função reconhecer cada parte de construção, com isso deixando um legado em suas aplicações urbanas para as gerações futuras. Um melhor entendimento em sua evolução ate os dias atuais. 1.1.3 CIDADES E A PERCEPÇÃO Com a preocupação da origem da cidade, ocorreu uma nova dúvida entre estudiosos: como que ela é vista? E como é representada? Representá-la é uma forma de conhecer seu funcionamento, a vida social registra a história coletiva de seus moradores, mostrar que cada parte de sua construção tem um significado importante na composição de cada individuo. Então o ser humano buscou vários aspectos de como esta representação era vista como sita Tuan no trecho abaixo: O visitante e o nativo focalizam aspectos bem diferentes do meio ambiente. Em geral, podemos dizer que somente o visitante (e especial o turista) tem um ponto de vista; sua percepção freqüentemente se reduz a usar os seus olhos para compor quadros. Ao contrario, o nativo tem uma atitude complexa derivada da sua
  • 17. 17 imersão na totalidade de seu meio ambiente. O ponto de vista do visitante, por ser simples, é facilmente enunciado. O visitante, freqüentemente, é capaz de perceber méritos e defeitos, em um ambiente que não são mais visíveis para o residente. (TUAN, 1980, p23) A avaliação do meio ambiente pelo turista é essencialmente estética, ele julga a imagem por ser bela ou não, como sita Tuan acima, o turista busca compor quadros estéticos belos em sua paisagem. Já o nativo busca em cada paisagem um significado para que esta seja representada. Para se entender melhor de como estas imagens são captadas e exercem algum significado em nossa memória, criou-se uma nova ciência para o seu entendimento: a Antropologia Visual. 1.1.4 A REPRESENTAÇÃO DA CIDADE ... a cidade é um receptáculo especial destinado a armazenar e transmitir mensagens. No principio, todas as suas funções criativas eram ligadas à religião, e as mensagens mais significativas eram sagradas, escritas nas estrelas ou nas entranhas dos animais, nos sonhos, alucinações e profecias, penetraram nos domínios especiais do clero. Durante muito tempo, monopolizou o clero os poderes criadores, e as formas da cidade expressaram esse monopólio. ( MUMFORD, 1998, p 114) A cidade como obra de arte, é aquela que apresenta a imagem urbana como uma representação pictórica. Isso acontece no final do século XIX quando a imagem da cidade aparece como resposta à necessidade cultural de entretenimento, prazer e fantasia que brotam no turbilhão do progresso econômico e da revolução industrial. A paisagem urbana passa a ser um tema recorrente na pintura e na fotografia, já que a imagem fotográfica começa a ser relacionada com um avanço a modernidade. Nem é preciso dizer que essa libertação da criatividade não foi uma das finalidades originais do agrupamento humano, nem ainda da própria implosão urbana; e foi a forma apenas parcial e por movimentos súbitos que caracterizou o desenvolvimento da cidade. Ainda hoje, apenas uma parte das energias totais da comunidade volta-se para a educação e expressão: sacrificamos muito mais às artes da destruição e extermínio que às artes da criação. Contudo, é graças à execução de atos criadores, na arte, no pensamento, nas relações pessoais, que a cidade pode ser identificada como algo
  • 18. 18 mais que uma organização puramente funcional de fábricas e armazéns, cavernas, tribunais, prisões e centro de controle. ( MUMFORD, 1998,p 116) A arte inserida na cidade começa a ter um novo parâmetro, a valorização de cada meio urbano, a busca de locais em que a população use e desfrute de cenas inusitadas. A cidade passa de local onde encontramos uma moradia, para um conjunto de experiências artísticas, é claro que ambas caminham juntas, mas gradativamente há um aumento nas criações artísticas na cidade. Desde a pintura, passando para o grafismo em muros, propagandas como outdoor, cartazes e a própria fotografia. Hoje ao caminharmos pelas ruas vemos em cada local, várias linguagens artísticas, isso faz com que o homem moderno coloque cada dia mais a arte em seu meio, afastando esta de instituições, como museus e galerias de artes, usando meios mais simples para demonstrar artisticamente suas intervenções tanto na cidade como em cada morador que nela reside. Cabe ao artista a preocupação, de trazer o homem moderno, este que vive em um mundo agitado, onde o tempo é algo muito valioso, para o mundo artístico, como diz o velho provérbio: “se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé”. Se o homem moderno não pode ir as instituições de arte, então cabe ao artista levar esta arte as ruas, para que o público participe dos movimentos artísticos. 1.2- ANTROPOLOGIA Desde os primórdios dos tempos os seres vivos transformaram seu modo de ver e olhar o meio em que habitam, onde, cada qual usa de um sentido amplificado para que possa sobreviver. O estudo abordado neste trabalho está relacionado com a percepção humana, onde buscamos uma visão individual de cada ser, com relação ao mundo. Cada qual sugere um mundo ao seu próprio meio óptico e sistema neurológico, como em todos os seres humanos nosso sistema perceptivo é semelhante, não há tantas alterações nas suas perspectivas. Segundo Tuan:
  • 19. 19 Todos os seres humanos compartilham percepções comuns, um mundo comum, em virtude de possuírem órgãos similares. A unicidade da perspectiva humana torna-se-á evidentemente quando pararmos para indagar como a realidade humana deve diferir da dos outros animais( TUAN, 1980, p.25) A visão humana como a de outros primatas evoluiu em um meio ambiente arbóreo, em grandes florestas, onde saber observar o seu meio se resume em sua própria sobrevivência. Durante um longo caminho de evolução os primatas sofreram varias alterações, onde adquiriram olhos grandes e narizes pequenos, para que este não prejudicasse a visão. O homem possui uma visão estereoscópica, onde com dois olhos frontais possibilita uma visão binocular, auxiliando o homem a ver objetos tridimensionais. Os Homo- sapiens são capazes de distinguir os objetos pela sua forma, cor e textura, isto possibilita que além de uma boa visão tenham grande habilidade dos mesmos, vendo-o em diversos ângulos. Além da visão, os seres humanos possuem mais quatro sentidos: audição, tato, paladar e olfato, estes formam a nossa percepção. O tato nos possibilita ter uma percepção de tridimensionalidade. O olfato nos traz sensações vividas, o odor nos possibilita projetar ao cérebro lembranças, como por exemplo, o cheiro de terra molhada, nos remetendo a chuva, fazendas. Já o paladar também nos remete as sensações, isto é, ao degustar um alimento o ser humano passa a ter lembranças vividas carregadas emocionalmente, por exemplo, a pipoca de um cinema, nos remetendo a um filme que vimos. A percepção é uma atividade, um entender-se para o mundo. Os órgãos dos sentidos são pouco eficazes quando não são ativamente usados. Nosso sentido tátil é muito delicado, mas para diferenciar textura ou dureza das superfícies não é suficiente colocar um dedo sobre elas; o dedo tem que se movimentar sobre elas. É possível ter olhos e não ver; ouvidos e não ouvir. (TUAN, 1980, p.71) Para que o ser humano possa ter uma boa funcionalidade de seus órgãos dos sentidos, deve-se exercitá-los. Quando ocorre a perda de um destes sentidos, há uma compensação, isto é, um aumento na percepção dos outros sentidos. Mas este assunto sobre a alteração de percepções será abordada das próximas páginas.
  • 20. 20 A antropologia (cuja origem etimológica deriva do grego, anthropos (homem / pessoa) e logos (razão / pensamento) é a ciência que estuda o homem e humanidade num sentido amplo. Primeiramente, foi considerada como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo. Mas com esta classificação restringiu muito seu campo de estudo, o homem físico. Esta postura limitou os estudos da antropologia por muitos anos. Com o passar do tempo a antropologia pode se desprender de alguns conceitos e totalizar seus estudos, tendo um campo de investigação muito amplo, não se preocupando só com o homem, mas com todo o espaços. Para isso foi dividida em duas áreas: a Antropologia Física (ou Biológica) e a Antropologia Cultural, que se centram no desejo do homem de conhecer a sua origem, a capacidade que ele tem de conhecer-se, nos costumes e no instinto. 1.2.1 ANTROPOLOGIA NA FOTOGRAFIA A antropologia acompanhou de perto o desenvolvimento da fotografia e do cinema, seus estudos estão relacionados com a percepção do autor fotográfico, passando-a para seus espectadores. Ao falar da fotografia e do cinema, devemos mencionar a imagem, esta que é um dos principais componentes da analise antropológica. Isto é uma tarefa difícil, principalmente devido a subjetividade associada a ela. Um antigo provérbio chinês já dizia: "Uma imagem vale mais do que mil palavras...". Mais especificamente, podemos dizer que uma imagem contém imensa quantidade de informações, e que um observador humano interpreta frequentemente, globalmente e qualitativamente cada qual. No campo da antropologia a imagem é o melhor meio de se comunicar interculturalmente, ao permitir captar e transmitir o que não é imediatamente transmissível no campo lingüístico. A fotografia, o cinema e a televisão, são elementos que estão pressentes em nosso cotidiano de modo cada vez mais intenso. Agimos e interagimos com as imagens sem perceber o quanto elas influenciam o nosso cotidiano, algumas destas não falam por si só, mas
  • 21. 21 expressam e dialogam com os modos de vida típicos da sociedade que as produz. A imagem pode ser lida como um texto, dando ao espectador várias interpretações, apesar de estarem cheias de resíduos reais, elas não são uma extensão da realidade, mas sim uma criação interpretativa de um imaginário social, a imagem em cada qual estaria envolvida por um Umwelt. Segundo Sylvia Caiuby : Cabe a antropologia captar a natureza desse olhar que registra, procurar desvendar, através dessas imagens, um pouco do elemento representado, um pouco daquele que o registrou. ( CAIUBY, 1993, p. 113) A antropologia é a ciência que tende a se preocupar com este olhar, um estudo detalhado sobre a imagem, buscando pontos interpretativos, interligado a obra, autor e espectador. 1.3 TEORIA DE UMWELT A teoria de Umwelt foi elaborada por Jakob Von Uexkül (1864- 1944), estudioso de zoologia, desenvolveu pesquisas sobre problemas biológicos do comportamento e problemas neurológicos. Ele é um dos fundadores da moderna pesquisa do comportamento (etologia). Sua teoria é definida pela integração do sujeito e objeto como elementos inter- relacionados, isto é, tanto o sujeito como o objeto se complementam, para que haja uma maior absorção na informação. Uexkül descreve as relações entre os elementos dos processos sígnicos como um sistema dinâmico organizado em forma de círculo. Ele criou este processo para o observador humano interpretar os processos sígnicos em animais. O Umwelt é basicamente uma bolha que envolve cada indivíduo. Este que, por sua vez, ao absorver conhecimento irá acrescentar em seu Umwelt.
  • 22. 22 Cada informação vai se juntando neste Umwelt, informação necessária para a sobrevivência do indivíduo estará contida em seu Umwelt. Um Umwelt particular é uma construção perspectiva imposta pela historia evolutiva de um ser vivo. Quando o signo surge como mediador entre o sujeito e realidade, ele reflete algo desta, pelo mero fato do sistema ter conseguido sobreviver! ( UEXKUL, 2004, p.24) Quanto mais complexo é um ser vivo, também é o seu Umwelt, no sentido de conter mais e mais signos coerentes com a realidade. Nós seres humanos apresentamos um ampliado Umwelt, pois somos seres racionais, buscamos cada dia um maior entendimento, sobre o que somos, e quais são as nossas funções no nosso meio. A cada dia nosso Umwelt se renova com nossas experiências, pois o pensamento humano é cheio de perguntas, e para isso buscamos respostas. Para entender melhor como é este funcionamento Uexkül realizou sua pesquisa em carrapatos: O carrapato permanece inerte debaixo da ponta de um galho, no mato. Sua posição permite-lhe despencar sobre o mamífero transeunte. Não há estímulo de todo o ambiente que possa receber. Então se aproxima o mamífero de cujo o sangue ele precisa (como alimento) para gerar sua progênie. E agora algo verdadeiramente estupendo acontece: de todos os fatores estimulantes produzidos pelo corpo do mamífero apenas três- em sua seqüência especifica- se tornam estímulos. Fora do mundo super proporcional, o carrapato é circundado por três brilhos estimuladores( signos perceptivos) como sinais luminosos no escuro e servem ao carrapato como faróis que incrivelmente o dirigem a sua vitima. ( UEXKUL, 2004, p 26-27) O carrapato apresenta três órgãos receptores que captam três signos: signos olfativos, onde ele sente o cheiro do suor dos organismos de sangue quente; signos táteis, sentindo o couro e o pelo do animal; signos temperaturais produzidos pelo calor das áreas dérmicas. Cada signo corresponde a um ponto de seu círculo Umwelt, pontos muito importantes para a sua sobrevivência.
  • 23. 23 1.3.1 ALTERAÇÕES NO UMWELT Isto pode ocorrer por vários fatores, tanto genéticos como ocorrido por acidente, no livro “Um antropólogo em Marte”, Oliver Sacks (1995), fala sobre a vida de algumas pessoas que tiveram seu Umwelt mudado. Ele aborda sete histórias de pessoas que por meios trágicos e dramáticos tiveram sua vida alterada drasticamente, para Sacks estes casos clínicos são só alguns exemplos de como a percepção de cada indivíduo pode ser alterada, impossibilitando, a vida dele ao meio ambiente. Uma de suas historia retrata a vida de um pintor de 65 anos, que após um trágico acidente, lesionando os cones em sua retina, torna-se daltônico, enxergando as imagem em preto e branco. Ele reconhecia as cores de tudo com exatidão extraordinária (podia dar não apenas nomes, mas os números das cores listadas na paleta de variações de Pantone, que havia usado durante anos). Podia identificar incontinenti o verde da mesa de bilhar de Van Gogh. Conhecia todas as cores de seus quadros prediletos, mas não podia mais vê-las, nem quando olhava de fato, nem através de seu”olho mental”. Talvez as conhecesse agora apenas pela memória verbal. Não apenas as cores haviam desaparecido, mas o que ele via tinha uma aparência desagradável, “suja”, os brancos reduzidos, embora descorados e impuros, os pretos cavernosos- tudo era errado, desnaturado e manchado. ( SACKS, 1995,p 22) Para este pintor toda sua experiência com as cores, havia acabado com seu trágico acidente, pois não conseguia mais pintar como antes, pois seu Umwelt havia mudado, toda a percepção de anos teve uma grave mudança. Sua existência como pintor já não era mais possível, pois uma vida sem cor, é muito difícil, já que todos estes anos ela esteve presente em sua vida. A única solução nestes casos é ter de se adaptar as condições, pois a sua vida nunca mais seria a mesma, já que a ausência de cor estaria presente pelo resto de sua vida.
  • 24. 24 Em outro caso, Sacks aborda a história de um massagista cego de cinqüenta anos que desde a infância, tinha densas cataratas e também diagnosticado como portador de renite pigmentosa, após sua esposa levá-lo ao oftalmologista, e fazer uma cirurgia, recupera sua visão. Mas quando este, após a cirurgia, abre os olhos se depara com um mundo desconhecido, algo que seu Umwelt nunca tinha vivenciado. Removida a catarata, ele pôde ver cores e movimentos, ver (mas não identificar) grandes objetos e formas (...) faltava-lhe um campo visual coerente, porque sua visão central era fraca, sendo quase impossível para o olho fixar-se em pontos específicos. ( SACKS, 1995, p 120) Ao se deparar com este novo mundo este homem, passa a ter novas experiências, seu Umwelt não estava acostumado a receber estes novos signos, signos que após alguns anos serão integrados ao seu processo de vida. Nós que nascemos com a visão mal podemos imaginar tal confusão. Já que, possuindo de nascença a totalidade dos sentidos e fazendo as correlações entre eles, um com o outro, criamos um mundo visível de inicio, um mundo de objetos, conceitos e sentidos visuais. Quando abrimos nossos olhos todas as manhãs, damos de cara com um mundo que passamos a vida aprendendo a ver.( SACKS, 1995, p119) Cada dia somos deparados com uma nova informação, mesmo que esta distorça o Umwelt conhecido, isto faz com que, distinguimos o que serve para a nossa vida ou não. 1.4 FOTOGRAFIA E SUA HISTÓRIA A primeira pessoa a tirar uma verdadeira fotografia, pois anteriormente existiam experimentos como câmeras escuras e também claras, foi Joseph Nicéphore Niepce, em 1826. Ele reproduziu após dez anos de experiência no sótão de sua casa a primeira imagem fotográfica.
  • 25. 25 Oriundo da Borgonha, Niepce era um homem arredio, dedicado à invenção de aparelhos técnicos, e interessara-se pela produção de imagens por processos mecânicos através da ação da luz em 1916, três anos depois de começar a trabalhar com litografias. (BUSSELLE, 1979, p 30) Mas suas técnicas não eram muito adequadas para a utilização do que vemos hoje em dia, já que usava verniz de asfalto, aplicado sobre o vidro, além de umas misturas de óleo para a fixação, e uma exposição de oito horas. A descoberta que é mais semelhante a que usamos hoje foi feita pelo pintor e empresário Louis Jacques Mande Daguerre, que em 1835, quando apanhou uma chapa revestida com prata e sensibilizada com iodeto de prata, e que apesar de exposta não apresentava vestígios de imagem, após guardá-la no dia seguinte apareceu sobre ela uma imagem revelada. É claro que para que esta fotografia ficasse igual a que vemos nos dias de hoje, foram realizados vários experimentos. Tentando reduzir o processo fotográfico, tanto em tamanho das máquinas até nos suportes de fixação da imagem, para que esta seja usada nos dias atuais. 1.4.1 FOTOGRAFIAS COMO ARTE Após a apresentação das obras de Daguerre, começaram as especulações se a fotografia seria uma extensão da pintura, ou seria um novo meio artístico de expressão. Começaram a especular em como a fotografia iria ser vista como uma obra de arte, pois era um processo totalmente mecânico, seria possível o artista interferir em cada cena? Enquanto a obra de arte se define usualmente pelo que uma obra tem de expressão humana, ate então apenas viabilizada pela manipulação direta da obra, uma produção técnica se caracteriza exatamente pela substituição da mão do homem por operações programadas. Se a imagem construída por uma maquina não poderia ter valor artístico, a solução mais cômoda foi ressaltar as
  • 26. 26 etapas de controle do processo fotográfico: organização dos rebuscados cenários, retoques, montagens e outros efeitos. E, se uma parte fundamental do processo não deixava de ser automática, nada deveria passar por ela sem o consentimento do autor. ( SAMAIN, 1998, p 275) Então, para que a fotografia seja vista como arte,devemos antes, nos preocupar com a temática e também no impacto visual que esta irá causar. Depois levamos esta fotografia para nossos estúdios, onde a manipularemos, para que seja diferenciada de fotografia convencional. Na fotografia artística, além de retratarmos a imagem, nós observamos também a expressão do fotógrafo nela contida. A Arte no Século XXI: A Humanização das Tecnologias coloca uma questão atual: a produção artística sintonizada com os avanços tecnológicos, revelando os aspectos humanos das tecnologias. As considerações têm a arte como ponto de convergência e são pensados os efeitos das tecnologias na vida contemporânea, determinando traços da cultura deste final de século. (DOMINGUES, 2003, p.11) 1.5 FOTOGRAFIA DIGITAL Em pleno século XXI a arte e a tecnologia andam juntas, exposições artísticas passaram a apresentar, além de obras convencionais (pintura, escultura, desenho), as obras audiovisuais, a mistura das artes com a tecnologia. A criação artística concebida pelo computador é um importante campo de expressão da arte contemporânea. Ela engloba artistas que utilizam programas de computador, assim como os que trabalham com softwares ou com resultado deles, uma variedade de efeitos visuais com animação, realidade virtual, imagem em 3D, etc. o pioneiro da arte no computador foi o americano Michael Noll que em 1963, nos laboratórios da Bell, criou a primeira imagem artística no computador. (CAPISANI, 2000, p. 59) Hoje cabe ao artista atualizar-se com as novas tecnologias, pois elas se renovam constantemente, e utilizando a internet, isto ocorre mais facilmente. Novas fotografias e novas técnicas são postadas diariamente em blogs, flickrs, e até no Orkut.
  • 27. 27 O rápido desenvolvimento da internet e o aumento do numero de artistas trabalhado com a tecnologia digital, enfoca o papel da interatividade e de uma nova forma de autoria na mídia eletrônica. (CAPISANI, 2000, p.60) A principal diferença entre a câmera analógica e a digital, é que a câmera digital não usa filme, Uma câmera fotográfica digital capta, por meio de células foto-sensíveis (chamadas CCD, Charge Coupled Device), a luz da cena a fotografar. Esta informação, captada analogicamente, é digitalizada (pelo que se chama um "shift register") e armazenada num meio magnético (disquete, CD, pen-drives e cartão de memórias. Outra diferença é que a grande maioria das câmeras digitais possui um visor de cristal liquido onde é possível ver a imagem antes, ou após a tomada da foto, permitindo mantê-la, repeti-la ou apagá-la, caso o fotografo deseje. As fotos podem ser transferidas e armazenadas no computador, passando as por um cabo USB ou pelo cartão de memória. No computador podemos editá-las, usando programas como Adobe Photoshop, CorelDRAW, Photomatix Pro e as possibilidades de manipulação infinita. 1.7 CAMPO GRANDE- objeto estudado. Dos 77 municípios que compõem o estado, destaca-se a cidade de Campo Grande. A cidade foi fundada por José Antonio Pereira,um mineiro que vinha em direção aos campos de vacaria, com a noticia de que havia grandes pastagens naturais na região dos Campos da Vacaria chegou ao Triângulo Mineiro durante a Guerra do Paraguai. Em Uberaba, José Antonio Pereira interessou-se por aquelas terras. Para vê-las, deixou a cidade acompanhada por uma pequena comitiva e seguiu o caminho usado pelos soldados durante a guerra. Ao chegarem à confluência dos rios Prosa e Segredo, construíram um rancho. Pereira gostou do que viu e, depois de descansar, regressou a Minas
  • 28. 28 Gerais. Um ano depois, em 1872, voltou com a família e mais 62 pessoas. Dessa vez para ficar. Foi assim que surgiu um povoado em pleno sertão, nas encostas da serra de Maracaju. Essa povoação deu origem a Campo Grande. Favorecida por sua localização geográfica, a cidade se transformou num centro irradiador do desenvolvimento socioeconômico e político na porção sul do estado de Mato Grosso. Hoje com mais de 500.000 pessoas Campo Grande, tem interferências culturais, esta gera uma grande influência na população campo-grandense. (MENDES, 1997. p.34-35) A cidade passou de um pequeno povoado à uma grande capital, hoje com suas construções e paisagens, ela passa a misturar a arquitetura com a natureza, tornando-se umas das capitais mas arborizadas do Brasil. Em nossos estudos utilizamos a paisagem de Campo Grande, para a realização, das pesquisas fotográficas. Mostrando que em um ambiente urbano conhecido, é possível fazer alterações fotográficas de sua imagem, de modo que o habitante possa de alguma forma incorporar este novo signo em seu Umwelt.
  • 29. 29 2 METODOLOGIA A partir deste capitulo começa a descrição do processo de execução do trabalho prático, mostrando como que foi a sua elaboração e produção, utilizando softwares gráficos, finalização, a preparação dos arquivos digitais e a impressão. 1.6 A ESCOLHA DO TEMA A representação da cidade esteve contida nos meus primeiros ensaios fotográficos, mas após apresentarmos a foto para o projeto de pesquisa de bacharelado I, buscamos uma melhor interpretação desta. Partimos do ponto de como que a cidade iria influenciar artisticamente tanto o meu trabalho como de outros artistas, passando de uma fotografia turística, para uma foto artística. O primeiro momento buscou interferências, tanto tonais e de ângulos variados (imagem 01). imagem 01- primeiro ensaio.
  • 30. 30 Mas para apresentamos mais impacto começamos a buscar artistas que usavam as cidades como uma forma de expressão em suas fotografias. Deparei-me com o arquiteto Victor Hugo Mori, com seu vasto currículo, foi chefe de Restauro e diretor técnico do Condephaat. Coordenador da comissão do patrimônio histórico do IAB e conselheiro do Condephaat, autor de “Arquitetura Militar: um panorama histórico a partir do porto de santos”. Mori faz parte de um grupo que percorre o Brasil documentando construções históricas. A ação surgiu a partir de um projeto elaborado por Mário de Andrade que deu origem ao instituto, em 1937, no qual o escritor trabalhou como primeiro assistente técnico. Mori mostra fotografias com imagens panorâmicas e de patrimônios históricos de cidades brasileiras. Em 2006 elaborei uma panorâmica da cidade de São Paulo 360º do alto da Torre do Banespa que o meu parceiro do IPHAN-SP, o arquiteto Mauro Bondi, identificou as principais referências urbanas que apareciam e transformou esta imagem em um belo cartão de natal que enviamos para uma centena de amigos. O título era "Paulicéia Desvairada". Foi um sucesso. Três pessoas (minha mãe, o Michel Gorski e o Abilio Guerra) adoraram, o restante nos amaldiçoou. No ano de 2007 repetimos a dose com um novo cartão com uma panorâmica dos bairros Jardins tirada a partir do terraço do Hotel Unique. Outro sucesso, mas desta vez apenas o Michel e o Abilio gostaram. Passamos o reveillon em Paris, eu, minha mulher Alexandrina (Nina), o Mauro e sua esposa Bia. Lá encontramos outros colegas arquiteturistas como o casal Paulo e Briane Bicca e o Felipe Pontes. Atendendo o pedido dos nossos únicos fãs que restaram para fazer uma "nova brincadeira" denominada "Pariscéia Desvairada" montei no Photoshop uma panorâmica a partir do Torre de Montparnasse em que o Mauro identificou as principais referências arquitetônicas da paisagem haussmanniana. (MORI). Começamos a ver como que a foto panorâmica seria inserida em nosso trabalho (imagem 02), para que a foto apresentasse um maior impacto começamos as pesquisas sobre a fotografia em HDR, esta que apresentava umas imagens com uma ampla variedade tonal, dando ao espectador um impacto visual mais forte. (imagem 03).
  • 31. 31 Imagem 02- foto panorâmica. Imagem 03- teste do HDR prédios. A pesar de ter vários estudos relacionados a cidades, nosso intuito era revisar tanto os dados bibliográficos, como as imagens das cidades, para tornar uma nova visão de como ela pode ser representada.
  • 32. 32 2.1 FOTOGRAFIA EM HDR HDR é a sigla de High Dynamic Range (alta largura da dinâmica), é uma técnica fotográfica avançada, onde a imagem gerada dá-se da ocorrência de varias fotografias tiradas de um objeto com variados tempo de exposição. O uso do HDR é muito recente, ele é um descobrimento do final do século XX, por isso é muito difícil, achar pesquisas nesta área, como textos acadêmicos e até mesmo artigos do gênero. Este novo recurso veio para que possamos capturar maiores informações da imagem, fazendo com que ela permaneça com todas as informações de claro e escuro e uma imagem, com alta qualidade de informação. Esta técnica é de fundamental importância para que a fotografia apresentada cause um grande impacto visual, pois este é o intuito do HDR, fazer com que a cena da cidade seja mudada, dando a ela uma dramaticidade. Trazendo ao espaço detalhes que passam despercebidos ao olhar humano, como nos capítulos anteriores sobre a teoria da percepção visual, estudamos quanto o olhar humano pode apresentar distorções por ocorrência de acidentes ou até por ocorrência nas alterações evolutivas, aqui nós interferimos nesta percepção. A interferência ocorrerá na cidade de Campo Grande- MS pois nos proporciona uma boa composição com uma mistura da urbanização e espaços verdes, uma cidade grande com aspecto ainda interiorano. O objetivo de usar o HDR é gerar maior expressão na fotografia, deixar com que o espectador participe da fotografia, a aproximação dos prédios faz com que ele se sinta integrante da cidade, isto faz com que haja um novo agregamento de um novo signo em seu Umwelt. Para se criar estas imagens realizamos varias pesquisas na utilização do HDR, para que ele possibilitasse o impacto visual desejado. Como falado anteriormente, é uma técnica muito recente, houve alguns problemas, para
  • 33. 33 isso, fizemos ao longo de dois anos vários testes, estes, buscando um resultado que hoje se mantém satisfatório na apresentação deste trabalho. Foi percebido que para se fazer uma imagem em HDR, devemos nos preocupar com o local onde a fotografia será realizada e o horário, devido a iluminação. Uma das observações que tivemos ao longo das pesquisas foi o mal uso de HDR quando se tem baixa quantidade de luz (anoitecer). Uma solução para este problema é usar a sensibilidade da maquina fotográfica em ISO 100 para que esta fotografia fique com poucos ruídos, pois quando se faz o tone mapping (mapa de tonalidades) da imagem aparecerá pouca granulação. Ao buscarmos fotografias em HDR na internet, vemos muitas fotos de pôr-do-sol, é interessante a sua composição, mas já está se tornando bastante conhecida, o intuito que buscamos é a utilização desse processo em outras horas do dia. A técnica do HDR vem para contribuir com a fotografia digital, já que esta em comparação da fotografia analógica, perde em qualidade de captação de imagem. A fotografia fotoquímica tem-se pelo processo químico, onde os raios de luz queimam os sais de prata contidos no filme. Já na fotografia digital o filme fotográfico é substituído pelo CCD (charge-coupled device), este que é um pequeno chip que recebe os raios de luz e o interpreta, transformando em eletricidade e em arquivos digitais. A foto é muito complexa já que passa de analógica a digital, e durante este processo vai perdendo informações, até que ela chegue ao papel fotográfico ela perde um número razoável de informação algo que não acontece na fotografia fotoquímica. Outro problema é a latitude, que é a capacidade da câmera fotográfica de representar as diferentes intensidades de luz. Ao usarmos uma câmera digital devemos saber de sua delimitada capacidade de latitude. Então para que a foto digital tenha qualidade devemos nos preocupar com a qualidade do arquivo. Para que não haja perda de informação, devemos utilizar o arquivo em formato RAW (material ou produto em bruto, em estado natural, não trabalhado, nem preparado ou refinado, rústico), este sistema possibilita a captura de toda a informação na foto, dos pontos mais claros aos escuros.
  • 34. 34 Quando falamos de armazenamento de arquivos de imagem digitais muitas pessoas já pensam no JPG, Joint Photographi Group, (é um formato de compressão de imagens, usado para comprimir imagens fotográficas), mas este na fotografia, como em alguns trabalhos de design gráfico, não é recomendado já que oferece uma maior taxa de compactação da imagem, fazendo com que esta perca grande parte da informação. Ao imprimir ou revelar um trabalho tanto gráfico quanto fotográfico usamos um compactador de arquivos que agride menos a imagem, o TIFF, este compactador possibilita que não haja a perda de informação. Para que se possa realizar uma fotografia em HDR cabe ao fotógrafo certos passos: 1) Escolher uma cena estática onde os objetos não se movam, já que se devem fazer cinco ou mais fotos com períodos de exposições diferentes. Para isso será necessário o uso do tripé, ou batendo uma única foto usando sua câmera em modo RAW. 2) Usando sempre a câmera no modo manual para que se possa interferir com os pontos de abertura e fechamento de diafragma, e a cada foto ir variando um ponto para mais ou para menos, obtendo desde uma foto mais clara até a mais escura. 3) Após tirar as fotos partimos para o programa Photomatix- Pro, é ele que vai juntar todas as fotografias e gerar o HDR, lembrando-se sempre de usar o armazenamento em formato TIFF ou RAW. No programa citado, ao abrir os arquivos tirados com vários tempos de exposição, aparecerão varias janelas no programa (imagem 04), A seguir vamos demonstrar passo a passo os procedimentos de montagem de imagem HDR no Software Photomatix- pró: a) clique em COMBINE> AVERAGE, criando uma nova janela com todas as suas fotos unidas (figura 05).
  • 35. 35 imagem 04- abrindo os arquivos no Photomatix-Pró. imagem 05- combinando duas fotos para criar a imagem em HDR. b) Após este passo iremos mexer com o HDR propriamente dito, clique na opção HDR> GENERATE e assim será criado a sua imagem em HDR. Também é possível obter o HDR a partir de apenas uma foto no formato RAW.
  • 36. 36 c) Para a produção da fotografia deste trabalho partimos também para o outro recurso o panorama, achamos uma solução mais simplificada, ao invés de se bater cinco fotos com tempo de exposição diferentes, partimos de uma única foto no formato em RAW, levamos esta imagem ao programa Photomatix- Pro, ao abrir a foto ele inicializa uma decodificação do arquivo em RAW, após aparecer a imagem iremos a HDR> TONE MAPPING, ele abrirá uma nova janela onde você pode controlar o nível de intensidade, saturação, luminosidade, pontos brancos, pontos pretos, gama, melhoria de detalhamento e o compressor de cor. Com estes ajustes criamos diferenciados tipos de HDR (figura 06). imagem 06- fazendo o Tone Mapping da foto em RAW. d) Após criar a imagem, devemos salva-la em TIFF, em alguns casos usamos outro programa de edição de imagens o Adobe Photoshop, onde podemos aumentar ou diminuir o contraste, saturação, entre outras alterações ( imagem 07).
  • 37. 37 Imagem 07- fazendo algumas alterações no Photoshop. 2.2 FOTOGRAFIA PANORÂMICA Os panoramas são imagens em grandes dimensões, é o resultado da combinação de varias fotografias, formando uma perspectiva maior ou mais larga que o possível. Antigamente os fotógrafos precisavam de câmeras com filmes especiais, ou formava o efeito de panorama colando as fotografias umas nas outras, para que as emendas não aparecessem o fotografo usava o nanquim. Mas bem antes da fotografia o panorama já era muito utilizado, principalmente pelo pintor irlandês Robert Barker para descrever as paisagens de suas pinturas de Edimburgo, foi apresentada em uma superfície cilíndrica e vista de dentro, exibida em Londres em 1792, como “O Panorama”. A história da fotografia panorâmica é tão antiga quanto à da fotografia propriamente dita. As primeiras fotografias panorâmicas de que se tem notícias foram feitas por volta do ano de 1840. A partir deste período como a fotografia tradicional, a fotografia panorâmica também começou a ter evoluções, as câmeras começaram a
  • 38. 38 apresentar várias novidades, maquinas fotográficas e lentes que giravam em 360 graus. Para se realizar uma fotografia panorâmica deve-se preocupar com o ambiente a ser fotografado, ver se não apresenta interrupções na paisagem, para que seu panorama seja com um ângulo de visão superior ao olhar humano. O interessante em se fazer o panorama é uso de grandes detalhes, o artista pode tirar todos os detalhes apresentados na imagem, mostrando tudo o que o olhar não pode ver em sua totalidade. 2.2.1 COMO REALIZAR UMA FOTOGRAFIA PANORÂMICA Apesar de parecer uma técnica simples, pelo contrario, é uma técnica muito complicada, pois antes de bater a foto devemos estudar o ambiente como foi dito no parágrafo anterior. a) Tire as fotografias nas posições verticais, quando você tira as fotos e depois as combinam em uma panorâmica a tendência é que haja uma perda das extremidades. A maneira mais simples de amenizar esta perda é tirar as fotos com a câmera na posição vertical, mais conhecido como modo retrato, em vez da posição tradicional de paisagem. A foto apresenta em relação ao modo de paisagem uma altura superior e uma menor largura, por isso, são realizadas varias fotografias da cena, para que a largura seja superior a altura. b) A cada foto batida devemos sobrepor 30% em cada foto, para facilitar a união delas no programa, para facilitar esta união usa-se objetos em posições verticais, como no nosso caso os prédios, ou arvores. Para que a foto fique regular devemos utilizar o tripé, manter sempre o horizonte inalterado em cada disparo. c) Uma das preocupações que devemos tomar é a regulagem da exposição pois cada vez que você bate uma foto e passa para a próxima cena a sua exposição é alterada, então, deve-se manter sempre o seu fotômetro igual ao que foi realizado na primeira foto, para que não haja problemas como manchas (imagem 08).
  • 39. 39 Imagem 08- imagem com mancha. d) Para facilitar na hora de colocar as fotografias no programa Photovista Panorama, geralmente seguimos a seqüência da esquerda para a direita, isto ajuda tanto na colocação das fotos como também para não se perder na hora de adicioná-las.
  • 40. 40 Imagem 09- abrindo as imagens no Photovista Panorama. e) Após adicionar as fotos começa a parte mais difícil que é alinhá-las, para isso usamos a opção stitch image (imagem10). Imagem 10- após adicionar as imagens usar a opção stitch image.
  • 41. 41 f) O programa alinhará as três imagens automaticamente, mas mesmo assim pode ocorrer erros, por isso, deve-se fazer alguns pequenos ajustes (imagem 11). g) Depois de feito o ajuste, usa-se a opção Preview, onde podemos ver se o resultado do panorama foi satisfatório ou não (imagem12). Se o resultado foi o desejado partiremos para a armazenagem do arquivo, como lembrado anteriormente, deve usar o melhor compactador de arquivos o TIFF. Sempre lembrando que temos que buscar a melhor qualidade da imagem. Imagem11- ajustes básicos.
  • 42. 42 Imagem 12- Preview da imagem. 2.3 FINALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO As fotos tiveram um processo de acabamento digital no software Adobe Photoshop CS4, onde foram feitas ajustes de cores e a preparação para a ampliação em laboratório fotográfico. Antes de fazer alguns ajustes de cores em meu monitor foi realizada a calibração, com um programa que o próprio Photoshop nos proporciona, o Adobe Gamma, nele você ajusta as funções manualmente, tudo para que a imagem vista na tela seja também vista em sua impressão. Foram realizados vários testes de impressão e revelação, quando usamos uma impressão a jato de tinta tivemos resultados insatisfatórios, pois a imagem perdia qualidade. E as cores saiam muito diferentes do que a víamos no monitor do computador.
  • 43. 43 A melhor opção encontrada foi à utilização da ampliação com papel fotográfico, pois ele apresenta um melhor resultado tanto na escala de cores, como na nitidez da imagem. Também tivemos a curiosidade de fazer uma impressão em lona, mas esta apresentou alem de uma variação nas cores, uma textura, pois a lona não é uma superfície lisa. Para fazer os testes usamos pedaços da imagem pois ela tem uma dimensão muito grande, para que não houvesse grande custo em nossos testes. Após terem feitos os variados testes, o material que se mostrou o melhor para o nosso trabalho foi à ampliação em papel fotográfico, usamos uma medida padrão nas fotografias, para que tenha uma melhor uniformidade na hora de se expor estes quadros. 2.4 RESULTADOS A principio a proposta apresentada passou por varias mudanças, pois antes de representar a cidade tivemos que pensar em como esta poderia ter um impacto visual artístico. Foram feito pesquisas sobre a técnica do HDR, por esta técnica ser recente tivemos que solucionar vários problemas, e para piorar tivemos que conciliar esta técnica com a fotografia panorâmica, outra técnica bastante difícil pela sua disposição de cada cena. As dificuldades foram tanto na escolha da cena, como em como esta seria melhor representada, na edição das imagens tivemos alguns problemas com os softwares pois tínhamos que conciliar tanto o Photomatix- Pró e o Photovista Panorama. Mas os resultados apresentados na edição de imagem apesar das dificuldades foram satisfatórios. Agora na parte de impressão fotográfica como foi dito no capítulo acima a melhor escolha foi a ampliação fotográfica, pois esta apresentava a melhor solução para o meu trabalho, tendo assim um resultado satisfatório.
  • 44. 44 2.4.1 PANORAMA 1 O mais interessante que busquei nesta foto foi a disposição dos prédios a união de cada um deles, dando a impressão que não havia espaço, todos eram contidos em uma composição única. O céu apresenta uma distribuição de cores, a presença de maior concentração das nuvens do lado esquerdo puxa a atenção do expectador, mas ao se olhar toda a imagem vê que o lado direito é mais suavizado por nuvens brancas e a disposição dos prédios mais harmoniosa. O intuito era mostrar como que o céu estava com uma grande variedade de cor e a disposição dos prédios na cena, mas ao olhar para a fotografia após ela ser unida no panorama, vê que a imagem apresentava um aspecto bem interessante, pois a composição dos prédios se completava com a distribuição das nuvens no céu. Aonde contém os prédios mais afastados houve mais nuvens e onde os prédios estavam mais próximos as nuvens menos carregadas. 2.4.2 PANORAMA 2
  • 45. 45 Nesta fotografia buscou-se uma maior representação do horizonte, os prédios apareceram bem dispersos, o uso do panorama mostrou a amplidão do horizonte à relação de algumas casas ao fundo em relação aos prédios. O lado direito contem a imagem de um prédio, o interessante nesta cena é que em cima do prédio existe uma grande nuvem bem carregada, parecendo que viria uma tempestade, e do outro lado da imagem o tempo estava limpo. 2.2.3 PANORAMA 3 O que achei mais interessante nesta fotografia foi o céu, a presença de uma nuvem carregada obstruindo os raios solares, a cidade apresentando poucas áreas de iluminação. O prédio a esquerda da um bom equilíbrio na composição dando uma referencia para que o espectador olhe para o horizonte e veja as outras edificações. 2.2.4 PANORAMA 4
  • 46. 46 Esta é umas das fotos mais interessantes, pois apresenta uma boa composição tanto dos prédios a direita como os da esquerda. Vemos uma diferença de tonalidades no céu. As nuvens outra vez se completam com as edificações, a busca da amplidão do horizonte revelando além de uma paisagem urbana alguns espaços livres como árvores e campos.
  • 47. 47 3. CONCLUSÃO Ao longo destes anos nossas pesquisas ajudaram muito para entendermos como que as novas tecnologias estão entrando no meio artístico e está tendo uma influência na vida das pessoas. Foram longos meses de pesquisas tanto em teorização e produção, muitas horas estudando como que a técnica do HDR me ajudaria em minhas obras e como que esta técnica poderia unir-se a técnica do panorama. Uma de minhas maiores preocupações foi a qualidade de imagem, pois quando levaria para o papel fotográfico manteria a imagem inalterada, então foi feito incansáveis testes de impressão, revelação, tanto em papeis fotográficos, lonas, papel de impressão. Ao longo deste período foram realizadas mais de 200 fotos, cada uma passaram por softwares gráficos, e depois, foram escolhidas quatro obras. As obras não apresentaram as dimensões que eu realmente desejava. Primeiro por ser muito difícil de manusear estas imagens, pelos pequenos espaços do ambiente para a exposição das fotos, e o transporte destas imagens. Segundo pelo custo de cada foto. Para buscar uma nova representação da cidade busquei duas técnicas diferentes o HDR e a fotografia panorâmica, porque queria que o público visse a imagem em sua totalidade e uma representação de cores que seus olhos não eram habituados a verem. A técnica do HDR deixa a imagem mais viva, e com aspectos tonais bem interessantes. As imagens apresentam uma boa composição entre o céu e os prédios, fazendo com que o observador interaja com a cena, pelo fato da obra ter uma grande dimensão. Buscamos também obter as fotos no alto de um prédio, pois queríamos causar um impacto também no ângulo de visão, como muitos habitantes só vêem a cidade do solo, buscamos permitir que eles a vejam em uma totalidade, com um grande campo de visão que o panorama nos proporciona. Ao se depararem com um novo signo o expectador vai olhar o ambiente em sua volta com outros olhos. Após estudar e obter as fotografias achamos um novo signo que incorporou em meu Umwelt, ao olhar uma cena que
  • 48. 48 passaria a despercebido aos olhos, na correria de uma cidade grande, buscamos a olhar como que a composição entre os prédios e o céu se tornam perfeitas, dando a cidade um novo significado, um quadro, cheio de luz cores e formas. Após olharem as obras, pessoas vieram perguntando de onde que foi realizada aquela fotografia, e em que cidade que foi obtida. Ao comentar que foi em Campo Grande muitos agem com surpresa. Postei umas de minhas obras em um site que expõem obras fotográficas, o Flickr (proporciona ao publico olhar e comentar a obra de cada artista). Do dia em que postei a foto Panorama 1, foram mais de 72 visualizações, mostrando que meu trabalho já esta surgindo efeito nas pessoas, com o uso da internet estou colocando um novo signo no Umwelt de cada pessoa que acessa meu Flickr. Dando ao publico um novo meio de ver a cidade como também deixando novos caminhos aos artistas que estão por vir. Apesar das dificuldades surgirem no percurso, o resultado pretendido com a proposta foi satisfatório, na verdade foram superados, pois houve muito conhecimento adquirido, a produção pratica teve um grande crescimento, tanto na composição como na impressão. O trabalho artístico sempre andando ao lado da teoria, sempre buscando fontes, para que o nosso trabalho seja o mais completo e explicativo possível, pois mostrando o crescimento gradativo tanto na teoria isso espelhando na pratica. Este trabalho de conclusão de curso chega em seu final, sentindo que sua tarefa foi cumprida satisfatoriamente, porém é só o início de novas produções, que certamente utilizarão o conhecimento adquirido durante o tempo de estudos, reflexão, discussão e produção. Há o sentimento de dever cumprido, com muito prazer, e deixa saudades, servindo como estímulo para novas produções e estudos.
  • 49. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AUMONT, Jacques. A imagem. Campinas-SP. Ed. Papirus, 1993. BENEVOLO, Leonardo. Historia da Cidade. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1995 BURNS, Edward McNall, 1897 - 1972; LERNER, Robert E; MEACHAM, Standish. Historia da civilizacao ocidental: do homem das cavernas as naves espaciais. 33. ed. Sao Paulo: Globo, 1993. BUSSELLE, Michael. Tudo sobre fotografia. 3. ed. Sao Paulo: Pioneira, 1984. CALIGRAFFITI. Historia da fotografia em Hdr. <www. Caligraffiti.com.br> 04/11/08 CAPISANI, Dulcimara, Educação e arte no mundo digital. Campo Grande, MS: AEAD/UFMS, 2000. DAY, D.H. Fotografia de Locais e Paisagens. Rio de Janeiro: Ed Tecnoprint LTDA, 1980. DOMINGUES, Diana. Arte e vida no século XXI: tecnologia, ciência e criatividade. São Paulo: Ed. UNESP, 2003 HEDEGECOE, Jonh. Manual da fotografia..Ed J.B.1982 2ª edição
  • 50. 50 LEITE, Enio. Historia da fotografia digital. <www. Escolafocus.net> 22/10/08 LORENTI, Gilson. Fotos panorâmicas para iniciantes. <www.meiobit.com> 01/11/08 MENDES, Gilda Cristina Falleiros. Conhecendo o Mato Grosso do Sul. São Paulo: Ed. Ática, 1997. MORI, Victor Hugo. Fotografia Panorâmica. www.vitruvius.com.br/arquiteturis mo/arqtur 28/08/09 MUMFORD, Lewis. A cidade na historia: suas origens, transformações e perspectivas. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1982. NOVAES, Sylvia Caiuby. Jogo de Espelhos: Imagens da Representação de si através dos outros. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1993 SACKS, Oliver. Um antropólogo em Marte. São Paulo: Ed. Companhia das Letras, 1995. SAMAIN, Etienne. O fotográfico. 2. ed. São Paulo: Ed. SENAC, Hucitec, 2005. Standish. Historia da civilizacao ocidental: do homem das cavernas as naves espaciais. 33. ed. Sao Paulo: Globo, 1993
  • 51. 51 TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepcao, atitudes e valores do meio ambiente. Sao Paulo: Difel, 1980.
  • 53. INTRODUÇÃO O mundo em que vivemos passou por varias mudanças, a consequência começou quando o homem se conscientizou que era um ser pensante, e que possuía uma criatividade infinita, possibilitando que sua existência fosse mantida. Quando isso ocorreu surgiram os pequenos povoados, o homem passou a viver em conjuntos, e destes conjuntos passaram a se formar as primeiras cidades. Passando assim por varias evoluções ate chegar nos dias de hoje. Com o constante desenvolvimento tecnológico e material, o homem modifica cada vez mais rápido o ambiente em que vive, sendo as grandes metrópoles o nosso grande exemplo de modernidade e tecnologia. Estas modificações na cidade seve como um reflexo para a paisagem urbana, formada principalmente por pessoas, carros, edificações. Uma das questões apresentadas neste trabalho é como que a cidade de hoje é vista pela sua população, com o tempo sempre mais corrido pelos seus afazeres, faz com que o homem moderno deixe de lado a percepção de seu mundo. Detalhes passam despercebidos constantemente. Através de pesquisas bibliográficas tomei conhecimento de teorias que tratam da cidade e da percepção do homem em relação a esta. E que este assunto era muito usado na fotografia, onde a busca de um olhar diferente em cada foto é essencial. O principal intuito deste trabalho é representar através da fotografia, o mundo urbano, não como o vemos habitualmente, e sim com uma nova concepção. Usamos a técnica do HDR em fotos panorâmicas, para que a concepção e a visão do espectador sejam ampliadas, as fotos foram realizadas no alto de um prédio para que a imagem pudesse captar a cena num modo geralmente pouco visto pelas pessoas que passam pelas ruas. O campo de visão se torna maior, assim, podemos capturar com a nossa objetiva uma gama de informações, isto contribuindo para a utilização da fotografia panorâmica.
  • 58. Maicon Moreno da Costa, 21 anos Rua Flavio de Matos, 1925 V.L Progresso Campo Grande, MS – 79050-230 (67) 3306-5966 (67) 9244-2388 ciriusblek@hotmail.com Formação acadêmica: 2006-2010 UFMS- Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Artes Visuais - Bacharelado Bacharel em artes-visuais Cursos e Eventos III Encontro de professores de Arte de MS/ II Encontro Estadual de cultura, Educação e Arte 16 e 17 de outubro de 2007 Carga horária de 25 horas Projeto de Extensão Pólo Arte na Escola/ UFMS do CCHS/DAC Qualificação Profissional em Espanhol Básico e Intermediário 21 de agosto a 22 de dezembro de 2006 Carga horária de 200 horas Secretaria de Estado de Gestão Publica/ Secretaria de Estado de Educação
  • 59. Exposições Realizadas Exposição coletiva de esculturas: cabeças 22 de maio a 09 de junho de 2007 Realizada pela Profª Carla Maria Buffo de Cápua, UFMS Exposição coletiva de esculturas: Assemblagem 20 de Novembro a 01 de Dezembro de 2007 Realizada pela Profª Carla Maria Buffo de Cápua, UFMS Exposição coletiva de esculturas: Produção Seriada 16 de Outubro a 03 de Novembro de 2007 Realizada pela Profª Carla Maria Buffo de Cápua, UFMS Exposição coletiva de esculturas: Luz e Sombra 16 de Outubro a 03 de Novembro de 2007 Realizada pela Profª Carla Maria Buffo de Cápua, UFMS Exposição coletiva de Fotografia 29 de Novembro de 2006 Realizada no saguão da Unidade VIII Prof. Helio Godoy, UFMS Exposição coletiva de Fotografia no Espaço de Comercio Popular ( Camelódromo) Maio de 2008 Fundação de Cultura do Município de Campo Grande- MS
  • 60. Exposição coletiva de Fundamentos da Cultura e Cultura Brasileira: Cultura 28 de Novembro de 2008 Realizada no saguão da Unidade VIII Profª. Marlei Sigrist, UFMS Exposição coletiva de Projeto Bacharelado: Projeto Experimental 12 de Setembro de 2008 Realizada no saguão da Unidade VIII Profª. Marlei Sigrist, UFMS Agenda Cultural Exposição: Eu- Fabulário Artista:Douglas Colombelli Dia: Maio – visitada em 8 de maio de 2008 Local: SESC Horto Exposição: Correspondências Artista: Everton Oliveira Dia: Novembro/ Dezembro- visitada em 28 novembro de 2008 Local: Espaço da Poesia- Memorial da Cultura e da Cidadania
  • 61. Exposição: Percursos Pictóricos Artista: Lucia Monte Serrat Dia: maio/ junho- visitada em 21 de maio de 2008 Local: Centro Cultural José Otavio Guizzo Exposição: “a celebração do trabalhador” Artista: Ilton Silva Dia: 18 de setembro a 24 de outubro- visitada em 23 de setembro de 2008 Local: Memorial da Cultura e Cidadania