GREEN BONDS ‐ OPORTUNIDADE PARA O SETOR DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL E A...
Cervejaria artesanal SP
1. CERVEJARIA ROYAL
PLANO DE NEGÓCIOS DE UMA CERVEJARIA ARTESANAL
NA CIDADE DE SÃO PAULO
FLÁVIO HIGA
NATHÁLIA MARTINS
THIAGO YAJIMA
SÃO PAULO
2015
2. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas
Princípios de Empreendedorismo
Turma 3I
Professor Dr. Petrônio De Tilio Neto
PLANO DE NEGÓCIOS DE UMA CERVEJARIA ARTESANAL
NA CIDADE DE SÃO PAULO
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DE CRÉDITOS DA DISCIPLINA DE PRINCÍPIOS DE
EMPREENDEDORISMO.
Flávio Issamu Higa
Nathália Silva Martins
Thiago TadaoYajima Gomes da Silva
SÃO PAULO
MAIO DE 2015
3. Sumário
1. SUMÁRIO EXECUTIVO.................................................................................................. 1
1.1. Resumo dos principais pontos do plano ........................................................................... 1
1.2. Sócios ............................................................................................................................. 1
1.3. Dados do empreendimento .............................................................................................. 1
1.4. Missão ............................................................................................................................ 1
1.5. Forma jurídica................................................................................................................. 1
1.6. Enquadramento tributário................................................................................................ 1
1.7. Fonte de recursos ............................................................................................................ 1
1.8. Indicadores financeiros.................................................................................................... 2
2. ANÁLISE DE MERCADO................................................................................................ 2
2.1. Produção......................................................................................................................... 2
2.2. Consumo......................................................................................................................... 3
2.3. Market Share................................................................................................................... 3
4. PLANO DE MARKETING................................................................................................. 4
3.1. Análise SWOT................................................................................................................. 4
Quadro 1 – Análise SWOT ..................................................................................................... 4
3.2. Análise do setor............................................................................................................... 4
3.2.1. Aspectos Econômicos................................................................................................... 4
3.2.2. Aspectos Legais ........................................................................................................... 5
3.2.3. Aspectos tributários...................................................................................................... 6
3.3. Análise dos fornecedores................................................................................................. 7
3.4. Análise dos clientes......................................................................................................... 7
3.5. Análise de produtos substitutos ....................................................................................... 8
3.6. Análise de barreiras a entrada.......................................................................................... 8
3.8. Estratégias de Marketing ................................................................................................. 9
3.8.1. Marketing estratégico ................................................................................................... 9
3.8.1.1. Missão....................................................................................................................... 9
3.8.1.2. Visão......................................................................................................................... 9
3.8.1.3. Valores...................................................................................................................... 9
3.8.2. Marketing tático ........................................................................................................... 9
3.8.2.1. Preço......................................................................................................................... 9
3.8.2.2. Praça ......................................................................................................................... 9
3.8.2.3. Promoção ................................................................................................................ 10
5. 1
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1. Resumo dos principais pontos do plano
Trata-se de uma cervejaria artesanal localizada na cidade de São Paulo/SP. Seu produto
principal será cerveja sem pasteurização (chope) acondicionada em barril. O público alvo
abrangerá homens e mulheres maiores de 18 anos pertencentes às classes A e B. A venda será
feita diretamente ao consumidor final. A capacidade de produção mensal inicial será de
10.000 litros. O investimento inicial projetado é de R$ 235.000,00.
1.2. Sócios
Flávio Higa: aluno do curso de Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie.
Nathália Martins: aluna do curso de Direto pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Thiago Yajima: aluno do curso de Economia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
1.3. Dados do empreendimento
Cervejaria artesanal classificada como uma empresa do setor industrial (CNAE 1113-5/02)
1.4. Missão
Unir a produção artesanal e o consumo local de cervejas exclusivas e diferenciadas com a boa
gastronomia.
1.5. Forma jurídica
Optará pela forma de Sociedade Limitada.
1.6. Enquadramento tributário
Pagamento de tributos pelo sistema de lucro presumido.
1.7. Fonte de recursos
O presente plano utiliza recursos de terceiros.
6. 2
1.8. Indicadores financeiros
O payback descontado é de 2,59 anos, o valor presente líquido é positivo para uma taxa
mínima de atratividade de 13,64% e a taxa interna de retorno é de 29,60%.
2. ANÁLISE DE MERCADO
2.1. Produção
O Brasil ocupa desde 2010 a terceira posição no ranking mundial de produção de cervejas,
com um ritmo de crescimento acima da média mundial nos últimos anos.
Tabela 1 - Produção de cervejas no mundo em bilhões de litros
Ranking Países 2013 2010 Crescimento
Participação
Mundial - 2013
1° China 50,7 44,8 13,00% 25,70%
2° EUA 22,4 22,8 -1,60% 11,40%
3° Brasil 13,6 11,4 18,90% 6,90%
4° Alemanha 9,4 9,6 -1,40% 4,80%
5° Rússia 8,9 10,3 -13,90% 4,50%
6° México 8,3 8,0 3,30% 4,20%
7° Japão 5,7 6,0 -4,10% 2,90%
8°
Reino
Unido
4,2 4,5 -5,70% 2,20%
9° Polônia 4 3,4 16,70% 2,00%
10° Espanha 3,3 3,3 -2,00% 1,70%
Total
Mundial
197 184,6 6,90% 100,00%
Fonte: Joh. Barth &Sohn.
A produção está concentrada na região Sudeste com 55% seguida pelo Nordeste com 23% do
total produzido no país.
Gráfico 1 - Distribuição da Produção Regional de Cervejas no Brasil (2013)
7. 3
Fonte: RFB – SICOBE
2.2. Consumo
No ranking de consumo per capita o país ocupa a 15° posição, com um consumo de 62 litros. A
República Tcheca lidera com 143 litros por ano, segundo dados da pesquisa divulgada pelo Grupo
Barth em 2012.
Sobre os hábitos de consumo de cerveja, foi apontado que 68% do consumo ocorrem fora do
domicílio, e apenas 32% no domicílio (fonte: IBGE – 2009)
Quanto ao perfil do público consumidor, este ainda é em sua maioria masculino, embora
atualmente as mulheres representem por volta de 33% do consumo nacional de cerveja, sendo
ainda considerada a bebida predileta de 29% do público feminino da faixa etária entre 30 e 39
anos. Também foi constatado que as mulheres entre 40 e 49 anos representam 24% do
consumo de cerveja no Brasil e que o público feminino gasta 6% a mais do que o masculino
em cervejas do tipo Premium (fonte: Latin Panel).
2.3. Market Share
O mercado brasileiro de cervejas é caracterizado por ser altamente concentrado com somente
uma empresa possuindo aproximadamente 70% de market share. Os demais 30% são
divididos por outros três grupos cervejeiros também de grande porte que estabelecem entre si
uma grande concorrência, além de uma pequena parcela que corresponde às cervejarias
regionais e cervejarias artesanais.
Gráfico 2 – Participação de Mercado no Brasil - 2012
Sudeste
55%
Nordeste
23%
Sul
10%
Centro Oeste
9%
Norte
3%
8. 4
Fonte: Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (AFEBRAS)
4. PLANO DE MARKETING
3.1. Análise SWOT
Quadro 1 – Análise SWOT
Forças:
Qualidade da Cerveja;
Diferenciação do Produto;
Harmonização com gastronomia;
Atendimento qualificado;
Localização e ambiente agradável;
Baixo Custo com Propaganda.
Fraquezas
Investimento inicial alto;
Alto preço das cervejas;
Insumos mais caros;
Baixo poder de barganha com fornecedores
Baixa produção mensal;
Pouca força da marca.
Oportunidades
Perspectivas de crescimento do mercado;
Eventos e feira de degustação de cervejas
artesanais;
Maior poder de compra dos consumidores;
Crescimento da procura por cervejas de
qualidade.
Ameaças
Regulamentação do setor;
Alta tributação do setor;
Concorrência diversificada;
Sazonalidade do setor de bebidas;
Dificuldade de se obter o registro do MAPA.
Fonte: os autores
3.2. Análise do setor
3.2.1. Aspectos Econômicos
9. 5
O consumo de cervejas artesanais no Brasil tem sido favorecido pela tendência a sofisticação
do consumo, decorrente das elevações do rendimento médio da população.
Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja (Sindicerv), este mercado
cresce em média 20% ao ano e representa 5% do faturamento total do setor.
Considerando mercados mais maduros, o potencial de crescimento ainda é elevado. Nos EUA,
França e Bélgica, por exemplo, o consumo de cervejas premium é responsável por cerca de
15%, 33% e 45% das vendas totais, respectivamente. Este fato indica que o setor no Brasil
ainda tem larga margem de ampliação da rentabilidade ao elevar a sua participação no total
vendido.
3.2.2. Aspectos Legais
Segundo o SEBRAE para dar início ao processo de abertura da empresa é necessário que se
cumpra os seguintes procedimentos: a) Consulta Comercial Antes de realizar qualquer
procedimento para abertura de uma empresa deve-se realizar uma consulta prévia na
prefeitura ou administração local. A consulta tem por objetivo verificar se no local escolhido
para a abertura da empresa é permitido o funcionamento da atividade que se deseja
empreender. Outro aspecto que precisa ser pesquisado é o endereço. Em algumas cidades, o
endereço registrado na prefeitura é diferente do endereço que todos conhecem. Neste caso, é
necessário o endereço correto, de acordo com o da prefeitura, para registrar o contrato social,
sob pena de ter de refazê-lo. Órgão responsável: · Prefeitura Municipal; · Secretaria
Municipal de Urbanismo. b) Busca de nome e marca Verificar se existe alguma empresa
registrada com o nome pretendido ela marca que será utilizada. Órgão responsável: · Junta
Comercial ou Cartório (no caso de Sociedade Simples) e Instituto Nacional de Propriedade
Intelectual (INPI). (c) Arquivamento do contrato social/Declaração de Empresa Individual
Este passo consiste no registro do contrato social. Verifica-se também, os antecedentes dos
sócios ou empresários junto a Receita Federal, por meio de pesquisas do CPF. Órgão
responsável: · Junta Comercial ou Cartório (no caso de Sociedade Simples. d) Solicitação do
CNPJ Órgão responsável: · Receita Federal. e) Solicitação da Inscrição Estadual Órgão
responsável: · Receita Estadual f) Alvará de licença e Registro na Secretaria Municipal de
Fazenda O Alvará de licença é o documento que fornece o consentimento para empresa
desenvolver as atividades no local pretendido. Para conceder o alvará de funcionamento a
prefeitura ou administração municipal solicitará que a vigilância sanitária faça inspeção no
local para averiguar se está em conformidade com a Resolução RDC nº 216/MS/ANVISA, de
16/09/2004. Órgão responsável: · Prefeitura ou Administração Municipal; · Secretaria
Municipal da Fazenda. g) Matrícula no INSS Órgão responsável: · Instituto Nacional de
Seguridade Social; Divisão de Matrículas - INSS. Além de todos esses procedimentos, é
muito importante lembrar de que essa atividade exige o conhecimento do Código de Defesa
do Consumidor- Lei nº. 8.078/1990. As empresas que fornecem serviços e produtos no
mercado de consumo devem observar as regras de proteção ao consumidor, estabelecidas pelo
Código de Defesa do Consumidor (CDC). O CDC foi instituído pela Lei n. 8.078, em 11 de
setembro de 1990, com o objetivo de regular a relação de consumo em todo o território
brasileiro, na busca do reequilíbrio na relação entre consumidor e fornecedor, seja reforçando
a posição do primeiro, seja limitando certas práticas abusivas impostas pelo segundo. É
importante que o empreendedor saiba que CDC somente se aplica às operações comerciais em
que estiver presente a relação de consumo, isto é, nos casos em que uma pessoa (física ou
jurídica) adquire produto sou serviços como destinatário final. A fim de cumprir as metas
10. 6
definidas pelo CDC, o empreendedor deverá conhecer bem algumas regras que sua empresa
deverá atender, tais como: forma adequada de oferta e exposição dos produtos destinados à
venda, fornecimento de orçamento prévio dos serviços a serem prestados, cláusulas
contratuais consideradas abusivas, responsabilidade dos defeitos ou vícios dos produtos e
serviços, os prazos mínimos de garantia, cautelas ao fazer cobranças de dívidas. A empresa
também deverá atender a algumas regras, tais como: responsabilidade sobre o fornecimento
dos produtos e serviços, garantia da qualidade, rastreabilidade, entre outros. Outro aspecto
importante se refere ao rótulo do produto, o empresário deve verificar na legislação as
informações obrigatórias que o mesmo deve conter, tais como: informações completas sobre
os dados da empresa fabricante, número do registro de licença, volume do produto,
composição nutricional, número de lote, data fabricação e data validade entre outras
informações. Sobre a rotulagem devem ser observadas as seguintes portarias e decretos:
Portaria SVS (Secretaria de Estado de Vigilância Sanitária de Minas Gerais) nº 42 (DOU
16/01/98); Decreto lei nº986/69; Portaria SVS 27/98 (DOU 16/01/98); Portaria SVS 29/98
(DOU: 30/03/98). As empresas que exploram a atividade de produção de cerveja ficam
obrigadas a respeitar o que rege o DECRETO No. 2.314, DE 4 DE SETEMBRO DE 1997, o
qual regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a
classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. É importante
lembrar ainda de que o empreendedor está sujeito a fiscalização sanitária do estabelecimento e
do produto. Apresentam-se, a seguir, algumas legislações que o futuro empreendedor deve ter
conhecimento: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA: INSTRUÇÃO
DE SERVIÇO Nº 1, DE 28 DE JANEIRO DE1977. Registro de Fábrica de Cerveja.
PORTARIA Nº 879, DE 28 DE NOVEMBRO DE 1975. Aprova as “Normas para Instalações
e Equipamentos Mínimos para Estabelecimentos de Bebidas e Vinagres”. INSTRUÇÃO
NORMATIVA Nº 54, DE 05 DE NOVEMBRO DE 2001. Adota o Regulamento Técnico
MERCOSUL de Produtos de Cervejaria. Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA:- DECRETO Nº2.314/97. Regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, que
dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a
fiscalização de bebidas. - LEI Nº 6.437/77. Configura infrações à legislação sanitária federal,
estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. - LEI Nº 7967, DE 22
DEDEZEMBRO DE 1989. Dispõe sobre o valor das multas por infração à legislação
sanitária, altera a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, e dá outras providências. Autoriza a
extensão de uso dos aditivos INS 216 Propilparabeno e INS 218 Metilparabeno, na função de
conservador em Cerveja envasada em garrafas PET polietileno tereftalato: D.O.U. - Diário
Oficial da União; Poder Executivo, de 18 de outubro de 2000. Informações detalhadas sobre
exigências legais e requisitos para a obtenção dos registros devem ser solicitados diretamente
junto ao Ministério da Agricultura e a ANVISA. Resolução ANVISA RDC nº 89, de 17 de
outubro de 2000. As instruções recebidas sobre legislação devem ser confirmadas junto às
autoridades fiscais e junto ao contador ou contabilista responsável pela escrita fiscal da
empresa.
3.2.3. Aspectos tributários
Como na esfera tributária a cervejaria artesanal não poderá optar pelo SIMPLES Nacional, o
regime mais indicado é o de Lucro Presumido.
É o lucro que se presume através da receita bruta de vendas de mercadorias e/ou prestação de
serviços. Nesse regime, a apuração do imposto de Renda e da Contribuição Social é feita
trimestralmente.
11. 7
Sobre o resultado da base de calculo (Receita Bruta x 32%), aplicam-se as alíquotas de:
IRPJ - 15%, para determinação do IRPJ. Poderá haver um adicional de 10% para a
parcela do lucro que exceder o valor de R$ 20.000,00, no mês, ou R$ 60.000,00, no
trimestre, uma vez que o imposto é apurado trimestralmente;
CSLL - 9%, para determinação da CSLL. Não há adicional de imposto.
Ainda incidem sobre a receita bruta os seguintes impostos, que são apurados
mensalmente:
PIS - 3,5% - sobre a receita bruta total;
COFINS – 16,65% - sobre a receita bruta total.
De acordo com o decreto número 7.455 de 25 de março de 2011 os fabricantes podem optar
pelo Regime de Tributação de Bebidas Frias (REFRI) que permite tarifas menores.Assim, o
percentual total de imposto sobre o faturamento que é pago juntando-se com PIS e COFINS
será de 11,33% sobre o faturamento mais R$ 0,4087 por litro vendido.
3.3. Análise dos fornecedores
A cadeia de fornecedores nacional para pequenos cervejeiros é bastante restrita não
oferecendo muita opção para os fabricantes, de forma que os três principais players atendem a
maior parte do mercado. A WE Consultoria de Porto Alegre - RS, ArteBrew de Campinas -
SP, e a Malte & Cia do Rio de Janeiro – RJ são os principais fornecedores de insumos
atualmente no mercado.
Portanto, devido ao fato de na maioria das vezes os insumos utilizados serem importados em
que incidem a tributação de importações e as variações do câmbio, e principalmente à
escassez de diversidade de opções de fornecedores, o poder de barganha dos fornecedores
neste setor é considerado alto.
3.4. Análise dos clientes
Os clientes do mercado de cervejas artesanais geralmente aceitam arcar com os preços mais
elevados dessas cervejas na busca por um produto diferenciado das demais cervejas
padronizadas.
No entanto, costumam gostar de experimentar diferentes sabores e tipos de cerveja. Dessa
forma, não se configuram como um público fiel a uma marca, fazendo com que haja maior
competição entre as diferentes marcas e estimulando que as mesmas estejam sempre lançando
novos tipos de cervejas.
Logo, devido ao fato destes clientes serem relativamente pouco sensíveis aos preços que as
cervejarias artesanais podem cobrar e, no entanto, exercerem influência ao diversificar os
produtos que consomem, considera-se que o seu poder de barganha é moderado.
12. 8
3.5. Análise de produtos substitutos
As cervejas artesanais possuem como produtos substitutos bebidas alcoólicas que também
apresentam a qualidade como principal diferencial como vinhos e destilados premium.
Sendo assim,a ameaça dos substitutos às cervejas artesanais é considerada fraca, pois a
pressão exercida pelos mesmos ao negócio das cervejarias artesanais não é tão impactante já
que os preços tanto do vinho quanto dos destilados premium são na média maiores do que o
da cerveja artesanal.
3.6. Análise de barreiras a entrada
O investimento inicial necessário para se montar um empreendimento de fabricação e
consumo local de cervejas artesanais é considerado alto, uma vez, que é preciso comprar
equipamentos caros e adquirir ou alugar uma instalação para iniciar sua produção. Outra
barreira a criação de novas cervejarias é a regulamentação necessária atualmente, que requer
diversas licenças (burocrática).
Nos aspectos que favorecem a entrada de novos concorrentes podemos destacar que como o
setor possui baixa economia de escala o competidor já atuante não tem uma grande vantagem
em custo em relação ao entrante. Além disso, os preços das diferentes marcas de cervejas
artesanais não variam muito entre si, estando geralmente numa mesma faixa, favorecendo os
novos concorrentes que não encontram resistência dos consumidores, pois a troca de um
produto para o outro não é custosa.
Deste modo, a ameaça de novos entrantes é considerada moderada, visto que, apesar de
possuir um investimento inicial alto e regulamentação exigente, a economia de escala é baixa
e custo de troca entre os concorrentes não é alto para o consumidor final.
3.7. Análise dos Concorrentes
Apesar, do pequeno número de estabelecimentos em relação à população da cidade de São
Paulo, estes se concentram em bairros próximos (de alto poder aquisitivo). Isto aliado a pouca
diferença de preços entre os produtos concorrentes, assim como uma ameaça a novos
entrantes, também é mais uma característica deste setor que contribui para uma competição
alta.
No mercado das cervejarias artesanais com produção e consumo locais da cidade de São
Paulo, as principais competidoras são as marcas internacionais: BrewDog e Les 3 Brasseurs e
as nacionais: Cervejaria Nacional e Karavelle.
Tabela 2 – Característica dos concorrentes
Concorrentes Fundação Localização
Capacidade mensal
(em litros)
Lotação (pessoas)
Preço de
venda mínimo
BrewDog 2014 Pinheiros 12.000 140 R$ 18,00 (284 ml)
13. 9
Cervejaria Nacional 2011 Pinheiros 10.000 160 R$ 11,00 (330 ml)
Karavelle 2013 Jardins e Itaim Bibi 10.000 200 R$ 9,00 (300 ml)
Les 3 Brasseurs 2013 Itaim Bibi 14.000 250 R$ 9,50 (330 ml)
Fonte: os autores
3.8. Estratégias de Marketing
3.8.1. Marketing estratégico
3.8.1.1. Missão
Unir a produção artesanal e o consumo local de cervejas exclusivas e diferenciadas com a boa
gastronomia.
3.8.1.2. Visão
Ser reconhecida como uma das melhores cervejarias artesanais da cidade de São Paulo pela
excelência de seus produtos e atendimento.
3.8.1.3. Valores
Qualidade
Sabor
Atendimento
Diferenciação
3.8.2. Marketing tático
3.8.2.1. Preço
A partir de uma pesquisa de preços realizada nos sites das principais cervejarias artesanais da
cidade de São Paulo, encontramos um preço mínimo ofertado por uma unidade de 330 ml, de
R$ 9,50. Por se tratar de um produto novo no mercado, um posicionamento de preço ao
consumidor considerado adequado seria de R$ 9,50.
3.8.2.2. Praça
14. 10
Como nosso público alvo é composto pela população das classes A e B acreditamos que a
penetração poderia ser facilitada, caso o empreendimento se localizasse em bairros com maior
poder aquisitivo, como Itaim Bibi, Vila Olímpia, Vila Nova Conceição, Brooklin, Moema,
Vila Mariana, Jardins, Vila Madalena, Pinheiros, Higienópolis e Perdizes.
3.8.2.3. Promoção
Organização de eventos de degustação e cursos sobre cervejas artesanais.
3.8.2.4. Propaganda
Explorar a exposição de eventos relacionados ao mercado de cervejas artesanais, com
panfletos informativos e degustações gratuitas.
Organização de eventos de degustação e cursos sobre cervejas artesanais.
3.8.2.5. Publicidade
Oferecer amostras do produto aos principais websites, revistas e blogs dedicados a avaliar
cervejas artesanais para que possam divulgar o nome na mídia.
3.8.2.6. Marketing direto
Desenvolvimento de um website próprio da marca e de perfis nas principais redes sociais
como Facebook, Twitter e Instagram.
3.9. Produto
O produto principal consiste em cerveja não pasteurizada, conhecida como chope. Como o
consumo será local o acondicionamento adotado será em barril, que após assepsia, pode ser
reutilizado. O foco será na produção de dois tipos de cervejas: Pilsen e Pale Ale.
A cerveja Pilsen é a mais conhecida pelos brasileiros e tem um custo de produção menor. Será
o produto de entrada da marca, com preço competitivo. Tem aparência clara, paladar leve e
balanceado. Agrada tanto aos consumidores familiarizados com cervejas artesanais quanto aos
iniciantes.
Já a Pale Ale é um pouco mais complexa, com notas de malte e lúpulo mais pronunciados e
um aroma frutado da levedura mais presente. Há uma maior rejeição por parte dos iniciantes,
que muitas vezes não estão acostumados com cervejas mais encorpadas, porém é muito
apreciada pelos conhecedores e possui uma receita de fácil elaboração.
15. 11
Outros estilos poderão ser produzidos, principalmente para aproveitar demandas específicas e
sazonais.
3.10. Marca
A marca Cervejaria Royal foi elaborada para promover ao consumidor a experiência de
freqüentar um lugar e consumir um produto, grandiosos.
4. PLANO DE OPERAÇÕES
4.1. Estrutura
Considera-se uma área aproximada de 50 m2 para as instalações da produção de cervejas e de
200 m2 para acomodação de pelo menos 120 clientes, além de balcão para o bar e toda a área
de cozinha e banheiros. Logo, a área total será de 250 a 300m2.
Além de apresentar condições físicas para a instalação das máquinas e acessórios de
produção, a infraestrutura para o empreendimento deve estar dividida em setores, para evitar a
contaminação dos produtos e respeitar o fluxo de produção. As principais divisões a serem
adotadas são:
Recepção e armazenagem da matéria-prima;
Processamento;
Envase e armazenamento de barris;
Área para degustação;
Áreas pertinentes à atividade relacionada com bares e restaurantes;
Área de uso dos funcionários;
Escritório.
Como o projeto de estruturado empreendimento e a fabricação de máquinas e equipamentos
para a cervejaria, prevêem regras sanitárias e de acessibilidade, devem ser feitas por
profissionais especializados.
4.2. Equipamentos
Os equipamentos essenciais aparecem listados baixo.
4.2.1. Cervejaria
Moinho;
Caldeira de mostura e caldeira de fervura;
Tina de Filtro;
Tanque de Água Quente;
16. 12
Tanque de Glicol;
Misturador de Água Quente/Fria;
Plataforma de Serviço;
Trocador de Calor;
Aerador de Mosto;
Painel de Comando;
Tanque de Fermentação e Maturação;
Tanque Pressão e Serviço;
Bomba Trasfega;
Barril em aço inox (Keg).
4.2.2. Cozinha e bar
Módulo de cocção composto por fogão, forno, chapa, char broiler e fritadeira;
Refrigerador e freezer comercial;
Mesas, estantes e bancadas de aço inox;
Estação para coquetéis com cuba isotérmica para gelo;
Liquidificador, processador e batedeira;
Utensílios gerais.
4.2.3. Escritório
Computador;
Internet;
Impressora;
Telefone/fax.
Móveis.
4.2.4. Atendimento
Mesas e cadeiras;
Balcões.
4.2.5. Automação
Software de gestão comercial;
Impressoras de notas fiscais;
Terminais de pedidos.
4.3. Pessoas
Para ilustrar o quadro de funcionários foi elaborada uma tabela com as estimativas dos
respectivos cargos, números de funcionários e atribuições.
17. 13
As atribuições que não constam na tabela serão terceirizadas como: desenvolvimento e
manutenção de plataforma web, contabilidade, consultoria e treinamento.
Tabela 3 – Atribuições e cargos
Cargo Pessoas Atribuições
Sócio – Diretor 01
Marketing e vendas;
Financeiro e RH;
Administração em Geral.
Mestre cervejeiro 01
Controle de estoque e produção;
Elaboração de novas receitas.
Cozinheiro 01
Manuseio e produção de alimentos;
Controle de estoque;
Organização da cozinha.
Auxiliar de cozinha 01
Auxílio no manuseio e produção de
alimentos;
Limpeza de utensílios.
Gerente 01
Coordenação e supervisão de
atendimento e cozinha.
Caixa 01 Controle de caixa.
Barman 01 Execução de preparo de bebidas.
Auxiliar de barman 01 Auxílio de preparo de bebidas.
Garçom 05 Atendimento aos clientes.
Atendente 01 Recepção e organização de clientes.
Auxiliar de limpeza 02
Limpeza da área ADM, de atendimento,
de produção e demais dependências.
Fonte: os autores
4.4. Matéria-Prima
Os insumos primários utilizados na fabricação da cerveja são:
Lúpulo;
Malte;
Levedura;
Água
Insumos secundários como frutas e especiarias, poderão ser utilizados na produção,
dependendo da receita a ser adotada.
18. 14
4.5. Organização do processo produtivo
O fluxograma abaixo ilustra as etapas do processo produtivo.
Figura 1 – Fluxo do processo produtivo
Fonte: Macbier (2014)
Legenda:
1. Moinho de malte
2. Tina de mostura e cozinhador de mosto
3. Tina de clarificação
4. Whirlpool
5. Tanque de água quente
6. Tanque de água fria
7. Resfriador de mosto
8. Gerador de água gelada
9. Tanques de fermentação e maturação
10. Filtro de cerveja
11. Tanque de cerveja pronta para servir
12. Balcão com chopeira
13. Embarrilamento Keg
4.6. Horário de funcionamento
Segunda a quinta-feira das 17h00 – 00h00
Sexta e sábado das 12h00 – 01h30
19. 15
5. PLANO FINANCEIRO
Nesta etapa são estimados os investimentos iniciais necessários para abertura do negócio e as
receitas do mesmo, assim como os custos e despesas inerentes ao seu funcionamento para que
se observe a viabilidade econômica - financeira do empreendimento.
5.1. Premissas
Para a elaboração do plano financeiro do empreendimento foram consideradas as seguintes
premissas:
Período de 10 anos;
Capital de Giro de 52 mil reais;
Crescimento de receitas operacionais em 7,5% a.a;
Crescimento de despesas com vendas e operacionais em 6,5% a.a;
Depreciação de 10% a.a do valor investido em equipamentos, a ser contabilizada a
partir do ano 01;
Ticket médio por cliente de 80 reais;
Taxa de ocupação média para os dez anos de 62% a.a
5.2. Investimento Inicial
É o capital estimado necessário para começar o empreendimento.
Tabela 4 – Investimentos Iniciais (em R$)
Despesas Pré - Operacionais Valor
Abertura de empresa 5.000
Projeto 5.000
Sub-total 10.000
Investimento Fixo
Reforma 20.000
Computador 3.000
Impressora 800
Telefone 300
20. 16
Móveis 30.000
Equipamentos 80.000
Utensílios 10.000
Câmeras de segurança 10.000
Desenvolvimento de site 4.000
Licença de software gestão comercial 5.000
Consultoria e Treinamento 10.000
Sub-total 173.100
Capital de Giro
Reserva de Capital 51.930
Sub-total 51.930
Total 235.030
Fonte: os autores
5.3. Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
É a demonstração financeira que contém um resumo ordenado da estimação das receitas,
despesas e do resultado (lucro ou prejuízo) da empresa em determinado período.
Tabela 5 – Demonstração de Resultado do Exercício do ano 01 - 10 (em R$)
Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta 1.318.677 1.479.676 1.630.278 1.780.880 1.931.483 2.007.408 2.157.386 2.158.634 2.158.634 2.158.634
(-) Impostos 45.798 51.511 56.856 62.168 67.492 70.067 75.332 75.156 74.919 74.668
(=) Receita Líquida 1.272.879 1.428.165 1.573.422 1.718.712 1.863.991 1.937.341 2.082.055 2.083.479 2.083.715 2.083.967
(-) Despesas com Vendas 57.494 64.514 71.080 77.646 84.213 87.523 94.062 94.116 94.116 94.116
(=) Margem de Contribuição 1.215.385 1.363.651 1.502.342 1.641.066 1.779.778 1.849.818 1.987.993 1.989.362 1.989.599 1.989.850
(-) Despesas Operacionais 1.057.892 1.142.527 1.220.086 1.302.488 1.389.692 1.472.600 1.551.536 1.636.208 1.727.000 1.811.204
(+) Receitas Financeiras 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(=) EBITDA 157.493 221.124 282.256 338.578 390.086 377.218 436.457 353.154 262.599 178.646
(-) Despesas Financeiras 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(=) EBT 157.493 221.124 282.256 338.578 390.086 377.218 436.457 353.154 262.599 178.646
(-) Provisão para IR 63.297 71.024 78.253 85.482 92.711 96.356 103.555 103.614 103.614 103.614
21. 17
(-) Provisão para CSLL 37.978 42.615 46.952 51.289 55.627 57.813 62.133 62.169 62.169 62.169
(=) Lucro Líquido 56.218 107.485 157.051 201.806 241.749 223.049 270.769 187.371 96.816 12.863
Fonte: os autores
5.4. Fluxo de Caixa Livre (FCL)
Corresponde à movimentação do caixa com as atividades operacionais mais o fluxo
decorrente dos investimentos de capital realizados.
Tabela 6 – Fluxo de Caixa Livre do ano 01 – 10 (em R$)
Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
(=) EBIT 157.493 221.124 282.256 338.578 390.086 377.218 436.457 353.154 262.599 178.646
(+) Depreciação 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000
(=) EBITDA 165.493 229.124 290.256 346.578 398.086 385.218 444.457 361.154 270.599 186.646
(-) IR 63.297 71.024 78.253 85.482 92.711 96.356 103.555 103.614 103.614 103.614
(-) CSLL 37.978 42.615 46.952 51.289 55.627 57.813 62.133 62.169 62.169 62.169
22. 18
(-) CAPEX 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(-) Despesa
Financeira
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
(+/-) Δ de
Capital de Giro
23.069 2.055 1.812 1.900 1.994 1.759 1.832 1.642 1.761 1.632
(=) FCL 87.288 117.540 166.863 211.706 251.742 232.808 280.602 197.013 106.576 22.496
FCL
Acumulado
87.288 204.827 371.690 583.396 835.138 1.067.946 1.348.547 1.545.560 1.652.137 1.674.632
Fonte: os autores
5.5. Viabilidade Econômica
Os indicadores financeiros escolhidos para avaliar a viabilidade econômica - financeira do
projeto foram:
Taxa Mínima de Atratividade (TMA): é a taxa de desconto que exige o retorno
mínimo do projeto, em função do seu risco de mercado, de modo a assegurar a
remuneraçãodo capital próprio.
O modelo utilizado para sua estimação foi o Capital Asset Pricing Model (CAPM).
Para seu cálculo consideraram-se o retorno do ativo livre de risco dado pela taxa
estimada do CDI de 13,35% a.a, os retornos anuais de 2010 a 2014 do IBOVESPA e
os retornos anuais sobre o capital de 2010 a 2014 da AMBEV.
Valor Presente Líquido (VPL): diferença entre o valor das receitas líquidas e o valor
dos investimentos trazidos a valor presente pela TMA.
Taxa Interna de Retorno (TIR): mostra o retorno sobre o investimento considerando o
seu fluxo de caixa futuro.
Payback Descontado (PBD): determina o número de períodos necessários para se
recuperar o investimento levando-se em conta a TMA.
23. 19
Tabela 7 – Indicadores de Viabilidade Econômico– Financeira
TMA 13,64%
VPL (em R$) 562.899
TIR 29,60%
PBD (anos) 2,59
Fonte: os autores
Diante dos valores apresentados pelos indicadores, com VPL > 0 e TIR > TMA, pode-se
concluir que o empreendimento é viável financeiramente.
5.6. Conclusão
O Plano de Negócios, através da análise do mercado, elaboração do plano de marketing,
operacional e financeiro, demonstrou a possibilidade de sucesso da Cervejaria Royal.
5.7. Considerações Finais
Todos os resultados obtidos neste trabalho foram baseados em dados de mercado.
As estimativas somente se concretizarão caso o investimento seja realizado e as premissas
para os cálculos se confirmem.
Este Plano de Negócios não é garantia de sucesso, mas serve como importante norteador e
balizador das decisões a serem tomadas.
24. 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios. Rio de
Janeiro: Empreende / LTC, 2015
SEBRAE. Disponível em
<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/COMO%20ELABORAR%20U
M%20PLANO_baixa.pdf> Acessado em 18/03/2015